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Brasília, DF
2013
Francisco Júnio de Lima Liberal
Brasília, DF
2013
Francisco Júnio de Lima Liberal
Medidas de Potência e Energia em Atividades Físicas por Meio de Sensores
Inerciais/ Francisco Júnio de Lima Liberal. – Brasília, DF, 2013-
63 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.
CDU 02:141:005.6
Francisco Júnio de Lima Liberal
Brasília, DF
2013
Resumo
Atualmente em academias, alguns exercícios físicos são realizado de tal forma que não é
possível obter dados precisos de leituras de gasto calórico e potencia, limitando-se assim
o controle e avaliação das atividades físicas executados. Levando em consideração esse
problema este trabalho de conclusão de curso apresenta uma alternativa de obtenção de
biofeedbacks em tempo real, utilizando uma solução baseada no uso de sensores inerci-
ais, em conjunto com um software de interface com o usuário destinado a computadores
pessoais. Devido a limitações presente em tais sensores, torna-se necessário a busca de
algoritmos de fusão sensorial adequados a aplicação em tempo real, assim como a limi-
tação dos exercícios a serem executados para um conjunto em quais existe a realização
de movimentos repetitivos. Portanto, também é necessário uma análise biomecânica e
modelagem matemática de tais atividades.
Figure 1 – Eletrogoniômetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figure 2 – Obtenção da orientação no sistema de coordenada B (MADGWICK,
2010) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figure 3 – Representação em diagrama de blocos do algoritmo de Madgwick, que
combina dados da IMU com sensores de campo magnético para esti-
mativa de atitude . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figure 4 – Levantamento lateral com halteres e diagrama vetorial . . . . . . . . . 34
Figure 5 – Representação do angulo entre a velocidade tangencial e a força peso . 35
Figure 6 – Print da primeira versão do aplicativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figure 7 – Coleta de dados comparativos, entre o sistema implementado e eletro-
goniômetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figure 8 – Dados sujeito 1 - período longo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figure 9 – Dados sujeito 1 - período curto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Figure 10 – Dados sujeito 2 - período longo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Figure 11 – Dados sujeito 2 - período curto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figure 12 – Plotagem dos dados para o primeiro exercício . . . . . . . . . . . . . . 54
Figure 13 – Plotagem dos dados para o segundo exercício. . . . . . . . . . . . . . . 55
List of Tables
Table 1 – Variação de angulo pico à pico para 𝜃 e 𝜑 e sua diferença, para a série
realizada pelo sujeito um, com períodos de repetição longos . . . . . . . 50
Table 2 – Variação de angulo pico à pico para 𝜃 e 𝜑 e sua diferença, para a série
realizada pelo sujeito um com períodos de repetição curtos . . . . . . . 51
Table 3 – Variação de angulo pico à pico para 𝜃 e 𝜑 e sua diferença, para a série
realizada pelo sujeito dois com períodos de repetição longos . . . . . . . 52
Table 4 – Variação de angulo pico à pico para 𝜃 e 𝜑 e sua diferença, para a série
realizada pelo sujeito dois com períodos de repetição curtos . . . . . . . 53
Table 5 – Coeficientes de correlação para cada um dos experimentos . . . . . . . . 53
Table 6 – Valores máximos e mínimos dos dados para o primeiro exercício . . . . . 54
Table 7 – Valores máximos e mínimos dos dados para o segundo exercício . . . . . 55
Contents
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
I INTRODUÇÃO 17
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.1.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 23
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1 Tecnologias Eletrônicas Aplicadas a Prática Esportiva . . . . . . . . 25
2.1.1 Tecnologias Contemporâneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2 Biomecânica e Unidade de Medida Inercial . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.2.1 Biomecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2.2 Unidades de Medida Inercial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2.2.1 Acelerômetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.2.2.2 Giroscópio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.3 A Goniometria no Contexto das Ciências Médicas . . . . . . . . . . . 28
