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Instituto Superior Politécnico de Songo

Curso: Engenharia Hidráulica


Cadeira: Fundações e Obras de Terra

Tema: Prospeção e Caracterização Geotécnica (Ensaio in-situ)

Discentes: Docentes:
Abílio Maitene Eng. MSc. Cipriano da Silva
Elizabeth Malizane Eng. MSc. Vasco Govene
Hermínia Machava
Lemos Frederico
Mário Mavale
Silvia Luís da Silva

Songo, Agosto de 2023


Instituto Superior Politécnico do Songo

Curso: Engenharia Hidráulica

Cadeira: Fundações e Obras de Terra

Tema: Prospeção e Caracterização Geotécnica (Ensaio in-situ)

Discentes: Docentes:

Abílio Maitene Eng. MSc. Cipriano da Silva

Elizabeth Malizane Eng. MSc. Vasco Govene

Hermínia Machava

Lemos Frederico
O presente trabalho de pesquisa foi
Mário Mavale elaborado por estudantes da Engenharia
Hidráulica do 4º grupo, orientado pelos
Silvia Luís da Silva
docentes da cadeira de Fundação e Obras
de Terra, Eng. MSc. Cipriano da Silva e
Eng. MSc. Vasco Govene para fins de
avaliação.

Songo, Agosto de 2023


i

Dedicatória

A nossos Pais e Irmãos,

pelo incentivo, motivação e confiança conferida na elaboração deste trabalho.


ii

Agradecimento

Primeiramente agradecer a Deus, pelo dom da vida, pela proteção divina e pela disposição que
permitiu a realização deste trabalho.

Aos nossos queridos pais, por terem construído uma pessoa com o que haviam de melhor em neles.

A nossos queridos irmãos que de diversas maneiras possíveis e sempre com muito amor e carinho,
nos apoiaram nessa e em várias conquistas, e proporcionaram imensa contribuição para a
realização deste trabalho.

Aos nossos amigos e colegas de trincheira que nos acompanharam e com cada risada, ajuda e
motivação tornaram menos árdua a jornada de estudos durante todos esses tempos.

A todos meus docentes, que sempre se mostraram amigos e preocupados com os nossos interesses,
transmitindo seus conhecimentos e legado, nosso eterno respeito e eterna gratidão.
Índice
1. Capitulo I ................................................................................................................................. 1

1.1. Introdução ............................................................................................................................ 1

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 1

1.2.1. Objectivo Geral ................................................................................................................ 1

1.2.2. Objectivos Específicos ..................................................................................................... 1

1.3. Metodologia ......................................................................................................................... 1

2. Capítulo II – Revisão Bibliográfica ......................................................................................... 2

2.1. Prospeção e Caracterização Geotécnica (Definições Básicas) ............................................ 2

2.1.1. Resistência ao cisalhamento ............................................................................................. 2

2.1.2. Atrito ................................................................................................................................ 3

2.1.3. Coesão .............................................................................................................................. 3

2.1.4. Critérios de Ruptura ......................................................................................................... 3

2.2. Ensaio de resistência ao cisalhamento ................................................................................. 5

2.3. Ensaios de Campo ................................................................................................................ 6

2.3.1. Ensaio de palheta ou Vane Shear Test ............................................................................. 7

2.3.1.1. Composição do equipamento........................................................................................ 8

2.3.1.2. Princípio de funcionamento .......................................................................................... 8

2.3.2. Ensaio de penetração estática do cone (CPT) ou "Deep sounding" ............................... 10

2.3.2.1. Composição do equipamento...................................................................................... 11

2.3.2.2. Princípio de funcionamento ........................................................................................ 12

2.3.3. Ensaio pressiométrico (câmara de pressão no furo de sondagem) ................................. 14

2.3.3.1. Composição do equipamento...................................................................................... 14

2.4. Comparação com ensaios laboratoriais.............................................................................. 19

2.4.1. Vantagens do Ensaio In-Situ .......................................................................................... 19


2.4.2. Desvantagens do Ensaio- In- Situ .................................................................................. 19

2.4.3. Limitações do Ensaio In-Situ ......................................................................................... 20

3. Capitulo III ................................................................................................................................ 22

3.1. Conclusão............................................................................................................................... 22

4. Capítulo IV................................................................................................................................ 23

4.1. Referencias Bibliográficas ..................................................................................................... 23


v

Lista de Figuras

Figura 1:Ruptura de massa de solo e sua movimentação sobre uma estrada ................................ 3
Figura 2:Zona fraca, zona cisalhada e superfície de cisalhamento................................................ 4
Figura 3:Representação de critério de ruptura de Coulomb .......................................................... 5
Figura 4:Representação de critério de Mohr ................................................................................. 5
Figura 5:Equipamento para ensaio de palheta ............................................................................... 8
Figura 6:Esquema de Palheta......................................................................................................... 9
Figura 7:Equipamento para ensaio de penetração estática do cone............................................. 12
Figura 8: Ensaio de penetração estática do cone no campo......................................................... 13
Figura 9:Classificação dos solos.................................................................................................. 13
Figura 10: Ensaio de pressiométrico e os gráficos dos resultados dos ensaios .......................... 15
Figura 11:Ilustrativo de um ensaio SPT ...................................................................................... 17
vi

Lista de Tabelas
Tabela 1:Principais ensaios de campo disponíveis e suas características...................................... 7
Tabela 2:Solos Gagueli (1978) .................................................................................................... 15
Tabela 3:Solos Gonin (1992) ....................................................................................................... 15
Tabela 4:Factor correctivo relacionado com o comprimento das varas (EC7)............................ 18
Tabela 5:Factor correctivo relacionado com tensão efetiva do recobrimento (EC7) .................. 18
vii

Resumo

O presente trabalho de investigação consiste no estudo d a Prospeção e Caracterização Geotécnica


(Ensaio in-situ).

