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Lucas Mário Paulo

Proposta de um kit de experiências para aprendizagem dos tópicos de electricidade na


10ª classe.
Estudo de caso na Escola Comunitária Associação Muçulmana de Sofala-Beira

Licenciatura em ensino de Física

Universidade pedagógica
Beira
2015
Lucas Mário Paulo

Proposta de um kit de experiências para aprendizagem dos tópicos de electricidade na


10ª classe.
Estudo de caso na Escola Comunitária Associação Muçulmana de Sofala-Beira

Monografia apresentada ao curso de Física


Departamento de Ciências Naturais e
Matemática, Delegação da Beira como
requisito para a obtenção do grau de
licenciatura em ensino de Física

Superivor
MsC: Rui Muchaibande

Universidade pedagógica
Beira
2015

Índice
Lista de Tabelas.................................................................................................................ii
Lista de figuras………………………………………………………………………..iii

Lista de Abreviaturas………………………………..……………………………….iv

Declaração.........................................................................................................................v
Agradecimentos................................................................................................................vi
Dedicatória……………………………………………………………………………vii

Resumo………………………………………………………………………………viii

Introdução…………………………………………………………………………….11

Justificativa…………………………………………………………………………….13

Problematização………………………………………………………………………..15

Objectivos…………………………………………………………………………….16

Objectivo Geral……………………………………………………………………....16

Objectivos especifico…………………………………………………………………16

Delimitação e enquadramento do tema……………………………………………...17

Metodologia……………………………………………………………………………17

1.1.5.1- Técnicas de pesquisa...................................................................................18

1.1.5.2- Uso de informaço disponivel......................................................................18

1.1.5.3- Observação..................................................................................................18

1.1.5.4- Trabalho laboratorial...................................................................................18

1.1.5.5- Caracterização da população em estudo e Amostra....................................18

Revisão bibliográfica...............................................................................................18

Capitulo II: Fundamentação Teórica........................................................................22

2.1.1- Programa de Física da 10ª classe...................................................................22

2.1.2- Vantagens do uso de kit de experiências no ensino de Física........................22

2.1.3- Desvantagens do uso de kit............................................................................23

2.1.4- Inserção do kit de experiências no Ensino de Física......................................23

Capitulo III: Descrição e utilização do Kit..............................................................25

3.1.1- Conceito de alguns componentes de kit.........................................................26


3.1.2- Interruptor......................................................................................................26

O interruptor.............................................................................................................26

3.1.4- Isolador..........................................................................................................26

3.1.5- Gerador de corrente ou fonte de energia........................................................27

3.1.6- Fonte de alimentação.....................................................................................27

3.1.7- Aparelhos de medida.....................................................................................28

3.1.8- Experiencia 1: Como acender uma lâmpada..................................................29

3.1.9- Experiencia 2: Verificação experimental da Lei de Ohm..............................30

3.1.9-Experiencia 3: Factores que dependem da resistência....................................31

3.2.0- Experiencia 3.1 factor comprimento..............................................................31

3.2.1- Experiencia 3.2 Factor a área.........................................................................32

3.2.2- Experiência 3.3: Factor temperatura..............................................................34

3.2.3- Experiencia 4: associação de receptores em serie.........................................35

3.2.4- Experiência 5: Associação de receptores em paralelo...................................37

3.2.5- Experiência 6: Associação de resistência em misto.......................................38

3.2.6- Experiência 7: Medição da diferença de potencial numa associação


resistências em serie.................................................................................................39

3.2.7- Experiência 8: Medição da intensidade da corrente numa associação


resistências em serie.................................................................................................40

3.2.8- Experiencia 8.1 Para circuito simples (apenas com uma resistência)............40

3.2.9- Experiencia 8.2: Com duas resistências.........................................................41

3.3.0- Experiencias 09: Medição das resistências eléctrica, numa associação de


receptores em serie...................................................................................................42

3.3.1- Experiencia10: Medição da diferença de potencial num circuito Paralelo....44

3.3.2- Experiencia 11: Medição da intensidade da corrente num circuito Paralelo. 45

3.3.3 Experiência 12:Medição da resistência eléctrica num circuito Paralelo.........47

3.3.4- Aspectos gerais..............................................................................................48

3.3.5- Experiencia 13: Condutibilidade eléctrica.....................................................48


4. Considerações Finais............................................................................................52

4.1Conclusão…………………………………………………………………………..55

4.2- Referencias bibliográficas………….…………………………………..56


v

Lista de Tabelas
Tabela 01: Variação da tensão em função da intensidade da corrente eléctrica ……….31

Tabela 02: Dependência da resistência eléctrica em função do comprimento……….32

Tabela 03: Dependência da resistência eléctrica em função da área…………………..33

Tabela 04: medição da d.d.p num circuito serie……………………………………….40

Tabela 05: medição da resistência eléctrica num circuito série….……………………43

Tabela 06: Medição da Intensidade eléctrica num circuito Paralelo………………….46

Tabela 07: Medição da resistência eléctrica num circuito Paralelo…………………..47

Tabela 08: Condutibilidade eléctrica…………………………………………………..50


vi

Lista de Figuras

Figura 01: Interruptor……………………………………………………………….26

Figura 02: Fio de ligacao…………………………………………………………….26

Figura 03: Isolador…………………………………………………………………..27

Figura 04: Pilhas……………………………………………………………………..27

Figura 05: Fonte de alimentacao …………………………………………………….27

Figura 06: Multimetro digital………………………………………………………..28

Figura 07: Um circuito simples ………………………………………………………..29

Figura 08: Lei de Ohm……………………..………………………………………..31

Figura 09: Factor comprimento………………………………………………………..32

Figura 10: Factor area……………………………………………………………….33

Figura 11: Factor temperatura……………………………………………………….35

Figura 12: Associação de receptores em série………………………………………36

Figura 13: Associação de receptores em paralelo……………………………………37

Figura 14: Associação mista de receptores……………………………………………38

Figura 15: Medição da d.d.p num circuito série……………………………………….39

Figura 16:Medicao da intensidade eléctrica num circuito série………………………..41

Figura 17: Medição da intensidade eléctrica num circuito série……………………..42

Figura 18: Medição da resistência eléctrica num circuito série……………………….43

Figura 19: Medição da d.d.p num circuito paralelo…………………………………..44

Figura 20 a): Medição da intensidade eléctrica num circuito paralelo……………..45

Figura 20b) : Medição da intensidade eléctrica num circuito paralelo…………………46

Figura 21: Medição da resistência eléctrica num circuito paralelo…………………..47


vii

Figura 22: condutibilidade eléctrica nos sólidos………………………………………49

Figura 23: condutibilidade eléctrica nos líquidos………………………………………50

Lista de Abreviaturas
A.M.S Associação Muçulmana de Sofala
ESMSM Escola Secundaria Mateus Sansão Mutemba
Fig Figura
Tab Tabela
viii

Declaração

Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das


orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Beira , Agosto de 2015

_____________________________________

(Lucas Mário Paulo)


ix

Agradecimentos

Primeiro a Deus, pelo ar da vida, força de cada dia e por ser conhecedor da minha
verdade.

Aos meus pais Mário Paulo Thonhiwa e Madalena Jairosse Mwitiquinha, a minha avo
Angly Aly e aos meus irmãos em especial o mano Abel, Paulino, Ernesto, Albertina,
Flora e Daniel, aos meus primos, Lázaro, Argentyna, Sorte, Rabolino, Julay e Samuel
pelo apoio emocional e financeiro, encorajamento conselhos e por compreenderem o
motivo da minha ausência no seio deles. Ao mano António e ao sobrinho Armindo, que
sempre ficaram perto de mim e pelo apoio moral e psicológico.

Ao meu Orientador, Msc Rui Muchaiabande não somente pelas imensas contribuições
científicas, mas também, pela sua disponibilidade, dedicação carinho e paciência dando
forças para sempre eu seguir em frente.

Aos meus amigos em especial Leandra Rambique uma amiga, irmã e companheira da
vida, Elidio Ângelo Matimate, Matraia Francisco Matraia e Emelito Orlando
Changadeia, pelos seus ensinamentos, por estiverem sempre comigo nos momentos
difíceis e bons. No mesmo sentido tenho a honra de agradecer aos meus colegas, David
Mussa, Ângelo Stelio, Gani Martinho e os demais colegas que não pude citar, em que
juntos ficamos na procura do conhecimento físico e electrónico durante quatro anos.

Ao colega Jorge Pedro pelo seu contributo nos trabalhos laboratoriais.

Minhas alunas da 10ª classe turma “A", da E.A.M.S

A todos aqueles que me posso ter esquecido de mencionar!

