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UMN

INSTITUTO POLITÉCNICO DA HUÍLA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA

TRABALHO DE FIM DE CURSO EM ENGENHARIA CIVIL

PROPOSTA DE CONTENÇÃO E ESTABILIZAÇÃO


DE RAVINA, ESTUDO DE CASO A EVOLVENTE
DO ESTÁDIO DA TUNDAVALA, BAIRRO
TCHIOCO, ZONA DA MUKANKA

SEBASTIÃO MANUEL JOANA

LUBANGO, 2023
UMN
INSTITUTO POLITÉCNICO DA HUÍLA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA

PROPOSTA DE CONTENÇÃO E ESTABILIZAÇÃO


DE RAVINA, ESTUDO DE CASO A EVOLVENTE
DO ESTÁDIO DA TUNDAVALA, BAIRRO
TCHIOCO, ZONA DA MUKANKA

SEBASTIÃO MANUEL JOANA

Trabalho de Fim de Curso para


Obtenção de Grau de Licenciatura
em ENGENHARIA CIVIL.

Orientador: Tavalic Ladislau Pascoal, MSc.

Co-orientador: Domingos Vili Waile, Eng.º

LUBANGO, 2023

i
UNIVERSIDADE MANDUME YA NDEMUFAYO
INSTITUTO POLITÉCNICO DA HUILA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA

SEBASTIÃO MANUEL JOANA, estudante do 5º ano, curso de Engenharia civil


solícito admissão da apresentação do Projecto do Curso de Engenharia civil intitulado:
Proposta de contenção e estabilização de ravina, estudo de caso a evolvente do
estádio da Tundavala, bairro Tchioco, zona da Mukanka.

Em reunião do conselho científico do departamento de Engenharia Civil, realizou-se a


apresentação e avaliação do trabalho de Engenharia do estudante Sebastião Manuel Joana
e chegou-se as seguintes conclusões.

O Projecto de investigação apresentado: Proposta de contenção e estabilização de


ravina, estudo de caso a evolvente do estádio da Tundavala, bairro Tchioco, zona
da Mukanka.

Não ________ Sim ________ reúne as condições para realizar as investigações


correspondentes à defesa do PFC (Projecto de Fim de Curso).

Lubango, aos de de 2023.

Nomes Professores do Júri Assinatura (Rubrica)

_________________________________ ______________________________
_________________________________ ______________________________
_________________________________ _______________________________

O chefe do Departamento

_______________________________

Tavalic Ladislau Pascoal, Msc


Dedicatória

Dedico este trabalho à minha família, que me


incentivou e depositou toda confiança. Aos meus pais
Narciso Sita Manuel e Suzana Vemba Duarte que,
com muito carinho e apoio, não mediram esforços
para que eu chegasse até esta etapa da minha vida.
Agradecimentos
O trabalho apresentado é o resultado de colaboração de várias pessoas que ao abdicarem
do seu tempo, contribuíram para o meu desenvolvimento pessoal e profissional por isso,
quero expressar os meus sinceros agradecimentos.

Agradeço em primeira instância a DEUS, Pai Todo-Poderoso. Seu fôlego de vida em mim
me foi sustendo e me deu coragem para questionar realidades e propor sempre um novo
mundo de possibilidades.

À empresa ELIAQUIM JANTÓNIO, que disponibilizaram meios para o estágio e recursos


para a realização dos estudos apresentados.

Ao Eng°. João Celestina, director geral da empresa ELIAQUIM JANTÓNIO, que sempre
me motivou e incentivou, para o crescimento pessoal e profissional, disponibilizando
ferramentas e meios para atingir os objectivos.

Ao meu Orientador, Tavalic Pascoal e co-orientador, Domingos Waile, pela


disponibilidade, paciência, motivação, esforço, apoio científico, ensinamentos e confiança
demonstrada na realização deste trabalho.

Ao Instituto Politécnico Da Huíla (IPH), expresso a enorme gratidão porque através do seu
corpo docente permitiu o meu desenvolvimento académico.

Agradeço a todos os estudantes do departamento, sobretudo à minha turma pela


convivência que marcam a minha vida pela positiva.

Quero agradecer no fundo do coração aos meus irmãos e amigos que sempre estiveram
comigo e que me ajudaram a não desistir dos meus objectivos e me ensinaram a sorrir
perante a vida, em especial, Raúl Suzana, Osvaldir André, Gisela Da Consolação, Aniceto
Muabi, Estêvão N´zau, Jesus Muabi, Paulino Celina, Cláudio Pemba, Olga Lemos, Delfina
Miguel, Abel Deolinda, Pedro Rodrigues, Adão Marta, André Alfredo, Peterson
Domingos e Pascoal Catarina.

À minha tia Cecília Zita pelo apoio e confiança.

À minha namorada pela extrema paciência, dedicação, amor e compreensão .

A todos o meu muito obrigado.


Lista de Figuras
Figura 1-Fase de erosão no processo de formação de uma ravina .................................... 23

Figura 2-Erosão Pluvial .................................................................................................... 25

Figura 3-Erosão laminar ................................................................................................... 25

Figura 4-Erosão em sulcos. ............................................................................................... 26

Figura 5-Erosão por precipitação.. .................................................................................... 30

Figura 6-Erosão de um solo por infiltração ...................................................................... 31

Figura 7-Perfil de encostas Convexas ............................................................................... 31

Figura 8-Perfil de encostas Côncavas. .............................................................................. 31

Figura 9-Tipo de relevo. ................................................................................................... 32

Figura 10-Contextos topográficos do surgimento de ravinas. .......................................... 32

Figura 11-Cordões de vegetação permanente ................................................................... 33

Figura 12-Cultivo em faixas. ............................................................................................ 34

Figura 13-Cordões de pedras.. .......................................................................................... 34

Figura 14-Patamares. ........................................................................................................ 35

Figura 15- Esquema de uma banqueta individual e de patamares construídos para instalação
de banquetas ...................................................................................................................... 35

Figura 16- Muro de contenção. (Leito do rio Mucufi)...................................................... 36

Figura 17-Muro de gravidade de pedra ............................................................................ 36

Figura 18-expressões matemáticas dos elementos geométricos. ...................................... 37

Figura 19-Mapa hidrológico da zona de estudo ................................................................ 41

Figura 20-Mapa de localização da zona de estudos .......................................................... 42

Figura 21-Mapa de distribuição espacial da ravina .......................................................... 43

Figura 22 Distância do centro da cidade do Lubango....................................................... 44

Figura 23-Mapa de caracterização da zona de Estudos. ................................................... 45

Figura 24-Mapa do sentido de escorrimento das águas. ................................................... 46

vi
Figura 25-Perfil longitudinal da ravina em estudo ........................................................... 47

Figura 26-Gráfico das causas de ravinas na zona de estudo ............................................. 48

Figura 27-Acção do vento, na ravina em estudo............................................................... 48

Figura 28-Mapa de Envolventes infra-estruturais da zona de estudos. ............................ 50

Figura 29-Habitações em risco consequências da ravina ................................................. 51

Figura 30-Infraestrutura do caminho de ferro de Moçâmedes em risco por conta da ravina


........................................................................................................................................... 51

Figura 31-Infraestrutura de comunicações em risco por conta da Ravina ........................ 52

Figura 32-Zona de cultivo, gravemente destruída pela ravina .......................................... 52

Figura 33- Questão relaccionada os métodos ou técnicas a utilizar para solução do


problema ........................................................................................................................... 53

Figura 34- Questão relaccionada o tipo de árvores a usar para protecção de cobertura
vegetal ............................................................................................................................... 54

Figura 35-Questão relaccionada o tipo de segurança a ter em conta, uma vez que a zona
está próxima de residências. ............................................................................................. 55

Figura 36-Secção Transversal a usar na ravina, esquema feito no Layout do sketchup ... 63

Figura 37-Secção Transversal a usar na ravina, Esquema feito no Layout do Sketchup. 63

Figura 38-Vista tridimensional do modelo a usar, feito no sketchup. .............................. 64

Anexo-C- Figura 39- Solo sendo retirado pelos moradores ,para construção de suas
residências. ........................................................................................................................ 79

Anexo-D-Figura 40-Infraestrutura do caminho de ferro de moçamedes em risco por conta


da Ravina .......................................................................................................................... 80

Anexo-E-Figura 41-Estádio da Tundavala, Ramificação da ravina em estudo ................ 80

Anexo-F-Figura 42-Preciptação média mensal de Lubango-2023. Fonte: (INAMET, 2023)


........................................................................................................................................... 81

Anexo-G-Figura 43-Exemplo numérico do dimensionamento de dissipadores em degraus


........................................................................................................................................... 81

vii
Lista de Tabelas

Tabela 1-Tipos de Erosões ................................................................................................ 27

Tabela 2-Definições de Ravina. ........................................................................................ 28

Tabela 3- Limites aconselháveis para a velocidade média e máxima dos canais. ............ 37

Tabela 4-Descrição da ravina em estudo. ......................................................................... 47

Tabela 5-Tabela 6-Percentangem por Erosões associadas................................................ 49

Tabela 6-Dados dos Profissionas Entrevistados ............................................................... 53

Tabela 7-Dados do dimensionamento do dissipador de energia em degraus. ................. 58

Anexo A - Tabela 8-Coordenadas Geográficas da ravina em estudo. .............................. 78

Anexo B -Tabela 9 Tipo de árvore a usar na proteção superficial do terreno. ................. 79

viii
Definição dos termos
Solo: é um corpo natural composto por substâncias orgânicas e inorgânicas presente na
superfície terrestre e formado pela desagregação das rochas (Costa, 2012).

Erosão: é o processo do desprendimento e consequentemente arraste acelerado das


partículas do solo causado pela água e pelo vento, causando o depauperamento acelerado
das terras (Bertoni & Neto, 2005).

Ravina: é um estado muito avançado da erosão por sulcos, ocasionada por grandes
concentrações de escoamento, que passam no mesmo sulco, ampliando-o em
profundidade e extensão (Gonçalves., 2002).

Escoamento Superficial: É o escoamento de água que ocorre nas encostas, quando o solo
se torna saturado. Ele ocorre quando a capacidade de infiltração da superfície do solo é
excedida e não consegue mais absorver água. As pequenas depressões do solo vão ficando
cheias de água, que começa a escoar pela superfície. (Mannarino, 2022)

Erosão pluvial: é o impacto das gotículas da água da chuva responsável pela desagregação
do solo, após a retirada da camada vegetal em sua superfície com isso os sedimentos são
transportados de um local para outro” (Guerra., 2001). Após um longo período chuvoso,
esses impactos da água com o solo acabam gerando um fluxo de sedimentos que podem
originar ravinas.

Voçoroca: Segundo Guerra (2001), voçoroca pode ser compreendida como “escavação ou
rasgão de solo ou rocha decomposta, ocasionado pela erosão do lençol do escoamento
superficial”.

Contenção: é todo elemento ou estrutura destinada a contrapor-se a empuxos ou tensões


geradas em um maciço de solo, cuja condição de equilíbri foi alterada por algum tipo de
escavação, corte ou aterro (Hachich W et al.,1998) citado por (Mota, 2008).

ix
Siglas e Abreviaturas
ABNT- Associação Brasileira De Normas Técnicas.

