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A A
A -B
B
A -B
b)
A
A A -B
B -B
c)
A -B
B -B
A A
1
Q3 - Dados os vectores A e B seguintes, obtenha graficamente o vector C = 2A − 3B.
A B
b)
y
x
30º 0
4
B
c)
y
5 45º
C
x
0
2
Q5 - Quais são as componentes, segundo os eixos dos x e dos y, do vector soma D = A+ B + C
dos três vectores referidos na questão Q4?
Resolução:
A componente segundo um eixo do vector soma de vários vectores é a somas das componentes segundo
esse eixo desses vectores.
Q6 - Um vector pode ter uma componente nula e módulo não nulo? Justifique.
Q7 - Um vector pode ter módulo nulo e uma componente não nula? Justifique.
Q8 - Para cada vector cujas componentes segundo os eixos dos x e dos y são indicadas:
x
0
a) Ax = 3, Ay = −2;
y
Ax
x
0 q
Ay
A
O módulo de A é
¯ ¯ q √
¯ ¯
¯A¯ = A2x + A2y = 9 + 4 = 3.6
−2 −0.588 rad
θ = arctan = −0.588 rad = × 360 ◦ = −33. 7 ◦
3 2π rad
3
b) Bx = −2; By = 2;
y
B q
By
x
Bx 0
O módulo de B é
¯ ¯ q √
¯ ¯
¯B ¯ = Bx2 + By2 = 4 + 4 = 2.8
2
θ = 90 ◦ + arctan = 135 ◦
2
c) Cx = 0; Cy = −2.
q
Cx=0
0 x
Cy C
O módulo de C é
¯ ¯ q √
¯ ¯
¯C ¯ = Cx2 + Cy2 = 0 + 4 = 2
θ = 270 ◦ = −90 ◦
A
5
30º
x
0
Ax = 5 cos 30 ◦ = 4. 3
Ay = 5 sin 30 ◦ = 2.5
4
b)
y
A
5
30º
0 30º
Ax = 5 cos (30 ◦ + 30 ◦ ) = 2. 5
Ay = 5 sin (30 ◦ + 30 ◦ ) =: 4. 3
c)
y x
A 45º
5
30º
0
Ax = 5 cos (30 ◦ − 45 ◦ ) = 4. 8
Ay = 5 sin (30 ◦ − 45 ◦ ) = −1. 3
5
Problemas:
Nestes problemas, os vectores unitários que definem a direcção e sentido dos eixos coorde-
nados x, y, z são denominados, respectivamente, por i, j, k.
P1 - Calcule:
a) O módulo do vector a = i + 2j + 2k;
√
| a| = 1+4+4=3
b) O vector unitário com a direcção e sentido de a (Dado um vector a, o vector unitário
com a direcção e sentido de a, que poderemos denotar por b
a, denomina-se versor de a)
a 1 2 2
b
a= = i+ j+ k
| a| 3 3 3
ax = 5; ay = 4; az = −3;
bx = 3; by = −4; bz = 5,
determine:
a) O vector c = 6a − 3b;
Os vectores a e b podem ser escritos na forma
a = 5i + 4j − 3k
b = 3i − 4j + 5k.
Assim,
b) A quantidade a2 + b2 ;
Dado um vector v, podemos definir o produto interno ou escalar do vector v por si própio com sendo
2
v = v · v. Consequentemente,
a2 + b2 = a · a + b · b
= 25 + 16 + 9 + 9 + 16 + 25
= 100.
6
e
ax bx + ay by + az bz
cos θ = ¯ ¯
¯ ¯
|a| ¯b¯
5×3−4×4−3×5
= √ √
25 + 16 + 9 9 + 16 + 25
= −0.32
θ = arccos (−0.32)
= 1. 896 5 rad = 108.7 ◦
d) A projecção de b segundo a. ¯ ¯
¯ ¯
O vector que resulta da projecção de b segundo a é um vector com módulo ¯b¯ cos θ e a direcção e sentido
do vector a, ou seja, é o vector
¯ ¯ a ¯ ¯ a·b
¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯
¯b¯ cos θ = ¯b¯ ¯ ¯
|a| |a|2 ¯b¯
³ ´
a·b 16 5i + 4j − 3k
= =−
|a|2 50
= −1.6i − 1.28j + 0.96k.
7
R: a) ux = 1.5; uy = 0.87; uz = 0; vx = 0.5; vy = 0.87; vz = 0; b) 2, 1.74, 0; c) 2.65; d) 1, 0, 0; e)
1; f ) 1.5.
r
b
8
P6 - Decomponha um deslocamento de 80 km numa direcção 60o para sul da direcção Este
em dois vectores,
³ ´ um dos ³ quais
´ na direcção Este.
R: a = 40i km; b = −69j km., em que i aponta para Este e j aponta para Norte.
P7 - Um barco parte do seu porto, tendo-se deslocado de 160 km para norte do ponto de
partida. Decomponha o deslocamento do barco em dois vectores componentes, um dirigido
para nordeste e o outro para noroeste. Que distância teria o barco percorrido a mais para
atingir a sua posição final, se viajasse primeiramente para nordeste e depois para noroeste?
b
c O E
|c| 160 km
|a| = √ = √ = 113.1 km.
2 2
A distância que o barco teria percorrido a mais é
L = 2 × 113.1 km − 160 km
= 66.2 km
9
Física I -2009/2010
2a Série - Força e Movimento 1 - Resolução
Questões:
Q1 - Duas ou mais forças estão aplicadas aos corpos em cada uma das alíneas. Desenhe, em cada
caso, o vector força resultante, Fres .
FR
a)
FR
b)
c) FR
FR
d)
Q2 - Identifique todas as forças aplicadas aos corpos seguintes, nas condições especificadas.
a) Um elevador, suspenso de um cabo, desce com velocidade constante.
b) Uma mola em hélice comprimida está a empurrar um bloco sobre uma mesa com superfície
rugosa.
c) Um tijolo está cair do topo de um edifício de três andares.
d) Um foguete é lançado com velocidade inicial fazendo um ângulo de 30o com a horizontal,
Q3 - A figura apresenta um gráfico do módulo da aceleração em função do módulo da força aplicada,
para um corpo de massa m. O gráfico apresenta os dados como pontos individuais, pelo quais foi traçada
uma recta. Desenhe e identifique na figura o gráfico do módulo da aceleração em função do módulo da
força aplicada, para corpos de massa:
a) 2m;
b) 0.5m.
m/2
2m
Q4 - Uma força constante aplicada a um corpo, dá origem a uma aceleração deste último, com
módulo 10 m/s2 . Qual será o módulo da aceleração do corpo, se:
a) O módulo da força aplicada passar para o dobro?
b) A massa do corpo passar para o dobro?
c) Tanto o módulo da força como o módulo da massa passam para o dobro?
d) O módulo da força passa para o dobro e a massa passa para metade?
1
Q5 - As figuras mostram as forças aplicadas a um objecto em várias situações. Para cada caso, de-
senhe o vector força resultante aplicada ao corpo e, na parte inferior de cada figura, o vector aceleração
do corpo.
a)
FR
b)
FR
c)
FR
Q6 - Em cada uma das figuras seguintes falta uma força. Utilize a direcção da aceleração apresentada,
em cada caso, para identificar a força em falta e desenhe-a na figura.
a)
b)
c)
Q7 - Considere os seguintes diagramas de movimento para uma partícula. Desenhe o vector força
resultante que actua na partícula na posição 2.
a)
0 2 4
FR
0 2 4
2
b)
0 2 4
FR
0 2 4
c)
4 4
2 2
FR
0 0
d)
0 4
2
FR
0 4
2
Q8 - Para cada uma das situações seguintes, esboce uma figura e represente todas as forças aplicadas
ao corpo em causa. Em seguida, desenhe um diagrama dessas forças e faça uma legenda, identificando
a origem de cada uma das fiorças. Por fim, represente, numa cor diferente, o vector que representa a
força resultante, Fres , das forças aplicadas..
Nota - Em geral, num diagrama de forças não deve ser colocada a força resultante, por poder ser
confundida com uma das forças individuais aplicadas. Neste exercício, excepcionalmente, pede-se que
a força resultante, seja representada. Por isso, e para evitar confusão, a força resultante deve ser
desenhada com uma cor que a diferencie das outras.
a) Um, caixote pesado desce verticalmente, com velocidade constante, suspenso de um cabo de aço;
b) Um rapaz empurra uma caixa assente no chão, com velocidade cujo módulo cresce uniformemente.
Neste caso, o "corpo"é a caixa.
c) Uma bicicleta desce uma encosta, com movimento uniformemente acelerado. Despreze o atrito
com o solo (excepto o do rolamento), mas considere não desprezável a resistência do ar.
d) Os travões de carro foram accionados quando descia uma encosta, de forma que ficaram bloquea-
dos.
Q9 - Numa tentativa de enunciar a 3a lei de Newton, um estudante diz que as forças de acção e
reacção são iguais e opostas entre si. Neste caso, como é que poderia alguma vez haver uma força não
nula sobre um objecto?
As forças constituintes de qualquer par de acção e reacção actuam sempre em corpos distintos. Consequentemente
as duas nunca contribuem para a força resultante que actua num corpo.
3
Q10 - São entregues a um astronauta, em órbita em torno da Terra, duas bolas que, exteriormente,
são idênticas. No entanto, uma delas é oca e a outra está cheia de chumbo. Como é que o astronauta
pode distinguir as bolas, sem as abrir?
Para o astronauta, as paredes do satélite constituem um referencial de inércia, porque, como a aceleração é a
mesma, para ele e para as paredes do satélite, se ele estiver em repouso e nenhuma força, para além da da gravidade,
se exercer sobre ele, permanece em repouso, e se estiver a mover-se com velocidade constante, em relação às paredes do
satélite e nenhuma força, para além da da gravidade, se exercer sobre ele, permanece em movimento com velocidade
constante. Em resumo, não existe aceleração relativa entre o astronauta e as paredes do satélite.
Como as massas das bolas são diferentes, ele pode, estando em repouso em relação às paredes do satélite, segurando
uma das bolas. atirá-la numa direcção qualquer. Para isso, exercerá sobre a bola uma força FAB (força exercida pelo
FAB
(A)stronauta na (B)ola), comunicando, durante um intervalo de tempo pequeno a aceleração aB = à bola. A bola
mB
reagirá com uma força sobre o astronauta de módulo igual e de sentido contrário, FBA = −FAB (3.a Lei de Newton).
O astronauta terá, de o mesmo intervalo de tempo, a aceleração
FBA FAB mB
aA = =− = aB .
mA mA mA
Consequentemente, se o astronauta pproceder de modo a comunicar às duas bolas acelerações acelerações iguais, a
aceleração do próprio astronauta terá módulo prooorcional à massa da bola, o que lhe permitirá distinguir entre as
duas bolas.
Q11 - Suponha que atira ao ar verticalmente uma pedra, assente inicialmente na palma da sua mão,
com um movimento ascencional brusco. Neste caso, o "corpo"é a rocha. Em cada um dos instantes
seguintes, identifique as forças aplicadas à pedra e apresente um diagrama de forças, em cada caso. Dê
atenção aos módulos relativos dos vectores que desenhar.
a) Quando a pedra está assente em repouso na palma da sua mão, antes de ser atirada ao ar;
b) Quando a sua mão se move para cima, antes de largar a pedra;
c) Um décimo de segundo após a pedra deixar a mão;
d) Um décimo de segundo antes de a pedra atingir a altura máxima;
e) No instante em que a pedra atinge a altura máxima;
f ) Um décimo de segundo após a pedra atingir a altura máxima.
Q12 - Analise cada uma das situações seguintes, do ponto de vista da Dinâmica, utilizando os passos
seguintes:
4
f ) Dois corpos, de massas diferentes, estão suspensos das extremidades de uma corda que passa
através de uma roldana. Considere desprezáveis as massa da corda e da roldana, bem como a resistência
do ar.
g) Suponha que se encontra no meio de um lago gelado com uma superfície tão escorregadia (os
coeficientes de atrito estático e cinético entre as superfícies dos seus pés e o gelo são nulos), que não
consegue andar. No entanto, nos seus bolsos existem várias pedras. O gelo está tão duro que as
pedras, se atiradas, não conseguem quebrá-lo e escorregam sobre ela. Consegue encontrar um processo
de atingir a margem do lago, sem qualquer auxílio externo? Utilize esquemas, forças e as leis de
Newton para explicar o seu raciocínio.
Q13 - Um tubo oco está dobrado de modo a formar três quartos de uma circunferência. Uma
bola é lançada através do tubo com velocidade de módulo elevado. Quando a bola emerge da outra
extremidade, segue a trajectória A, a trajectória B ou a trajectória C? Justifique o seu raciocínio.
C
B
A
visto de cima
A bola segue a trajectória C, porque ao emergir do tubo deixa de ser actuada por qualquer força (durante o percurso
no interior do tubo era actuada por uma força centrípeta, exercida pela parede do tubo), pelo que a sua velocidade
passa a ser constante.
Q14 - a) Um elevador desloca-se para cima, com velocidade constante. O elevador está suspenso de
um cabo. Despreze os atritos e a resistência do ar. O módulo da tensão do cabo é superior, inferior
ou igual ao módulo do peso do elevador? Justifique, utilizando um diagrama de forças e referindo as
leis físicas pertinentes.
b) O elevador desloca-se para baixo, com velocidade de módulo decrescente. O módulo da tensão do
cabo é superior, inferior ou igual ao módulo do peso do elevador? Justifique, utilizando um diagrama
de forças e referindo as leis físicas pertinentes.
Q15 - Duas ou mais forças, representadas por diagramas de forças, são exercidas num corpo com
massa de 2 kg. A escala está graduada em newton. Para cada um dos casos apresentados,
• Desenhe o vector que representa a força resultante aplicada ao corpo, aplicando-o na origem do
sistema de referência;
• No espaço à direita, escreva os valores numéricos das componentes da aceleração, ax e ay .
a)
Fy(N)
Fy(N)
2 FR
F2 2
F2
F1 F1
Fx(N) Fx(N)
-2 2 -2 2
-2 -2
FR x 1N
ax = = = 0.5 m/ s
m 2 kg
FR y 2N
ay = = = 1.0 m/ s
m 2 kg
5
b)
Fy(N)
F2
2
F1
Fx(N)
-2 2
F3
-2
c) .
