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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GEOVANE FORTUNATO
RAFAEL GOMES FERREIRA

UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS TEÓRICOS E SEMI-EMPÍRICOS NO


DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAÇÕES

Palhoça
2020
GEOVANE FORTUNATO
RAFAEL GOMES FERREIRA

UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS TEÓRICOS E SEMI-EMPÍRICOS NO


DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial
à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Paulo Henrique Wagner, Esp.

Palhoça
2020
Dedicamos este trabalho à todas os nossos
familiares pelo apoio que recebemos em todos
os momentos desta caminhada, e pelo incentivo
que nos faz com que sigamos em frente cada
dia.
AGRADECIMENTOS

Geovane Fortunato

Primeiramente agradeço aos meus pais Marilene e João Carlos e meus irmãos Jean
Carlos e Ariana por todo apoio e incentivo que recebi de vocês para nunca desisti.
A minha esposa Láisa por todo o apoio e compreensão em todos os momentos, tendo
um papel importante para eu conseguir alcançar esse objetivo.
A minha tia Maria Isabel pelo incentivo para iniciar o curso de Engenharia Civil.
Ao professor e orientador Paulo Henrique Wagner por sua experiência e durante todas
as unidades de aprendizagem que ministrou, sendo de extrema importância para o
desenvolvimento deste projeto
A todos os professores que contribuíram com seus conhecimentos em todo o curso.
AGRADECIMENTOS

Rafael Gomes Ferreira

Queria agradecer primeiramente aos meus pais, Eva e Gomes por todo o apoio e carinho
que eu recebi desde o começo do curso.
Agradecer também aos meus colegas de curso que sempre tiveram presentes, em
especial ao Claudemir pela amizade do começo ao fim dessa etapa.
Ao professor Paulo Wagner, pela sua experiência e eficácia nas aulas, sendo uma peça
chave para o desenvolvimento deste trabalho.
A todos os professores que nos orientaram desde o começo do curso para chegarmos ao
fim da melhor forma possível.
“Se você não acreditar em si mesmo, ninguém fará isso por você.”
(Kobe Bryant).
RESUMO

Uma fundação tem como objetivo de transmitir as cargas provenientes da estrutura para o solo,
sendo assim, é de extrema importância considerar a interação do solo. Existem dois grupos de
fundações, as rasas e as profundas, as rasas difundem as tensões para o solo pela base, e as
profundas difundem as tensões pelo atrito do fuste e ponta, da estaca com o solo. O trabalho
tem por objetivo comparar através da planta de carga de uma edificação, os métodos teóricos e
semi-empíricos de fundações, utilizando os métodos de sondagens para fundação direta, Flexão
e Terzaghi Peck, e para fundação profunda os métodos de Teixeira, Decourt Quaresma e Aoki
Velloso. Para assim calcular e dimensionar suas seções, áreas e compara-los, obtendo o método
que dará o valor mais eficaz e econômico perante a planta de carga estudada.

Palavras-chave: Fundação. Métodos Semi-Empíricos. Sondagem do solo. Métodos.


ABSTRACT

A foundation aims to transmit as structural loads to the soil, therefore, it is extremely important
to consider the interaction of the soil. There are two groups of foundations, as shallow and deep,
shallow as different stresses for soil at the base, and as deep as stresses due to friction of trust
and tip, pile with soil. The aim of the work is to compare the theoretical and semi-empirical
methods of foundations, using the survey methods for the direct foundation, Flexão e Terzaghi
Peck, and for deep foundations of the methods of Teixeira, Decourt through the load plan of an
edition. Quaresma and Aoki Velloso. To calculate and dimension your configurations, areas
and compare them, obtain the method that allows you to obtain the most effective and
economical value considered as a studied load plant.
Keywords: Foundation. Semi-empirical Methods. Soil survey. Methods
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Equipamento para o Ensaio de Sondagem à Percussão .......................................... 21


Figura 2 – Equipamento para Ensaio de Sondagem Rotativa .................................................. 22
Figura 3 – Tipos de fundação rasa ............................................................................................ 23
Figura 4 – Sapata isoladas ........................................................................................................ 24
Figura 5 – Sapata Corrida ......................................................................................................... 25
Figura 6 – Tipos de Fundações Profundas ............................................................................... 26
Figura 7 – Execução da estaca escavada .................................................................................. 28
Figura 8 – Execução da estaca Strauss ..................................................................................... 29
Figura 9 – Estaca de Lama ....................................................................................................... 30
Figura 10 – Estaca Franki ......................................................................................................... 31
Figura 11 – Estaca hélice contínua ........................................................................................... 32
Figura 12 – Estaca raiz ............................................................................................................. 33
Figura 13 – Escavação tubulação a céu aberto ......................................................................... 34
Figura 14 – Tubulão de ar comprimido .................................................................................... 35
Figura 15 – Siglas das sapatas .................................................................................................. 38
Figura 16 – Comprimento de Ancoragem Básico .................................................................... 39
Figura 17 – Siglas das alturas da sapata ................................................................................... 41
Figura 18 – Fatores de capacidade de carga ............................................................................. 43
Figura 19 – Parâmetros geotécnicos médios do solo em função do NSPT .............................. 44
Figura 20 – Fatores de capacidade de carga ............................................................................. 45
LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 – Comparativo de áreas Flexão e Terzaghi e Peck ................................................... 66


Gráfico 2 – Comparativo de Resistência Admissível ............................................................... 94
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Espessura de compensação de corrosão ................................................................ 27


Quadro 2 – Fatores de Forma ................................................................................................... 44
Quadro 3 – Fator de segurança global ...................................................................................... 46
Quadro 4 – Fatores de Correção 𝐹1 e 𝐹2 ................................................................................. 48
Quadro 5 – Coeficiente K e Função do tipo de solo (α) ........................................................... 49
Quadro 6 – Valores para o coeficiente K ................................................................................. 51
Quadro 7 – Valores de α ........................................................................................................... 52
Quadro 8 – Valores de β ........................................................................................................... 52
Quadro 9 – Valores do parâmetro α ......................................................................................... 53
Quadro 10 – Valores do parâmetro β ....................................................................................... 54
Quadro 11 – Valores de SPT .................................................................................................... 57
Quadro 12 – Comparativo Flexão e Terzaghi e Peck ............................................................... 65
Quadro 13 – Aoki-Velloso, Cálculo Resistência Lateral ......................................................... 69
Quadro 14 – Aoki-Velloso, Cálculo Resistência de Ponta ....................................................... 71
Quadro 15 – Aoki-Velloso, Cálculo de Capacidade de Carga ................................................. 73
Quadro 16 – Aoki-Velloso, Cálculo da Resistência Admissível .............................................. 74
Quadro 17 – Aoki-Velloso, Número de Estaca ........................................................................ 75
Quadro 18 – Decourt-Quaresma, Cálculo da Resistência Lateral ............................................ 77
Quadro 19 – Decourt-Quaresma, Cálculo da Resistência de Ponta ......................................... 79
Quadro 20 – Decourt-Quaresma, Cálculo da Capacidade de Carga......................................... 80
Quadro 21 – Decourt-Quaresma, Cálculo da Resistência Admissível ..................................... 81
Quadro 22 – Decourt-Quaresma, Número de Estacas .............................................................. 82
Quadro 23 – Teixeira, Cálculo da Resistência de Ponta........................................................... 85
Quadro 24 – Teixeira, Cálculo da Resistência Lateral ............................................................. 87
Quadro 25 – Teixeira, Cálculo da Capacidade de Carga .......................................................... 88
Quadro 26 – Teixeira, Cálculo da Resistência Admissível ...................................................... 89
Quadro 27 – Teixeira, Número de Estacas ............................................................................... 90
Quadro 28 – Análise comparativa entre os métodos semi-empíricos ...................................... 91
Quadro 29 – Comparativo de Resistências Admissíveis entre os métodos semi-empíricos .... 93
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 18
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................................... 18
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 19
1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 19
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 19
1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 19
1.4 RECURSOS DO TRABALHO ....................................................................................... 19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 20
2.1 SONDAGENS ................................................................................................................. 20
2.1.1 Sondagem a Percussão ................................................................................................ 20
2.1.2 Sondagem Rotativa ..................................................................................................... 21
2.2 TIPOS DE FUNDAÇÕES ............................................................................................... 23
2.2.1 Fundações Rasas .......................................................................................................... 23
2.2.1.1 Radier ......................................................................................................................... 23
2.2.1.2 Sapatas ........................................................................................................................ 24
2.2.1.2.1 Sapatas isoladas ...................................................................................................... 24
2.2.1.2.2 Sapatas corrida ........................................................................................................ 25
2.2.1.2.3 Sapatas associadas .................................................................................................. 25
2.2.1.3 Blocos ......................................................................................................................... 25
2.2.2 Fundações Profundas .................................................................................................. 26
2.2.2.1 Estacas ........................................................................................................................ 27
2.2.2.1.1 Estacas metálicas..................................................................................................... 27
2.2.2.1.2 Estacas pré-moldadas de concreto .......................................................................... 28
2.2.2.1.3 Estacas escavadas ................................................................................................... 28
2.2.2.1.4 Estacas Strauss ........................................................................................................ 29
2.2.2.1.5 Estacas de lama ....................................................................................................... 29
2.2.2.1.6 Estacas tipo Franki .................................................................................................. 30
2.2.2.1.7 Estacas hélice contínua ........................................................................................... 31
2.2.2.1.8 Estacas raiz .............................................................................................................. 32
2.2.2.2 Tubulões ..................................................................................................................... 33
2.3 CAPACIDADE DE CARGA .......................................................................................... 35
2.3.1 Capacidade de Carga das Sapatas ............................................................................. 35
2.3.1.1 Método a Flexão ......................................................................................................... 36
2.3.1.2 Cálculo da Tensão admissível .................................................................................... 37
2.3.1.3 Método de Terzaghi e Peck (1943) ............................................................................ 42
2.3.2 Capacidade de Carga das Estacas ............................................................................. 46
2.3.2.1 Método Aoki-Velloso (1975) ..................................................................................... 47
2.3.2.2 Método Decourt e Quaresma (1983) .......................................................................... 50
2.3.2.3 Método de Teixeira (1996) ......................................................................................... 52
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 55
4 ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 56
4.1 MÉTODO A FLEXÃO (SEMI-EMPÍRICO) .................................................................. 56
4.1.1 Tensão admissível ........................................................................................................ 56
4.1.1.1 Bulbo de tensões ......................................................................................................... 56
4.1.1.2 NSPT .......................................................................................................................... 57
4.1.1.3 Cálculo da Tensão admissível .................................................................................... 57
4.1.2 Dimensionamento ........................................................................................................ 58
4.1.2.1 Área da Sapata ............................................................................................................ 58
4.1.2.2 Dimensões da sapata................................................................................................... 58
4.1.2.3 Tensão Aplicada ......................................................................................................... 59
4.1.2.4 Verificação comprimento de ancoragem .................................................................... 59
4.1.2.5 Resistência de cálculo do concreto a tração ............................................................... 59
4.1.2.6 Resistência de aderência ............................................................................................. 60
4.1.2.7 Resistência de cálculo do aço ao escoramento ........................................................... 60
4.1.2.8 Comprimento de ancoragem básico ........................................................................... 60
4.1.2.9 Cálculo das alturas ...................................................................................................... 61
4.2 CÁLCULO DE SAPATA PELO MÉTODO TERZAGHI E PECK ............................... 62
4.2.1 Fatores geotécnicos e ângulo de atrito ....................................................................... 62
4.2.1.1 NSPT .......................................................................................................................... 62
4.2.1.2 Ângulo de atrito .......................................................................................................... 62
4.2.1.3 Fatores de capacidade de carga .................................................................................. 62
4.2.1.4 Coesão e Peso específico ............................................................................................ 63
4.2.2 Dimensionamento ........................................................................................................ 63
4.3 COMPARATIVO MÉTODO A FLEXÃO E TERZAGHI E PECK .............................. 64
4.4 CÁLCULO DE ESTACA PELO MÉTODO AOKI- VELLOSO (1975) ....................... 67
4.4.1 Dados iniciais da estaca............................................................................................... 67
4.4.1.1 Área de ponta e lateral ................................................................................................ 67
4.4.1.2 Valores de Correção ................................................................................................... 68
4.4.2 Resistência de atrito lateral ........................................................................................ 68
4.4.2.1 NSPT .......................................................................................................................... 68
4.4.2.2 Espessura da camada de solo ...................................................................................... 68
4.4.2.3 Atrito lateral................................................................................................................ 69
4.4.2.4 Incógnita geotécnica da resistência lateral ................................................................. 69
4.4.2.5 Parcela de resistência de atrito lateral ........................................................................ 69
4.4.3 Resistência de Ponta .................................................................................................... 70
4.4.3.1 Atrito de ponta ............................................................................................................ 70
4.4.3.2 Incógnita geotécnica da resistência de ponta .............................................................. 71
4.4.3.3 Parcela de resistência de ponta ................................................................................... 71
4.4.4 Capacidade de carga ................................................................................................... 72
4.4.5 Resistência admissível ................................................................................................. 73
4.4.6 Dimensionamento ........................................................................................................ 74
4.5 CÁLCULO DE ESTACA PELO MÉTODO DECOURT-QUARESMA ....................... 76
4.5.1 Dados iniciais da estaca............................................................................................... 76
4.5.2 Resistência lateral ........................................................................................................ 77
4.5.2.1 Cálculo da resistência de lateral ................................................................................. 77
4.5.3 Resistência de Ponta .................................................................................................... 78
4.5.3.1 Parâmetros geotécnicos .............................................................................................. 78
4.5.3.2 NP ............................................................................................................................... 78
4.5.3.3 Cálculo da resistência de ponta .................................................................................. 79
4.5.4 Capacidade de Carga .................................................................................................. 80
4.5.5 Resistência admissível ................................................................................................. 81
4.5.6 Dimensionamento ........................................................................................................ 82
4.6 CÁLCULO DE ESTACA PELO MÉTODO TEIXEIRA ............................................... 84
4.6.1 Dados iniciais da estaca............................................................................................... 84
4.6.2 Resistência de ponta .................................................................................................... 84
4.6.2.1 Parâmetros da resistência de ponta ............................................................................. 84
4.6.2.2 NP ............................................................................................................................... 84
4.6.2.3 Cálculo da resistência de ponta .................................................................................. 85
4.6.3 Resistência de atrito lateral ........................................................................................ 86
4.6.3.1 Parâmetros da resistência de atrito lateral .................................................................. 86
4.6.3.2 NL ............................................................................................................................... 86
4.6.3.3 Cálculo de resistência lateral ...................................................................................... 86
4.6.4 Dimensionamento ........................................................................................................ 90
4.7 COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS SEMI-EMPIRICOS ................................... 91
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 95
5.1 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES PARA NOVAS PESQUISAS .......................... 96
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 97
ANEXOS ............................................................................................................................... 101
ANEXO A – Sondagem SP5 ................................................................................................ 102
ANEXO B – Sondagem SP9 ................................................................................................. 103
ANEXO C – Planta de Carga .............................................................................................. 104
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIAÇÕES

𝐴𝐿 Área lateral
𝐴𝑝 Área de ponta da estaca
𝐵 Menor lado da fundação
𝑐 Coesão
𝑐 ′ Coesão
cm Centímetros
CPT Ensaio de penetração de cone
𝐷 Embutimento da fundação
𝐹1 Fator de Correção
𝐹2 Fator de Correção
𝑓𝑆 Atrito lateral
𝐹𝑆 Fator de segurança
𝐾 Função do tipo de solo
Kg Kilograma
Kg/m³ Kilograma metros cúbicos
𝑘𝑁/𝑚2 Kilonewton por metro quadrado
𝐿 Maior dimensão da fundação em planta
m Metros
NBR Norma Brasileira
𝑁𝐶 Fator de capacidade de carga
𝑁𝐿 Índice de Resistência a penetração média na camada de solo de espessura
𝑁𝑝 Índice de Resistência a penetração na cota de apoio da estaca
𝑁𝑞 Fator de capacidade de carga
NSPT Número de golpes de penetração no ensaio SPT
𝑁𝛾 Fator de capacidade de carga
𝑞 Tensão efetiva na cota de assentamento da fundação
𝑄 Capacidade de carga das estacas
𝑄𝑎𝑑𝑚 Resistência admissível
𝑞𝐶 Resistência de ponta do cone
𝑄𝐿 Resistência de atrito lateral
𝑄𝑃 Resistência de ponta
𝑄𝑅 Resistência da estaca
𝑟𝐿 Incógnita geotécnica da resistência de lateral
𝑟𝑃 Incógnita geotécnica da resistência de ponta
𝑆𝑐 Fator de forma
SPT Standard Penetration Test
𝑆𝑞 Fator de forma
𝑆𝛾 Fator de forma
𝑡𝑓/𝑚2 Tonelada força por metro quadrado
𝑈 Perímetro da estaca
𝛼 Parâmetro da resistência de ponta
β Parâmetro da resistência de atrito lateral
∆𝐿 Espessura da Camada de Solo
σ𝑅 Tensão de ruptura
𝜎𝑟 Capacidade de carga
𝛾 Peso específico do solo
∑𝑄𝑆 Somatório de resistência lateral
∅′ Ângulo de atrito interno
18

1 INTRODUÇÃO

Na realização de uma edificação, sua fundação precisa ser adequada para dar suporte
necessário às cargas que virá a existir, pois ela tem função de receber todos os esforços
provenientes da estrutura. A fundação sendo ela rasa ou profunda, normalmente ficam
totalmente enterradas, tendo a função de apoio para a edificação e de transferência da carga
recebida para o solo.
Na escolha de que tipo de fundação utilizar, vários parâmetros são levados em
consideração, sendo eles o estudo topográfico da região, avaliação das características do solo
por meio das sondagens, estudo do lençol freático, avaliação de que tipo de estrutura será feita,
se é de pequeno ou grande porte, e também se na execução da fundação escolhida, terá efeito
em algum edificação vizinha como barulhos excessivos ou tremores que podem danificar a
mesma.
Neste trabalho, foi realizado um estudo comparativo entre os métodos teóricos e semi-
empíricos, utilizando resultados de previsões de resistência, com fórmulas que envolvam o tipo
de solo, estacas, sapatas e suas dimensões. Para isso, serão utilizados os resultados da
investigação do solo obtido através de duas sondagens, e então fazer a realização de cálculos
dos métodos para o dimensionamento do elemento de fundação, conforme a planta de carga.
Com os valores obtidos das cargas e esforços da base na estrutura, serão então
comparados os resultados entre métodos, e analisar qual método se tornou mostrou mais
eficiente diante da situação.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Através do laudo de sondagem e planta de carga da edificação, serão dimensionadas


fundações rasas e profundas para a sustentação da estrutura. No caso das fundações rasas, por
meio do método de Flexão e Terzaghi Peck, serão calculados a tensão admissível do solo e o
dimensionamento das sapatas, com isso, é feito um estudo comparativo entre métodos. Para as
fundações profundas, serão calculadas e dimensionadas as estacas pelo método de Decourt-
Quaresma, Aoki-Velloso e Teixeira, e então feito um estudo comparativo entre métodos.
19

1.2 JUSTIFICATIVA

A justificativa principal desta pesquisa fundamenta-se na comparação de métodos de


estudos que apresentem os melhores resultados de dimensionamento para projetos de fundação
diretas e profundas. Para a elaboração deste projeto de fundação foi fundamental o
reconhecimento do terreno onde a obra será implantada, além das cargas atuantes proveniente
da estrutura. Os projetos de fundações são embasados na averiguações geológico-geotécnicas.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar e comparar os métodos teóricos e semi-empíricos para o dimensionamento de


uma fundação, calculando e os comparando assim obtendo valores com o tipo de solo
encontrado, sendo a fundação rasa ou profunda.

