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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

MODELAGEM 3D DE RESERVATÓRIOS ATRAVÉS DA KRIGAGEM


DE POÇOS NA BACIA DE TAUBATÉ

Marcel de Souza Bonfim

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Campane Vidal

Campinas - SP
2018
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

MODELAGEM 3D DE RESERVATÓRIOS ATRAVÉS DA KRIGAGEM


DE POÇOS NA BACIA DE TAUBATÉ

Marcel de Souza Bonfim

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado em 4 de dezembro de 2017
para obtenção do título de Bacharel em
Geologia pelo Instituto de Geociência da
UNICAMP.

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Alexandre Campane Vidal (Orientador)


Prof. Dr. Emilson Pereira Leite
Prof. Dr. Gelvam André Hartmann

Campinas - SP
2018
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a meus pais e familiares por todo apoio e orientação durante anos na
universidade.

Agradeço ao meu orientador Alexandre Campane Vidal pelo auxílio e dedicação durante o trabalho
de Iniciação Científica e Trabalho de Conclusão de Curso.

Agradeço, aos amigos que entraram na minha vida durante a graduação, comigo nos momentos
felizes e, às vezes, nos difíceis: Amanda Rios, Gabriela Basaglia, Murilo Nogueira, Wilson, Débora
Lopes, Henrique Fedel, Fernanda Peixoto, Lucas Amici, Kaique (Pastor) obrigado pelo
companheirismo nos campos e na graduação.

Um agradecimento aos Brothers Gabriel Guibu (Mestre), Lorota (Rafa), Alexandre Rocha
(Xandão), Cesar Henrique Farias (Cesão/Cesinha), Letícia Lumy (Sato), André (Pontara) e Letícia
(Aquaman) obrigado por tudo (de bom e de ruim) que já fizemos juntos!!

Por fim, agradeço a Jô e aos colaboradores que fazem parte do grupo de funcionários da secretaria,
por estarem sempre preparados para ajudar, desde o dia da matrícula até a conclusão do curso!

OBRIGADO!
MODELAGEM 3D DE RESERVATÓRIOS ATRAVÉS DA KRIGAGEM DE
POÇOS NA BACIA DE TAUBATÉ

RESUMO

A Bacia de Taubaté, situada no principal eixo de ligação entre os centros urbanos de São Paulo e
Rio de Janeiro, apresenta grande quantidade de poços tubulares perfurados para a captação de água
subterrânea. Esta Bacia é caracterizada pela heterogeneidade geológica, geradas pela tectônica local
que possibilitou a instalação do RCSB e compartimentou a Bacia, condicionando a sedimentação de
depósitos de leques aluviais associados à planície aluvial e sedimentos lacustres. O presente
trabalho buscou contribuir com informações sobre corpos rochosos na Bacia de Taubaté, no Estado
de São Paulo. A partir do banco de dados, construído no trabalho de Iniciação Científica, o próximo
passo foi realizar o estudo geoestatístico dos dados e construir os mapas 2D de razões entre arenitos
e as outras litologias, de modo a entender a distribuição dessas rochas na Bacia. O modelo
tridimensional da Bacia foi construído utilizando krigagem indicativa para entender a distribuição
em profundidade das rochas na área de estudo. Os resultados indicam maior quantidade de arenitos
nos compartimentos São José e Aparecida e menor quantidade no compartimento Taubaté. Os
modelos 3D gerados mostram continuidade vertical no compartimento São José e na porção norte
do compartimento Aparecida, locais que apresentam maior vazão e maior quantidade de arenitos. A
relação entre os arenitos e folhelhos, e arenitos e siltitos indicam razões próximas de 1, ou menores,
para a Bacia como um todo com poucos pontos com maior quantidade de arenitos. Considerando
que o grid da área alcançou até 200 m de profundidade, pode-se afirmar que o estudo envolveu a
área do Aquífero Taubaté e, assim, os resultados corroboram com o aspecto multicamadas deste
Aquífero. Os resultados foram de grande relevância para o conhecimento e futuros estudos de
aquíferos na Bacia.

Palavras-Chave: Aquífero Taubaté, Modelagem 3D, Bacia de Taubaté, Distribuição de arenitos


Sumário
1. CAPÍTULO I ........................................................................................................................................................... 8
1.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 8
1.2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................................ 10
1.3. OBJETIVOS ................................................................................................................................................... 10
1.4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................... 10
1.4.1. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO ............................................................................................... 10
1.4.2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS ............................................................................................................. 12
1.4.2.1. CONTEXTO GEOLÓGICO DA BACIA SEDIMENTAR ........................................................... 12
1.4.2.2. O RIFT CONTINENTAL DO SUDESTE DO BRASIL (RCSB) ................................................. 12
1.4.2.3. CONTEXTO TECTÔNICO DA BACIA ...................................................................................... 13
1.4.2.4. O EMBASAMENTO CRISTALINO DA BACIA DE TAUBATÉ .............................................. 15
1.4.2.5. ESTRATIGRAFIA ........................................................................................................................ 15
1.4.2.6. HIDROGEOLOGIA ...................................................................................................................... 18
2. CAPÍTULO II ....................................................................................................................................................... 19
2.1. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................................... 19
2.1.1. MATERIAIS .......................................................................................................................................... 19
2.1.1.1. COMPARTIMENTOS .................................................................................................................. 19
2.1.1.2. COMPARTIMENTO SÃO JOSÉ DOS CAMPOS ....................................................................... 20
2.1.1.3. COMPARTIMENTO TAUBATÉ ................................................................................................. 20
2.1.1.4. COMPARTIMENTO APARECIDA ............................................................................................. 21
2.1.2. MÉTODOLOGIA................................................................................................................................... 21
2.1.2.1. MAPAS E MODELOS .................................................................................................................. 23
2.1.2.2. MÉTODO DE KRIGAGEM.......................................................................................................... 23
2.1.2.3. CONSTRUÇÃO MAPAS 2D ........................................................................................................ 24
2.1.2.4. CONSTRUÇÃO MAPAS 3D ........................................................................................................ 25
3. CAPITULO III ...................................................................................................................................................... 26
3.1. RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS .................................................................................................... 26
3.1.1. ANÁLISE GEOTATÍSTICA ................................................................................................................. 26
3.1.2. ANÁLISE 2D ......................................................................................................................................... 31
3.1.3. ANÁLISE 3D ......................................................................................................................................... 36
3.1.4. MODELO 3D ......................................................................................................................................... 39
4. CAPITULO V ........................................................................................................................................................ 43
4.1. DISCUSSÃO................................................................................................................................................... 43
4.2. CONCLUSÃO ................................................................................................................................................ 48
5. CAPÍTULO VII ..................................................................................................................................................... 50
5.1. REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 50
6. ANEXOS ................................................................................................................................................................ 52
6.1. Anexo 1 – ROTINA GERAR ARQUIVO SGeMS ......................................................................................... 52
6.2. Anexo 2 – ROTINA CRIAR ARQUIVO DE ENTRADA SGeMS ................................................................ 53
6.3. Anexo 3 – ROTINA GERA MODELO DE PROBABILIDADE ................................................................... 54
6.4. Anexo 4– ROTINA PARA RECORTAR (“CLIP”)........................................................................................ 55

v
LISTA DE FIGURA

Figura 1 - Mapa de localização da área de estudo contendo as principais cidades da Bacia (Autoria própria). .... 11

Figura 2 - Desenvolvimento da Bacia de Taubaté mostrando a evolução litológica e estrutural (modificado de


Cogne, 2013). ........................................................................................................................................................ 14

Figura 3 - Mapa do arcabouço estrutural da Bacia de Taubaté (Fernandes &Chang, 2003). ................................ 15

Figura 4 - Coluna estratigráfica da Bacia de Taubaté (Souza Filho, 2012). .......................................................... 16

Figura 5 - Mapa geológico da Bacia de Taubaté contendo as idades das Formações descritas (Vidal, 2004). ..... 17

Figura 6 - Perfil de poço representativo do aqüífero Taubaté (DAEE, 2005). ...................................................... 18

Figura 8 - figura representa a Bacia de Taubaté contendo os três compartimentos divididos pelos dois altos
estruturais descritos na bibliografia (modificado de Riccomini, 1989). ................................................................ 19

Figura 9 - Imagem contendo o grid realizado para o compartimento São José dos Campos (Autoria própria). ... 20

Figura 10 - Imagem contendo o grid realizado para o compartimento Taubaté (Autoria própria). ....................... 21

Figura 11 - Imagem contendo o grid realizado para o compartimento Aparecida (Autoria própria). ................... 21

Figura 12 - Localização dos poços ao longo da Bacia de Taubaté. ....................................................................... 22

Figura 13 - Mapa contorno do embasamento (Carvalho, 2010). ........................................................................... 26

Figura 14 - Na figura são observados os histogramas para os dados estudados no compartimento São José dos
Campos (Autoria própria)...................................................................................................................................... 27

Figura 15 - Na figura são observados os histogramas para os dados estudados no compartimento Taubaté
(Autoria própria).................................................................................................................................................... 29

Figura 16 - Nesta figura são observados os histogramas para os dados estudados no compartimento aparecida
(Autoria própria).................................................................................................................................................... 30

Figura 17 - Mapa de porcentagem de arenitos na Bacia de Taubaté (Autoria própria). ........................................ 31

Figura 18 - Mapa de porcentagem de folhelhos na Bacia de Taubaté (Autoria própria). ..................................... 33

Figura 19 - Mapa de porcentagem de siltitos na Bacia de Taubaté (Autoria própria). .......................................... 34

Figura 20 - Mapa de razão arenito/folhelho na Bacia de Taubaté (Autoria própria). ............................................ 35

Figura 21 - Mapa de razão arenito siltito na Bacia de Taubaté (Autoria própria). ................................................ 36

Figura 22 - Mapa de poços contendo as litologias, sendo: verde, azul e amarelo, argilito/folhelho, siltito/lamito e
arenito, respectivamente. A seta verde (y) indica o Norte (Autoria própria). ........................................................ 37

Figura 23 - Mapa de poços contendo as litologias, sendo: verde, azul e amarelo, argilito/folhelho, siltito/lamito e
arenito, respectivamente. A seta verde (y) indica o Norte (Autoria própria). ........................................................ 38

Figura 24 - Mapa de poços contendo as litologias, sendo: verde, azul e amarelo, argililto/folhelho, siltito/lamito e

vi
arenito, respectivamente. A seta verde (y) indica o Norte (Autoria própria). ........................................................ 38

Figura 25 - Mapa de poços contendo as litologias, sendo: verde, azul e amarelo, argililto/folhelho, siltito/lamito e
arenito, respectivamente. A seta verde (y) indica o Norte (Autoria própria)......................................................... 39

