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UNIVERSIDADE PÚNGÙE

Faculdade de Ciências Exactas e Tecnológicas

Estudo de Experiência de Demonstração na Abordagem de Circuitos Eléctricos


Estudo do Caso da Escola Secundária de Macombe

Licenciatura em Ensino de Física com Habilidades em Ensino de Matemática

Monografia

Simba Eduardo Guezane Mbofana

Chimoio

Março, 2023
Simba Eduardo Guezane Mbofana

Estudo de Experiência de Demonstração na Abordagem de Circuitos


Eléctricos Estudo do Caso da Escola Secundária de Macombe

Licenciatura em Ensino de Física com Habilidades em Ensino de Matemática

Monografia apresentada à Faculdade de Ciências


Exactas e Tecnológicas da Universidade Púngùe
como requisito para a obtenção do grau de
Licenciatura em Física.

Supervisor: Msc. José Abel Malate

Chimoio

Março, 2023
Declaração

Eu Simba Eduardo Guezane Mbofana, declaro por minha honra que esta Monografia
e resultado da minha investigação pessoal e das instruções do meu Supervisor e nuca foi
apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico.

Chimoio, Março, 2023

_____________________________________
(Simba Eduardo Guezane Mbofana)
Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus pela minha vida, por ter me dado saúde e a oportunidade
de seguir até neste momento.

Aos meus pais Eduardo Mbofana e Lado Sabonete por todo apoio, por ter ajudado
sempre que precisei e nunca deixar passar necessidade. Agradeço pela educação e pela
criação, graças a vocês sou o que sou hoje.

Aos meus irmãos Ivan e Julieta por serem para mim a maior inspiração e foco de
todo meu trabalho até aqui. Por vocês que estou aqui hoje.

Ao meu amigo, colega Quisito Júlio Januário pelo apoio e encorajamento.

Aos meus Docentes que foram grandes educadores e por todos os ensinamentos.
Em especial, meu orientador Msc. Abel José Malate por me dar instruções de construção
desse trabalho, por aguentar minhas mensagens desesperadas e por todo ensinamento.

A todo que de forma directa ou indirecta contribuíram para a efectivação desta


pesquisa.
Dedicatória

Dedico o presente trabalho a minha família, que foi meu maior apoio nos momentos
de angústia que fez de tudo para que o sonho de frequentar a Universidade se torne
possível.
Índice de Figuras

Figure 1: (a) Resistência em serie (b) Resistência equivalente ............................................ 26


Figure 2: (a) Resistência em paralelo (b) Resistência equivalente ....................................... 27
Figure 3:Resumo da metodologia ............................................ Erro! Marcador não definido.
Figure 4: Respostas do grupo controle .................................... Erro! Marcador não definido.
Figure 5:Respostas do grupo experimental .............................. Erro! Marcador não definido.
Figure 6:Confronto de acertos do grupo controle e expermentalErro! Marcador não
definido.

Índice de Gráficos
Gráfico 1: Número de acertos ................................................................................... 33

Índice de Tabelas

Tabela 1: Material e procedimentos .......................................................................... 31


Tabela 2:Analise das respostas questionario proposto aos alunos ........................... 32
Índice Geral

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 12

1.1.Contexualização .......................................................................................................................... 12
1.2.Delimitação e Enquadramento do tema ..................................................................................... 13
1.3.Justificativa e Relevância ............................................................................................................. 13
1.4.Problematização.......................................................................................................................... 14
1.5.Hipóteses..................................................................................................................................... 15
1.6.Objectivos.................................................................................................................................... 16
1.6.1.Geral ..................................................................................................................................... 16
1.6.2.Específicos ............................................................................................................................ 16
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................................ 17
2.1.Actividades experimentais .......................................................................................................... 17
2.1.1.Actividades experimentais demonstrativos ......................................................................... 18
2.1.2.Exigência na realização de experiência de demonstração ................................................... 18
2.1.3.Experiência do Processo de Ensino e Aprendizagem. .......................................................... 19
2.1.4.Funções da experiência na aula de Física............................................................................. 20
2.1.5.Teoria da Aprendizagem Significativa .................................................................................. 21
2.1.6.Tipos de trabalho experimental nas escolas ........................................................................ 21
2.2.Noção de carga eléctrica ............................................................................................................. 22
2.2.1.Corrente eléctrica (I) ............................................................................................................ 23
2.2.2.Tensão (U) ............................................................................................................................ 24
2.2.3.Potência................................................................................................................................ 24
2.2.4.Resistencia eléctrica ............................................................................................................. 25
2.2.5.Circuitos Eléctricos ............................................................................................................... 25
2.5.6.Elementos de circuitos eléctricos......................................................................................... 25
2.5.7. Associação de resistencias .................................................................................................. 26
2.5.8.Associação de resistência em paralelo................................................................................. 27
2.6.Lei de Ohm .................................................................................................................................. 28
CAPÍTULO III.METODOLOGIA DO TRABALHO ........................................................................................ 29
3.1.Metodos e Técnicas de Pesquisa ................................................................................................ 29
3.2.População e Amostra .................................................................................................................. 29
3.3.Técnicas de recolha de dados ......................................................... Erro! Marcador não definido.
3.4.Técnicas de análise de interpretação de dados .......................................................................... 30
3.5.Construção do circuito eléctrico ................................................................................................. 31
CAPÍTULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DO RESULTADOS................................................................ 32
4.1. Análise do questionário aplicado aos alunos ............................................................................. 32
4.2.Confronto de acertos .................................................................................................................. 33
CAPITULO V: CONCLUSÃO E SUGESTÕES .............................................................................................. 35
5.1.Conclusão .................................................................................................................................... 35
5.2.Sugestões .................................................................................................................................... 35
6.Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 36
7.Apendices ........................................................................................................................................... 37
“Na questão de física, as primeiras lições devem conter nada além do
que é experimental e interessante de ver. Um experimento bem é, em si,
muitas vezes mais valioso do que vinte fórmulas extraídas de nossas mentes”.
Albert Einstein (1879-1955)
Lista de Abreviaturas e Siglas
I: Intensidade da corrente eléctrica
U: Tensão eléctrica
R: Resistência electricidade
V: Volt
W: Watt
TE: Trabalho Experimental
Q: Carga eléctrica
n: neutrões
p: protões
W: Trabalho
P: Potência
SI: Sistema Internacional
UniPúngùe: Universidade Púnguè
ESG: Escola Secundaria Geral
Resumo

O presente trabalho cujo tema é Estudo de Experiencia de Demonstração na


Abordagem de Circuitos Eléctricos tinha como objectivo geral analisar o uso da experiencia
de demonstração na abordagem de circuitos eléctricos. Este trabalho foi desenvolvido na
Escola Secundaria de Macombe onde foram identificadas e seleccionadas duas turmas de
forma aleatória, turma controle e turma experimental, de forma metodológica foram
leccionadas de forma separada e no fim aplicou-se um questionário para ambas turmas cujo
objectivo era avaliar o nível de percepção dos conteúdos sobre circuitos eléctricos da turma
controle e turma experimental a necessidade. Dos resultados obtidos verificou-se que
através do uso da experiência o grupo experimental desenvolveu uma aprendizagem
significativa e melhor desempenho tendo conseguido em média 29,6 acertos dos 18,8
acertos do grupo controle.