À memoria do meu tio!!


x

Dedicatória

Em homenagem ao meu querido tio Tiago Jairosse Mwitiquinha, eternas Saúdades!


xi
xii

Resumo

O papel de aulas experimentais no ensino das ciências em geral e da Física em particular, é


conhecido desde a era de Galileu Galilei, quando usou o método de observação e
experimentação. A questão que se coloca actualmente é como essas aulas experimentais podem
ser realizadas nas escolas que não possuem material e laboratório. Neste trabalho, propõe-se um
kit de experiências. O kit proposto, tem como propósito mostrar uma outra metodologia que
pode ser usada nas escolas que não possuem laboratórios e materiais para a prática de aulas
experimentais, está implementado em uma maleta e tem a capacidade de realizar no máximo 13
experiências. Todas as actividades experimentais são acompanhadas por uma breve explicação
científica que pode servir de apoio aos professores/alunos. Experiências seleccionadas, seguem
a sequência do programa de Física da 10ª classe no que concerne aos conteúdos da
electricidade. Usou-se uma pesquisa qualitativa-explicativa, e os resultados obtidos foram
satisfatórios porque mostrou-se uma participação activa nos alunos envolvidos durante a
pesquisa. Notou-se, que quando há uma proposta didactico-pedagogica que integra conteúdos
normativos e pragmáticos os resultados são produtivos e os aprendizes apresentam um melhor
desempenho cognitivo e discursivo, para o entendimento dos conceitos científicos apresentados
nos conteúdos da disciplina de Física.

Palavra-chave: Ensino experimental, Kit, material alternativo, corrente eléctrica.


13

Introdução

O trabalho experimental tem uma reconhecida importância na aprendizagem das


ciências, largamente aceite entre a comunidade científica e pelos professores como
metodologia de ensino, com resultados comprovados em muitas investigações,
(SARAIVA 2006). Mas nem sempre o uso de experiências nas aulas de Física é
observado, a falta de laboratório, material, espaço e tempo são alguns dos problemas
que leva alguns professores a não incluir nos seus planos as aulas experimentais.

Neste contexto, algumas pesquisas são realizadas em torno desta problemática, que
mostram o impacto que traz a não realização de experiência no ensino de Física, e que
propõem estratégias e alternativas que podem ser aplicadas pelos professores nas
escolas que não possuem laboratórios e espaço, como forma de mitigar estes problemas.

O presente trabalho mostra o papel de aulas experimentais no ensino de Física e traz


uma proposta que deve ser usada pelos professores de Física no tratamento de
conteúdos de electricidade, baseada no uso de kits de experiencias para aprendizagem
dos tópicos da electricidade, elaborado com material alternativo, como resposta de um
dos problemas observado pelo autor na ESMSM, durante o período de práticas
pedagógicas.

A estrutura deste trabalho, esta dividida em quatro partes: a primeira parte é o capítulo I,
corresponde o capítulo de introdução, é onde consta da presente introdução, a seguir a
justificativa da escolha do tema, problematização, objectivos (geral e específicos),
delimitação do tema, metodologias e técnicas de trabalho e finalmente revisão
bibliográfica.

A segunda parte corresponde o capítulo II, fundamentação teórica, é neste capítulo,


onde o autor destaca as unidades temáticas da 10ª classe e abre um pouco sobre a
electricidade que é foco deste trabalho. Também é neste capítulo, é explicado como
pode ser usado no PEA.

A terceira parte corresponde o capítulo III, neste capítulo o autor faz uma descrição dos
materiais que compõem o kit, e é neste capítulo onde aparecem todas experiências com
uma breve discussão e com os seus resultados que se podem ter na sua realização e a
quarta e última parte, é o capítulo IV de conclusão e recomendações. E finalmente
seguem bibliografias utilizadas na pesquisa.
14

1.1.1- Justificativa
“Tradicionalmente a Física é vista pelos professores como uma disciplina difícil de ser
ensinada e com isso os alunos apresentam desinteresse e dificuldades de aprendizagem
dos conteúdos” (ALVES & STACHAK 2005, p.1). A Física é vista como uma
disciplina abstracta, longe da realidade dos alunos. Os alunos preocupam-se apenas com
a nota, os assuntos estudados são logo esquecidos e aumentam os problemas da
disciplina.

Durante o período de práticas pedagógicas na ESMSM, como estudante assistente, o


autor constatou que, um dos problemas que afecta o desenvolvimento do ensino de
Física é a formalidade do próprio ensino, pois as aulas nela ministrada são do tipo,
transmissão-recepção de conhecimentos já elaborados, geralmente teóricas sem
acompanhamento de praticas.

Na concepção de Higa & Oliveira (2012), em aulas essencialmente expositivas, os


estudantes são concebidos como sujeitos passivos, receptores dos conhecimentos que o
professor possui. Procuram-se verificar leis e teorias, que não são questionáveis. A
teoria, o livro didáctico e o docente são autoridades e tomados como critério de verdade.
Portanto, esse tipo de aulas causa desinteresse, diminui auto estima e dá uma impressão,
de que a Física é uma disciplina difícil de se aprender, e desvinculada da realidade do
quotidiano.

A pesquisa realizada pelos autores Araújo &Abib (2003), constatou que o uso de
actividades experimentais como estratégia de ensino de Física tem sido apontado por
professores e alunos como uma das maneiras mais frutíferas de se minimizar as
dificuldades de se aprender e de se ensinar Física de modo significativo e consistente.

Também num outro estudo, desenvolvido por Tavares (2009), afirmou que utilizar
experimentos como ponto de partida, para desenvolver a compreensão de conceitos, é
uma forma de levar ao aluno a participar de seu processo de aprendizagem, sair de uma
postura passiva e começar a perceber e agir sobre o seu objecto de estudo, relacionando
o objecto com o acontecimento e buscando as causas dessa relação, procurando por
tanto, uma explicação causal para o resultado de suas acções ou interacções.
15

Desta feita, o ensino de Física não deveria ser desenvolvido apenas de forma teórica
mas sempre acompanhado com aulas práticas. Infelizmente este facto nem sempre
acontece, os professores alegam que a falta de laboratório, materiais, espaço para a
prática de aulas experimentais e a falta de tempo são factores principais de não incluir
actividades experimentais nos seus planos de aulas, sendo assim esta disciplina é
ministrada apenas de forma teórica onde o giz, quadro preto e livro didáctico são os
únicos recursos de ensino.

No entendimento de Salvadego (2008), as actividades experimentais não requerem local


específico nem carga horária e, portanto, podem ser realizadas a qualquer momento,
tanto na explicação de conceitos, quanto na resolução de problemas, ou mesmo em uma
aula exclusiva para a experimentação.

É neste contexto que, o autor propõe o uso de kit1de experiências para aprendizagem dos
conceitos físicos da electricidade para alunos da 10ª classe, elaborado com material
alternativo como forma de dinamizar aulas de Física. Com os experimentos propostos
os alunos poderem ver, e não apenas imaginar a situação apresentada durante as aulas.

O kit proposto no qual foi elaborado com material alternativo2 é uma tentativa de
viabilizar aulas práticas de Física e é uma forma de mostrar uma outra metodologia que
os professores podem adopta-las pois a nível das escolas da cidade da Beira esta
metodologia não é praticada.

Alguns professores não realizam as aulas experimentais no ensino de Física, por falta de
conhecimentos da existência de kits e falta de interesse em elaborar o seu experimento,
como afirma Brigagao & Sousa (2009, p.2):

“A utilização de experimentos em sala de aula, os quais poderiam ser feitos com a utilização
de kits (conjunto de materiais) expositivos de fácil obtenção e montagem, praticamente não é
realizada devido, talvez, a tal, desconhecimento da existência desses kits, a falta de interesse
do docente, gerando nos alunos a adopção de uma postura meramente contemplativa, vaga e
imprecisa da Física”, (BRIGAGAO & SOUSA 2009).

1
-Kit significa conjunto de objectos ou materiais agregados para uma finalidade específica,
como um kit de material escolar, um kit de costura, etc. Também pode ser um conjunto de
elementos vendidos com um esquema de montar e que o próprio comprador pode armar, como
um kit de aeromodelo. Para este, refere-se a um kit de experiencias de electricidade
2
-Material opcional, que se utiliza na falta de material apropriado
16

De acordo com as observações feitas por alguns autores, (Guedes 2007; Costa2008;
Spessato 2009; Santos & Castilho 2010), o uso de kits de experiencias elaborados com
material alternativo, além de minimizar o problema de falta de laboratórios e materiais
para a pratica de aulas experimentais também resolve o problema de falta de tempo de
planificar aulas praticas e abre nova visão ao professor em elaborar o seu material sem
esperar que seja instalado um laboratório com todo material necessário na escola.
Santos e Castilho (2010) apresentam esta ideia da seguinte maneira:

“O professor não pode ficar esperando que sejam instalados amplos laboratórios com todo o
material que necessita. Determinados experimentos podem ser realizados com material de baixo
custo contribuindo para a criatividade dos alunos. Por outro lado, a alternativa do material de baixo
custo deve ser considerada um incentivo à criatividade sem abrir mão de equipamentos modernos
e sofisticados quando necessário”. (SANTOS & CASTILHO 2010)

Acredita-se que a proposta do kit aqui apresentada permite proporcionar uma


aprendizagem mais significativa aos alunos, trazendo assim o interesse deles durante as
aulas. Do mesmo modo, promover nos professores o espírito de dinamização das aulas
de Física, para tornar mais eficiente o aprendizado do aluno.