Figura 26 - Exemplo de modelo de probabilidade realizado separadamente para cada compartimento e unidos na
parte final do trabalho. As cores amarelo, verde e azul correspondem a arenito, folhelho e siltito,
respectivamente. .................................................................................................................................................... 40

Figura 27 - Modelo final para o compartimento São José. As cores amarelo, verde e azul correspondem ás
litologias de arenito, folhelho/argilitos e siltitos/lamitos. ...................................................................................... 41

Figura 28 - Modelo final para o compartimento São José. As cores amarelo, verde e azul correspondem ás
litologias de arenito, folhelho/argilitos e siltitos/lamitos. ...................................................................................... 41

Figura 29 - Modelo final para o compartimento Taubaté. As cores amarelo, verde e azul correspondem ás
litologias de arenito, folhelho/argilitos e siltitos/lamitos. ...................................................................................... 42

Figura 30 - Modelo final para o compartimento Aparecida. As cores amarelo, verde e azul correspondem ás
litologias de arenito, folhelho/argilitos e siltitos/lamitos. ...................................................................................... 43

Figura 31 - Mapa hidrológico contendo valores de vazão explotável, sentido de fluxo, potenciometria, cidades e
curso d’água (DAEE, 2005). ................................................................................................................................. 47

vii
1. CAPÍTULO I
1.1. INTRODUÇÃO

A Bacia de Taubaté é reconhecida como parte do Rift Continental do Sudeste do


Brasil (RCSB), sendo relacionado ao final do evento de ativação tectônica da Plataforma Sul
Americana. Este evento está associado à fragmentação do Gondwana e formação do Atlântico
Sul, denominado inicialmente de Reativação Wealdeniana no final do Cretáceo (Almeida
1967, 1976).

A Bacia de Taubaté abriga o Aquífero homônimo. Este Aquífero também apresenta


forma alongada de direção ENE, com extensão de 168 Km e 20 Km e com área de 2340 Km²
(DAEE, 2005). São descritos para o Aquífero dois compartimentos da Bacia com maior
permeabilidade e maiores valores de vazão, sendo estes compartimentos Aparecida ao norte e
São José dos campos ao sul. O terceiro compartimento é o Taubaté, com maior quantidade de
rochas formadas por sedimentos mais finos e, portanto, com menores valores de vazão.

Tais compartimentos são limitados pelos altos estruturais Caçapava e


Pindamonhangaba (Riccomini, 1989). O pacote sedimentar que compõe a Bacia é estruturado
pelas Formações Resende, Tremembé, São Paulo (Grupo Taubaté) e Pindamonhangaba e
Depósitos Quaternários. O ambiente de sedimentação é composto por leques aluviais, planície
aluvial e lacustre, de idade Paleogênica, e por depósitos fluvial meandrante, aluvial e coluvial,
do Neógeno até o Quaternário (Riccomini, 1989).

A Bacia de Taubaté está localizada entre os centros urbanos de São Paulo e Rio de
Janeiro, esta Bacia apresenta grande número de poços tubulares perfurados para a captação de
águas subterrâneas destinadas ao abastecimento público, indústria e agricultura, que explica o
crescente interesse pelo aquífero na região (DAEE, 2005).

Em relação aos trabalhos feitos na Bacia de Taubaté, Davino & Haralyi (1973), Galli
et al. (1988), Padilha (1991), por meio de modelagem gravimétrica e medidas
magnetotelúricas puderam caracterizar a espessura dos sedimentos em diverso locais da Bacia
de Taubaté e, assim, definir o limite entre o embasamento e a base dos sedimentos da Bacia
por meio de tratamentos geofísicos. Os autores, ao pesquisarem a área de estudo, ainda
relacionaram os resultados com os modelos de formação da Bacia (Almeida, 1976)
concluindo que a gênese da mesma se deve a um modelo transtensional. Cogné (2013)
reinterpretou 11 perfis sísmicos da Bacia de Taubaté. Após a nova interpretação, o autor

8
conclui que após uma fase inicial de deformação no Cretáceo ocorreu transtensão e
transpressão durante o Paleogeno e Neogeno, respectivamente, adicionando informações
estruturais aos estudos na Bacia.

Vespucci (1984) identifica cinco sistemas deposicionais na Bacia sendo sistema de


Leque Aluvial Jacareí, Fluvial Entrelaçado Jacareí, Fluvial Meandrante Caçapava, Leque
Aluvial Quirim e Sistema Lacustre Tremembé. O autor contribui com informações
estratigráficas de ambiente sedimentar na Bacia.

Marques (1990) e Fernandes (1993) através da sísmica de reflexão e dados


gravimétricos, respectivamente, forneceram novas informações sobre o arcabouço da Bacia e
inferências sobre a variação litológica por meio da identificação das fácies sísmicas.
Fernandes et al., (2002) fornecem um refinamento da malha gravimétrica da Bacia
com a implantação de 646 novas estações, incrementando de forma significativa os bancos de
dados de informações gravimétricas, além de propor nova divisão estrutural para a Bacia de
Taubaté.

Em relação aos trabalhos de hidroquímica e hidrogeologia, Vidal (2002) estudando o


aquífero utiliza métodos geoestatísticos para descrever os tipos hidroquímicos baseados nas
características físico-químicas das águas do Aquífero. Enquanto Souza (2004) utilizando
dados de poços construiu mapas geológicos e hidrogeológicos com o objetivo de compilar
uma gama de informações para assegurar o desenvolvimento sustentável do aquífero
sedimentar presente na região de Lorena. O autor conclui que o pacote sedimentar pode
chegar a 500 a 600 metros. Além disso, a área próxima a Lorena possui alta potencialidade
com capacidade específica de 4 a 10 m³/h.m.

Vidal et. al. (2004) utilizaram as informações litológicas referentes à descrição de


amostras de calha dos poços para estabelecer um padrão de distribuição dos arenitos
associado aos sistemas deposicionais definidos para a Bacia. Os autores correlacionam a
distribuição dos arenitos na Bacia com a estrutural da área.

Carvalho et. al. (2011) em seu trabalho para a Bacia definem o embasamento por meio
de métodos geoestatísticos utilizando dados sísmicos, gravimétricos de poços. Neste trabalho,
também, são gerados mapas de espessura de sedimentos na Bacia e modelo tridimensional do
embasamento.

9
Souza Filho (2012) utilizando 39 poços entre Jacareí e Cachoeira Paulista,
identificando as litologias, temperaturas dos poços, espessura e frequência dos diferentes
litotipos. Foram construídos mapas de isovalores para as freqüências de litologias, de
embasamento e mapa previsional de temperaturas visando aproveitamento econômico dos
recursos geotermais.

1.2. JUSTIFICATIVA

A Bacia de Taubaté é alvo de estudos em diversas áreas, como: Hidrogeologia,


Hidroquímica, magnetometria, geofísica, entre outros. Porém, são poucos os trabalhos que
tratam de informações sobre a geometria, estatística das litologias e modelagem
tridimensional da Bacia. Sendo assim, o presente trabalho propõe o estudo da distribuição
espacial de arenitos na Bacia.

1.3. OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo a compreensão espacial da geologia, visando à


caracterização e distribuição de intervalos de arenito na Bacia de Taubaté. Para alcançar o
objetivo foi utilizado um banco de dados contendo informações geográficas, litológicas e
estatísticas acerca de poços perfurados na região de estudo.

Busca-se, também, contribuir com o banco de dados referente à geometria e


estratigrafia da Bacia de Taubaté, por meio da análise da continuidade espacial e modelagem
tridimensional das rochas sedimentares da Bacia.

Para a criação do modelo geológico foram usados métodos estatísticos como


histogramas, gráficos, variogramas e modelos de interpolação de dados. A interpolação foi
realizada por meio de krigagem indicativa. Os softwares utilizados foram Stanford
Geostatistical Modelling Software (SGeMS), ArcGis e Microsoft Excel 2007.

1.4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO


1.4.1. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO

A Bacia de Taubaté se encontra na porção oriental do Estado de São Paulo, entre as

10
Serras do Mar e Mantiqueira. Trata-se de uma depressão tectônica estreita e alongada na
direção principal ENE, que acompanha a direção da linha de costa de São Paulo. Com
comprimento de cerca de 150 Km, 20 Km de largura e área de aproximadamente 2400 Km².

A área de estudo é coberta pelas folhas (1:250.000) de Santos (SF-23-Y-D) e


Guaratinguetá (SF-23-Y-B). A área é limitada pelas coordenadas 22°00’ e 23°00’ de latitude
Sul e 46°30’ e 45°00’. As principais cidades que compreendem a Bacia são: Jacareí, São José
dos Campos, Caçapava, Taubaté, Tremembé, Pindamonhangaba, Roseira, Potim,
Guaratinguetá, Lorena, Cacoeira Paulista e cruzeiro, como mostra a Figura 1.

O acesso à Bacia é feito pela rodovia Presidente Dutra (BR-116) partindo de São
Paulo e do Rio de Janeiro. A Bacia é cortada pelas rodovias Presidente Dutra, Carvalho Pinto
(SP-70) e Ayrton Senna (SP-070), bem como a Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB).

Figura 1 - Mapa de localização da área de estudo contendo as principais cidades da Bacia (Autoria própria).

11
1.4.2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
1.4.2.1. CONTEXTO GEOLÓGICO DA BACIA SEDIMENTAR

A Bacia de Taubaté está localizada no vale do Rio Paraíba do Sul, entre as cidades do
Rio de Janeiro e São Paulo. Esta Bacia possui direção NE, com 170 Km de comprimento e 20
Km de largura. O pacote sedimentar da Bacia possui espessura máxima entre 800 m e 850 m
(Carvalho et. al., 2011; Fernandes & Chang, 2002; Marques, 1990; Padilha, 1991, 2002; Vidal
et. al. 2004). As datações referentes às rochas sedimentares permitem classificá-las com
idades do Eoceno ao Mio-Pleoceno, ou seja, são rochas Terciárias, com presença de
coberturas sedimentares Quaternárias, sendo resultado da ruptura do continente Gondwana e,
consequentemente, formação do oceano Atlântico (Riccomini et. al., 2004).

Abaixo estão descritos a formação e evolução do Rift Continental do Sudeste do Brasil


(RCSB), a formação da Bacia de Taubaté, informações gerais sobre as estruturas encontradas,
bem como dados acerca do embasamento e estratigrafia da área.