Palavras-chave: Experiência de demonstração, Circuitos Eléctricos, Associação de


Resistências.
Abstract

The present work whose theme is Study of Demonstration Experience in Approaching


Electric Circuits and had as general objective to analyze the use of demonstration
experience in approaching electric circuits. This work was carried out at Macombe
Secondary School where two classes were identified and selected at random, control class
and experimental class, methodologically the classes were taught separately and at the end
a questionnaire was applied to both whose objective was to assess the level of perception of
the contents about electrical circuits of the control class and experimental class the need.
From the results obtained, it was verified that through the use of experience, the
experimental group developed a significant learning and better performance, having
achieved an average of 29,6 correct answers out of 18,8 correct answers in the control
group.

Keywords: Demonstration experiment, Electric Circuits, Association of Resistors.


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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

Neste capítulo apresentou-se aspectos introdutórios relativos ao tema desenvolvido


na pesquisa efectuada.

1.1.Contexualização

A presente monografia será tratado no curso de Licenciatura em Ensino de Física


com Habilitações em Ensino de Matemática na Universidade Púnguè, e tem como tema
"Estudo de experiência de demonstração na abordagem de circuitos eléctricos. Estudo do
caso da Escola Secundária de Macombe"

A Física tem fundamental importância na Educação pela sua aplicabilidade no dia-a-


dia. Porém o processo de aprendizagem no ensino de Física é bastante complexo por se
tratar de uma disciplina a considerada difícil e abstracta pelos alunos, ainda mais quando se
trata de tema como circuitos eléctricos. Esta pesquisa apresenta actividades experimentais
realizadas na Escola Secundária de Macombe cujo objectivo é analisar o uso de experiência
de demonstração na abordagem de circuitos eléctricos. De forma metodológica foram
selecionadas duas turmas da 10ª, turma experimental e turma de controlo e foram
leccionadas onde recorreu-se ao uso da experiência para a turma experimental e uso de
apenas conteúdos programáticos para a turma de controlo. Para a recolha de dados aplicou-
se o questionário com intuito de avaliar a eficácia das técnicas de ensino propostas.

A actividade experimental demonstrada nesta pesquisa é considerado simples e, é


feito de materiais acessíveis, apoiando-se com equipamentos de medidas sofisticados como
o multímetro, explorando todo amparo que os experiencias proporcionam para realização de
aulas mais lúdicas e proveitosas. De acordo com Séré (2003) para a construção dos
conhecimentos em Física, destaca-se a experimentação como método a ser utilizado para
uma maior compreensão nos conceitos físicos.

Deste modo, e como forma a alcançar os objectivos pretendidos, trabalho será


estruturado da seguinte forma: capítulo I conta com a introdução, delimitação do tema,
problema de pesquisa, justificativa, objectivos e as hipóteses do trabalho. No capítulo II
encontramos a revisão de literatura, onde discutimos os principais conceitos ligados ao tema
da pesquisa. No capítulo III, encontramos metodologia, que vem explicar quais serão os
caminhos a seguir para a materialização da pesquisa. Capitulo IV- serão apresentados os
resultados da pesquisa V- as conclusões e recomendações da pesquisa.
13

1.2.Delimitação e Enquadramento do tema

Esta monografia visa analisar o uso de experiência de demonstração na abordagem


de circuitos eléctricos na 10ª Classe e enquadra-se na disciplina de Física, na unidade
corrente eléctrica. Na UniPúngùe a presente pesquisa enquadra-se na cadeira de Didáctica
de Física I. Como forma de analisar o uso da experiência na sala de aulas, construiu-se de
um instrumento e mediu-se através de um multímetro grandezas como, a tensão,
intensidade da corrente que passa num resistor, e a resistência eléctrica.

O ponto referencial para este estudo são alunos da 10ª turma A e F da Escola
Secundária de Macombe que localiza-se ao longo da N6 no distrito de Gondola, província de
Manica.

1.3.Justificativa e Relevância

A necessidade de superar o baixo desempenho dos alunos, desmotivação na sala de


aula, má interpretação dos circuitos eléctricos, a não vinculação ao quotidiano do aluno por
meio de experiência, justifica a presente pesquisa. O ensino de Física sobretudo de circuitos
eléctricos não deve apenas ser visto como a transmissão de informação do professor para
aluno, mas como uma preparação para a vida, demonstrando a aplicabilidade de cada
matéria leccionada nas questões e problemáticas do dia-a-dia, e na vida prática de cada
aluno, tornando-os capazes de vir a aplicar as suas compreensões em situações
diferenciadas. O uso de actividades experimentais como estratégia de ensino de Física tem
sido apontado pelas várias pesquisa como uma das maneiras mais frutíferas de se
minimizar as dificuldades de aprender e de ensinar Física de modo significativo e
consistente.

Desse modo, a presente investigação surge associada à necessidade de melhorar o


ensino em Física sobretudo de circuitos eléctricos na Escola Secundária Geral de Macombe,
criando meios e métodos adequados, adaptados à realidade dos alunos, ajudando-os a
melhorar as suas capacidades cognitivas, principalmente no que tange à resolução de
problemas ligados a circuitos eléctricos.
14

1.4.Problematização

Durante o estágio realizado na Escola Secundária de Macombe observou-se que a


aprendizagem de circuitos eléctricos, era vista pela maioria dos alunos da 10ª Classe como
uma temática de difícil compreensão, onde a dificuldade comum era a má interpretação dos
circuitos. Em geral, os mesmos mostravam-se desinteressados e desmotivados pelas aulas
de Física sobretudo da temática de circuitos eléctricos. Também constatou-se que no ensino
eram colocados ao dispor do aluno inúmeros exercícios que utilizam equações matemáticas,
sem sentido aparente privilegiando a memorização e não a vinculação ao quotidiano do
aluno por meio de experiências demonstrativas, onde o único método utilizado para ensino
eram livros didácticos. A não vinculação ao quotidiano do aluno muitas vezes pode deixar a
disciplina de Física pouco atractiva e desinteressante.