1.1.2- Problematização
Na visão de TAVARES (2009) ensinar Física é proporcionar aos alunos situações de
aprendizagem através das quais eles poderão construir conhecimentos sobre diferentes
fenómenos da natureza. É também potencializar a capacidade dos alunos em formular
hipóteses, experimentar e raciocinar sobre factos, conceitos e procedimentos
característicos desse campo do saber. Além disso, o ensino de Física deve possibilitar a
compreensão das relações entre a Física e a sociedade, e sua influência na produção e
distribuição de diferentes tipos de materiais alternativos.

Deste modo, professores e profissionais ligados ao ensino de Física, tentam procurar


metodologias que possam atrair os alunos de modo que participem activamente na
aprendizagem desta disciplina.

A este respeito, os autores como Borges (2002) e Laburú (2005), acreditam que a
melhoria do ensino de Física passa pela introdução de aulas práticas. A questão que se
coloca actualmente é como essas aulas experimentais podem ser realizadas nas escolas
uma vez que a maioria das escolas não possuem espaços e material para tal efeito.
17

Tavares (2009), na tentativa de dar uma resposta sobre a questão, propôs o uso de kits
experiencias elaborado com material alternativo para ensino experimental. Na óptica de
Tavares o uso de kit de experiências no ensino de Física, permite despertar o interesse
dos alunos, levando-os a participar nas actividades, tornando as aulas mais
participativas e motivadas. Dessa forma, o aluno é estimulado a pensar, descobrir e,
com sua curiosidade, participar através de perguntas, buscando respostas nos
experimentos.

Também, Spessato (2008), valoriza o uso de Kit de experiências no ensino de Física


frisando que o uso de kit para aulas experimentais no ensino de Física permite
implementar acções que melhorem o interesse dos estudantes pela disciplina e mostrem
as possibilidades de utilizar essas aulas como locus para raciocinar, para compreender
as causas e os efeitos que ocorrem nos nossos quotidianos.

Neste sentido, na tentativa de buscar uma metodologia participativa, que permita


viabilizar as aulas práticas de modo a superar as tradicionais aulas de Física, pretendeu-
se analisar a contribuição do uso de kit de experiências no ensino de Física na
aprendizagem dos tópicos da electricidade para alunos da 10ª classe, tendo-se formulado
a seguinte questão de pesquisa:

Que contribuição o uso de kits de experiências para aprendizagem dos conceitos físicos
da electricidade pode trazer para alunos da 10ª classe?

1.1.3- Objectivos

1.1.3.1- Objectivo Geral:


A avaliar a contribuição do uso de kits de experiências para aprendizagem dos conceitos
físicos da electricidade na 10ª classe.

1.1.3.2- Objectivos específicos:

 Elaborar um kit de experiências para aprendizagem dos conceitos físicos da


electricidade da 10ª classe.
 Apresentar possibilidades do uso de kits de experiências no ensino de Física
 Descrever a forma de aprendizagem dos alunos mediada por kits.
 Apresentar possibilidade de realizar experiências sem laboratórios ou materiais
sofisticados, através de Kits.
18

1.1.4- Delimitação e enquadramento do tema


A pesquisa realizou-se no final do primeiro trimestre e no inicio do segundo trimestre de
2015, na Escola Comunitária Associação Muçulmana de Sofala-Beira, onde envolveu
três (04) alunas da turma “A”, para verificar as possíveis contribuições que o kit pode
oferecer no ensino e aprendizagem dos conceitos físicos da electricidade, da unidade
temática I corrente eléctrica (electrodinâmica), referente ao programa de ensino da 10ª
classe.

Escolheu-se a 10ª classe, por motivos de o autor encontrar-se a leccionar nesta classe, na
escola acima super citada

O tema além de se encontrar na 10ª classe, também encontra-se na 11ª classe e nas
escolas técnica profissional.

1.1.5- Metodologia
A pesquisa, quanto ao seu nível de abordagem é do tipo qualitativa explicativa. Na
optica de (GODOY, 1995, p.58), a pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir
os eventos estudados, nem emprega instrumento estatístico na análise dos dados,
envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interactivos
pelo contacto directo do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender
os fenómenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação
em estudo. Para GIL (1999), tem por finalidade básica de desenvolver, esclarecer e
modificar conceitos e ideias para a formulação de abordagens posteriores.

Dessa forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento para o
pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais
precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores.

Na perspectiva de MORESI (2003) a investigação explicativa tem como principal


objectivo tornar algo inteligível, justificar-lhe os motivos. Visa, portanto, esclarecer
quais factores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado
fenómeno.

1.1.5.1- Técnicas de pesquisa


Para a concretizacao deste trabalho, adoptou-se como técnicas e intrumentos de
investigação: o uso de imformação disponível, a observação e o trabalho laboratorial.
19

1.1.5.2- Uso de informaço disponivel

O uso de informação disponível consistiu na leitura de obras publicadas em forma de


livros, artigos, revistas, jornais, dentre outros. Com esta tecnica ajudou o autor colher
materiais necessarios para o kit.

1.1.5.3- Observação
Conforme LAKATOS e MARCONI (1992), a observação é uma técnica que utiliza os
sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em
ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se deseja estudar. Para
o autor esta técnica consistiu em viver o ambiente, e manifestações comportamentais no
decurso do uso de kit.

1.1.5.4- Trabalho laboratorial


Segundo LEITE (2001) citado por REBUGE (2011), o trabalho laboratorial é o trabalho
prático que envolve a manipulação e o controlo de variáveis e que este deve englobar
desde actividades associadas a experiências guiadas até às que têm um cariz mais
investigativo. Utilizou-se essa técnica no momento de ensaio das experiencias e
legitimação das mesmas. Igualmente usou-se esta técnica pelas alunas na altura de aulas
experimentais.

1.1.5.5- Caracterização da população em estudo e Amostra


A população em estudo para a análise da aplicação do kit no ensino e aprendizagem dos
conceitos envolvidos no tópico da electricidade, foram os alunos da 10ª classe, turma A.
Para este estudo, usou-se amostragem não probabilística por quotas, onde foram
seleccionadas quatro (4) alunas, das quais duas tiveram nota baixa e duas tiveram nota
mais alta no primeiro teste.

Revisão bibliográfica
Nas literaturas revisadas os kits de experiências são discutidos de maneira bastante
diversa quanto ao significado que eles podem assumir no processo de Ensino e
Aprendizagem.

GUEDES (2007), no seu trabalho destaca as razões que o levaram a elaborar um kit de
Baixo Custo Para o ensino de electricidade: primeiro é o factor de muitos alunos terem
medo de estudar a Física, ele observou que nalgumas escolas Portuguesa tem turmas
sem estudantes de Física.(…), face ao reduzido número de alunos que frequenta a
20

disciplina de Física nas escolas secundárias, registando-se mesmo em algumas escolas,


e pela primeira vez, a não existência de qualquer turma desta disciplina no 12º ano.
Perante tal situação, podemos e devemos questionar os motivos que levam os
estudantes portugueses a fugir de Física. Guedes (2007,p.6).

O trabalho de Guedes revela que um dos factores que leva os alunos a fugirem da Física
esta relacionado com o reduzido ensino experimental, desta feita declara que:
“Muitos alunos não prosseguem os seus estudos numa área tecnológica ou científica
por terem muita dificuldade na aprendizagem das Ciências, em geral, e da Física em
particular. Os problemas na aprendizagem da Física surgem logo nos primeiros anos
de leccionação da disciplina, no 3º Ciclo do ensino Básico. O reduzido ensino
experimental, que é regra nas nossas escolas, não proporciona uma aprendizagem
satisfatória das matérias”. Guedes ( p.10).

Guedes faz nos entender que a não realização de experiencias nas aulas de Física, traz
um baixo nível de aprendizagem, devendo o aluno não prosseguir estudar a Física nas
classes subsequentes.

Guedes percebe que a falta de dinheiro, laboratório, material didáctico são algumas das
caracteriza da maioria das escolas Portuguesas, e como alternativa desta situação propôs
um kit para o ensino experimental da electricidade no 9º ano de escolaridade, cuja
utilização permite minimizar alguns dos problemas acima referidos. Guedes justifica-se
da seguinte maneira:
De um modo geral, as reformas educativas não são acompanhadas dos meios necessários
(financeiros, equipamentos ou espaços adequados e recursos humanos). A falta de instrumentos e
materiais laboratoriais diversos, a inexistência de Técnicos de Laboratório que auxiliem os
professores nas actividades e até mesmo de funcionários que limpem e arrumem o material
utilizado, condicionam bastante a realização de actividades experimentais. Por vezes, não existe
sequer um laboratório ou, quando existe, está sobrelotado em termos de ocupação e as lições de
Física têm de ser dadas numa vulgar sala-de-aula dispondo de quadro e giz. Guedes (p. 12).