1.4.2.2. O RIFT CONTINENTAL DO SUDESTE DO BRASIL (RCSB)

Os Rifts são caracterizados como depressões alongadas e relativamente estreitas


formadas por abatimento resultante de esforços tectônicos de afastamento na crosta. A história
de formação do RCSB se inicia no Cretáceo inferior com o começo da ruptura do Continente
Gondwana durante um evento de reativação tectônica, denominado de Reativação
Wealdeniana, que deu origem ao oceano Atlântico (Almeida, 1976; Riccomini, 1989). A
abertura do Rifte se deve a esforços extensionais com direção NNW-SSE causado pelo
basculamento termomecânico ocorrido na Bacia de Santos (Riccomini, 1989).

O sistema de Rifts (RCSB) é dividido em três segmentos, sendo eles: segmento


ocidental, que engloba Bacia de Curitiba, Formações Alexandra e Pariquera-Açu, e os grábens
de Guaraqueçaba, Cananeia e Sete Barras; o segmento central acolhe as Bacias de São Paulo,
Taubaté, Resende e de Volta Redonda, bem como os depósitos das regiões de Bonfim e
Cafundó; por fim, o segmento oriental é formado pelas Bacias de Maracatu, Itaboraí e o
Gráben de Barra de São João (Riccomini, 2004).

O segmento central do Rift Continental do Sudeste do Brasil (RCSB) acomoda a Bacia


de Taubaté, alvo de estudo do presente trabalho, juntamente com as Bacias de São Paulo,

12
Resende e Volta Redonda. A Bacia apresenta-se morfologicamente como uma depressão
localizada entre as Serras do Mar e Serra da Mantiqueira no planalto Atlântico, direção
aproximadamente paralela à linha de costa alcançando o Atlântico no Rio de Janeiro, com
comprimento aproximado de 170 km, largura média de 25 km e espessura máxima de 850 m
(Carvalho et. al., 2011; Fernandes et. al., 1993; Fernandes & Chang, 2002; Marques, 1990;
Padilha, 1991, 2002; Vidal et. al. 2004).

O processo de rifteamento de uma região está ligado ao primeiro momento de Ciclo de


formação de Supercontinentes, em que, ocorre a fragmentação do Supercontinente, deriva de
massas continentais e abertura de oceanos. O regime distensivo ocasionado pela
movimentação das placas em direções opostas (movimento divergente) num primeiro
momento causa, entre outros, rifteamento com intrusões intraplaca.

A Bacia de Taubaté é formada por rifteamento, logo, esta Bacia é controlada por
falhas, sendo importante o estudo das estruturas na modelagem. Segundo Riccomini ( 2004)
os sedimentos do Grupo Taubaté foram depositados sintectonicamente durante o Eoceno-
Oligoceno. Fernandes & Chang (2002) identificam dois altos estruturais na Bacia nomeados
como Alto de Caçapava e Alto de Pindamonhangaba, que divide a Bacia de Taubaté em três
compartimentos.

Riccomini (1989) identifica dois sistemas de falhas no RCSB, sendo duas direções
NNW e NNE. O sistema NNW corresponde a falhas normais e transcorrentes sinistrais. O
sistema NNE é formado por falhas transcorrentes dextrais formadas por estruturas em flor
negativas e positivas, falhas normais e inversas. O sistema NNE expõe, em alguns locais,
rochas do embasamento pré-Cambrianas.

1.4.2.3. CONTEXTO TECTÔNICO DA BACIA

A forma alongada da Bacia está condicionada por descontinuidades antigas de direção


geral nordeste do embasamento que favoreceram uma tectônica ressurgente. O arcabouço
tectônico é formado por semi-grábens separados por zonas de transferências ou de
acomodação, com depocentros invertidos e leques aluviais associados às falhas de borda, em
típica geometria de Bacia do tipo rifte (Fernandes & Chang, 2002).

Cogné (2013) descreve a formação como sendo sedimentação do centro da Bacia,

13
local com maior profundidade, para as bordas. Sendo a sub-Bacia Roseira a primeira a ser
formada, esta no centro do compartimento Taubaté. Segundo Cogné (2013) esta sub-Bacia se
relaciona com os primeiros sedimentos da Formação Resende e Formação Tremembé. O
aumento da deformação, devido aos esforços relacionados à formação dos Andes (Riccomini,
1989, Cogné, 2013), causa, inicialmente, formação das falhas nos riftes ocasionando no início
de novas sub-Bacias como Lorena e Quiririm. A Figura 2 apresenta o desenvolvimento da
Bacia com as direções dos esforços tectônicos na área ao longo do tempo. Sendo a sequência
estratigráfica adotada de Marques (1990) e os nomes de Formações de Ricomini (1989).

Figura 2 - Desenvolvimento da Bacia de Taubaté mostrando a evolução litológica e estrutural (modificado de


Cogne, 2013).

Assim, Cogne (2013) define a primeira unidade a ser depositada no Paleoce-Eoceno


sintectonicamente. A Formação Resende aparece apenas no final do Eoceno, sendo
representado por leques aluviais, feição típica de ambiente inicial em Bacias do tipo Rift
(Riccomini, 1989). A formação Resende se deposita em condições de inatividade tectônica,
ou baixa atividade tectônica e, por fim, a formação da Formação Pindamonhangaba ocorre
juntamente com esforços tectônicos que atuado no Mio-Plioceno ocasionaram na formação de
um sinforme na porção central da Bacia (Cogne, 2013).

A Bacia de Taubaté é dividida em três compartimentos, na bibliografia encontrada


para a área, sendo separados por dois altos estruturais. Os compartimentos são denominados
Aparecida, Taubaté e São José dos Campos, de sudoeste para nordeste. Os altos estruturais
são chamados de Pindamonhangaba e Caçapava (Riccomini, 1989). O alto de Caçapava
apresenta exposições locais de rochas do embasamento, enquanto o de Pindamonhangaba está

14
coberto por sedimentos (Carneiro et. al., 1976, Hasui & Ponçano, 1978).

1.4.2.4. O EMBASAMENTO CRISTALINO DA BACIA DE TAUBATÉ

A Bacia de Taubaté encontra-se sobre o embasamento cristalino formado por


migmatitos, rochas metamórficas deformadas e granitoides referentes às rochas policíclicas do
cinturão de dobramentos Ribeira, datadas entre o Paleoproterozoico e o Neoproterozoico
(Hasui et. al, 1975, Hasui, 1978). A característica mais notável, em relação às estruturas da
Bacia, são zonas de cisalhamento de direção ENE a S-W, dextrais e profundas, ativas até o
fim do ciclo Brasiliano, entre os períodos: Cambriano e Ordoviciano (Riccomini, 1989).

A Figura 3 apresenta o arcabouço estrutural da Bacia contendo informações de


compartimentação, falhas e cotas altimétricas.

Figura 3 - Mapa do arcabouço estrutural da Bacia de Taubaté (Fernandes &Chang, 2003).

1.4.2.5. ESTRATIGRAFIA

Os primeiros trabalhos desenvolvidos na Bacia de Taubaté são datados do século XIX


por Pissis (1842) e Derby (1895), em que os autores descreveram a existência de rochas do
Plioceno. Mas somente no meio do século XX foram descritos os sedimentos e classificando

15
em duas formações sendo uma inferior datada por registros fósseis como terciária e uma
superior quaternária (Almeida, 1955).

Segundo Riccomini (1989), o preenchimento da Bacia pode ser dividido em duas


fases: a primeira, sintectônica ao rifte, com a deposição dos sedimentos do Grupo Taubaté; e a
segunda, posterior à tectônica diastrófica, com a deposição da Formação Pindamonhangaba e
depósitos aluviais e coluviais. A Figura 4 apresenta a estratigrafia da área.

Figura 4 - Coluna estratigráfica da Bacia de Taubaté (Souza Filho, 2012).

Depositado durante o Paleógeno (Eoterciário), o Grupo Taubaté é subdividido nas


formações Resende, Tremembé e São Paulo. A Formação Resende é constituída por um
sistema de leques aluviais associados à planície fluvial de rios entrelaçados. As fácies
proximais são compostas por conglomerados polímiticos, interdigitados com arenitos e
lamitos arenosos de leques aluviais, oriundos de corridas de lama. Nas porções distais
predominam os sedimentos formados em ambiente de planície aluvial, que correspondem a
arenitos intercalados com lamitos.

A Formação Tremembé interdigita-se lateral e verticalmente com os depósitos da


Formação Resende, constituindo-se na unidade mais significativa da porção central da Bacia.

16
Esta formação, depositada em ambiente lacustre do tipo playa-lake (Riccomini, 1989) é
composta por: argilitos verdes maciços; dolomitos tabulares; ritmitos formados pela
alternância de folhelhos e margas; arenitos com estratificação cruzada sigmoidal e
granodecrescência de areia média até silte, com espessuras de até 500 m de material pelítico
de origem lacustre (Padilha, 1991). A Formação Tremembé fica localizada geograficamente
no compartimento central da Bacia.

Figura 5 - Mapa geológico da Bacia de Taubaté contendo as idades das Formações descritas (Vidal, 2004).

A Formação São Paulo compreende um sistema fluvial meandrante, sendo as


principais fácies sedimentares compostas por arenitos grossos, conglomeráticos, com
abundante estratificação cruzada, siltitos e argilitos laminados e arenitos médios e grossos
gradando para sedimentos mais finos.

Os sedimentos da Formação Pindamonhangaba ocorrem sobrepostos em discordância


ao Grupo Taubaté. Depositada no Neoterciário, esta formação corresponde aos depósitos de
sistema fluvial meandrante, bem desenvolvidos na porção central da Bacia de Taubaté,
aflorante ao longo da margem sul do Rio Paraíba do Sul.

Por fim, ocorrem os sedimentos aluviais e coluviais quaternários posicionados ao

17
longo das drenagens principais dos rios da região. A Figura 5 mostra a distribuição das
diferentes formações na Bacia, contendo a legenda com as idades relacionadas às litologias.

1.4.2.6. HIDROGEOLOGIA

A Bacia de Taubaté consta de mais de 700 poços catalogados, sendo alvo de grande
interesse no estudo pelo grande potencial de exploração e elevada heterogeneidade de seus
aquíferos (Campos, 1993). Segundo DAEE (2005) a vazão de águas no compartimento São
José dos Campos apresenta vazões entre 80 e 120 m²/h. O compartimento Taubaté apresenta
valores menores de 10 m³/h devido à alta quantidade de rochas formadas por argila e
folhelhos que impedem a circulação da água em subsuperfície. O compartimento Aparecida
apresenta valores acima de 80 m³/h devido à alta quantidade de rochas arenosas.