2.3.1 Goniometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.3.2 Goniômetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.4 Fusão de Sensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.4.1 Quaternions . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.5 Algorítimo de Madgwick . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.6 Algorítimo Proposto para Obtenção de Potência e Energia Uti-
lizando IMU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3 MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.1 Descrição do Hardware . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.1.1 Arduino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.1.2 MPU-9150 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.2 Descrição do Software . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.2.1 Descrição Software embarcado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.2.2 Descrição do aplicativo Java . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.3 Métodos Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.3.1 Obtenção de dados para o teste comparativo . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.3.1.1 Protocolo experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.3.1.2 Dados dos sensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.3.2 Obtenção de dados de estimativas de energia mecânica e potência . . . . . 44
3.3.3 Análise dos dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.3.3.1 Pré-processamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.3.3.2 Correlação cruzada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
IV RESULTADOS E DISCUSSÃO 47
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.1 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.1.1 Resultados teste comparativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.1.2 Resultados estimativas de energia e potência . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.2 Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
V CONCLUSÃO 59
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.1 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.2 Propostas para Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
BIBLIOGRAPHY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
15
Apresentação
Introdução
19
1 Introdução
cional, sendo adequado a aplicações em tempo real em plataformas com menos recursos.
Devido a limitações dos sensores inerciais, é necessário analises biomecânicas, dos
exercícios a serem avaliados, para a criação de modelos matemáticos da dinâmica das
atividades físicas, para serem utilizada em conjunto com o algorítimo de fusão de sensores,
maximizando a qualidade dos dados a serem obtidos. Essa necessidade se dá, devido a
inexistencia, até o presente momento, de algorítimos em tempo real para a obtenção
de dados de transladação, utilizando sensores inerciais micro-eletromecânicos, devido ao
grande drift que é obtidos nas leituras do acelerômetro.
A solução proposta nesse trabalho, é a implementação de um dispositivo eletrônico
que funciona como um goniômetro eletrônico, para a obtenção dos dados necessários para
estimar a potencia e energia em atividades físicas, mais especificamente na musculação.
Tal solução, também pode ser utilizada para obtenção de outros parâmetros, que podem
ser utilizados no campo da fisioterapia e educação física.
1.1 Objetivos
Fundamentação Teórica
25
2 Fundamentação Teórica
∙ GPS: Utiliza 24 satélites e estações em terra como pontos de referencia para cal-
cular posições geográficas e rastrear com precisão uma atividade específica. Por
exemplo, um GPS portátil, fornece informações sobre altitude, distancia tempo e
velocidade média durante caminhadas. GPSs podem ser utilizados em conjunto com
acelerômetros para avaliar e monitorar atividades físicas.
∙ Video Games Interativos: Jogos como Wii Sports th , Wii Fit TM , Dance Dance
Revolution TM , Kinect Sports TM , foram projetados para envolver o jogador, estudos
mostram que esses jogos aumentam o gasto energético a podem produzir benefícios
para a saúde. Vários centros esportivos, escolas e senior centers americanos estão
oferecendo jogos interativos para promover a disseminação de atividades físicas entre
crianças, adolescentes e idosos.
do exercício, assim como algoritmos capazes de obter valores mais precisos com a junção
dos dados dos sensores utilizados.
2.2.1 Biomecânica
A a biomecânica é a ciência, derivada das ciências naturais, que se ocupa das
análises físicas de sistemas biológicos. Ela visa por meio dos conceitos da física clássica,
analisar e compreender os complexos movimentos realizados pelo corpo humano(UNESCO,
2013). Parâmetros biomecânicos podem ser obtidos em qualquer movimento realizado pelo
corpo humano, como por exemplo o comprimento da passada ao caminhar, ou na angu-
lação dos movimentos ao se alongar.