Este trabalho tem como principal objetivo a determinação dos parâmetros que caracterizam a
resistência ao corte residual, quer na argila, bem como, entre esta e diferentes interfaces
(compostas por materiais utilizados na construção civil) ou aqueles que são mais aplicados na
engenharia geotécnica.

Os Ensaios resistência cisalhamento realizados no laboratórios são feitos através de ensaios de


cisalhamento direto, cisalhamento simples, compressão triaxial e compressão edométrica. Os
ensaios de resistência cisalhamento realizados no campo são feitos através de: ensaio de palheta,
ensaio de penetração estática do cone, ensaio pressiométrico e ensaio de penetração dinâmica SPT.

Tem-se como objetivo da presente pesquisa descrever e analisar o processo de resistência ao


cisalhamento do solo através do ensaio de campo (in-situ), levando em consideração seus
benefícios e contribuições para construção civil, além de caracterizar os critérios de ruptura do
solo, suas representações gráficas e matemáticas, e sua aplicabilid ade na engenharia civil. Para que
tais objetivos fossem alcançados foram levados em considerações artigos referentes ao assunto, e
contribuições da mecânica dos solos desenvolvidas por Terzaghi e Christian Otto Morh, além da
descrição e caracterização dos ensaios utilizados para determinar a resistência dos solos. Diante
disso, foi constatado que para o a realização de qualquer projeto estrutural, é necessário a análise
do solo para que fatores primordiais como a segurança e economia sejam levados em consid eração.
Contudo, devido à complexidade dos testes, e a precariedade de equipamentos para realização dos
mesmos, faz com que o assunto seja ignorado, principalmente em obras de pequeno porte. Diante
disso é visível a necessidade melhorias nos ensaios, que facilitem sua utilização e seus benefícios
socioeconômicos vinculados a sustentabilidade para construção civil.

Palavras - Chave: Estudo das características do solo através do ensaio de campo (In-situ)
viii

ABSTRACT

The present investigation work consists of the study of Geotechnical Prospection and
Characterization (In-situ test).

The main objective of this work is to determine the parameters that characterize the residual shear
resistance, either in clay, as well as between this and different interfaces (composed of materials
used in civil construction) or those that are more applied in geotechnical engineering.

The shear resistance tests carried out in the laboratories are made through direct shear tests, simple
shear tests, triaxial compression and edometric compression. The shear strength tests carried out
in the field are carried out through: vane test, static cone penetration test, pressureometric test and
SPT dynamic penetration test.

The objective of this research is to describe and analyze the shear strength process of the soil
through field testing (in situ), taking into account its benefits and contributions to civil
construction, in addition to characterizing the soil rupture criteria, its graphical and mathematical
representations, and its applicability in civil engineering. In order for these objectives to be
achieved, articles related to the subject were taken into account, and contributions from soil
mechanics developed by Terzaghi and Christian Otto Morh, in addition to the description and
characterization of the tests used to determine soil resistance. In view of this, it was found that in
order to carry out any structural project, it is necessary to analyze the soil so that key factors such
as safety and economy are taken into account. However, due to the complexity of the tests, and the
precariousness of equipment to carry them out, the subject is ignored, mainly in small works. In
view of this, the need for improvements in tests is visible, which facilitate their use and their
socioeconomic benefits linked to sustainability for civil construction.

Key words: Study of soil characteristics through field testing (In-situ)


1. Capitulo I
1.1.Introdução

O solo, por ser o material mais barato e abundante na natureza e de relativa facilidade de obtenção,
e serve de base para todos tipos de edificações, tanto como material de construção, assim como
para fundações, taludes e escavações. Por exemplo, o solo pode ser utilizado tanto na construção
do corpo de uma barragem, quanto para apoiar e receber as cargas de superestruturas de diversos
materiais.

Para utilização do solo na Engenharia Civil, é de suma importância o conhecimento de suas


propriedades, para que seja possível o desenvolvimento de projetos aliando segurança e economia.
Por tanto, assim como todos os materiais utilizados na Engenharia Civil, o seu uso deve ser
pensado e calculado, respeitando os limites aos quais ele possa ser submetido, de modo que não
surjam patologias, decorrentes de seu mau dimensionamento. Dai que houve a necessidade da
elaboração do presente trabalho com a finalidade de avaliar as características Geotécnicas do solo
no contexto de utilização de terreno para a construção através do ensaio de campo (In-situ).

1.2.Objectivos
1.2.1. Objectivo Geral
Estudar a Prospeção e Caracterização Geotécnica (Ensaio in-situ).
1.2.2. Objectivos Específicos
Determinar as características do solo através do ensaio de in-situ;
Identificar os parâmetros de tensão através de ensaios de resistência no campo (In-situ).