De acordo com Vygoysky (1987), o uso de actividades experimentais como sendo


uma ferramenta inovadora é de enorme contribuição para a aprendizagem dos alunos, de tal
forma que participem das aulas de maneira a desenvolver seu próprio conhecimento a partir
do que foi se estudado. As actividades experimentais na sala de aulas proporcionam ao
estudante a capacidade de interagir com o mundo científico, sendo actividades que
demonstram um sentindo verdadeiro ao que às vezes não é possível observar no quotidiano
do aluno, possibilitando o mesmo a indagar e formar um pensamento crítico sobre as
respostas alcançadas.

Considerando as seguintes abordagens anteriores levanta-se a seguinte questão:

Qual é a influencia do uso da experiencia de demonstração na aprendizagem


dos alunos no estudo de circuitos eléctricos?
15

1.5.Hipóteses

Na seguinte pesquisa foram formulados os seguintes hipóteses:

H¹: É provável que ensinos de circuitos eléctricos recorrendo à experiência proposta


neste trabalho revelem uma melhor e mais profunda aprendizagem da matéria (sendo
eliminadas preconcepções erradas), quando comparados com os alunos da turma de
controlo.

H²: É possível que a experiência proposta permite captar a atenção e portanto


motivar os alunos ajudando-os na assimilação e compreensão da matéria sobre circuitos
eléctricos.

H³: É possível que os alunos da turma experimental revelam resultados mais


correctos na resolução dos mesmos quando comparados com os alunos das turmas de
controlo ou alunos das turmas onde a aula foi na base de apenas conteúdo programático
16

1.6.Objectivos

1.6.1.Geral

i. Analisar o uso da experiência de demonstração na abordagem de circuitos


eléctricos;

1.6.2.Específicos

i. Usar experiência de demonstração na abordagem de circuitos eléctricos;


ii. Aplicar um questionário para avaliar o nível de assimilação dos conteúdos
sobre circuitos eléctricos;
iii. Comparar o nível de compreensão dos conteúdos entre a turma controle e a
turma experimental;
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CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao longo deste capítulo fez-se embasamento dos seguintes conteúdos, actividades


experimentais, experiência de demonstração, exigência para realização de uma experiência,
experiência no PEA, funções da experiência na aula de Física, actividades experimentais na
sala de aulas, tipos de trabalhos experimentais nas escolas, carga eléctrica, e circuitos
eléctricos.

2.1.Actividades experimentais

Experiência é um procedimento no qual se podem ganhar novos conhecimentos


através de uma acção consciente e sistemática sobre os processos da realidade objectiva e
através de uma análise teórica das condições em que esses processos tomam lugar, assim
como dos resultados dessa acção. (Brechel,1989).

Assim, dentre essas peculiaridades, as actividades experimentais, conforme Lima


(2007), elas podem ser classificadas como:

i. Experimentação ou Experiências de Laboratório;


ii. Demonstração em Sala de Aula e
iii. Estudos do Meio.

Santos (2011) acrescenta ainda como actividade experimental a modalidade de


"Problemas Experimentais em uma situação de investigação dentro do laboratório
experimental, no entanto, não será enfatizado esse aspecto.

Quanto às diferentes metodologias experimentais disponíveis, Araújo (2003)


caracteriza três graus de direccionamento nas actividades experimentais, as de natureza:
demonstrativa, verificativa e investigativa. Destacam a importância de possibilitar um
ambiente propício ao aprendizado de diversos conceitos científicos sem que sejam
desvalorizados ou desprezados os conceitos prévios dos estudantes, com isso, considera-
se primordial definir os enfoques e finalidades de ensino de acordo com a modalidade
experimental escolhida.

A Experimentação ou experiências de laboratório é a modalidade de actividades


experimentais no ensino da Física mais enfatizada e mais bem elaborada entre os
pesquisadores, considerada a priori como técnica de ensino e realizada exclusivamente
pelos alunos.

Quanto aos Estudos do Meio, é considerada uma variante do estudo de caso, se


caracteriza por ser uma técnica para pesquisa qualitativa, mediada pelo professor. O estudo
do meio é, reconhecidamente, “um verdadeiro património da Escola Nova” onde é
18

necessária e imprescindível a saída do ambiente escolar; o valor do estudo meio está na


aproximação que viagens e excursões proporcionam a alunos e professores de várias
áreas, sendo actividades extra-classe, mas jamais extra-curricular.

A demonstração em sala de aula leva princípios abstractos e coloca-os em acções


concretas, que são mais crível e mais fácil de compreender.

2.1.1.Actividades experimentais demonstrativos

As actividades experimentais demonstrativas se tornam viáveis, tendo em vista que


podem ser realizadas na própria sala de aula, com materiais de baixo custo e durante o
tempo regular da aula.

De acordo com Carvalho (2011), a experimentação demonstrativa não pode ser


restrita apenas a uma observação do fenómeno físico que está ali presente, porque dessa
forma não despertaria nem o interesse dos bons alunos. No entanto, essa autora aponta
uma actividade experimental investigativa como uma opção viável todas as etapas previstas,
muitas vezes não entendem os motivos.

A demonstração deve apresentar não só o fenómeno em si, mas criar oportunidades


para a construção científica de um dado conceito ligado a esse fenómeno e esse é o
primeiro grande cuidado que temos que tomar quando preparamos uma demonstração
investigativa: estar consciente da epistemologia das Ciências e saber diferenciar entre um
fenómeno e o(s) conceito(s) que o envolve(m).(Carvalho, 2011).

2.1.2.Exigência na realização de experiência de demonstração

Para Lopes (2004) o sucesso do trabalho experimental de demonstração


recomendam se os seguintes cuidados:

i. O professor deve realizar cada experiência programada antes da sua inserção na


aula e certificar-se sobre a sua funcionalidade;
ii. Cada experiência deve ser cuidadosamente preparada, se possível com os alunos,
para que estes possam entender o essencial da mesma, saibam o que é preciso
observar e conheçam os seus objectivos;
iii. Cada experiência deve ser cuidadosamente avaliada e o seu resultado deve ser
claro para todos os alunos;
19

iv. Os pontos mais importantes e as particularidades de cada aparelho ou instrumento


de experimentação devem ser bem visíveis para todos os alunos;
v. Todos os instrumentos de experimentação devem garantir segurança contra
acidentes.

2.1.3.Experiência do Processo de Ensino e Aprendizagem.