Segundo DAEE (1977), o aquífero presente na Bacia de Taubaté apresenta alternância


entre camadas arenosas (aquíferas) e camadas argilosas (confinantes). As camadas
apresentadas variam da ordem de centímetros a metros. A alternância entre as camadas
aquíferas e confinantes permite que o aquífero seja denominado multicamada. A Figura 6
apresenta um perfil representativo para o Aquífero Taubaté. A mesma figura apresenta um
perfil típico do Aquífero multicamada presente na Bacia de Taubaté.

Figura 6 - Perfil de poço representativo do aqüífero Taubaté (DAEE, 2005).

18
Na área central da Bacia a base do aquífero encontra-se em cotas topográficas que
variam de 100 a 250 metros, com destaque as sub-Bacias de Eugênio de Melo, Tremembé e
Lorena por apresentar menores valores de cota. Na porção central da Bacia ocorrem as
maiores espessuras de sedimentos que diminuem em direção às margens e a noroeste (DAEE,
1977). A espessura saturada do aqüífero varia de 200 a 300 metros na área central da Bacia
(DAEE, 2005).

2. CAPÍTULO II
2.1. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1.1. MATERIAIS

O trabalho foi desenvolvido utilizando dados de litologia de 346 poços na Bacia. Esta
base de dados foi desenvolvida em trabalho de iniciação científica fomentada pelo PIBIC. O
banco de dados original contém informações de coordenadas UTM de longitude e latitude,
profundidade total dos poços, distritos, cidades, informações litológicas e da hidrogeologia,
como vazão, filtros, nível dinâmico e estático. Os dados são provenientes de trabalhos de
outros autores como: Carvalho (2010), Gurgueira (2006), Souza (2004) e Souza Filho (2012),
que foram reunidos ao longo do desenvolvimento do relatório de iniciação científica.

2.1.1.1. COMPARTIMENTOS

Os poços estudados com dados de coordenadas geográficas e cotas de altitude foram


plotadas no mapa da Figura 11.

Figura 7 - figura representa a Bacia de Taubaté contendo os três compartimentos divididos pelos dois altos
estruturais descritos na bibliografia (modificado de Riccomini, 1989).

19
A distribuição dos poços ao longo da Bacia é desigual, sendo que a maior parte dos pontos se
encontra na porção sul da Bacia.

Com o objetivo de criar a melhor forma para apresentação dos dados optou-se por
separar a Bacia em três compartimentos, como descrito na bibliografia (Riccomini, 1989) e
apresentado na Figura 7.

2.1.1.2. COMPARTIMENTO SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

O compartimento São José dos Campos fica localizado a sudoeste da Bacia. Na


divisão realizada para o presente trabalho, tal compartimento abriga 243 poços.

O compartimento São José dos Campos o valor de cada parâmetro foi para 1040 (nx),
1750 (ny) e 40 (nz); grid de 50x50x5 (m) e coordenadas iniciais de 380000 mE, 7410000 mN
e 425 m.

0 4,62 Km

Figura 8 - Imagem contendo o grid realizado para o compartimento São José dos Campos (Autoria própria).

2.1.1.3. COMPARTIMENTO TAUBATÉ

O compartimento Taubaté, fica localizado no centro da Bacia e é delimitado pelos


altos estruturais de Caçapava, ao sul, e Pindamonhangaba, ao norte. No presente trabalho este
compartimento abriga 30 poços.

Para o compartimento Taubaté o valor de cada parâmetro foi para 450 (nx), 750 (ny) e
40 (nz); grid de 50x50x5 (m) e coordenadas iniciais de 432000 mE, 7440000 mN e 425 m.

20
0 3,49 Km

Figura 9 - Imagem contendo o grid realizado para o compartimento Taubaté (Autoria própria).

2.1.1.4. COMPARTIMENTO APARECIDA

O compartimento a nordeste, denominado Compartimento Aparecida, que está


localizado ao norte do alto de Pindamonhangaba contém 75 poços nesta área e se encontra
delimitado pelo alto estrutural de Pindamoonhangaba.

Para o compartimento Aparecida o valor de cada parâmetro foi para 2100 (nx), 1960
(ny) e 40 (nz); grid de 50x50x5 (m) e coordenadas iniciais de 454500 mE, 7460000 mN e 425
m.

0 20,59 Km

Figura 10 - Imagem contendo o grid realizado para o compartimento Aparecida (Autoria própria).

2.1.2. MÉTODOLOGIA

A primeira etapa para escolher os dados de poços na bibliografia, durante a confecção

21
do relatório de iniciação científica, foi selecionar aqueles poços derivados de dados
geofísicos, seguidos da construção do banco de dados. Inicialmente, foram agregados 711
poços encontrados em formato digital, sendo que, cada um encontrava-se composto por
informações de coordenadas geográficas em UTM, siglas, geoquímica, dados de
embasamento e superfície e aspectos hidrogeológicos como vazão de água, níveis estático e
dinâmico e número de filtros. Uma vez que, não foi possível encontrar dados de geoquímica
para todos os poços optou-se por utilizar apenas as litologias, dados de profundidade,
coordenadas UTM, embasamento e superfície. Após a exclusão dos poços com mesmas
coordenadas geográficas, e aqueles sem informações relevantes para a construção do relatório,
o número caiu para 345 poços distribuídos de maneira não uniforme na Bacia (Figura 11).

O passo seguinte foi separar as características de cada poço em profundidades de 0,2


metros, além de determinar os valores estatísticos de cada litologia, bem como as espessuras
totais para cada liotologia encontrada. As litologias encontradas na Bacia, segundo o banco de
dados criado são arenito muito fino (armf), arenito grosso (arg), arenito (ar), arenito médio
grosso (armg), arenito fino (arf), arenito médio (arm), arenito com conglomerado (ar-cong),
conglomerado (cong), solo (sol), lamito (lam), siltito (silt), embasamento cristalino (crist),
folhelho (fol), argilito (clay) e argilito carbonático (clay-carb).

Figura 11 - Localização dos poços ao longo da Bacia de Taubaté.

22
Para a execução do trabalho escolheu-se eliminar as porções dos poços de solo e tubo
liso. Para a criação do modelo tridimensional mais simples da área foram agrupados os
arenitos arenito muito fino (armf), arenito grosso (arg), arenito (ar), arenito médio grosso
(armg), arenito fino (arf), arenito médio (arm), arenito com conglomerado (ar-cong) e
conglomerado (cong). como litologia Arenito (ar), as litologias Folhelho e argilito como
Folhelho (fol), e siltitos e lamitos como Siltitos (silt). Os dados de embasamento cristalino e
solo foram retirados do estudo. Os itens 1 e 2 de Anexos mostram o método utilizado para
gerar o arquivo de entrada no SGeMS. O item 1 (Anexo 1) apresenta a transformação das
litologias em números, uma vez que, o software não aceita a entrada de texto. O item 2
(Anexo 2) de Anexos mostra a exclusão de solo (sol), embasamento cristalino (Crist) e tubo
liso (tub lis).

2.1.2.1. MAPAS E MODELOS

A estatística dos poços foi realizada para os resultados 2D e 3D. Para ambos os
resultados, os dados foram separados respeitando os limites dos grids para os três
compartimentos. Os dados de poços foram, então, transformados em formato de texto (.TXT
ou .CSV) ou em arquivo do tipo .DAT que permite armazenar informações geográficas
(coordenadas x, y, z) para ser aberto no software SGeMS e Surfer®.

O passo seguinte foi realizar o estudo estatístico por meio da consttrução dos
histogramas, variogramas e krigagens, com o intuito de entender o modo como as variáveis
estudadas estão distribuídas ao longo da área de estudo. Tal estudo foi realizado para os
diferentes compartimentos da Bacia, separadamente.

2.1.2.2. MÉTODO DE KRIGAGEM

O método utilizado para a interpolação foi a krigagem. A krigagem é um método de


estimação de valores de variáveis distribuídas no espaço a partir de valores adjacentes de
pontos considerados interdependentes pelo semivariograma (Yamamoto, 2010). A Krigagem
pondera os vizinhos mais próximos do ponto a ser estimado, obedecendo aos critérios de não
tendenciosidade, que significa que a diferença entre valores estimados e observados deve ser
nula para o mesmo ponto e variância mínima.

23
Na krigagem indicativa o primeiro passo, portanto, é transformar os dados originais
em indicadores. No caso de presença ou ausência, o valor 1 corresponderia ao caráter presente
e o valor 0 a ausência do caráter. Se para valores de corte, transformar os valores que estão
acima de um determinado nível de corte em zero (0) e os que estão abaixo em um (1)
(Yamamoto et al., 2013).

Neste tipo de transformação, os maiores valores abaixo do nível de corte terão 100%
de probabilidade de ocorrência e os maiores valores acima do nível de corte, 0% de
probabilidade. A escolha dos níveis de corte pode se basear num conhecimento “a priori” ou
na distribuição de probabilidades acumuladas. Os objetivos podem ser a procura de valores
acima do nível de corte, como na determinação de teores anômalos de um determinado bem
mineral ou a procura de valores abaixo do nível de corte, como em análise ambiental para a
determinação de níveis de poluição abaixo de certo teor (Yamamoto, 2010).

Sendo assim, o método de interpolação escolhido para o trabalho, por ser um método
de simples aplicação no estudo de litologias por ser um método binário foi a krigagem
indicativa. A entrada de dados do software é a transformação das litologias em classes
binárias, atribuindo valores de 0 e 1 para as diferentes litologias. Sendo assim, para cada
classificação das litologias (arenitos, folhelhos e lamitos) foram determinados valores de 1
para presença da litologia e 0 para ausência para cada intervalo de espessura (Remy, 2009).

2.1.2.3. CONSTRUÇÃO MAPAS 2D

Como forma de avaliar as informações bidimensionais na Bacia, utilizou-se no


presente trabalho, informações de porcentagem de arenitos, folhelhos e siltitos; razões
arenito/folhelho e arenito/siltito criando-se mapas de interpolação por krigagem ordinária, no
software ArcGis (Figura 16, Figura 17, Figura 19, Figura 19, Figura 20). Posteriormente à
construção dos mapas foram realizadas as análises geoestatísticas que mostraram os melhores
valores a ser utilizados nos elipsóides de procura e valores máximos a ser utilizados na
krigagem. As krigagens em superfície (2D) foram construídas utilizando valores do elipsóide
de procura de 15 km.

Para a construção do mapa de porcentagem foram inicialmente selecionados os


intervalos referentes a arenitos, siltitos/lamitos e folhelhos/argilitos.

24
O cálculo das espessuras foi realizado com a soma das espessuras de cada litologia
para cada poço e convertido em porcentagem da espessura total do poço. Tais dados
permitiram a construção do mapa de distribuição de litologias na Bacia de Taubaté. Os
cálculos de porcentagem das litologias foram realizados no Excel, bem como os cálculos de
razões arenito/folhelho e arenito/lamito.