Fy(N)
2
F2 F1
Fx(N)
-2 2
F3 -2
Q16 - Três forças, F1 , F2 e F3 , originam a aceleração de um corpo com massa de 1 kg, cujo módulo
é indicado. Em cada diagrama de forças estão representadas duas forças, mas a terceira não está
representada. Para cada caso, desenhe o vector correspondente à terceira força, aplicando-o na origem
do sistema de referência.
a) |a| = 2 m/s2
Fy(N)
2
F2 F1
Fx(N)
-2 2
-2
F1x = 2 N; F1y = 1 N
F2x = −2 N; F2y = 2 N.
6
Fy(N)
2
F2 F1
Fx(N)
-2 2
-2
F3
FR x = 2N− 2N+ 2N = 2N
FR x = 1N+ 2N− 3N = 0
FR
a =
m
2N
= i
1 kg
¡ ¢
= 2i m/ s2 ,
2
F1
Fx(N)
-2 2
F2
-2
2
F2 F1
Fx(N)
-2 2
-2
Q17 - Se o ouro fosse vendido a peso, preferia comprá-lo na Serra da Estrela ou em Lisboa? Se fosse
vendido pela massa em qual das duas localidades preferia comprá-lo? Porquê?
Q19 - Suponha que está a pressionar, com a mão, um livro contra uma parede. O livro não se move.
a) Identifique as forças aplicadas ao livro e desenhe um diagrama de forças.
As forças aplicadas ao livro são a força gravítica (o peso), P , exercida pela Terra, a força exercida pela mão, F , e
a força exercida pela parede no livro, que se pode decompor em duas componentes, uma normal à parede, n e outra
com a direcção da parede (a força de atrito estático), fe . O diagrama de forças aplicadas ao livro, suposto pontual, é
o seguinte:
7
fe
n F
b) Suponha que diminui a força, F , que está aplicar com mão ao livro, mas não o suficiente para o
livro se mover. O que acontece ao módulo de cada uma das seguintes quantidades? Aumenta, diminui
ou não se altera?
F
P (peso do livro)
n (força da parede sobre o livro)
fe (força de atrito estático entre o livro e a parede)
f¯ e max
¯ (módulo ¯ ¯máximo da força de atrito estático entre o livro e a parede) ¯ ¯ ¯ ¯
¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯
¯F ¯ diminui; ¯P ¯ mantém-se; |n| diminui, porque, como o livro está em equilíbrio, |n| = ¯F ¯; ¯fe ¯ mantém-se,
¯ ¯ ¯ ¯
¯ ¯ ¯ ¯
porque, como o livro está em equilíbrio, ¯fe ¯ = ¯P ¯. fe max não se altera porque depende apenas do coeficiente de atrito
entre as superfícies do livro e da parede.
Q21 - Cinco bolas deslocam-se no ar, com as velocidades representadas pelos vectores das figuras,
Coloque por ordem, do maior para o menor, os módulos das acelerações a1 a a5 . Note que alguns
podem ser iguais. Utilize o formato A > B = C > D. Justifique.
v = 20 m/s
50 g 100 g 50 g 100 g
1 2 3 4 5
imediatamente imediatamente
apos ser largada apos ser largada 50 g
v=0 v=0
v = -20 m/s v = -20 m/s
Q22 - Considere uma bola de madeira com massa 1 kg e uma bola de chumbo com massa 10 kg,
com dimensões e formas idênticas. São largadas a partir do repouso, simultaneamente, de uma torre.
a) Comece por supor que a resistência do ar é desprezável. Durante a queda, as forças resultantes
que actuam em cada bola são de módulos iguais ou diferentes? Neste último caso, qual é a de maior
módulo? Justifique.
Durante a queda, e se desprezarmos a resistência do ar, a única força que actua nas bolas é a força da gravidade,
pelo que a força resultante é igual à força da gravidade A aceleração das duas bolas é igual, vertical. dirigida para
baixo e de módulo igual a g = 9.8 m/ s2 . O módulo da força resultante que actua numa bola de massa m é, portanto
F = mg, directamente proporcional à massa. Consequentemente a força resultante com maior módulo é a que actua
na bola de chumbo.
b) E as acelerações? São iguais ou diferentes? Neste último caso, qual é a de maior módulo?
Justifique.
As acelerações são iguais, como foi explicafo na alínea anterior.
c) Qual das bolas atinge primeiro o solo? Ou chegarão ao solo ao mesmo tempo? Justifique.
Como as acelerações são iguais, chegarão ao solo ao mesmo tempo, por aplicação simples das leis da cinemática do
movimento com aceleração constante, uma vez que são largadas do repouso.
8
d) Quando a resistência do ar é incluída no raciocínio, conclui-se que as bolas serão actuadas por
forças de resistência iguais, durante o movimento, quando a velocidade for a mesma, porque as bolas
têm a mesma forma. Neste caso, as acelerações das bolas são iguais ou diferentes? Se são diferentes,
qual delas possui aceleração de módulo maior? Justifique, utilizando diagramas de forças e as leis de
Newton.
Se incluirmos a resistência do ar, R, o diagrama de forças é o seguinte:
R
Q23 - O bloco A, assente numa superfície horizontal, é empurrado com velocidade constante por
uma mão que exerce uma força FM A (força exercida pela (M)ão no bloco A). Existe atrito entre o bloco
e a superfície horizontal.
mão
9
a) Desenhe dois disgramas de forças, um para a mão e outro para o bloco. Nestes diagramas,
apresente apenas as forças horizontais, com comprimentos que representem os módulos relativos dessas
forças. Denomine as forças com a convenção FCD (força que o corpo C exerce no corpo D). Ligue pares
de acção e reacção com uma linha a tracejado.
mão bloco A
FBM Fbraco Fc FMB
Legenda:
Forças horizontais exercidas na mão:
FBM → força exercida pelo bloco na mão;
Fbraço → força exercida pelo braço na mão;
Forças horizontais exercidas no bloco:
FM B → força exercida pela mão no bloco;
Fc → força de atrito cinético exercido pela mesa no bloco
b) Coloque por ordem de módulos, do maior ao menor, todas as forças horizontais que apresentou
na alínea anterior e justifique.
Os módulos das forças que constituem o par de acção e reacção são iguais, ou seja . Como a mão se desloca
com velocidade constante (e na horizontal), Fbraço = FBM . Analogamente, como o bloco se desloca com velocidade
constante, FM B = Fc . Consequentemente, os módulos das quatro forças são iguais.
Fbraço = FBM = FM B = Fc
Q24 - Um segundo bloco, B, é encostado ao bloco A da questão Q22. A massa do bloco B é superior
à do bloco A. Os blocos possuem aceleração não nula.
mão
B
a) Suponha que não existe atrito entre os blocos e a superfície em que assentam. Desenhe três
diagramas de forças, para os blocos A e B e para a mão, msotrando apenas as forças horizontais. Ligue
pares de acção e reacção com uma linha a tracejado.
b) Por aplicação da 2.a lei a cada bloco e da 3.a lei a cada par de acção e reacção, coloque por ordem
os módulos de todas as forças horizontais, do maior ao menor. Justifique.
Q25 - Os blocos A e B estão assente na palma da sua mão, estando a ser elevados com velocidade
constante. Suponha mB > mA e despreze a massa da mão (mM = 0).
a) Desenhe diagramas de forças, um para cada bloco e um terceiro para a mão. Apresente todas as
forças verticais, tendo em conta os valores relativos dos módulos dessas forças. Para a mão, despreze
o peso e as forças que o braço exerce nela. Ligue pares de acção e reacção com uma linha a tracejado.
FMA
FAB
bloco A bloco B
mão
PA
FBA PB
FAM
10
Legenda:
Forças exercidas na mão (desprezando o peso e as forças exercidas pelo braço):
FAM → força exercida pelo bloco A na mão;
Forças exercidas no bloco A:
FM A → força exercida pela mão no bloco A;
FBA → força exercida pelo bloco B no bloco A;
PA → Peso do bloco A
Forças exercidas no bloco B:
FAB → força exercida pelo bloco A no bloco B;
PB → Peso do bloco B
b) Por aplicação da 2.a lei a cada bloco e da 3.a lei a cada par de acção e reacção, colocque por
ordem os módulos de todas as forças verticais, do maior ao menor. Justifique
A resultante das forças exercidas no bloco B é nula, porque este desloca-se com velocidade constante. Consequente-
mente, FAB = PB .
Como FBA e FAB constituem um par de acção e reacção, FBA = FAB . A resultante das forças exercidas no
bloco A é nula, porque este desloca-se com velocidade constante. Consequentemente, FM A = FBA + PA . Concluímos
FBA < FM A e PA < FM A .É-nos dito que PA < PB .
Além disso, FM A = FAM , porque as forças FM A e FAM cinstituem um par de acção e reacção.
Colocando por ordem, temos:
PA < PB = FAB = FBA < FM A = FAM
Q26 - Um mosquito colide de frente com um camião que se desloca com velocidade de módulo 90
km/h.
a) Qual é o tamanho relativo dos módulos das forças exercidas pelo camião no mosquito e pelo
mosquito no camião? Justifique.
b) Desenhe os diagramas de forças pra o mosquito e o camião no momento da colisão. Ligue pares
de acção e reacção com uma linha a tracejado.
c) A sua resposta à alínea b) confirma a resposta à alínea a). Explique.
Q27 - Na situação (a), o corpo A é acelerado, assente sobre uma mesa (sem atrito entre o corpo e a
mesa), por outro corpo, suspenso, com o peso de 10 N. Na situação (b) o mesmo corpo A é acelerado
por uma tensão de 10 N na corda. A aceleração do bloco A no caso (b) tem módulo maior, igual ou
menor do que a aceleração no caso (a)? Justifique.
A A
T = 10 N
10 N
(a) (b)
Q28 - Desenhe os diagramas de forças para os corpos A e B. Ligue pares de acção e reacção (ou
forças que actuam como pares de acção e reacção) com uma linha a tracejado.
a)
Atrito
b)
A
Fext
BB
Atrito
11
Q29 - Uma bola descreve uma trajectrória circular, num plano vertical, presa a um fio. Num instante
em que a bola se encontra no ponto mais baixo da trajectória, uma faca afiada é utilizada para cortar
o fio. Desenhe a trajectória subsequente da bola até que atinge o solo.
Q32 - Um avião a jacto desloca-se numa trajectória horizontal com velocidade constante.
a) Qual é a força resultante que actua no avião?
b) Desenhe um diagrama das forças que actuam no avião e identifique-as.
c) Os aviões inclinam-se para um lado quando viram. Explique por quê, em termos das forças
e das leis da Física.
Sugestão: Que aspecto terá o diagrama das forças observado por detrás do avião?
12
Problemas:
P1 - Uma força dependente do tempo, F = (8.00 i − 4.00 t j) N (onde t está em s), é aplicada num
objecto de 2.00 kg inicialmente em repouso.
a) Em que instante o objecto se move com velocidade de módulo 15.0 m s−1 ?
Vamos utilizar a 2.a lei de Newton na forma F = ma, em que m é a massa do objecto e a a sua aceleração. Resulta
F
a =
m
³ ´
= 4.00 i − 2.00 t j m/ s2 .
dv
Utilizando, agora, a = , obtemos
dt
Z t
v = adt
0
Z t ³ ´
= dt 4.00 i − 2.00 t j N
0
= 4.00t i − t2 j m/ s
resultando imediatamente
t = 3.0 s.
b) A que distância está o objecto da sua posição inicial quando a sua velocidade possui módulo igual
a 15.0 m s−1 ?
O vector posição, em relação ao ponto de partida, é, para qualquer instante t,
Z t
r = vdt
0
Z t ³ ´
= dt 4.00t i − t2 j m/ s
0
t3
= 2.00t2 i − j m
3
No instante t = 3 s, temos
r = 18.0 i − 9.00j m.
A distância deste ponto ao ponto de partida, de coordenadas (0,0), é
q
d = (18.0 m)2 + (9.00 m)2
= 20.1 m.
c) Qual é o deslocamento total do objecto entre o ponto de partida e o ponto referido na alínea
anterior?
O deslocamento total é
∆r = r (t = 3.0 s) − r (t = 0.0 s)
= 18.0 i − 9.00j m
P2 - Se a força gravitacional da Terra faz com que um estudante de 60 kg em queda livre tenha uma
aceleração de 9.8 m s−2 para baixo, determine a aceleração da Terra, para cima, durante a queda do
estudante. Considere a massa da Terra igual a 5.98 × 1024 kg.
13
O módulo da força que a Terra exerce no estudante é FET = mE aE = 60 × 9.8 = 5.9 ×10 N. A força que o estudante
exerce na Terra é a força de reacção à primeira e portanto tem o mesmo módulo. Consequentemente, o móduço da
aceleração da Terra, resultante da interacção com o estudante é
FTE
aT =
MT
5.9 × 10
=
5.98 × 1024
= 9. 9 × 10−24 m/ s2 .
P3 - Determine a tensão em cada corda para os sistemas representados na figura (Despreze a massa
das cordas)
a) O ponto em que as cordas se juntam está em repouso. Consequentemente a resultante das forças que nele
actuam é nula. Essa resultante é
T1 + T2 + T3 = 0
Escolhendo um sistema de eixos com o eixo dos x horizontal dirigido para a direita e o eixo dos y vertical dirigido
para cima, temos:
T3 − P = 0
Portanto
T3 = P
= 5.0 × 10 N
P + N = ma
x : P sen θ = ma
y : N − P cos θ = 0
14
Da 1a . destas equações, obtemos
a = g sen θ
= 10 sen 15◦
= 2.6 m/ s2
v2 = v02 + 2ax
= 0 + 2 × 2.6 × 2
= 10.4 ( m/ s)2
e
√
v = 10.4
= 3.2 m/ s
³ ´
A velocidade do bloco quando atinge a base do plano é, portanto, v = 3.2i m/ s.
P5 - Um homem está de pé sobre uma balança de mola, dentro de um elevador. O elevador parte
do repouso e sobe atingindo a sua velocidade máxima 1.2 m s−1 em 0.80 s. Durante os seguintes
5.0 s, o elevador viaja com velocidade constante igual a aquele valor. O elevador sofre em seguida uma
aceleração uniforme negativa segundo o eixo dos y durante 1.5 s, até que atinge o repouso. O que é
que a escala da mola marca :
a) antes do elevador começar a mover-se?