1.3.2 Objetivos Específicos

- Pesquisar os tipos de fundações;


- Utilizar método teóricos e semi-empíricos para a realização dos cálculos;
- Realizar estudo de caso;
- Comparar os resultados dos métodos;
- Avaliar os parâmetros técnicos da fundação.

1.4 RECURSOS DO TRABALHO

Serão utilizadas planilhas computacionais em Excel – Microsoft Office Excel 365, como
ferramentas devidamente adequadas e programadas com as metodologias, para o
desenvolvimento dos cálculos do tipo de fundação a ser dimensionada.
Além das normas específicas, as análises das fundações e tipologias dos solos serão
baseadas em autores de livros específicos de solos e fundações, que apresentem metodologias
de cálculo dos métodos usados no trabalho, além de apostilas didáticas.
20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este item irá abordar todo o conhecimento adquirido durante o curso de engenharia civil
na área de fundação, assim como a aplicação das normas técnicas, utilizando as referências de
outros autores sobre os temas em artigos e livros. A revisão é constituída pelos tipos de
sondagens, tipo de fundação e a utilização dos métodos teóricos e semi-empíricos para o
dimensionamento, entre outros aspectos encontrados para a realização desse trabalho.

2.1 SONDAGENS

A sondagem é um tipo de investigação feita para saber qual tipo de solo existe em um
determinado terreno, a sua resistência, espessura das camadas, profundidade do nível de água e
até mesmo a profundidade de onde se encontra a rocha. (CONCOANI 2013, p. 12).
A sondagem a percussão com medida SPT e a sondagem rotativa são os tipos de
investigações de solo mais comumente utilizados para determinação do solo ou rocha, embora
existam vários outros métodos. Com a sondagem, é conhecido a característica local do solo, e
então adota-se o tipo de estaca que se deseja construir, deve-se observar cortes de terrenos e
construções vizinhas para assim escolher a sondagem que melhor se adequa.

2.1.1 Sondagem a Percussão

A Sondagem à percussão SPT (Standard Penetration Test) ou teste de penetração


padrão, como é simplesmente reconhecido, é imprescindível para a execução de uma obra e é
padronizada pela NBR 6484/2001.
Para VELLOSO e LOPES (2011, p. 37), a sondagens a percussão é possível ultrapassar
o nível d’agua e perfurar solos relativamente compactos ou duros. Essa sondagem não atravessa
matacões ou blocos de rocha, e encontra dificuldades em solos residuais jovens, quando muito
compacto ou com alteração de rochas.
O equipamento chamado tripé com roldana utilizado para a realização do ensaio de
sondagem à percussão é descrito na Figura 1. Este equipamento consiste num cavalete de quatro
pernas fabricadas com tubo, tendo uma roldana acoplada ao topo, e possui a função de acionar
e sustentar as hastes. Juntamente à roldana, há um cabo de aço que é usado para levantar o
martelo.
21

Figura 1 – Equipamento para o Ensaio de Sondagem à Percussão

Fonte: Pereira, Sondagem SPT (2018).

O ensaio é realizado à cada metro na sondagem a percussão, feito através da cravação


de um amostrador por meio de golpes de um peso de 65 quilogramas à uma altura de 75
centímetros. É anotado o número necessário de golpes para a cravação de 45 centímetros em
três conjuntos de golpes para cada 15 centímetros. O resultado obtido pelo ensaio SPT é o
número de golpes para cravar os últimos 30 centímetros, desprezando os 15 centímetros iniciais.
O NSPT (número de golpes para penetrar 30 centímetros no solo), é o parâmetro utilizado em
inúmeros métodos de cálculos para obter valores de resistência de base, em modo de tensão.

2.1.2 Sondagem Rotativa

Segundo VELLOSO e LOPES (2011, p. 40), a sondagem rotativa é utilizada quando no


processo de investigação encontra-se rochas que precisam ser ultrapassadas (caso de matacões
ou blocos), ou que precisam ser caracterizados.
22

Na Figura 2, apresenta-se esquematicamente o processo de perfuração, que se


fundamenta em fazer girar as hastes (pelo cabeçote de perfuração), e em força-las para baixo
(em geral, por um sistema hidráulico). No alto das hastes, há uma conexão que permite a ligação
da mangueira de água com as hastes que estão girando.
Durante o desenvolvimento da sondagem rotativa, é utilizada ferramenta tubular
chamada barrilete, para corte e retirada de amostras de rochas.

Figura 2 – Equipamento para Ensaio de Sondagem Rotativa

Fonte: Dirceu Velloso, Livro de Fundações (2011).


23

2.2 TIPOS DE FUNDAÇÕES

2.2.1 Fundações Rasas

Para REBELLO (2008, p. 41), fundação rasa é aquela em que a carga da edificação é
transmitida ao solo nas primeiras camadas. Para que isso ocorra é necessário que o solo tenha
uma alta resistência na superfície. A Figura 3 indica os tipos de fundações rasas.
Fundação rasa é definido como:

“Elementos de fundação cuja base está assentada em profundidade inferior a duas vezes
a menor dimensão da fundação, recebendo aí as tensões distribuídas que equilibram a
carga aplicada; para esta definição adota-se a menor profundidade, caso esta não seja
constante em todo o perímetro da fundação.” (NBR 6122/2019)

Figura 3 – Tipos de fundação rasa

Fonte: Adaptado Velloso e Lopes (2011).

2.2.1.1 Radier

Segundo a NBR 6122/2019 radier é definido quando a fundação superficial associada


recebe todos as cargas vindas dos pilares. VELLOSO e LOPES (2011, p. 163) indicam a
utilização de radier quando as áreas das sapatas se aproximam umas das outras, ou as
interpenetram e quando necessita uniformizar os recalques. Quando a quantidade de sapatas
seja superior a 70% do terreno pode se dizer que é um radier.
24

2.2.1.2 Sapatas

De acordo com HACHICH (1998, p. 227), as sapatas são elementos de apoio de


concreto armado que possuem uma altura reduzida em relação a sua base. São dimensionadas
para suportar as tensões produzida pela sua armadura e não pelo concreto nele empregado.
Possuem espessura constante ou variável, sendo sua base em planta normalmente
quadrada, retangular ou trapezoidal.

2.2.1.2.1 Sapatas isoladas

Sapatas isoladas recebem o carregamento de apenas um pilar, onde é submetida a


momentos fletores tendendo a ser iguais nas duas abas, em relação a sua mesa. Com isto, os
balanços devem ser iguais nas duas direções. (HACHICH, 1998, p. 228).
Sapatas isoladas no Brasil, é o modo mais comum de se fazer a fundação, devido ao seu
baixo custo e rápida execução. São utilizadas em fundações rasas, para poder suportar as cargas
transferidas pelas vigas e pilares. Executadas em concreto armado para diminuir suas
dimensões como mostra a Figura 4.

Figura 4 – Sapata isoladas

Fonte: Pereira, Sapatas de fundação (2019).


25

2.2.1.2.2 Sapatas corrida

Sapata corrida é um elemento de fundação que recebe pilares alinhados, geralmente de


concreto armado, utilizada para ação de cargas de elementos contínuos com carregamento
distribuído linearmente, como paredes, muros ou outros elementos alongados. A Figura 5 ilustra
a sapata corrida. (HACHICH, 1998, p. 261).

Figura 5 – Sapata Corrida

Fonte: Maragon, Fundações Diretas (2018).

2.2.1.2.3 Sapatas associadas

Conforme a NBR 6122/2019, sapata associada é aquela “comum a mais de um pilar”.


Geralmente ocorre devido à proximidade entre os pilares, quando não é possível projetar uma
sapata isolada em cada pilar.

2.2.1.3 Blocos

Para VELLOSO e LOPES (2011, p. 131), blocos são elementos de fundação em


concreto simples com alta rigidez. Os blocos são dimensionados para não utilizar armadura para
à flexão. As tensões de tração têm que resistir na base do bloco e ser menor do que a resistência
26

à tração do concreto. São utilizados em locais em que o solo tenha uma resistência elevada,
tendo um valor mais baixo para a sua execução que os outros tipos de fundação.

2.2.2 Fundações Profundas

A NBR 6122/2019 define a fundação profunda como um elemento que transmite a carga
ao terreno pelo base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste), ou
uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar assente em profundidade superior
ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo três metros, salvo justificativa.
Incluem-se as estacas e os tubulões como fundação profunda.
As fundações profundas são utilizadas onde o solo superficial, não apresenta resistência
suficiente para suportar as cargas. Tipos de fundações profundas na figura 6.

Figura 6 – Tipos de Fundações Profundas

Fonte: Godoi e Oliveira, Fundações Direta.


27

2.2.2.1 Estacas

CAPUTO (1996, p. 260) define a generalidade das estacas como peças alongadas, podendo
ser cilindro ou prisma, que se cravam ou se confeccionam no solo. Tem como objetivo:
 Transmitir cargas a camada profundas do terreno;
 Conter empuxos de terra e água;
 Compactação do terreno;
Seus materiais de confecção podem ser madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto
moldado in loco, sendo as de concreto as mais utilizadas, devido a sua durabilidade e baixo
custo em relação as demais. Em todas as etapas de execução não há necessidade de que um
operário faça escavação, sendo sua execução inteiramente por equipamentos e ferramentas.

2.2.2.1.1 Estacas metálicas

Caracterizam-se as estacas metálicas como peças produzidas industrialmente em aço


laminado ou soldado, podendo ser em perfil “I” e “H”. Sua introdução ao solo ocorre por
deslocamento, sem que haja a necessidade de retirada do solo. A NBR 6122/2019 indica que
caso não seja feito nenhum tratamento a corrosão, para fins de cálculo é descontado uma
espessura de sacrifício do perfil de acordo com o Quadro 1.

Quadro 1 – Espessura de compensação de corrosão

Classe Espessura mínima de sacrifício


mm
Solos em estado natural e aterros controlados 1,0
Argila orgânica; solos porosos não saturados 1,5
Turfa 3,0
Aterro não controlados 2,0
Solos contaminados * 3,2
* Casos de solos agressivos devem ser estudados especificamente
Fonte: Adaptado de NBR 6122/2019.

Conforme ZIN (2014, p. 49) as principais vantagens na utilização da estaca metálica é


que ela permite a fácil cravação, tem baixa vibração e pode ser emendada. Já sua desvantagem
ainda hoje, é seu elevado custo em comparação com os outros tipos de estacas, pois necessita
de tratamento adequado para a resistência a corrosão e oxidação.
28

2.2.2.1.2 Estacas pré-moldadas de concreto

A NBR 6122/2019 classifica estacas pré-moldadas como elementos pré-moldado ou


pré-fabricado de concreto introduzido no solo através de golpes de martelo de gravidade, de
explosão, hidráulico ou vibratório. Têm de a resistir aos esforços apresentados em projeto e
decorrentes do transporte, manuseio, cravação e solos agressivos.

O modelo mais comum para cravação de uma estaca pré-moldada é por percussão
através de um bate estaca em queda livre. Para que a estaca chegue à profundidade desejada é
utilizado um martelo com peso elevado e uma altura de queda pequena para não danificar a
estrutura da estaca.

2.2.2.1.3 Estacas escavadas

São estacas executadas através de escavação mecânica por um equipamento rotativo,


podendo ser hidráulico, a diesel ou elétrico. São mais utilizadas em locais em que o solo é
coesivo e não se tem a presença de lençol freático elevado. Podendo ser executadas com
diâmetros de até 1,50 metros, e a uma profundidade de 70 metros. Como ilustra a Figura 7.

Figura 7 – Execução da estaca escavada

Fonte: Serki Fundações Especiais (2019).


29

2.2.2.1.4 Estacas Strauss

Elemento de fundação escavado de forma mecânica, com o uso de uma camisa metálica
recuperável, que define o diâmetro das estacas. De acordo com a NBR 6122/2019, é executado
por perfuração através de balde sonda (piteira), com uso parcial ou total de revestimento
recuperável e posterior a concretagem, sendo um equipamento simples, constituído por um
tripé, tubos, soquete (300𝑘𝑔/𝑚3 ), piteira e guincho com motor de fácil transporte.
Durante a concretagem, enche-se o tubo com cerca de 75 centímetros de concreto
úmido, o apiloamento do concreto e a retirada cuidadosa do revestimento devem ser
observados, para que não haja interrupção do fuste. A manobra é repetida até o concreto atingir
a cota de arrasamento, recomenda-se um diâmetro máximo nominal de 45 centímetros.
(VELLOSO e LOPES, 2011, p. 205), A figura 8 ilustra a execução da estaca Strauss.

Figura 8 – Execução da estaca Strauss

Fonte: Construindo Decor (2019).

2.2.2.1.5 Estacas de lama

Segundo a NBR 6122/2019, as estacas escavadas com o uso de lama, sejam circulares
ou alongadas (estacas diafragma ou barretes), pela sua técnica executiva, têm sua carga
30

admissível, em grande parte, dependente do atrito ao longo do fuste, enquanto a resistência de


ponta é mobilizada apenas depois de recalques elevados.
O uso da lama permite a estabilidade da escavação abaixo do nível do lençol d'água
água, podendo atingir grandes profundidades. Quando retirado o solo escavado, a mesma é
preenchida com lama. Conforme a subida do concreto, a lama é bombeada para os silos de
armazenamento. Um exemplo de estaca de lama consta na Figura 9.

Figura 9 – Estaca de Lama

Fonte: Solonet, (2019).

2.2.2.1.6 Estacas tipo Franki

Segundo a NBR 6122/2019, à estaca Franki é moldada no próprio lugar que será
executada, sendo ela de concreto armado que possui sua base alargada. Sua cravação é feita
por meio de sucessivos golpes de um pilão, de um tubo de revestimento com ponta fechada por
uma bucha seca constituída de areia e brita, previamente firmada na extremidade do tubo por
atrito. A profundidade dessa estaca não tem limitação, devido a presença de água no subsolo.
A Figura 10, mostra o processo de execução da estaca tipo Franki.
31

Figura 10 – Estaca Franki

Fonte: Voitille (2019).

2.2.2.1.7 Estacas hélice contínua

De acordo com ALBUQUERQUE (2001, p. 5), à estaca hélice contínua é um tipo de


estaca moldada in-loco, caracterizada pela escavação do terreno utilizando um trado contínuo,
com hélices em torno de um tubo centralizado e vazado. Com a chegada da profundidade
admitida em projeto, o trado é introduzido ao solo e o concreto é bombeado para dentro do
mesmo.
32

Simultaneamente com o bombeamento o trado vai ser cuidadosamente removido, à


medida que o ele vai saindo, o solo confinado entre as pás da hélice e então é retirado.
Esse sistema pode ser utilizado na grande maioria de solos (argilas e areias), sendo uma
das principais fundações utilizadas atualmente, a Figura 11 mostra como é executada à estaca
hélice contínua.