Eng°-Engenheiro.
𝑚-Metro
IPH- Instituto Politécnico Da Huíla.
INAMET- Instituto Nacional De Meteorologia.
INE- Instituto Nacional De Estatística.

x
Resumo
São consideradas ravinas, canais erodidos pelo fluxo concentrado nas intermitente de água,
após a ocorrência de chuvas intensas, a sua ocorrência é intensificada e acelerada pela
acção antrópica e para evitar a ocorrência é necessário que se conhença a dinâmica erosiva
e suas variações. Partindo desse pressuposto, o presente trabalho teve como objectivo
propor métodos de contenção para ravina evolvente ao estádio da Tundavala , no bairro
Tchioco, zona da Mukanka, de modo evitar o risco as infra-estruturas, como a linha férrea
do CFM, o Estádio da Tundavala, bem como as residências que se encontram nas
proximidades da área. Foi possivel identificar que, as chuvas intensas, o transbordo do rio
capitão, a abertura de poços de exploração de areia, e a falta de protecção da superfície do
terreno estão na base do surgimento da mesma, e do seu grau de alastramento. Com os
dados recolhidos da visita de campo, foi possível caracterizar a área em estudo, apresentar
um mapa de localização da zona de estudo, bem como o mapa de distribuição espacial da
ravina. Os resultados demonstram que a ravina em estudo se encontra numa zona cujo o
solo é constituído de areias siltosas com pouca granulometria e altos índices de vazios o
que pressupõe a facilidade de ocorrência de ravinas. Perante esta situação, se destaca a
necessidade de combater o processo erosivo propondo métodos para a contenção da ravina
baseando-se nas normas nacionais e internacionais em que surge a necessidade de se
implementar um murro de contenção em bloco de pedra com dissipadores em degraus para
o controlo do escoamento das águas, reforço do solo nas zonas com baixos ravinamentos e
intrudução de banquetas, tendo em vista a redução da altura máxima do pano de taludes,
posteriomente a cobertura do solo com vegetação. O modelo proposto proporcionará a
recuperação dos danos identificados, com a intenção de promover a qualidade e segurança
da área.

Palavras-Chaves: erosão do solo, ravina, métodos, contenção.

xi
Abstract
Are considered ravines, canal eroded by the concentrated flow of water intermittently, after
the occurrence of heavy rains, their occurrence is intensified and accelerated by human
action and to avoid occurrence it is necessary to know the erosive dynamics and its
variations. Based on this assumption, the present work aimed to propose containment
methods for the ravine surrounding the Tundavala stadium, in the Tchioco neighborhood,
Mukanka area, in order to avoid the risk to infrastructures, such as the CFM railway line,
the Estádio da Tundavala, as well as the residences that are found in the vicinity of the area.
It was possible to identify that the intense rains, the overflow of the captain river, the
opening of sand exploration wells, and the lack of protection of the surface of the land are
at the base of the appearance of the same, and of its spreading degree. With the data
collected from the field visit, it was possible to characterize the area under study, present a
location map of the study area, as well as the spatial distribution map of the ravine. The
results show that the ravine under study is located in an area where the soil is made up of
silty sand with little granulometry and high voids, which presupposes the ease of
occurrence of ravines. Faced with this situation, there is a need to combat the erosive
process by proposing methods for retaining the ravine based on national and international
standards, in which the need arises to implement a containment wall in stone block with
sinks in steps for the control of water flow, reinforcement of the soil in areas with low
ravines and introduction of benches, with a view to reducing the maximum height of the
slopes, subsequently covering the soil with vegetation. The proposed model will provide
for the recovery of the identified damages, with the intention of promoting the quality and
safety of the area.

Keywords: soil erosion, ravine, methods, containment.

xii
Índice

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 16

Problema........................................................................................................................ 17

Objectivo Geral ............................................................................................................. 17

Objectivos Específicos .................................................................................................. 17

Ideia a Defender ............................................................................................................ 17

Métodos de investigação ............................................................................................... 18

Métodos empíricos .................................................................................................... 18

Justificativa.................................................................................................................... 18

Estrutura da monografia ................................................................................................ 19

CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................... 21

1.1. Solo..................................................................................................................... 21

1.2. Erosão do solo e formação de ravinas ................................................................ 22

1.2.1 Fases de erosão no processo de formação de ravina ........................................ 23

1.2.2. Tipos de erosão ............................................................................................... 24

Erosão geológica ........................................................................................................... 24

Erosão laminar............................................................................................................... 25

Erosão em Sulcos .......................................................................................................... 26

Erosão por ravina .......................................................................................................... 26

1.2.3. Tipos de ravinas .......................................................................................... 27

1.2.3.1 Factores que influenciam na formação de ravinas....................................29


1.2.3.1.1. Precipitação ......................................................................................... 30

1.2.3.1.2. Infiltração............................................................................................. 30

1.2.3.1.3. Topografia ........................................................................................... 31

1.2.4. Métodos de Proteção e Controlo de Ravinas .............................................. 33

1.2. Dimensionamento De Seções De Canais. .......................................................... 37


CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS. .......................................................... 39

2.1- Materiais utilizados ................................................................................................ 39

2.2. Metodologia da pesquisa ....................................................................................... 39

2.3. Campo de Acção ................................................................................................... 39

2.3.1. Delimitação de Estudo. ................................................................................... 39

2.4. Normas de Engenharia .......................................................................................... 40

2.5. Caracterização da área de Estudo .......................................................................... 40

2.5.1. Localização Geográfica .................................................................................. 42

2.5.2. População e Amostra ...................................................................................... 44

2.5.3. Apresentação dos resultados de estudo .......................................................... 45

2.5.3.6. Habitações .................................................................................................. 50

CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO......................................................... 57

3.1. MEMÓRIA DE CÁLCULO .............................................................................. 58

3.2. MEMÓRIA DISCRITIVA E JUSTIFICATIVA DO PROJECTO. ................... 60

3.3. Esquemas e Desenhos ........................................................................................ 63

3.4. Planos de trabalho .............................................................................................. 65

3.5. Orçamento .......................................................................................................... 69

Conclusão ....................................................................................................................... 70

Sugestões ........................................................................................................................ 71

Referências Bibiliográficas ........................................................................................... 72

Anexos ............................................................................................................................ 78
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

A retirada da vegetação de uma área deixa-a exposta à erosão, causada pelas quedas
pluviométricas, o que acaba acarretando em um movimento de massa no solo. “O processo
responsável pela desagregação do solo, após a retirada da camada vegetal em sua superfície, é
o impacto das gotículas da água da chuva, com isso os sedimentos são transportados de um
local para outro” (Guerra, 2001) . Após um longo período chuvoso, esses impactos da água com
o solo acabam gerando um fluxo de sedimentos que podem originar ravinas.

Segundo (Soil science of America, ciência do solo de América,2008) citado por (Franco, 2015)
define ravina, como canal erodido pelo fluxo concentrado nas intermitente de água,
habitualmente durante e imediatamente após a ocorrência de chuvas intensas. Apesar de tratar-
se de um processo natural, sua ocorrência pode ser intensificada e acelerada pela acção
antrópica e para evitar a ocorrência é necessário que se conhença a dinâmica erosiva e suas
variações.

Na província da Huíla, mais especificamente no município do Lubango, o índice de crescimento


de ravinas tem acelerado nos últimos anos, igualmente o risco que elas representam às
comunidades que se encontram nas proximidades da mesma. Por essa razão, a contenção e o
controle da sua progressão associada aos riscos que pode trazer, é um dos desafios que as
autoridades e os profissionais ligados a engenharia e ao ambiente devem buscar estudar de
maneira a que se ultrapasse tal fenómeno . Uma vez que a engenharia assume um lugar de
destaque pode estabelecer a relação entre a melhor solução técnica e o seu impacto económico.

Entretanto, visto que muitas ravinas localizadas nas zonas periurbanas da cidade do Lubango
representam riscos à população, e no nosso caso a ravina do bairro Tchioco tem causado grandes
problemas à população e ameaçando a destruição da linha férrea bem como as moradias, é de
suma importância o estudo e a aplicação de técnicas e procedimentos recomendáveis para que
se reduza significativamente a sua expansão, contribuindo deste modo para a segurança do bem-
estar social e ambiental. Neste trabalho são apresentados métodos para conter o processo
erosivo e favorecer a contenção da perda de solos.

16
Problema

Dentre as principais alterações no uso do solo, a erosão é provavelmente a forma mais grave de
degradação da paisagem ao redor do globo, e as práticas socioeconómicas têm acelerado esses
processos de maneira intensa. Segundo (Guerra & Gorge, 2013) as ravinas são primordiais para
a manutenção da fertilidade natural dos solos. Porém as influências humanas sobre o solo
interferem directamente causando erosões aceleradas.

De acordo com o afirmado no parágrafo anterior permitiu identificar como problema científico
da investigação o seguinte:

Como conter a ravina evolvente do estádio da Tundavala, no bairro Tchioco, zona da Mukanka
de maneira evitar o avanço do processos erosivo?

Objectivo Geral

O presente estudo tem como objectivo propor métodos para a contenção da ravina evolvvente
o estádio da Tundavala , no bairro Tchioco, zona da Mukanka de modo evitar o risco as infra-
estruturas, como a linha férrea do CFM, o Estádio da Tundavala, bem como as residências que
se encontram nas proximidades da área.

Objectivos Específicos

• Apresentar um mapa temático da distribuição da ravina.


• Avaliar o impacto da ravina sobre as infra-estruturas existentes.
• Proposta de solução para contenção e estabilização da ravina do bairro Tchioco,zona da
Mukanka.

Ideia a Defender

Se forem feitos os estudos de aplicação de métodos ou técnicas de contenção dos solos, será
possível a contenção e estabilização de ravina.

Em função dos objectivos e a ideia a defender estabelecemos as seguintes tarefas:

Tarefa 1 – Estudos de Base e Diagnóstico Geral


− Localizar e caracterizar a zona de estudo.
− Descrever as condições da ravina, e o impacto provocado sobre a linha férrea do CFM.

17
− Apresentar os dados recolhidos sobre a ravina em estudo para elaboração da proposta
de solução.

Tarefa 2 – Elaboração de uma proposta para a resolução do problema da investigação.

De acordo a realidade constatada em zona de estudo, classificamos a ravina de acordo a


profundidade de erosão. E de acordo a mesma realidade, escolhemos três métodos para
contenção da mesma, que são os seguintes:

− Muro de Contenção em blocos de pedra com juntas em betão simples.


− Modelação do terreno e reperfilamento dos taludes.
− E o outro é a melhoria dos terrenos com solos bem conpactados e posteriormente a
vegetação que reforçam a coesão dos solos evitando deste modo novas ravinas.

Métodos de investigação

Os métodos de investigação científica a usados para a elaboração da presente pesquisa foram


definidos pelas seguintes etapas:

a) Análise síntese: Utilizou-se durante todo trabalho;


b) Histórico lógico: Foi realizado nas distintas regiões do mundo de modo a perceber como
o problema tem recebido tratamento;
c) -Sistémico estrutural: Delimitou-se os principais problemas derivados da ausência de
protecção do solo para contenção da ravina
d) Modelação: Apresentação do modelo sugerido para contenção da ravina.

Métodos empíricos
a) Entrevistas: Foram entrevistados distintos profissionais nomeadamente, Engenheiro
Civil, Engenheiro Do ambiente, Técnico de Segurança do ambiente e Arquitecto;
b) Visita de Campo: Foi efectuada visita de Campo no Bairro Tchioco;
c) Consulta: Efectuou-se consultas em documentos relacionados com a questão em análise;
d) Análise documental: Recorreu-se a livros, revistas artigos, documentos, normas e
tabelas técnicas.

Justificativa
O presente estudo resulta de uma constatação feita durante algumas visitas ao estádio nacional
da Tundavala, na qual verificou-se a existência de ravinas ao longo de determinados perímetros.