Por meio das diferentes metodologias de análise da biomecânica (antropometria,
cinemática, dinamometria, simulação computacional, modelagem muscular e eletrofisiolo-
gia), o principal objetivo é estudar os padrões de movimento esportivos, em busca da
otimização do processo de aprendizado e os resultados, assim como diminuir o risco de
lesões. (UNESCO, 2013)
2.2.2.1 Acelerômetro
2.2.2.2 Giroscópio
2.3.1 Goniometria
A goniometria é a disciplina que se encarrega de estudar a medição dos ângulos e
é utilizada nos mais diversos campos do conhecimento. Nas ciências médicas, é utilizada
para a medição dos ângulos criados pela interseção dos eixos longitudinais dos ossos ao
2
Força nomeada em homenagem a o cientista e engenheiro francês G.G. de Coriolis(1792-1842), a
qual causa uma aceleração aparente que ocorre em um sistema referencial rotativo e é proporcional a
velocidade angular do mesmo (NASIR, 2010)
2.4. Fusão de Sensores 29
2.3.2 Goniômetro
O goniômetro é o principal instrumento para medição de ângulos no sistema os-
teoarticular (GONIOMETRíA. . . , 2007). Existem goniômetros analógicos, que é um dis-
positivo barato e fácil de se utilizar, o qual é composto basicamente por dois braços, um
fixo e outro móvel, se trata basicamente de um transferidor que uma faixa de variação de
180. Também há versões mais sofisticadas de tal equipamento, no caso o eletrogoniômetro,
que são dispositivos de alto custo, o qual registram dinamicamente as variações de ân-
gulo na tela do computador, por meio de um software. Na figura 2.3.2 é mostrado um
eletrogoniômetro.
Figure 1 – Eletrogoniômetro
2.4.1 Quaternions
Uma das soluções possíveis para a orientação rotacional é a utilização dos ângulos
de Euler, porém abordagens utilizando tal técnica estão limitadas pelo fenômeno con-
30 Chapter 2. Fundamentação Teórica
hecido como Gimball Lock 3 , onde onde se há perda de graus de liberdade. Para contornar
tal problema, uma analise por meio da utilização de quaternions pode ser utilizada.
Um quaternion é um número hipercomplexo quadridimensional que pode ser uti-
lizado para representa a orientação de um corpo rígido ou de um sistema de coordenadas
espacial tridimensional(NADA, a). Um quaternion é geralmente definido por:
𝑞¯ = 𝑞0 + 𝑞1 i + 𝑞2 j + 𝑞3 k = [𝑞0 𝑞1 𝑞2 𝑞3 ]; (2.1)
i2 = j2 = k2 = −1; (2.2)
ij = k jk = i ki = j (2.3)
ji = -k kj = -i ik = -j (2.4)
𝐴 𝜃 𝜃 𝜃 𝜃
𝐵𝑞^= [𝑞0 𝑞1 𝑞2 𝑞3 ] = [𝑐𝑜𝑠 𝑠𝑖𝑛 𝑠𝑖𝑛 𝑠𝑖𝑛 ] (2.5)
2 2 2 2
O quaternio conjugado, representado por "*", pode ser usado para permutar os
sistemas de coordenadas relativos descritos por uma orientação. Por exemplo, 𝐵
𝐴𝑞^é o
3
Uma explicação sobre a utilização dos ângulos de Euler e do fenômeno de Gimball Lock disponivel
em (PERUMAL, 2011)
2.5. Algorítimo de Madgwick 31
𝐴 𝜃 𝜃 𝜃 𝜃
𝐵q^ = [𝑞0 𝑞1 𝑞2 𝑞3 ] = [𝑐𝑜𝑠 − 𝑠𝑖𝑛 − 𝑠𝑖𝑛 − 𝑠𝑖𝑛 ] (2.6)
2 2 2 2
Um vetor tridimensional pode ser rotacionado por um quaternion, a partir da
relação representada pela eq.2.7 (??). Onde A𝑣 e B 𝑣 , são o mesmo vetor representados
em sistemas de coordenadas diferentes, onde o primeiro elemento de ambos é adicionado
0, para formarem vetores quadridimensionais.