O homem é actuado por duas forças, a força que a balança exerce, N , vertical e apontando para cima, e a força
gravítica, ou seja, o peso, P , força vertical e dirigida para baixo. Como a aceleração do homem é nula, a 2.a lei de
Newton aplicada ao homem exprime-se na forma
N + P = 0.
Escolhesmos um sistema de referência que consiste num eixo, cujo sentido apontamos, arbitrariamente; para cima.
Nas componentes deste eixo, a equação anterior assume a forma
N − P = 0,
N = m (g + a)
15
e
N = m (g + a)
¡ ¢
= 72 kg 10 m/ s2 + 1.5 m/ s2
= 8.28 × 102 N.
−1.2 m/ s
a =
1.5 s
= −0.8 m/ s2 .
16
P6 - Uma massa M é mantida numa dada posição por uma força aplicada F e um sistema de roldanas
como se mostra na figura 3. As roldanas não têm massa e atrito. Determine:
T5 = Mg
T2 + T3 = T5
e
T2 = T3
T1 = T3
F = T1
T4 = T1 + T2 + T3
Portanto
Mg
T2 =
2
Mg
T3 =
2
Mg
T1 =
2
3M g
T4 =
2
b) a intensidade de F .
Mg
F = T1 =
2
17
Física I -2009/2010
3a Série - Movimento unidimensional - Resolução
Questões:
Q1 -Esboce um diagrama de pontos para cada um dos movimentos unidimensionais abaixo
indicados, de acordo com as seguintes instruções:
• Utilize o modelo de uma partícula (ou seja, represente o corpo cujo movimento está a
estudar por uma única partícula)
a) Um automóvel arranca ao longo de uma estrada rectilínea, após o semáforo ter passado
a verde e algum tempo depois desloca-se com velocidade constante.
0 2 4 6
Justificação:
O diagrama apresenta umavisão estroboscópia do movimento. São apresentadas as posições dos ponto,
durante o movimento, para instantes separados por intervalos de tempo iguais. Os vectores deslocamento
entre as posições apresentadas são os indicados na figura seguinte:
v1 v2 v3 v4 v5 v6 v7 v8
0 2 4 6 8
No início do movimento, este é acelerado com aceleração de módulo positivo, isto é, 0 < |∆v/∆t|. Por
exemplo, |v1 | < |v2 |. A partir de determinado instante (na figura, o instante t4 ), o movimento possui
velocidade constante
1
b) Um elevador parte do repouso do topo da Torre Vasco da Gama até parar no nível
térreo.
10
12
O movimento é acelerado no início (com aceleração e velocidade com o mesmo sentido) e no final (com
aceleração e velocidade com sentidos opostos). Na região intermédia, o movimento possui velocidade con-
stante.
c) Um esquiador parte do repouso no cimo de uma encosta de neve (que faz um ângulo de
30o com a horizontal) e desliza atá à base da encosta.
0
2
Justificação:
O movimento é uniformemente acelerado. Repare-se que, para intervalos de tempo consecutivos,
vi+1 = vi + ∆v,
com ∆v = constante.
2
v1
v2
v3 0
v4 2
v5 v4
4 Dv
v6 v5
v7 v6
6
Dv
v7
v8
Isto implica ∆v/∆t = constante, ou seja, a aceleração média, amed , é constante no tempo. Como isto é
verdade para qualquer intervalo de tempo ∆t, a aceleração instantânea, a = dv/dt, também é constante no
tempo.
30
x
25
20
15
10
5
0
0 2 4 6 8
t
Deslocamento
7
x
6
5
4
3
2
1
0
0 2 4 6 8
t
8
v
7
6
5
4
3
2
1
0
0 2 4 6 8
3
d) O vai-vem espacial desloca-se numa órbita circular em torno da Terra, completando uma
revolução em 90 minutos.
8
2 6
Q2 Para cada um dos diagramas seguintes, escreva uma breve descrição do movimento de
um objecto que corresponda ao diagrama apresentado. A sua descrição, que deve mencionar
um objecto específico, deve ser similar às que são apresentadas em Q1.
a)
Para
0 1 2 3 45
Um automóvel desacelera (isto é, deslocando-se em mivneto rectilínio, a sua aceleração tem sinal contrário
ao da velocidade), porque o condutor avistou um sinal vermelho, o que o força a aparar-
b)
0 Inicio
1
Inicio do movimento
Um automóvel desloca-se com velocidade constante ao longo de uma trajectória rectilínea, até que atinge
uma curva circular, que é descrita com velocidade de módulo inferior. Após a curva, o automóvel desloca-se
de novo numa trajectória rectilínea, com avelocidade de módulo igual à da velocidade antes da curva.
4
Q3 - Saindo de casa. o João anda com velocidade constante no sentido da paragem do
autocarro, que dista da casa 200 m . A meio caminho entre a casa e a paragem, avista um
autocarro e começa a correr com velocidade de módulo crescente até atingir a paragem.
Casa do Joao
Paragem
de autocarro
0 2 4 6 ...
Mudámos aqui, ligeiramente, o movimento: no último intervalo, o módulo da velocidade do João diminuiu
(não queremos que ele bata na paragem de forma descontrolada)
b) Adicione um eixo de coordenadas, com origem na casa do João, debaixo do diagrama
que desenhou. Chame x1 à posição em que o João começa a andar, x2 à posição em que se
encontra quando avista o autocarro e x3 à posição em que atinge a paragem de autocarro.
Desenhe setas acima do eixo de coordenadas que representem o deslocamento do João, ∆x1 ,
desde a posição inicial à posição em que avista o autocarro e o deslocamento, ∆x2 , desde esta
última posição até à posição final, junto à paragem.
Dx1 Dx2
0 x1 x2 x3 x
c) Repita a alínea b) num novo desenho, agora colocando a origem do eixo de referência
na posição em que se encontrava o João quando avistou o autocarro.
Dx1 Dx2
x1 0 x3 x
x2
5
e) Utilizando dois eixos coordenados, esboce um gráfico da posição do João em função do
tempo, correpondendo ao movimento do João.
x
x3
x2
x1
0 0 t
30
20
10
0
0
10 t (s)
2 4 6 8 12
20
10
0
0 t (min)
20 40 60 80
O automóvel desloca-se com velocidade constante de módulo v1 = 1 km/ min durante 10 minutos, após
o que permanece parado durante 10 minutos. Em seguida desloca-se, durante 10 minutos com velocidade
de módulo v2 = 0.5 km/ min, estando depois imóvel durante 10 minutos, para se deslocar de novo, durante
10 minutos com velocidade de módulo v1 . Após estar parado dez minutos, regressa ao ponto de partida,
deslocando-se durante 20 minutos com velocidade de módulo v3 = 1.25 km/ min . Em resumo, o automóvel
deslocou-se até 25 km do ponto de partida, tendo gasto 45 minutos para a viagem de ida (incluindo as
paragens ao longo do percurso), esteve parado 10 minutos, após o que regressou ao ponto de partida, sem
paragens, gastando 20 minutos na viagem de volta.
6
b) Corredor de 100 m
x (m)
100
80
60
40
20
0 t (s)
0 2 4 6 8 10
60 Lucas
20
Marques
0
t (s)
0 4 8 12 16
50
0
t (s)
0 2 4 6 8 10
50 B
0
t (s)
0 1 2 3 4 5
7
b) Os dois corpos A e B possuem a mesma velocidade em algum instante? Em caso
afirmativo, indique o ou os instantes em que isso acontece. Em qualquer caso, justifique a sua
resposta.
As curvas referidas na alínea anterior possuem declive constante. Consequentemente, o módulo da
velocidade do corpo A é, em todos os instantes, superior ao módulo da velocidade do corpo B. A resposta
portanto é negativa: os dois coppos nunca possuem a mesma velocidade.
Note-se que no intante t = 2.5 s os dois corpos ocupam a mesma posição mas possuem velocidades
diferentes.
v
B
A
8
Q10 - Para cada um dos seguintes gráficos da posição em função do tempo, desenhe o
correspondente gráfico da velocidade em função do tempo, imediatamente por baixo, como
mostra a figura.
(A)x(m) (B) x(m)
100 100
0 0
t (s) t (s)
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
-100 -100
v v
0 0
t (s) t (s)
0 0
t (s) t (s)
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
-100 -100
v v
0 0
t (s) t (s)
v(m/s) 10
0
t (s)
0 1 2 3 4 5
-10
x(m)
0
t (s)
0 1 2 3 4 5
9
Q12 - Considere os dois gráficos seguintes de posição em função do tempo. Para cada
gráfico, desenhe o correspondente gráfico da velocidade em função do tempo imediatamente
abaixo. Não são apresentados valores, mas os gráficos que desenhar deverão indicar correcta-
mente as velocidades relativas.
Resolução:
(A) x (B) x
0 0
t t
v v
0 0
t t
0 5
A
B
0 5
10
ax a aceleração (constante). Nos diagramas c) e d) (movimento vertical) utilizam-se símbolos
correspondentes com x substituído por y. Após se ter escolhido, para cada caso, o sentido
indicado do eixo de referência, indique no quadro abaixo se estas quantidades são positivas,
negativas ou nulas.
A) B) 0 1
0 1
para Inicio
0 x 0 x
C) y D) y
1 velocidade inicial
0 nao nula
0 0 Inicio 0 1
A B C D
x0 ou y0
x1 ou y1
v0x ou v0y
v1x ou v1y
ax ou ay
Q16 - Para cada um dos gráficos da velocidade em função do tempo que seguem, referentes a
movimentos unidimensionais, desenhe o respectivo gráfico da aceleração em função do tempo.
Resolução:
(A) (B) v
v (C) v
0 0
t 0
t t
a a a
0 0 0
t t t
Q17 - Se, num movimento unidimensional, a velocidade média é nula durante um intervalo
de tempo ∆t e se v(t) é uma função contínua, mostre que a velocidade instantânea se deve
anular em algum instante durante aquele intervalo. (Um esboço de x em função de t poderá
ser útil na sua explicação).
11
Problemas:
P1 - Este problema tem a ver com a conhecida fábula da lebre e da tartaruga. Uma
tartaruga rápida pode correr a 10.0 cm/ s e uma lebre pode correr 20 vezes mais depressa. As
duas iniciam uma corrida ao mesmo tempo, mas a lebre pára para descansar durante 2.0 min,
e por isso a tartaruga ganha por um palmo (20 cm). Considere os movimentos ao longo da
mesma direcção.
a) Desenhe, num gráfico da posição em função do tempo, as posições da lebre e da tartaruga
durante o movimento.
b) Quanto tempo dura a corrida?
Seja vt a velocidade da tartaruga e vl a velocidade da lebre, isto é vt = 1.00 × 10−1 m/ s e vl = 2.00 m/ s.
(Recorde que, como o movimento é unidimensional, a velocidade, apesar de ser um vector, pode ser repre-
sentada por uma quantidade algébrica; a direcção é fixa, o sinal indica o sentido)
Se o tempo de duração da corrida (isto é, até o primeiro corredor atingir a meta) é t, então
vt t − vl (t − 2 min) = 0.20 m,
t = 1.26 × 102 s
= vt t
= 1.00 × 10−1 m/ s × 1.26 × 102 m
= 12.6 m.
P2 - Uma partícula move-se ao longo do eixo do x de acordo com a equação x = 2.0 + 3.0 t −
1.0 t2 , onde x está em m e t em s. Determine para t = 3 s :
a) a posição da partícula,
Parab t = 3 s
x = 2.0 + 3.0 t − 1.0 t2 = 2.0 m
b) a sua velocidade,
dx
v= = 3.0 − 2.0t = −3.0 m s−1
dt
c) a sua aceleração.
d2 x
a = 2 = −2.0 m s−2 .
dt
12
P3 - Um avião a jacto aterra com uma velocidade de 100 m s−1 e pode desacelerar a uma
taxa máxima de 5.0 m s−2 até parar.
a) A partir do instante em que ele toca na pista de aterragem, qual é o tempo mínimo
necessário para ele parar?
Como queremos o tempo mínimo temos de utilizar o módulo máximo da aceleração (que é negativa,
em relação ao sentido da velocidade). A velocidade inicial do avião, para t = 0 s é a velocidade que possui
quando toca a pista, ou seja v0 = 100 m s−1 .No instante em que o avião se imobiliza, a sua velocidade é
nula.O tempo decorrido até parar obtém-se utilizando a equação da velocidade em função do tempo, para
movimento uniformemente acelerado, v = v0 + at, isto é
v − v0
tmin =
amax
b) Pode este avião aterrar num aeroporto pequeno em que a pista tem 0.80 km de compri-
mento?
A resposta será afirmativa se a distância percorrida após tocar a pista e até o avião se imobilizar, com
a aceleração igual ao valor máximo (mas negativa) for igual ou inferior a 800 m.Essa distância pode ser
calculada utilizando a equação da posição em função do tempo, para o instante correspondente ao tempo
necessário para o avião atingir o repouso, calculado na alínea a):
1
x = x0 + v0 t + at2
2
1
= 0 + 100 m s−1 × 20 s − 5.0 m s−2 × (20 s)2
2
3
= 1.0 × 10 m
v 2 − v02
xmin = x0 +
2amax
¡ ¢2
0 m s−1 − 100 m s−1
=
−2 × 5.0 m s−2
= 1.0 × 103 m,
como acima. O avião não poderia aterrar num pista com 800 m de comprimento.
13
10 cm
8 cm
2 cm 2 cm
Como a bala tem dimensões, temos de considerar os intervalos de tempo correspondentes à entrada e à
saída da tábua (ver figura) .Vamos introduzir a suposição, de que o valor da aceleração média durante esses
percursos é metade do valor da aceleração quando está inteiramente no interior da tábua (recorde-se que,
como o movimento é unidimensional, podemos identificar os vectores deslocamento, velocidade e aceleração
como quantidades algébricas, uma vez que a direcção destes vectores é a mesma e não varia). .
Durante a entrada na tábua (percurso 1 com 2.00 cm de comprimento) e durante a saída (percurso 3
com 2.00 cm de comprimento) o valor da aceleração é, assim, a/2, em que a é a o valor da aceleração no
percurso em que a bala está totalmente no interior da tábua ( 2 com 8.00 cm de comprimento).