18
O processo erosivo naquela localidade ameaça a linha férrea, o estádio nacional da Tundavala
e as construções vizinhas, e isso provocaria destruição das mesmas e consequentemente o
retrocesso no desenvolvimento do nosso país, do ponto de vista social, a sua pertinência é
imprescindível visto que combatendo o processo erosivo se garante a protecção do meio
ambiente e de infra-estruturas.

O estudo em causa, também servirá de base para discussões e investigações futuras, uma vez
que a temática é pertinente e colabora para o fortalecimento do curso de Engenharia civil, no
Instituto Politécnico Da Huíla (IPH). A Engenharia civil vista como a agente que modifica o
meio ambiente, é imprescindível no dever de combater o impacto ambiental utilizando métodos
correctivos e técnicas de contenção de tal maneira minimizar as possibilidades de erosão.

Estrutura da monografia

O presente trabalho desenvolve-se por uma Introdução geral, três capítulos, conclusões,
recomendações do estudo, bibliografia e termina com os anexos, conforme a descrição abaixo;

Introdução: Neste capítulo fez-se alusão os aspectos gerais sobre o trabalho de investigação,
começando pela formulação do problema de investigação, a ideia a defender, os objectivos que
se pretende alcançar e a sua respectiva justificativa.

Capítulo I – Revisão Bibliográfica: Enfatiza-se o contributo teórico onde se enquadram os


conceitos, definições, e ideias dos autores sobre solos, erosão do solo para formação de ravinas,
métodos de protecção e controlo de ravinas.

Capítulo II – Materiais e Métodos: Faz-se menção dos materias utilizados durante o percurso
de toda investigação, metodologia de estudo, população e amostra, Caracterização da área de
estudo, caracterização geográfica,bem como a apresentação dos resultados da zona de estudo.

Capítulo III – Resultados de Estudo e Proposta de Solução: Neste capítulo fez-se


apresentação dos resultados recolhidos durante a investigação, e apresentação da proposta de
solução, engloba ainda, a descrição dos métodos usados para contenção da ravina do bairro
Tchioco, zona da mukanka. Além disso comporta as conclusões desta pesquisa, bem como
sugestões para pesquisas futuras, dificuldades encontradas durante a investigação, revisão
bibliográfica e anexos.

19
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1. Solo

Segundo Araujo et al. (2005) o solo, assim como a água, é um recurso vital para a humanidade,
porém esse recurso natural tem sido mal utilizado pelos seres humanos. Actividades antrópicas
como desmatamento corte de encostas, disposição de resíduos domésticos e indústrias, uso
agrícola, ou acções naturais como declividade, textura do solo e quantidade de matéria orgânica
tem sido associadas à rápida degradação do solo.

O solo é uma camada de material biologicamente activo, resultante de transformações


complexas que envolvem o intemperismo de rochas e minerais, a ciclagem de elementos
químicos essenciais às plantas (nutrientes) e a produção e decomposição de biomassa
(Fernandes & Carvalho, 2021).

Segundo Brady & Weil (2013), os cientistas Russos afirmaram que depois de muitas pesquisas
subsequentes, tanto no campo como no laboratório, levaram à identificação de cinco factores
principais que controlam a formação dos solos, que são:

1. Material de origem: percursores geológicos ou orgânicos do solo.


2. Clima: com destaque para a precipitação pluvial e a temperatura.
3. Biota (incluindo os seres humanos): a vegetação nativa. os organismos vivos
(especialmente os micróbios), os animais do solo e, cada vez mais, os seres humanos.
4. Relevo (ou topografia): inclinação, aspecto e posição do terreno.
5. Tempo: o período desde que os materiais de origem começaram a se transformar.

Segundo Almeida (2005) a caracterização dos solos é feita com base em diferentes parâmetros:

Cor; Textura; Percentagem de matéria orgânica; PH; Porosidade e permeabilidade; Capacidade


de retenção da água, e Consistência.

Consoante essas características, assim se poderá determinar a sua potencial utilização,


respeitando o seu equilíbrio natural. Cada solo deve ser destinado ao fim a que se mostre mais
adequado daí a importância do planeamento e ordenamento do território. Deste modo,
compreende-se o valor do solo como recurso natural muito importante na vida dos seres vivo
(Cortez et al., 2008).

Segundo Melo et al (2007) dependendo do tipo de material de origem, os solos podem ser:

21
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

• Arenosos,
• Argilosos,
• Férteis ou pobres.

É importante salientar que uma mesma rocha poderá originar solos muito diferentes,
dependendo da variação dos demais factores de formação (Brady & Weil, 2013).

De acordo com (Coelho, et al., 2020) Solos que têm uma alta erodibilidade são solos que têm
um maior potencial a sofrer erosão. Diz que podemos destacar a granulometria, estrutura e
agregação dos horizontes superficiais, capacidade de infiltração e retenção de água, teor de
matéria orgânica e espessura dos solos como factores que definem sua resistência à erosão
(Coelho, et al., 2020).

1.2. Erosão do solo e formação de ravinas

Segundo Rodrigues (2018) a erosão é o aglomerado de acontecimentos que envolvem a


degradação, o transporte e a remoção das rochas e solos. Normalmente a erosão dá a
continuação aos processos intempéricos, acarretando o deslizamento de partículas do solo
através do escoamento superficial das águas ou pelo deslocamento dos ventos e massas de ar.

O processo da erosão pode ser manifestado pelas circunstâncias ambientais e também pela
interferência humana sobre a formação ambiental das formas paisagísticas, o que acontece tanto
no material de origem quanto nos solos (Rodrigues, 2018)

Ao olharmos uma paisagem à nossa volta, constatamos que a maior parte dos terrenos que
vemos estão cobertos por vegetação, de maior ou menor porte, e que essa vegetação está fixada
a um solo mais ou menos desenvolvido (Coelho et al., 2020).

Por outro lado, o facto de os solos se encontrarem em áreas onde as rochas estão expostas aos
agentes atmosféricos, torna-os particularmente vulneráveis também à erosão promovida pelos
mesmos (Giacomini, 2017).

Segundo Krause et al (2003), citado por (Pereira et al., 2019) afirmam que a erosão do solo
tem sido reconhecida como o maior impacto na degradação de superfície em todo o mundo.
Nas últimas décadas, pesquisas têm priorizado localizar os problemas de erosão e assim, tentar
contê-los.

E segundo Pereira et al (2019) isto se explica pelo aumento na preocupação dos locais
impactados pela erosão do solo que podem ser combatidos contra a erosão.
22
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

Para Viel (2015) os processos erosivos se relacionam com solos de maior ou menor resistência
a ação da água. A erodibilidade dos solos, está associada à resistência do solo a sofrer erosão,
“que consequentemente dá origem a ravinas”.

E segundo Brady & Weil (2013), mostra que estudos recentes indicam que erosões por ravinas
são normalmente a fonte principal de sedimentos. Ravinas têm sido negligenciadas pela
dificuldade de estudar e predizer seu acontecimento.

Chaplot, et al (2005) citado por (Cortez & Manuela, 2008) afirmou que os processos de
formação de ravinas possuem uma natureza tridimensional afectada por uma ampla gama de
factores e processos. Embora ravinas são comummente desencadeada ou acelerada por
mudança no uso da terra e também por extremos eventos climáticos, que muitas vezes resulta
também de uma longa história antecedente que não pode ser esquecida quando se tenta entender
padrões de erosão espacial.

1.2.1 Fases de erosão no processo de formação de ravina


As fases ou etapas da erosão são: desagregação, transporte e deposição. Essas três fases serão
apresentadas na sequência (Giacomini, 2017)

Figura 1-Fase de erosão no processo de formação de uma ravina. Fonte: (Guirro, 2018)

1.2.1.1 Desagregação

A desagregação, no caso da erosão hídrica, é causada pelo impacto da gota de chuva contra o
solo ou pelo escoamento superficial da água. (Verdum et all., 2016).

A intensidade da desagregação será influenciada pelos seguintes factores:


• A natureza do solo (textura, estrutura e porosidade).
• A cobertura vegetal (quantidade e tipo).
• O uso e manejo do solo.
23
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

1.2.1.2 Transporte

Na erosão hídrica, o transporte das partículas desagregadas é realizado através do impacto das
gotas de chuva (salpicamento) e pelo escoamento superficial da água. Pelo impacto da gota de
chuva, as partículas são transportadas a uma curta distância e depositadas na superfície do solo
(ENGENHARIA, 1995).

Segundo Lucas (2016) a distância de transporte das partículas, tanto na erosão hídrica como na
erosão eólica, vai depender:

• Do tamanho da partícula.
• Da força do agente.
• Da topografia do terreno.
• Da presença ou ausência de obstáculos (exemplo: vegetação).

1.2.1.3 Deposição

A última fase da erosão é a chamada deposição ou sedimentação, que é caracterizada pela


parada das partículas de solo. A deposição irá ocorrer quando o agente (água ou vento) perder
a força (volume e velocidade) e/ou encontrar obstáculos (Passarinho, 2014).

Quanto maior o tamanho das partículas, mais rapidamente elas param; enquanto que, quanto
maior for a velocidade do agente (água ou vento), mais demorada será a deposição (Rodrigues,
2018).

Neste caminho por onde a água passa, se esculpem as ravinas. O fluxo de água através de um
grande número de ravinas combinadas pode-se formar uma voçoroca (Melo, et al., 2007).

1.2.2. Tipos de erosão

De acordo Com Brasilescola (2020), em termos de classificação, há vários tipos de erosão que
podemos encontrar na formação de uma ravina, que podem ser elencadas conforme o tipo de
agente erosivo actuante, como a água, o vento e os seres vivos.

Erosão geológica: processo lento, responsável pela modelagem do relevo da crosta terrestre
com seus vales, rios, montanhas, planícies, planaltos e deltas. É um processo construtivo, não
influenciado pelo homem, onde as taxas de formação superam as taxas de remoção do
(Castro, 2011).

24
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

Erosão pluvial: é o tipo de erosão causado pela acção da água das chuvas. Em geral, qualquer
desgaste do solo ocasionado pelas precipitações pode ser classificado como erosão pluvial, mas
nas áreas onde o terreno é menos protegido pela vegetação e outros elementos, os efeitos da
acção da água podem ser mais intensamente sentidos (Lucas, 2016).

Figura 2-Erosão Pluvial. Fonte: (Petrin, 2020)


Erosão laminar

Nakajima (2015) citado por (Ribeiro, 2018), a erosão laminar é a erosão em lençol, que remove
as camadas superficiais do solo, que ocorre devido ao escoamento não concentrado.

Figura 3-Erosão laminar. Fonte: (Almeida, 2021)


A erosão laminar, está relacionada com a remoção uniforme de partículas de solo em toda a
superfície, caracterizando-se pela perda das camadas superficiais do solo devido ao fluxo de
água, arrastando primeiro as partículas de menores dimensões (matéria orgânica, argila e limo)
(Franco, 2015).

25
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

Erosão em Sulcos

A erosão por sulcos é caracterizada pela formação de sulcos em


pequenas irregularidades do terreno, onde o escoamento superficial se concentra,
atingindo volume e velocidade suficiente para provocar alterações na superfície do solo
(Franco, 2015).

Figura 4-Erosão em sulcos. Fonte: (Brasilescola, 2020).


Erosão por ravina

Caracteriza-se pela formação de canais (sulcos) de diferentes profundidades e comprimentos


na superfície do solo. Ocorre a concentração das águas das chuvas nesses canais, aumentando,
assim, o poder erosivo devido ao ganho de energia cinética pelo volume e velocidade da
enxurrada sucessivamente, a erosão passa de laminar para sulcos, e, logo em seguida, para o
estágio chamado de ravinas (Brito, 2012).