𝐵 𝐴𝐴 *
v =𝐴 ^ ⊗ v𝐵
𝐵 q ^ ;
𝐵q (2.7)
A operação de rotação, realizada pela eq.2.7 , pode ser representada pela multi-
plicação da matriz de rotação, definida pela equação 2.8(KUIPERS, 1999), por um vetor
no sistema de coordenadas em A.
⎛ ⎞
2𝑞 2 − 1 + 2𝑞22 2(𝑞1 𝑞2 + 𝑞1 𝑞4 ) 2(𝑞2 𝑞4 − 𝑞1 𝑞3 )⎟
⎜ 1
𝐴
𝐵𝑅 = ⎜ 2(𝑞2 𝑞3 − 𝑞1 𝑞4 ) 2𝑞12 − 1 + 2𝑞33 2(𝑞3 𝑞4 + 𝑞1 𝑞2 )⎟ (2.8)
⎜ ⎟
⎝ ⎠
2(𝑞2 𝑞4 + 𝑞1 𝑞3 ) 2(𝑞3 𝑞4 − 𝑞1 𝑞2 ) 2𝑞12 − 1 + 2𝑞42
∙ Computacionalmente barato;
Levando em consideração a figura 2.6 a equação 2.9 , pode ser reescrita da seguinte
34 Chapter 2. Fundamentação Teórica
forma:
Δ𝜃 𝜃𝑘 − 𝜃𝑘−1
| 𝜔(𝑡) | = 𝜔𝑘 = = (2.11)
Δ𝑡 𝑡𝑘 − 𝑡𝑘−1
𝜋
𝜑𝑘 = 𝜃𝑘 + (2.14)
2
𝑘 𝑘 𝑘
∑︁ ∑︁ Δ𝜃 𝜋 ∑︁ 𝜋
𝐸𝑘 = 𝑃𝑘 Δ𝑡 = (𝑚𝑅𝑔 cos (𝜃𝑘 + )) = 𝑚𝑅𝑔 cos (𝜃𝑘 + )Δ𝑡 (2.15)
𝑘0 𝑘0 Δ𝑡 2 𝑘0 2
Part III
Materiais e Métodos
39
3 Materiais e Métodos
3.1.1 Arduino
O Arduino utilizado é uma placa baseada no microprocessador ATmega328, é
uma das diversas placas disponíveis oferecidas pela plataforma Arduino de prototipagem
eletrônica open-soucer. O microcontrolador presente na placa pode é programado uti-
lizando a linguagem de programação Arduino e o ambiente de desenvolvimento que re-
cebe o mesmo nome. Um dos motivos da escolha desta plataforma de prototipagem, é
sua facilidade e flexibilidade de utilização, a sua grande, a possibilidade de programar
utilizando comandos presente nas linguagens C e C++ e sua vasta comunidade on-line,
que possibilita maior facilidade na resolução de problemas e também proporciona dicas
e criticas para a implementação de projetos diversificados utilizando placas Arduino. O
hardware da placa Arduino Uno, é composta por um 14 pinos de entrada e saida, funciona
a uma frequência máxima de 16 MHz e possui conexão USB com o computador, com o
qual é possivel fazer o upload do software gerado para a placa ou comunica-se de forma
serial com o computador.
3.1.2 MPU-9150
A MPU-9150, contém dois sensores inerciais MEMs de três eixos cada, um acel-
erômetro e um giroscópio em conjunto com um magnetômetro triaxial em um único chip.
A IMU comunica-se com o microprocessador a partir do protocolo de comunicação I2C em
uma frequência de 400kHz. Uma das vantagens desta IMU, é a existência da DMP1 uma
unidade processamento digital-onchip inclusa no chip MPU-6050, a qual pode realizar o
pré-processamento dos dados dos sensores, como filtragens, diminuindo assim a carga de
processamento necessária do processador host, assim proporcionando melhor desempenho
40 Chapter 3. Materiais e Métodos
𝐺𝑑𝑖𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐𝑜 |Δq|
𝛽𝑑𝑖𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐𝑜 = 𝛽𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑜 + (3.1)
𝛽𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑜
Para implementação de uma interface com o usuário foi escolhida a plataforma open
source de desenvolvimento Processing, a qual se baseia na linguagem de programação Java
e possibilita or meio de comandos simples a implementação de interfaceamento gráfico.