Figura 11 – Estaca hélice contínua

Fonte: Geofix (2019).

2.2.2.1.8 Estacas raiz

A NBR 6122/2019 define a estaca raiz como sendo uma estaca armada e preenchida
com argamassa de areia e cimento, escavadas com perfuratriz, executada através de
equipamentos de rotopercussão ou rotação, revestida integralmente por um conjunto de tubos
metálicos no trecho em solo.
É recomendada para solos que possuem matacões ou rochas, pois atravessam terreno de
qualquer natureza, por possuir seus equipamentos com baixa dimensões é usada em obras que
outros equipamentos de cravação têm dificuldade de acessar. A Figura 12 mostra seu processo
de execução.
33

Figura 12 – Estaca raiz

Fonte: Escola Engenharia (2018).

2.2.2.2 Tubulões

“Elemento de fundação profunda em que, pelo menos na etapa final da escavação do


terreno, faz-se necessário o trabalho manual em profundidade para executar o
alargamento de base ou pelo menos a limpeza do fundo da escavação, uma vez que
neste tipo de fundação as cargas são transmitidas preponderantemente pela ponta”.
(NBR 6122/2019)

Segundo REBELLO (2008, p. 101), tubulão a céu aberto é um poço executado acima
do nível d’água, ou abaixo quando é possível bombeá-la sem que haja o risco de desabamento,
como mostra a Figura 13. Após a escavação é feita a limpeza ou esgotamento da água para fazer
a concretagem.
34

Figura 13 – Escavação tubulação a céu aberto

Fonte: Escola Engenharia (2018).

Tubulão de ar comprimido é utilizado em obras que o terreno superior seja instável, ou


dentro de lagos, os tubulões podem ser revestidos com camisas de concreto ou de aço. É
adaptado ao tubulão um equipamento pneumático para que o trabalho seja executado a seco
com pressão de ar comprimido. Não é muito empregado Brasil e no mundo devido ao seu
elevado custo e ao risco envolvido.
35

Figura 14 – Tubulão de ar comprimido

Fonte: VWF Fundações, 2019.

2.3 CAPACIDADE DE CARGA

2.3.1 Capacidade de Carga das Sapatas

Capacidade de carga (𝜎𝑟 ), é a tensão que provoca a ruptura, ou deformação excessiva


do maciço de solo em que a fundação está alocada.
A capacidade de carga das fundações depende de vários fatores, como a características
do maciço de solo, da geometria do elemento de fundação e de sua profundidade de
assentamento. A tensão admissível do solo é obtida introduzindo-se fatores de segurança sobre
a tensão de ruptura.
Segundo a NBR 6122/2019, a capacidade de carga de uma fundação rasa é calculada
pelos seguintes métodos:
36

 Prova de carga sobre placa, onde o ensaio é feito de acordo com a


NBR/6489, cujos resultados devem ser expostos de modo a considerar a
relação modelo-protótipo (efeito de escala), bem como as camadas
influenciadas de solo.

 Métodos teóricos, no qual podem ser empregados métodos analíticos


(teorias de capacidade de carga) nos domínios de validade de sua
aplicação, que atendem todas as particularidades do projeto, até mesmo
a natureza do carregamento (drenado ou não drenado).
 Métodos semi-empíricos, são métodos que comparam resultados de
ensaios (tais como o SPT, CPT etc.) com tensões admissíveis ou tensões
resistentes de projeto. Devem ser atentado os domínios de validade de
suas aplicações, bem como as dispersões dados e as limitações regionais
referentes a cada um dos métodos.

2.3.1.1 Método a Flexão

O dimensionamento de uma sapata por flexão consiste em calcular o momento fletor


solicitante, enquanto o esforço cortante é verificado na seção adjacente à face do pilar. A
armadura calculada para resistir aos esforços de tração (absorver os momentos fletores) é
estendida ao longo da mesma sem redução, ou seja, distribuída uniformemente nas duas
direções. Para DA SILVA (1998), uma das dificuldades do método está em fixar a proporção
de carregamento para cada direção da sapata. O autor ainda cita três critérios empíricos. O
primeiro baseado na totalidade da ação nas duas direções; O segundo na divisão da área da
sapata em triângulos (regra dos triângulos); E o terceiro na divisão da área da sapata em
trapézios (regra dos trapézios).
Para o cálculo por Flexão primeiro devemos calcular a profundidade do bulbo de
tensões, GERSCOVICH (2008), define bulbo de tensões ou bulbo de pressões como um
conjunto de várias curvas de isovalores de tensões verticais no solo induzidas por um
carregamento externo. Podemos representar a magnitude das tensões induzidas por uma
fundação, bem como seus pontos de alcance, através do bulbo de tensões.
A profundidade do bulbo de tensões é definida pela equação 1:
37

𝑍 =𝛼∗𝐵 (1)

Onde:
𝐵 = é a menor dimensão da fundação considerada;
α = Constante de forma da fundação;

2.3.1.2 Cálculo da Tensão admissível

Para o cálculo da tensão admissível do solo, CINTRA e AOKI (2011 p.107) citam que
a tensão admissível nada mais é do que a capacidade de carga dividida pelo fator de segurança,
e que servirá para o dimensionamento das suas secções resistentes.
Para sua determinação, A NBR 6122/2019 conceitua métodos que relacionam
resultados de ensaios, como o SPT ou CPT, com tensões admissíveis e que devem ser
observados os domínios de validade de suas aplicações, bem como dispersões dos dados e as
limitações regionais associadas a cada um dos métodos. A norma também indica que o fator de
segurança a ser adotado para esse tipo de método é igual a 3,0. Porém, na correlação que
utilizaremos, a formulação para a determinação da tensão admissível já considera um fator de
segurança embutido, o que nos dispensa de utilizar esse valor do fator indicado pela norma.
Para o cálculo da tensão admissível utilizaremos a equação 2:

𝜎𝐴𝑑𝑚 = 0,02 ∗ 𝑁𝑆𝑃𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 (2)

Onde:
𝜎𝐴𝑑𝑚 = Tensão admissível do solo
𝑁𝑆𝑃𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 = NSPT médio em relação a altura do bulbo de tensões.

As dimensões da base da sapata são efetivamente definidas em função do carregamento


majorado em 5%, e da tensão admissível do solo, como mostra a equação 3. (MIZIARA, 2011)

1,05 ∗ 𝑃 (3)
𝐴𝑠𝑎𝑝 =
𝜎𝐴𝑑𝑚

Onde:
38

𝐴𝑠𝑎𝑝 = Área da sapata;


𝑃 = Carga aplicada no pilar;
𝜎𝐴𝑑𝑚 = Tensão admissível;

Para termos momentos iguais nas abas da sapata, gerando assim uma economia e uma
melhor distribuição dos esforços, iremos usar uma relação homotética entre as dimensões do
pilar e as dimensões da sapata para cálculo do lado “x” e “y” da sapata utilizaremos a equação
4 e 5 respectivamente (MIZIARA, 2011).

−(𝑏𝑦 − 𝑏𝑥) + (√(𝑏𝑦 − 𝑏𝑥)2 + 4 ∗ 𝐴 (4)


𝐵𝑥 =
2

𝐴 (5)
𝐵𝑦 =
𝐵𝑥

Onde:
𝐵𝑥 = Lado da sapata x;
𝐵𝑦 = Lado da sapata y;
𝑏𝑥 = Lado do pilar x;
𝑏𝑦 = Lado do pilar y;

A Figura 15 mostra como são denotadas as siglas dos lados da sapata:


Figura 15 – Siglas das sapatas

Fonte: Dos autores, 2020.


39

Para o cálculo da tensão aplicada utilizou-se a equação 6:

𝑃 (6)
σAplicada =
𝐴𝑠𝑎𝑝

Onde:
𝑃 = Força aplicada no pilar;
𝐴𝑠𝑎𝑝 = Área da sapata;

É preciso fazer a verificação entre a altura útil da sapata e o comprimento básico de


ancoragem do pilar, onde teremos os valores dos coeficientes do concreto, zona de aderência e
aço, de acordo com a Figura 16:
Figura 16 – Comprimento de Ancoragem Básico

Fonte: Pinheiro, Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. (2007)


40

Conforme a NBR 6118/2014, a resistência de cálculo do concreto a tração é calculada


pela equação 7:

0,21 2 (7)
𝐹𝑐𝑡𝑑 = ∗ 𝑓𝑐𝑘 3
1,4

Onde:
𝑓𝑐𝑘 = Fck do concreto.

Segundo a NBR 6118/2014 a resistência de aderência é calculada pela equação 8:

𝐹𝑏𝑑 = Ƞ1 ∗ Ƞ2 ∗ Ƞ3 ∗ 𝐹𝑐𝑡𝑑 (8)

De acordo com a NBR 6118/2014, o aço CA-50, possui sua resistência (fyk) equivalente
a 500 MPa, e o cálculo de 𝑓𝑦𝑑, se dá pela equação 9:

𝑓𝑦𝑘 (9)
𝑓𝑦𝑑 =
1,15

O comprimento de ancoragem de uma barra de aço depende da qualidade e da resistência


do concreto, da posição e inclinação da barra na peça, da força de tração na barra e da
conformação superficial da barra (saliências, entalhes, nervuras etc.). (BASTOS, 2018)
De acordo com a NBR 6118/2014 o comprimento de ancoragem básico, é calculado
pela equação 10:

∅ 𝑓𝑦𝑑 (10)
𝑙𝑏 = ∗
4 𝑓𝑏𝑑

Segundo Almeida (2004), a altura deve permitir a ancoragem dos “arranques” dos
pilares. Por imposição de Norma, deve-se ter h ≥ 25 cm, as sapatas serão consideradas rígidas
quando a altura (h) respeitar as seguintes condições:
41

𝐵𝑥 − 𝑏𝑥
(11)
3

ℎ≥ 𝐵𝑦 − 𝑏𝑦
3

𝑙𝑏

A altura da base da sapata é calculada da seguinte forma:

ℎ0 ≥ 0,4 ∗ ℎ (12)
20 𝑐𝑚

A Figura 17 mostra como são denotadas as siglas das alturas da sapata:

Figura 17 – Siglas das alturas da sapata

Fonte: Dos autores, 2020.


42

2.3.1.3 Método de Terzaghi e Peck (1943)

Segundo CINTRA, AOKI, ALBIERO (2012, p. 26), Terzaghi em 1943 demostrou a


metodologia para o cálculo da capacidade de carga de fundações superficiais levando em
consideração as principais hipóteses:
 Comprimento (L) do elemento de fundação maior que a largura
(B) (𝐿/𝐵 > 5);
 Profundidade de embutimento inferior à largura da sapata (h ≤ B),
desconsideração da resistência ao cisalhamento da camada de solo acima
da cota de assentamento da sapata;
 Caracteriza-se o maciço por apresentar uma ruptura generalizada.
Com base nas considerações acima, a tensão de ruptura (σ𝑅 ), proposta por Terzaghi
considerando uma ruptura generalizada é calculada pela seguinte equação 13:

1
σ𝑅 = 𝑐 ∗ 𝑁𝐶 ∗ 𝑆𝐶 + 2 ∗ 𝛾 ∗ 𝐵 ∗ 𝑁𝛾 ∗ 𝑆𝛾 + 𝑞 ∗ 𝑁𝑞 ∗ 𝑆𝑞 (13)

Onde:
σ𝑅 = Tensão de ruptura;
𝑐 = Coesão;
𝑁𝐶 , 𝑁𝛾 𝑒 𝑁𝑞 = Fatores de capacidade de carga em função do ângulo de atrito (∅);
𝑆𝐶 , 𝑆𝛾 𝑒 𝑆𝑞 = Fatores de forma;
𝑞 = Tensão efetiva na cota de assentamento da fundação;
𝐵 = Menor lado da fundação;
𝛾 = Peso específico do solo;

Com a equação de ruptura generalizada proposta por Terzaghi, é feito o cálculo de 𝑁𝑆𝑃𝑇 ,
utiliza-se os valores das três primeiras camadas de SPT, que é a profundidade média onde a
sapata estará assentada, para definir seu valor com base na sondagem disponível, conforme
equação 14:

𝑆𝑃𝑇1 + 𝑆𝑃𝑇2 + 𝑆𝑃𝑇3


𝑁𝑆𝑃𝑇 = (14)
3
43

Para a definir o ângulo de atrito, relativo aos valores de fatores de capacidade de carga
adota-se a correlação de GODOY (1983), através da equação:

∅ = 28° + 0,4 ∗ 𝑁𝑆𝑃𝑇 (15)

Com o valor do ângulo de atrito é possível definir os coeficientes de 𝑁𝐶 , 𝑁𝛾 𝑒𝑁𝑞 através


da Figura 18:
Figura 18 – Fatores de capacidade de carga

Fonte:
Adaptado de AOKI & CINTRA (2012).
44

Os fatores de forma 𝑆𝐶 , 𝑆𝛾 , 𝑆𝑞 , são definidos conforme a forma da fundação, através da


Quadro 2:

Quadro 2 – Fatores de Forma


Forma da Fator de forma Fator de forma Fator de forma
fundação Sc Sy Sq
Corrida 1,0 1,0 1,0
Quadrada 1,3 0,8 1,0
Circular 1,3 0,6 1,0
Retangular 1,1 0,9 1,0
Fonte: Adaptado de Terzaghi e Peck, 1967.

Para a determinação de coesão e peso específico do solo, considerando para os solos


arenosos a coesão igual a zero e para solos arenosos foi considerado os estudos tabelados de
JOPPERT JR (2007), referente aos parâmetros geotécnicos médios do solo em função do 𝑁𝑆𝑃𝑇 ,
os valores se encontram-se na figura 19:

Figura 19 – Parâmetros geotécnicos médios do solo em função do NSPT

Fonte: Joppert Jr, (2007).

Na ruptura por puncionamento, de acordo com CINTRA, AOKI, ALBIERO (2012, p.


31) Terzaghi indica a utilização da mesma equação da ruptura geral, mas recomenda que os
45

parâmetros de resistência do solo, coesão e ângulo de atrito interno seja reduzido, ilustrado nas
equações 16 e 17:
2 (16)
𝑐′ = ∗𝑐
3

2 (17)
𝑡𝑔∅′ = ∗ 𝑡𝑔∅
3

Onde:
𝑐 ′ = Coesão;
∅′ = ângulo de atrito interno;

Com a substituição do ângulo de atrito interno ∅ por ∅′, também ocorrerá uma
substituição nos fatores de capacidade de carga para 𝑁𝐶 ′, 𝑁𝛾 ′ 𝑒 𝑁𝑞 ′ , podendo os valores ser
obtidos pela Figura 20.
Figura 20 – Fatores de capacidade de carga

Fonte: Terzaghi & Peck, (1943).

Aplicação do fator de segurança global (Quadro 3), ao valor obtido para a capacidade
de carga (σ𝑆 ) é calculado conforme equação 18:

σ𝑅 (18)
σ𝑆 =
𝐹𝑆
46

Onde:
𝐹𝑆 = Fator de segurança;
σ𝑅 = Tensão de ruptura;

A tensão de ruptura do solo (σ𝑅 ) é definida pela equação:

𝐹 (19)
σ𝑅 =
𝐴

Onde:
𝐹 = Força;
𝐴 = Área;

Quadro 3 – Fator de segurança global


Condição Fator de segurança
Capacidade de carga de fundações 3,0
superficiais
Capacidade de carga de estacas ou tubulões 2,0
sem prova de carga
Capacidade de carga de estacas ou tubulões 1,6
com prova de carga
Fonte: Adaptado de NBR 6122/1996.

2.3.2 Capacidade de Carga das Estacas

Para cálculo da capacidade de carga em estacas podem ser utilizado alguns métodos
semi-empíricos, dentre eles podemos destacar três, o de Aoki-Velloso, Decourt-Quaresma e
Teixeira, para a averiguação a condição verdadeira da capacidade de transferência da fundação
para o solo, podem ser realizados provas de cargas estáticas e dinâmicas, descrita nas normas,
NBR 12131/2006 e NBR 13208/2007 respectivamente.
De acordo com VELLOSO e LOPES (2011, p. 425), a realização de provas de carga
sobre estaca, tem como principal objetivo:
a) Comparar o comportamento esperado em projeto, tanto da capacidade de carga
quanto do recalque;
47

b) Explicar com segurança a carga de trabalho, nos casos onde não se pode fazer uma
previsão do comportamento.
Serão apresentados neste trabalho três métodos semi-empíricos para cálculo da
capacidade de carga das estacas, sendo eles:
 Aoki – Velloso (1975);
 Decourt e Quaresma (1983);
 Teixeira (1996);

2.3.2.1 Método Aoki-Velloso (1975)

Para (CINTRA e AOKI, 2011, p. 23) o método desenvolvido em 1975 pelos engenheiros
brasileiros Nelson Aoki e Dirceu Velloso utiliza duas principais incógnitas, a resistência de
ponta (𝑄𝑃 ) e resistência lateral (𝑄𝐿 ) entre estaca-solo, de modo que a soma total destas
resistências resulta na capacidade de carga é dado pela equação 20:

𝑄𝑅 = 𝑄𝑃 + 𝑄𝐿 (20)

Onde:
𝑄𝑃 = Resistência de Ponta;
𝑄𝐿 = Resistência Lateral;

Sendo que as parcelas de resistência de ponta são determinadas, pela equação 21:

𝑄𝑃 = 𝑟𝑃 ∗ 𝐴𝑃 (21)

Onde:
𝑄𝑃 = Resistência de Ponta;
𝑟𝑃 = Incógnita Geotécnica da Resistência de Ponta;
𝐴𝑝 = Área de Ponta da Estaca;

As parcelas de resistência de atrito lateral são dadas pela equação 22:

𝑄𝐿 = 𝑈 ∗ 𝛴 (𝑟𝐿 ∗ ∆𝐿 ) (22)
48

Sendo:
𝑄𝐿 = Resistência de Atrito Lateral;
𝑈 = Perímetro da Estaca;
𝑟𝐿 = Incógnita Geotécnica da Resistência de Lateral;
∆𝐿 = Espessura da Camada de Solo.