Segundo Alves (1978), citado por (Brito, 2012). As suas dimensões e a extensão dos danos que
podem causar estio intimamente relacionadas com o clima, com a topografia do terreno, sua
geologia, tipo de solo e forma de manejo.

Erosão por Voçorocas


São buracos ou danificações que se manifestam quando a erosão é profunda a ponto de atingir
o lençol freático (Pena, 2022).

Segundo Guerra (2001), voçoroca pode ser compreendida como “escavação ou rasgão de solo
ou rocha decomposta, ocasionado pela erosão do lençol do escoamento superficial”. As

26
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

voçorocas podem surgir a partir de deslizamentos de terra, que faz com que os horizontes
subsuperficiais se tornem expostos. Podem originar-se também de sulcos e ravinas.

Tabela 1-Tipos de Erosões

Factor de erosão Termo científico

Água Hídrica

Chuva Pluvial

Fluxo superficial Laminar

Fluxo concentrado Linear

Rios Fluvial

Mar Marinha

Vento Eólica

Homens Antropogénica

Fonte:Adaptado de (Verdum et all., 2016).

1.2.3. Tipos de ravinas


Um pouco das contradições que existem a respeito do termo ravina e suas implicações no
significado geomorfológico reflectem a ampla gama de características às quais o termo tem sido
aplicado por diversos pesquisadores (Guerra, 1997).

E de acordo Franco (2015), podemos listar as seguintes definições de ravina baseando-se aos
seguintes autores:

27
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

Tabela 2-Definições de Ravina.

Definição de Ravina Autores

"Canal de lados ingremes, muitas vezes com forte inclinação e


em Poesen (1998)
processo de erosão"

"Um canal de drenagem relativamente permanente, de paredes


declivosas, e que regista escoamento efémero em contextos de Morgan (2005)
alimentação em precipitação"

“Uma incisão ao longo de uma linha de drenagem que


apresenta
Hancock e Evans
sinais claros de degradação, com uma cabeceira constituindo
(2006)
uma
quebra bem definida no declive"

"Canal erodido pelo fluxo concentrado nas intermitente de


água,
habitualmente durante e imediatamente após a ocorrência de
Soil Science of
chuvas
America (2008)
intensas. Sendo profundo o suficiente (normalmente> 0,5m)
para
interferir com a lavoura normal e não ser por ela eliminado”

Fonte:Adaptado de (Franco, 2015)


Poesen (1993) citado por (Franco, 2015) subdivide as ravinas em efémeras e permanentes, com
base num critério de divisão relacionado com o uso agrícola do solo e as dimensões que
assumem.

Com base nestes critérios pretende-se distinguir ravinas que são facilmente eliminadas pelos
trabalhos de mobilização do solo (como a passagem de arados), das que, pelo seu maior
tamanho, implicam uma intervenção mais complexa (Foster, 1986) citado por (Franco, 2015).

As ravinas efémeras caracterizam-se por ocorrerem ao longo de incisões no solo cujas seções
transversais são muito maiores que a profundidade. Não apresentam as paredes laterais e a
cabeceira bem definidas, com dimensões variáveis, caracterizando-se por remoções de solo em

28
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

profundidade e pela acumulação de escorrência. Por outro lado, as ravinas permanentes ocorrem
em linhas de drenagem bem definidas, de dimensões consideráveis. As secções transversais são
estreitas relativamente à profundidade, com paredes laterais abruptas e cabeceiras proeminentes
(Foster, 1986; Poesen, 1993) citados por (Franco, 2015).

Para Brito (2012), as ravinas caracterizam-se pela formação de canais (sulcos) de diferentes
profundidades e comprimentos na superfície do solo.

São buracos ou danificações um pouco mais severos e as voçorocas manifestam-se quando a


erosão é profunda a ponto de atingir o lençol freático (Pena, 2022)

Em virtude dos fatos analisados acima, o início da formação de ravinas pode ser considerado
como crucial no processo erosivo, que pode estar associado a um rápido aumento na
concentração de sedimentos contidos no escoamento superficial (Guerra, 1997).

1.2.3.1. Factores que influenciam na formação de ravinas

Segundo Brito (2012), os principais factores intervenientes do processo erosivo para a formação
de ravinas são:

✓ o clima,
✓ o relevo.
✓ os solos.
✓ a cobertura vegetal e a acção humana são sempre apontadas como os factores
fundamentais.

Os solos, o clima e o relevo determinam taxas naturais de erosão que podem ser modificadas
pela acção humana, intensificando-se ou não (Brito, 2012).

Segundo Vivaldini (2021) a ocupação humana, principalmente quando efectuada de modo


inadequado, acelera esses processos. As causas preponderantes que provocam a erosão são
subdivididas em activas e passivas.

De acordo com Bertoni & Neto (2012), citados por (Vivaldini, 2021) os factores activos
abrangem as características da infiltração, clima (precipitação) e relevo (declividade).

Já os passivos são descritos pelas características físicas e estruturais dos solos, assim como a
cobertura vegetal (Vivaldini, 2021)

29
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

1.2.3.1.1. Precipitação

A chuva é um dos principais factores que interfere e implica no processo erosivo. Sua
influência pode ser notada desde o momento no qual as gotas tocam a superfície terrestre até o
desenvolvimento da enxurrada e transporte de material (Franco, 2015).

Figura 5-Erosão por precipitação. Fonte:(Capeche, 2021).


A partir da superfície, a água pode infiltrar-se no solo através dos poros, se estes não se
encontrarem saturados e/ou obstruídos ou então mover-se como um fluxo superficial, separando
e arrastando mais partículas de solo (Franco, 2015).

A água ao incidir sobre a superfície dotada ou não de cobertura vegetal, exercendo pressão e
forças de cisalhamento sobre o material, desprende partículas de solo. Parte do volume da chuva
infiltra e outra parcela escoa superficialmente (Castro, 2011).

1.2.3.1.2. Infiltração

Segundo Martins (1976) citado por (Grando & Maciel, 2007) é o fenómeno de penetração da
água nas camadas de solo próximas a superfície do terreno, movendo-se para baixo, através dos
vazios, sob a acção da gravidade, até atingir uma camada-suporte, que a retém, formando então
a água do solo.

30
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

Figura 6-Erosão de um solo por infiltração. Fonte: (CPT, 2018)


1.2.3.1.3. Topografia

Segundo Gonçalves ( 2002) citado por (Franco, 2015l), afirma que a topografia do terreno deve
ser analisada segundo três importantes características: o declive, o comprimento da encosta e a
forma da encosta.

Figura 7-Perfil de encostas Convexas. Fonte: (Brito, 2012).


Bertoni & Neto (1990) citado por (Franco, 2015) dizem ainda que o tamanho e a quantidade de
material arrastado pela água dependem da velocidade do escoamento superficial, e essa
velocidade, por sua vez, depende do comprimento e do declive da encosta.

A influência da topografia do terreno na intensidade erosiva verifica-se principalmente pela


declividade e comprimento de rampa (comprimento da encosta ou da vertente). Estes factores
interferem directamente na velocidade do escoamento das águas pluviais (enxurradas) (Brito,
2012).

Figura 8-Perfil de encostas Côncavas. Fonte: (Brito, 2012)


31
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

Segundo Xanthakis e Pavlopoulos (2009) citados por (Franco, 2015), afirmam que quanto
maior for o declive, maior será a taxa de erosão e a drenagem superficial. A inclinação da
vertente tem uma relação exponencial com a erosão, sendo que, encostas íngremes são mais
propensas à erosão do solo.

No entanto a presença de ravinas é comum em praticamente todos os declives (Franco, 2015).

Figura 9-Tipo de relevo. Fonte: (Goçalves, 2002)


Um outro aspecto a mencionar relativamente à topografia é a morfologia da encosta, que
também vai influenciar o processo de erosão, sobretudo na convergência e/ou divergência do
escoamento superficial (Gonçalves, 2002).

As formas côncavas favorecem a convergência das águas, provocando uma erosão mais
localizada, com tendência à formação de sulcos e ravinas, as formas convexas favorecem a
divergências das águas, sendo a erosão mais uniforme (Gonçalves, 2002).

Figura 10-Contextos topográficos do surgimento de ravinas. Fonte: Bergonse e Reis (2011)


Citados por (Verdum et all., 2016).

A-Ravina de desnível em margem de curso de água; B- ravina de desnível em terraço; C-


entrada de tubo (pipe); desembocadura de tubo; E- ravina de desnível recém-formada pelo
colapso de um tubo. F-ravina de ravina de fundo; G-ravina de fundo do tipo arroyo, H-ravina
de vertente associada a trilho de gado.
32
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

1.2.4. Métodos de Proteção e Controlo de Ravinas


Segundo a norma NBR 11682 (2009), as obras de protecção contra os processos erosivos,
consistem em: Protecção superficial contra o destaque e carreagamento de particulas no solo,
condução de águas pluvias por canaletas localizadas na crista e nas banquetas de maneira que
sua força trativa não actue sobre o solo desprotegido e não forme canais erodidos.

As obras para estabilização dos taludes visam diminuir o risco ao desastre. A protecção a ser
utilizada depende da análise do(s) processo(s) ocorrente(s), constituindo-se em acções que vão
desde a sua protecção superficial, através de revestimento e/ou drenagem superficial, até em
obras de retaludamento ou de estrutura de contenção (Passarinho, 2014).

Obviamente, não se objectiva reduzir a zero a erosão. Mas sim, o controle da erosão parte do
uso do solo de acordo com a sua aptidão, ou seja, sua capacidade de suporte, adoptando práticas
de preservação do solo, reduzindo a degradação deste recurso natural (Baldotto, 2019).

Podemos assim para o presente estudo apresentar algumas técnicas ou métodos de protecção
contra a ravina.

1.2.4.1. Técnicas vegetativas

As práticas vegetativas são aquelas pelas quais a protecção ocorre a partir de sua cobertura com
plantas, prevenindo o impacto da chuva sobre o solo descoberto ou fazendo barreira contra para
retenção ou diminuição da velocidade de escoamento da água das chuvas (enxurradas)
(Baldotto, 2019).

Figura 11-Cordões de vegetação permanente. Fonte: (Maria, 2020)

33
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

Em geral, a vegetação atenua a erosão do solo, principalmente através da redução das forças de
impacto da gota no solo diminuindo a velocidade do escoamento superficial, aumentando a
rugosidade hidráulica e as taxas de infiltração de água no solo, aumentando assim sua
resistência à erosão (Martins, et al., 2017)

Figura 12-Cultivo em faixas. Fonte: (Geoagri, 2021)

1.2.4.2. Os cordões de pedra.

São formados pela sobreposição de material em curvas de nível de modo a formar taipas com
0,5 a 1 metro de largura funcionando principalmente como difusor de escoamentos
concentrados superficialmente e como área de deposição dos sedimentos carreados pela
enxurrada (Verdum et all., 2016).

Figura 13-Cordões de pedras. Fonte: (Verdum, et all., 2016).

1.2.4.3. Patamares

São recortes realizados na superfície de áreas com alta declividade (30 a 40%) e solo profundo,
dando à encosta um aspecto de escada (Verdum et all., 2016).

34
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

Figura 14-Patamares. Fonte: (Archiexpo, 2019)


Os patamares mais extensos e estáveis suportam, sem maiores problemas, as
árvores frutíferas de grande porte, comuns nos morros. Árvores inclinadas,
mesmo que ligeiramente, podem ser um sinal de movimentação da encosta,
devendo ser imediatamente erradicadas, a fim de reduzir as trações sobre a
massa de solo (Passarinho, 2014).