1.3.Metodologia

Para realizar esse trabalho, foram elaborados pesquisas, com o tema base a resistência ao
cisalhamento dos solos.

Após a obtenção de dados e a realização de pesquisas de artigos relacionados ao assunto, analisou-


se os dados, descrevendo as características sobre o tema, sua utilização, e os benefícios na
construção civil.

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2. Capítulo II – Revisão Bibliográfica
2.1. Prospeção e Caracterização Geotécnica (Definições Básicas)

Prospeção Geotécnica define-se como o conjunto de operações que visam a determinação da


natureza e características do terreno, sua disposição e acidentes com interesse para a obra/projecto
a realizar. Ou por outra é o processo de avaliação das características geotécnicas do solo de um
“sítio” no contexto de utilização de terrenos para construção ou outros fins.

A prospeção geotécnica visa a:

• Determinação da extensão, profundidade e espessura das camadas do subsolo até à


profundidade desejada. Descrição do solo de cada camada, compacidade ou consistência, cor
e outras características percetíveis;
• Determinação da profundidade do nível freático;
• Determinação da profundidade a que se encontra a rocha mãe (bedrock) e sua classificação e
grau de alteração;
• Obtenção das propriedades físicas, mecânicas e hidráulicas dos maciços e dos respetivos
parâmetros (resistência, deformabilidade, permeabilidade, …).

Para análise do comportamento dos solos e aplicação da teoria da elasticidade é necessário o


conhecimento de seus parâmetros de resistência. Os parâmetros de resistência do solo indicam a
tensão máxima de cisalhamento que o solo consegue suportar sem ocorrência de colapso.

2.1.1. Resistência ao cisalhamento

A resistência ao cisalhamento de um solo pode ser definida pela máxima tensão de cisalhamento
que um solo pode resistir antes da ruptura, ou a tensão de cisalhamento do solo no plano em que
estiver ocorrendo a ruptura. O cisalhamento ocorre devido ao deslizamento entre corpos sólidos
ou entre partículas do solo. Os principais fenômenos que permitem menor ou maior deslizamento
são o atrito e a coesão (LAMBE, 1972).

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Figura 1:Ruptura de massa de solo e sua movimentação sobre uma estrada

2.1.2. Atrito

A resistência por atrito entre as partículas depende do coeficiente de atrito, e pode ser definida
como a força tangencial necessária para ocorrer o deslizamento de um plano, em outro
paralelamente a este. Esta força também é proporcional à força normal ao plano. O ângulo
formado entre a força normal e a resultante das forças, tangencial e normal, é chamado de
ângulo de atrito φ, sendo o máximo ângulo que a força cisalhante pode ter com a normal ao
plano sem que haja deslizamento.

2.1.3. Coesão

A resistência ao cisalhamento dos solos é devida essencialmente ao atrito entre os grãos. Mas a
atração química entre partículas, independente da força normal, tem uma parcela de resistência
significativa em determinados tipos de solos, que é denominada coesão real. A coesão real não
pode ser confundida com a coesão aparente, presente principalmente em solos argilosos húmidos
não saturados, determinada pela pressão capilar da água. Essa resistência desaparece à medida em
que o solo vai sendo saturado.

2.1.4. Critérios de Ruptura


Critérios de ruptura são formulações que refletem o comportamento dos solos até a ruptura do
material.

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Existem critérios que estabelecem:

• Máximas tensões de compressão, de tração ou de cisalhamento;


• Máximas deformações.

Marangon (2018) citando Gerscovich (2010), ressalta que “a ruptura em si é caracterizada pela
formação de uma superfície de cisalhamento contínua na massa de solo. Existe, portanto, uma
camada de solo em torno da superfície de cisalhamento que perde suas características durante o
processo de ruptura, formando assim a zona cisalhada, conforme mostrado na Figura 1.
Inicialmente há a formação da zona cisalhada e, em seguida, desenvolve-se a superfície de
cisalhamento”.

Figura 2:Zona fraca, zona cisalhada e superfície de cisalhamento

Segundo Pinto (2000) os critérios que melhor representam o comportamento dos solos é o de
Coulomb e de Mohr, que tomam por base o estado de tensões.

O critério de Coulomb pode ser expresso como:

Não há ruptura se a tensão de cisalhamento não ultrapassar um valor dado pela expressão c + f *σ,
sendo c e f constantes do material e σ a tensão normal existente no plano de cisalhamento. Os
parâmetros c e f são denominados respetivamente coesão e coeficiente de atrito interno, podendo
este ser expresso como a tangente de um ângulo, denominado ângulo de atrito interno. (PINTO,
2000, p.175).

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Figura 3:Representação de critério de ruptura de Coulomb

O critério de Mohr pode ser expresso como:

Não há ruptura enquanto o círculo representativo do estado de tensões se encontrar no interior de


uma curva, que é a envoltória dos círculos relativos a estados de ruptura, observados
experimentalmente para o material. (PINTO, 2000, p.175).

Figura 4:Representação de critério de Mohr

2.2.Ensaio de resistência ao cisalhamento


Ensaios de laboratório e de campo são fundamentais para a obtenção de parâmetros de
resistência do solo para aplicações geotécnicas. A amostra deve ser a mais representativa
possível. Realizar ensaios em materiais que não representem o maciço de solo conduz a
comportamentos diferentes do real observado.