Utilizamos a equação do movimento uniformemente acelerado unidimensional, v2 − v02 = 2ax, aplicando
aos diferentes percursos, obtendo
1. no percurso de entrada, 1
a
v12 − v02 = 2 × 1; (1)
2
2. no percurso no interior da tábua, 2
Repare-se que este resultado é o mesmo que se obteria se considerássemos a bala como uma partícula pontual:
v 2 − v02
a= ,
2x
em que x é a espessura da tábua. Obtemos, assim,
14
(280 m/ s)2 − (420 m/ s)2
a =
2.00 × 10−1 m
= −4. 90 × 105 m/ s2 ,
que é o resultado obtido acima.
b) Qual é o tempo total de contacto da bala com a tábua?
Podemos calcular o tempo total, obtendo os intervalos de tempo para os três percursos 1 , 2 e 3 e
somando-os. Como conhecemos o valor da aceleração em cada percurso, a utilização da expressão ∆x =
vi ∆t + 12 a (∆t)2 , conjuntamente com a equação vf2 − vi2 = 2a∆x, permite-nos obter o intervalos de tempo
para cada um dos percursos. Para o percurso 1 :
1
1 = v0 ∆t1 + a (∆t1 )2
2
v12 2
= v0 + 2a 1
Obtemos
p
−v0 ± v02 + 2a 1
∆t1 =
a q
−420 m/ s + (420 m/ s)2 − (4. 90 × 105 m/ s2 ) × (0.02 m)
=
−4. 90 × 105 m/ s2
2
= 4. 829 9 × 10−5 s
e
¡ ¢
v12 = (420 m/ s)2 − 4. 90 × 105 m/ s2 × (0.02 m)
= 1. 666 × 105 ( m/ s)2
p
v1 = 1. 666 × 105 m/ s
= 4.082 × 102 m/ s
Para o percurso 2:
1
2 = v1 ∆t2 + a (∆t2 )2
2
v22 2
= v1 + 2a 2
Obtemos
p
−v1 + v12 + 2a 2
∆t2 =
2a q
−4.082 × 102 m/ s + (4.082 × 102 m/ s)2 − 2 × 4. 90 × 105 m/ s2 × 0.08 m
=
−4. 90 × 105 m/ s2
= 2. 268 8 × 10−4 s
e
¡ ¢2
v22 = 4.082 × 102 m/ s − 2 × 4. 90 × 105 m/ s2 × 0.08 m
= 8.823 × 104 ( m/ s)2
p
v2 = 8.823 × 104 m/ s
= 2.970 × 102 m/ s.
15
Para o percurso 3:
1
3 = v2 ∆t3 + a (∆t3 )2 .
4
Obtemos
p
−v2 − v22 + a 3
∆t3 =
a q
−2.970 × 102 m/ s + (2.970 × 102 m/ s)2 − 4. 90 × 105 m/ s2 × 0.02 m
=
−4. 90 × 105 m/ s2
2
= : 6. 93 × 10−5 s
v32 = v22 + 2a 3
¡ ¢2
= 2.970 × 102 m/ s − 4. 90 × 105 m/ s2 × 0.02 m
= 7.8409 × 104 ( m/ s)2
p
v3 = 7.8409 × 104 m/ s
= 2.80 × 102 m/ s,
como esperávamos. O intervalo de tempo em que a bala está em contacto com a tábua é, portanto,
:c) Que espessura de tábua (calculada até à precisão de 0.1 cm) seria necessária para parar a
bala?
Queremos que o comprimento 2 seja tal que o valor da velocidade da bala seja nula, quando atinge a
parede oposta à da entrada, isto é, pretendemos v2 = 0 m/ s. Utilizamos a equação
v22 = v12 + 2a 2 ,
A este valor temos de adicionar o percurso 1 = 0.02 m, para obter, finalmente para a espessura, L, da tábua
de modo a parar a bala totalmente no seu interior,
L = 1 + 2
= 0.02 m + 0.17 m
= 0.19 m
16
P5 - Um comboio pode minimizar o tempo t entre duas estações acelerando primeiro a
uma taxa a1 = 0.100 m/ s2 durante um tempo t1 , e desacelerando depois a uma taxa a2 = −0.500
m/ s2 durante um tempo t2 , utilizando os travões. Dado que as estações estão afastadas apenas
de 1.00 km, o comboio nunca atinge a sua velocidade máxima. Determine o tempo de viagem
t e o tempo t1 .
Durante o intervalo de tempo t1 o comboio percorre a distância L1 , adquirindo a velocidade v1 que é
obtida utilizando
v12 = 2a1 L1 .
Durante o intervalo de tempo t2 = t − t1 o comboio percorre a distância L2 , dada por
−v12 = 2a2 L2
O percurso total é
v12 v2
L = L1 + L2 = − 1
2a1 2a2
ou
2L
v12 = µ ¶
1 1
−
a1 a2
2 × 103
= µ ¶
1 1
+
0.100 0.500
e
√
v1 = 166. 67 m/ s
= 12. 9 m/ s
Temos, assim
v12
L1 =
2a1
166. 67 ( m/ s)2
=
2 × 0.100 m/ s2
= 8.33 × 102 m
−v12
L2 =
2a2
166. 67 ( m/ s)2
=
2 × 0.500 m/ s2
= 1.67 × 102 m
17
enquanto que o tempo de desaceleração é, de 0 = v1 + a2 t2 ,
v1
t2 = −
a2
12. 9 m/ s
=
0.500 m/ s2
= 2.5 8 × 10 s
O tempo total é
t = t1 + t2
= 1.29 × 102 s + 2.5 8 × 10 s
= 1.55 × 102 s.
18
Física I -2009/2010
4a Série - Movimento bi- e tridimensional - Resolução
Questões:
Q1 - A figura mostra as posições de um objecto em movimento, em instantes de tempo
sucessivos Desenhe e identifique o vector velocidade média v0 para o moviemento entre 0 e
1, e o vector velocidade média v1 para o movimento de 1 a 2. Em seguida, desenhe o vector
v1 − v0 , aplicado no ponto 1.
0 0 v1 -v0
0
v0 -v0
2 v1 2 v1 2
1 1 1
v1
E
v0
Dv = v1 - v0
1
Q3 - A figura mostra uma rampa e uma bola que rola sobre essa rampa. Desenhe na figura
os vectores aceleração da bola nos pontos assinalados por letras, de A a E, (ou escreva a = 0,
onde for apropriado.
D E
A C
Para obter a aceleração em cada ponto, temos de determinar qual é a força resultante que actua na bola
Fres
em cada um desses pontos e aplicae a 2.a lei de Newton a = , em que m é a massa da bola. Em todos
m
os pontos as forças que actuam na bola são a Força gravítica e a força que a rampa exerce na bola. Estas
forças, em cada ponto possuem as orientações seguintes:
nE
nD
nA
nC D E
nB P
A P
C
P P
B P
Note-se que estamos a supor que o ponto D está colocado numa região da rampa com declive não nulo.
Como consequência, a aceleração da bola em cada um dos pontos é a indicada na figura seguinte.
aD aE = 0
aA E
D
aC
aB
A C
2
∆v v1 − v0
Vamos utilizar a relação a = para obter a aceleração em cada ponto. Por exemplo, a0 = =
∆t t1 − t0
v1 − v0
. A direcção, sentido e módulo relativo dos vectores aceleração podem ser obtidos a partir da
∆t
diferença de dois vectores velocidade. No entanto, as dimensões do vector aceleração são, como sabemos,
diferentes das dos vectores velocidade.
v0
v0
v1
v1 a0
a0 a1
v2
a2
v3
a3
a4 v4
v5
x(m) y(m)
15 15
10 10
5 5
0 0
t(s) t(s)
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
y(m)
15
10
v(3.5 s)
0
x(m)
0 5 10 15 20 25
3
Q6 - O gráfico mostra a trajectória de uma partícula. Os pontos indicam as posições da
partícula em intervalos de 1 s. Entre cada ponto, a velocidade da partícula é constante,
a) Desenhe os gráficos de x em função de t e de y em função de t, respectivamente, para o
movimento da partícula.
b) O módulo da velocidade da partícula entre os instantes t = 5 s e t = 6 s é maior, menor
ou igual à velocidade da partícula entre os instantes t = 1 s e t = 2 s? Justifique.
y(m)
10 0s
1s
5 6s
2s 5s
0 x(m)
3s 4s
-5
-10 -5 0 5 10
Q7 - Uma pedra, deixada cair do alto do mastro de um barco à vela, embaterá no mesmo
ponto da coberta quer o barco esteja parado ou em movimento com velocidade constante?
4
Se eliminarmos o tempo entre estas duas equações, obtemos uma equação do tipo y = y (x), que é a equação
da trajectória.
x
t =
v0x
v0y g
y = x − 2 x2 .
v0x 2v0x
A nossa intuição estava correcta, o alcance é maior na Lua do que na Terra. (Nem sempre acontece assim,
isto é, as nossas ideias intuitivas nem sempre estão correctas.)
b) Qual dos dois atinge a maior altitude?
Podemos obter a altura máxima atingida por um objecto lançado nas condições indicadas, calculando o
tempo necessário para a subida (fazendo vy = 0 na equação vy = v0y − gt e substituindo-o na equação da
2
v0y
1 v0y
coordenada y da posição, em função do tempo. y = v0y t − gt2 .) Obtemos tsubida = e ymax = , que
2 g 2g
é o resultado que pretendemos.
Alternativamente, podemos obter o valor de y correspondente ao ponto mais alto da trajectória, ddifer-
enciamdo a equação da trajectória em ordem a x e igualando a zero. Obtemos
dy v0y g
= − 2 x
dx v0x v0x
Igualando a zero,
v0y g
− 2 x = 0
v0x v0x
v0x v0y
x = .
g
5
Substituindo este valor de x na equação da trajectória, chegamos a
µ ¶2
v0y v0x v0y g v0x v0y
ymax = − 2
v0x g 2v0x g
2
v0y 2
v0y
= −
g 2g
2
v0y
= ,
2g
como anteriormente.
Concluímos, portanto que
ymaxL u a gTerra
= .
ymaxTerra gLua
A altura máxima é maior na Lua do que na Terra
Q9 - Um projéctil é lançado com velocidade inicial fazendo um ângulo entre 0o e 90o com
a horizontal.
a) Existe algum ponto da trajectória em que os vectores velocidade, v, e aceleração, a,
sejam paralelos um ao outro? Em caso afirmativo, caracterize esse ponto.
b) Existe algum ponto da trajectória em que os vectores velocidade, v, e aceleração, a,
sejam perpendiculares um ao outro? Em caso afirmativo, caracterize esse ponto.
c) Quais das seguintes grandezas permanecem constantes ao longo da trajectória: x, y, |v|,
vx , vy , ax , ay ?
1 3
0 4
7 5
6
Q12 - A figura mostra três pontos num prato que roda com velocidade angular constante
em torno de um eixo central.
v3
v2 3
3
1 2 v1 1 2
No movimento circular uniforme, a velocidade angular, ω, pode definir-se como o ângulo descrito pelo
vector posição de um ponto, referido ao centro de rotação, num intervalo de tempo a dividir por esse
intervalo de tempo.É evidente que a velocidade angular é igual para os três pontos indicados (na realidade
é a mesma para todos os pontos do prato).
∆θ
ω=
∆t
Para um determinado ponto do prato (por exemplo, o ponto 1, cuja posição em relação ao centro é
definida em cada instante pelo vector r1 ,
∆s
∆θ = ,
r1
em que ∆s é o arco na trajectória do ponto 1 correspondente ao ângulo ao centro ∆θ, e
1 ∆s
ω=
r1 ∆t
v3
v2 3
1
v1 r1 2
Dq
Ds
Mas
∆s
= |v1 | ,
∆t
pelo que podemos escrever
v1
ω= .
r1
Repetindo o raciocínio para qualquer outro ponto, concluímos que, genericamente,
v
ω= ou v = ωr.
r
7
Consequentemente podemos ordenar as velocidades de acordo com os seus módulos:
v1 = v2 < v3 .
Q13 - Num barco que se desloca com velocidade constante de módulo 5 m/s em relação à
água, um passageiro anda para a popa do barco com velocidade de módulo 2 m/s em relação
ao barco.
a) Escreva a equação que lhe permite obter a velocidade do passageiro em relação à água.
Vamos considerar dois referenciais, um ligado à água (que chamamos, arbitrariamente, referencial fixo,
S, e outro ligado ao barco, que denominamos referencial móvel, S 0 ). A velocidade do referencial S 0 em
relação ao referencial S é a velocidade do barco em relação à água, que poderemos chamar u. Chamaremos
v à velocidade do passageiro em relação à água (isto é, ao referencial S) e v 0 à velocidade do passageiro
em relação ao barco (isto é, ao referencial S 0 ). A equação que permite obter a velocidade do passageiro em
relação à água é, portanto,
v = v´+ u.
b) Substitua os valores apropriados na equação, de modo a obter o valor dessa velocidade.
(não se esqueça que a grandeza velocidade é vectorial).
Todos os vectores que figuram na equação possuem a mesma direcção. Como o passageiro se desloca
para a popra do berco, o sentido de v0 é opsto ao de u. A equação escalar correspondente, tomando
(arbitrariamente) o sentido de u (velocidade da água) como sentido positivo, é
v = −v 0 + u.
v = −2 m/ s + 5 m/ s
= 3 m/ s.
Q14 - Um barco está a atravessar um rio, deslocando-se com velocidade de módulo 5 m/s
em relação à água. O rio possui uma corrente com velocidade de módulo 3 m/s, em relação
à margem, no sentido da esqueda para a direita das figuras. Na situação (a), o barco aponta
verticalmente em relação às margens do rio e é arrastado pela corrente. Na situação (b), o
barco aponta obliquamente em relação às margens, no sentido de onde vem a corrente, com o
ângulo necessário para que possa atravessar o rio numa trajectória perpendicular às margens.
Para cada situação, desenhe os vector velocidade, vRM , do rio em relação à margem, vBR , do
barco em relação ao rio e ,vBM , do barco em relação à margem.
Chegada
Partida Partida
(a) (b)
8
vRM Chegada
vRM
vBR vBM
vBR vBM
Partida Partida
(a) (b)
200 m/s
R S T
20 m/s 20 m/s 40 m/s
Q16 - Um passageiro, num comboio que viaja com velocidade constante em relação ao solo,
deixa cair uma colher. Qual a aceleração da colher relativamente a) ao comboio e b) ao solo?