Segundo (Verdum et all., 2016) só devem ser empregados caso a única área passível de cultivo
esteja localizada na encosta e justifique a adoção de tal técnica, já que a grande movimentação
de terra necessária à construção dos degraus altera bastante as características originais do solo,
gerando também alto custo para sua implantação.

1.2.4.4. Banquetas individuais

São geralmente empregadas em locais com alta declividade e destinadas ao cultivo de espécies
frutíferas. São construídos, individualmente, pequenos camalhões em forma de meia-lua, na
parte de baixo onde foi plantada cada muda arbórea (Verdum et all., 2016).

Figura 15- Esquema de uma banqueta individual e de patamares construídos para instalação
de banquetas. Fonte: (Verdum, et all.; 2016).

35
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

1.2.4.5. Muros de contenção.

As estruturas de contenção são obras de engenharia civil necessárias quando o estado de


equilíbrio natural de um maciço de solo ou de rocha é alterado por solicitações que podem
ocasionar deformações excessivas e até mesmo o colapso. A estrutura deverá então suportar
as pressões laterais (empuxo) do material a ser contido de forma a garantir segurança ao
talude (Luiz, 2014).

Figura 16- Muro de contenção. (Leito do rio Mucufi). Fonte: (Autor, 2023)

1.2.4.6. Muro de gravidade de bloco de pedra e suas características.

Segundo Luiz (2014), são muros constituídos de pedras de dimensões aproximadamente


regulares, arrumadas manualmente, tendo sua resistência no embricamento das pedras. Este
muro também pode ser constituído com argamassa no assentamento das pedras, a fim de atingir
maior rigidez possibilitando maiores alturas. O uso da argamassa, no entanto, extingue a
eficiência drenante do muro, sendo necessários dispositivos de drenagem.

Figura 17-Muro de gravidade de pedra. Fonte: (Luiz, 2014)


36
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’

1.2. Dimensionamento De Seções De Canais.

De acordo com Carvalho (2009), para o dimensionamento de secções de canais, considera-se


pertinente os cálculo dos elementos geométricos, como área molhada, perímetro e o raio
hidraúlico do canal.

Figura 18-expressões matemáticas dos elementos geométricos. Fonte:(Adaptado de Carvalho,


2009)

A velocidade média de escoamento num canal deve situar-se dentro de uns certos limites. A
velocidade máxima é estabelecida tendo em conta a natureza do material que constitui o canal.

Baseando-se nas tabelas que apresentam os limites aconselháveis para a velocidade média e
máxima dos canais, sendo uma alvenaria de bloco de pedra, adoptamos uma velocidade máxima
de 2,50 m/s.

Tabela 3- Limites aconselháveis para a velocidade média e máxima dos canais.

Fonte: (Carvalho, 2000).

37
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

2.1- Materiais utilizados

Nos diversos trabalhos de campo realizados, houve acompanhamento fotográfico, inicialmente


por um telefone de marca iphone 8 e posteriormente por uma máquina fotográfica canon, estes
registros fotográficos permitiram acompanhar toda dinâmica da área de estudo no período da
pesquisa.

Para execução dos trabalhos na primeira instância, foram utilizadas ferramentas que por sua
vez permitiram o avanço da investigação como: GPS Garmin, para marcar os pontos e obter as
coordenas da zona de estudo, foi usada a trena de 50 m (metros) para medir os taludes, com o
auxilio de Softwares de Informação Geográfica como Google Earth, verificamos o relevo, o
perfil longitudinal da área de estudo, com o mesmo software foi possível a obtenção dos mapas,
e com a ferramenta informática _ Excel, organizamos as informações obtidas no campo através
de gráficos e tabelas, foi também usado o software sketchup, para modelação da proposta de
solução, e para apontamentos usou-se uma lapiseira, um lápis e um manual.

2.2. Metodologia da pesquisa

• Design (tipo de pesquisa)

Para se atingir os objectivos, foi feita uma pesquisa científica descritiva. Pois, segundo
(Prodanov & Freitas, 2013), a pesquisa é descritiva quando Envolve o uso de técnicas
padronizadas de colecta de dados, questionário e observação sistemática.

Com base a esta metodologia, adopta-se estratégias que dialogam de forma directa com a
temática da pesquisa, afim de interpretar os dados de forma reflexiva e sistemática para solução
do problema.

2.3. Campo de Acção

Contenção da ravina do bairro Tchioco, zona da mukanka.


2.3.1. Delimitação de Estudo.
O presente trabalho delimita-se em propor os métodos para contenção da ravina do bairro
Tchioco, zona da mukanka, de modo a precaver os riscos às infraestruturas como linha férrea
do CFM, Estádio da Tundavala e de habitações.

39
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

▪ Delimitação geográfica: Província da Huíla, Município do Lubango, Bairro


Tchioco, zona da Mukanka.
▪ Delimitação temporal: 2022-2023.
▪ Delimitação da especialidade: Engenharia Civil.

2.4. Normas de Engenharia

No nosso trabalho utilizamos as seguintes normas:


ABNT NBR 11682 (2009) – Estabilidade de taludes.

Esta norma estabelece as exigências e recomendações relativas à projectos executivos de obras


de protecção contra os processos erosivos, que consistem em: Protecção superficial contra o
destaque e carreagamento de particulas no solo.

Condução de águas pluvias, por canaletas localizadas na crista e nas banquetas de maneira que
sua força trativa não actue sobre o solo desprotegido e não forme canais erodidos.

Norma Europeia EC-2.

Esta norma diz respeito às regras gerais a adoptar no projecto de edifícios e de outras obras de
engenharia civil de Betão, bem como na verificação da resistência das estruturas de Betão.

2.5. Caracterização da área de Estudo

A Província da Huíla, mais especificamente o município do Lubango, região onde se encontra


o objecto de estudo, apresenta um clima mesotérmico, temperado húmido , com um regime de
duas estações: a das chuvas, com seis meses de duração, com início nos meados de outubro e
fim em meados de abril e a seca, que prevalece nos restantes período do ano de acordo os dados
estatísticos do INAMET. (Anexo F, figura 39)

Segundo os dados do censo populacional efectuado em 2014, pelo Instituto Nacional de


Estatística de Angola (INE), O bairro Tchioco (zona de estudo), tem aproximadamente 49.781
habitantes . A região é cercada por um conjunto de montanhas que a cercam, em 2006. O
turismo e o ecoturismo são actividades económicas de relevo na região e em 2010, teve um
auge dado a recepção de visitantes, nacionais e estrangeiros para o CONCAF.

Através do reconhecimento visual da superfície do solo, consegue-se perceber que a zona tem
um solo de areias siltosas de coloração alaranjada com alguma ocorrência dispersa de material
laterítico.

40
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

O solo tem uma granulometria pouco extensa, baixa fertilidade e armazena pouca água o que
levou corresponder a elevados valores de índice de vazios e a alto risco de ravinas. Pois as
partículas são facilmente desagregadas pela chuva.

A parte sul do município do Lubango está assente sobre a microbacia do rio caculuvar que tem
o rio Mucufi como um dos principais tributários, que por sua vez, apresenta afluentes com
regime intermitente como o Capitão e o Mukanka.

A zona de estudo, encontra-se localizada entre os leitos de dois tributários importantes do rio
Mucufi: O rio Capitão e o rio Mukanka (ambos com orientação SW-NE). Um dos “braços” do
rio Capitão atravessa a área de estudo de maneira paralela.

Figura 19-Mapa hidrológico da zona de estudo. Fonte:( Autor, 2023)

41
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

2.5.1. Localização Geográfica


Localiza-se na província da Huíla, município do Lubango a zona de estudo abrangida pelo
presente trabalho e corresponde ao bairro Tchioco, zona da Mukanka, à 125 m do estádio
nacional da tundavala e atravessa a linha férrea do CFM.

Figura 20-Mapa de localização da zona de estudos. Fonte: (Autor,2023)

A zona de estudo ocupa uma área de 125 356𝑚2 e forma um perímetro de 2685𝑚 limitada
pelos seguintes pontos limítrofes: Ponto inferior direito latitude 14°57'10.45"S longintude
13°32'6.92"E; Ponto inferior esquerdo latitude 14°57'13.24"S longintude 13°32'4.41"E; Ponto
superior direito latitude 14°56'36.09"S longintude 13°31'54.03"E, e ponto superior esquerdo
latitude 14°56'35.51"S longitude 13°31'51.82". Onde a erosão activa modelou o relevo
existente. A ravina em estudo está georreferenciada de acordo as coordenadas geográficas
descritas na tabela 08 ( anexo A).
42
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

Figura 21-Mapa de distribuição espacial da ravina. Fonte: (Autor, 2023)

A área na qual está enquadrada a zona de estudo está a uma distância de aproximadamente
5,656.78 metros em linha recta da área urbana da cidade do Lubango, como mostra a figura
22.

43
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

Figura 22 Distância do centro da cidade do Lubango. Fonte: (Google earth, 2023)

2.5.2. População e Amostra


De acordo Velosa & Pestana ( 2010) definem população como conjunto de todos os elementos
que descrevem um fenómeno que interessa ao investigador.

O nosso trabalho tem como população as infraestruturas afectadas pela ravina, como a linha
férrea do CFM, Estádio da Tundavala, bem como as habitações. E como amostra a ravina
evolvente o estádio da Tundavala, Zona da Mukanka.

44
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

2.5.3. Apresentação dos resultados de estudo

2.5.3.1. Resultados da observação directa na zona de estudo.

O desenvolvimento deste estudo baseou-se na ravina, localizada no bairro Tchioco, zona da


mukanka. A ravina da Mukanka como será doravante designada apresenta uma extensão total
em todos os seus ramos de aproximadamente 1720 metros.

Figura 23-Mapa de caracterização da zona de Estudos. Fonte: (Google earth, 2023)

2.5.3.2. Condições geral da ravina

Além das características fisiológicas da ravina, como o declive e a presença de mantos de


alteração, que são profundos em todos os ramos, o princípio da ravina está relacionado,
também, com factores de natureza antrópica, como à abertura de poços de exploração de areias
pelos moradores, para a construção de suas residências e trabalhos variados. (ver anexo C-
Figura 36).

A queda de chuvas, quando seu escorrimento que mantem nas vertentes dos canais já criados
sem qualquer tipo de vegetação forma sulcos que, quando a litologia é favorável, como é o caso,
evoluem directamente para ravinas de grandes proporções. Analisamos que o princípio da
ravina em estudo está associada a uma saída ao transbordo do caudal do rio Capitão localizada

45
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

a jusante da linha férrea do caminho de ferro de Moçâmedes, o qual tem contribuído


grandemente para o acréscimo de escorrência e aumento da ravina em estudo.

Desta feita, por conta das acções de natureza antrópica tem resultado na alteração no perfil
longitudinal da zona, permitindo a grosso modo uma considerável mobilização superficial de
material terroso criando um patamar subhorizontal que, tem favorecido a rápida evolução da
ravina. Essa ravina, expôs profundidade de aproximadamente 8,4 metros nas intermediações de
sua cabeceira, com alternâncias deste valor durante a sua extensão. Também apresenta feições
de desmoronamento das paredes e falta de cobertura vegetal apropriada. Sua largura varia de 2
a 7 metros em todo seu trajecto.

2.5.3.3. Sentido de escorrimento das águas e perfis das ravinas

A zona de estudo, está a norte de uma zona com relevos muito acentuados, o que faz conforme
detalhado no mapa da figura 22, que as águas escorrem de sul para norte, em toda extensão da
zona de estudo.

Figura 24-Mapa do sentido de escorrimento das águas. Fonte: (Google Earth, 2023)

46
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

Tabela 4-Descrição da ravina em estudo.