Uma das formas de integrar o aluno de forma activa no PEA é a realização das
experiencias durante a mediação das aulas. A experiência é um procedimento pelo qual
através de uma acção consciente da realidade objectiva, se podem ganhar novos
conhecimentos. A experiência constitui o método pelo qual analisa a realidade objectiva a
partir de teorias já existentes. (Carvalho, 2001)

A Física, como componente do curricular, é vista pela maioria dos alunos como uma
disciplina na qual apresentam grandes dificuldades. Em geral, os mesmos possuem
desinteresse pelo ensino de Física, pelo facto de estar voltada para cálculos e equações
matemáticas ou fora do contexto do aluno, onde na maioria dos casos o único método
utilizado para ensino são os livros didácticos. Os conceitos físicos e a aplicação na
sociedade recebem pouca atenção. Como já citado nos textos anteriores os mesmos
enfatizam o uso de actividades experimentais como sendo uma ferramenta inovadora e de
enorme contribuição para a aprendizagem dos alunos, de tal forma que participem das aulas
de maneira a desenvolver seu próprio conhecimento a partir do que foi se estudado.

Os estudos do papel das actividades experimentais vêm sendo discutidos nas


últimas décadas, buscando variedades significativas de possibilidades ao uso dessa
estratégia no ensino de Física. Segundo Araújo (2003) a motivação é um suporte para a
eficiência no processo ensino aprendizagem e as actividades experimentais proporcionam
essa função muito bem.

Graças às actividades experimentais, o aluno é incitado a não permanecer no mundo


dos conceitos e no mundo das 'linguagens', tendo a oportunidade de relacionar esses dois
mundos com o mundo empírico. Compreendem-se então, como as actividades
experimentais são enriquecedoras para o aluno, uma vez que elas dão um verdadeiro
sentido ao mundo abstracto e formal das linguagens (Séré, 2003).

É importante destacar a importância dessas actividades para o ensino das ciências,


que podem permitir o desenvolvimento das habilidades e despertar os alunos, além de
proporcionar ao professor momentos de aprendizagem e contribuindo para sua didáctica.
20

A experimentação é um fazer elaborado, construído, negociado historicamente, que


possibilita através de processos internos próprios estabelecerem verdades científicas. Assim
passaram os investigadores a dar importantes contribuições para a nova tendência ao
experimentalismo, pois um dos traços característicos da revolução científica é a substituição
da “experiência” evidente por si mesma que formava a base da filosofia natural escolástica
por uma noção de conhecimentos especificamente concebidos para esse propósito (Alves,
2000).

Dessa forma, as actividades experimentais possuem grande relevância para a


construção do conhecimento e entendimentos dos conceitos, de maneira a funcionar como
uma estratégia de conhecimentos.

2.1.4.Funções da experiência na aula de Física


A experiência pode assumir na aula de Física as seguintes funções de acordo com o
contexto:

1. No âmbito das teorias do conhecimento


i. Fonte directa do conhecimento (Parte integrante da via empírica de aquisição de
conhecimento).
ii. Critério da verdade (Segurança do conhecimento através da verificação de
hipóteses).
iii. Ligação teoria e prática (Aplicação na prática de conhecimentos já adquiridos).

2. No âmbito didáctico-metodológico
i. Meio de motivação,
ii. Meio de activação,
iii. Meio de descoberta/reconhecimento
3. No âmbito do desenvolvimento da personalidade
i. Meio para aquisição do saber,
ii. Meio para o desenvolvimento de competências, capacidades e habilidades,
iii. Meio para o desenvolvimento de formas de trabalho colectivo,
iv. Meio para o desenvolvimento de interesses e amor pela ciência;
v. Meio para despertar curiosidades pelo saber e confiança nos conhecimentos
adquiridos.
21

2.1.5.Teoria da Aprendizagem Significativa

A aprendizagem significativa ocorre quando a nova informação ancora-se em


conceitos relevantes (subsunçores) preexistentes na estrutura cognitiva do aprendiz.

A ocorrência da aprendizagem significativa implica o crescimento e modificação do


conceito subsunçor. A partir de um conceito geral (já incorporado pelo aluno) o
conhecimento pode ser construído de modo a liga-lo com novos conceitos facilitando a
compreensão das novas informações, o que dá significado real ao conhecimento adquirido.
As ideias novas só podem ser aprendidas e retidas de maneira útil caso se refiram a
conceitos e proposições já disponíveis, que proporcionam as âncoras conceituais.

Para que a aprendizagem significativa ocorra, o autor assinala duas condições


essenciais:

i. Disposição do aluno para aprender;


ii. O material didáctico desenvolvido, que deve ser, sobretudo, significativo para o
aluno.

2.1.6.Tipos de trabalho experimental nas escolas

Na concepção de Mavanga (2001) o trabalho experimental, de acordo com a sua


finalidade didáctico metodológico pode tomar deferentes formas. Os tipos a considerar são:

i. TE de demonstração

A experiência é frontal e é realizada pelo professor (ou por um ou grupo de alunos


previamente preparados para o efeito), geralmente com o objectivo de acumulação de
factos, verificação de conclusões teóricas, visualização de fenómenos, assim como
explicação do funcionamento de aparelhos técnicos.

ii. TE individual do aluno

O TE individual do aluno serve também para a acumulação de factos, como fonte


directa do conhecimento ou como critério de verdade. É um excelente instrumento para a
realização de uma aprendizagem baseada na descoberta. Permite a concretização de
conhecimentos já adquiridos na prática e o desenvolvimento de capacidades e habilidades
na manipulação de instrumentos de experimentação.
22

iii. TE como Práticas de Laboratório

As práticas de laboratório são uma forma especial do TE do aluno, com um nível de


autonomia mais elevado. Permitem um maior aprofundamento e sistematização dos
conhecimentos teóricos, assim como o desenvolvimento de capacidades e habilidades. Em
regra, este tipo de TE deve ser acompanhado por um protocolo de experimentação

iv. TE caseiro

No TE caseiro as experiências são realizadas pelo aluno em forma de tarefas


experimentais de casa. Elas constituem a forma mais produtiva de aprendizagem fora da
escola e permitem o desenvolvimento da iniciativa criadora. Para o TE caseiro as
experiências devem ser simples e sem qualquer teor de perigo para os alunos.

2.2.Noção de carga eléctrica

De acordo com Santos (2016) a noção de carga eléctrica, pode ser introduzida
através da visualização de uma experiência muito simples. Se friccionarmos uma vareta de
ebonite (vidro) num pano de lã e a aproximarmos de um material leve, verifica-se que este
tem tendência a aproximar-se e posteriormente a afastar-se, uma força de atracção e de
repulsão é verificada entre a vareta e o material. Aproximando, agora, o material ao pano de
lã, há lugar a uma força de atracção entre eles.