2.2.1. Considerações preliminares sobre resistência ao cisalhamento

A capacidade dos solos em suportar cargas, depende de sua resistência ao cisalhamento, isto é, da
tensão 𝜏𝑟 que é a máxima tensão que pode atuar no solo sem que haja ruptura.

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Terzaghi conseguiu conceituar essa resistência como consequência imediata da pressão normal ao
plano de rutura correspondente a pressão grão a grão ou pressão efetiva. Isto é, anteriormente
considerava-se a pressão total o que não correspondia ao real fenômeno de desenvolvimento de
resistência interna, mas, na nova conceituação, amplamente constatada, conclui-se que somente as
pressões efetivas mobilizam resistência ao cisalhamento.

𝜏 ′ = 𝑐 + 𝜎𝑡𝑔𝜑 = 𝑐 + (𝜎 − 𝑢)𝑡𝑔 𝜑 (1)

Hvorslev, ao analisar argilas saturadas, concluiu que nessa situação a coesão é função essencial do
seu teor de umidade, donde se escreve:

𝑐 = 𝑓( ℎ) (2)

Logo teremos para a máxima tensão de cisalhamento:

𝜏𝑟′ = 𝑓(ℎ) + (𝜎 − 𝑢) 𝑡𝑔𝜑 (3)

Os parâmetros c e , definidores da resistência interna ao cisalhamento dos solos terão que ser
determinados, na maioria dos casos, em laboratório nas condições mais desfavoráveis previstas
para o período de utilização de cada projeto específico.

2.3.Ensaios de Campo (Ensaios In-Situ)


Como a retirada de amostras indeformadas implica, apesar de todos os cuidados e expedientes
sofisticados, numa possível deformação da amostra, procura-se, mais modernamente executar
ensaios “in situ” capazes de traduzir as reais características de resistências das camadas de solos.

Os ensaios in situ (do latim “in situ”, que significa “no local”) são testes realizados diretamente no
local ou local onde o fenômeno de interesse ocorre, em oposição aos ensaios laboratoriais
realizados em um ambiente controlado. Esses ensaios são frequentemente usados em diversas
áreas, como geotecnia, engenharia civil, geologia e ecologia, para obter informações específicas
sobre o local de estudo. Alguns exemplos de ensaios in situ incluem:

Dentre os ensaios “in situ” mais usuais para determinação de parâmetros de resistência ao
cisalhamento e de deformabilidade no campo destacam-se o:

• Ensaio de palheta ou "Vane Shear Test";

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• Ensaio de penetração estática do cone (CPT) ou "Deep sounding";
• Ensaio pressiométrico (câmara de pressão no furo de sondagem);
• Ensaio de penetração dinâmica SPT.

Os ensaios de CPT e “Vane Test” têm por objetivo a determinação da resistência ao


cisalhamento do solo, enquanto o ensaio “Pressiométrico” visa obter uma espécie de curva de
tensão-deformação para o solo investigado, conforme pode ser resumido na tabela 1.

Tipo de Ensaio Tipo de Solo Principais características que podem ser


determinadas
Melhor Não
Aplicável Aplicável
• Avaliação qualitativa do estado de
1 - Ensaio Padronizado de Granulares compacidade ou consistência.
Penetração (SPT) • Comparação qualitativa da
estratigrafia do subsolo
• Avaliação contínua da compacidade e
2 - Ensaio de Penetração Granulares resistência de solos granulares.
Estática do Cone (CPT • Avaliação contínua de resistência não
drenada de solos argilosos.
• Resistência não drenada de solos
3 – Ensaio de Palheta Coesivos Granulares argilosos.
• Coeficiente de empuxo no repouso:
4 – Ensaio Pressiométrico Granulares (compressibilidade e resistência ao
cisalhamento).
Tabela 1:Principais ensaios de campo disponíveis e suas características

Neste contexto de estudo da resistência dos solos, ressalta-se que o ensaio de campo “SPT–
Standard Penetration Test”, não determina diretamente os parâmetros de resistência de um solo
(obtém o número de golpes para perfurar determinado comprimento no furo – “30 cm” finais a
cada metro).

2.3.1. Ensaio de palheta ou Vane Shear Test

O “Vane test” foi desenvolvido na Suécia, com o objetivo de medir a resistência ao cisalhamento
não drenada de solos coesivos moles saturados.

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2.3.1.1.Composição do equipamento

O equipamento para realização do ensaio é constituído de uma palheta de aço, formada por quatro
aletas finas rectangulares, hastes, tubos de revestimentos, mesa, dispositivo de aplicação de um
momento torsor e acessórios para medida do momento e das deformações.

O diâmetro e a altura da palheta devem manter uma relação constante 1:2 e, sendo os diâmetros
mais usuais de 55, 65, e 88 mm. A medição do momento é feita através de anéis dinamómetros e
vários tipos de instrumentos com molas, capazes de registar o momento máximo aplicado.