Uma pesquisa similar sobre a utilização de kit de experiência elaborada com material
alternativo, também foi realizada por Lopes (2008). Lopes destaca as razões que lhe
levaram a propor um kit básico de actividades experimentais de Física e de Química
para o 1º ciclo do ensino básico, sendo como as dificuldades que alunos do 3º ciclo
ensino básico encaram na compreensão da matéria e a deficiente formação na área de
ciências, este autor aponta como razões a fraca formação dos professores em ciências
experimentais e a falta de aulas experimentais no ensino da Física em que professores
atribuem causa como a falta de material para experiências na grande maioria das
escolas.
21

Como afirma Lopes,

“Os alunos do 3º CEB têm frequentemente uma preparação muito deficiente na área das ciências.
É conhecida a reduzida formação em ciências dos professores do 1º CEB em ciências
experimentais, que não têm por isso capacidade para proporem actividades experimentais
adequadas. Além disso, é frequentemente atribuída à falta de material experimental nas escolas a
não execução de experiências em sala de aula. LOPES” (2008).

Para Lopes o kit que propôs tinha como objectivo, dar resposta para o ensino de Física e
química no que diz respeito as dificuldades encaradas pelos professores do 1º ciclo do
ensino básico.Ainda na perspectiva de Lopes o kit será uma iniciativa entre outras que
poderão ser tomadas, para desenvolver o ensino experimental das ciências. Lopes
apresenta este trecho da seguinte forma:
O kit proposto, o qual é muito barato, pretende ser uma resposta a estas três dificuldades. Esta
proposta de um kit básico de actividades experimentais para o 1º CEB, com uma explicação
clara das actividades que ele permite, é apenas uma iniciativa, entre outras que poderão ser
tomadas, para desenvolver o ensino experimental das ciências. (LOPES p. 11).

Nesta perspectiva, este autor nos mostra que as aulas experimentais no ensino de Física
pode ser feita usando material alternativo, sem esperar que seja instalado um laboratório
com todo equipamento necessário. Deste modo,o uso de kit de experiencias elaborados
com material alternativo, é uma iniciativa que pode minimizar o problema de falta de
laboratórios e materiais para a prática de aulas experimentais.

Num outro estudo desenvolvido por Spessato (2009),notou-se que a razão que leva o ensino de
Física a um quadro insatisfatório, é a falta de laboratório e a inexistência de material adequado
para a realização de experiencias e que as aulas de Física são ministradas por métodos
tradicionais, restringindo-se a teorização na aplicação de seus conteúdos. E como resposta para
amenizar o problema propôs através do uso de instrumentação, a aplicação de kitsde
electricidade construídos com materiais de baixo custo, como nos afirma:
A falta de laboratório, ou mesmo por este se encontrar desactivado, e a inexistência de material
adequado para a realização de experiencias, são algumas das razoes que tem contribuído com as
dificuldades no ensino-aprendizagem de Física no Ensino Médio. Observamos que, em virtude desses
problemas, dentre outros, as aulas de física são frequentemente ministradas por métodos tradicionais,
restringindo-se a teorização na aplicação de seus conteúdos. Na tentativa de contribuir para amenizar as
dificuldades no ensino-aprendizagem de Física, propomos através do uso de instrumentação, a
aplicação de kitsde electricidade construídos com materiais de baixo custo e de fácil manipulação em
sala de aula, não necessitando especificamente do uso de laboratórios mais sofisticados . Spessato (p.
2).

Spessato faz nos entender que para realizar uma experiencia no ensino de Física, nem
sempre é necessário que exista um laboratório na escola com todo equipamento, pode se
usar material alternativo. Os resultados obtidos por Spessato indicaram que o uso de kits
22

promoveu motivação e maior entusiasmo o que contribuiu para aprendizagem


significativa.

Também Rosito (2003,) desenvolveu um kit de experiências usando material alternativo


onde acreditou que seja possível realizar experimentos na sala de aula, ou mesmo fora
dela, utilizando kits elaborado com materiais de baixo custo, podendo contribuir para o
desenvolvimento da criatividade dos alunos. Este autor, não dispensa a importância de
um laboratório bem equipado na condução de um bom ensino, mas acredita que seja
possível superar a ideia de que a falta de um laboratório equipado justifique um ensino
fundamentado apenas no livro texto.

A análise feita, nas literaturas revisadas pelo autor constata-se que um dos factores que
traz dificuldades em aprender a Física está relacionado com a não realização de aulas
experimentais. Por outro lado, o reduzido número de aulas experimentais no ensino de
Física, é condicionado por maior parte das escolas não possuírem materiais, laboratórios
equipados e espaço adequado para aulas práticas. Neste caso, o uso de kits de
experiencias elaborado com material alternativo tem sido uma possível ferramenta de
viabilizar as aulas experimentais e dinamizar as aulas de Física.
23

Capitulo II: Fundamentação Teórica

2.1.1- Programa de Física da 10ª classe


O programa da Física da 10ª classe, compreende quatro unidades temáticas, a saber:
Corrente eléctrica 1ª Unidade; Oscilações e Ondas Mecânicas 2ª Unidade;
Electromagnetismo 3ª Unidade e Movimento Rectilíneo Uniformemente Variado 4ª
Unidade, o autor trabalhou apenas com a primeira unidade.

Na primeira unidade (electricidade), o programa propõe como tópicos a serem


abordados, Carga eléctrica, Corrente eléctrica, Lei de Ohm, Lei de Joule-Lenz e como
forma de interligar a teoria e prática nestes tópicos o programa recomenda que sejam
realizadas as seguintes experiências. Montagem de um circuito eléctrico simples,
condutibilidade eléctrica, Lei de Ohm, Verificação do comportamento da U e I numa
associação de resistências em série e em paralelo e Analise da dependência da
resistência eléctrica do comprimento, secção e natureza do material.

O kit proposto, inclui todas essas experiencias, cuja estrutura segue o programa de
Física da classe.

2.1.2- Vantagens do uso de kit de experiências no ensino de Física


Algumas das vantagens que o kit proporciona como um material didáctico são:
 Portatibilidade (transportável factor que dá possibilidade de se realizar
experiencias na sala de aula ou fora dela).
 Multiuso (os instrumentos que nele compõe são de multiuso, isto é, um único
instrumento pode servir para mais de uma experiência).
 Outras vantagens que o kit tem é por acoplar todo material, isto é, todos
materiais estão numa única caixa, em que o aluno usará quando necessário.

De acordo com o trabalho de Lopes (2008), Spessato (2009) e Guedes (2010), mostram
que o uso de kit de experiencias possibilita um enriquecimento de ensino da Física, ao
proporcionarem um grande potencial, que permite ao aluno:
 Verificar e comprovar a teoria anteriormente aprendida na sala de aula
 Acentuar a formulação dos conceitos e promover a mudança conceitual
significativa.
 Ganhar motivação e agir activamente sobre o assunto que esta aprendendo.
 Ter habilidades de manipular, questionar, investigar, organizar e comunicar;
24

 Ter atitudes como: curiosidade, interesse, objectividade, precisão, perseverança,


satisfação, responsabilidade, consenso, colaboração, gostar de ciência.

2.1.3- Desvantagens do uso de kit

Porém, diante dessas possibilidades e contribuições que o kit pode proporcional no


ensino de Física é indispensável destacar algumas desvantagens existentes no uso desse
recurso didáctico. Uma delas é:
 Limitação (o kit é limitado, quer dizer, é composto por uma única unidade
temática existindo apenas possibilidade de realizar experiências numa única
área). Por isso não descarta a importância de implantação de um laboratório na
escola. Sugere-se que, para superar esta limitação há necessidade de professores
entrarem em colaboração na produção de material experimental em diferentes
unidades de Física.

2.1.4- Inserção do kit de experiências no Ensino de Física


Tal como compreende Sheid (2012, et al), que experimentação é um momento de
comprovação da teoria previamente estudada. O presente kit sendo um recurso
experimental, a sua utilização segue as regras básica de um equipamento laboratorial,
cuja só pode ser usado na medida de comprovação de teorias e conceitos previamente
trabalhados na sala de aula.

Antunes & Silva citados por Sheid (2012, etal), percebem que o experimento por si só
não possibilita a aprendizagem conceitual, merecendo a acção pedagógica para a
construção de conhecimento científico, objectivo do ensino de Ciências. Isto mostra
que, para melhor eficácia depende especialmente, das estratégias didácticas empregadas
no seu uso, e não apenas das suas características inerentes. Por isso, não se pode praticar
uma experiência, sem a reflexão crítica sobre o seu papel, os objectivos a alcançar, a
metodologia por utilizar e o momento de aplicação.

É importante salientar que, este é o kit do aluno, em que ele permite manipular
instrumentos, comprovar leis e tirar os seus resultados, portanto o próprio aluno através
de fichas de experiências que aparecem em cada experiência vai executando as
experiencias sem necessariamente a intervenção do professor, isto quer dizer que o
professor apenas é um mero orientador e poderá intervir caso necessário. Mas isso não
25

quer dizer que o professor não faça uma instrução previa sobre o uso de instrumentos de
medida o caso de multímetro.
26

Capitulo III: Descrição e utilização do Kit

O kit proposto está implementado no formato de uma maleta, com a natureza de um


rectângulo, transportável e foi elaborado de forma a permitir seu uso na própria sala de
aula ou fora dela e tem a capacidade de realizar no máximo 16 experiências.

Na sua elaboração pensou-se primeiro o tipo de experiências que serão integradas no kit,
o número de experiências, o material necessário, a natureza do kit e como o aluno
aprenderá na base dele.