Ravina

Altitude Máxima m 1849

Altitude mínima m 1765

Extensão m 1720

Ganho de Altitude m 84.2

Perda de Altitude m -0.15

Inclinação máxima % 13.20

Inclinação mínima % -1.20

Inclinação Média % 4.90

Altura da Ravina % 8.4

Fonte: ( Autor, 2023).

Figura 25-Perfil longitudinal da ravina em estudo. Fonte: (Google Earth, 2023).

2.5.3.4. Causas da ravina na zona de estudo.

A ravina na zona de estudo é causada por consequência de movimentos hídricos, acção


antrôpica, e em partes com influências eólicas.

Em época de monções a água proveniente das precipitações é a maior responsável pelos


processos erosivos que originam grande parte da ravina em estudo. A proporção da erosão na
ravina em estudo, segundo a nossa analise, não se resume unicamente na intensidade e do

47
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

volume de água proveniente das precipitações, mas, especialmente, do tipo de tratamento dado
ao terreno.

Causas de ravinas na zona de estudo


Queda das chuvas

8%3% Acção da água do rio Capitão


11%
Remoção da cobertura vegetal
56%
22% Abertura de poços de exploração de
areia
Acção do vento

Figura 26-Gráfico das causas de ravinas na zona de estudo. Fonte:(Autor, 2023)


A remoção da mata ciliar, seja por acção humana, ou até mesmo em consequência de incêndios
pois as margens são desgastadas pela força das águas, o que intensifica os processos de
assoreamento do rio.

Como consequência da altitude elevada da zona de estudos, há uma componente de ventos


muito fortes e presente das partes com a ravina bem configurada.

Figura 27-Acção do vento, na ravina em estudo. Fonte:( Autor, 2023)

48
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

A construção do estádio nacional da Tundavala e suas infra-estruturas, causaram um


desassoreamento de terra que muito tem prejudicado o terreno na zona de estudo. Outras dessas
acções é a retirada de solos nas zonas em ravinamento para a construção de casas, nas
imediações da ravina em estudo. A abertura destes buracos, dão a quando a queda de chuvas
um alastramento significativo das ravinas.

2.5.3.5. Riscos e consequências da ravina

No processo de ravinamento, há como umas das consequências os arrastamentos de terra que


podem cobrir terrenos férteis com materiais áridos e transportar sedimentos até as águas com
vida animal.

Tabela 5-Tabela 6-Percentangem por Erosões associadas

Percentagem por Erosões associadas


Consequências da
Factor
Ravina
Pluvial Fluvial Sulcos Antrópicas Eólica

Riscos de
desmoronamento
de habitações,
Riscos de cortes
de circulação,

Ravina 58.22% 28.69% 8.95% 3.22% 0.92% danos a infra-


estruturas de
transporte,
destruição de
zonas de
pastagens

Fonte: ( Autor, 2023).


Assim, além de terras menos produtivas, as ravinas provocam a morte da fauna e flora do fundo
dos rios e zonas adjacentes ao seu canal por soterramento e turbidez nas águas, esse facto por
si só dificulta e muito a vida das pessoas que estão a volta da ravina.

49
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

O processo provoca ainda o assoreamento dos rios e lagos. Assim, no período de chuvas, esses
corpos-d’água extravasam, causando as enchentes e transbordos, como no caso da ravina em
estudo.

O movimento da terra causa também instabilidade nas partes mais elevadas dos terrenos, que
podem levar a deslizamentos de terras nas zonas de estudos com pendente elevada de
declividade.

Figura 28-Mapa de Envolventes infra-estruturais da zona de estudos. Fonte: Gogle earth.


2.5.3.6. Habitações

A nossa zona de estudo possui um terreno com relevos ondulados e com variações de declives,
ou seja, com relevos montanhosos, as chuvas constantes ocasionam deslizamentos de terra nas
áreas mais frágeis do terreno.

Esses deslizamentos ocorrem, em sua maioria, nas áreas em que a vegetação natural foi retirada
para a construção de moradias, onde essas residências e seus ocupantes correm sérios riscos de

50
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

vida, com o risco de desmoronamento das mesmas e este problema é agravado na região por se
tratar de uma localidade rural.

Figura 29-Habitações em risco consequências da ravina. Fonte:( Autor, 2023)

2.5.3.7. Infra-estruturas Públicas e Privadas

A ravina em estudo nos seus ramos tem provocado vários problemas para a sociedade local,
desencadeando uma série de problemas sócio ambientais nas áreas circundantes ao seu curso,
chegando bem próximo do corte ou fechamento de ruas limitando a ligação de residências do
mesmo bairro, danos ao ramal do caminho de ferro de Moçâmedes, a sua prolongação ao estádio
de futebol da Tundavala, com danos económicos, entre tantos outros.

Figura 30-Infraestrutura do caminho de ferro de Moçâmedes em risco por conta da Ravina.


Fonte:( Autor, 2023)

51
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

Figura 31-Infraestrutura de comunicações em risco por conta da Ravina. Fonte:( Autor, 2023)

2.5.3.8. Pastos e Zonas de Cultivo

A ravina em estudo tem causado transtornos para os pequenos produtores de gados da região,
desequilibrando as zonas de pastagens e cortando a circulação entre zonas do mesmo bairro,
neste caso (Bairro do Tchioco, zona da mukanka).

Sem o devido tratamento pode resultar na degradação das áreas agrícolas ou de pastagens, e
restringir ou impossibilitar a lucratividade da actividade agro-pecuária da zona.

A ravina também pode acarretar defensivos agrícolas e adubos até os corpos de água. Como
consequência, isso pode provocar o desequilíbrio na fauna e flora do ecossistema circundante.

Figura 32-Zona de cultivo, gravemente destruída pela ravina, ponto com 5,21 m de altura, na
ravina. Fonte:( Autor, 2023)

52
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

2.5.3.9. Resultado da entrevista dirigida aos Engenheiros e Especialistas

De modo a obter o parecer técnico-científico de profissionais envolvidos com as especialidades


abordadas na presente pesquisa, elaborou-se uma série de questões dirigidas aos profissionais
de distintas especialidades. Um total de 6 profissionais para nos ajudar na proposta de solução.

Tabela 6-Dados dos Profissionas Entrevistados

Profissão Frequência Tempo de Profissão

Engenheiro Civil 2 Mais de 10 anos

Especialista Ambiental/ 2 5 anos


Segurança

Especialista Social 1 5-10 anos

Engenheiro Geotécnico 1 Mais de 10 anos

Engenheiro Do Ambiente 1 5 anos

Fonte: (Autor, 2023)

1. Atendendo os niveis de degradação da ravina, e como técnico, quais os métodos ou


técnicas a utilizar para solução do problema em estudo, tendo em conta o factor técnico,
económico e sustentabilidade?

28% Muro de contenção em blocos de


pedras e introdução de banquetas
Muro de gabião junto com
72% dissipadores de energia

Figura 33- Questão relaccionada os métodos ou técnicas a utilizar para solução do problema.
Fonte:( Autor, 2023)

Na questão relacionada os método ou técnica a usar para solução do problema, 28% dos
especialistas responderam a aplicação do muro de gabião junto com dissipadores porque não

53
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

precisa argamassa e obdece com a topografia do terreno, e 72% dos especialistas responderam
que, o muro de bloco de pedra é o mais viavel, atendendo o factor económico, sendo Lubango
apresenta locais de exploração de rochas, e tecnicamente o muro de bloco de pedra é o mais
utilizado pela vantagem de apresentar seu peso próprio de contenção.

2- A proteção de cobertura vegetal é de extrema importância no tratamento deste tipo


de fenómenos, constituindo um meio de proteção da superfície do talude,
minimizando o impacto das gotas da chuva e prevenindo a erosão do solo. É
adequado o uso de casuarinas (tipo de árvores usadas na marginal do leito do rio
mucufi ) para proteção de cobertura vegetal ? Sim Não

39% Sim( com grama sobre o solo)


61% Não( outro tipo de vegetação)

Figura 34- Questão relaccionada o tipo de árvores a usar para protecção de cobertura vegetal.
Fonte: (Autor, 2023)

Quanto a segunda questão, 39% dos especialistas aconselharam outro tipo de vegetação nativa
por não conhecerem as caracteristícas destas árvores e, 61% dos especialistas responderam que
sim, sendo adequado a plantação destas árvores por terem um factor importante na
estabilização das margens e na prevenção de erosão do solo, e por tolerar solos secos e húmido.

3- Que tipo de segurança a ter em conta, uma vez que a ravina encontra-se numa zona de
pastagem e próxima de residênciais, caso venha um gado ou uma criança cair nela?

54
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.

Isolamento da área até ao


tratamento

100%

Figura 35-Questão relaccionada o tipo de segurança a ter em conta, uma vez que a zona está
próxima de residências.

4- A aplicação de um muro de arrimo (Gabião ou de Pedra) para minoração do escoamento


superficial e recuperação da zona afectada, não prejudicará o crescimento da vegetação
ao redor? Os Engenheiros Ambientais/Segurança esponderam que não prejudicará o
crescimento da vegetação, porque estes tipos de muros causam baixo impacto
ambiental, e mantêm o crescimento da vegetação ao seu redor.

5- Que soluções propõe para desencorajar a população de retirar o solo para construção
de suas moradias, atendendo os impactos negativos que tais práticas desencadeiam ao
meio ambiente? O especialista social respondeu que é preciso alguns ensinamentos com
bases em palestras e campanhas de sensibilização mostrando o perigo de tais práticas.

55
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.

CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.

De acordo a realidade constatada em zona de estudo, e de parecer técnico-científico de


profissionais envolvidos com a temática em estudo, classificamos a ravina de acordo a
profundidade da erosão. Definiu-se dois níveis para definir os dois tipos de intervenções a usar,
uma escala onde consta os seguintes níveis: Baixa e Crítica.

E de acordo a mesma realidade, e pelo facto de termos dentro do município do Lubango, zonas
de exploração de rochas em abundância escolhemos 3 métodos para contenção da ravina, que
são os seguintes:

1. Modelação do terreno e reperfilamento dos taludes.


Esta modelação corresponderá essencialmente ao reperfilamento dos taludes existentes
para reduzir a inclinação actual dos panos e introduzir banquetas tendo em vista a
redução da altura máxima do pano de taludes.

2. Muro de Contenção em blocos de pedra com juntas em betão simples.

Fácil de execução; Não necessita de mão de obra especializada; Possui um óptimo custo
benefício; A sua estabilidade é assegurada pelo peso próprio da contenção.

Aplicação do muro de bloco de pedra para estabilizar a pressão e contenção do solo,


assim diminuindo o risco de desmoronamento. As juntas em betão, a fim de atingir
maior rigidez e possibilitando maior altura do talude.

3. E o outro é a melhoria dos terrenos com solos bem compactados e posteriormente a


plantação de grama e árvores contra erosão que reforçam a coesão dos solos evitando
deste modo novas ravinas.

57
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.

3.1. MEMÓRIA DE CÁLCULO

Neste ponto, faremos apenas um pré-dimensionamento dos elementos geométricos do canal e


alguns dados do dissipador, devido alguns elementos e dados que não se tem.

Cálculo dos elementos geométricos do canal.

𝐴𝑚 = 𝑏 × ℎ = 4,50𝑚 × 0,40𝑚 = 1,80𝑚2

𝑃𝑚 = 𝑏 + 2ℎ = 4,50𝑚 + 2 × 0,40𝑚 = 5,3𝑚


𝑏×ℎ 4,50𝑚 × 0,40𝑚 1,80
𝑅ℎ = 𝑏+2ℎ = 4,50𝑚+2×0,40𝑚 = = 0,34𝑚
5,3

𝑏 = 4,50𝑚

De acordo com (Henriques, 2014), antes de se iniciar o dimensionamento das estruturas de


dissipação de energia, considera-se pertinente a introdução de alguns conceitos relativamente
às condições à saída dos canais de drenagem (a céu aberto ou fechados), nomeadamente, caudal,
a velocidade do escoamento, a altura de água à saída, altura de água a jusante, altura de água
equivalente e o número de Froude.