Figura 5:Equipamento para ensaio de palheta


2.3.1.2.Princípio de funcionamento

O ensaio consiste na cravação de uma palheta, e em medir o torque necessário para cisalhar o solo,
segundo uma superfície cilíndrica de ruptura, que se desenvolve ao redor da palheta, quando se
aplica ao aparelho uma velocidade constante e igual a 6 graus por minuto. A Figura 5 mostra o
aparelho de vane test. O momento resistente máximo gerado, se deve a área lateral e as áreas da
base, como se apresenta a seguir:

𝑑
𝑀𝑅𝐿 = 𝜋 ∗ 𝑑 ∗ ℎ ∗ 𝑆𝑢 ∗ ↔ 𝑀𝑅𝐿 = 𝜋 ∗ 𝑑 2 ∗ ℎ ∗ 𝑆𝑢
2

𝑑2 2 𝑑
𝑀𝑅𝐵 = 𝜋 ∗ ∗ 𝑆𝑢 ∗ ∗
4 3 2

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𝜋 ∗ 𝑑 2 ∗ 𝑆𝑢
𝑀𝑅𝐵 =
12

Onde:

𝑀𝑅𝐿 = Momento resistente desenvolvido ao longo da superfície lateral de ruptura;

𝑀𝑅𝐵 = Momento resistente desenvolvido no topo e na base do cilindro de ruptura,

𝐷 = Diâmetro do cilindro de ruptura;

𝐻 = Altura do cilindro de ruptura;

𝑆𝑢 = Resistência não drenada da argila.

Figura 6:Esquema de Palheta

É frequente que h = 2d = 4r, o que conduz:


6∗𝑀𝑀𝑎𝑥
𝑆𝑢 = (4)
7∗𝜋∗𝑑2

Algumas hipóteses devem ser feitas, a fim de que o valor medido possa representar a resistência
ao cisalhamento rápida não drenada do solo (Su):

• Drenagem impedida;
• Ausência de amolgamento do solo, quando da operação de cravação do equipamento;
• Coincidência da superfície de ruptura com a geratriz do cilindro, formado pela rotação da
palheta;

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• Uniformidade da distribuição de tensão, ao longo de toda a superfície de ruptura, quando o
torque atingir o seu valor máximo;
• Isotropia do solo.
O ensaio de palheta in -situ pode ser realizado em poços de investigação e em sondagens, ou
pode ser cravado directamente no solo até a profundidade a ser ensaiada.

O vane test fornece resultados bem próximos dos reais, mas em argilas médias e duras ocorre
perturbação causada pela cravação do aparelho afectando a estrutura do solo e fornecendo
resultados não confiáveis. E um ensaio típico para argilas moles.

No caso das diferenças na velocidade de cisalhamento, anisotropia e a efeitos de fluência,


alguns autores sugerem su deva ser corrigido para se adequar a resposta de campo (Bjerrum,
1973):

𝑆𝑢 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜 = 𝜇𝑆𝑢 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑜 (5)

onde  fator de correção, função índice de plasticidade da argila no gráfico abaixo apresentado.

A aplicação deste fator de correcção foi questionada em casos históricos de aterros sobre solos
moles (turfa) na Baixada Fluminense (Sandroni, 1993) e por outros pesquisadores (Ortigão,
1980; Coutinho, 1986). Assim sendo, na pratica deve-se avaliar a real necessidade de utilização
do factor de correcção.

2.3.2. Ensaio de penetração estática do cone (CPT) ou "Deep sounding"

O ensaio de penetração estática do cone, também conhecido como Deep Sounding, foi
desenvolvido na Holanda com o propósito de simular a cravação de estacas e está normalizado
pela ABNT através da norma NBR 3406.

O ensaio de CPT permite medidas quase contínuas da resistência de ponta e lateral devido à
cravação de um cone no solo, as quais, por relações permite identificar o tipo de solo, destacando
a uniformidade e continuidade das camadas. Permite, também, determinar os parâmetros de
resistência ao cisalhamento e a capacidade de carga dos materiais investigados.

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1. Equipamento: Uma sonda é equipada com um cone ou ponteira (geralmente em forma de cone
ou disco) na extremidade, um dispositivo de medição de força e um sistema de registro de dados.

2. Penetração: A sonda é inserida no solo a uma taxa de penetração constante. À medida que a
sonda penetra no solo, as forças de penetração são registradas e associadas às profundidades
correspondentes.

3. Registro de Dados: Durante o ensaio, os dados de penetração e as forças de resistência do solo


são registrados em um sistema de aquisição de dados.

4. Análise: Os dados coletados são analisados para determinar vários parâmetros, como resistência
do cone, resistência à ponta e atrito lateral. Esses parâmetros podem ser usados para avaliar a
capacidade de carga do solo, a coesão, a densidade, a compressibilidade e outras propriedades
geotécnicas.

Apresenta como vantagens

O CPT é uma técnica vantajosa porque é rápida, eficiente e oferece resultados contínuos de
penetração e resistência em profundidade. Ele fornece uma avaliação direta da resistência do solo
e ajuda os engenheiros a entender as características geotécnicas do subsolo em diferentes
profundidades. O CPT pode ser usado em uma variedade de contextos, como projetos de
fundações, investigações geotécnicas, análises de estabilidade de taludes e projetos
de infraestrutura.

Apresenta como desvantagens:


• A não obtenção de amostras para inspecção visual;
• A não penetração em camadas muito densas e com a presença de pedregulhos e matacões, as
quais podem tornar os resultados extremamente variáveis e causar problemas operacionais
como deflexão das hastes e deterioração na ponteira.

2.3.2.1.Composição do equipamento
O equipamento para execução do ensaio CPT consta de um cone de aço, móvel, com um ângulo
no vértice de 600 e área transversal de 10𝑐𝑚2 .