2.1.2.4. CONSTRUÇÃO MAPAS 3D

Para a correta modelagem dos poços, a metodologia mais eficaz, na entrada de dados
do software, é a transformação das litologias em classes binárias, atribuindo valores de 0 e 1
para as diferentes litologias. Sendo assim, para cada litologia (arenitos, folhelhos e lamitos)
foram determinados valores de 1 para presença e 0 para ausência da litologia para cada
intervalo de espessura gerando, assim, uma tabela com dados de coordenadas geográficas,
litologia (em valores binários) e profundidade para cada valor de espessura de rocha em
intervalos de 0,2 metros.

Para cada compartimento foi realizada a krigagem para as três litologias diferentes.
Assim, em posse dos dados de krigagem para toda a Bacia, foi possível realizar uma macro
em linguagem VBA, do Excel, com o intuito de juntar as três interpolações num único
modelo, onde, para cada célula são computadas as probabilidades para cada litologia, tendo
como valor agregado ao grid a litologia com maior valor de probabilidade (Anexo 3). Tal
método foi aplicado, pois para a krigagem da indicatriz os resultados gerados de interpolação
estão entre 0 e 1, possibilitando a interpretação destes como probabilidade (Olea, 1999,
Yamamoto, 2010).

O resultado gerado pela krigagem mostra muitos valores de células vazias, uma vez
que, o grid é retangular e possui as direções de x, y e z, e a Bacia possui direção NE gerando
espaços vazios. Para resolver tal problema, foi construída a “máscara” no grid (masked grid),
que é feita por meio de um algoritmo que anula as células com valor de “-999”, de modo que,
as células dentro do limite escolhido (limite da Bacia, superfície e embasamento) possuem os
mesmos valores e aquelas células localizadas fora do limite passam a possuir valor de “-999”.

Por meio de tal procedimento foi possível limitar a krigagem ao formato da Bacia e
eliminar parte dos dados não interessantes para a realização do trabalho (Anexo 4). Tal
procedimento foi realizado utilizando os mapas de embasamento construído a partir do

25
trabalho de Carvalho (2010), como observado na Figura 12, e mapa de superfície retirado de
uma imagem SRTM. A imagem SRTM foi tratada no software Surfer de modo a obter os
valores de cotas da superfície para a Bacia. Pode-se assim, limitar utilizando a rotina (Anexo
4).

Figura 12 - Mapa contorno do embasamento (Carvalho, 2010).

3. CAPITULO III
3.1. RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS
3.1.1. ANÁLISE GEOTATÍSTICA

A análise estatística realizada para todos os poços foi feita com base em histogramas e
variogramas construídos com a partir dos dados de poços do banco de dados utilizado no
presente trabalho. Segue os resultados gerados para a estatística dos poços.

Os histogramas gerados para o compartimento São José dos Campos encontram-se


construídos na Figura 13. Tais histogramas são relacionados às porcentagens de
Folhelho/Argilito, Siltito/Lamito e as razões de arenito/folhelho e arenito/Siltito. Além dessas
informações, estão contidas as médias, desvio padrão, máximos, mínimos e quartis para os
dados estudados em cada compartimento.

26
Para os dados de porcentagem de folhelho, o histograma mostra maior distribuição em
relação aos demais. O histograma dois picos de máxima freqüência, sendo um destes entre 40
e 50 % e outro entre 55 e 60 %. Sendo este histograma próximo de um histograma de
distribuição normal. Os valores de média e mediana são próximos, 46,09 e 48,08,
respectivamente, mas não iguais como se esperaria de uma distribuição normal. Os valores de
desvio-padrão e coeficiente de variação são 24,96 e 0,54, respectivamente.

Figura 13 - Na figura são observados os histogramas para os dados estudados no compartimento São José dos
Campos (Autoria própria).

Para os dados de porcentagem de siltitos, o histograma apresenta o pico de máxima


freqüência deslocado para a esquerda, com cerca de 85 poços com 0 a 10 % de siltitos. Sendo

27
este histograma próximo de um histograma de distribuição log-normal. Os valores de média e
mediana são próximos, 3,48 e 0, respectivamente. Os valores de desvio-padrão e coeficiente
de variação são 9,89 e 2,84, respectivamente.

A distribuição de arenitos apresenta média de 50,44% com cerca de 70 poços com


porcentagens entre 20 e 70 %. Trata-se, portando de uma distribuição normal devido ao
formato do histograma em torno da média e dos valores próximos de média e mediana, sendo
estes 22, 65 e 49,44%, respectivamente.

O histograma das razões arenito e siltito mostram distribuição log normal com média
em torno de 1,5 e mediana 0,88. O gráfico de razão arenito/siltito mostra valores muito altos
para o intervalo de 0 a 10, porém apresenta média em torno de 41,7.

Para os dados do compartimento Taubaté o histograma de porcentagem de folhelhos


mostram dois máximos de porcentagem de folhelhos, sendo eles entre 20 e 40% e entre 80 e
100%. Pode-se dizer que existem, para este caso, dois valores de média em torno destes
valores discutidos (Figura 14).

O histograma de porcentagem de siltitos mostra distribuição log normal, com cerca de


80 poços com valores entre 0 e 10% de siltitos. A média para esta litologia no compartimento
Taubaté é de cerca de 5,21%.

O histograma de porcentagem de arenitos mostra distribuição log normal, com a maior


porcentagem de seus poços com valores entre 0 e 10%. A média está contida neste intervalo
de valores. O valor computado pelo software não se refere aos dados, uma vez que, se trata de
uma distribuição log normal.
As razões de arenito/folhelho e arenito/siltito para o compartimento Taubaté
apresentam distribuição log normal com médias de 0,82 e 14,36. A figura 15 contém os
histogramas com os valores necessários para o estudo abordado no presente trabalho.

28
Figura 14 - Na figura são observados os histogramas para os dados estudados no compartimento Taubaté
(Autoria própria).

Para o compartimento Aparecida, os valores estatísticos, bem como, os histogramas


mostrando o comportamento dos valores em torno das médias estão apresentados na Figura
15.

O mapa de porcentagem de folhelhos mostra as amostras separadas em duas


populações, sendo, uma com média próxima a 20% e outra entre 60 e 70%.

Os valores de média e mediana são próximos, 46,09 e 48,08, respectivamente, mas


não iguais como se esperaria de uma distribuição normal. Os valores de desvio-padrão e
coeficiente de variação são 30,08 e 0,5752, respectivamente.

29
Para os dados de porcentagem de siltitos, o histograma apresenta o pico de máxima
freqüência deslocado para a esquerda, com cerca de 80 poços com 0 a 10 % de siltitos. Sendo
este histograma próximo de um histograma de distribuição log-normal. Os valores de média e
mediana são próximos, 6,79 e 0, respectivamente. Os valores de desvio-padrão e coeficiente
de variação são 14,18 e 2,09, respectivamente.

Para os dados de razão arenito/folhelho, o histograma apresenta o pico de máxima


freqüência deslocado para a esquerda, com cerca de 90 poços com 0 a 20. Sendo este
histograma próximo de um histograma de distribuição log-normal. Os valores de média e
mediana são próximos, 5,21 e 0,45, respectivamente. Os valores de desvio-padrão e
coeficiente de variação são 17,25 e 3,31, respectivamente.

Figura 15 - Nesta figura são observados os histogramas para os dados estudados no compartimento aparecida
(Autoria própria).

30
Para os dados de razão arenito/siltitos, o histograma apresenta o pico de máxima
freqüência deslocado para a esquerda, com cerca de 35 poços com 0 a 10. Sendo este
histograma próximo de um histograma de distribuição log-normal. Os valores de média e
mediana são próximos, 32,14 e 27,44, respectivamente. Os valores de desvio-padrão e
coeficiente de variação são 30,06 e 0,94, respectivamente.

3.1.2. ANÁLISE 2D

Os poços estudados com dados de coordenadas geográficas e cotas de altitude foram


plotadas no mapa da Figura 11. A distribuição dos poços ao longo da Bacia é desigual, sendo
que a maior parte dos pontos se encontra na porção sudoeste da Bacia, como descrito acima.

O mapa de porcentagem de arenitos mostra altos valores de arenito nas porções


sudoeste e noroeste da Bacia, como mostrado na Figura 16.

O compartimento São José dos Campos apresenta valores de porcentagem de arenitos


num intervalo de 0 a 100% sendo a maior parte dos valores correspondendo ao intervalo de 31
a 70% com picos localizados com valores maiores do que 71%.

Figura 16 - Mapa de porcentagem de arenitos na Bacia de Taubaté (Autoria própria).

31
O compartimento Taubaté exibe valores de arenitos próximos ou iguais a zero na sua
parte central. No compartimento como um todo os valores de porcentagem de arenitos não são
maiores do que 70%, porém esses valores são pontuais e restritos a dois pontos localizados na
borda da Bacia.

O compartimento Aparecida apresenta valores de 0 a 100% sendo os menores valores,


de 0 a 30% na região próxima ao limite com o compartimento Taubaté com regiões
localizadas de valores de 0 a 10% nessa área. Em relação ao restante do compartimento são
encontrados valores predominantemente maiores do que 30%, com três picos localizados de
valores maiores do que 90% nas proximidades da cidade de Cachoeira Paulista.

O mapa de porcentagem de folhelhos apresenta valores acima de 70% para a área


central da Bacia, com alguns picos localizados nas áreas sudoeste, entre Jacareí e Caçapava e
nordeste próximo a Potim e Guaratinguetá, como pode ser observado na Figura 17.

O compartimento São José dos Campos apresenta valores de porcentagem de


folhelhos num intervalo de 0 a 100% sendo a maior parte dos valores correspondendo ao
intervalo de 31 a 70% com picos localizados com valores maiores do que 71% extremamente
pontuais, correspondendo a um ou dois poços apenas, visto que, os valores utilizados nos
parâmetros de construção da krigagem permitiram que valores pontuais pudessem ser
observados no mapa.

O compartimento Taubaté exibe valores de folhelhos acima de 80% na sua parte


central. No compartimento como um todo os valores de porcentagem de arenitos são maiores
do que 59%, com valores menores localizdos nas bordas da Bacia, sendo estes encontrados
entre 10 a 58,9% encontrados em cinco pontos neste compartimento da Bacia.