9
Problemas:
Nestes problemas, os vectores unitários que definem a direcção e sentido dos eixos coorde-
nados x, y, z são denominados, respectivamente, por i, j, k.
P1 - Uma mulher acrobata está sentada num ramo de uma árvore e deseja cair verticalmente
sobre um cavalo a galope que passa sob a árvore. A velocidade do cavalo é 10.0 m s−1 , e a
distância do ramo à sela é 3.00 m.
a) Qual deve ser a distância horizontal entre a sela e o ramo quando a mulher cai?
A mulher acrobata deverá iniciar o movimento de queda antes de o cavalo passar na vertical do ramo em
que se encontra. Durante o tempo de queda, o cavalo percorre uma determinada distância, que é o resultado
que pretendemos. Vamos colocar a origem do sistema de referência x0y na posição em que se encontra a
sela do cavalo no instante em que a mulher inicia a queda, e fazemos t = 0 s nesse momento.
Neste sistema de referência a coordenada - x da posição do cavalo é
xc = vc t (1)
em que vc é o módulo da velocidade do cavalo (esta velocidade só possui componente não nula segundo o
eixo dos x. No mesmo sistema de referência, as coordenadas x e y da posição da mulher acrobata são
(
x = xm
1 (2)
y = h − gt2
2
em que h é a distância do ramo à sela quando o cavalo está directamente sob ao ramo. h = 3.00 m e g = 10.
m s−2 . xm dar-nos-á o resultado que pretendemos. Se tqueda é igual ao tempo de queda da acrobata, então,
como no instante tqueda o cavalo estará directamente sob o ramo,
vc tqueda = xm (3)
1
y = h − gt2 = 0 (4)
2
Eliminando t entre as equações (3) e (4), obtemos
µ ¶2
1 xm
h= g
2 vc
ou
µ ¶1/2
2h
xm = vc
g
µ ¶
2 × 3.0 m 1/2
= 10.0
10. m/ s2
= 7. 75 m
que é a distância na horizontal entre a sela e o ramo.
b) Quanto tempo está ela no ar?
1
O intervalo de tempo de queda obtém-se da equação (4), h − gt2 = 0:
2
µ ¶1/2
2h
t =
g
µ ¶
2 × 3.0 m 1/2
=
10. m/ s2
= 7. 75 × 10−1 s.
10
P2 - Um peixe que nada num plano horizontal tem velocidade v0 = (4.0 i + 1.0 j) m s−1 num
ponto do oceano onde o seu vector posição em relação a uma rocha fixa no porto é r0 = (1.0 i
− 4.0 j) m. Depois de o peixe nadar com aceleração constante durante 20.0 s, a sua velocidade
é v = (20.0 i − 5.0 j) m s−1 .
a) Quais as componentes da aceleração?
Como o movimento é uniformemente acelerado, com aveleração a, a relação entre as velocidades no
instante t e no instante t = 0 é v = v0 + at, de onde se obtém
v − v0
a =
t
(20.0 i − 5.0 j) m/ s − (4.0 i + 1.0 j) m/ s
=
µ ¶20.0 s
16.0 −6.0
= i+ j m/ s2
20.0 20.0
³ ´
= 0.80 i − 0.30j m/ s2 .
v = v0 + at
h³ ´ i
= (4.0 i + 1.0 j) m/ s + 0.80 i − 0.30j m/ s2 × 25 s
³ ´
= 2.4 × 10 i − 6. 5 j m/ s
A direcção segundo a qual o peixe se move é a da sua velocidade nesse instante, que faz um ângulo
−6. 5
θ = arctan
2.4 × 10
= −0. 26 rad
11
P3 - As coordenadas de um objecto que se move no plano x0y variam no tempo, de acordo
com as equações: x = (−5.0 sin t) m e y = (4.0 − 5.0 cos t) m, onde t está em s.
a) Determine as componentes da velocidade e da aceleração em t = 0 s.
As coordenadas da posição da partícula e correspondenres derivadas são, com t em segundo.
x = (−5.0 sin t) m
y = (4.0 − 5.0 cos t) m
dx
vx = = −5.0 cos t = −5.0 m s−1
dt
dy
vy = = 5.0 sin t = 0 m s−1
dt
d2 x
ax = 2 = 5.0 sin t = 0 m s−2
dt
d2 y
ay = 2 = 5.0 cos t = 5.0 m s−2
dt
b) Escreva expressões para o vector posição, o vector velocidade, e o vector aceleração para
qualquer instante t > 0.
r = −5.0 sin t i + (4.0 − 5.0 cos t) j m
³ ´
→
−
v = −5.0 cos t i + 5.0 sin t j m/ s
³ ´
→
−
a = 5.0 sin t i + 5.0 cos t j m/ s2
12
Vamos supor que 30 m é a distância de João ao Pedro ao longo da encosta (como sugere o enunciado).
Se xP e yP são as coordenadas de da posição do Pedro, então
Por outro lado, como a encosta é dada por y = 0.4x e (xP , yP ) está sobre esta linha, temos também
yP = 0.4xP (6)
e, portanto,
yP = 0.4 × 27.9 m
= 11. 2 m
A trajectória da maçã atirada pelo João tem de passar pelo ponto (27.9, 11.2) m.
A equação da trajectória obtém-se de
¡ ¢ (27.9 m)2
11.2 m = (27.9 m) tan 50◦ − 5.0 m/ s2 2
v0 cos2 50◦
(27.9 m)2 (27.9 m) 11.2 m
2 = 2
tan 50◦ −
2
v0 cos 50 ◦ (5.0 m/ s ) (5.0 m/ s2 )
v0 = 20.7 m/ s
13
P5 - O super-homem sobrevoa Paris ao nível do topo das árvores quando vê que um elevador
da Torre Eiffel começa a cair devido ao cabo se ter partido. A sua visão de raios X diz-lhe que
Lois Lane está lá dentro. Se o super-homem está a 1.00 km da Torre Eiffel, e o elevador cai de
uma altura de 240 m, quanto tempo tem ele para salvar Lois, e qual deve ser a sua velocidade
média.
O super-home deverá deslocar-se da sua posição inicial até à base da Torre Eiffel com velocidade média
tal que consiga alcançar Lois Lane antes desta atingir o solo. Podemos ober o tempo de queda de Lois Lane
utilizando a equação da sua posição em função do tempo
1
y = y0 + v0 t − gt2 .
2
Se colocarmos a origem do eixo dos y (vertical na base da Torre Eiffel, isto é, no ponto em que a Lois Lane
atinge o solo) teremos y = 0, v0 = 0, y0 = h = 240 m e g = 10 m/ s2 , ou ( com g = 10 m/ s2 ),
1
0 = h − gt2
s 2
2h
t =
g
s
2 × 240 m
=
10 m/ s2
= 6.9 s
A velocidade média do super-homem, para atingir Lois Lane antes de esta atingir o solo deverá ter pelo
menos o módulo
1.00 × 103 m
vmin =
6.9 s
= 1.45 × 102 m/ s.
x = v0 t
1
y = − gt2
2
a partir das quais, eliminando t entre as duas equações, obtemos a equação da trajectória da pedra:
1 x2
y=− g 2
2 v0
14
Utilizando agora os valores das coordenadas do ponto de impacto na água, obtemos
1 2
h= g 2 (7)
2 v0
= (343 m/ s) × 3.0 s
= 1.03 × 102 m
ou ainda
2
= d2 − h2
¡ ¢2
= 1.03 × 102 m − (40.0 m)2
e
q
= (1.03 × 102 m)2 − (40.0 m)2
= 94.9 m
15
Nesta caso, o valor absoluto da velocidade inicial é v0 = v0y e, portanto,
1 v02
h=
2 g
b) Qual o tempo que ela leva no ar nos dois casos?
Se a velocidade inicial faz um ângulo θ0 com o eixo dos x, o alcance horizontal obtem-se de
1
y = v0y t − gt2
2
fazendo y = 0, obtendo-se
1 2
gt − v0y t = 0
2
2v0y
ou t = 0 (correspondendo ao instante de partida) e t = ou
g
tvoo = 2tsub .
= v0x tvoo
ou
2v0x v0y
=
g
2
2v0 cos θ0 sin θ0
=
g
2
v0 sin 2θ0
=
g
utilizando sin 2θ0 = sin (θ0 + θ0 ) = 2 sin θ0 cos θ0 .
Se o valor absoluto da velocidade inicial for definido, entaõ o valor máximo do alcance horixonatal obtem
encontrando o valor de θ0 para o qual
d
=0
dθ0
ou µ 2 ¶
d v0 sin 2θ0 v2
= 0 2 cos 2θ0 = 0
dθ0 g g
de onde
π
2θ0 =
2
e
π
θ0 = .
4
Então se o valor absoluto da velocidade inicial da pulga for o encontrado na alínea anterior, temos, com
π
θ0 = ,
4
π
v02 sin
= 2
g
v2
= 0
g
16
P8 - Uma bola ligada à extremidade de um fio é posta a rodar no ar segundo uma circun-
ferência horizontal de raio 0.30 m. O plano da circunferência está 1.2 m acima do chão. A
corda parte-se e a bola aterra 2.0 m afastada do ponto no chão directamente por baixo da sua
posição quando a corda parte. Determine o módulo da aceleração centrípeta da bola durante
o seu movimento circular.
A velocidade horizontal da bola é segundo o eixo dos x (horizontal), ou v0 = v0x . Se o sistema de tiver
origem no ponto em que a bola se encontra quando a corda se parte e o eixo dos y for dirigido para cima,
x = v0x t
1
y = − gt2 .
2
A trajectória da bola é
g 2
y=− 2 x
2v0x
Então, y = −1.2 m quando x = 2.0 m,
10 m/ s2
−1.2 m = − 2 (2.0 m)2
2v0x
v0x = v0 = 4.1 m/ s
Este é o módulo da velocidade da bola durante o movimento circular uniforme, correspondendo à acel-
eração centrípeta com módulo
v2
ac =
r
(4.1 m/ s)2
=
0.30 m
= 56.0 m/ s2 .
P9 - Um comboio trava ao contornar uma curva apertada, passando de 90.0 km h−1 para
50.0 km h−1 nos 15.0 s que demora a dar a curva. O raio da curva é 150 m. Calcule a aceleração
do comboio no momento em que a sua velocidade comboio atinge o valor de 50 km h−1 .
O módulo da velocidade inicial do comboio é
v0 = 90.0 km/ h
9.00 × 104 m
=
3600 s
= 25.0 m/ s.
v = 50.0 km/ h
5.00 × 104 m
=
3600 s
= 13.9 m/ s.
17
A componente tangencial da aceleração do comboio durante a curva é de
(13.9 − 25.0) m/ s
aT =
15.0 s
= −0.74 m/ s2 .
v2
aR =
r
(13.9 m/ s)2
=
150 m
= 1. 29 m/ s2 .
A aceleração pedida é
a = aR R + aT T
³ ´
= 1. 29R + −0.74T m/ s2 .
P10 - A Joana conduz o seu Mercedes com uma aceleração de módulo (3.0 i − 2.0 j) m s−2
enquanto que a Sofia imprime ao seu Jaguar uma aceleração de módulo (1.0 i + 3.0 j) m s−2 .
Ambas partem do repouso da origem de um sistema de coordenadas xy. Passados 5 s,
a) qual é a velocidade da Joana em relação à Sofia?
No referencial ligado ao chão e com origem no ponto de partida do movimento,
v = at
1 2
r = at
2
Então, em relação ao solo, as velocidades da Joana e da Sofia são, com t em segundo,
h i
vJ = (3.0 i − 2.0 j) m/ s2 t
h i
vS = (1.0 i + 3.0 j) m/ s2 t
vJ − vS = 10.0 i − 25.0 j ( m/ s) .
18
enquanto que a posição da Sofia é dada por
1 2
rS = aS t
2
1h i
= (1.0 i + 3.0 j) m/ s2 t2 .
2
No instante t = 5 s, ³ ´
rJ = 37. 5 i − 25.0 j m
³ ´
rS = 12. 5 i + 37. 5 j m
P11 - Um rio tem uma corrente de 0.500 m s−1 . Um estudante nada contra a corrente
a distância de 1.00 km e retorna ao ponto inicial. Dado que o estudante pode nadar com a
velocidade de 1.20 m s−1 em água parada, quanto tempo demora a sua viagem? Compare este
valor com o tempo que a viagem duraria se a água estivesse parada.
Vamos considerar o referencial S ligado à margem e o referencial S’ ligado à água. A velocidade da
corrente é a velocidade de S’ em relação a S. O movimento é unidimensional. No 1.o percurso
v1 = v10 − u,
com u1 = 0.500 m s−1 . Como o estudante nadou uma distância = 1.00 km, temos
= v10 t1 − ut1
No 2.o percurso,
v2 = v20 + u
e
= v20 t2 + ut2
19
Como v10 = v20 = v0 , a velocidade do estudante em relação à água, o tempo total é
t = t1 + t2
= +
v0 − u v0 + u
v0 + u + v0 − u
=
v02 − u2
2v 0
=
v02 − u2
2v 0
= µ ¶
02
u2
v 1 − 02
v
µ ¶−1
2 u2
= 1 − 02
v0 v
ou
" #−1
2 × 1000 m (0.50 m/ s)2
t = 1−
1.20 m/ s (1.20 m/ s)2
= 2.02 × 103 s
P12 - Um barco atravessa um rio, de largura L = 160 m, em que a corrente tem uma
velocidade uniforme de 1.50 m s−1 . O piloto mantém a direcção em que aponta o barco
perpendicular ao rio e uma velocidade constante de 2.0 m s−1 em relação à água.
a) Qual o módulo da velocidade do barco relativamente a um observador parado na
margem?
Vamos utilizar a relação
v = v0 + u
e
v 2 = v 02 + u2
de onde
p
v = v02 + u2
q
= (2.0 m/ s)2 + (1.50 m/ s)2
= 2. 5 m/ s.
b) A que distância abaixo, no sentido da corrente, da posição inicial está o barco quando
atinge a margem oposta?
20
O tempo que demora a atingir a outra margem é dado por
L
t=
v0
Nesse tempo, o deslocamento no sentido da corrente é
= ut
u
= L
v0
1.50 m/ s
= × 160 m
2.0 m/ s
= 120. m.