Além disso, parte do processamento dos dados é feito utilizando o Processing, devido a
alta carga de processamento no microcontrolador.
Os objetivos do aplicativo para PC são:
∙ Ajustar à IMU ao braço utilizando uma luva e fitas adesivas, para garantir que não
sairá da posição durante a execução do exercício;
∙ Antes de iniciar o exercício, deve-se garantir que os arquivos de saída foram config-
urados corretamente contendo informações que possibilitem a definição da pessoa
que realizou o exercício e sob qual cadência.
3.3. Métodos Experimentais 43
∙ Deve-se informar ao individuo que realiza o teste que mantenha o braço esticado
até que a amostragem inicie, para não afetar nas estimativas iniciais da solução com
IMU.
∙ Cada individuo ira realizar duas séries de exercício, um com períodos de repetição
mais curtos e outro com períodos mais longos;
3.3.3.1 Pré-processamento
Para a análise e comparação dos dados foi utilizado o software Matlab. Como
os dados obtidos estão em taxas de amostragem diferentes e em diferentes unidades, é
necessário um pré-processamento dos dados antes de realizar a comparação dos mesmo,
principalmente os dados provindos do eletrogoniômetro.
Para os dados do eletrogoniômetro os seguintes préprocessamentos foram feitos:
∙ Com a função medfilt1() foi feita uma filtragem usando filtro de média móvel de
ordem 10, para minimizar o ruído, que é notável nos dados do eletrogoniômetro;
∙ Com a função resample() foi feita a reamostragem do sinal de 1kHz para 45Hz,
assim obtendo uma taxa amostral semelhante a realizada pela solução utilizando
unidades de medida inercial;
∙ Por fim, parte do sinal que não possuía dados de interesse foram retiradas e o sinal
foi convertido de radianos para graus e foi multiplicado por menos um, para facilitar
a comparação visual com os dados obtidos pelo sensor inercial;
3.3. Métodos Experimentais 45
𝑐𝑜𝑟𝑥(𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙𝑖𝑚𝑢 , 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙𝑔𝑜𝑛𝑖 )
𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝 = 𝑚𝑎𝑥( √︁∑︀ √︁∑︀ ) (3.3)
2 2
𝑖 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙𝑖𝑚𝑢 [𝑖] 𝑖 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙𝑔𝑜𝑛𝑖 [𝑖]
Part IV
Resultados e Discussão
49
4 Resultados e Discussão
4.1 Resultados
-40
-50
Angulo φ [º]
-60
-70
-80
-90
-100
0 10 20 30 40 50 60
Tempo [s]
140
120
Angulo θ [º]
100
80
60
40
20
0 10 20 30 40 50 60
Tempo [s]
Table 1 – Variação de angulo pico à pico para 𝜃 e 𝜑 e sua diferença, para a série realizada
pelo sujeito um, com períodos de repetição longos
-30
-40
-50
Angulo φ [º]
-60
-70
-80
-90
-100
0 5 10 15 20 25 30
Tempo [s]
140
120
Angulo θ [º]
100
80
60
40
20
0 5 10 15 20 25 30
Tempo [s]
Table 2 – Variação de angulo pico à pico para 𝜃 e 𝜑 e sua diferença, para a série realizada
pelo sujeito um com períodos de repetição curtos
-30
-40
-50
Angulo φ [º]
-60
-70
-80
-90
-100
-110
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Tempo [s]
120
100
Angulo θ [º]
80
60
40
20
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Tempo [s]
Table 3 – Variação de angulo pico à pico para 𝜃 e 𝜑 e sua diferença, para a série realizada
pelo sujeito dois com períodos de repetição longos
-30
-40
-50
Angulo φ [º]
-60
-70
-80
-90
-100
-110
0 5 10 15 20 25 30
Tempo [s]
120
100
Angulo θ [º]
80
60
40
20
0 5 10 15 20 25 30
Tempo [s]
Table 4 – Variação de angulo pico à pico para 𝜃 e 𝜑 e sua diferença, para a série realizada
pelo sujeito dois com períodos de repetição curtos
4.2 Discussão
Os experimentos realizados no TCC 2 focaram na utilização da solução como um
goniômetro eletrônico, a qualidade das estimativas de energia e potencia são determi-
nadas pela precisão do sistema na estimativa dos ângulos de rotação. Porém é importante
ressaltar que para funcionar como um goniômetro, seriam necessários dois pontos de refer-
encia, um no braço e outro no antebraço levando como exemplo o exercício realizado para
verificar o desempenho do sistema, para se obter medidas mais precisas de rotação. Isso
justifica a importância de testar o desempenho do sistema utilizando um eletrogoniômetro
convencional e verificar até que ponto as medidas realizadas são uteis.