O compartimento Aparecida apresenta valores de 0 a 100% sendo os menores valores,


de 0 a 30% na região entre Lorena e Cachoeira Paulista e, pontualmente entre Potim e
Guaratinguetá, com regiões localizadas de valores de 0 a 10% nessas áreas. Em relação ao
restante do compartimento são encontrados valores predominantemente maiores do que 30%,
com três picos localizados de valores maiores do que 90% nas proximidades das cidades de
Roseira, Potim e Guaratinguetá.

32
Figura 17 - Mapa de porcentagem de folhelhos na Bacia de Taubaté (Autoria própria).

O mapa de porcentagem de siltitos mostra altos valores, em pontos extrememetne


localizados nas porções sudoeste e noroeste da Bacia. No limite entre os compartimentos
Taubaté e Aparecida o mapa apresenta máximos de 40%. O mapa de porcentagem de siltitos
mostra, também, valores de 0% ou negativos, uma vez que, a krigagem pode gerar valores
negativos, tais valores foram retirados do mapa, pois não existem valores negativos para
porcentagem de litologias, como observado na figura 19.

O compartimento São José dos Campos apresenta valores de porcentagem de siltitos


num intervalo de 0 a 80% sendo a maior parte dos valores correspondendo ao intervalo de
0,79 a 80% com picos localizados com valores maiores do que 71% em dois pontos. São
encontrados quatro picos máximos de 30% próximo a Jacareí e um pico próximo ao alto de
Caçapava. Na região entre São José dos Campos e Caçapava foram encontrados dois picos
com valores acima de 80% correspondentes a dois poços.

O compartimento Taubaté exibe valores de siltitos próximos ou iguais a zero na sua


parte central. No compartimento como um todo os valores de porcentagem de siltitos não são
maiores do que 30%, porém esses valores máximos são pontuais e restritos a um ponto
localizados na borda da Bacia próximo ao alto de Pindamonhangaba. Outro ponto a ser

33
destacado são dois máximos de 15% na porção sul deste compartimento.

Figura 18 - Mapa de porcentagem de siltitos na Bacia de Taubaté (Autoria própria).

O compartimento Aparecida apresenta valores de 0 a 100% sendo os maiores valores,


de 30 a 100% na região próxima à Lorena. Em relação ao restante do compartimento são
encontrados valores predominantemente menores do que 40%, com quatro picos localizados
de valores maiores do que 15% nas proximidades da cidade de Cachoeira Paulista, Cruzeiro e
Potim O restante do compartimento são valores menores do que 15%.

Os mapas de porcentagem de arenitos e folhelhos/argilitos são praticamente o inverso


um do outro. Isso ocorre, porque os valores de espessuras entre arenitos e folhelhos são muito
próximos (51% e 45%, respectivamente). Enquanto os siltitos são encontrados em menor
quantidade se considerarmos seus valores para a Bacia como um todo. Por isso se justifica a
construção dos mapas de razão arenito/folhelho, para destacar as áreas em que são
encontrados maiores valores de arenito em relação às outras litologias.

As Figura 19 e Figura 20 mostram os mapas contendo as razões arenito/folhelho e


arenito/siltito.

34
Figura 19 - Mapa de razão arenito/folhelho na Bacia de Taubaté (Autoria própria).

O mapa de razões de arenito/folhelho, no compartimento São José dos Campos,


indicam valores acima de 50% na região próxima de Jacareí, sendo os maiores valores
encontrados na área. Existem ainda três locais com valores acima de 30% alcançando até
50%. Sendo, portanto, locais em que não existem discrepância muito grande entre as
espessuras de arenitos e folhelhos, sendo maior qantidade de arenitos.

O compartimento Taubaté apresenta no centro valores menores do que 1, indicando


maior quantidade de folhelhos, como pode ser observado no mapa de porcentagens de
folhelhos na Figura 18. Para este compartimento os valores não são maiores do que 0,718
(sem unidade).

O compartimento Aparecida mostra, na região mais próxima do limite com o alto de


Pindamonhangaba, valores menores ou iguais a 3 para as razões. Para o restante do
compartimento são mostrados valores acima de 3 com picos de 117, localizado pontualmente
em um poço na região de Lorena e outros dois máximos nas proximidades de Cachoeira
Paulista e Cruzeiro com valores próximos de 40.

O mapa de razões de arenito/siltito, no compartimento São José dos Campos, indicam


valores de 0 a 100, sendo os maiores valores encontrados entre Jacareí e São José dos

35
Campos. Existem ainda locais com valores entre 20 e 50 distribuídos pelo compartimento.
Valores baixos são encontrados em alguns pontos mais próximos da borda da Bacia.

Figura 20 - Mapa de razão arenito siltito na Bacia de Taubaté (Autoria própria).

O compartimento Taubaté apresenta no centro valores menores do que 5, indicando


menor quantidade de arenitos. Porém não necessariamente maior quantidade de siltitos, uma
vez que, nessa parte da Bacia existem quantidades muito maiores de folhelhos e que a
quantidade de siltitos na Bacia é muito pequena quando comparado com as outras litologias.
Para este compartimento os maiores valores são de 60% na borda da Bacia próximo a Taubaté
e Tremembé.

O compartimento Aparecida mostra, na região mais próxima do limite com o alto de


Pindamonhangaba, valores menores ou iguais a 5,1 para as razões. Para o restante do
compartimento são mostrados valores acima de 5,11 com picos de 100, localizado alguns
pontos entre Potim e Cruzeiro e outros valores intermediários entre Potim e Cruzeiro.

3.1.3. ANÁLISE 3D

O estudo dos parâmetros apresentados nos variogramas, bem como, os resultados

36
apresentados nos mapas bidimensionais quando reunidos com as informações obtidas
visualmente permite retirar algumas informações acerca da distribuição espacial
tridimensional dos litotipos estudados, assim como, definir as formações descritas, pela
bibliografia, para cada compartimento. Os poços estão presentes na Figura 21, em que as
litologias presentes estão nas seguintes cores: azul – Lamito/Siltito, Amarelo – Arenitos e
verde – Folhelhos/Argilitos.

0 24,33 Km

Figura 21 - Mapa de poços contendo as litologias, sendo: verde, azul e amarelo, argilito/folhelho, siltito/lamito e
arenito, respectivamente. A seta verde (y) indica o Norte (Autoria própria).

O compartimento São José dos Campos apresentou, segundo os mapas de razão e


porcentagem de arenitos, alta quantidade de arenitos em relação às demais litologias. Quando
comparado com os mapas geológicos da bibliografia (Riccomini, 1989, Vidal et. al., 2004)
pode-se inferir que na porção sudeste, próximo de Taubaté a maior quantidade de arenitos
representa a Formação São Paulo, caracterizada por arenitos e conglomerados em maior
quantidade e siltitos e argilitos.

Na porção central do compartimento são encontradas intercalações de arenitos e


lamitos, e intercalções de arenitos e folhelhos da Formação Resende (Riccomini, 1989). Tal
Formação é descrita como sistema de leques aluviais associados a planície fluvial de rios
entrelaçados, com intercalações de grãos mais grossos e mais finos. Na porção central,
segundo o mapa de razões arenito/siltito e arenito/folhelho são encontrados menores valores
de razão que indicam menor quantidade de arenitos, como pode ser observado na Figura 22,
abaixo.

A Figura 22 mostra a separação da porção com maior quantidade de arenitos


correspondente à Formação São Paulo e, abaixo, as intercalações de rochas com grãos grossos
e grãos finos.

37
0 10,7 Km

Figura 22 - Mapa de poços contendo as litologias, sendo: verde, azul e amarelo, argilito/folhelho, siltito/lamito e
arenito, respectivamente. A seta verde (y) indica o Norte (Autoria própria).

O alto estrutural de Caçapava que limita os compartimentos de São José dos Campos e
Taubaté, apresentou altas quantidades de arenito e, como pode ser observado na Figura 16,
limita a região com altos valores de arenitos e aquela área com alta quantidade de folhelhos. A
Figura 22 e Figura 23 mostram intercalações de arenitos e lamitos e folhelhos, indicando que
essa área se trata da Formação Resende (Riccomini, 1989).

O compartimento Taubaté apresenta maior quantidade de argilitos, como pode ser


observado na Figura 23 e nos mapas de porcentagem de folhelhos. A alta quantidade de
folhelhos corresponde à Formação Tremembé, caracterizada como ambiente lacustre do tipo
Playa-Lake (Riccomini, 1989).

0 9,21 Km

Figura 23 - Mapa de poços contendo as litologias, sendo: verde, azul e amarelo, argililto/folhelho, siltito/lamito e
arenito, respectivamente. A seta verde (y) indica o Norte (Autoria própria).

38
Uma vez que, a bibliografia mostra que as Formações Resende e Tremembé se
interdigitam lateralmente, pode-se inferir que a borda sul do compartimento Taubaté, se trata
da Formação Resende, fato comprovado pelo mapa geológico da Bacia 9 (Figura 5).

O compartimento Aparecida apresenta na sua porção sudoeste (próximo ao alto de


Pindamonhangaba) maior quantidade de folhelhos e lamito, enquanto a região nordeste, nas
proximidades de Lorena e Cruzeiro essencialmente existem arenitos em maior quantidade.

Os dados de poços no compartimento Aparecida apresentam um aumento da


quantidade de arenitos em direção nordeste. A disposição das rochas quando comparado com
o mapa geológico da área mostra uma possível passagem da Formação Tremembé para a
Formação Resende, cobertos pelos arenitos da Formação Pindamonhanhaba e depósitos
quaternários. A interdigitação lateral da Formação Tremembé para a Formação Resende pode
ser observada, também neste aumento da quantidade de arenitos.

0 11,68 Km

Figura 24 - Mapa de poços contendo as litologias, sendo: verde, azul e amarelo, argililto/folhelho, siltito/lamito e
arenito, respectivamente. A seta verde (y) indica o Norte (Autoria própria).

3.1.4. MODELO 3D

O modelo tridimensional descrito para a área leva em conta os dados de distribuição


das litologias realizados nas krigagens e um modelo de probabilidades, em que, para cada
célula do grid foi considerada a maior probabilidade dentre as litologias estudadas, como pode
ser visto na Figura 25.

O software utilizado foi o SGeMS, em que inicialmente foram criados grids


retangulares respeitado os limites dos altos estruturais da área e separando a Bacia em três

39
compartimentos, como descrito na bibliografia (Riccomini, 1989, Fernandes, 1991), sendo
cada grid referente a um compartimento. Por limitações do software os grids não apresentam
valores de coordenadas. Para os mapas utilizados as setas azul, vermelha e verde são os eixos
x, y e z, respectivamente, sendo o eixo y referente ao norte geográfico.

0 28 Km

Figura 25 - Exemplo de modelo de probabilidade realizado separadamente para cada compartimento e unidos na
parte final do trabalho. As cores amarelo, verde e azul correspondem a arenito, folhelho e siltito,
respectivamente.