P13 - Um carro viaja para leste com velocidade de 50.0 km h−1 . Está a cair chuva vertical-
mente em relação à Terra. Os traços da chuva nas janelas laterais do carro fazem um ângulo
de 60.0o com a vertical. Determine a velocidade das gotas de água da chuva relativamente a)
ao carro e b) à Terra.
Se u for o módulo da velocidade do carro em relação à Terra, temos
¡ ¢
u = 50.0 × 103 m /3600 s
= 13.9 m/ s .
u
v 0 é o módulo da velocidade das gotas de chuva ém relção ao carro. Então, = sen 60◦ e
v0
u
v0 =
sen 60◦
13.9 m/ s
=
sen 60◦
= 16. 1 m/ s
Por outro lado,
u
= tan 60◦
v
ou
u
v =
tan 60◦
13.9 m/ s
=
tan 60◦
= 8.03 m/ s.
P14 - Um camião segue para norte com uma velocidade constante de 10.0 m s−1 numa
estrada horizontal. Um rapaz que vai na parte de trás do camião deseja atirar uma bola
enquanto o camião se move e apanhar a bola depois do camião ter percorrido 20.0 m. Despreze
a resistência do ar.
a) Com que ângulo em relação à vertical deve a bola ser atirada?
0◦ .
b) Qual deve ser o módulo da velocidade inicial da bola?
20.0 m
No referencial do camião a velocidade inicial é vertical.Como o tempo de voo é tvoo = = 2.00 s,
10.0 m/ s
e de
v = v0 − gt
21
temos
2v0
tvoo =
g
ou
gtvoo
v0 =
2
10 m/ s2 × 2.00 s
=
2
= 10.0 m/ s
x = v0x t
1
y = v0y t − gt2
2
Eliminando t entre as duas equações,
µ¶
x 1 x 2
y = v0y − g
v0x 2 v0x
g
y = x tan θ0 − x2
2v0 cos2 θ0
Para o observador ligado á Terra,
v0x = 10.0 m/ s
v0y = 10.0 m/ s
e
q
v0 = (10.0 m/ s)2 + (10.0 m/ s)2
= 14.1 m/ s
θ0 = arctan 1
= 0.785 rad.
22
Folha de Cálculo:
S1 - A Polícia montou uma operação de ”caça” aos excessos de velocidade na estrada. De
um carro de polícia colocado atrás de uma placa, um agente mede por radar que a velocidade
de um condutor é de 35.0 m s−1 . Passados 3 s ele avisa o seu colega que está noutro carro da
polícia 100 m adiante, na estrada. O segundo carro de polícia começa a perseguir o condutor
2.00 s após ter recebido o alerta, partindo do repouso e acelerando a 2.00 m s−2 .
a) Quanto tempo demora até o condutor ser alcançado?
b) Qual é a velocidade do carro da polícia quando alcança o condutor?
c) Qual é a distância entre o ponto em que o segundo carro da polícia estava inicialmente
e o ponto em que o condutor foi alcançado?
S2 - Um vendedor tem de visitar quatro clientes uma vez em cada período de vendas. Os
quatro clientes estão em cidades diferentes e o vendedor quer visitar todos eles no tempo
mínimo. A distância viajada depende da trajectória escolhida. Que trajectória deverá ele
escolher?
Suponha que o vendedor parte da origem O e visita os quatro clientes uma vez, antes de
voltar à origem, viajando entre eles em linha recta. Os clientes estão localizados num plano,
nos pontos:
x = x0 + vx0 t
1
y = y0 + vy0 t − gt2
2
onde vx0 = v0 cos θ0 e vy0 = v0 sin θ0 . Fazendo uso destas equações, utilize a folha de cálculo
para calcular as coordenadas x e y de um projéctil e as componentes vx e vy como funções do
tempo. A velocidade inicial e o ângulo de lançamento do projéctil devem ser parâmetros de
entrada. Utilize a função gráfico da folha de cálculo para representar as coordenadas x e y em
função do tempo. Represente também vx e vy em função do tempo.
23
uma solução para este problema? Soluções podem ser encontradas variando os parâmetros e
estudando o gráfico de y em função de x.
24
Física I -2009/2010
5a Série - Força e Movimento II - Resolução
Questões:
Q1 - Quando um avião faz um ”loop” por dentro num plano vertical, em que ponto parece o piloto
estar mais pesado? Qual a força de constangimento que actua sobre o piloto?
Q2 - Um balde de água pode ser posto a rodar segundo uma trajectória vertical de forma que a
água não se espalha. Porque é que a água fica dentro do balde mesmo quando este passa por cima da
sua cabeça?
Problemas:
P1 - Três corpos estão ligados e assentes numa mesa, como se mostra na figura. O coeficiente de
atrito cinético entre as superfícies dos corpos e a da mesa é de 0.35 e as roldanas não têm atrito. As
massas dos três corpos são, respectivamente, 4.0 kg, 1.0 kg, e 2.0 kg.
Determine:
a) O módulo da aceleração de cada bloco;
Vamos isolar, em primeiro lugar, os três blocos e tratá-los separadamente.
1.0 kg
Bloco 1
y
T1
4.0 kg 2.0 kg
P1
T1 + P1 = m1 a1
ou, com um eixo vertical dirigido para baixo (y):
−T1 + m1 g = m1 a1
Bloco 2
1.0 kg
4.0 kg 2.0 kg
n
y
T2 T2’
P2
1
Para o bloco do centro (2)
T2 + P2 + N2 + T20 + fc = m2 a2
ou, com o eixo dos x dirigido para a esquerda e com o eixo dos y dirigido para cima:
x : T2 − T20 − fc = m2 a2
y : −P2 + N2 = 0
fc = μc N2
1.0 kg
Bloco 3
y
T3’
4.0 kg 2.0 kg
P3
a1 = a2 = a3 = a
T1 = T2
T20 = T3
−T1 + m1 g = m1 a
T1 − T3 − fc = m2 a
fc = μc N2
−P2 + N2 = 0
T3 = m3 (a + g)
−m3 g − m3 a − μc m2 g − m2 a + m1 g = m1 a
a (m1+ m2+ m3 ) = g (m1 − μc m2 − m3 )
m1 − μc m2 − m3
a = g
m1+ m2+ m3
4.0 kg − 0.35 × 1.0 kg − 2.0 kg
=
4.0 kg + 1.0 kg + 2.0 kg
= 0.24 m/ s2 .
T1 = m1 (g − a)
¡ ¢
= 4.0 kg 10 m/ s2 − 0.24 m/ s2
= 39.0 N
T3 = m3 (a + g)
= 2.0 × (0.24 + 10)
= 20.5 N.
2
P2 - Um rapaz sobe a encosta de um monte, com 15o de inclinação, arrastando o seu trenó com
o peso de 60.0 N, a velocidade constante. Puxa o trenó através de uma corda atada a este último,
exercendo uma força de módulo 25 N. Se a corda tiver uma inclinação de 35o em relação à horizontal,
qual é o coeficiente de atrito cinético entre o trenó e a neve? No cimo do monte, o rapaz salta para
cima do trenó e escorrega pelo monte abaixo. Qual o módulo da sua aceleração na descida?
x : T cos α − mg sin θ − fc = 0
y : T sin α − mg cos θ + N = 0
fc = μc N
fc = T cos α − mg sin θ
μc (mg cos θ − T sin α) = T cos α − mg sin θ
T cos α − mg sin θ
μc =
mg cos θ − T sin α
25 N × cos 20◦ − 60 N × sin 15◦
=
60 N × cos 15◦ − 25 N × sin 20◦
= 0.16
P3 - Uma caixa é transportada num camião que viaja horizontalmente com velocidade de módulo
15 m s−1 . O coeficiente de atrito estático entre a caixa e o camião é 0.40. Determine a distância mínima
de paragem para o camião de forma a que a caixa não escorregue.
Na travagem, a caixa é actuada pelas forças:
fe + P + N = ma
x : −fe = ma
y : N −P =0
3
A distância mínima corresponde à aceleração provocada pela força de atrito estático máxima:
fe max = μe N
= μe mg
a = −μe g
= −0.40 × 10 m/ s2
= −4.0 m/ s2 .
−v02
x =
2a
− (15 m/ s)2
=
−2 × 4.0 m/ s2
= 28 m.
a) Quanto tempo demora o bloco A a chegar à extremidade direita do bloco B, (como se mostra em
b)?
Forças a actuar no bloco A:
NA + PA + F + fe = mA aA
x : F − fe = mA aA
y : NA − PA = 0
fe = μe NA
F
aA = − μe g
mA
10 N
= − 0.300 × 10 m/ s2
2 kg
= 2.0 m/ s2 .
4
As forças que actuam no bloco B são
fe0 + NB0 + NB + PB = mB aB
fe0 = mB aB
fe0 = fe = μe mA g
μe mA g = mB aB
mA
aB = μe g
mB
2.0 kg
= 0.300 × 10 m/ s ×
8.0 kg
= 0.75 m/ s2
a0A = aA − aB
= 2.0 − 0.75
= 1.25 m/ s2 .
P5 - Um satélite de 300 kg está numa órbita circular em torno da Terra a uma altitude igual ao raio
médio da Terra. Determine,
a) a velocidade orbital do satélite,
a) O raio da Terra pode ser determinado de:
O metro é a décima milionésima parte do quarto do meridiano terreste, isto é
1 1
1m = × × 2πR
10000000 4
em que R é o raio da terra.
20000000
R = m
π
= 6. 4 × 106 m
mM v2
FG = G = m
r2 r
5
Agora, o raio da trajectória, r, é r = 2R e temos
GM
v2 =
r
GM g
= = R
2R 2
e
r
9.8 m/ s2
v = × 6. 4 × 106 m
2
= 5600 m/ s.
2πR
T =
v
2π × 6. 4 × 106 m
=
5600 m/ s
= 7.18 × 103 s
7.18 × 103 s
=
3600 s/ h
= 2.0 h.
mM
FG = G
(2R)2
GM
= m 2
4R
g
= m
4
9.8 m/ s2
= 300 kg ×
4
= 735 N
v2
= m
2R
= 735 N
.ou
v2
FG = m
2R
= 735 N
P6 - O Tarzan (m = 85.0 kg) tenta atravessar um rio agarrado a uma trepadeira baloiçando-se. A
trepadeira tem um comprimento de 10.0 m e a velocidade do Tarzan no ponto mais baixo da oscilação
é 8.00 m s−1 . Ele não sabe que a trepadeira parte sob uma tensão de 1000 N. Conseguirá ele atravessa
o rio em segurança?
6
No ponto mais baixo, temos
mv 2
T −P =
r
mv2
T = mg +
r
85 × 8.002
= 85 × 10 +
10
= 1.39 × 103 N.
P7 - Um pequeno disco de massa 0.250 kg está ligado a um fio e roda segundo um círculo de raio
1.00 m sobre uma mesa horizontal sem atrito, como se mostra na figura. O fio passa através de um
buraco no centro da mesa e uma massa de 1.00 kg está ligada à outra extremidade. A massa suspensa
permanece em equilíbrio enquando o disco roda.
T1 = m1 a
v2
= m1
r
As forças que actuam na massa pendurada são o seu peso e a tensão da corda:
T2 + P2 = 0
ou
T2 = m2 g.
Portanto T2 = T = m2 g = 1.00 × 10 = 10 N.
b) Qual é o módulo da força central que actua no disco?
É a força T1 = T = 10. N.
c) Qual é o módulo da velocidade do disco?
Temos
r
T1 r
v =
m
s 1
10 N × 1 m
=
0.250 kg
= 6. 3 m/ s.
P8 - Na montanha russa que se mostra na figura, o carro tem uma massa de 500 kg quando cheio
de passageiros.
7
a) Se o carro tem uma velocidade de 20.0 m s−1 no ponto A, qual é o módulo da força exercida pelo
carril no carro nesse ponto?
No ponto A
P + N = ma
ou
v2
−P + N = m
r
µ ¶
v2
N = m g+
r
à !
2
(20 m/ s)
2
= 500 kg 10 m/ s +
10 m
= 2.5 × 104 N.
b) Qual é o módulo da velocidade máxima que o carro pode ter em B para permanecer no carril?
No ponto B,
0
v2
P − N0 = m 0
r
A velocidade máxima para permanecer no carril é dada pela equação anterior, com N 0 = 0, ou
0 p
v = gr0
p
= 10 m/ s2 × 15 m
= 12 m/ s.
P9 - Um carro contorna uma curva inclinada como se mostra na figura. O raio de curvatura da
estrada é R, ângulo de inclinação é θ, e o coeficiente de atrito estático é μ. Determine:
a) o domínio de módulos da velocidade que o carro pode ter sem que escorregue para cima ou para
baixo na estrada,
A 2.a lei de Newton exprime-se na forma
P + N + fa = ma
ou
x : −N sin θ + αfa cos θ = max
y : −mg + N cos θ + αfa sin θ = may
8
e
v2
ax = −
r
fa ≤ μN
e α = 1 se a força de atrito aponta para cima, α = −1 se a força de atrito aponta para baixo. Não escorregamento
significa ay = 0.
obtendo-se
2
vmax = rg (sin θ + μ cos θ) / (cos θ − μ sin θ) α = −1
2
vmin = rg (sin θ − μ cos θ) / (cos θ + μ sin θ) α = +1
b) o valor mínimo de μ que permita que a que a velocidade tenha módulo mínimo nulo.
sin θ
vmin = 0⇒μ=
cos θ
= tan θ
P10 - Um objecto de 0.500 kg está suspenso por um fio do tecto de um camião em movimento
acelerado. Se o módulo da aceleração do camião é a = 3.00 m s−1 , determine:
a) o ângulo que a corda faz com a vertical,
b) a tensão na corda.
As forças que actuam no objecto são a tensão da corda e o peso:
T + P = ma
ou
x : T sin θ = ma
y : T cos θ − P = 0
ou
a
tan θ =
g
e
3.00 m/ s2
θ = arctan
10.0 m/ s2
= 16.7◦
9
E
ma
T =
sin θ
0.500 kg × 3.00 m/ s2
=
sin 16.7◦
◦
= 16.7 .