As forças exibidas são designadas por forças eléctricas, causadas pela presença de
cargas eléctricas no material, na vareta de ebonite e no pano de lã. O facto de se
verificarem forças eléctricas de atracção e repulsão sugere a existência de dois tipos de
carga: positiva e negativa.

O facto de se friccionar a vareta com o pano, leva a que se verifique uma


transferência de cargas negativas para a ebonite, ficando esta com excesso de cargas
negativas e o pano de lã desprovido destas cargas, com excesso de cargas positivas.
Quando se aproxima o material leve da vareta, verifica-se uma força de atracção entre eles.
Caso se verifique o contacto, existirá uma transferência de parte da carga negativa da
vareta para o material. Deste modo os dois corpos passam a ter cargas com o mesmo sinal,
o que origina uma força de repulsão entre eles.

A carga eléctrica é uma propriedade intrínseca das partículas fundamentais de que


é feita a matéria; em outras palavras, é uma propriedade associada à própria existência das
partículas. A grande quantidade de cargas que existem em qualquer corpo raramente pode
ser observada porque a maioria dos corpos contém quantidades iguais de dois tipos de
23

cargas: cargas positivas e cargas negativas, respectivamente prótons e elétrons. Os termos


“positiva” e “negativa” para os dois tipos de cargas foram escolhidos por Benjamin Franklin.
Quando existe igualmente ou equilíbrio de cargas, dizemos que o objecto é electricamente
neutro, ou seja, a carga total do objecto é zero (Halliday et al., 2012).

Os prótons possuem carga eléctrica elementar positiva e os elétrons (


possuem carga eléctrica elementar negativa. O nêutrons é uma partícula
electricamente neutra, ou seja, não possui cargas.

Protões e nêutrons são arranjados na região central que constitui o núcleo do átomo.
Os elétrons, por sua vez, deslocam-se rapidamente em torno do núcleo, distribuídos nos
diversos níveis de energia, localizados na electrosfera. (Bonjorno, 2013)

A carga deve ser simbolizada por Q ou q, sendo a letra maiúscula reservada para a
carga invariável no tempo (constante) e a letra minúscula para o caso geral de uma carga
variável no tempo. Esta é também designada por valor instantâneo da carga, realçando-se a
sua dependência temporal ao representá-la na forma q(t).

De acordo com Xavier (2013) o corpo electrizado, é aquele com carga diferente de
zero, possui falta ou excesso de um número n de elétrons. Sendo Q a quantidade de carga
eléctrica desse corpo, o módulo pode ser calculado pela expressão:

2.2.1.Corrente eléctrica (I)

A ideia de transferência de carga ou carga em movimento, definida na secção


anterior, é de grande importância no estudo de circuitos eléctricos uma vez que, se é
possível movimentar carga de um lugar para outro, também é possível transferir energia de
um ponto para outro.

Carga em movimento representa uma corrente. A corrente presente num percurso


discreto, p.ex., fio metálico, possui uma amplitude e direcção associadas, apresentando-se
como uma medida da taxa de movimento de carga, numa dada direcção. Especificando se
um ponto de referência, podemos definir q(t) como sendo a carga total que passou por esse
ponto considerando-se um tempo inicial arbitrário t=0.

É possível, agora, considerar a taxa à qual se verifica a transferência de carga.


Assim, no intervalo de tempo variando de t a (t + Δt), a quantidade de carga transferida no
ponto de referência variou de q para (q+Δq). Assim, a taxa de transferência de carga através
24

do ponto de referência, para um tempo t, é aproximadamente igual a Δq/Δt e, à medida que


o intervalo Δt decresce, o valor exacto desta taxa é dado pela derivada. (Santos, 2016)

( (

A corrente num dado ponto, fluindo numa direcção específica, pode ser definida
como a taxa instantânea com que carga positiva se move nessa direcção. Esta é
simbolizada por

I ou i, pelo que

2.2.2.Tensão (U)

Existem dois percursos possíveis para a corrente no elemento. Vamos admitir que
uma corrente contínua é dirigida ao terminal A, percorre o elemento e sai no terminal B.
Assuma-se, também, que a passagem de carga através do elemento conduz a gasto de
energia. Isto significa que, para mover a carga do ponto A para o ponto B, é necessário a
acção de uma força electromotriz. Pode-se referir, então, que existe uma tensão ou
diferença de potencial entre os dois terminais, a qual identifica o trabalho necessário para
mover uma carga positiva de 1C de um terminal para outro.

A unidade de tensão é o Volt (V) e 1 V é o mesmo que 1 Joule/Coulomb. Em termos


de simbologia, a tensão é representada por V ou v.

2.2.3.Potência

Embora a tensão e a corrente sejam as grandezas que regem o comportamento de


um circuito eléctrico, na prática, é usada uma outra grandeza, designada por potência, que
para além de caracterizar os equipamentos determina o valor da energia a pagar pelos
consumidores. É importante definir, agora, uma expressão que traduza a potência absorvida
por um qualquer elemento de circuito, em função da tensão aplicada aos seus terminais e
da corrente que o percorre. Potência traduz a taxa à qual se verifica dispêndio de energia ao
longo do tempo. (Santos, 2016)

Potência é a relação entre o trabalho realizado e o tempo gasto para realizá-


lo. A potência de um equipamento mede a taxa de transformação de energia
25

eléctrica em trabalho. Sua unidade é o Watt (W), e sua medição se dá através do


Wattímetro.

2.2.4.Resistencia eléctrica

A resistência eléctrica tem como finalidade resistir, impedir a passagem de uma


corrente eléctrica através de algum meio. Nesse sentido, a resistência cria um obstáculo
para fazer com que o fluxo de electrões encontre uma maior dificuldade ao fluir por
determinado material. A unidade de medida de resistência eléctrica padronizada pelo
Sistema Internacional de Unidades (SI) é a Ohm, representada pela letra

2.2.5.Circuitos Eléctricos

Em geral, circuitos eléctricos é necessariamente um percurso fechado, onde há uma


ligação de elementos como geradores encontrados por fontes de energia eléctrica capaz de
alimentar energia eléctrica o circuito, condutores permitindo a passagem de correntes e
elemento s resistivos que possibilitam o controlo da corrente eléctrica por meio do aumento
da resistência.