As porções próximas aos limites entre os grids apresentaram perda de informações


devido à ausência de informações de poços na área. A mesma perda de informação ocorreu na
parte noroeste do compartimento Aparecida, apesar de não ser retirado do mapa.

Os resultados mostrados apresentam para as regiões mais profundas do grid o contorno


do embasamento, com os altos estruturais bem delimitados. Na Figura 25 foi observado o alto
estrutural de Caçapava. O alto estrutural de Pindamonhangaba não foi observado por não estar
próximo da superfície como o alto de Caçapava.

A Bacia de Taubaté sendo uma Bacia do tipo rifte formada entre uma região de
topografia mais baixa do que seu entorno. A feição de vale em forma de V, que pode ser
observado na Figura 25, compartimento Aparecida, na parte direita da imagem.

A Figura 26, mostra que o corpo de arenitos apresenta relação com a falha de Jacareí.
A figura inferior apresenta corpo de arenito associado falha de São José, tal corpo, como pode
ser observado, apresentando grande continuidade vertical.

O compartimento São José dos Campos apresenta em sua porção central apresenta a
maior quantidade de arenitos com continuidade lateral dos arenitos restrita às intercalações
destes com as camadas de rochas mais fina. A Figura 26 e Figura 27 evidenciam o aspecto
multicamadas do aquífero mostrando as intercalações de arenitos com as outras litologias aqui
estudadas.

40
0 27,37 Km

Figura 26 - Modelo final para o compartimento São José. As cores amarelo, verde e azul correspondem ás
litologias de arenito, folhelho/argilitos e siltitos/lamitos.

0 6,15 Km

Figura 27 - Modelo final para o compartimento São José. As cores amarelo, verde e azul correspondem ás
litologias de arenito, folhelho/argilitos e siltitos/lamitos.

Para o compartimento Taubaté as quantidade de arenito são baixas devido à presença


das rochas da Formação Tremembé (Riccomini, 1989). A Figura 30 mostra valores de vazão

41
quase nulas para esta área, fato que, também, pode ser explicado pela presença de tais rochas.
A Figura 28–A, apresenta uma porção deste compartimento mostrando a distribuição
horizontal e vertical dos folhelhos e pontualmente siltitos/lamitos e arenitos.

Analisando a distribuição das rochas é possível observar que nas laterais do


compatimento Taubaté existe maior quantidade de arenitos podendo ser representantes da
Formação Pindamonhangaba, na parte mais próxima da superfície e Formação Resende, na
porção mais profunda interdigitando com as rochas da Formação Tremembé. O aumento na
quantidade de siltitos na porção próxima ao alto estrutural de Pindamonhangaba fica
evidenciado na Figura 28–B.

A)

0 9,78 Km

B)

0 11,03 Km

Figura 28 - Modelo final para o compartimento Taubaté. As cores amarelo, verde e azul correspondem ás
litologias de arenito, folhelho/argilitos e siltitos/lamitos.

O compartimento Aparecida pode ser dividido em duas porções, sendo uma delas
próxima ao alto de Pindamonhangaba e outra próxima da borda nordeste da Bacia. Os

42
lamitos, mais abundantes na porção próxima ao alto estrutural de Pindamonhangaba,
apresentaram grande continuidade lateral na parte sudoeste deste compartimento, bem como,
os folhelhos (Figura 29-A). Nesta porção ocorre predomínio de arenitos próximo à superfície.

Essa distribuição permite concluir que se trata da passagem das rochas da Formação
Tremembé para a Formação Resende, cobertos pela Formação Pindamonhangaba e depósitos
quaternários. Na área próxima às cidades de Cachoeira Paulista e Cruzeiro é possível observar
continuidade vertical e lateral para os arenitos. Tal fato explica as vazões acima de 40 m³/h na
região, que pode ser observado na Figura 29-B.

0 17,50 Km

0 18,10 Km

Figura 29 - Modelo final para o compartimento Aparecida. As cores amarelo, verde e azul correspondem ás
litologias de arenito, folhelho/argilitos e siltitos/lamitos.

4. CAPITULO V
4.1. DISCUSSÃO

Os resultados gerados de porcentagens de arenitos, siltitos/lamitos e


folhelhos/argilitos, razões arenitos/lamito e arenito/folhelho, bem como as informações
geradas em mapas tridimensionais permitiram obter conclusões acerca da distribuição das
rochas e duas e três dimensões, bem como, conclusões acerca da estrutural e estratigrafia da
área e foi possível relacionar tais informações com os dados hidrogeológicos da Bacia.

43
A formação de uma Bacia do tipo Rifte está condicionada à subsidência da área que
permite a criação de depocentros (local com máxima deposição de sedimentos), devido ao
aumento do espaço de acomodação gerado pelo rifte e aumento no aporte sedimentarfonte de
sedimentos para a deposição das rochas.

Cupertino & Bueno (2005) definem que, nas fases iniciais de deposição numa Bacia
do tipo Rifte, são formadas inúmeras Bacias pequenas que preenchem os espaços de
acomodação gerados pelo processo de rifteamento. No momento seguinte o ambiente passa a
ser predominantemente lacustre. A medida que a subsidência ocorre a sedimentação passa a
preencher os altos estruturais e a sedimentação passa a ser essencialmente fluvial deltaica.

Os principais corpos de arenitos do estão relacionados aos leques aluviais da


Formação Resende, a Formação Tremembé está relacionada ao ambiente lacustre do tipo
“Playa Lake” e os depósitos recentes, neogeno até o recente estão relacionados à Formação
Pindamonhangaba em ambiente fluvial (Riccomini, 1989). Existe ainda, a Formação São
Paulo que é pouco representativa na área.

Gawthorpe & Colella (1990) definem ambientes preferenciais para a instalação de


leques aluviais em Bacias do tipo rifte, sendo: Associados aos principais falhamentos de
borda; derivados da borda flexural; leque axial associado à zona de transferência e leques
associados a falhamentos intrabacinais.

Considerando a estratigrafia da área (Almeida, 1976, Riccomini, 1989), pode-se


afirmar que a deposição dos leques aluviais da Formação Resende estão relacionadas ao
preenchimento inicial dos espaços de acomodação e os depósitos lacustres estão relacionados
à Formação Tremembé. Uma vez que estão interdigitados, sendo que a sedimentação da
Formação Resende iniciou-se antes da Formação Tremembé, é possível observar a passagem
de um ambiente sedimentar para outro. No modelo 3D gerado é possivel observar na borda
sul do compartimento Taubaté os folhelhos/argilitos da Formação Tremembé interdigitando-
se com os arenitos da Formação Resende (Figura 28).

O compartimento Taubaté apresenta baixa quantidade de arenitos, como mostrado nas


Figura 16 e Figura 28-B, tendo apenas alguns pontos significativos com a presença de
arenitos próximo à borda sul da Bacia e, segundo o mapa geológico da área, está relacionado
à Formação Resende. No centro do Compartimento aparecem lentes de arenítos com
espessura máxima de 30 metros que corroboram com o descrito por Riccomini (1991) para a

44
área.

O compartimento Aparecida esta apresenta baixa continuidade vertical, sendo seus


corpos areníticos intercalados com folhelhos e siltitos.

Vidal (2004) realizou a construção de mapas de porcentagem de arenitos utilizando


dados de perfis geofísicos gerados por meio de 139 poços. Os resultados apresentados
permitem observar a distribuição de arenitos muito próxima da apresentada no presente
trabalho, sendo o compartimento Taubaté com baixos valores de arenitos e o compartimento
Aparecida com a base repleta de folhelhos e a porção mais próxima da superfície dividida em
uma porção rica em arenitos, próxima ao limite nordeste da Bacia e outra rica em folhelhos e
lamitos, próxima ao alto de Pindamonhangaba. O mesmo pode ser observado no modelo
gerado no presente trabalho (Figura 16 e Figura 29).

Souza Filho (2012) utilizando dados de 39 poços construiu seu mapa de distribuição
de arenitos. Segundo o trabalho, para a região Sudoeste da Bacia, a distribuição de arenitos
está contida entre as cidades de Jacareí a Caçapava e de Lorena a Cachoeira Paulista. O
trabalho deste autor indica uma quantidade acima de 50% para a cidade de Jacareí e valores
altos para a cidade de Caçapava. No mapa gerado neste trabalho, os maiores valores para esta
região estão concentrados próximos à cidade de São José dos Campos. A região central da
Bacia é aproximadamente igual, tendo apenas a diferença na região próxima à cidade de
Taubaté, em que Souza Filho (2012) mostra valores abaixo de 20%, enquanto este trabalho
indica valores acima de 50% para esta mesma região. Por fim, na região norte, o mapa do
autor apresenta valores acima de 60% entre Lorena e Cachoeira Paulista e na Figura 16, estes
valores chegam a 90% nesta mesma região.

O compartimento São José dos Campos apresenta em sua porção central com valores
de vazão acima de 80 m³/h. Esta porção do compartimento estão localizadas nos locais de
maior quantidade de arenitos. O mesmo pode ser observado no compartimento Aparecida, ou
seja, altos valores de vazão associados a locais com alta quantidade de rochas areníticas,
enquanto a Formação Taubaté apresenta baixa vazão, de modo geral, devido à quase
totalidade de rochas pouco porosas no local.

Ao estudar os dados estatísticos, os mapas bidimensionais e tridimensionais é possível


observar que, de modo geral, existe correlação entre os dados. O compartimento São José dos
Campos apresenta médias de arenitos próximas de 50% distribuídas ao longo do

45
compartimento, bem como para os valores de folhelhos. Os siltitos por sua vez possuem baixa
representatividade na área.

Ao observar as razões entre as quantidades arenitos e folhelhos, pode-se perceber que


existe grande quantidade de poços entre 1 e 2 mostrando que a quantidades de arenitos é, em
geral, maior que a de folhelhos. Para as razoes arenito-siltito os valores registrados foram em
sua maioria maiores que 1, devido a baixa quantidade de siltitos na área (Figura 19).

Para o compartimento Taubaté (figura 21) as porcentagem de siltitos são pouco


significativas apresentando mais de 80% dos poços entre o e 10 % de siltito/lamito. O
histograma de folhelhos mostra média de 71,32% para a área, distribuídos em um pico de 80 a
100% e outro de 30%. A porcentagem de arenitos apresenta média de 23% de arenitos com
pico no intervalo de 0 a 10% de arenitos.