CINTRA e AOKI (2011, p. 23) correlaciona essas duas incógnitas geotécnica com o
ensaio de penetração CPT, por meio dos valores da resistência de ponta do cone (𝑞𝐶 ) e do atrito
lateral (𝑓𝑆 ), conforme as equações 23 e 24:

𝑞𝑐 (23)
𝑟𝑃 =
𝐹1

𝑓𝑠 (24)
𝑟𝐿 =
𝐹2

Sendo, 𝐹1 e 𝐹2 fatores de correção que levam em conta a diferença de comportamento


entre estaca e o cone CPT, e a influência do método executivo como mostra o Quadro 4.

Quadro 4 – Fatores de Correção 𝐹1 e 𝐹2


Tipos de Estacas F1 F2
Franki 2,5 2*F1
Metálica 1,75 2*F1
Pré-moldada 1+(D/0,8) 2*F1
Escavada 3,0 2*F1
Raíz, Hélice Contínua 2,0 2*F1
e Ômega
Fonte: Adaptado de Aoki e Velloso (1975).

Correlaciona-se o valor de resistência de ponta (𝑞𝐶 ) com o índice de resistência à


penetração (𝑁𝑆𝑃𝑇 ), através da equação 25:
49

𝑞𝐶 = 𝐾 ∗ 𝑁𝑆𝑃𝑇 (25)

Onde:
𝐾 = Função do tipo de solo;
𝑁𝑆𝑃𝑇 = Índice de Resistência a Penetração;

A medida do atrito lateral (𝑓𝑆 ), é obtida pela equação 26, com a utilização da razão de
atrito (𝛼), sendo ela:

𝑓𝑆 = 𝛼 ∗ 𝐾 ∗ 𝑁𝑆𝑃𝑇 (26)

O coeficiente da função do tipo de solo (𝐾) e a razão de atrito (𝛼), são utilizados em
função do tipo do solo, indicado no Quadro 5:

Quadro 5 – Coeficiente K e Função do tipo de solo (α)


Coeficiente K e Razão de atrito α
Tipo de Solo K (MPa) α (% )
Areia 1,00 1,40
Areia Siltosa 0,80 2,00
Areia Siltoargilosa 0,70 2,40
Areia Argilosa 0,60 3,00
Areia Argilosiltosa 0,50 2,80
Silte 0,40 3,00
Silte Arenoso 0,55 2,20
Silte Arenoargiloso 0,45 2,80
Silte Argiloso 0,23 3,40
Silto Argiloarenoso 0,25 3,00
Argila 0,20 6,00
Argila Arenosa 0,35 2,40
Argila Arenossiltosa 0,30 2,80
Argila Siltosa 0,22 4,00
Argila Siltoarenosa 0,33 3,00
Fonte: Adaptada de Aoki e Velloso (1975).
50

CINTRA e AOKI (2011, p. 42) apresenta as recomendações dos autores Aoki e Velloso
(1975) quanto ao cálculo da resistência admissível (𝑄𝑎𝑑𝑚 ) do elemento, a qual deve ser obtida
pela equação 27, por meio da divisão da carga admissível (𝑄𝑅 ) pelo fator de segurança (𝐹𝑆 ) para
fundações profundas, definido por meio da NBR 6122/2019 indicada no Quadro 3, que se
segue:

𝑄𝑅 (27)
𝑄𝑎𝑑𝑚 =
𝐹𝑆

Onde:
𝑄𝑎𝑑𝑚 = Resistência admissível;
𝑄𝑅 = Resistência da estaca;
𝐹𝑆 = Fator de Segurança;

2.3.2.2 Método Decourt e Quaresma (1983)

O método de Decourt–Quaresma (1983), baseia-se diretamente em valores de ensaio


SPT, diferente do Aoki-Velloso, onde foi originalmente desenvolvido para fundações com
estaca pré-moldada, e assim adequado para as diversas estacas. Consiste em calcular o atrito
lateral e a resistência de ponta na estaca, usando coeficientes tabelados para cada tipo de solo e
cada tipo de estaca que o método é composto (VELLOSO e LOPES, 2011, p. 266).

Para cálculo da resistência de ponta, utiliza-se a equação 28:

𝑄𝑝 = 𝐴𝑝 ∗ 𝑁𝑝 ∗ 𝐾 (28)

Onde:
𝐾 = tabelado pelo tipo de solo;
𝑁𝑝 = média dos valores SPT;
𝐴𝑝 = área de ponta da estaca;

Para de obter o valor de 𝑁𝑝, deve-se fazer uma média de três índices de resistência, o
correspondente ao nível da ponta ou base, o imediatamente anterior e o imediatamente
51

posterior. Com os valores de 𝑁𝑝, utilizamos o Quadro 6, para obter o valor de resistência de
ponta.

Quadro 6 – Valores para o coeficiente K


Tipos de solo 𝑲(𝒌𝑵/𝒎𝟐 ) 𝑲(𝒕𝒇/𝒎𝟐 )
Argila 120 12
Silte argiloso (solo residual) 200 20
Silte arenoso (solo residual) 250 25
Areia 400 40
Fonte: Método Decourt-Quaresma.

Para cálculo da resistência lateral, utiliza-se a equação 29:

𝑄𝐿 = 𝑞𝐿 ∗ 𝑈 ∗ 𝐿 (29)

Sendo:
𝑞𝐿 = Estimativa da tensão ou de atrito lateral;
𝑈 = Perímetro da estaca;
𝐿 = Comprimento da estaca ao longo do fuste;

Para obter os valores a da estimativa da tensão (𝑞𝐿 ), utiliza-se de cálculos paralelos


para encontrar os valores das incógnitas conforme a equação 30:

𝑆𝑃𝑇
𝑞𝐿 = ( + 1) (30)
3

O método de Decourt-Quaresma, considera os parâmetros “α” e “β” a seguir


relacionados nos Quadros 7 e 8 respectivamente, onde correlaciona valores de majoração ou de
minoração, nas parcelas de resistência lateral e de ponta, resultando a capacidade de carga de
ruptura em, dado pela equação 31:

𝑄𝑅 = 𝛼 ∗ 𝑄𝑃 + 𝛽 ∗ 𝑄𝐿 (31)
52

Quadro 7 – Valores de α
Tipos de Solos Escavadas Escavada Hélice Raiz Injetada sob
/Pré moldada (betonita) Contínua altas pressões
Argilas 0,85 0,85 0,30 0,85 1,00
Solos intermediários 0,60 0,60 0,30 0,60 1,00
Areias 0,50 0,50 0,30 0,50 1,00
Fonte: Adaptado de Método Decourt-Quaresma.

Quadro 8 – Valores de β
Tipos de Solos Escavadas Escavada Hélice Raiz Injetada sob
/Pré moldada (betonita) Contínua altas pressões
Argilas 0,80 0,90 1,00 1,50 3,00
Solos intermediários 0,65 0,75 1,00 1,50 3,00
Areias 0,50 0,60 1,00 1,50 3,00
Fonte: Adaptado de Método Decourt-Quaresma.

O fator de segurança (𝐹𝑆 ) para fundações profundas, é definido por meio do quadro da
NBR 6122/2019 indicada no Quadro 2, que se segue na equação 32:

𝑄𝑅 (32)
𝑄𝑎𝑑𝑚 =
𝐹𝑆

Onde:
𝑄𝑎𝑑𝑚 = Resistência admissível;
𝑄𝑅 = Resistência da estaca;
𝐹𝑆 = Fator de Segurança;

2.3.2.3 Método de Teixeira (1996)

Neste método, Teixeira (1996), baseia-se em diversos outros métodos semi-empíricos,


para definir a capacidade de carga, em função dos parâmetros 𝛼 e 𝛽 valores retirados dos
Quadros 9 e 10 respectivamente. Com base nos índices de resistência a penetração (N) do ensaio
de sondagem a penetração SPT realizado em campo. Para encontrar a estimativa da capacidade
de carga das estacas é utilizado a equação 33:

𝑄 = 𝑄𝑃 + 𝑄𝐿 (33)
53

Onde:
𝑄𝑃 = Parcela de Resistência de Ponta;
𝑄𝐿 = Parcela de Resistência Lateral;

A resistência de ponta (𝑄𝑃 ) é obtida pela equação 34:

𝑄𝑃 = 𝛼 ∗ 𝑁𝑃 ∗ 𝐴𝑝 (34)

Onde:
𝛼 = Parâmetro da Resistência de Ponta, obtido através do Quadro 9;
𝑁𝑃 = Valor médio do Índice de resistência à penetração (𝑁) medido no intervalo de 4
(quatro) diâmetros acima da ponta da estaca e 1 (um) diâmetro abaixo;
𝐴𝑝 = Área da Ponta da Estaca;

Quadro 9 – Valores do parâmetro α


Solo Tipo de estacas α (kPA)

Tipo de solo Pré-moldadas de Tipo Escavadas a céu Estaca


(4<N<40) concreto e metálicas Franki aberto Raiz
Areia com pedregulho 440 380 310 290
Areia 400 340 270 260
Areia Siltosa 360 300 240 220
Areia Argilosa 300 240 200 190
Silte Arenoso 260 210 160 160
Silte Argiloso 160 120 110 110
Argila Arenosa 210 160 130 140
Argila Siltosa 110 100 100 100
Fonte: Adaptado do Método de Teixeira

A resistência lateral (𝑄𝐿 ) é obtida pela equação 35:

𝑄𝐿 = 𝛽 ∗ 𝑁𝐿 ∗ 𝑈 ∗ 𝐿 (35)

Onde:
54

𝛽 = Parâmetro da Resistência de Atrito Lateral (Quadro 10);


𝑁𝐿 = Valor médio do Índice de Resistência à penetração ao longo do comprimento do
fuste da estaca;
𝑈 = Perímetro da Estaca;
𝐿 = Comprimento da Estaca;

Quadro 10 – Valores do parâmetro β


Tipo de Estaca β (kPA)
Pré-Moldadas e Metálicas 4
Tipo Franki 5
Escavadas a céu aberto 4
Estaca Raiz 6
Fonte: Adaptado do Método de Teixeira.

A carga admissível é dada pela equação 36:

𝑄 (36)
𝑄𝑎𝑑𝑚 =
𝐹𝑆

Onde:
𝑄 = Capacidade de Carga das Estacas;
𝐹𝑆 = Fator de Segurança;

É considerado um coeficiente de segurança global para estaca em solo de 𝐹𝑆 = 2,0 para


estacas, exceto para estacas escavadas a céu aberto, nessas é recomendado a utilização de um
𝐹𝑆 = 4,0 para a capacidade de ponta e 𝐹𝑆 = 1,5 para parcela da capacidade de carga ao atrito
lateral entre solo e estaca.
Este método não utiliza os valores de α e β em caso de estacas pré-moldadas cravadas
em argilas moles, e quando o 𝑁 for menor do que três.
55

3 METODOLOGIA

A metodologia do trabalho foi baseada nas seguintes etapas:


1. Pesquisa bibliográfica;
2. Escolha do estudo de caso;
3. Análise dos parâmetros geotécnicos da fundação;
4. Realização das análises;
5. Conclusão;

Realizou-se uma extensa revisão bibliográfica para levantar referências sobre o assunto
da pesquisa, assim como uma revisão de conceitos ligados aos diferentes métodos de
dimensionamento nos projetos de fundação. Para assim termos uma metodologia eficiente, afim
de fazer as comparações de métodos teóricos e semi-empíricos com embasamento bibliográfico
de autores e normas.
56

4 ESTUDO DE CASO

O estudo de caso analisado é referente ao um empreendimento mobiliário, localizado no


bairro de Jurerê Internacional na Cidade de Florianópolis/ SC, sua planta de carga e sondagens
referente a fundações diretas estão no anexo C e anexo B respectivamente, e referente a
fundações profundas se encontram no anexo C e anexo A respectivamente.
A partir dessa planta de carga é realizada uma avaliação dos carregamentos e parâmetros
geotécnicos e a elaboração do dimensionamento das fundações, usando os métodos teóricos de
Flexão e Terzaghi e Peck para a fundação rasa, e método semi-empíricos de Aoki–Velloso,
Decourt– Quaresma e Teixeira para a fundação profunda.
Após a utilização de duas sondagens, sendo uma para fundação profunda e outra para
fundação rasa, é feito os dimensionamentos e a comparação das fundações.

4.1 MÉTODO A FLEXÃO (SEMI-EMPÍRICO)

Foi considerado o pilar 1 de seção 19x70cm, e carga aplicada de 178 tf, com fck de 25
MPa para o desenvolvimento dos cálculos.

𝐹𝑦𝑘 = 500 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝐴50)

4.1.1 Tensão admissível

4.1.1.1 Bulbo de tensões

A profundidade do bulbo de tensões é definida pela equação 1:

𝑍 =𝛼∗𝐵 (1)

Foi considerado o valor de α = 1,5, para sapatas quadradas e retangulares, e adotado


𝐵 = 2, como menor dimensão da fundação, e assim calculado a altura do bulbo de tensões
abaixo:

𝑍 = 1,5 ∗ 𝐵
𝑍 = 1,5 ∗ 2
𝑍 =3𝑚
57

4.1.1.2 NSPT

Com base nos valores apresentados na sondagem das sapatas (anexo B), chegamos aos
seguintes valores de SPT do quadro abaixo:

Quadro 11 – Valores de SPT

Sondagem SP9 Sapatas


Profundidade SPT
1 11
2 59
3 56
4 64
5 31
6 67
7 45
8 3
9 2
10 57
11 66
12 63
Fonte: Dos autores, 2020.

Como calculado no item anteriormente, considerando que a sapata está alocada em 2


metros de profundidade, o bulbo de tensões (Z) é de 3 metros de profundidade abaixo da cota
de assentamento, portanto utilizaremos os valores de SPT a partir do terceiro metro da
sondagem para o cálculo do NSPT, como mostra a equação 1.1:

𝑆𝑃𝑇3 + 𝑆𝑃𝑇4 + 𝑆𝑃𝑇5 (1.1)


𝑁𝑆𝑃𝑇 =
𝑍

56 + 64 + 31
𝑁𝑆𝑃𝑇 = = 50,33
3

4.1.1.3 Cálculo da Tensão admissível

Para o cálculo da tensão admissível utilizaremos a equação 2:

𝜎𝐴𝑑𝑚 = 0,02 ∗ 𝑁𝑆𝑃𝑇 (2)


58

𝜎𝐴𝑑𝑚 = 0,02 ∗ 50,33


𝜎𝐴𝑑𝑚 = 1,01 𝑀𝑃𝑎

4.1.2 Dimensionamento

4.1.2.1 Área da Sapata

A área da sapata será calculada conforme a equação 3:

1,05 ∗ 𝑃 (3)
𝐴𝑠𝑎𝑝 =
𝜎𝐴𝑑𝑚

1,05 ∗ 1,78
𝐴𝑠𝑎𝑝 =
1,01

𝐴𝑠𝑎𝑝 = 1,86 𝑚2

4.1.2.2 Dimensões da sapata

Para termos momentos iguais nas abas da sapata, calculamos o lado “x” e “y” da sapata
conforme a equação 4 e 5:

−(𝑏𝑦 − 𝑏𝑥) + (√(𝑏𝑦 − 𝑏𝑥)2 + 4 ∗ 𝐴 (4)


𝐵𝑥 =
2
−(0,19 − 0,70) + (√(0,19 − 0,70)2 + 4 ∗ 1,86
𝐵𝑥 =
2
𝐵𝑥 = 1,13 𝑚

Adotou − se:

𝐵𝑥 = 1,15 𝑚

𝐴 (5)
𝐵𝑦 =
𝐵𝑥
59

1,86
𝐵𝑦 =
1,30

𝐵𝑦 = 1,61 𝑚

Adotou − se

𝐵𝑦 = 1,65 𝑚

4.1.2.3 Tensão Aplicada

Para o cálculo da tensão aplicada utilizou-se a equação 6:

𝑃 (6)
σAplicada =
𝐴𝑠𝑎𝑝
1,78
σAplicada = = 0,94
1,15 ∗ 1,65
σAdm > 0,94
1,01 > 0,94 OK!