As experiências que fazem parte neste kit são:


1. Como acender uma lâmpada (circuito simples)
2. . Lei de Ohm
3. .1 Factores que dependem a resistência eléctrica (factor comprimento)
3.2 Factor área
3.3 Factor temperatura
4. Associação de receptores em serie
5. Associação de receptores em paralelo
6. Circuito misto
7. Medição da d.d.p num circuito-serie
8. Medição da intensidade da corrente num circuito serie
9. Medição da resistência eléctrica num circuito serie
10. Medição da d.d.p num circuito paralelo
11. Medição da intensidade num circuito paralelo
12. Medição da resistência eléctrica num circuito paralelo
13. Condutibilidade eléctrica nos sólidos
14. Condutibilidade eléctrica nos líquidos

As experiências acima seguem a sequência do programa de Física da 10ª classe e cada


experiência está acompanhada com uma breve explicação e procedimentos de
montagem, deste modo sugere-se que o professor seja apenas um mero mediador, duma
vez que existem o guião de montagem e com suas respectivas imagens.

No que diz respeito ao material é geralmente de fácil aquisição na sua maioria e são
indicadas as lojas onde podem se encontrar à venda com o seu respectivo preço unitário
27

em meticais, veja nos anexos, apesar de alguns dos materiais serem reciclados A seguir
é dado a descrição de cada material e a sua função.

3.1.1- Conceito de alguns componentes de kit


3.1.2- Interruptor
O interruptor é um dispositivo, usado para abrir ou fechar circuitos eléctricos. Quando
um interruptor está aberto (desligado), os aparelhos receptores associados estão
desligados, e estarão ligados, quando o interruptor está fechado (ligado).
Fig. 01 Interruptor (fonte autor)

a) Fechado b) aberto

3.1.3- Fio de ligação (fios condutor)


Os fios condutores ou os cabos condutores eléctricos são feitos de cobre e também de
alumínio envolvidos por um isolador (normalmente plástico). O fio condutor é utilizado
para transportar a energia eléctrica (corrente eléctrica) de um ponto para outro ponto de
um aparelho ou de um circuito. Este estabelece a ligação entre os vários elementos do
circuito. Os fios de ligação usados neste trabalho são crocodilos.

Fig.02: Um fio condutor (fonte autor)


28

3.1.4- Isolador

É a designação que se atribui a um corpo não condutor de electricidade. Na prática não


existe nenhum isolador absoluto, mas apenas substâncias dotadas de uma elevada
resistência à condução eléctrica.

Fig. 03Um isolador (fonte autor)

3.1.5- Gerador de corrente ou fonte de energia

Fornece a energia necessária para que a corrente eléctrica circule no circuito. O gerador
de corrente transforma energia eléctrica noutra forma de energia (as pilhas transformam
energia química em energia eléctrica).

Fig. 04 pilhas de 9V (fonte autor)

3.1.6- Fonte de alimentação

Uma fonte de alimentação serve para transformar a energia eléctrica sob a forma de
corrente alternada (CA) da rede em uma energia eléctrica de corrente continua, mais
adequada para alimentar cargas que precisam de energia CC. A fonte que se encontra
neste kit foi feita com material alternativo e pensando nos propósitos do kit, que é de
realizar experiencias na sala de aula ou fora dela. Portanto ela pode funcionar com
corrente de altas tensões e com pilhas veja a figura 5. Através de potenciómetro você
29

vai ajustando os valores da tensão a que deseja, (ela ajusta de 5,15 V até 9,35V).Alguns
cuidados que deverá ter ao usar esta fonte são:

 Desligar sempre o da fonte de alimentação, enquanto não estiver a usar.

 Não ter as mãos húmidas, ou molhadas pode causar um choque eléctrico.

 Ao usar com pilhas, deve ter cuidado com a polaridade, o fio vermelho indica
pólo positivo e o preto indica o pólo negativo (portanto o fio vermelho deve
conectar ao vermelho o preto ao preto da fonte)

Fig. 05 Fonte de alimentação ajustável (fonte: Autor).

3.1.7- Aparelhos de medida


Que servem para medir as grandezas em estudo no circuito. São utilizados geralmente
Amperímetros, Voltímetros e Ohmímetro.

Amperímetro (A): serve para medir a intensidade da corrente eléctrica que atravessa um
circuito ou nessa porção do circuito. Deve ser intercalado em serie nesse circuito ou
nessa porção do circuito.

Voltímetro (V): serve para medir a diferença de potencial (também chamada de tensão
ou voltagem), nos extremos de um consumidor ou do gerador de corrente, devendo ser
intercalado em paralelo com esse consumidor ou gerador.

Ohmímetro é um instrumento que permite medir a resistência eléctrica de um


elemento.Neste trabalho usou-se o multímetro por ser um aparelho que possui todas
essas características, a referência do multímetro usado é Siltron DT-830D
30

Fig. 06 Multímetro digital

Daqui são dadas, experiências com os respectivos procedimentos e montagem

3.1.8- Experiencia 1: Como acender uma lâmpada


Material necessário
 1 Fonte de 6 Volt
 1 Lâmpada de 6 Volt
 Suporte eléctrico para a lâmpada.
 1 Interruptor miniatura
 3 Condutores eléctricos
Procedimento de montagem
 Ligue uma das extremidades de um dos condutores
eléctricos a um dos terminais da fonte e a outra extremidade
do fio a um dos extremos da lâmpada
 Ligue uma das extremidades do segundo condutor eléctrico ao
outro terminal da lâmpada e a outra extremidade do fio a um
dos bornes do interruptor Fig.07:Um circuito simples fonte
autor
 Ligue uma das extremidades do terceiro condutor eléctrico ao
terminal ainda livre do interruptor a outra extremidade do fio
a outra extremidade livre da fonte (veja a fig. 07)

Observação
 Ao fechar o interruptor a lâmpada acende
31

Explicação
 A pilha está carregada com energia eléctrica
 A pilha é como uma bomba (eléctrica)
 Quando o caminho entre os pólos (+ e -) da pilha, a pilha “empurra” a
electricidade através dos fios.
 Quando a electricidade passa no filamento da lâmpada, este aquece e fica
brilhante.

3.1.9- Experiencia 2: Verificação experimental da Lei de Ohm


Material necessário
 1 Uma resistência de 1Ω
 1 Fonte de alimentação
 1 Voltímetro
 1 Amperímetro
 1 Fio condutor
 1 Interruptor
Procedimentos e montagem

 Monta um circuito simples ligando, a


Observe a figura 08
fonte de alimentação a resistência
eléctrica, interruptor e o amperímetro
 Liga o voltímetro aos dois extremos da
resistência
 Aplica ao circuito uma d.d.p. 6 V, através
da fonte de alimentação, e liga o
interruptor
 Regista o valor da corrente marcada pelo
amperímetro Fig. 08 Lei de ohm (fonte autor)

 Aplica uma d.d.p de 6.5. anota


novamente os valores marcados pelo
amperímetro
 Repete o procedimento, impondo agora
ao circuito uma d.d.p de 6.5 V, 7.0V,
7.5V, 8.0V, 8.5V e 9.0V respectivamente
e regista na tabela os valores indicados
32

pelo amperímetro.

Tensão eléctrica U em (V) 6 6.5 7.0 7.5 8.0 8.5 9.0


Corrente eléctrica em (mA)
Quociente U/I
Tabela 1: Variação da tensão eléctrica em função da intensidade da corrente eléctrica

Observação
 O quociente U/I é constante
Explicação
 Para um condutor que se encontra a temperatura constante, a razão entre a d.d.p.
nos extremos e a intensidade da corrente que o percorre não varia, isto é, a
resistência de um condutor é constante. Lei de Ohm

3.1.9-Experiencia 3: Factores que dependem da resistência


Objectivo geral: conhecer factores que dependem a resistência eléctrica

3.2.0- Experiencia 3.1 factor comprimento

Objectivo: Discutir a dependência da resistência eléctrica em relação o


comprimento.
Material Necessário
 Fios de grafite 5cm e 10cm de comprimento
 2 Suportes
 1 Ohmimetro
Procedimentos e montagem
 Monta um circuito semelhante ao da figura 10, Veja a figura 10:
colocando os crocodilos num fio de grafite à uma
distância de 5cm um do outro.
 Coloca o Ohmimetro nos extremos da grafite
primeiro usando o comprimento de 5cm. E registe o
valor indicado pelo aparelho
 Agora retire o fio de grafite de 5 cm substituindo
com o de 10cm, e novamente coloca o ohmímetro
nos extremos da grafite e regista o valor lido pelo Fig. 10 a) com 5cm de comprimento
aparelho.
33

5 10
L (cm)
R (Ω)

Tabela 2:
Dependência da resistência em função do comprimento
b) com 10 cm de comprimento (fonte Autor)

Observação

 A resistência eléctrica aumenta quando se intercala um fio mais comprido


3.2.1- Experiencia 3.2 Factor a área
 Objectivo: Discutir a dependência da resistência eléctrica em relação o
comprimento

Material necessário
 2 Fios de grafite com e 5cm de comprimento.
 1 Ohmimetro
 2 Suportes
Procedimentos e montagem
 Repete a experiência 3.1 usando apenas o comprimento Veja a figura: 10
de 5cm.
 Monta agora o circuito com dois fios de grafite com cerca
de 5cm cada entre os dois crocodilos. A introdução num
dado ponto do circuito de dois condutores com a mesma
secção e igual comprimento, equivale a um único
condutor de secção dupla destes.
 Coloca o ohmímetro nos extremos do fio de grafite como
ilustrado na figura 10.