P11 - Num parque de diversões, uma das atracções consiste num grande cilindro colocado verti-
calmente rodando em torno do seu eixo com suficiente rapidez para que qualquer pessoa dentro dele
fique presa contra a parede quando o chão é retirado, como se mosta na figura. O coeficiente de atrito
estático entre a pessoa e a parede é μs e o raio do cilndro é R.
a) Mostre que o período de revolução máximo necessário para impedir que a pessoa caia é T =
(4π 2 Rμs /g)1/2 . Obtenha o valor numérico para T se R = 0.40 m e μs = 0.400.
b) Quantas revoluções por minuto dá o o cilindro neste caso?
P12 - Um objecto de 9.00 kg parte do repouso e move-se através de um fluido viscoso sujeito a uma
força resistiva R = −bv, onde v é a velocidade do objecto. Se o objecto atinge em 5.54 s uma velocidade
cujo módulo é metade do valor do módulo da sua velocidade terminal, determine:
a) a velocidade terminal do objecto,
b) o instante em que a velocidade do objecto é igual a três quartos da sua velocidade terminal,
c) a distância viajada pelo objecto nos primeiros 5.54 s do movimento.
P13 - Considere um pêndulo cónico com uma massa de 80.0 kg e um fio com 10.0 m que faz um
ângulo de 5.00◦ com a vertical. Determine:
a) as componentes horizontal e vertical da força exercida pelo fio sobre a massa,
b) a aceleração radial da massa.
10
Folha de Cálculo:
S1 - Uma pessoa tem de mover uma caixa de 65 kg que está em repouso no chão. O coeficiente de
atrito estático entre a caixa e o chão é 0.48. Uma força de módulo F é aplicada na caixa, fazendo um
ângulo de θ com a horizontal.
a) Utilize uma folha de cálculo para calcular a força necessária para mover a caixa para uma sequência
de ângulos. Considere o ângulo θ como positivo se a força tem uma componente para cima, e negativo
se a força tem uma componente para baixo. Faça um gráfico de F em função de θ, e a partir dele
determine a força mínima necessária para mover a caixa. Com que ângulo deve a força ser aplicada?
b) Investigue o que acontece quando se muda o coeficiente de atrito.
S2 - Um paraquedista de 50.0 kg salta de um avião e cai para a Terra sofrendo uma força resistiva
de módulo R = Kv 2 . Considere K = 0.200 kg m−1 quando o páraquedas está fechado e K = 20.0 kg m−1
quando ele está aberto. Considere que o páraquedista começa a descer a uma altitude de 1000 m, e cai
em queda livre durante 10 s antes de abrir o páraquedas.
a) Determine a velocidade terminal do páraquedista antes e depois de o paráquedas se abrir.
b) Utilize uma folha de cálculo para determinar a posição e a velocidade do páraquedista em função
do tempo.
(Sugestão: Quando o páraquedas se abre dá-se um súbito aumento da aceleração, pelo que pode ser
necessário usar intervalos de tempo mais pequenos nesta região).
S3 - Um projéctil de 10.0 kg é lançado com uma velocidade inicial de 150 m s−1 , fazendo um ângulo
de 35.0◦ com a horizontal. A força resistiva que actua no projéctil é R = bv, onde b = 15.0 kg s−1 .
a) Utilize uma folha de cálculo para determinar as posições horizontal e vertical do projéctil em
função do tempo.
b) Determine o alcance deste projéctil.
c) Determine o ângulo de lançamento que dá o alcance máximo para este projéctil. (Sugestão:
ajuste o ângulo por tentativas para encontrar o alcance máximo).
Nota: Quando a resistência do ar é incluída o alcance máximo não ocorre necessariamente para
θ0 = 45◦ .
11
Física I -2009/2010
6a Série - Energia - Resolução
Questões:
Q1 - Identifique dois processos através dos quaisa pode ser transferida energia do ambiente para um
sistema?
1
b) Num determinado processo. a energia potencial de um sistema aumenta ao mesmo tempo que
a o ambiente efectua trabalho sobre o sistema. A energia cinética do sistema diminui, aumenta ou
mantém-se constante? Ou não tem informação suficiente para poder responder? Justifique.
deslocamento
As forças são:
T → Tensão da corda;
P → Peso do elevador.
Num deslocamento vertical para cima, o trabalho da tensão é positivo e o trabalho do peso é negativo.
b) Um elevador está a descer.
deslocamento
As forças são:
T → Tensão da corda;
P → Peso do elevador.
Num deslocamento vertical para baixo, o trabalho da tensão é negativo e o trabalho do peso é positivo.
c) Uma pessoa empurra uma caixa sobre uma superfície rugosa.
Se a superfície é rugosa, existe atrito entre a superfície da caixa e aquela em que assenta.
deslocamento
F fc
As forças são:
F → Força que empurra a caixa;
P → Peso da caixa;
fc → força de atrito cinético.
Num deslocamento horizontal o trabalho da força F é positivo, o trabalho da força fc é negativo e o trabalho do
peso é nulo.
2
d) Uma bola é atirada verticalmente para cima. Considere a situação desde que a bola sai da mão
do lançador até atingir o ponto mais alto da trajectória.
e) Um automóvel efectua uma curva com velocidade de módulo constante.
Q7 - Um carrinho de plástico com massa 0.2 kg e um carrinho de chumbo com massa 20 kg são
empurrados com forças iguais sobre uma superfície sem atrito, partindo do repouso. Após percorrerem
a distância de 1 m, a energia cinética do carrinho de plástico é maior, menor ou igual à do carrinho de
chumbo? Justifique.
Aplicando o teorema da energia cinética, concluímos imediatamente que a energia cinética dos dois carrinhos é
igual após efectuarem deslocamentos iguais sob a acção de forças iguais.
A aceleração constante do automóvel pode ser obtida, utilizando a equação do movimento uniformemente acelerado
unidimensional que relaciona velocidade, aceleração e tempo:
v − v0
a= ,
t − t0
que conduz a
20 m/ s − 0
a =
20 s − 0
= 1.0 m/ s2
o que permite obter valores da velocidade e da energia cinética, para diferentes instantes de tempo:
v = v0 + at
ou
v ( m/ s) = 1 m/ s2 t ( s)
1
t v Ec = mv 2
2
( s) ( m/ s) ( J)
0 0 0
5 5 0.125 × 105
10 10 0.500 × 105
15 15 1. 125 × 105
20 20 2.000 × 105
3
EC(J)
2.5x105
2.0x105
5
1.5x10
5
1.0x10
0.5x105
0 t(s)
0 5 10 15 20 25
b) Um automóvel com massa 1000 kg, com velocidade de módulo 20 m/ s, que trava com aceleração
constante atingindo o repouso em 4 s.
EC(J)
5
2.5x10
2.0x105
1.5x105
5
1.0x10
0.5x105
0 t(s)
0 5 10 15 20 25
c) Um automóvel com massa 1000 kg, que descreve uma vez uma trajectória circular de 40 m de
diâmetro, com velocidade de módulo constante igual a 20 m/ s.
EC(J)
2.5x105
5
2.0x10
5
1.5x10
5
1.0x10
0.5x105
0 t(s)
0 5 10 15 20 25
Q9 - A figura mostra um corpo com massa de 1 kg, inicialmente 1 m acima do solo, que sobe até à
altura de 2 m. O Joaquim e a Luísa medem, independentemente a posição do corpo, utilizando sistemas
de coordenadas diferentes. Indique na tabela os valores iniciais e finais da energia potencial gravítica
medidos pelo Joaquim e pela Luísa, bem como as correspondentes variações.
Joaquim Luisa
fim
2m inicio 0
4
Para a Luísa, Ug i = 0 à altura de 1 m, o que significa que, para a Luísa, Ug = −1 kg × 1 m × 10 m/ s2 = −10 J ao
nível do solo. Então, para a Luísa, Ug i = 0 J; Ug f = 1 kg × 1 m × 10 m/ s2 = 10 J; ∆Ug = 10 J − 0 J = 10 J.
A variação da energia potencial (que é o que tem significado físico) é igual apar os dois observadores.
Q10 - Três bolas com massas iguais são lançadas simultaneamente com velocidades de módulo
igual, da mesma altura em relação ao solo. A bola 1 é lançada verticalmente para cima, a bola 2
verticalmente para baixo e a bola 3 na horizontal. Coloque por ordem, do menor para o maior, os
módulos das velocidades das bolas, v1 , v2 e v3 , quando atingem o solo.
bola 1
bola 3
bola 2
Q11 - Um objecto de massa elevada é largado do repouso na posição 1 por cima de uma mola em
hélice. O objecto cai e entra em contacto com a mola na posição 2. A compressão máxima da mola
é atingida na posição 3. Indique na tabela se as grandezas indicadas são negativas, positivas ou nulas
nos intervalos de tempo entre as diferentes posições.
2
3
Q12 - a) Se uma pessoa empurra um corpo num deslocamento de módulo 10 m com uma força de
módulo 10 N na direcção e sentido do movimento, qual é o trabalho que realiza sobre o corpo?
b) Qual é a potência que a pessoa tem de fornecer para empurrar o corpo em 1 s? 10 s? 0.1 s?
Q13 - Estime o tempo que lhe demora a subir um lance de escadas. Calcule então a potência
requerida para realizar esta tarefa.
Q14 - Um pêndulo simples balança de um lado para o outro, sendo as forças que actuam sobre a
massa suspensa, o peso, a tensão na corda de suspensão e a resistência do ar.
a) Qual destas forças, se alguma, não realiza trabalho sobre o pêndulo?
A tensão da corda é a única que não realiza trabalho sobre o corpo, porque é, em cada instante, perpendicular ao
deslocamento.
b) Qual destas forças realiza trabalho negativo em todos os instantes do movimento do pêndulo?
A resistência do ar. O seu sentido é, em cada instante, oposto ao deslocamento.
c) Descreva o trabalho realizado pela força da gravidade enquanto o pêndulo balança
O trabalho realizado pela força da gravidade quando o pêndulo desce do ponto mais alto ao ponto mais baixo é
positivo. Quando o pêndulo sobe do ponto mais baixo ao ponto mais alto, o trabalho realizado pela força da gravidade
é negativo e igual, em valor absoluto ao trabalho efectuado na descida. Consequentemente, o trabalho realizado pela
força da gravidade numa oscilação completa é nulo..
Q15 - Uma bola de bowling está suspensa do tecto de uma sala de aula por uma corda forte. A
bola é desviada da sua posição de equilíbrio e largada do repouso a partir da ponta do nariz de uma
5
pessoa. Se a pessoa se mantiver parada, explique porque é que ela não será atingida pela bola quando
esta regressar da sua oscilação. Estaria a pessoa segura se tivesse empurrado a bola quando a largou?
Problemas:
P1 - Uma força F = (4.0xi + 3.0y j) N actua numa partícula que se desloca ao longo do eixo do x desde
a origem até x = 5.0 m. Determine o trabalho realizado pela força sobre a partícula.
Utilizando a definição de trabalho sobre uma partícula ao longo de um percurso, obtemos
Z x=5
W = F · dr
x=0
Z x=5
= (4.0xi + 3.0y j) · idx
x=0
Z x=5
= 4.0xdx
x=0
¯5
x2 ¯¯
= 4.0
2 ¯0
= 2.0 × 52
= 50. J
P2 - Uma carroça carregada de tijolos tem uma massa total de 18 kg e é puxada a velocidade constante
por uma corda. A corda tem uma inclinação de 20.0 ◦ acima da horizontal e a carroça desloca-se 20.0 m
sobre uma superfície horizontal. O coeficiente de atrito cinético entre o chão e a carroça é 0.500.
Determine:
a) a tensão na corda.
As forças que seexercem na carroça são o peso P , a força exercida pelo pavimento, normal a este, n, a força de
atrito cinético, fc (estamos a supor que, de alguma forma a carroça está a escorregar), a tensão da corda. O diagrama
de força é o seguinte:
n y
T
fe
n + P + fc + F = ma
com a = 0, porque a velocidade é constante: As equações escalares correspondentes, no sistema de referência da figura,
são
x: T cos 20◦ − fc = 0
y n + T sin 20◦ − P = 0
fc = μn
6
Vindo, então,
fca = μ (P − T sin 20◦ )
T cos 20◦ − μ (P − T sin 20◦ ) = 0
T (cos 20◦ + μ sin 20◦ ) = μP
μP
T =
(cos 20◦ + μ sin 20◦ )
0.500 × 18 kg × 10 m/ s2
=
(cos 20◦ + 0.500 × sin 20◦ )
= 81. N.
b) a trabalho realizado pela corda sobre a carroça.
WF = T ∆ cos 20◦
= 81 N × 20 m × cos 20◦
= 1.5 × 103 J
c) o trabalho realizado pela força da gravidade.
WP = 0,
porque a força da gravidade tem direcção perpendicular à do deslocamento.
d) o trabalho realizado pela força normal exercida pelo chão.
WN = 0,
porque a força normal tem direcção perpendicular à do deslocamento.
e) a energia "perdida"devido ao atrito.
Wfa = −μ (P − T sin 20◦ ) ∆
¡ ¢
= −0.500 × 18 kg × 10 m/ s2 − 81 m/ s2 sin 20◦ × 20 m
= −1.5 × 103 J
que é a energia transformada em energia térmica, devido ao atrito
P3 - Um arqueiro puxa a corda do seu arco para trás 0.400 m, exercendo uma força cujo módulo
cresce uniformemente de zero a 230 N.
a) Qual é a constante elástica equivalente do arco?
Se F é a força cresce uniformemente, o arco comporta-se como uma mola elástica, pelo que lhe podemos associar
uma constante elástica "equivalente"keq , tal que
F = keq x.
Substituindo os valores dados, obtemis
230 N = k × 0.400 m
230 N
k =
0.400 m
= 575 N/ m
b) Qual o trabalho realizado quando a corda do arco é puxada?
Como o arco se comporta de forma análoga à de uma mola elástica, podemos escrever o trabalho realizado pela
força que está aplicada ao arco na forma
1
W = keq x2
2
1
= × 575 N/ m × (0.400 m)2
2
= 46.0 J.
7
P4 - Uma pequena massa m é puxada para o cimo de um meio cilindro (de raio R) sem atrito, como
se mostra na figura.
a) Se a massa se move com uma velocidade de módulo constante, mostre que F = mg cos θ.