4.1.2.4 Verificação comprimento de ancoragem

É preciso fazer a verificação entre a altura útil da sapata e o comprimento básico de


ancoragem do pilar, de acordo com a Figura 16, adotaremos:
Concreto – C25
Zona de aderência – Boa
Aço – CA-50 nervurado sem gancho

4.1.2.5 Resistência de cálculo do concreto a tração

A resistência de cálculo do concreto a tração é calculada pela equação 34:

0,21 2 (7)
𝐹𝑐𝑡𝑑 = ∗ 𝑓𝑐𝑘 3
1,4
60

0,21 2
𝐹𝑐𝑡𝑑 = ∗ 253
1,4

𝐹𝑐𝑡𝑑 = 1,282 𝑀𝑃𝑎

4.1.2.6 Resistência de aderência

De acordo com a Figura 16, utilizaremos os coeficientes:

Ƞ1 = 2,25;
Ƞ = 1,00;
Ƞ3 = 1,00;

A resistência de aderência é calculada pela equação 35:

𝐹𝑏𝑑 = Ƞ1 ∗ Ƞ2 ∗ Ƞ3 ∗ 𝐹𝑐𝑡𝑑 (8)


𝐹𝑏𝑑 = 2,25 ∗ 1 ∗ 1 ∗ 1,282
𝐹𝑏𝑑 = 2,886 𝑀𝑃𝑎

4.1.2.7 Resistência de cálculo do aço ao escoramento

Conforme o aço adotado pela Figura 16, esse valor será utilizado para o demonstrativo
do cálculo, que se dá pela equação 9:

𝑓𝑦𝑘 (9)
𝑓𝑦𝑑 =
1,15

500
𝑓𝑦𝑑 =
1,15

𝑓𝑦𝑑 = 434,78 → 435 𝑀𝑃𝑎

4.1.2.8 Comprimento de ancoragem básico

O comprimento de ancoragem básico, é calculado pela equação 10:


∅ 𝑓𝑦𝑑 (10)
𝑙𝑏 = ∗
4 𝑓𝑏𝑑
61

∅ 435
𝑙𝑏 = ∗ = 37,67 ∅ 𝑃𝑖𝑙𝑎𝑟 → 𝑙𝑏 = 37,67 𝑐𝑚
4 2,886

𝑙𝑏 = 37,67 ∅ 𝑃𝑖𝑙𝑎𝑟 → 𝑙𝑏 = 37,67 𝑐𝑚

4.1.2.9 Cálculo das alturas

As sapatas serão consideradas rígidas quando a altura (h) respeitar as seguintes


condições:

𝐵𝑥 − 𝑏𝑥
(11)
3

ℎ≥ 𝐵𝑦 − 𝑏𝑦
3

𝑙𝑏

𝐵𝑥 − 𝑏𝑥 1,15 − 0,19
= = 0,320 𝑚
3 3

ℎ≥ 𝐵𝑦 − 𝑏𝑦 1,65 − 0,70
= = 0,317 𝑚
3 3

𝑙𝑏 = 37,67 𝑐𝑚

Portando será adotado a altura da base da sapata até o início do pilar de 40 cm. A altura
da base da sapata será calculada da seguinte forma:

ℎ0 ≥ 0,4 ∗ ℎ (12)
20 𝑐𝑚

ℎ0 ≥ 0,4 ∗ ℎ = 0,4 ∗ 40 = 16𝑐𝑚


20 𝑐𝑚

Com isso será adotado a altura da base da sapata de 20 cm.


62

4.2 CÁLCULO DE SAPATA PELO MÉTODO TERZAGHI E PECK

4.2.1 Fatores geotécnicos e ângulo de atrito

Foi considerado o pilar 1 de seção 19x70cm, e carga aplicada de 178 tf, com fck de 25
MPa para o desenvolvimento dos cálculos.

4.2.1.1 NSPT

A partir da sondagem SP9 (anexo B), considerando que a sapata esteja assentada em 2
metros de profundidade, utiliza-se os valores das três primeiras camadas de SPT abaixo da cota
de assentamento, para definir o 𝑁𝑆𝑃𝑇 conforme equação 14:

𝑆𝑃𝑇3 + 𝑆𝑃𝑇4 + 𝑆𝑃𝑇5


𝑁𝑆𝑃𝑇 = (14)
3
56 + 64 + 31
𝑁𝑆𝑃𝑇 =
3
𝑁𝑆𝑃𝑇 = 50,33 𝐺𝑜𝑙𝑝𝑒𝑠

4.2.1.2 Ângulo de atrito

Para a definir o ângulo de atrito utilizaremos a equação 15:

∅ = 28° + 0,4 ∗ 𝑁𝑆𝑃𝑇 (15)


∅ = 28° + 0,4 ∗ 50,33
∅ = 48,132° → 49°

4.2.1.3 Fatores de capacidade de carga

Com o valor do ângulo de atrito (∅) definido, é possível encontrar os valores dos fatores
de capacidade de carga, por meio da Figura 18:

𝑁𝐶 = 229,93
𝑁𝛾 = 613,16
63

𝑁𝑞 = 265,51

Sendo as sapatas quadradas, os fatores de forma são encontrados no Quadro 2:

𝑆𝐶 = 1,3
𝑆𝛾 = 0,8
𝑆𝑞 = 1

4.2.1.4 Coesão e Peso específico

Por meio da sondagem SP9 (anexo B), e utilizando a Figura 19 é definido os parâmetros
geotécnicos médios do solo:
 Tipo de solo: areia;
 Faixa de SPT: 59;
 Solo não saturado;
 𝛾 = 20 𝑘𝑁/𝑚³ ou 𝛾 = 2,0 𝑡/𝑚³
 𝑐=0

Como o valor de “c” é zero, o cálculo de “c’” não será necessário, pois seu valor também
será zero.
Adotou-se por definição de cálculo a cota de assentamento como sendo 2 metros.

4.2.2 Dimensionamento

Após definir todos os parâmetros para o dimensionamento pelo método de capacidade


de carga de Terzaghi, estabelecendo uma relação com a tensão admissível do solo é possível
obter uma equação de terceiro grau em função da tensão de ruptura do solo (σ𝑅 ) para o caso
de sapatas quadradas.

1
σ𝑅 = 𝑐 ∗ 𝑁𝐶 ∗ 𝑆𝐶 + 2 ∗ 𝛾 ∗ 𝐵 ∗ 𝑁𝛾 ∗ 𝑆𝛾 + 𝑞 ∗ 𝑁𝑞 ∗ 𝑆𝑞 (13)

1
σ𝑅 = 0 ∗ 229,93 ∗ 1,3 + 2 ∗ 2 ∗ 𝐵 ∗ 613,16 ∗ 0,8 + (2 ∗ 2) ∗ 265,51 ∗ 1
64

σ𝑅 = 0 + 490,51𝐵 + 1061,99
σ𝑅 = 217,40𝐵 + 539,52

Utilizando o fator de segurança global 𝐹𝑆 = 3, definido pela NBR 6122/2019 através


Quadro 3 calculasse σ𝑆 , conforme equação 17:

σ𝑅 (18.1)
σ𝑆 =
𝐹𝑆

217,40𝐵 + 539,52
σ𝑆 =
3
σ𝑆 = 354,00 + 163,50𝐵

Consideraremos que a área da sapata quadrada é 𝐵 2, para utilizarmos a equação de


ruptura do solo, que é definido pela equação 19:
𝐹
σ𝑅 = (18.2)
𝐴
𝐹 1780
σ𝑅 = =
𝐴 𝐵2
1780
= 354,00 + 163,50𝐵
𝐵2
(354,00 + 163,50𝐵) ∗ 𝐵 2 − 1780 = 0
72,46𝐵 3 + 179,84𝐵² − 1780 = 0
𝐵 = 1,68 𝑚

Portanto a base quadrada da sapata é 1,68 metros, adota-se para o projeto o valor de 1,70
metros.

4.3 COMPARATIVO MÉTODO A FLEXÃO E TERZAGHI E PECK

Apesar da NBR 6118:2014 considerar que a dimensão mínima de pilar admitida é 60


centímetros, nesse comparativo consideraremos as dimensões admissíveis dos pilares. Após
fazer os cálculos das sapatas para todos os pilares, chegamos ao Quadro 12:
65

Quadro 12 – Comparativo Flexão e Terzaghi e Peck


Pilar Flexão Terzaghi e Peck
N° Pilar tf kN Área (m2) Bx(cm) By(cm) Área (m2) Bx(cm) By(cm)
P29 6 60 0,063 25 30 0,1600 40 40
P46 20 200 0,209 45 50 0,4900 70 70
P41 24 240 0,250 50 55 0,5625 75 75
P60 26 260 0,271 45 65 0,5625 75 75
P62 28 280 0,292 55 55 0,6400 80 80
P30 32 320 0,334 60 60 0,7225 85 85
P82 36 360 0,375 60 65 0,7225 85 85
P33 42 420 0,438 65 70 0,9025 95 95
P37 42 420 0,438 65 70 0,9025 95 95
P34 52 520 0,542 75 75 1,0000 100 100
P42 52 520 0,542 65 85 1,0000 100 100
P49 52 520 0,542 75 75 1,0000 100 100
P43 64 640 0,668 65 105 1,2100 110 110
P44 70 700 0,730 70 105 1,3225 115 115
P53 72 720 0,751 85 90 1,3225 115 115
P38 74 740 0,772 85 95 1,4400 120 120
P45 86 860 0,897 80 115 1,5625 125 125
P50 86 860 0,897 80 115 1,5625 125 125
P51 90 900 0,939 75 130 1,6900 130 130
P6 130 1300 1,356 95 145 2,2500 150 150
P1 178 1780 1,857 115 165 2,8900 170 170
P21 216 2160 2,253 125 185 3,4225 185 185
P7 218 2180 2,274 125 185 3,4225 185 185
P12 224 2240 2,336 130 180 3,4225 185 185
P27 224 2240 2,336 125 190 3,4225 185 185
P26 236 2360 2,462 125 200 3,6100 190 190
P3 240 2400 2,503 135 190 3,6100 190 190
P4 246 2460 2,566 135 195 3,8025 195 195
P22 302 3020 3,150 150 210 4,4100 210 210
P5 310 3100 3,233 155 210 4,6225 215 215
P13 318 3180 3,317 155 215 4,6225 215 215
P2 322 3220 3,359 160 210 4,6225 215 215
P20 342 3420 3,567 165 220 4,8400 220 220
P17 344 3440 3,588 155 235 4,8400 220 220
P25 390 3900 4,068 165 250 5,5225 235 235
P15 410 4100 4,276 185 235 5,7600 240 240
P24 432 4320 4,506 175 260 5,7600 240 240
Continua.
66

Cont. Quadro 12.


Pilar Flexão Terzaghi e Peck
N° Pilar tf kN Área (m2) Bx(cm) By(cm) Área (m2) Bx(cm) By(cm)
P23 434 4340 4,527 180 255 6,0025 245 245
P8 440 4400 4,589 190 245 60,025 245 245
P9 456 4560 4,756 195 245 62,500 250 250
P10 460 4600 4,798 200 240 62,500 250 250
P14 464 4640 4,840 210 235 62,500 250 250
P11 478 4780 4,986 200 250 62,500 250 250
P18 486 4860 5,069 145 350 65,025 255 255
P19 486 4860 5,069 145 350 65,025 255 255
P16 578 5780 6,029 240 255 72,900 270 270
Total.................................... 107,622 Total.................... 150,928 ........................
Fonte: Dos autores, 2020.

Para exemplificar, o Gráfico 1 mostra a curva de crescimento da relação de áreas das


sapatas entre os dois métodos:

Gráfico 1 – Comparativo de áreas Flexão e Terzaghi e Peck

Comparativo Flexão e Terzaghi e Peck



Flexão Terzaghi e Peck

8
7,5
7,29
7
6,5
6,25 6,25
6 6,029
5,76
5,5
5 4,986
4,6225 4,756
4,5
4,276
4
3,5 3,4225 3,359
3
2,5
2,25 2,336
2
1,5 1,44 1,356
1 0,9025 1
0,772
0,5 0,5625 0,438 0,542
0,271
0
P60 P33 P49 P38 P6 P12 P2 P15 P9 P11 P16

Fonte: Dos autores, 2020.


67

Comparativamente, no método a Flexão, a soma das áreas de todas as sapatas chega ao


valor de 107,622 m², e no método de Terzaghi e Peck, a soma das áreas chega no valor de
150,928m². Portanto como observado o método a Flexão apresenta área e dimensões de sapatas
menores que a de Terzaghi e Peck.
Podemos observar também pelo gráfico, que em pilares correspondentes a uma força
aplicada menor, as sapatas apresentam áreas com uma divergência grande, como no pilar 60,
apresentando uma diferença de áreas maior que o dobro entre métodos, porém quando a força
aplicada aumenta, as diferenças de áreas dos métodos vão se aproximando, tendendo uma
igualdade.

4.4 CÁLCULO DE ESTACA PELO MÉTODO AOKI- VELLOSO (1975)

4.4.1 Dados iniciais da estaca

4.4.1.1 Área de ponta e lateral

A sondagem apresentou um solo com baixa coesão, sem a presença de rochas, e o terreno
em questão apresenta edifícios próximos, portanto foi escolhida a utilização de Estaca Hélice
Contínua, pois a mesma aponta vantagens, por ser uma estaca escavada não causa vibrações no
terreno, também apresenta diâmetro de 70 a 150 cm de acordo com os principais equipamentos
disponíveis no mercado.
Será utilizado o pilar 1, para esboço dos cálculos por Aoki-Velloso, o pilar tem uma
seção 19x70cm, e está submetido a uma força aplicada de 322tf.
O diâmetro da estaca terá 40 cm, os valores de 𝐴𝑝 e de 𝐴𝑙, sendo respectivamente área
de ponta da estaca e área lateral por metro, seus valores são definidos pelas equações 20.1 e
20.2 respectivamente:
𝜋 ∗ 𝑑²
𝐴𝑝 = (20.1)
4
𝜋 ∗ 0,4²
𝐴𝑝 =
4
𝐴𝑝 = 0,126𝑚²
𝐴𝑙 = 𝜋 ∗ 𝑑 (20.2)
𝐴𝑙 = 𝜋 ∗ 0,4
68

𝐴𝑙 = 1,257𝑚

4.4.1.2 Valores de Correção

Os valores de Correção 𝐹1 e 𝐹2 , foram baseados de acordo com o Quadro 4:


𝐹1 = 2
𝐹2 = 2 ∗ 𝐹1 = 2 ∗ 2 = 4

Valores de 𝛼 e 𝐾 utilizaremos dados do Quadro 5, com base nas informações da


sondagem da profundidade 1 a 2 metros, onde o solo apresentado é o Silte Arenoso, seus valores
são:
𝛼 = 2,2%
𝐾 = 550 kPa

4.4.2 Resistência de atrito lateral

4.4.2.1 NSPT

Para de obter o valor de 𝑁𝑃1 , consultando a sondagem, deve-se fazer uma média de três
índices de resistência, o correspondente ao nível da ponta ou base, o imediatamente anterior e
o imediatamente posterior. Na primeira camada visto que não possui o valor anterior utilizamos
apenas os valores da ponta da base e da camada posterior conforme a equação 19.3:

𝑁𝑆𝑃𝑇1 + 𝑁𝑆𝑃𝑇2
𝑁𝑝1 = (19.3)
2
4+ 6
𝑁𝑝1 =
2
𝑁𝑝1 = 5

4.4.2.2 Espessura da camada de solo

A espessura da camada de solo é definida de acordo com o ensaio de sondagem, sendo


realizado de metro a metro.
∆𝐿 = 1𝑚
69

4.4.2.3 Atrito lateral

A medida do atrito lateral (𝑓𝑆 ), é obtida pela equação 26, com a utilização da razão de
atrito (𝛼), sendo ela:
𝑓𝑆 = 𝛼 ∗ 𝐾 ∗ 𝑁𝑆𝑃𝑇 (26)
𝑓𝑆 = 0,022 ∗ 550 ∗ 5
𝑓𝑆 = 60,50 𝐾𝑃𝑎

4.4.2.4 Incógnita geotécnica da resistência lateral

Com o valor da medida do atrito lateral (𝑓𝑆 ), é possível realizar o cálculo da Incógnita
Geotécnica da Resistência Lateral (𝑟𝐿 ) pela equação 24:
𝑓𝑆
𝑟𝐿 = (24)
𝐹2
60,5
𝑟𝐿 =
4
𝑟𝐿 = 15,13 𝐾𝑃𝑎

4.4.2.5 Parcela de resistência de atrito lateral

As parcelas de resistência de atrito lateral são dadas através da equação 22:

𝑄𝐿 = 𝑈 ∗ 𝛴 (𝑟𝐿 ∗ ∆𝐿 ) (22)
𝑄𝐿 = 1,257 ∗ (15,13 ∗ 1)
𝑄𝐿 = 19,01 𝑘𝑁

O somatório da resistência de atrito lateral (𝛴𝑄𝐿 ) é obtido através da soma acumulada


de 𝑄𝐿 , como mostra o Quadro 13:

Quadro 13 – Aoki-Velloso, Cálculo Resistência Lateral


Dados da Sondagem Coef. Método Resistência de Atrito Lateral
rL QL ΣQL
Prof.(m) NSPT Tipo de solo K(kPa) NP α fs (kPa)
(kPa) (kN) (kN)
1 4 Silte Arenoso 550 5 2,2% 60,50 15,13 19,01 19,01
2 6 Silte Arenoso 550 5 2,2% 60,50 15,13 19,01 38,01
Continua.
70

Cont. Quadro 13.