A escada hidráulica tem ângulo de inclinação variando de 10º a 55º. A altura do degrau é
também chamada de espelho do degrau e varia de 0,2m a 0,90m.

Baseando-se no Exemplo numérico e as fórmulas do dimensionamento de dissipadores em


degraus de (Couto, 2020) citado por (Silva, 2020), anexo 4, foi possivel determinar os
elementos de dissipação de energia.

Tabela 7-Dados do dimensionamento do dissipador de energia em degraus.

𝐿 = 2,25 𝑚 Verificação do regime de (sk)

𝑉𝑎𝑑𝑜𝑝𝑡𝑎𝑑𝑎 = 2,50 𝑚/𝑠 𝑑𝑐 ℎ


> 0,91 − 0,14 ×
ℎ 𝑏
ℎ = 0,70𝑚
0,678𝑚 0,40𝑚
> 0,91 − 0,14 ×
𝑔 = 9,81 𝑚/𝑠 0,40𝑚 1,2𝑚

1,6795> 0,863(𝑜𝑘)
Largura da base do dissipador (B≥ 2 × 𝐿=m)

58
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.

Não existe recomendações para valores da largura, Declividade da escada


então adopta-se:
ℎ 0,40𝑚
TAN(𝜃) = 𝑏 = 1,2𝑚 =
𝐵 = 4,50𝑚
0,333 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠:
180
TAN(𝜃)=(0,33× = 19,10°
𝜋
F=

𝐴𝑒𝑠𝑐 =
Q= Número de Froude
𝐴𝑒𝑠𝑐 = 𝑏 × ℎ = 4,50𝑚 × 0,70𝑚 = 3,15𝑚2 𝑄
𝐵
𝐹= =
(𝑔×𝑠𝑒𝑛(𝜃)×ℎ3 )×0,5

𝑄 = 𝑉 × 𝐴 = 2,50𝑚/𝑠 × 3,15𝑚2 = 7,875𝑚3 /𝑠 7,875𝑚3 /𝑠


4,50𝑚
(9,81𝑚/𝑠×𝑠𝑒𝑛(19,10°)×0,403 𝑚)×0,5
=4,259

F ≥ 1,7 Logo 4,259 ≥ 1,7


Altura critica
Altura da água e ar
2 3 2
𝑄 (7,875𝑚 /𝑠)
𝑑𝑐 = ( 2
)= 𝑑1 = 0,4 × ℎ × 𝐹 0,6 = 0,4 × 0,40 × 4,2590,6 =
𝑔×𝐵 9,81𝑚/𝑠 × (4,50𝑚)2
0.39m
= 0,678𝑚
Velocidade do escoamento
= 0,678𝑚
𝑄 7,875𝑚3 /𝑠
𝐵 4,50𝑚
𝑉= = = 4,605𝑚/𝑠
𝑑1 0,39𝑚

Altura do degrau Altura do muro


ℎ = 𝑑𝑐 = 0,678𝑚 𝐹𝑏 = (𝑘 × 𝑑1) × 0,5 O valor de K varia de 0,8 a
𝑑𝑐 0,678𝑚 1,4 para vazão de 0,5 m³/s a 85 m³/s. Adotando
ℎ= = = 0,211𝑚
3,2 3,2 K=1
A altura do degrau deve estar entre 0,211m e 𝐹𝐵 = (1 × 0,39𝑚) × 0,5 = 0,195m
0,678m. Adoptamos uma altura de 0,40m
𝐻1 = 𝑑1 + 𝐹𝑏 = 0,39 + 0,195 = 0,585𝑚

59
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.

2
Comprimento do degrau 𝐻𝑚𝑎𝑥 = 24 × 𝑑𝑐 × 𝑠𝑒𝑛(𝜃)3
2
𝑏 = 3 × ℎ = 3 × 0,40 = 1,2𝑚 = 24 × 0,678 × 𝑠𝑒𝑛(19,10°) 3
= 7,726𝑚

Com base os dados dimensionados, opta-se por


um degrau com o comprimento (C) de 3 m, e
uma altura de 2,80m para o muro, sendo que esta
dimensão mais aproximada a altimetria do
terreno.

Fonte: (Autor, 2023)

3.2. MEMÓRIA DISCRITIVA E JUSTIFICATIVA DO PROJECTO.

Considerando os níveis de degradação nas zonas afectados pela ravina e para sua recuperação
optou-se por implementar medidas sustentáveis, nomeadamente.

EXCAVAÇÃO.

Serão escavados apenas solos residuais e materiais derivados de escorregamento de taludes,


não estando previstas escavações em rocha. O material escavado será utilizado para a
construção dos aterros, como «material de preenchimento» na área da ravina, coberto por uma
camada de solo, a ser obtido em áreas de empréstimo. O material que não tenha as
características necessárias para ser reutilizado deverá ser colocado em área de vazadouro.

As escavações deverão ser realizadas com base nos limites e na geometria da ravina e da erosão
a jusante da mesma.

ESTABILIZAÇÃO DA CABECEIRA DA RAVINA PRINCIPAL

Para estabilização de áreas associadas a cabeceira da ravina principal é proposto o enchimento


com aterro de leito numa altura média de 3m, este enchimento será bem compado e contribuirá
para a estabilização do pé dos taludes actuais.

Para a construção dos aterros, serão utilizados solos residuais locais provenientes das
escavações e solo, originário de áreas de empréstimo. O material proveniente das escavações
na área da ravina só poderá ser utilizado como material de preenchimento dos aterros da ravina.

60
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.

Uma vez que nesta zona nota-se a presença de água, propõe-se que seja executado um
pedrapleno que funcionará como camada drenante sobre o aterro a construir, prevê-se um
pedrapleno com uma altura média de 20cm. Este pedrapleno assentado sobre o leito, nas zonas
em que se verificam maiores probabilidade de surgir água novamente, deverá ser devidamente
envolvido em manta geotêxtil.

MODELAÇÃO DO TERRENO E REPERFILAMENTO DE TALUDES


Foi previsto a modelação superficial do terreno nas proximidade das cristas dos taludes da
ravina. Esta modelação corresponderá essencialmente ao reperfilamento dos taludes existentes
para reduzir a inclinação actual dos panos e introduzir banquetas tendo em vista a redução da
altura máxima do pano de taludes, é proposto a construção de taludes com panos de inclinação
a 2:3 (V:H) e alturas compreendidas entre 2 e 4m devidamente revestidos por vegetação local.

SISTEMA DE DRENAGEM

A ravina do bairro Tchioco, desenvolve-se em forma de um perfil contniuo, o sistema de


drenagem utilizado foi a implantação de valas longitudinais para a condução das águas afluentes
(canais em bloco de pedra), descarregando até ao rio capitão. Valas com secção rectangular de
base de 3m e parede 2.50m ou de base 3m e parede de 1.5m de altura para a recolha e
encaminhamento das águas pluviais e todas águas provenientes das encostas, na margem
externa, as águas recolhidas pelas canaletas serão encaminhadas diretamente ao canal, serão
considerados algumas aberturas ao longo do muro.

As paredes da canaleta que conduzirá as águas provinientes dos taludes para o canal, serão
constituídas por betão armado com resistência de 25 MPa e 0,10 m de espessura. As paredes
do muro de contenção serão constituídas por bloco de pedra e as juntas em betão simples com
resistência de 25 Mpa conforme orienta a norma eurocodigo 2.

Associado aos diversos ravinamento, pretende-se evitar que as águas afluentes desçam
descontroladamente aos taludes existentes. No perímetro do canal, serão considerados degraus
de modo a controlar a velocidade do escoamento e vencimento de desníveis mais acentuados
sempre que for necessário, propõe-se ainda a construção de algumas lajetas de dimensões 3 m
x 2,20 m dim (pedonal) no topo da vala de forma a possibilitar a travessia dos moradores de
um lado para outro.

61
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.

REVESTIMENTO DA SUPERFICIE DO SOLO COM VEGETAÇÃO


A aplicação de revestimento vegetal sobre a superfície dos taludes e banquetas evitará a
instalação de erosão laminar e novos ravinamentos. É precisamente devido à sua acção contra
a erosão e algum efeito na estabilização de taludes terrosos, para além do efeito estético
conferido à paisagem, que a vegetação tem sido empregue em diversas obras de engenharia
onde se criem taludes tanto de escavação como de aterro, incluindo a sua utilização na
estabilização.

Os taludes e banquetas de toda a área recuperada, deverão ser totalmente revestidos com grama
de forte enraizamento de forma a retardar o movimentação das águas, e posteriormente a
plantação de árvores casuarinas a montante, distanciados 5m do muro de contenção.

Antes da aplicação da vegetação, a acidez do solo deverá ser corrigida com calcário, adubos
fertilizantes e solo orgânico.

62
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.

3.3. Esquemas e Desenhos

Figura 36-Secção Transversal a usar na ravina, esquema feito no Layout do sketchup.


Fonte:(Autor, 2023)

Figura 37-Secção Transversal a usar na Ravina, Esquema feito no Layout do Sketchup. Fonte:
(Autor, 2023).

63
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.

Figura 38-Vista tridimensional do modelo a usar, feito no sketchup. Fonte: (Autor, 2023)

64
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.

3.4. Planos de trabalho

MESES
PRAZO DE EXECUÇÃO: 5 MESES
1º 2º 3º 4º 5º
SEMANAS
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª 16ª 17ª 18ª 19ª 20ª

PROJECTO
1
3

2 ESTALEIRO
1 2 3 1,5 1

3 DESMATAÇÃO
2

4 MOVIMENTO DE TERRAS
1 4

5 ISOLAMENTO DA ÁREA AFECTADA


3

6 REPERFILAMENTO DOS TALUDES E REPOSIÇÃO DO SOLO NAS ZONAS COM BAIXA DEGRADAÇÃO.
4

7 SUAVIZAÇÃO DA BASE E COLOCAÇÃO DO TAPETE DE ENROCAMENTO.


4

8 POSICIONAMENTO DA BIOMANTA E REPOSIÇÃO DO SOLO NATURA (3CM DE ESPESSURA).


2

9 NIVELAMEMENTO DA ESTRUTURA DE DICIPAÇÃO DE ENERGIA.


3

10 COLOCAÇÃO DAS PEDRAS E A BIOMANTA ENTRE O MURO E A PAREDE NATURAL.


4

11 DISPOSIÇÃO DOS TUBOS DE DRENAGEM E EXECUÇÃO DAS JUNTAS EM BETÃO.


4

12 REPOSIÇÃO DO SOLO EXISTENTE.


1
PLANTAÇÃO DE ÁRVORES (CASUARINAS) COM GRAMA, PARA RECUPERAÇÃO DA COBERTURA
13 VEGETAL.

65
3.5. Orçamento

Planilha Orçamentária

Muro de bloco de pedra

Descrição do intem unidade Quantidade Preço Total


unitário (kz)

Montagem e desmontagem do 𝑚2 72.589 1.200.000.00 1.200.000.00


estaleiro

Desmatação 𝑚2 72.589 1.200.000.00 1.200.000.00

Escavação mecánica para aterro de 𝑚3 5160 1000 5.160.000.00


taludes (retroescavadeira).