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Figura 7:Equipamento para ensaio de penetração estática do cone
Os dados permitem obter, ainda, boas indicações das propriedades do solo, ângulo
de atrito interno de areias, e coesão e consistência das argilas.

2.3.2.2.Princípio de funcionamento

O ensaio consiste em cravar o cone solidário a uma haste e medir o esforço necessário à penetração.
São feitas medidas de resistência de ponta e total, conforme ilustra a figura abaixo

𝑓𝑠
• A razão do atrito será dado por: 𝑅𝑓 = 𝑞𝑐

Onde:

• A resistência de ponta: 𝑞𝑐 [𝐹𝐿−2 ]


• A resistência lateral: [𝐹𝐿−2 ]

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Figura 8: Ensaio de penetração estática do cone no campo

Segundo a Robertson & Campanella (1983) a classificação dos solos será segundo o diagrama
abaixo:

Figura 9: Classificação dos solos

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2.3.3. Ensaio pressiométrico (câmara de pressão no furo de sondagem)

Este ensaio é usado para determinação “in situ” principalmente do módulo de

elasticidade (e da resistência ao cisalhamento de solos e rochas), sendo desenvolvido na França

por Menard.

2.3.3.1.Composição do equipamento

O equipamento do ensaio, chamado pressiométrico, é constituído por três partes: Sonda, unidade
de controlo de medida pressão – volume e tubulações de conexão. A sonda pressiométrica é
constituída por uma célula central ou de medida e duas células extremas, chamadas de células
guardas, cuja finalidade é estabelecer um campo de tensões radiais em torno da célula de medida,
conforme a figura abaixo.

Após a instalação da sonda na posição de ensaio, as células guardas são infladas


com gás carbónico, a uma pressão igual a da célula central. Na célula central é injectada água sob
pressão, com o objectivo de produzir uma pressão radial nas paredes do furo. Em seguida, são
feitas medidas de variação de volume em tempos padronizados (15, 30 e 60 segundos após a
aplicação da pressão do estágio). O ensaio é finalizado quando o volume de água injectada atingir
700 𝑎 750 𝑐𝑚3 .

Com a interpretação dos resultados de pares de valores (pressão x  volume) obtidos no ensaio, se
determina o módulo pressiométrico, entre outros valores de pressão. (Pereira, Feuerhamel, & Bica,
2017).

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Figura 10: Ensaio de pressiométrico e os gráficos dos resultados dos ensaios

Classificação do solo

a) Para Gaguelin et al.(1978)


Tipo de solo Argila mole Argila dura Argila Areia solta ou Silte Areia ou
a muito rija silte compacto cascalho
dura compreessivel
𝑞𝑐 /𝑃𝐿𝑀 1-2.5 2.5-3.5 3-4 1-1.5 3-5 5-12
Tabela 2:Solos Gagueli (1978)
b) para Gonin et al. (1992)

Tipo de solo Silte Areia Argila mole Argila plástica Marga Gesso
𝑁60 32 21 26 18 23 6
⁄𝑃
𝐿𝑀

𝑁60 2.6 2.9 2.3 1.6 1.9 0.7


⁄𝐸
𝑀

Tabela 3:Solos Gonin (1992)

Onde:
• 𝑃𝐿𝑀 − Pressão limite (Mpa)
• 𝐸𝑀 − Modulo Menard (Mpa)

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2.3.4. Ensaio de penetração dinâmica SPT
O Standard Penetration Test (SPT), ou Teste de Penetração Padrão, é um ensaio geotécnico
amplamente utilizado para avaliar a resistência do solo em locais de construção ou em projetos de
engenharia civil. Ele fornece informações sobre as características mecânicas do solo e ajuda a
determinar a capacidade de suporte do solo para fund ações e estruturas.

Os ensaios de sondagem à percussão permitiram identificar a presença de camadas de argila

orgânica, com consistência variando de mole e muito mole, ao longo de toda a extensão da estrada.

São camadas superficiais, com espessuras entre 1,70 m e 6,00 m.

Muitas vezes, percebe-se que essas camadas de argila orgânica estão intercaladas a faixas arenosas,
por isso a presença de lentes de areia no solo colectado das amostras indeformadas

Para Jame A. Santos (IST)o ensaio SPT(Starndat penetration Test) e realizado na base de um furo
de sondagem em consiste em cravar no terreno um amostrador com dimensões e energia de
cravação normalizadas.

O ensaio é utilizado principalmente para a determinação das propriedades mecânicas dos solos
arenosos. Trata-se de um ensaio expendido e pouco dispendioso e,porisso, e talvez o ensaio mais
utilizado na pratica para o reconhecimento das condições do terreno.

O ensaio é realizado em 3 fase:

1. Preparação do Equipamento: Um amostrador padrão (também conhecido como “tubo SPT”) é


fixado na extremidade de uma haste de perfuração.

2. Cravação do Amostrador: A haste de perfuração, com o amostrador preso, é levantada e liberada


de uma certa altura para cravar o amostrador no solo. Esse processo é repetido por um número
padrão de golpes (geralmente 30 golpes).

3. Registro dos Parâmetros: O número total de golpes necessários para afundar o amostrador a uma
profundidade específica (geralmente 15 ou 30 cm) é registrado como “N” (Número de Golpes
SPT). Esse valor é usado como indicador da resistência do solo.