Dados da Sondagem Coef. Método Resistência de Atrito Lateral
rL QL ΣQL
Prof.(m) NSPT Tipo de solo K(kPa) NP α fs (kPa)
(kPa) (kN) (kN)
3 6 Areia Silto-Argilosa 700 6 2,4% 100,80 25,20 31,67 69,68
4 7 Areia Silto-Argilosa 700 7 2,4% 117,60 29,40 36,95 106,63
5 8 Silte Argiloso 230 8 3,4% 62,56 15,64 19,65 126,28
6 8 Silte Argiloso 230 8 3,4% 62,56 15,64 19,65 145,93
7 9 Silte Argiloso 230 9 3,4% 70,38 17,60 22,11 168,04
8 10 Silte Argiloso 230 9 3,4% 70,38 17,60 22,11 190,15
9 9 Silte Argiloso 230 10 3,4% 78,20 19,55 24,57 214,72
10 11 Silte Argiloso 230 11 3,4% 86,02 21,51 27,02 241,75
11 12 Areia Silto-Argilosa 700 11 2,4% 184,80 46,20 58,06 299,80
12 11 Areia Silto-Argilosa 700 12 2,4% 201,60 50,40 63,33 363,14
13 13 Areia Silto-Argilosa 700 12 2,4% 201,60 50,40 63,33 426,47
14 13 Areia Silto-Argilosa 700 13 2,4% 218,40 54,60 68,61 495,08
15 13 Areia Silto-Argilosa 700 13 2,4% 218,40 54,60 68,61 563,70
16 14 Areia Silto-Argilosa 700 15 2,4% 252,00 63,00 79,17 642,86
17 17 Areia Silto-Argilosa 700 17 2,4% 285,60 71,40 89,72 732,59
18 20 Areia Silto-Argilosa 700 19 2,4% 319,20 79,80 100,28 832,87
19 21 Areia Silto-Argilosa 700 22 2,4% 369,60 92,40 116,11 948,98
20 26 Areia Silto-Argilosa 700 27 2,4% 453,60 113,40 142,50 1091,48
21 35 Areia Siltosa 800 33 2,0% 528,00 132,00 165,88 1257,36
22 39 Areia Siltosa 800 39 2,0% 624,00 156,00 196,04 1453,40
23 44 Areia Siltosa 800 44 2,0% 704,00 176,00 221,17 1674,56
24 48 Areia Siltosa 800 48 2,0% 768,00 192,00 241,27 1915,84
25 53 Areia Siltosa 800 52 2,0% 832,00 208,00 261,38 2177,22
26 56 Areia Siltosa 800 55 2,0% 880,00 220,00 276,46 2453,68
Fonte: Dos autores, 2020.

4.4.3 Resistência de Ponta

4.4.3.1 Atrito de ponta

Correlaciona-se o valor de resistência de ponta (𝑞𝐶 ) com o coeficiente da função do tipo


de solo (𝐾) e o índice de resistência à penetração (𝑁𝑆𝑃𝑇 ) conforme a equação 25:

𝑞𝐶 = 𝐾 ∗ 𝑁𝑆𝑃𝑇 (25)
𝑞𝐶 = 550 ∗ 5
𝑞𝐶 = 2750 𝐾𝑃𝑎
71

4.4.3.2 Incógnita geotécnica da resistência de ponta

Por meio dos valores da resistência de ponta do cone (𝑞𝐶 ), é a obtido Incógnita
Geotécnica da Resistência de Ponta ( 𝑟𝑃 ) pela equação 23:

𝑞𝐶
𝑟𝑃 = (23)
𝐹1
2750
𝑟𝑃 =
2
𝑟𝑃 = 1375 𝐾𝑃𝑎

4.4.3.3 Parcela de resistência de ponta

Definimos assim as parcelas de resistência de ponta (𝑄𝑃 ) através da equação 21:

𝑄𝑃 = 𝑟𝑃 ∗ 𝐴𝑃 (21)
𝑄𝑃 = 1375 ∗ 0,126
𝑄𝑃 = 172,79 𝑘𝑁

O restante dos valores da resistência de ponta (𝑄𝑃 ) é obtido do mesmo jeito calculado
anteriormente, utilizando NP conforme desce a profundidade como mostra o Quadro 14:

Quadro 14 – Aoki-Velloso, Cálculo Resistência de Ponta


Dados da Sondagem Coef. Método Resistência de Ponta
Prof.(m) NSPT Tipo de solo K(kPa) NP α qc (kPa) rp (kPa) QP(kN)
1 4 Silte Arenoso 550 5 2,2% 2750 1375 172,79
2 6 Silte Arenoso 550 5 2,2% 2750 1375 172,79
3 6 Areia Silto-Argilosa 700 6 2,4% 4200 2100 263,89
4 7 Areia Silto-Argilosa 700 7 2,4% 4900 2450 307,88
5 8 Silte Argiloso 230 8 3,4% 1840 920 115,61
6 8 Silte Argiloso 230 8 3,4% 1840 920 115,61
7 9 Silte Argiloso 230 9 3,4% 2070 1035 130,06
8 10 Silte Argiloso 230 9 3,4% 2070 1035 130,06
9 9 Silte Argiloso 230 10 3,4% 2300 1150 144,51
Continua.
72

Cont. Quadro 14.


Dados da Sondagem Coef. Método Resistência de Ponta
rp
Prof.(m) NSPT Tipo de solo K(kPa) NP α qc (kPa) QP(kN)
(kPa)
10 11 Silte Argiloso 230 11 3,4% 2530 1265 158,96
11 12 Areia Silto-Argilosa 700 11 2,4% 7700 3850 483,81
12 11 Areia Silto-Argilosa 700 12 2,4% 8400 4200 527,79
13 13 Areia Silto-Argilosa 700 12 2,4% 8400 4200 527,79
14 13 Areia Silto-Argilosa 700 13 2,4% 9100 4550 571,77
15 13 Areia Silto-Argilosa 700 13 2,4% 9100 4550 571,77
16 14 Areia Silto-Argilosa 700 15 2,4% 10500 5250 659,73
17 17 Areia Silto-Argilosa 700 17 2,4% 11900 5950 747,70
18 20 Areia Silto-Argilosa 700 19 2,4% 13300 6650 835,66
19 21 Areia Silto-Argilosa 700 22 2,4% 15400 7700 967,61
20 26 Areia Silto-Argilosa 700 27 2,4% 18900 9450 1187,52
21 35 Areia Siltosa 800 33 2,0% 26400 13200 1658,76
22 39 Areia Siltosa 800 39 2,0% 31200 15600 1960,35
23 44 Areia Siltosa 800 44 2,0% 35200 17600 2211,68
24 48 Areia Siltosa 800 48 2,0% 38400 19200 2412,74
25 53 Areia Siltosa 800 52 2,0% 41600 20800 2613,81
26 56 Areia Siltosa 800 55 2,0% 44000 22000 2764,60
Fonte: Dos autores, 2020.

4.4.4 Capacidade de carga

A capacidade de carga é definida por:

𝑄𝑅 = 𝑄𝑃 + ∑𝑄𝐿 (20)
𝑄𝑅 = 172,79 + 19,01
𝑄𝑅 = 191,79 𝑘𝑁
Os valores de 𝑄𝑅 para as outras profundidades são calculadas da mesma forma, como
mostrar o Quadro 15:
73

Quadro 15 – Aoki-Velloso, Cálculo de Capacidade de Carga


Resistência de
Dados da Sondagem Resistência Lateral Resistência
Ponta
Prof.(m) NSPT Tipo de solo ΣQL(kN) QP(kN) QR (kN)
1 4 Silte Arenoso 19,01 172,79 191,79
2 6 Silte Arenoso 38,01 172,79 210,80
3 6 Areia Silto-Argilosa 69,68 263,89 333,57
4 7 Areia Silto-Argilosa 106,63 307,88 414,50
5 8 Silte Argiloso 126,28 115,61 241,89
6 8 Silte Argiloso 145,93 115,61 261,54
8 10 Silte Argiloso 190,15 130,06 320,22
9 9 Silte Argiloso 214,72 144,51 359,23
10 11 Silte Argiloso 241,75 158,96 400,71
11 12 Areia Silto-Argilosa 299,80 483,81 783,61
12 11 Areia Silto-Argilosa 363,14 527,79 890,92
13 13 Areia Silto-Argilosa 426,47 527,79 954,26
14 13 Areia Silto-Argilosa 495,08 571,77 1066,85
15 13 Areia Silto-Argilosa 563,70 571,77 1135,47
16 14 Areia Silto-Argilosa 642,86 659,73 1302,60
17 17 Areia Silto-Argilosa 732,59 747,70 1480,29
18 20 Areia Silto-Argilosa 832,87 835,66 1668,53
19 21 Areia Silto-Argilosa 948,98 967,61 1916,59
20 26 Areia Silto-Argilosa 1091,48 1187,52 2279,01
21 35 Areia Siltosa 1257,36 1658,76 2916,12
22 39 Areia Siltosa 1453,40 1960,35 3413,75
23 44 Areia Siltosa 1674,56 2211,68 3886,24
24 48 Areia Siltosa 1915,84 2412,74 4328,58
25 53 Areia Siltosa 2177,22 2613,81 4791,02
26 56 Areia Siltosa 2453,68 2764,60 5218,28
Fonte: Dos autores, 2020.

4.4.5 Resistência admissível

A resistência admissível (𝑄𝑎𝑑𝑚 ) do elemento, por meio da divisão da carga admissível


(𝑄𝑅 ) pelo fator de segurança (𝐹𝑆 ) para fundações profundas, definido por meio da NBR
6122/2019 indicada no Quadro 3, conforme a equação 31:
𝑄𝑅
𝑄𝑎𝑑𝑚 = (31)
𝐹𝑆
191,79
𝑄𝑎𝑑𝑚 =
2
74

𝑄𝑎𝑑𝑚 = 95,90 𝑘𝑁

Quadro 16 – Aoki-Velloso, Cálculo da Resistência Admissível


Resistência
Dados da Sondagem Resistência
Admissível
Prof.(m) NSPT Tipo de solo QR (kN) Qadm (kN)
1 4 Silte Arenoso 191,79 95,90
2 6 Silte Arenoso 210,80 105,40
3 6 Areia Silto-Argilosa 333,57 166,79
4 7 Areia Silto-Argilosa 414,50 207,25
5 8 Silte Argiloso 241,89 120,95
6 8 Silte Argiloso 261,54 130,77
7 9 Silte Argiloso 298,11 149,05
8 10 Silte Argiloso 320,22 160,11
9 9 Silte Argiloso 359,23 179,62
10 11 Silte Argiloso 400,71 200,36
11 12 Areia Silto-Argilosa 783,61 391,80
12 11 Areia Silto-Argilosa 890,92 445,46
13 13 Areia Silto-Argilosa 954,26 477,13
14 13 Areia Silto-Argilosa 1066,85 533,43
15 13 Areia Silto-Argilosa 1135,47 567,73
16 14 Areia Silto-Argilosa 1302,60 651,30
17 17 Areia Silto-Argilosa 1480,29 740,14
18 20 Areia Silto-Argilosa 1668,53 834,27
19 21 Areia Silto-Argilosa 1916,59 958,30
20 26 Areia Silto-Argilosa 2279,01 1139,50
21 35 Areia Siltosa 2916,12 1458,06
22 39 Areia Siltosa 3413,75 1706,87
23 44 Areia Siltosa 3886,24 1943,12
24 48 Areia Siltosa 4328,58 2164,29
25 53 Areia Siltosa 4791,02 2395,51
26 56 Areia Siltosa 5218,28 2609,14
Fonte: Dos autores, 2020.

4.4.6 Dimensionamento

Com os valores de Resistência admissível, é possível encontrar a profundidade e a


quantidade de estacas, de acordo com a carga de cada pilar conforme Quadro 17:
75

Quadro 17 – Aoki-Velloso, Número de Estaca


Resistência por
Pilar Número de Resistência Admissível
Estaca Prof. (m)
Estacas
N° Pilar tf kN Qadm (kN) Q (kN)
P29 6 60 1 95,90 95,90 1,00
P46 20 200 1 207,25 207,25 4,00
P41 24 240 1 391,80 391,80 11,00
P60 26 260 1 391,80 391,80 11,00
P62 28 280 1 391,80 391,80 11,00
P30 32 320 1 391,80 391,80 11,00
P82 36 360 1 391,80 391,80 11,00
P33 42 420 1 445,46 445,46 12,00
P37 42 420 1 445,46 445,46 12,00
P34 52 520 1 533,43 533,43 14,00
P42 52 520 1 533,43 533,43 14,00
P49 52 520 1 533,43 533,43 14,00
P43 64 640 1 651,30 651,30 16,00
P44 70 700 1 740,14 740,14 17,00
P53 72 720 1 740,14 740,14 17,00
P38 74 740 1 740,14 740,14 17,00
P45 86 860 1 958,30 958,30 19,00
P50 86 860 1 958,30 958,30 19,00
P51 90 900 1 958,30 958,30 19,00
P6 130 1300 1 1458,06 1458,06 21,00
P1 178 1780 1 1943,12 1943,12 23,00
P21 216 2160 1 2164,29 2164,29 24,00
P7 218 2180 1 2395,51 2395,51 25,00
P12 224 2240 1 2395,51 2395,51 25,00
P27 224 2240 1 2395,51 2395,51 25,00
P26 236 2360 1 2395,51 2395,51 25,00
P3 240 2400 1 2609,14 2609,14 26,00
P4 246 2460 1 2609,14 2609,14 26,00
P22 302 3020 2 1706,87 3413,75 22,00
P5 310 3100 2 1706,87 3413,75 22,00
P13 318 3180 2 1706,87 3413,75 22,00
P2 322 3220 2 1706,87 3413,75 22,00
P20 342 3420 2 1943,12 3886,24 23,00
P17 344 3440 2 1943,12 3886,24 23,00
P25 390 3900 2 2164,29 4328,58 24,00
P15 410 4100 2 2164,29 4328,58 24,00
P24 432 4320 2 2164,29 4328,58 24,00
P23 434 4340 2 2395,51 4791,02 25,00
Continua.
76

Cont. Quadro 17.


Resistência por
Pilar Número de Resistência Admissível
Estaca Prof. (m)
Estacas
N° Pilar tf kN Qadm (kN) Q (kN)
P8 440 4400 2 2395,51 4791,02 25,00
P9 456 4560 2 2395,51 4791,02 25,00
P10 460 4600 2 2395,51 4791,02 25,00
P14 464 4640 2 2395,51 4791,02 25,00
P11 478 4780 2 2395,51 4791,02 25,00
P18 486 4860 2 2609,14 5218,28 26,00
P19 486 4860 2 2609,14 5218,28 26,00
P16 578 5780 3 1943,12 5829,37 23,00
Profundidade
Total de Estacas 65 1355 m
Escavada
Fonte: Dos autores, 2020.

4.5 CÁLCULO DE ESTACA PELO MÉTODO DECOURT-QUARESMA

4.5.1 Dados iniciais da estaca

O diâmetro da estaca será 40 cm, os valores de 𝐴𝑝 e de 𝑈 sendo respectivamente área


de ponta e perímetro é definido pelas equações 20.1 e 20.2:

𝜋 ∗ 𝑑²
𝐴𝑝 = (20.1)
4
𝜋 ∗ 0,4²
𝐴𝑝 =
4
𝐴𝑝 = 0,126𝑚²
𝑈 =𝜋∗𝑑 (20.2)
𝑈 = 𝜋 ∗ 0,4
𝑈 = 1,257𝑚
77

4.5.2 Resistência lateral

4.5.2.1 Cálculo da resistência de lateral

Para obter os valores a da estimativa da tensão (𝑞𝐿 ), utiliza-se de cálculos paralelos


para encontrar os valores das incógnitas conforme a equação 30:
𝑆𝑃𝑇
𝑞𝐿 = ( + 1) (30)
3

4
𝑞𝐿 = ( + 1)
3
𝑞𝐿 = 2,33𝑘𝑁

Para cálculo da resistência lateral, utiliza-se a equação 29:

𝑄𝐿 = 𝑞𝐿 ∗ 𝑈 ∗ 𝐿 (29)
𝑄𝐿 = 2,33 ∗ 1,257 ∗ 1
𝑄𝐿 = 2,93𝑘𝑁

O restante dos valores da resistência de lateral (𝑄𝐿 ) é obtido do mesmo jeito calculado
anteriormente, conforme desce a profundidade como mostra no Quadro 18:

Quadro 18 – Decourt-Quaresma, Cálculo da Resistência Lateral


Dados da Sondagem Resistência Lateral
QL
Prof.(m) NSPT Solo qL ΣQL(kN)
(kN)
1 4 Silte Arenoso 2,33 2,93 2,93
2 6 Silte Arenoso 3,00 7,54 10,47
3 6 Areia 3,00 11,31 21,78
4 7 Areia 3,33 16,76 38,54
5 8 Silte Argiloso 3,67 23,04 61,58
6 8 Silte Argiloso 3,67 27,65 89,22
7 9 Silte Argiloso 4,00 35,19 124,41
8 10 Silte Argiloso 4,33 43,56 167,97
9 9 Silte Argiloso 4,00 45,24 213,21
10 11 Silte Argiloso 4,67 58,64 271,85
11 12 Areia 5,00 69,12 340,97
12 11 Areia 4,67 70,37 411,34
13 13 Areia 5,33 87,13 498,47
Continua.
78

Cont. Quadro 18.