Ao observar as razões entre as quantidades de arenitos e folhelhos, pode-se perceber


que existe grande quantidade de poços entre 1 e 2 mostrando que a quantidade de arenitos é,
em geral, maior que a de folhelhos, com média em 0,82. Para as razoes arenito-siltito os
valores registrados foram em sua maioria maiores que 1, devido a baixa quantidade de siltitos
na área.

O compartimento Aparecida mostra histogramas (Figura 14) de porcentagem de


arenitos e folhelhos muito parecidos, podendo-se interpretar que a dispersão das litologias é,
aproximadamente igual na área.

Ao observar as razões entre as quantidades de arenitos e folhelhos, pode-se perceber


que existe grande quantidade de poços entre 1 e 2 mostrando que a quantidade de arenitos é,
em geral, maior que a de folhelhos, com média em 5,21. Para as razoes arenito-siltito os
valores registrados foram em sua maioria maiores que 1, devido a baixa quantidade de siltitos
na área (Figura 19 e Figura 20).

Para o compartimento São José dos Campos essas informações podem ser visualizadas
nos mapas 2D, 3D e mapa de vazão (DAEE, 2005). Ao associar estes mapas, pode-se
perceber que, em média, os valores de porcentagem de arenitos são maiores que 30%, com as
altos valores de vazão (acima de 80%) e que as distribuição dos arenitos apresenta
continuidade lateral grande e vertical em alguns locais, uma vez que se trata de um aquífero
multicamadas (DAEE, 2005). O estudo dos mapas 2D e 3D mostram, para o compartimento

46
Taubaté, que as vazões baixas no local podem ser explicadas pela baixa quantidade de
arenitos na área (Figura 30).

Para o compartimento Aparecida os mapas bidimensionais quando relacionadas


mostram que as vazões maiores que 80% não compreendem a região próxima de Cruzeiro,
pois neste ponto os arenitos ocorrem em menores espessuras, baixa continuidade vertical, e
intercalados com rochas argilosas, aspecto de multicamadas mais pronunciado nesse
compartimento do que no São José. Esse aspecto pode ser mostrado mapa de razão
arenito/folhelho, que mostra para este compartimento valores próximos de 1 e apenas dois
pontos com valores maiores que 1, sendo estes pontos próximos de Lorena e Cachoeira
Paulista.

Figura 30 - Mapa hidrológico contendo valores de vazão explotável, sentido de fluxo, potenciometria, cidades e
curso d’água (DAEE, 2005).

Em relação à comparação entre as interpolações realizadas para os três


compartimentos, pode-se afirmar que a distribuição desigual de poços entre os
compartimentos afetou os resultados. Estes resultados apresentados para o compartimento

47
Aparecida, portanto, não são tão precisos quanto os do compartimento São José dos Campos,
fato atenuado pela construção da máscara formada pelo limite da Bacia, superfície e
embasamento, que limparam parte dos dados estimados utilizando pequena quantidade de
poços. A divisão da área em três grids prejudicou a interpretação dos dados na região próxima
dos limites entre os grids, tendo perda de informação nessa área (efeito de borda da
interpolação). Isso decorreu da limitação do software que não possibilitou a construção do
variograma para os dados da Bacia como um todo.

As maiores dificuldades encontradas no trabalho foram trabalhar com as limitações do


software SgeMS que, se tratando de um software livre, apresentou uma série de problemas. O
principal deles foi a impossibilidade de construir um grid com as coordenadas geográficas e
informações relevantes para a construção de um mapa, como escalas. A impossibilidade de
construção de um grid não regular (grid que não seja quadrado ou retangular) é outro
problema a ser relatado, uma vez que, a Bacia possui direção NE a krigagem gerou grande
quantidade de espaços vazios nas laterais do grid, problema resolvido ao utilizar a máscara
limitando o modelo ao formato da Bacia.

Para trabalhos futuros na área e para modelagens a sugestão seria criar grade regular
de poços para melhores resultados de interpolação e simulações; utilizar a metodologia
proposta no presente trabalho para realizar a krigagem para os diferentes tipos de arenitos
encontrados e a possibilidade de utilizar um software mais completo para a geração de mapas
e modelos geológicos.

4.2. CONCLUSÃO

O presente trabalho de conclusão de curso abordou o estudo das diferentes rochas na


Bacia de Taubaté. O aquífero Taubaté, contido nesta Bacia, é alvo de grande interesse devido
ao grande potencial hidrológico.

O trabalho gerou resultados geoestatísticos, com mapas bidimensionais de razões entre


litologias, com o objetivo de realçar locais com maior discrepância de arenitos em relação às
outras litologias; porcentagens de cada litologia, para entender a distribuição das litologias; e
modelos 3D com base em interpolação do tipo Krigagem Indicativa.

Os resultados aqui apresentados e discutidos devem ser analisados levando em conta

48
as limitações apresentadas pelos software, como a ausência de elementos essenciais na
construção de mapas, e as limitações apresentadas pelo processo de interpolação utilizado,
uma vez que a distribuição irregular dos pontos amostrados prejudicou a boa apresentação dos
resultados em alguns pontos na área de estudo.

Para estudos mais aprofundados, a sugestão apresentada no presente trabalho é separar


os diferentes tipos de arenitos e estudá-los como litologias diferentes, construir malha
uniforme de pontos ao longo da Bacia, utilizar metodologia que permita a construção de
interpolação para a Bacia como um todo, sem separar em compartimento, para evitar a perda
de dados e a correta construção da Krigagem.

49
5. CAPÍTULO VII
5.1. REFERÊNCIAS

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YAMAMOTO, J. K.; LANDIM, P. M. B. Geoestatística: Conceitos e Aplicações. Editora Oficina de Textos,
1.ed., 2013.

51
6. ANEXOS

6.1. Anexo 1 – ROTINA GERAR ARQUIVO SGeMS

Sub gerasgems()
a=1
For i = 2 To 347

npc = Worksheets("L_s_r_m").Cells(i, 1)
poco = Worksheets("L_s_r_m").Cells(i, 2)
x = Worksheets("L_s_r_m").Cells(i, 3)
y = Worksheets("L_s_r_m").Cells(i, 4)
cota = Worksheets("L_s_r_m").Cells(i, 5)
ct = 0
For j = 3 To 122
pf = Worksheets("L_s_r_m").Cells(i, (j * 2))
While ct <= pf And pf <> ""
Worksheets("plan1").Cells(a, 1) = npc
Worksheets("plan1").Cells(a, 2) = poco
Worksheets("plan1").Cells(a, 3) = x
Worksheets("plan1").Cells(a, 4) = y
Worksheets("plan1").Cells(a, 5) = (cota - ct)
Worksheets("plan1").Cells(a, 6) = ct
Worksheets("plan1").Cells(a, 7) = Worksheets("L_s_r_m").Cells(i, (j * 2) + 1)
lito = Worksheets("L_s_r_m").Cells(i, (j * 2) + 1)
If lito = "sol" Then lito = 1
If lito = "fol" Or lito = "clay" Or lito = "clay-carb" Then lito = 2
If lito = "silt" Or lito = "lam" Then lito = 3
If lito = "armf" Or lito = "arg" Or lito = "ar" Or lito = "armg" Or lito = "arf" _
Or lito = "arm" Or lito = "ar-cong" Or lito = "cong" Or lito = "arfm" Then lito = 4
If lito = "crist" Then lito = 5
If lito = "tub.lis." Then lito = 6

Worksheets("plan1").Cells(a, 8) = lito

ct = ct + 0.2
a=a+1
Wend

Next j

Next i
End Sub

52
6.2. Anexo 2 – ROTINA CRIAR ARQUIVO DE ENTRADA SGeMS

Sub salvasgems()
Open "C:\Users\Alexandre\Dropbox\Marcel_IC\vidal\taubpoco.txt" For Output As #1
Print #1, "taubpoco"
Print #1, 4
Print #1, "x"
Print #1, "y"
Print #1, "z"
Print #1, "lito"

For i = 1 To 295937
poco = Worksheets("plan1").Cells(i, 11)
x = Worksheets("plan1").Cells(i, 12)
y = Worksheets("plan1").Cells(i, 13)
Z = Worksheets("plan1").Cells(i, 14)
lito = Worksheets("plan1").Cells(i, 15)

If lito < 4.5 And lito > 1.5 Then Print #1, poco; x, y, Z, lito

Next i
Close #1
End Sub

53
6.3. Anexo 3 – ROTINA GERA MODELO DE PROBABILIDADE

Sub marcel()
Open ("C:\Users\acvidal\Dropbox\Marcel_IC\marcel\c1\c1\3litos.txt") For Output As #2
Print #2, "3lito"
Print #2, 1
Print #2, "3lito"
Open ("C:\Users\acvidal\Dropbox\Marcel_IC\marcel\c1\c1\3litoSJ") For Input As #1
Line Input #1, d$
For i = 1 To 34944000
Input #1, ar, fol, silt

If ar = -999 Then
Print #2, -999
Else
If ar > fol And ar > silt Then
Print #2, 1
Else
If fol > ar And fol > silt Then
Print #2, 2
Else
Print #2, 3
End If
End If
End If

Next i
Close #1
Close #2
End Sub

54
6.4. Anexo 4– ROTINA PARA RECORTAR (“CLIP”)

Sub limpa()

Dim grid(450, 750, 40)


Dim sup(450, 750)
Dim emb(450, 750)

Open "C:\Users\acvidal\Dropbox\Marcel_IC\vidal\3litosTAUB.txt" For Input As #1


Open "C:\Users\acvidal\Dropbox\Marcel_IC\vidal\emb_supTaub.csv" For Input As #2

Line Input #1, ddd$


Line Input #1, ddd$
Line Input #1, ddd$

For Z = 1 To 40
For y = 1 To 750
For x = 1 To 450
Input #1, grid(x, y, Z)
Next x
Next y
Next Z
Close #1

Line Input #2, ddd$


For j = 1 To 750
For i = 1 To 450
Input #2, emb(i, j), sup(i, j)
Next i
Next j
Close #2

prof = 425
For Z = 1 To 40
For j = 1 To 750
For i = 1 To 450
If sup(i, j) = -999 Then
grid(i, j, Z) = -999
GoTo 10
End If
If sup(i, j) < prof Then grid(i, j, Z) = -999
If emb(i, j) > prof Then grid(i, j, Z) = -999

Next i
Next j
prof = prof + 5
Next Z

Open "C:\Users\acvidal\Dropbox\Marcel_IC\vidal\TAUB_IK.txt" For Output As #4


Print #4, "TAUB IK"
Print #4, "1"
Print #4, "TAUB IK"

For Z = 1 To 40
For y = 1 To 750
For x = 1 To 450
Print #4, grid(x, y, Z)
Next x
Next y
Next Z

Close #4
End Sub

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