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Devido as perturbações do terreno provocados pelos trabalhos de furacão, desprezam-se os
resultados da primeira fase. Os números de pancadas são necessários para atingir a penetração de
30cm.

A segunda e terceira fase definem o valor do N (SPT).

O valor de “N” obtido no SPT é correlacionado com a resistência do solo e é usado para estimar
parâmetros geotécnicos importantes, como a capacidade de carga e a coesão do solo. No entanto,
vale a pena observar que o SPT tem algumas limitações. Por exemplo, ele não fornece uma
medição direta da resistência do solo e pode ser afetado por factores como a habilidade do operador
e as condições de cravação.

O SPT é uma ferramenta útil na fase inicial de projetos de engenharia, pois fornece uma estimativa
rápida da resistência do solo. No entanto, para análises mais detalhadas, é comum combinar os
resultados do SPT com outros ensaios e investigações geotécnicas, a fim de obter uma
compreensão mais completa das características do solo.

Figura 11:Ilustrativo de um ensaio SPT

Factor correctivo relacionado com a energia de cravação (ERr/60):

Considerou-se para efeitos de normalização uma eficiência de 60% para o sistema de cravação,
isto é, só 60% da energia potencial (produto da massa pela altura de queda do pilão) atinge o
extremo inferior do equipamento.

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Os equipamentos com dispositivo de disparo automático do pilão apresentam uma eficiência da
ordem dos 60%, enquanto que os equipamentos mais antigos em que é necessário elevar e largar
o martelo através de um dispositivo de corda e roldana, as perdas de energia são bastante superiores
e a eficiência reduz para valores da ordem dos 45%.

Nota: Assim, por exemplo, um resultado de N = 20 obtido num equipamento de corda e roldana é
equivalente a um resultado de N = 15 num equipamento de disparo automático do pilão.

40%
= 0.75
60%

Comprimento total das varas (m) 𝜆


3-4 0.75
4-6 0.85
6-10 0.95
>10 1
Tabela 4:Factor correctivo relacionado com o comprimento das varas (EC7)

Tipo de areia Compacidade relativa 𝐶𝑁


𝐼𝑝 (%)
Normalmente consolidadas 40 a 60 2/(1 + 𝜎𝑣′ )
60 a 80 3/(2 + 𝜎𝑣′ )
Sobre consolidada 1.7/(0.7 + 𝜎𝑣′ )
𝜎𝑣′ em kPa x 10-2, assim para uma tensão efectiva de recobrimento de 100kPa tem-se
𝜎𝑣′ = 1 𝑒 𝐶𝑁 = 1
Não são recomendáveis valores de CN superiores a 2 (ou preferivelmente 1,5)
Tabela 5:Factor correctivo relacionado com tensão efetiva do recobrimento (EC7)

Skemptom (1986):𝑁60 = 𝐼𝐷2 (𝑎 + 𝑏𝜎𝑣′ ) (a,b)- representam o material

Para Dirceu Velloso 1998, As corelações baseadas no SPT não são exactas porem são
necessárias.

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2.4.Comparação com ensaios laboratoriais

Em comparação com os ensaios de laboratório, que envolvem a coleta de amostras representativas


do solo e sua subsequente análise, os ensaios in-situ oferecem várias vantagens. Eles são mais
econômicos e rápidos, reduzindo a necessidade de manipular as amostras e esperar pelos
resultados. Além disso, evitam possíveis perturbações das propriedades do solo durante o processo
de coleta e transporte das amostras.

2.4.1. Vantagens do Ensaio In-Situ


• Representatividade: Os ensaios in-situ ocorrem no ambiente real em que o fenômeno ocorre,
o que muitas vezes leva a resultados mais representativos e relevantes;
• Minimização de Perturbações: Como os materiais ou sistemas não são removidos do
ambiente, as perturbações são minimizadas, resultando em uma análise mais precisa;
• Dados em Tempo Real: Em muitos casos, os ensaios in-situ fornecem dados em tempo real,
permitindo a monitorização contínua e a detecção imediata de mudanças;
• Condições Ambientais Reais: As condições ambientais, como temperatura, humidade e
pressão, são mantidas, o que pode ser crucial para a compreensão de certos fenômenos.

2.4.2. Desvantagens do Ensaio- In- Situ


• Interferências Ambientais: O ambiente in-situ pode introduzir interferências e variações que
afetam a precisão das medições.
• Limitações Tecnológicas: Nem todos os tipos de ensaios podem ser realizados in-situ devido
a limitações tecnológicas ou logísticas.
• Custo e Recursos: Ensaios in-situ frequentemente requerem equipamentos especializados e
pessoal treinado, o que pode ser mais caro e demandar mais recursos do que os ensaios
laboratoriais.
• Complexidade: A interpretação dos resultados in-situ pode ser mais complexa devido a fatores
ambientais e variáveis desconhecidas.