Dados da Sondagem Resistência Lateral
Prof.(m) NSPT Solo qL QL (kN) ΣQL(kN)
14 13 Areia 5,33 93,83 592,29
15 13 Areia 5,33 100,53 692,83
16 14 Areia 5,67 113,94 806,76
17 17 Areia 6,67 142,42 949,18
18 20 Areia 7,67 173,42 1122,60
19 21 Areia 8,00 191,01 1313,60
20 26 Areia 9,67 242,95 1556,55
21 35 Areia 12,67 334,27 1890,82
22 39 Areia 14,00 387,04 2277,86
23 44 Areia 15,67 452,81 2730,67
24 48 Areia 17,00 512,71 3243,38
25 53 Areia 18,67 586,43 3829,81
26 56 Areia 19,67 642,56 4472,37
Fonte: Dos autores, 2020.

4.5.3 Resistência de Ponta

4.5.3.1 Parâmetros geotécnicos

O valor de 𝐾 é obtido no Quadro 6, com base nas informações da sondagem (anexo A)


da profundidade 1 a 2 metros, onde o solo apresentado é o Silte Arenoso, seu valor é:

𝐾 = 250 𝐾𝑃𝑎

4.5.3.2 NP

Para de obter o valor de 𝑁𝑃 , deve-se fazer uma média de três índices de resistência, o
correspondente ao nível da ponta ou base, o imediatamente anterior e o imediatamente
posterior.
Na primeira camada visto que não possui o valor anterior utilizamos apenas os valores
da ponta da base e da camada posterior conforme a equação 19.3:

𝑁𝑆𝑃𝑇1 + 𝑁𝑆𝑃𝑇2
𝑁𝑃 = (19.3)
2
79

4+ 6
𝑁𝑃 =
2
𝑁𝑃 = 5

4.5.3.3 Cálculo da resistência de ponta

Para cálculo da resistência de ponta, utiliza-se a equação 28:


𝑄𝑝 = 𝐴𝑝 ∗ 𝑁𝑝 ∗ 𝐾 (28)
𝑄𝑝 = 0,126 ∗ 5 ∗ 250
𝑄𝑝 = 157,08 𝑘𝑁

O restante dos valores da resistência de ponta (𝑄𝑝 ) é obtido do mesmo jeito calculado
anteriormente, utilizando NP conforme desce a profundidade como mostra no Quadro 19:

Quadro 19 – Decourt-Quaresma, Cálculo da Resistência de Ponta


Dados da Sondagem Resistência de Ponta
Prof.(m) NSPT Solo K(kPa) NP Qp (kN)
1 4 Silte Arenoso 250 5,00 157,080
2 6 Silte Arenoso 250 5,00 157,080
3 6 Areia 400 6,00 301,593
4 7 Areia 400 7,00 351,858
0 8 Silte Argiloso 200 8,00 201,062
6 8 Silte Argiloso 200 8,00 201,062
7 9 Silte Argiloso 200 9,00 226,195
8 10 Silte Argiloso 200 9,00 226,195
9 9 Silte Argiloso 200 10,00 251,327
10 11 Silte Argiloso 200 11,00 276,460
11 12 Areia 400 11,00 552,920
12 11 Areia 400 12,00 603,186
13 13 Areia 400 12,00 603,186
14 13 Areia 400 13,00 653,451
15 13 Areia 400 13,00 653,451
16 14 Areia 400 15,00 753,982
17 17 Areia 400 17,00 854,513
18 20 Areia 400 19,00 955,044
19 21 Areia 400 22,00 1105,841
20 26 Areia 400 27,00 1357,168
21 35 Areia 400 33,00 1658,761
22 39 Areia 400 39,00 1960,354
Continua.
80

Cont. Quadro 19.


Prof.(m) NSPT Solo K(kPa) NP Qp (kN)
23 44 Areia 400 44,00 2211,681
24 48 Areia 400 48,00 2412,743
25 53 Areia 400 52,00 2613,805
26 56 Areia 400 55,00 2764,602
Fonte: Dos autores, 2020.

4.5.4 Capacidade de Carga

A capacidade de carga de ruptura em, dado pela equação 31:

𝑄𝑅 = 𝛼 ∗ 𝑄𝑃 + 𝛽 ∗ ∑𝑄𝐿 (31)
𝑄𝑅 = 30% ∗ 157,08 + 1,00 ∗ 2,93
𝑄𝑅 = 50,06𝑁

Quadro 20 – Decourt-Quaresma, Cálculo da Capacidade de Carga


Resistência de Ponta Coef. Método Resistência
Prof.(m) Solo α  ΣQs(kN) Qp (kN) QR (kN)
1 Silte Arenoso 30% 1,00 2,93 157,080 50,06
2 Silte Arenoso 30% 1,00 10,47 157,080 60,74
3 Areia 30% 1,00 21,78 301,593 117,29
4 Areia 30% 1,00 38,54 351,858 144,09
5 Silte Argiloso 30% 1,00 61,58 201,062 119,38
6 Silte Argiloso 30% 1,00 89,22 201,062 152,05
7 Silte Argiloso 30% 1,00 124,41 226,195 192,27
8 Silte Argiloso 30% 1,00 167,97 226,195 238,34
9 Silte Argiloso 30% 1,00 213,21 251,327 288,61
10 Silte Argiloso 30% 1,00 271,85 276,460 352,28
11 Areia 30% 1,00 340,97 552,920 511,87
12 Areia 30% 1,00 411,34 603,186 592,29
13 Areia 30% 1,00 498,47 603,186 684,45
14 Areia 30% 1,00 592,29 653,451 788,33
15 Areia 30% 1,00 692,83 653,451 893,89
16 Areia 30% 1,00 806,76 753,982 1027,93
17 Areia 30% 1,00 949,18 854,513 1205,53
18 Areia 30% 1,00 1122,60 955,044 1414,14
19 Areia 30% 1,00 1313,60 1105,841 1650,38
20 Areia 30% 1,00 1556,55 1357,168 1968,73
Continua.
81

Cont. Quadro 20.


Resistência de Ponta Coef. Método Resistência
Prof.(m) Solo α  ΣQs(kN) Qp (kN) QR (kN)
21 Areia 30% 1,00 1890,82 1658,761 2393,47
22 Areia 30% 1,00 2277,86 1960,354 2871,00
23 Areia 30% 1,00 2730,67 2211,681 3389,15
24 Areia 30% 1,00 3243,38 2412,743 3972,23
25 Areia 30% 1,00 3829,81 2613,805 4618,98
26 Areia 30% 1,00 4472,37 2764,602 5294,21
Fonte: Dos autores, 2020.

4.5.5 Resistência admissível

O fator de segurança (𝐹𝑆 ) para fundações profundas, é definido no Quadro 3, que se


segue na equação 32:
𝑄𝑅
𝑄𝑎𝑑𝑚 = (32)
𝐹𝑆
50,06
𝑄𝑎𝑑𝑚 =
2
𝑄𝑎𝑑𝑚 = 29,43 𝑘𝑁

Quadro 21 – Decourt-Quaresma, Cálculo da Resistência Admissível


Prof.(m) QR (kN) Qadm (kN)
1 50,06 25,03
2 60,74 30,37
3 117,29 58,64
4 144,09 72,05
5 119,38 59,69
6 152,05 76,03
7 192,27 96,13
8 238,34 119,17
9 288,61 144,30
10 352,28 176,14
11 511,87 255,94
12 592,29 296,15
13 684,45 342,22
14 788,33 394,17
15 893,89 446,94
16 1027,93 513,96
Continua.
82

Cont. Quadro21.
Prof.(m) QR (kN) Qadm (kN)
17 1205,53 602,77
18 1414,14 707,07
19 1650,38 825,19
20 1968,73 984,37
21 2393,47 1196,74
22 2871,00 1435,50
23 3389,15 1694,58
24 3972,23 1986,11
25 4618,98 2309,49
26 5294,21 2647,11
Fonte: Dos autores, 2020.

4.5.6 Dimensionamento

Com os valores de Resistência admissível é possível assim encontrar o valor da


quantidade de estaca e a da profundidade, de acordo com a carga que cada pilar conforme o
Quadro 22:

Quadro 22 – Decourt-Quaresma, Número de Estacas


Resistência
Pilar Número de Resistência por Estaca
Admissível Prof. (m)
Estacas
N° Pilar tf kN Qadm (kN) Q (kN)
P29 6 60 1 72,05 72,05 4,00
P46 20 200 1 255,94 255,94 11,00
P41 24 240 1 255,94 255,94 11,00
P60 26 260 1 296,15 296,15 12,00
P62 28 280 1 296,15 296,15 12,00
P30 32 320 1 342,22 342,22 13,00
P82 36 360 1 394,17 394,17 14,00
P33 42 420 1 446,94 446,94 15,00
P37 42 420 1 446,94 446,94 15,00
P34 52 520 1 602,77 602,77 17,00
P42 52 520 1 602,77 602,77 17,00
P49 52 520 1 602,77 602,77 17,00
P43 64 640 1 707,07 707,07 18,00
P44 70 700 1 707,07 707,07 18,00
P53 72 720 1 825,19 825,19 19,00
Continua.
83

Cont. Quadro 22
Resistência
Número de Resistência por Estaca
Pilar Admissível Prof. (m)
Estacas
N° Pilar tf kN Qadm (kN) Q (kN)
P38 74 740 1 825,19 825,19 19,00
P45 86 860 1 825,19 825,19 19,00
P50 86 860 1 984,37 984,37 20,00
P51 90 900 1 984,37 984,37 20,00
P6 130 1300 1 1435,50 1435,50 22,00
P1 178 1780 1 1986,11 1986,11 24,00
P21 216 2160 1 2309,49 2309,49 25,00
P7 218 2180 1 2309,49 2309,49 25,00
P12 224 2240 1 2309,49 2309,49 25,00
P27 224 2240 1 2309,49 2309,49 25,00
P26 236 2360 1 2647,11 2647,11 26,00
P3 240 2400 1 2647,11 2647,11 26,00
P4 246 2460 1 2647,11 2647,11 26,00
P22 302 3020 2 1694,58 3389,15 23,00
P5 310 3100 2 1694,58 3389,15 23,00
P13 318 3180 2 1694,58 3389,15 23,00
P2 322 3220 2 1694,58 3389,15 23,00
P20 342 3420 2 1986,11 3972,23 24,00
P17 344 3440 2 1986,11 3972,23 24,00
P25 390 3900 2 1986,11 3972,23 24,00
P15 410 4100 2 2309,49 4618,98 25,00
P24 432 4320 2 2309,49 4618,98 25,00
P23 434 4340 2 2309,49 4618,98 25,00
P8 440 4400 2 2309,49 4618,98 25,00
P9 456 4560 2 2309,49 4618,98 25,00
P10 460 4600 2 2647,11 5294,21 26,00
P14 464 4640 2 2647,11 5294,21 26,00
P11 478 4780 2 2647,11 5294,21 26,00
P18 486 4860 2 2647,11 5294,21 24,00
P19 486 4860 2 2647,11 5294,21 24,00
P16 578 5780 3 1986,11 5958,34 23,00
Total de Estacas 65 Profundidade Escavada 1414 m
Fonte: Dos autores, 2020.
84

4.6 CÁLCULO DE ESTACA PELO MÉTODO TEIXEIRA

4.6.1 Dados iniciais da estaca

O diâmetro da estaca será 40 cm, os valores de 𝐴𝑝 e de 𝑈 sendo respectivamente área


de ponta e perímetro e definido pelas equações 20.1 e 20.2 respectivamente:

𝜋 ∗ 𝑑²
𝐴𝑝 = (20.1)
4
𝜋 ∗ 0,4²
𝐴𝑝 =
4
𝐴𝑝 = 0,126𝑚²
𝑈 =𝜋∗𝑑 (20.2)
𝑈 = 𝜋 ∗ 0,4
𝑈 = 1,257𝑚

O comprimento da estaca:
𝐿 = 1𝑚

4.6.2 Resistência de ponta

4.6.2.1 Parâmetros da resistência de ponta

O valor parâmetro da resistência de ponta (𝛼) é definido pelo Quadro 10, então é
encontrado o valor abaixo:

𝛼 = 160 𝑘𝑃𝑎

4.6.2.2 NP

O valor médio do índice de resistência à penetração (𝑁) é medido no intervalo de quatro


diâmetros acima da ponta da estaca e um diâmetro abaixo, para o dimensionamento utilizaremos
hélice contínua com diâmetro de 40 cm ou 0,4m, 4 diâmetros acima da ponta da estaca seria
1,60m e 1 diâmetro abaixo seria mais 40cm. Assim, visto que cada camada possui 1,00m foi
85

considerado o Nspt da camada anterior e correspondente ao nível da ponta ou base,


desconsiderando a camada posterior pois não atingiu a cota de teste de Nspt, na primeira camada
utilizou-se o próprio valor de Nspt para o cálculo de Np:
𝑁𝑃 = 4

4.6.2.3 Cálculo da resistência de ponta

A resistência de ponta (𝑄𝑃 ) é obtida pela equação 34:

𝑄𝑃 = 𝛼 ∗ 𝑁𝑃 ∗ 𝐴𝑝 (34)
𝑄𝑃 = 160 ∗ 4 ∗ 0,126
𝑄𝑃 = 80,42 𝑘𝑁

O restante dos valores da resistência de ponta (𝑄𝑝 ) é obtido do mesmo jeito calculado
anteriormente, utilizando NP conforme desce a profundidade como mostra o Quadro 23:

Quadro 23 – Teixeira, Cálculo da Resistência de Ponta

Resistência de
Dados da Sondagem Coef. Método
Ponta

Prof. (m) NSPT Tipo de solo α Np Qp (kN)


1 4 Silte Arenoso 160 4,00 80,42
2 6 Silte Arenoso 160 5,00 100,53
3 6 Areia 220 6,00 165,88
4 7 Areia 220 6,50 179,70
5 8 Silte Argiloso 110 7,50 103,67
6 8 Silte Argiloso 110 8,00 110,58
7 9 Silte Argiloso 110 8,50 117,50
8 10 Silte Argiloso 110 9,50 131,32
9 9 Silte Argiloso 110 9,50 131,32
10 11 Silte Argiloso 110 10,00 138,23
11 12 Areia 220 11,50 317,93
12 11 Areia 220 11,50 317,93
13 13 Areia 220 12,00 331,75
14 13 Areia 220 13,00 359,40
15 13 Areia 220 13,00 359,40
Continua.
86

Cont. Quadro 23.


Dados da Sondagem Coef. Método Resistência de Ponta
Prof. (m) NSPT Tipo de solo α Np Qp (kN)
16 14 Areia 220 13,50 373,22
17 17 Areia 220 15,50 428,51
18 20 Areia 220 18,50 511,45
19 21 Areia 220 20,50 566,74
20 26 Areia 220 23,50 649,68
21 35 Areia 220 30,50 843,20
22 39 Areia 220 37,00 1022,90
23 44 Areia 220 41,50 1147,31
24 48 Areia 220 46,00 1271,72
25 53 Areia 220 50,50 1396,12
26 56 Areia 220 54,50 1506,71
Fonte: Dos autores, 2020.

4.6.3 Resistência de atrito lateral

4.6.3.1 Parâmetros da resistência de atrito lateral

O valor parâmetro da resistência de atrito lateral (𝛽 ), é definido pelo Quadro 10, então
é encontrado o valor abaixo:

𝛽 = 6 𝑘𝑃𝑎

4.6.3.2 NL

O valor médio do índice de resistência à penetração ao longo do comprimento do fuste


da estaca ( 𝑁𝐿 ), é utilizado o valor da camada anterior e o da camada em análise, visto que a
camada de cálculo é a primeira utilizaremos o próprio valor do 𝑁𝑆𝑃𝑇 :

𝑁𝐿 = 4

4.6.3.3 Cálculo de resistência lateral

A resistência lateral (𝑄𝐿 ) é obtida pela equação 35:


𝑄𝐿 = 𝛽 ∗ 𝑁𝐿 ∗ 𝑈 ∗ 𝐿 (35)
87

𝑄𝐿 = 6 ∗ 4 ∗ 1,257 ∗ 1
𝑄𝐿 = 30,16 𝑘𝑁

A obtenção do ∑𝑄𝐿 se dá através da soma acumulada de 𝑄𝐿 das camadas. Após os


cálculos de cada camada, encontra-se os seguintes resultados, conforme o Quadro 24:

Quadro 24 – Teixeira, Cálculo da Resistência Lateral

Coef.
Dados da Sondagem Resistência Lateral
Método

Prof. (m) NSPT Tipo de solo β NL QL(kN) ΣQL (kN)


1 4 Silte Arenoso 6 4,00 30,16 30,16
2 6 Silte Arenoso 6 5,00 37,70 67,86
3 6 Areia 6 5,33 40,21 108,07
4 7 Areia 6 5,75 43,35 151,42
5 8 Silte Argiloso 6 6,20 46,75 198,17
6 8 Silte Argiloso 6 6,50 49,01 247,18
7 9 Silte Argiloso 6 6,86 51,70 298,88
8 10 Silte Argiloso 6 7,25 54,66 353,55
9 9 Silte Argiloso 6 7,44 56,13 409,68
10 11 Silte Argiloso 6 7,80 58,81 468,49
11 12 Areia 6 8,18 61,69 530,18
12 11 Areia 6 8,42 63,46 593,64
13 13 Areia 6 8,77 66,12 659,75
15 13 Areia 6 9,33 70,37 798,52
16 14 Areia 6 9,63 72,57 871,09
17 17 Areia 6 10,06 75,84 946,94
18 20 Areia 6 10,61 80,01 1026,94
19 21 Areia 6 11,16 84,13 1111,07
20 26 Areia 6 11,90 89,72 1200,79
21 35 Areia 6 13,00 98,02 1298,81
22 39 Areia 6 14,18 106,93 1405,74
23 44 Areia 6 15,48 116,70 1522,44
24 48 Areia 6 16,83 126,92 1649,36
25 53 Areia 6 18,28 137,83 1787,19
26 56 Areia 6 19,73 148,77 1935,96
Fonte: Dos autores, 2020.