Reatero mecanizado da vala 𝑚3 2546 1000 2.546.000.00

Compactação mecânica 𝑚3 2546 1500 3.819.000.00

Carga e descarga mecánica t 480h 10.000.0(p/h) 4.800.000.00


utilizando caminhão basculante a
óleo diesel com capacidade útil de
12t.

Pedras de dimensões variadas 𝑚3 4644 3.571,428 16.585.714,286


(negro) para levantamento do muro,
incluindo seu fornecimento.

Betão fck20 virado em betoneira 𝑚3 2581 95.000.00 245.195.000


para execução de dicipadores e para
preenchimento das juntas.

Água l 567342 2,00 1.134.684

Material drenante (manta geotéxtil) 𝑚2 18060 1692,67 30.569.620,2

Tubo de PVC, série B, de 75 mm de 𝑚 10.000 1500 1.500.000.00


diâmetro e 3 mm de espessura, com
extremo abocardado,espaçados a
cada 3 m de comprimento do muro

Plantio de grama e casuarinas em 𝑚2 6.880 25.000.00 172.000.000


encostas, inclusive, compra,
transporte, descarga e preparo do
terreno.

Total 484.575.334,3kz

69
Conclusão

Mediante os objectivos propostos, o contributo dos diferentes autores, profissionais e do estudo


de campo, concluiu-se o que:

O princípio da ravina está associada a uma saída ao transbordo do caudal do rio capitão, o qual
tem contribuído grandemente para o acréscimo de escorrência e aumento da ravina, a queda de
chuvas, que mantem nas vertentes dos canais sem qualquer tipo de vegetação, à abertura de
poços de exploração de areias, para trabalhos variados. A região apresenta assim uma
fragilidade ambiental que é intensificada pela presença de fenómenos naturais, como as grandes
chuvas, o declive do terreno e a força do vento.

As consequências resultantes são devastadoras e de impacto negativos na vida dos habitantes


locais, causando dificuldades na mobilidade ou, em caso extremo, desmoronamento das suas
unidades familiares bem como perigando as infraestruturas do caminho de ferro e o Estádio
Nacional da Tundavala.

De modo a prevenir repetição de ravinas , foi possível apresentar métodos que visam solucionar
o problema de pesquisa. Acredita-se que o projecto de recuperação proposto, que vela pelo uso
de técnicas combinadas; a implementação do muro de contenção em bloco de pedra, introdução
de banquetas e revestimento da superficie com vegetação, reduz consideravelmente a
intensidade dos riscos identificados, e garante a rápida recuperação da área degradada, com
impactos significativos positivos a nível ambiental e social.

70
Sugestões
Para trabalhos futuros, sugere-se:

− Um estudo e análise dos solos para maior compreensão.


− Dimensionar o muro para composição do solo e para as cargas actuante no mesmo.
− Estudo experimental, dos métodos de contenção, para o tipo de solo e condições em
causa. Conclui-se com um apelo para que se faça um investimento na prevenção, através
da informação e sensibilização das populações e da elaboração de cartas de risco, sendo
este o melhor método para abordar esta temática.

Dificuldades à investigação

Durante a elaboração da presente pesquisa, foram identificados obstáculos, dos quais


destacam-se:

• O número reduzido de autores nacionais que abordam sobre contenção de ravinas.


• Indisponibilidade de alguns Engenheiros/Especialistas contactados.
• Dificuldade em fazer o estudo e análise dos solos no laboratório.
• Ausência de equipamentos para o levantamento topográfico da área degradada, tendo
como recurso o Google Earth;

71
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57. Wrigley & Fagg, J. W. (1997). Australian Native Plants.

76
Anexos
Anexo A - Tabela 8-Coordenadas Geográficas da ravina em estudo.

Ravina Coordenadas Geográficas

13.53229958927609,-14.94217823632172,0 13.53181059318681,-
14.94246467627046,0 13.53158729171781,-14.94276165725386,0
13.53147592973853,-14.94334323482822,0 13.53140104403931,-
14.94384672053616,0 13.5313589412517,-14.94436030897822,0
13.53153777878788,-14.94476311036779,0 13.53183995924343,-
14.94511660837048,0 13.53217931452949,-14.94518497849768,0
13.53251488475475,-14.94538502614863,0 13.53280912689493,-
14.94542403780402,0 13.53294659884233,-14.94562591811513,0
13.53312581216781,-14.94608001906055,0 13.53325397963807,-
14.94624730561709,0 13.53344951659885,-14.94644463541836,0
13.53354051637315,-14.94672631478766,0 13.53363782034457,-
14.94697342910242,0 13.53362897289012,-14.94709083398635,0

Ravina do 13.53364878610337,-14.94721539305034,0 13.53364071975216,-


bairro 14.94724458991592,0 13.53365528499537,-14.94735858462769,0
Tchioco,zona
da mukanka. 13.53368493626413,-14.94749922439457,0 13.53376041929894,-
14.94763588134471,0 13.53384985769213,-14.94779795847137,0
13.53404287341229,-14.94797975362668,0 13.53413711778388,-
14.94810932813962,0 13.5342717275939,-14.94829238165432,0
13.53449600135626,-14.94849734583264,0 13.5345940588621,-
14.94868065285129,0 13.53460699400426,-14.94868408622461,0
13.53472900379161,-14.94884945154234,0 13.53484627473484,-
14.94921045421214,0 13.53492769826808,-14.94962932939928,0
13.53494506014008,-14.9496684117703,0 13.53498309765352,-
14.94998005770558,0 13.53500362565402,-14.95027069177445,0
13.53499480582123,-14.95030563998519,0 13.53496908661853,-
14.95067318371066,0 13.53493110309936,-14.95094929665148,0
13.53493485629689,-14.95115351526528,0 13.5349275938786,-

Fonte: (Autor,2023)
Anexo B -Tabela 9 Tipo de árvore a usar na proteção superficial do terreno.

Árvore Descrição Implantação Ilustração

A espécie é originária Na sua área de distribuição


do nordeste da natural as árvores desta
Casuarina
Austrália, mas é espécie
actualmente cultivada preferem habitats soalheiros,
como árvore nas margens de rios e zonas
ornamental na pantanosas. A presença da
generalidade das
espécie é um factor
regiões subtropicais e
importante na estabilização
temperadas. A
casuarina é das margens dos rios e na
uma árvore semelhante prevenção da erosão do
a uma conífera que solo, tolerando solos secos e
pode atingir de 10 a 16 húmidos. Recomenda-se que
metros de altura. o plantio seja realizado a
(Wrigley & Fagg, cerca de 5 metros de
1997) distância.

Fonte: (Adaptado de Wrigley & Fagg, 1997)

Anexo-C- Figura 39- Solo sendo retirado pelos moradores ,para construção de suas residências.

Fonte: ( Autor, 2023).


Anexo-D-Figura 40-Infraestrutura do caminho de ferro de moçamedes em risco por conta da
Ravina. Fonte:(Autor, 2023)

Anexo-E-Figura 41-Estádio da Tundavala, Ramificação da ravina em estudo.Fonte: ( Autor,


2023)
Anexo-F-Figura 42-Preciptação média mensal de Lubango-2023. Fonte: (INAMET, 2023)

Anexo-G-Figura 43-Exemplo numérico do dimensionamento de dissipadores em degraus.


Fonte: ( Couto, 2020) citado por (silva, 2020).
Anexo-H – Modelo da entrevista dirigida aos especialistas.

UMN
INSTITUTO POLITÉCNICO DA HUÍLA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA

Sebastião Joana estudante Finalista do Curso de Engenharia Civil no Instituto Superior


Politécnico da Huíla, pertencente à Universidade Mandume Ya Ndemufayo, está a
desenvolver a sua Monografia com o tema “Proposta de Contenção e estabilização de
ravinas “ , e tendo como estudo de caso a ravina envolvente o estádio nacional da tundavala
no bairro Tchioco, zona da mukanka, realiza a presente entrevista dirigida a Engenheiros
e Especialistas.

Estimado Engenheiro:

Foi seleccionado para colaborar na investigação intitulada: Proposta de Contenção e


estabilização de ravinas “ , e tendo como estudo de caso a ravina envolvente o estádio
nacional da tundavala no bairro Tchioco, zona da mukanka. Mas antes, se necessita
obter critérios sobre a sua competência ou nível de qualificação, na esfera em que se
realiza a investigação.

Por essa razão, se necessitam obséquio de responder com fidelidade o teste que a
seguir se apresenta, e consiste na sua autoavaliação sobre o nível de conhecimento
acerca do problema.

1. Anos de experiência de trabalho:

- até 5 anos

– de 5 a 10 anos

– mais de 10 anos
2. Centro em que trabalha actualmente ______________________________

3. Grau científico _______________________________________________

Caracterização da Problemática

Constatou-se a presença de altos riscos geomorfológicos, nomeadamente, processos erosivos


que desencadeiam as infraestruturas especialmente o caminho de ferro de Moçâmedes, o
Estádio Nacional da Tundavala, as habitações e o meio físico. Sendo os factores que
influenciam a ocorrência de riscos geomorfológicos e degradação da área de estudo, a fraca
cobertura vegetal, a presença do factor erodibilidade, vento, pluviosidade, o transbordo do rio
capitão, declividade do terreno. E por conta das acções de natureza antrópica, tem resultado na
alteração no perfil longitudinal da zona, permitindo a grosso modo uma considerável
mobilização superficial de material terroso criando um patamar subhorizontal que, tem
favorecido a rápida evolução da ravina. Essa ravina tem aproximadamente 1720 metros de
extensão, expôs profundidade de 8,4 metros nas intermediações de sua cabeceira, com
alternâncias deste valor durante a sua extensão. Também apresenta feições de desmoronamento
das paredes, e falta de cobertura vegetal apropriada. Sua largura varia de 2 a 7 metros em todo
seu trajeto.

De acordo com o levantamento realizado o problema teve inicio depois do transbordo do


rio capitão, tendo agravado exponecialmente pelas quedas pluviometricas e pela ação
antrópica e de não a implementação de medidas técnicas preventivas.

In
office
In loco

Considerando os níveis de degradação constatados, e de modo a garantir a sustentabilidade


do projecto. Nesse âmbito, se solicita o obséquio de responder as seguintes questões de
modo a contribuir para solução do problema de investigação.

Engenheiro civil/geotécnico

1. Atendendo os niveis de degradação da ravina, e como técnico, quais métodos ou


técnicas a utilizar para solução do problema em estudo, tendo em conta o factor técnico,
económico e sustentabilidade?

________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Engenheiro do Ambiente
2. A proteção de cobertura vegetal é de extrema importância no tratamento deste tipo
de fenómenos, constituindo um meio de proteção da superfície do talude,
minimizando o impacto das gotas da chuva e prevenindo a erosão do solo. É
adequado o uso de casuarinas (tipo de árvores usadas na marginal do leito do rio
mucufi ) para proteção de cobertura vegetal ? Sim Não
_____________________________________________________________

Engenheiro Ambiente/segurança.
3. Que tipo de segurança a ter em conta, uma vez que a ravina encontra-se numa zona de
pastagem e próxima de residênciais, caso venha um gado ou uma criança cair nela?
_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4. A Aplicação de um muro de arrimo para minoração do escoamento superficial e
recuperação da zona afectada, não prejudicará o crescimento da vegetação ao redor?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
__________________________________________________________________
5. Que soluções propõe para desencorajar a população de retirar o solo para construção
de suas moradias, atendendo os impactos negativos que tais práticas desencadeiam ao
meio ambiente?

____________________________________________________________________
Anexo-I – Ficha de assinaturas.
Anexo-J- Projecto de recuperação da ravina

A) Planta de implantação B) Secção transversal

C) Vista aérea do canal D) Modelo tridimensional do canal

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