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2.4.3. Limitações do Ensaio In-Situ

Apesar das vantagens dos ensaios in-situ, existem algumas limitações e desafios como:

• Variações Espaciais e Temporais: As condições no local de teste podem variar


espacialmente e ao longo do tempo, o que pode afetar a representatividade dos resultados.
• Mudanças sazonais, variações climáticas e heterogeneidade dos materiais podem introduzir
incertezas nos dados coletados.
• Dificuldade de Acesso: Em alguns casos, o local de teste pode ser de difícil acesso, o que
pode limitar a frequência e a qualidade das medições. Isso pode ser especialmente
desafiador em ambientes remotos, subaquáticos ou de difícil alcance.
• Interferências: Em alguns casos, a presença de interferências ambientais, como ruído
elétrico, variações de temperatura e outras condições ambientais, pode afetar a precisão das
medições. Essas interferências podem ser difíceis de controlar ou mitigar.
• Restrições de Tamanho e Escala: Dependendo do método de ensaio, pode haver
limitações em relação ao tamanho mínimo ou máximo do local ou objeto que pode ser
testado in-situ. Isso pode restringir a aplicabilidade dos ensaios a certos cenários.
• Limitações de Profundidade: Em algumas situações, como na exploração geológica ou
em inspeções subaquáticas, a profundidade pode ser uma limitação significativa para a
realização de ensaios in-situ.
• Calibração e Precisão: A calibração precisa dos instrumentos de medição é essencial para
garantir resultados confiáveis. A falta de calibração adequada pode levar a resultados
incorretos e comprometer a validade das conclusões obtidas in-situ.
• Invasividade: Alguns ensaios in-situ podem ser invasivos, envolvendo a introdução de
sensores, equipamentos ou agentes no local de teste. Isso pode alterar as condições naturais
do ambiente e afetar os resultados.
• Limitações de Observação: Em alguns casos, a natureza do ambiente pode dificultar a
observação direta dos processos em estudo. Isso pode levar a uma compreensão limitada
dos fenômenos ou à necessidade de complementar os ensaios in-situ com outras
abordagens.

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• Custo e Recursos: Ensaios in-situ muitas vezes requerem investimentos significativos em
termos de equipamentos, pessoal especializado e logística. Isso pode limitar a viabilidade
de realizar esses ensaios em certos contextos.
• Limitações de Equipamentos: A disponibilidade de equipamentos adequados e
tecnologia avançada pode ser uma limitação em algumas situações, impedindo a realização
de ensaios in-situ com os níveis desejados de precisão e resolução

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3. Capitulo III

3.1. Conclusão

Neste trabalho foi descrito os ensaios de parâmetros de resistência a nível de campo, com vista a
determinar o comportamento da coesão e ângulo de atrito interno nos solos pois estas variáveis
nos ajudam na resolução de vários problemas geotécnicos como estruturas de contenção,
fundações, estabilidade de taludes, pavimentos, entre outros.

Perante as afirmações supracitadas fica claro a importância referente aos estudos sobre o ensaio
in-situ representam uma abordagem valiosa e essencial em diversas áreas científicas e técnicas. A
capacidade de realizar medições, observações e análises diretamente no local onde os fenômenos
ocorrem oferece uma compreensão mais profunda e precisa das condições reais, minimizando
perturbações e maximizando a representatividade dos resultados. De salientar que o ensaio in-situ
possui certas limitações.

No entanto, é fundamental reconhecer as limitações inerentes aos ensaios in-situ. Variações


espaciais e temporais, interferências ambientais e desafios logísticos podem afetar a qualidade e
interpretação dos dados obtidos. A decisão de realizar ensaios in-situ deve ser baseada em uma
avaliação cuidadosa dos objetivos da análise, das características do sistema em estudo e das
limitações tecnológicas e financeiras.

Em função disso, é primordial a conscientização dos profissionais da área sobre o assunto para que
o mesmo não seja ignorado. Além disso, é crucial o investimentos e estudos a respeito da
resistência ao cisalhamento dos solos, para o desenvolvimento de melhorias e facilidad es para
realização dos ensaios, promovendo dessa forma maior segurança e economia para as edificações.

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4. Capítulo IV

4.1. Referencias Bibliográficas


BASTOS, C., Dias, C., Pinto, P., & Hood, E. (14 de Novembro de 2006). Determinação De
Parâmetros De Resistência De Um Solo Sedimentar Estratificado Através De Ensaios De
Cisalhamento Direto

CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e suas aplicações. Fundamentos. 6º edição, Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 1988.

CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e suas aplicações. Mecânica das Rochas,
Fundações, Obras de Terra. 6º edição, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora,
1988.

GERSCOVICH, Denise M. S. Resistencia ao Cisalhamento, 2010. Disponível em:


http://www.eng.uerj.br/~denise/pdf/resistenciacisalhamento.pdf Acesso em 18 de agosto de
2023.

https://www.youtube.com/watch?v=1VMv1QNtsVU&ab_channel=AedjotaMatos acessados 18
de Agosto de 2023

https://www.youtube.com/watch?v=uYeWU0OinRA acessados 19 de Agosto de 2023

JAIME A. Santos (IST) DFA em Geotecnia para Engenharia,ensaios do campo DFA em


Geotecnia para Engenharia Civil

LAMBE, T. William; WHITMAN, Robert V. Mecánica de Suelos. – México: Editorial Limusa


S.A., 1974 (em espanhol).

MARAGNON, M. (2018). 1 (2018 ed.). João fora, Brasil: NuGeo

UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora). Resistência ao Cisalhamento dos Solos, 2009.
Disponível em: http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/ms2_unid05-P1.pdf Acesso em 6 de
agosto de 2021.

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