Ao longo do capítulo entenderemos melhor a funcionalidade de cada componente de


um circuito. Os circuitos eléctricos estão em constante uso na sociedade actual, sendo
responsáveis pelo funcionamento de aparelhos eléctricos, sistemas de transmissão e
recepção de rádio e televisão, celulares e entre outras tecnologias. O estudo de circuitos de
corrente se baseia no cálculo de tensões e correntes em circuitos compostos por
associações de resistores e fontes de tensão. (Bonjorno, 2013)

2.5.6.Elementos de circuitos eléctricos

Para Villate (2013) os principais elementos de um circuito são:

Resistências: são componentes do circuito eléctrico com duas funções. Uma delas
é converter a energia eléctrica em energia térmica, a outra é limitar a passagem da corrente
eléctrica através do controle da voltagem.

Capacitores: os capacitores, ou condensadores, são componentes eléctricos que


armazenam cargas eléctricas. Essas cargas eléctricas são utilizadas sempre que haja
resistência, ou seja, sempre que a passagem da corrente eléctrica seja dificultada.
26

Geradores: os geradores são dispositivos que prolongam a diferença de potencial


entre dois corpos. É dessa forma que eles conseguem transformar diferentes tipos de
energia. É a fonte de cargas do circuito e o responsável por manter a diferença de potencial.
Sua função é fornecer energia para as cargas, fazendo com que ele a aumente de um para
outro condutores

Os condutores: são os elementos que permitem que as cargas circulem facilmente


num circuito eléctrico. Geralmente, fios metálicos, de cobre.

2.5.7. Associação de resistências

Uma corrente eléctrica passa por um condutor sólido, um número muito grande de
elétrons livres se desloca nesse condutor. Os elétrons livres colidem entre si e colidem
também contra os átomos que formam o condutor. Devido a essas colisões, os elétrons
livres encontram certa dificuldade para se deslocar, existe uma resistência à passagem de
corrente eléctrica. Em um circuito, os resistores podem ser associados em série, em
paralelo ou numa combinação de ambas, ou seja, uma associação mista. (Bonjorno, 2013).

2.5.7.1.Associação de resistência em série

Um circuito eléctrico com resistores ligados um em seguida do outro, de modo que


ofereça um único caminho para corrente passar.

Figure 1: (a) Resistência em serie (b) Resistência


equivalente

i. Intensidade da corrente eléctrica

A intensidade que percorre a associação de resistência em série é a mesma


27

ii. Tensão eléctrica


A tensão em cada uma das resistências diferentes numa associação em série não é
a mesma.

iii. Cálculo da resistência equivalente

2.5.8.Associação de resistência em paralelo

Outra forma simples de conectar resistências é em paralelo. Neste caso, a corrente I


produzida pela fonte é dividida em diferentes correntes.

Figure 2: (a) Resistência em paralelo (b) Resistência


equivalente

i. Intensidade da corrente eléctrica

A corrente que percorre cada resistência numa associação em paralelo é diferente

ii. Tensão eléctrica

A tensão em cada uma das resistências diferentes numa associação em paralelo é a


mesma.

iii. Cálculo da resistência eléctrica


28

2.6.Lei de Ohm

George Simon Ohm (1787- 1854) demonstrou através de experimentos que em um


circuito a corrente é directamente proporcional a diferença de potencial total do circuito e
inversamente proporcional a resistência total, cuja relação definiu como a resistência
eléctrica (R) e é dado pela equação:

Sendo U a diferença de potencial nas extremidades do condutor e i é a intensidade


da corrente eléctrica que o atravessa. A unidade de resistência eléctrica no SI recebe o
nome de ohm, em homenagem a Georg Simon Ohm. A unidade ohm é representada pela
letra grega Ómega Ω. (Moraes, 2006).

Em relação à diferença de potencial a equação é uma expressão matemática da Lei


de Ohm.

A expressão acima é conhecida como Lei de Ohm, ou seja, quando sua resistência
eléctrica é constante, ele é chamado de resistor ôhmicos. Portanto a expressão é válida
tanto para condutores ôhmicos, como para os não-ôhmico.

Ohm observou que a resistência eléctrica, ou seja, a relação entre U e i, é diferente


em resistores
29

CAPÍTULO III.METODOLOGIA DO TRABALHO

Neste capítulo apresenta-se os métodos e técnicas que foram usados na execução


do presente trabalho desde a planificação, realização do trabalho do campo até a análise e
discussão dos resultados.

3.1.Metodos e Técnicas de Pesquisa

Nesta fase foram seleccionadas duas turmas da 10ª Classe de forma aleatória
(turmas B e F), cuja turma B foi designada de turma ou grupo experimental e a turma F foi
designada de turma de controlo. De seguida as turmas receberam a intervenção pedagógica
onde foi aplicada a experiência para grupo experimental e conteúdos programático para o
grupo controle e no fim foram lhes aplicados um questionário envolvendo conhecimentos
sobre circuitos eléctricos com o objectivo de avaliar o número de alunos que irão responder
correctamente. Olhando para a forma como serão analisados dos dados, entende-se que
este trabalho é de natureza quantitativo.

A base da pesquisa para a efectivação do presente trabalho desde a concepção do


projecto até a elaboração da Monografia foi sempre fundamental o uso da pesquisa
bibliográfica de livros, teses, artigos e outros documentos que iriam contribuir na pesquisa.
Como forma de tornar a pesquisa mais rigorosa as outras fontes foram identificadas através
de pesquisas na internet que serão devidamente referenciada.

3.2.População e Amostra

Na presente pesquisa, definiu-se como população o universo de 5 turmas dos alunos


da 10ª Classe da Escola Secundária de Macombe. A escolha desta escola prendeu-se com
a facilidade de acesso do autor aos alunos e à disponibilidade da Direcção do mesmo, no
sentido de facultar toda a logística necessária à recolha de dados.

No universo mencionado foram escolhidas duas turmas (B e F), contabilizando 90


alunos onde cada turma continha 45 alunos.

Para a selecção da amostra foi recorrida ao critério aleatória estratificada que


baseou-se nos passos a seguir:

i. Recortar 5 papéis cujos 2 papéis tinham a designação, turma controle e turma


experimental;
ii. Colocar os chefes das turmas num sorteio, cujo chefe que escolher o papel escrito
Controlo ou Experimental seria seleccionado com amostra.
30

i. Observação

Durante o estágio de Física, realizado na ESG-Macombe, recorremos à


observação, que se afigurou crucial, não só na definição do problema, como na sua
sustentação. Numa fase posterior, a observação teve um carácter participante, na
medida em que existiu contacto directo e constante com os alunos. Os dados recolhidos
através da observação revelaram-se bastante úteis na interpretação do desempenho dos
alunos, permitindo reflectir sobre a acção.

ii. Questionário

No que respeita à análise quantitativa, recorreu-se à aplicação de


questionário. Para se proceder à elaboração do questionário, iniciou-se uma
selecção dos conteúdos curriculares, para a aprendizagem dos circuitos e que
deveriam figurar nos mesmos.