A capacidade de carga das estacas é definida pela equação 33:


𝑄 = 𝑄𝑃 + 𝑄𝐿 (33)
88

𝑄 = 80,42 + 30,16
𝑄 = 110,58 𝑘𝑁

Quadro 25 – Teixeira, Cálculo da Capacidade de Carga

Resistência Resistência
Dados da Sondagem Resistência
Lateral de Ponta
Prof.
NSPT Tipo de solo
(m) ΣQL (kN) QP(kN) QR(kN)
1 4 Silte Arenoso 30,16 80,42 110,58
2 6 Silte Arenoso 67,86 100,53 168,39
3 6 Areia 108,07 165,88 273,95
4 7 Areia 151,42 179,70 331,12
5 8 Silte Argiloso 198,17 103,67 301,84
6 8 Silte Argiloso 247,18 110,58 357,76
7 9 Silte Argiloso 298,88 117,50 416,38
8 10 Silte Argiloso 353,55 131,32 484,86
9 9 Silte Argiloso 409,68 131,32 540,99
10 11 Silte Argiloso 468,49 138,23 606,72
11 12 Areia 530,18 317,93 848,10
12 11 Areia 593,64 317,93 911,57
13 13 Areia 659,75 331,75 991,51
14 13 Areia 728,15 359,40 1087,55
15 13 Areia 798,52 359,40 1157,92
16 14 Areia 871,09 373,22 1244,31
17 17 Areia 946,94 428,51 1375,45
18 20 Areia 1026,94 511,45 1538,39
19 21 Areia 1111,07 566,74 1677,81
20 26 Areia 1200,79 649,68 1850,48
21 35 Areia 1298,81 843,20 2142,01
22 39 Areia 1405,74 1022,90 2428,64
23 44 Areia 1522,44 1147,31 2669,75
24 48 Areia 1649,36 1271,72 2921,08
25 53 Areia 1787,19 1396,12 3183,32
26 56 Areia 1935,96 1506,71 3442,67
Fonte: Dos autores, 2020.

A carga admissível é dada pela equação 36:


𝑄 (36)
𝑄𝑎𝑑𝑚 =
𝐹𝑆
89

110,58
𝑄𝑎𝑑𝑚 =
2
𝑄𝑎𝑑𝑚 = 52,29 𝑘𝑁

Quadro 26 – Teixeira, Cálculo da Resistência Admissível

Resistência
Dados da Sondagem Resistência
Admissível
Prof. (m) NSPT Tipo de solo QR(kN) Qadm(kN)
1 4 Silte Arenoso 110,58 55,29
2 6 Silte Arenoso 168,39 84,19
3 6 Areia 273,95 136,97
4 7 Areia 331,12 165,56
5 8 Silte Argiloso 301,84 150,92
6 8 Silte Argiloso 357,76 178,88
7 9 Silte Argiloso 416,38 208,19
8 10 Silte Argiloso 484,86 242,43
9 9 Silte Argiloso 540,99 270,50
10 11 Silte Argiloso 606,72 303,36
11 12 Areia 848,10 424,05
12 11 Areia 911,57 455,78
13 13 Areia 991,51 495,75
14 13 Areia 1087,55 543,77
15 13 Areia 1157,92 578,96
16 14 Areia 1244,31 622,16
17 17 Areia 1375,45 687,72
18 20 Areia 1538,39 769,20
19 21 Areia 1677,81 838,91
20 26 Areia 1850,48 925,24
21 35 Areia 2142,01 1071,01
22 39 Areia 2428,64 1214,32
23 44 Areia 2669,75 1334,88
24 48 Areia 2921,08 1460,54
25 53 Areia 3183,32 1591,66
26 56 Areia 3442,67 1721,33
Fonte: Dos autores, 2020.
90

4.6.4 Dimensionamento

Com os valores de Resistência admissível é possível assim encontrar o valor da


quantidade de estaca e a da profundidade, de acordo com a carga que cada pilar conforme o
Quadro 27:
Quadro 27 – Teixeira, Número de Estacas

Pilar Número Resistência Resistência por


de Admissível Estaca Prof. (m)
N° Pilar tf kN Estacas Qadm (kN) Q (kN)
P29 6 60 1 84,19 84,19 2
P46 20 200 1 242,43 242,43 8
P41 24 240 1 242,43 242,43 8
P60 26 260 1 242,43 242,43 8
P62 28 280 1 270,50 270,50 9
P30 32 320 1 424,05 424,05 11
P82 36 360 1 424,05 424,05 11
P33 42 420 1 424,05 424,05 11
P37 42 420 1 424,05 424,05 11
P34 52 520 1 543,77 543,77 12
P42 52 520 1 543,77 543,77 12
P49 52 520 1 543,77 543,77 12
P43 64 640 1 687,72 687,72 17
P44 70 700 1 769,20 769,20 18
P53 72 720 1 769,20 769,20 18
P38 74 740 1 769,20 769,20 18
P45 86 860 1 925,24 925,24 20
P50 86 860 1 925,24 925,24 20
P51 90 900 1 925,24 925,24 20
P6 130 1300 1 1334,88 1334,88 23
P1 178 1780 2 925,24 1850,48 20
P21 216 2160 2 1214,32 2428,64 22
P7 218 2180 2 1214,32 2428,64 22
P12 224 2240 2 1214,32 2428,64 22
P27 224 2240 2 1214,32 2428,64 22
P26 236 2360 2 1214,32 2428,64 22
P3 240 2400 2 1214,32 2428,64 22
P4 246 2460 2 1334,88 2669,75 23
P22 302 3020 2 1591,66 3183,32 25
P5 310 3100 2 1591,66 3183,32 25
Continua.
91

Cont. Quadro 27.


Resistência Resistência por
Pilar Número de Admissível Estaca Prof. (m)
Estacas
N° Pilar tf kN Qadm (kN) Q (kN)
P13 318 3180 2 1591,66 3183,32 25
P2 322 3220 2 1721,33 3442,67 26
P20 342 3420 2 1721,33 3442,67 26
P17 344 3440 2 1721,33 3442,67 26
P25 390 3900 3 1591,66 4774,97 25
P15 410 4100 3 1460,54 4381,62 24
P24 432 4320 3 1460,54 4381,62 24
P23 434 4340 3 1460,54 4381,62 24
P8 440 4400 3 1591,66 4774,97 25
P9 456 4560 3 1591,66 4774,97 25
P10 460 4600 3 1591,66 4774,97 25
P14 464 4640 3 1591,66 4774,97 25
P11 478 4780 3 1721,33 5164,00 26
P18 486 4860 3 1721,33 5164,00 26
P19 486 4860 3 1721,33 5164,00 26
P16 578 5780 4 1460,54 5842,16 24
Total de Estacas 85 .............. Prof. Escavada 1846 m
Fonte: Dos autores, 2020.

4.7 COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS SEMI-EMPIRICOS

Para fazemos os comparativos entre métodos, primeiramente averiguamos a tensão


admissível e quantidade de estacas necessárias para suprir a planta de carga, para termos essas
informações utilizamos os Quadros 17, 22 e 27, e assim conseguimos comparar a tensão
admissível para cada método descrito pelo Quadro 29, e a quantidade de estaca total mostrada
no Quadro 28:

Quadro 28 – Análise comparativa entre os métodos semi-empíricos


AOKI DECOURT- TEIXEIRA
Pilar
VELLOSO QUARESMA
Número de Número de Prof.
N° Pilar tf kN Prof. (m)
Estacas Estacas (m)
P29 6 1,00 1 1,00 1 4,00 1 1,00
P46 20 4,00 1 4,00 1 11,00 1 8,00
P41 24 11,00 1 11,00 1 11,00 1 8,00
Continua.
92

Cont. Quadro 28.


AOKI DECOURT-
Pilar TEIXEIRA
VELLOSO QUARESMA
Númer
Número Número
Prof. o de Prof.
N° Pilar tf kN de Prof. (m) de
(m) Estaca (m)
Estacas Estacas
s
P60 26 11,00 1 11,00 1 12,00 1 8,00
P62 28 11,00 1 11,00 1 12,00 1 9,00
P30 32 11,00 1 11,00 1 13,00 1 9,00
P82 36 11,00 1 11,00 1 14,00 1 10,00
P33 42 12,00 1 12,00 1 15,00 1 11,00
P37 42 12,00 1 12,00 1 15,00 1 11,00
P34 52 14,00 1 14,00 1 17,00 1 12,00
P42 52 14,00 1 14,00 1 17,00 1 12,00
P49 52 14,00 1 14,00 1 17,00 1 12,00
P43 64 16,00 1 16,00 1 18,00 1 14,00
P44 70 17,00 1 17,00 1 18,00 1 15,00
P53 72 17,00 1 17,00 1 19,00 1 16,00
P38 74 17,00 1 17,00 1 19,00 1 16,00
P45 86 19,00 1 19,00 1 19,00 1 18,00
P50 86 19,00 1 19,00 1 20,00 1 18,00
P51 90 19,00 1 19,00 1 20,00 1 18,00
P6 130 21,00 1 21,00 1 22,00 1 21,00
P1 178 23,00 1 23,00 1 24,00 2 23,00
P21 216 24,00 1 24,00 1 25,00 2 25,00
P7 218 25,00 1 25,00 1 25,00 2 25,00
P12 224 25,00 1 25,00 1 25,00 2 25,00
P27 224 25,00 1 25,00 1 25,00 2 25,00
P26 236 25,00 1 25,00 1 26,00 2 26,00
P3 240 26,00 1 26,00 1 26,00 2 26,00
P4 246 26,00 1 26,00 1 26,00 2 26,00
P22 302 22,00 2 22,00 2 23,00 2 22,00
P5 310 22,00 2 22,00 2 23,00 2 22,00
P13 318 22,00 2 22,00 2 23,00 2 22,00
P2 322 22,00 2 22,00 2 23,00 2 22,00
P20 342 23,00 2 23,00 2 24,00 2 23,00
P17 344 23,00 2 23,00 2 24,00 2 23,00
P25 390 24,00 2 24,00 2 24,00 3 24,00
P15 410 24,00 2 24,00 2 25,00 3 24,00
P24 432 24,00 2 24,00 2 25,00 3 25,00
P23 434 25,00 2 25,00 2 25,00 3 25,00
P8 440 25,00 2 25,00 2 25,00 3 25,00
Continua.
93

Cont. Quadro 28.


AOKI DECOURT-
Pilar TEIXEIRA
VELLOSO QUARESMA
Númer
Número Número
Prof. o de Prof.
N° Pilar tf kN de Prof. (m) de
(m) Estaca (m)
Estacas Estacas
s
P9 456 25,00 2 25,00 2 25,00 3 25,00
P10 460 25,00 2 25,00 2 26,00 3 25,00
P14 464 25,00 2 25,00 2 26,00 3 25,00
P11 478 25,00 2 25,00 2 26,00 3 26,00
P18 486 26,00 2 26,00 2 24,00 3 26,00
P19 486 26,00 2 26,00 2 24,00 3 26,00
P16 578 23,00 3 23,00 3 23,00 4 24,00
Total de Estacas 65 1355 65 1414 85 1846
Fonte: Dos autores, 2020.

Após somarmos os números de estacas de cada método, observamos que o método de


Teixeira é o mais conservador, necessitando de um número maior de estacas que Aoki-Velloso
e Decourt-Quaresma que apresentam o mesmo número de estacas.
Comparando a profundidade escavada, o método de Aoki-Velloso apresenta a menor
profundidade de escavação em relação aos demais. Podemos notar também, que na soma de
profundidade total entre métodos, Teixeira apresentou uma profundidade de 1846 metros,
Decourt-Quaresma 1414 metros e Aoki-Veloso 1355 metros, sendo o que apresentou menor
profundidade entre eles.
No Quadro 29, apresentamos o comparativo entre tensões admissível de cada método,
utilizando as profundidades múltiplas de 5:

Quadro 29 – Comparativo de Resistências Admissíveis entre os métodos semi-empíricos


Decourt-
Aoki-Velloso Teixeira
Quaresma
Profundidade
Qadm
Qadm (kN) Qadm (kN)
(kN)
5 120,95 56,93 150,92
10 200,36 176,14 303,36
15 567,73 446,94 578,96
20 1139,50 984,37 925,24
26 2609,14 2647,11 1721,33
Fonte: Dos autores, 2020.
94

Gráfico 2, apresenta o comparativo de tensões admissíveis de todos os três métodos,


para melhor visibilidade nas diferenças de valores:

Gráfico 2 – Comparativo de Resistência Admissível

Comparativo de Resistência Admissível -


QADM (KN)
Métodos Semi-Empiricos
Aoki-Velloso Decourt-Quaresma Teixeira

3000

2647,11
2500
2609,14
2000
1721,33
1500
1139,5

1000 578,96 984,37


303,36
500 567,73
150,92 120,95 925,24
200,36
59,69 176,14 446,94
0
PROF. (M) 5 10 15 20 26

Fonte: Dos autores, 2020.

Ao analisar o gráfico da resistência admissível, é possível observar que o método


Teixeira até a profundidade 15 metros apresentam maiores valores de tensão admissível, porém
após essa profundidade os métodos de Aoki-Velloso e Decourt-Quaresma apresenta um
crescimento de tensão admissível com valores similares.
95

5 CONCLUSÃO

O trabalho em questão buscou comparar métodos de fundações diretas, e fundações


profundas, para uma planta de carga de um edifício localizado em Jurerê Internacional – SC,
com sondagens especificas para cada fundação em questão.
A análise inicial de fundação direta, foi utilizado como procedimento o sistema de
eliminação, a onde o método que apresentasse uma área total menor se tornaria o melhor
método, apresentando menor gasto.
Como observado, o método a Flexão apresentou uma soma total de áreas de sapata de
107,622 m², e o método de Terzaghi e Peck somou 150,928 m², gerando uma diferença de
43,306 m² entre métodos.
Portanto o método a Flexão por mostrar uma soma total de áreas inferior, em relação ao
método de Terzaghi e Peck, precisará da compra de menor volume de concreto, formas de
madeiras, horas trabalhadas para suprir a planta de carga, se tornando o método mais eficaz e
econômico nesta ocasião estudada.
A verificação de fundação profunda, foi utilizado do mesmo procedimento de
eliminação das fundações diretas, onde foi comparado os números totais de estacas e tensões
admissíveis dos métodos Aoki-Velloso, Decourt-Quaresma e Teixeira.
Como observado em números totais de estacas para suprir a planta de carga, tanto
método de Aoki-Velloso quanto Decourt-Quaresma apresentaram um valor de 65 estacas. Já no
estudo de tensão admissível, foi mostrado que o método de Teixeira até a profundidade 15
metros, possui uma tensão admissível superior aos dois outros métodos, portanto se mostrando
o melhor método até essa profundidade, porém ao passar os 15 metros de profundidade, os
métodos de Aoki-Velloso e Decourt-Quaresma apresenta um crescimento de tensão admissível
com valores bem próximos entre eles. Ao analisar a profundidade a ser escavada o método de
Aoki-Velloso apresenta um valor de 59 metros a menos que Decourt-Quaresma.
Concluísse que método que o método de Aoki-Velloso, por precisar de valores inferiores
de escavação é o método mais eficaz e econômico, precisando de um menor número de
perfurações no terreno para o estaqueamento, menor volume de concreto e horas trabalhadas.
96

5.1 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES PARA NOVAS PESQUISAS

Dimensionar e calcular o bloco de coroamento para as sapatas e estacas dos métodos


apresentados neste trabalho, definindo a armadura e volume de concreto necessário e então
comparando resultados.
Comparativos de preços utilizando as áreas de armaduras, e volume de concreto, fazer
uma pesquisa de mercado para obter os valores dos aços escolhidos e componentes para realizar
um concreto de fck 25 MPa (areia, cimento, água e brita), e então conferir as diferenças de
preços.
Levantar os quantitativos de valores para execução das escavações conforme
profundidade levantada neste trabalho.
Realizar os cálculos de dimensionamento de fundação profunda utilizando outros tipos
de estacas e comparar com os valores de resistência e quantidade de estacas obtidos em hélice
contínua.
97

REFERÊNCIAS

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101

ANEXOS
102

ANEXO A – Sondagem SP5


103

ANEXO B – Sondagem SP9


104

ANEXO C – Planta de Carga

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