As correlação obtida com a análise dos dados( tabela 4.1.1) se mostraram expres-
sivamente altas, todas acima de 0.9, indicam que a há uma correlação muito forte entre
os dados obtidos pelos dois métodos de obtenção de ângulos de rotação. Por outro lado,
é notável pelas tabelas de 4.1.1 à 4.1.1 que há uma grande diferença nos valores de am-
plitude dos dados obtidos pelos dois métodos, sendo que o resultado provindo do sistema
utilizando IMU tende a ser mais alto em média 20o que os resultados obtidos pelo go-
niômetro eletrônico. Essa diferença em relação ao valor dos dados de amplitude e a alta
correlação já eram esperadas, pois com a solução é possível mapear consideravelmente
bem a forma do movimento porem há limitadores que impedem que seu resultados sejam
exatos.
Dentre os motivos das diferenças dos valores de amplitude obtidos, podem ser
citados:
∙ A forma que o eletrogoniômetro esta fixo ao corpo, sendo que caso suas hastes não
estejam paralelas com os membros, há a tendencia de se obter resultados errôneos;
∙ A falta de um segundo ponto de referência em cada uma das partes do braço (braço
e antebraço), o que gera estimativas de rotação com erro adicionado, quando se há
movimento do braço;
∙ Problemas devido a overshoot, quando há variações bruscas, que podem ser obser-
vados nas figuras 4.1.1 a 4.1.1;
∙ Movimentos da mão, que podem adicionar erro as medidas realizadas pelo sistema
com IMU;
Como observado, as causas que podem adicionar erro as medidas são diversas.
Porém os dados obtidos são satisfatório para os meios disponíveis utilizados. Uma possível
4.2. Discussão 57
maneira de atenuar erros seria a busca de um ganho pro filtro que diminuía o overshoot
e mantenha uma resposta rápida. A adição de outra unidade inercial, poderia trazer mel-
hores resultados porem iria aumentar o custo do projeto, tanto financeiramente, quando
computacionalmente, pois seria necessário um estudo de como combinar os dados de am-
bos sensores. Porém seria uma boa opção para aplicações mais especificas voltadas a
problemas que precisem de dados mais confiáveis.
Em relação aos dados de potencia e energia, para aplicações em qual o valor
exato dos dados é de pouca importância, como no caso onde é aplicado como incentivo
a prática esportiva, o que é o caso da solução aqui proposta, as estimativas aqui obtidas
estão atendendo as expectativas. Porém não houve um calculo de energia acumulada,
pois como foi observado há uma grande divergência na estimativa de energia no momento
de descida do halter, pois há diversos fatores fisiológicos que estão envolvidos e não são
consenso entre os profissionais de educação física que ajudaram no projeto.
Part V
Conclusão
61
5 Conclusão
Bibliography
BUILDING a Future of European Sports Innovatios. Citado 3 vezes nas páginas 15, 19,
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