Fig. 10 Factor área (fonte autor)


2
A (mm ) 1 2
R(Ω)
Tabela 3: Dependência da resistência em função da área
Observação
Neste caso, a resistência eléctrica diminui.
Explicação:
Esta experiência permitiu-nos verificar que:
34

 Para fios de igual secção, quanto mais comprimido for o fio condutor
intercalado, maior dificuldade tem a corrente eléctrica em fluir através dele,
e menor é a intensidade da corrente que percorre-a sua resistência é maior.

R l
=
R l

 Para fios de igual comprimento, quanto mais largo for o fio condutor
intercalado, menos obstáculos oferece à passagem da corrente eléctrica, e
maior é a intensidade da corrente que a percorre-a sua resistência é menor.

R s
=
R s

 Dois condutores com as mesmas dimensões (mesmo comprimento e mesma área


da secção transversal), mas de matérias diferentes, tem necessariamente,
resistências diferentes, porque têm resistividades3 (ρ ¿diferentes.
l
R=ρ×
S

Estas experiências podem ser realizadas usando medição indirecta da o que consiste em
conhecer o valor da tensão e da intensidade eléctrica, depois aplicar a lei de Ohm.

3.2.2- Experiência 3.3: Factor temperatura

Outro factor que determina a resistência eléctrica de um condutor é a temperatura.


Verifica-se experimentalmente que, a medida que um condutor metálico aquece, a sua
resistência eléctrica aumenta. Pode verificar este factor realizando a seguinte
experiência:

Material necessário

 2 Duas velas
 1 Fio de cobre
 Fósforo
 1 Ohmímetro
3
Uma propriedade que define o quanto um material opõe-se à passagem de corrente eléctrica, de forma
que: quanto maior for a resistividade eléctrica de um material, mais difícil será a passagem da corrente
35

Procedimentos e montagem

 Antes de acender a vela meça o valor Observa a figura:


da resistência eléctrica do fio de cobre
 Monta um circuito semelhante o da
figura 11
 Acenda a vela e coloca na posição
como indicada na figura.
 Na medida que a vele vai acendendo
controla o valor indicado pelo
ohmímetro Fig.11 a) O valor da resistência antes de
aquecimento
O Valor da Resistência O valor da Resistência
antes de aquecer o depois de aquecer o
condutor condutor
0,23Ω 0,33Ω

Fig. 11 b) Factor temperatura (fonte autor)


Observação

 Na medida que o condutor é aquecido a sua resistência aumenta.

Explicação

Com a temperatura alta, algumas partículas que fazem parte do meio condutor começam
a vibrar com mais intensidade, e com isso a possibilidade de ocorrer choques entre as
partículas que estão na corrente eléctrica são maiores, o que dificulta a passagem de
cargas eléctricas com facilidade é por isso que acontece o aumento da resistência
eléctrica.

Ao fazer essa experiencia tenha em conta a calibração do instrumento de medida, pois a


resistência do cobre é muito pequena, por isso pode vir a variar na ordem de mil ohm.
Isto indica que para o ohmímetro que está calibrado na escala de ohm e quilo ohm, o
36

ohmímetro pode variar o seus valores, mas isso não indica que a resistência não esta
variar ou pode precisar de uma temperatura muito elevada para variar a sua resistência.

3.2.3- Experiencia 4: associação de receptores em serie

Objectivos: Verificar na prática, as principais características de um circuito-serie.

Antes de fazer esta experiência deve fazer primeiro a experiencia 1, ligando apenas uma
lâmpada.

Material necessário

 1 Fonte de alimentação

 2 Lâmpadas de 6W.

 2 Suportes eléctricos param as lâmpadas

 1 Interruptor

 4 Condutores eléctricos, (crocodilos)

Procedimentos e montagem

 Una os diferentes elementos do circuito que Observa a figura:


pretende montar, conforme ilustra a figura 12.
Tenha cuidado de manter sempre o interruptor
desligado, até terminar a montagem do circuito.
Verifique se as suas ligações estão compatíveis
com a figura.

 Ligue o interruptor e observe o que acontece.

Fig. 12 Associação de receptores em serie


(Fonte: autor)

Observação
37

 As lâmpadas têm menos brilho do que se for uma só, como acontecia na
experiência só com uma lâmpada.
Explicação
 A tensão eléctrica da pilha é distribuída por duas lâmpadas.
 A tensão tem de vencer a resistência das duas lâmpadas, por isso menos cargas
nos fios do que só com uma lâmpada.
Agora desenrosque uma das lâmpadas observem que as duas lâmpadas apagam-se.
Explicação
Quando tira uma lâmpada, a electricidade não pode passar dum pólo para outro, porque
o caminho está aberto.

3.2.4- Experiência 5: Associação de receptores em paralelo


Objectivo: Verificar na prática, as principais características de um circuito-paralelo.
Antes de fazer esta experiência deve fazer primeiro com uma lâmpada.
Material necessário
 Fonte de alimentação
 2 Duas lâmpadas iguais de 6 Volt
 2 Suportes eléctricos param as lâmpadas
 1 Interruptor
 5 Fios condutores
Procedimentos e montagem

 Faça as ligações ilustradas na figura 13 e Observa a figura:


monte o circuito. Observe atentamente as
ligações efectuadas. Mantenha sempre o
interruptor desligado, até ter a certeza de
que procedeu correctamente.
 Ligue o interruptor e observe.

Fig. 13 Associação dos receptores em


paralelo (fonte autor)

Observação
38

 As duas lâmpadas têm o mesmo brilho que tinha uma lâmpada na experiência só
com uma lâmpada
Explicação
 A mesma tensão eléctrica da pilha é aplicada a cada uma das lâmpadas. Por isso,
a electricidade que passa numa lâmpada tem o mesmo valor que na outra.
Agora desenrosque umas das lâmpadas e observe:
 Essa lâmpada apaga-se mas a outra fica acesa.
Explicação
 A lâmpada apaga-se porque o caminho para a electricidade passar está aberto. A
outra lâmpada fica acesa porque o caminho para a electricidade está fechado.
3.2.5- Experiência 6: Associação de resistência em misto
Objectivo: Verificar na prática, as principais características de um circuito misto.
Material necessário
 Fonte de alimentação
 3 Duas lâmpadas iguais de 6W
 4Suportes eléctricos param as lâmpadas
 1 Interruptor
 6 Fios condutores
Procedimentos e montagem
 Faça as ligações ilustradas na figura e Observe a figura:
monte o circuito. Observe atentamente as
ligações efectuadas. Mantenha sempre o
interruptor desligado, até ter a certeza de
que procedeu correctamente.
 Ligue o interruptor e observe.

Fig. 14: Associação mista de receptores


(fonte autor)

Observação
A lâmpada 1 tem mais brilho do que as outras duas lâmpadas
Explicação
39

O circuito misto é constituído por um circuito serie e um circuito paralelo, o que quer
dizer o seu funcionamento usa fundamentos desses dois circuitos.

Medição de grandezas eléctricas


Circuito-Serie
 Comprovar experimentalmente as propriedades conhecidas da associação de
resistores em serie que são as seguintes: a tensão total aplicada ao circuito; a
corrente eléctrica e a resistência total
3.2.6- Experiência 7: Medição da diferença de potencial numa associação
resistências em serie
Material necessário
 1 Fonte de alimentação
 2 Resistência de 2KΩ.
 1 Interruptor
 4 Condutores eléctricos, (crocodilos)
 2 Voltímetros
Procedimentos e montagem
 Una os diferentes elementos do circuito que Observa a figura:
pretende montar, conforme ilustra a figura
15 impondo uma d.d.p de 6V. Tenha
cuidado de manter sempre o interruptor
desligado, até terminar a montagem do
circuito. Verifique se as suas ligações estão
compatíveis com a figura.
 Intercala os voltímetros nos extremos das
resistências um de cada resistência.
Fig. 15 a) o valor da d.d.p na resistência
 Ligue o interruptor e resiste os valores na 1
tabela.