Com estes instrumentos procurou-se avaliar desde competências mais


simples, com as quais o aluno consegue responder acertadamente à questão
usando a sua linguagem própria, até competências mais complexas que
pressupõem níveis de abstracção elevados e que o aluno seja capaz de distinguir ou
estabelecer relações entre conceitos. O intuito desta técnica perceber e avaliar se
após a aplicação das técnicas pedagógicas propostas, as ideias pré-concebidas e
erradas seriam eventualmente corrigidas. Este questionário visava ainda avaliar a
eficácia das técnicas de ensino propostas.

3.4.Técnicas de análise de interpretação de dados

Para análise e interpretação de dados foi usado o pacote informático Excel


que permitiu agrupar os dados em tabelas que depois foram transformados em
gráfico comparar quantitativamente o desempenho do grupo experimental e o grupo
de controlo depois da intervenção pedagógica.
31

Figura 1: Resumo da metodologia usada

3.5.Construção do circuito eléctrico

3.5.1.Material necessário e procedimentos

Tabela 1: Material e procedimentos

Material necessário

Contraplacado Fita isolante 6 Lâmpadas de 60W


Parafusos Abraçadeira Fio
Soquete e luz (bocais) Interruptor Plug
Procedimentos
Circuito Montado

Fonte: (Autor, 2023)


32

CAPÍTULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DO RESULTADOS

Neste capítulo, serão apresentadas as análises e discussões dos resultados em


forma de tabelas e gráficos, referentes ao questionário aplicado aos alunos.

4.1. Análise do questionário aplicado aos alunos

Tabela 2:Analise das respostas questionario proposto aos alunos

Questões Turma de Controlo Turma Experimental


Correctas Erradas Correctas Erradas
Questão 1 18 27 35 10
Questão 2 16 29 20 25

Questão 3 30 15 39 6
Questão 4 16 29 18 27
Questão 5 9 36 31 14

Questão 6 24 21 35 10

Questão 7 45 0
Fonte:(Autor, 2023)

Primeira questão: Apresentava conceitos básicos sobre circuito abertos e fechados


que geralmente o aluno vive no seu quotidiano. De acordo com a tabela vemos uma
melhoria significativa da turma experimental onde 10 responderam erradamente e 35
correctamente, dos 27 que responderam erradamente e 18 correctamente da turma de
controle.

Segunda questão: Nesta questão os alunos podiam responder sobre o


comportamento de resistência com interruptor aberto ou fechada na associação de
resistências em série. Obtemos 20 acertos e 25 erros na turma experimental, na turma
controlo obtemos 29 respostas erradas e 16 correctas.

Terceira questão: Nesta questão os alunos podiam responder sobre características


da intensidade da corrente eléctrica numa associação de resistência em série. Nesta etapa
os alunos do grupo experimental mostraram um domínio bem mais sólida acerca da
característica da intensidade em associação de resistores em série obtendo 39 acertos e 6
erros em relação ao 30 acertos e 15 erros do grupo controlo.

Quarta questão: Nesta questão os alunos deviam responder sobre características


da ddp na associação de resistores em paralelo. Constatou-se que 16 alunos responderam
33

correctamente, 29 responderam erradamente na turma controlo e na turma experimental 18


responderam correctamente e 27 erradamente.

Quinta questão: Nesta questão os alunos deveriam calcular a intensidade da


corrente eléctrica se apoiando na lei de ohm. Notamos uma real evolução dos alunos da
turma experimental na resolução de questões ligadas a lei de ohm, 31 responderam
correctamente, 14 responderam erradamente em relação a 9 que responderam
correctamente e 36 erradamente da turma controlo.

Sexta questão: Nesta questão os alunos deviam responder sobre comportamento


das resistências em associação de resistores em paralelo. De acordo com a tabela 35
responderam correctamente e 10 erradamente em relação aos 24 que responderam
correctamente e 21 erradamente da turma controlo.

Sétima questão: Esta questão estava somente reservada para o grupo experimental
com intuito de avaliar o grau de satisfação em relação a aula experimental, de referir que
todos mostraram-se satisfeitos com a aula como mostra a tabela.

4.2.Confronto de acertos

Gráfico 1: Número de acertos

39
40
35 35
35 31
30 29,66666667
30
24
25
20
18 18 18,83333333
20 16 16
15
9
10

0
Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Media
Grupo Controle Gruoo Experimental

Fonte: (Autor, 2023)


34

Analisando o número e a media de acertos do grupo de controlo percebemos que


obtemos pelo menos 18,6 acertos por cada questão o que significa que, não houve maior
desempenho por parte desses alunos. Isso ocorreu porque houve uma intervenção que
organizasse as subsunções existentes na estrutura cognitiva desses alunos. Bem como não
houve inserção dessas subsunções necessárias ao desenvolvimento de aprendizagem de
circuitos.

Já analisando o grupo experimental percebemos que houve melhor desempenho nos


resultados, a média foi de aproximadamente 30 acertos em cada questão. Este crescimento
na média mostra um real avanço na turma.

Percebemos também que, o avanço do grupo experimental, visto na análise é o


resultado da organização da estrutura cognitiva dos alunos causada pela intervenção
pedagógica experimental. Entendemos que a experiência proposta permitiu a captação de
atenção e portanto motivar os alunos ajudando-os na assimilação e compreensão da
matéria sobre circuitos eléctricos. Desse modo, o grupo experimental desenvolveu uma
aprendizagem significativa, através tendo conseguido o melhor desempenho.
35

CAPITULO V: CONCLUSÃO E SUGESTÕES

5.1.Conclusão

Concluímos que ensino de circuitos eléctricos recorrendo à experiência proposta


neste trabalho revela uma melhor e mais profunda aprendizagem da matéria dos alunos do
grupo experimental, quando comparado com os alunos da turma de controlo. A turma
experimental conseguiu em média 29,6 acertos por questão dos 18,8 acertos por questão do
grupo controle, o que mostra claramente que a experiência proposta permitiu a captação de
atenção e portanto motivar os alunos ajudando-os na assimilação e compreensão da
matéria sobre circuitos eléctricos.

Percebemos também que, o avanço do grupo experimental, é o resultado da


organização da estrutura cognitiva dos alunos causada pela intervenção pedagógica
experimental. Entendemos que a turma melhorou seu desempenho, porque foi capaz de
organizar os subsunções e utiliza-los da maneira correcta para recepção de novos
conteúdos. Desse modo, o grupo experimental desenvolveu uma aprendizagem significativa,
através do uso da experiência tendo conseguido o melhor desempenho.

E por fim concluímos que a aplicação experiências demonstrativas na sala de aulas


permitem desenvolver nos alunos uma melhoria em suas capacidades aquisitivas,
organizadoras, criativas e de comunicação: ouvir, observar, comparar, avaliar, criticar entre
outras, além de promover uma melhoria no vocabulário científico dos estudantes e aumentar
o interesse deles pelos conteúdos de física resultando em um aprendizado mais
significativo.

5.2.Sugestões

Que os professores de Física da Escola Secundária de Macombe privilegiem a


experiência de demonstração como meio eficaz para uma aprendizagem significativa;
Que a direcção da Escola mobilize os professores de forma promovem Feiras de
Ciência de forma a despertar o amor pela ciência no aluno;
36

6.Referências Bibliográficas

[1] Alves, B. (2000): Investigação do papel da experimentação na construção de


conceitos em electricidade no ensino médio. Cad. Cat 2ed.
[2] Araújo E. (2003): Mini manual compacto de física: Teoria e Pratica, São Paulo:
Rideel, 2ed.
[3] BONJORNO, J., R. et al. (2013): Física: electromagnetismo, física moderna: 3° ano,
São Paulo: FDT, 2ed.
[4] Carvalho. C. (2011): As práticas experimentais no ensino de Física. Ensino de Física.
São Paulo: Checagem Learning, 1ed.
[5] FREIRE, P. (2001): Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1ed.
[6] HALLIDAY, D. etal. (2012): Fundamentos de Física, LTA, 9ed. LTC
[7] Brechel, R. (1989): Os processos de Desenvolvimento e as Práticas Educativas.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1ed.
[8] MAVANGA, G. (2001): Fundamentos Teóricos de Didáctica de Física I, (Texto de
apoio nãopublicado).
[9] MORAES, M. (2006): Circuitos eléctricos: novas e velhas tecnologias como
facilitadoras de uma aprendizagem significativa no nível,Porto Alegre: UFRGS,
Instituto de Física, programa de Pós-Graduação em Ensino de Física
[10] PIAGET, J. (1970): Epistemologia Genética. Tradução de Os Pensadores.
Lisboa:abril cultural,1 Ed.
[11] Santos J. (2016): Análise de circuitos eléctricos, Praça de Corujeira, edições técnicas
[12] SANTOS, K. (2011): Fundamentos de electricidade Manaus: Centro de Educação
Tecnológica do Amazonas, graça editora
[13] VILLATE, J. (2013): Electricidade e Magnetismo e Circuitos, Universidade Porto,
Califórnia, 1ª edição.
[14] XAVIER, C. (2013): Física aula por aula: electromagnetismo, ondulatória, física
moderna. São Paulo: FDT, 1ed.
37

7.Apendices

Anexo I

Experiência 1: Associação de resistores em série

Material Utilizado

 Tábua (contraplacado)  Fio


 Fita Isolante  1 Interruptores
 3 Lâmpadas de 60W, 220-240V  3 Soquetes de luz(bocais)
 Parafusos  Multímetro digital
 Abraçadeiras
Procedimentos

 Medir a tensão e a intensidade total do circuito


 Com o multímetro medir os valores da tensão (ddp) e intensidade da corrente que
passa pela
 Com o multímetro medir os valores da tensão (ddp) e intensidade da corrente que
passa pela
 Por fim medir os valores de tensão e intensidade da corrente que passa pela
 Nota: Para realizar as medidas das correntes devemos abrir o circuito entre as ilhas
de conexões

Actividades

 Preencher a tabelas

Tensão (U) Valor medido Intensidade da Valor medido


em (V) corrente (I) em(A)

O que se observou com os valores da intensidade eléctrica e diferença no potencial (ddp)?

Os valores de tensão são iguais ou diferentes?

Os valores de intensidade são iguais ou diferentes?


6

Experiência 2: Associação de resistores em paralelo

Material Utilizado

 Tábua (contraplacado)  Fio


 Fita Isolante  1 Interruptores
 3 Lâmpadas de 60W, 220-240V  3 Soquetes de luz(bocais)
 Parafusos  Multímetro digital
 Abraçadeiras
Procedimentos

 Medir a tensão e a intensidade total do circuito


 Com o multímetro medir os valores da tensão (ddp) e intensidade da corrente que
passa pela
 Com o multímetro medir os valores da tensão (ddp) e intensidade da corrente que
passa pela
 Por fim medir os valores de tensão e intensidade da corrente que passa pela
 Nota: Para realizar as medidas das correntes devemos abrir o circuito entre as ilhas
de conexões

Actividades

 Preencher a tabelas

Tensão Valor Intensidade da Valor medido


(U) medido em corrente (I) em(A)
(V)

O que se observou com os valores da intensidade eléctrica e diferença no potencial (ddp)?

Os valores de tensão são iguais ou diferentes?

Os valores de intensidade são iguais ou diferentes?


6

QUESTIONÁRIO DE DIAGNÓSTICO
O tema “circuitos eléctricos” encontra-se inserido no programa da 10ª Classe na
disciplina de Física. As questões que se seguem relacionam-se com este temas, pelo que
as suas respostas são indispensáveis para o bom desenvolvimento dessas aulas. Por
favor, responde colocado X dentro de parênteses ( ).

Ordem Questões
01 Quando dizemos "desliga a luz" estamos a fechar circuitos.
Certo ( ). Errado ( )
02 Num circuito, com um interruptor aberto antes da lâmpada, pode afirmar-se
que L1 acende
Certo ( )
Errado ( )
Não respondeu ( )

03 Com relação à associação de resistores em série pode-se afirmar que, a


intensidade da corrente eléctrica mantém-se constante.
Certo ( ) Errado ( ) Não respondeu ( )
04 Sobre associação de resistores em paralelo é correcto afirma que, a ddp em
cada resistor é diferente
Certo ( ) Errado ( ). Não respondeu ( )

05 Em uma casa onde a tensão é 220 V, um ferro de passar roupas com


resistência de 110 Ω tem a corrente circulante de 5A.
Certo ( ) Errado ( ) Não respondeu ( )

06 Em associação de resistência em paralelo, quando desligamos uma lâmpada,


as restantes continuam acessas
Certo ( ) Errado ( ) Não respondeu ( )
07 Gostou da aula experimental? (Só para turma experimental)
Sim ( ) Não ( ) Não respondeu ( )

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