Tensão nos d.d.p na R1 d.d.p na R2


pólos da fonte

Tabela 04: Medição de d.d.p num circuito série


40

Fig.15 b) o valor da d.d.p na


resistência 2

O que se observa?
A diferença de potencial nos pólos da fonte é diferente da diferença de potencial medida
entre terminais de cada resistência. Mas precisamente é igual à soma das diferenças de
potencial nos terminais das duas resistências
Explicação
Sempre que se tenha vários receptores ligados em serie num circuito, a diferença de
potencial entre os extremos dessa associação de receptores é igual à soma das quedas de
tensão nos extremos de resistências associadas.
U Total =U R 1 +U R 2+ …+U R n
3.2.7- Experiência 8: Medição da intensidade da corrente numa associação
resistências em serie
Material necessário
 Fonte de 6 Volt
 2 Resistências iguais de 2KΩ
 1 Interruptor
 1 Fio condutor
3.2.8- Experiência 8.1 Para circuito simples (apenas com uma resistência)
Procedimentos e montagem
 Monta um circuito simples com uma tensão Observa a figura:
de 6V, uma resistência e um amperímetro.
Veja a figura 16 a
 Fecha o circuito e regista a intensidade da
corrente marcada no amperímetro (A).
 Abre o circuito e instala o amperímetro
noutro qualquer ponto do circuito. (Observa
a fig. 16b )
 Fecha o circuito e regista de novo o valor Fig. 16 Medição da intensidade da
marcado pelo amperímetro. corrente eléctrica apenas com uma
resistência

Observação:
 Amperímetro indica o mesmo valor da intensidade da corrente electrica
41

Explicação
 Qualquer que seja a posição do amperímetro num circuito serie ele lê sempre
a mesma intensidade da corrente. Lembre-se para o circuito série tem a

U Total U
relação: I1=I2=….In=Itoatal=I I total=I = I n=I = n
R Total Rn
3.2.9- Experiencia 8.2: Com duas resistências
 Abre novamente o circuito e instala uma Obesrva a figura:
outra resistência em serie com a primeira
(experiencia 9.1) mantém o amperímetro
na mesma posição da experiência
anterior.
 Fecha o circuito, regista o valor da nova
intensidade da corrente
 Desliga o circuito e muda a posição do
Fig. 17 Medição da intensidade da corrente
amperímetro. Pode coloca-lo, por
eléctrica num circuito serie
exemplo entre as lâmpadas. (Observe a
figura. 17)

Observação:
 À medida que o número de receptores aumenta num dado circuito-serie, a
intensidade da corrente diminui.
Explicação
 No caso das experieeencia proposta verifica-se que o valor da intensidade da
corrente diminui à medida que o numero de resistências instaladas aumenta, o
que indica que a energia disponibilizada para cada uma delas também diminui.
Neste caso se pretendêssemos maior intensidade da corrente eléctrica, teríamos
de aumentar a diferença de potencial.
 Qualquer que seja a posição do amperímetro num circuito serie ele lê sempre a
mesma intensidade da corrente. Lembre-se para o circuito série tem a relação:

U Total U
I1=I2=….In=Itoatal=I I total=I = I n=I = n
R Total Rn
3.3.0- Experiencias 09: Medição das resistências eléctrica, numa associação de
receptores em serie
Material necessário
42

 3Resistores uma de 1 KΩ e duas de 2KΩ


 3 Fios de ligação
 1 Ohmímetro
 1 Fonte de alimentação
 1 Amperímetro
 1 Voltímetro
Procedimentos e montagem
 Conecte os resistores R1 e R2 e R3 Observe a figura:
com os cabos de ligação. Observe a
figura.
 Ligue 1º o Ohmímetro nos extremos
da R1, depois nos extremos da R2 e
finalmente nos extremos da R3,
resiste os valores marcados pelo
ohmímetro na tabela.
 Agora ligue o ohmímetro entre
terminais da R1 e R3 e compare os Fig. 18 Medição da resistência eléctrica num
resultados. circuito Serie

R1 R2 R3 R1à R3

Tab. 5 Medição da resistência eléctrica num


circuito Serie.

 O somatório dos valores indicados e cada resistência é igual ao valor lido pelo
ohmímetro quando intercalado nos extremos de R1 á R3
Explicação
 A resistência total ou equivalente de uma associação em serie é igual a soma das
resistências associadas.
RT =R1 + R2 + R3 …+ Rn
Esta experiência, pode ser realizada e chegar-se aos mesmos resultados, usando
medição indirecta da resistência eléctrica, que consiste em conhecer o valor da
tensão total e da intensidade que circula no circuito.
Duma forma geral para o circuito-serie temos:
 A intensidade de corrente que passa por todos os condutores num dado instante é
a mesma.
43

I1=I2=….In=Itoatal=I
 A diferença de potencial nos extremos da associação em serie (Utotal) es igual a
soma das quedas de tensão nos extremos das resistências associadas (U1,
U2……, Un).
U total =U 1+U 2+ …+ U n
 A resistência total ou equivalente da associação (RT) é igual a soma das
resistências associadas.
RT =R1 + R2 +…+ R n

Circuito-Paralelo
Comprovar experimentalmente as propriedades conhecidas da associação de resistores
em paralelo que são as seguintes: a tensão total aplicada ao circuito; a corrente eléctrica
e a resistência total
3.3.1- Experiencia10: Medição da diferença de potencial num circuito Paralelo
Material necessário
 Fonte de alimentação
 2 Duas resistências de 2 KΩ
 1 Interruptor
 5 Fios condutores
 2 Voltímetros
Procedimentos e montagem
 Faça as ligações ilustradas na figura 19 e Observa a figura:
monte o circuito, aplicando ao circuito
uma d.d.p de 7.8V. Observe atentamente
as ligações efectuadas. Mantenha sempre
o interruptor desligado, até ter a certeza
de que procedeu correctamente.
 Ligue o interruptor e observe.
 Ligue os Voltímetros em cada extremo
das resistências associadas. Fig 19 Medição da d.d.p num circuito
paralelo

Observação
 Os dois voltímetros lêem o mesmo valor
44

Explicação
Neste caso, a energia disponibilizada para cada o circuito exterior devido à diferença de
potencial nos seus extremos é sempre a mesma, qualquer que seja o número de
resistências intercaladas.
U 1=U 2=U 3 … .=U n
3.3.2- Experiencia 11: Medição da intensidade da corrente num circuito Paralelo
Material necessário
 1 Fonte de alimentação
 2 Duas resistências de 2 KΩ
 1 Interruptor
 5 Fios condutores
Procedimentos e montagem
 Faça as ligações ilustradas na figura e Observe a figura:
monte o circuito impondo uma d.d.p de
6V. Observe atentamente as ligações
efectuadas. Mantenha sempre o
interruptor desligado, até ter a certeza
de que procedeu correctamente.
 Liga em serie o amperímetro e a
associação das duas resistências (veja a
figura)
 Fecha o circuito e regista a intensidade Fig. 20 Medição da intensidade num circuito
da corrente no circuito principal. paralelo
Observação
Se compararemos a intensidade da corrente no
circuito principal com aquela registada quando
o mesmo circuito é instalado em serie,
verificamos que esta é maior no circuito-
paralelo
 Abre o circuito e instala o amperímetro
junto a uma das resistências, de acordo
com a figura 20 b
 Fecha de novo o circuito e regista a
intensidade da corrente que atravessa Fig. 20b) medição da intensidade num
45

essa resistência circuito paralelo.

Observação
A intensidade da corrente que atravessa a resistência é menor que a intensidade da
corrente que percorre o circuito principal.
Abre o circuito novamente e liga o amperímetro junto à outra resistência. Volta a fechar
o circuito e regista, de novo, a intensidade da corrente.
Observação
Também agora o valor da intensidade da corrente é inferior à que percorre o circuito
principal.
I ∘. principal I R1 I R2

Tab. 6 Medição da intensidade eléctrica num circuito Paralelo


Explicação
A experiência permite verificar que a intensidade da corrente eléctrica em qualquer
derivação de um circuito paralelo é inferior à intensidade da corrente que percorre o
circuito principal.
I derivacao < I circuitoprincipal
Verifica-se ainda que se somarmos os valores das intensidades da corrente das
derivações obteremos o valor da intensidade da corrente que percorre o circuito
principal.
I total=I 1+ I 2
3.3.3 Experiência 12:Medição da resistência eléctrica num circuito Paralelo
Material necessário
 3 Resistências uma de 1 KΩ e duas de 2KΩ
 3 Fios de ligação
 1 Ohmímetro
 1 Fonte de alimentação
 1 Amperímetro
 1 Voltímetro
Procedimentos e montagem
 Liga três resistências em paralelo como Observe a figura:
ilustrado na figura
46

 Intercala o ohmímetro primeiro nos


extremos da resistência R1, depois nos
extremos da resistência R2 e finalmente
nos extremos da resistência R3.
 Agora intercala o ohmímetro nos
extremos do circuito e regista os valores
na tabela.
R1 R2 R3 Rextremos Figura 21- medição da resistência num
circuito paralelo. (fonte autor)
Tab. 6. Medição da resistência eléctrica num circuito
Paralelo.

Observação
 O inverso da resistência total ou equivalente (R T) é igual a soma dos inversos das
resistências associadas.
 Numa associação de resistência em paralelo O inverso da resistência total ou
equivalente (RT) é igual a soma dos inversos das resistências associadas.
1 1 1 1
= + +…+
R P R 1 R2 Rn
Para circuito paralelo constata-se que:
 Todas resistências estão submetidas a mesma queda de tensão nos extremos da
associação.
U 1=U 2=…=U n. U T =RT . I T U n=Rn . I n
 A intensidade da corrente que percorre a associação I Té igual a soma da intensidade das
correntes que atravessam as diferentes resistências associadas.
I T =I 1 + I 2 …+ I n
 O inverso da resistência total ou equivalente (R T) é igual a soma dos inversos das
resistências associadas.
1 1 1 1
= + +…+
R P R 1 R2 Rn
Esta experiência, pode ser realizada e chegar-se aos mesmos resultados, usando
medição indirecta da resistência eléctrica, que consiste em conhecer o valor da tensão
total e da intensidade que circula no circuito e depois aplicar a lei de Ohm.
3.3.4- Aspectos gerais
As experiências realizadas mostram-nos diferenças importantes entre cicruitos-serie e os
circuitos-paralelo.
47

 Quanto mais receptores estiverem instalados em série, mais difícil se torna a


passagem da corrente eléctrica por todos eles: a intensidade da corrente diminui
cada vez mais, se um avariar, não há corrente eléctrica.
 Quanto mais receptores estiverem instalados em paralelo, mais facilmente a
corrente eléctrica percorre o circuito exterior e a intensidade da corrente
aumenta. Havendo uma avaria num dos receptores, a corrente continuará a
circular pelos outros receptores instalados

3.3.5- Experiencia 13: Condutibilidade eléctrica


Objectivo
 Observar e classificar a condutibilidade eléctrica nos materiais sólidos e
líquidos.
Material necessário
 1 Lâmpada
 1 Interruptor
 Fios de ligação
 1 Fonte de alimentação
 Fio de cobre
 1 Vara de madeira
 1 Vaso com plantas
 Agua salgada
 Água pura
Procedimentos e montagem
 Monta um circuito, impondo uma d.d.p de 6 Observe a figura:
V, um interruptor e uma lâmpada, (veja a
figura 21).
 Numa parte do circuito introduz um prego e
liga o interruptor
 Abre o circuito e instala no lugar do lugar do
prego, uma vara de madeira. Verifica, para
cada uma das situações, se há ou não
passagem de corrente.
Fig. 21 a) Usando o prego
 Vai anotando num quadro as tuas
observações.
48

Materiai Conduz a Não conduz a


s corrente corrente
eléctrica eléctrica
Ferro X
Madeira X
Condutibilidade eléctrica nos sólidos
 Em seguida, monta novamente o circuito
conforme monstra a figura 22 a)
Fig. 21 b) Com vara da madeira não
 Deita água açucarada no vaso e verifica se há
conduz
ou não passagem da corrente eléctrica

 Abre o circuito e substitui a água açucarada,


com água salgada
 Regista novamente se há ou não a passagem
da corrente.

Materiais Conduz a Não conduz a Fig. 22 a) agua açucarada não

corrente corrente eléctrica conduz

eléctrica
Agua X
açucarada
Agua X
salgada
Condutibilidade eléctrica nos líquidos

Fig. 22 b) agua salgada conduz

Observação;
O ferro e água salgada conduzem a corrente eléctrica e madeira e agua pura não
conduzem a corrente

Condutores são os materiais como o ferro, aço, o cobre, a grafite, agua salgada, agua da
torneira, a solução do sulfato de cobre, etc.

De um modo geral, todos os metais são bons condutores eléctricos, bem como as
soluções aquosas de sais como o cloreto de sódio (sal da cozinha), o sulfato de cobre ou
iodeto de zinco. Para alem de soluções aquosas de sais, existem ainda outros materiais
49

líquidos, em cuja composição participam partículas electricamente carregadas, que


quando introduzidas num circuito eléctrico, se movimentam de acordo com as
respectivas cargas, permitido assim a passagem de corrente eléctrica.

Os não condutores são todos materiais que, como o próprio nome indica, não se deixam
atravessar pela corrente eléctrica. Entre eles estão a madeira, o plástico, o vidro, o ar
seco, a porcelana, água pura, a lã, etc., sendo alguns destes materiais utilizados no
revestimento de aparelhos eléctricos e fios de ligação, precisamente porque tem
características isoladoras.
50

Capitulo: IV

Considerações Finais
Como vimos ao longo do trabalho que o uso de experiências no ensino de Física
desempenha um papel importante na aprendizagem do aluno. Assim sendo é evidente
que, a disciplina de Física não deveria ser desenvolvida apenas de forma teórica, mas
sempre apoiada em um conjunto de aulas práticas que induzam ou aprimorem os
conceitos básicos trabalhados.

Porém, alguns professores tem percepções que para realizar uma experiências precisa de
equipamentos modernos e laboratórios apropriados Entretanto o professor deve entender
que, uma actividade experimental, que permite a manipulação de materiais pelos alunos
ou uma demonstração por parte do professor, nem sempre esta associada a um aparato
experimental sofisticado. Portanto, neste trabalho através do kit proposto, mostrou-se
que é possível realizar actividades experimentais usando material alternativo

O kit proposto não significa que seja o único recurso que o professor pode usar para
ensino experimental, outros recursos também podem serem usados desde que sejam
adequados e que permitam atingir os objectivos previamente traçados, pois nem todos
recursos dão bons resultados.
51

4.1- Conclusões

O ensino actual de Física tem-se resumido à memorização de fórmulas e sua aplicação


na resolução de exercícios, evidenciando-se mais a questão do aluno desenvolver
habilidades matemáticas, o que implica, que, o aluno que tem problemas em
Matemática também acaba tendo problemas em Física. Portanto, esta forma de conceber
o ensino, distancia-se do quotidiano do aluno, pois, quando o ensino é assim
direccionado, pode se considerar insignificante onde o aluno é escravo da ideia do
professor não dando lhe espaço para uma reflexão do conhecimento adquirido na sala de
aula com o que vivencia no seu dia-a-dia.

Na tentativa de evitar que o aluno aprenda apenas na imaginação e memorização dos


conteúdos, foi proposto neste trabalho um kit de experiências que teve como objectivo,
avaliar a sua contribuição no ensino de Física para aprendizagem dos conceitos físicos
da electricidade para alunos da 10ª classe, como vimos ao longo do trabalho que as
aulas experimentais desempenham um papel importante para aprendizagem do aluno.

Portanto, a análise das acções e manietações comportamentais das alunas envolvidas


durante o estudo permitiu concluir que quando são aplicadas metodologias que envolve
a manipulação de instrumentos os alunos abandonam a postura passiva e mostram-se
interessados em aprender, desta feita pode-se afirmar que o kit atingiu os objectivos
previamente traçados.
52

4.2 SUGESTÕES
Pelos resultados obtidos, parece ao autor que seria relevante um futuro estudo comuma
amostra suficientemente alargada para permitir a generalização dos resultados
daimplementação deste vídeo bem como o seu melhoramento ao nível da qualidade
deimagens e som e ao nível de alinhamento dos conteúdos. Atendendo a que neste
estudo se elaborou um vídeo apenas para os conteúdos da 10ªclasse na unidade II é
pertinente pensar-se na possibilidade de se fazer o mesmo tipode estudo para outros
níveis e unidades temáticas dentro do SNE.
53

4.2- Referencias bibliográficas

DALFOVO, Michael Samir-Métodos qualitativos e quantitativos: um resgate teórico. Revista


Interdisciplinar Cientifica Aplicada

GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista de


Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p. 57-63, abril 1995

IGA, Ivanilda& OLIVEIRA, Odisséa Boaventura de-A experimentação nas pesquisas


sobre o ensino de Física: fundamentos epistemológicos e pedagógicos

JUNIOR, Fernando Machaze Darcanhe- o ensino da óptica no nível básico: Uma


proposta de ensino baseado em experimentação

MOREIRA, Ana Cláudia S. -Sobre as propostas de utilização das actividades


experimentais no ensino de física

MORESI, Eduardo, Metodologia da Pesquisa, Universidade Católica de Brasília –


Ucb (2003)

NASCIMENTO,Tiago Lessa do- Repensando o ensino da física no ensino médio


PAIVA, Stelio Adriano Aplicação de Software Circuit Construction kit no Ensino e
Aprendizagem de circuitos eléctricos.
PILETTI, Claudino, Didáctica Geral, 23ª edição, São Paulo, editora Ática, 2002.

RAMALHO, Marta Duarte et al Ciências Fisico-Quimicas 8º ano << No mundo em


transformação>> Lisboa

REBUGE, José António Guedes, O Trabalho Experimental nas aulas de Física e


Química Concepções e práticas dos professores nas escolas secundárias de São Miguel
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ROSITO, B. A. O Ensino de Ciências e a Experimentação. In: MORAES, R. (org.).


Construtivismo e Ensino de Ciências: Reflexões Epistemológicas e Metodológicas. Porto
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SANTOS, Jenison Ferreira dos e Weimar CASTILHO, Silva O laboratório de física nas escolas
publicas de ensino médio de palmas –Tocantins, Brasil, (2010)
54

SARAIVA, Margarida, Repensando o papel do trabalho experimental, na


aprendizagem da física, em sala de aula – um estudo exploratório
SHEID, Neusa John e tal, O Ensino de Ciências e a Experimentação, seminário de pesquisa
Brazil, 2012
SIMÕES DA COSTA, Sandra Margarida Lopes- proposta de um kit básico de
actividades experimentais de física e de química para O 1º ciclo do ensino básico

SPESSATO, José António. -O aprendizado de conceitos físicos de electricidade


presentes nos electrodomésticos, por meios de kits.

TAVARES, Elcio Correia de Souza-experimentos de física utilizando materiais de


baixo custo
55

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