As forças aplicadas ao corpo de massa m são: a força F ,a força normal, em cada ponto, à superfície do cilindro,
N , e o peso, P . Como o corpo se move com velocidade contante, a 2.a lei de Newton exprime-se na forma:
F +N +P =0
Escolhendo agora um sistema de referência com origem no corpo de massa m e com um eixo na direcção radial e outro
na direcção tangencial à superfície do cilindro, obtemos as correspondentes equações escalares
r: N − P sin θ = 0
t: −F + P cos θ = 0
de onde
F = P cos θ
= mg cos θ.
b) Determine o trabalho realizado pela força F quando se move a massa, com módulo da velocidade
constante, da base para o topo do cilindro.
Utilizamos o facto de um elemento de arco na superfície do cilindro pode ser escrito na forma dr = Rdθut , de onde
resulta
Z
W = F · dr
Z π
2
= F Rdθ
0
Z π
2
= mgR cos θdθ
0
³ π ´
= mgR sin − sin 0
2
= mgR.
P5 - Um lançador de bolas de uma máquina de jogos, como se mostra na figura, tem uma mola
com uma constante de força 1.20 N/ cm. A superfície em que a bola se move tem uma inclinação de 10 ◦
em relação à horizontal. Se a mola está inicialmente comprimida de 5.00 cm, determine a velocidade de
lançamento de uma bola de 100 g quando o lançador é solto. Despreze o atrito e a massa da mola.
8
Como não se consideram forças de atrito, a energia total do sistema Terra+bola+lançador não varia. Vamos
calcular todas as formas de energia em diferentes instantes. No instante inicial, com a mola inteiramente comprimida,
a energia potencial gravítica é Ug = −mg∆xmax sin 10◦ , em que considerámos que a energia potencial gravítica é nula
na posição eme que a mola está em equilíbrio (isto é, na posição em que a força elástica é nula). Ainda no instante
1 2
inicial, a energia potencial elástica (acumulada na mola) é Uel = k (∆xmax ) , em que k é a constante da mola.
2
Consequentemente,
1 2
Ei = −mg∆xmax sin 10◦ + k (∆xmax )
2
O instante final é aquele em que a bola deixa de estar em contacto com o lançador, no ponto exacto em que a mola
está em equilíbrio. Neste ponto, tanto a energia potencial elástica como a energia potencial gravítica são nulas. A
única forma de energia não nula é a energia cinética, associada ao movimento da bola
1
Ef = mv 2
2
Aplicando a expressão da conservação da energia, Ei = Ef , obtemos
1 1
mv 2 = −mg∆xmax sin 10◦ + k (∆xmax )2
2 2
−2mg∆xmax sin 10◦ k (∆xmax )2
v2 = +
m m
¡ ¢2
2 −2 × 0.100 kg × 10 m/ s2 × 5.00 × 10−2 m × sin 10◦ 120 N/ m × 5.00 × 10−2 m
v = +
0.100 kg 0.100 kg
2
= 2. 83 ( m/ s)
e
v = 1.68 m/ s
P6 - Imprime-se a um bloco de 4.00 kg, situado na base de um plano com uma inclinação de 20.0 ◦ ,
uma velocidade inicial de 8.00 m/ s fazendo o bloco subir o plano. A força de atrito que retarda o
movimento do bloco tem módulo 15.0 N.
a) Qual a distância percorrida pelo bloco até parar?
O trabalho das forças que actuam no bloco durante a subida é
W = (−fc − P sin θ) ∆
9
A força de atrito tem módulo máximo de 15 N, superior a esta força, e portanto o bloco não se deslocará.
P7 - Um bloco de 4.0 kg ligado a uma corda de 2.0 m de comprimento, roda em círculo sobre uma
superfície horizontal.
a) Considerando que a superfície não tem atrito, identifique todas as forças que actuam no bloco e
mostre que o trabalho realizado por cada uma delas é zero para qualquer deslocamento do bloco.
Peso P ; Normal à superfície N ; Tensão da corda T .
Todas as forças são perpendiculares ao deslocamento, consequentemente o trabalho realizado por cada uma das
forças sobre o bloco é nulo.
b) Se o coeficiente de atrito entre o bloco e a superfície fôr 0.25, determine a energia perdida devido
ao atrito em cada revolução.
Em cada revolução o bloco percorre a distância
2πR = 2π × 2.0 m
= 12.6 m
O módulo da força de atrito é
fc = μN
= μP
= 0.25 × 4.0 kg × 10 m/ s2
= 10.0 N
A energia "perdida"(isto é, transformada em energia térmica) devido ao atrito em cada revolução é igual ao módulo
do trabalho da força de atrito numa revolução:
Wfc = −10.0 N × 12.6 m
= −1.26 × 102 J.
ou seja, 1.26 × 102 J.
P8 - Nas Cataratas do Niagara tem-se uma queda de água de 1.2 × 106 kg/ s de uma altura de 50 m.
Quantas lâmpadas de 60 W podem ser acesas com esta potência?
A energia produzida por segundo (potência produzida) é mgh = 1.2 × 106 kg/ s × 10 m/ s2 × 50 m = 6.0 × 108 W.
Poderia acender 6.0 × 108 W/60 W = 1.0 × 107 lâmpadas.
P9 - Uma caixa de 200 kg é puxada ao longo de uma superfície por um motor. O coeficiente de atrito
entre a caixa e a superfície é 0.40.
a) Qual é a potência fornecida pelo motor para mover a caixa a 5.0 m/ s?
O módulo da força de atrito é fc = μP = 0.40 × 200 kg × 10 m/ s2 = 8.0 × 102 N. Vamos supor que a aceleração
da caixa é nula. Como a força do motor e a força de atrito têm a mesma direcção mas sentidos opostos, o módulo da
força do motor resulta de
F − fa = 0
F = 8.0 × 102 N
O trabalho desta força durante um segundo (a potência do motor) é
P = 8.0 × 102 N × 5.0 m/ s
= 4.0 × 103 J/ s
= 4.0 × 103 W.
b) Qual o trabalho realizado pelo motor durante 3.0 min?
W = P × ∆t
= 4.0 × 103 W × 180 s
= 7. 2 × 105 J.
10
P10 - Duas massas estão ligadas por uma corda leve que passa por uma roldana sem atrito como se
mostra na figura. A massa de 5.0 kg é largada do repouso. Utilizando a lei de conservação da energia,
determine:
a) a velocidade da massa de 3.0 kg quando a massa de 5.0 kg toca no chão,
Como se considera que as forças de atrito são desprezáveis (e também supomos que a massa da roldana é nula), a
soma das veriações da energia cinética e da energia potencial gravítica é nula, ou
∆EC + ∆U = 0
2∆EC 1 + ∆EC 2 + ∆U1 + ∆U2 = 0
1
(m1 + m2 ) v 2 + m1 gh − m2 gh = 0,
2
em que m1 e m2 são as massas dos dois corpos e v é o módulo (comum) das suas velocidades. Resolvendo em ordem
a v 2 , obtemos
m2 − m1
v2 = 2 gh
m1 + m2
e
s
5.0 kg − 3.0 kg
v = 2 × 10 m/ s2 × 4.0 m ×
5.0 + 3.0 kg
= 4.5 m/ s.
A velocidade do corpo de massa 3.0 kg tem direcção vertical, sentido para cima e módulo v = 4.5 m/ s.
b) a altura máxima a que a massa de 3.0 kg sobe.
Quando a massa 2 toca no chão, a outra massa continua a subir porque possui velocidade não nula, sendo actuada
apenas pela força gravítica, uma vez que a corda deixou de estar tensa. Utilizando a conservação da energia mecânica
do sistema massa 1 + Terra, a partir do momento em que a massa m2 toca no chão, a massa m1 continua a mover-se
de uma distância h0 tal que
1
m1 gh0 = m1 v 2
2
m1 v 2
h0 =
2m1 g
v2
=
2g
(4.5 m/ s)2
=
2 × 10/ s2
= 1.0 m
A massa 1 sobe 1.0 m a contar da posição em que estava quando a massa 2 tocou no chão.
P11 - Considere o sistema representado na figura. O coeficiente de atrito entre a massa de 3.0 kg
e a superfície é de 0.40. O sistema parte do repouso. Qual a velocidade da massa de 5.0 kg após ter
descido 1.5 m?
11
Figura 1:
O trabalho da força de atrito sobre o corpo, Wfc , quando este se desloca de uma determinada distância, é igual à
variação da energia mecânica do sistema, isto é,
em que EC é a nergia cinética do sistema e U a enrgia potencial (neste caso, gravítica). Esta equação pode ser escrita
na forma
1
(m1 + m2 ) v 2 + (−m2 gh) − (−μm1 gh) = 0
2
de onde obtemos
s
2 (m2 − μm1 ) gh
v =
(m1 + m2 )
s
2 × (5.0 kg − 0.40 × 3.0 kg) × 10 m/ s2 × 1.5 m
=
5.0 kg + 3.0 kg
= 3.8 m s−1 .
P12 - Um berlinde escorrega sem atrito ao longo de uma calha, como se mostra na figura. Se o
berlinde fôr largado de uma altura h = 3.50R qual a sua velocidade no ponto A? Qual o valor da força
normal que actua sobre ele naquele ponto, se a sua massa é de 5.00 g?
No ponto de partida a energia potencial gravítica, referida à base do traço circular, é Ui = mgh e a energia cinética
é ECi = 0, porque o berlinda está em repouso. No ponto A, UA = 2mgR e ECA = 12 mvA2 . Portanto
1
mv2 + 2mgR = mgh
2 A p
vA = 2gh − 4gR
p
= 3gR
12
No ponto A, as forças que actuam sobre o berlinde são o peso e a normal, no mesmo sentido, para baixo, portanto:
mvA2
N + mg =
R
N = 3gm − gm
= 2 × 0.005 kg × 10 m/ s2
= 0.1 N
P13 - Um bloco de 3.0 kg escorrega ao longo de um plano inclinado que faz um ângulo de 30o com a
horizontal, partindo do repouso de uma altura h = 60 cm, como se indica na figura. Depois de atingir
a base, o bloco escorrega ao longo de uma superfície horizontal. Se o coeficiente de atrito em ambas
as superfícies fôr 0.20, qual a distância percorrida pelo bloco sobre a superfície horizontal até parar?
(Sugestão: Divida a trajectória em duas partes rectas).
Utilizando a mesma nomenclatura do problema anterior, no percurso no plano inclinado, temos Wfc = ∆EC + ∆U ,
ou
∆EC + ∆U − Wfc = 0
µ ¶
1 2 h cos θ
mv − mgh − −μmg × = 0
2 1 sin θ
∙ ¸
cos θ
v12 = 2gh 1 − μ
sin θ
s ∙ µ ¶¸
cos 30 ◦
v1 = 2× 10 m/ s2 × 0.60 m × 1 − 0.20 ×
sin 30 ◦
= 2.8 m/ s.
Na trajectória horizontal.
∆EC = Wfa
1
− mv12 = −μmg∆
2
v12
∆ =
2μg
(2.8 m/ s)2
=
2 × 0.20 × 10 m/ s2
= 2.0 m.
13
P14 - Um pára-quedista com massa 80 kg salta de um avião a uma altitude de 1000 m e abre o pára-
quedas a uma altitude de 200 m. Suponha que a força retardadora sobre o pára-quedista é constante e
igual a 50.0 N quando o pára-quedas está fechado e igual a 3600 N quando o pára-quedas está aberto.
a) Determine a velocidade do pára-quedista quando aterra.
b) Acha que o pára-quedista ficará ferido? Explique.
c) A que altura deve o pára-quedas ser aberto para que a velocidade do pára-quedista quando chega
ao solo seja de 5.0 m/s?
d) Quão realista é a suposição de que a força retardadora é constante? Explique.
a) As única forças que actua no paraquedista é a da gravidade e de atrito. No percurso com o paraquedas fechado:
P + fa = ma
P − fa = ma
fa
a = g−
m
50.0 N
= 10 m/ s2 −
80 kg
= 9.4 m/ s2
fa0
a0 = g−
m
3600 N
= 10 m/ s2 −
80 kg
= −35 m/ s2
14
e
µ ¶
fa
v12 = 2 g− (h0 − h1 )
m
µ ¶
50 N
= 2 × 10 m/ s2 − (1000 m − 200 m)
80 kg
= 1.5 × 104 ( m/ s)2
p
v = 1.5 × 104
= 1.2 × 102 m/ s.
No 2.o percurso:
1 1
mv22 − mv12 = mgh1 − fa0 h1
2 2 µ ¶
f0
v22 = v12 + 2 g − a h1
m
s µ ¶
3600 N
v2 = (1.2 × 102 m/ s)2 + 2 10 m/ s2 − 200 m
80 kg
= 20 m/ s.
P15 - Um corpo com massa igual a 3.0 kg parte do repouso e escorrega ao longo de um plano
inclinado, sem atrito, uma distância d até que encontra uma mola de massa negligível (ver figura).
O plano tem uma inclinação de 30 ◦ em relação à horizontal. O corpo escorrega em seguida uma
distância adicional de 0.20 m até ficar momentaneamente em repouso comprimindo a mola (k = 400
N/m). Determine a separação inicial d entre o corpo e a mola.
P16 - Um pau de saltitar, como se mostra na figura, guarda energia numa mola (k = 2.5 × 104 N/m).
Na posição A (x1 = −0.10 m) a compressão da mola é máxima e a criança está momentaneamente em
repouso. Na posição B (x = 0) a mola é descomprimida e a criança move-se para cima. Na posição C
a criança está de novo momentaneamente em repouso no cimo do salto. Considere que a massa total
da criança e do pau é 25 kg.
a) Calcule a energia total do sistema se ambas as energias potenciais forem zero em x = 0.
b) Determine x2 .
c) Calcule a velocidade da criança em x = 0.
d) Determine o valor de x para o qual a energia cinética do sistema é máxima.
e) Obtenha a velocidade máxima, para cima, da criança.
15
Na posição A:
1 2
EC A = 0; UelA = kx ; Ug A = mgx1 .
2 1
Na posição B:
1
EC B = mv 2 ; Uel B = 0; Ug B = 0.
2 B
Na posição C:
EC B = 0; UelB = 0; Ug B = mgx2 .
a) A energia mecânica total conserva-se e, portanto:
1 2
ETot = kx + mgx1
2 1
1
= mv2
2 B
= mgx2
b) Como
ETot = mgx2
= 100 J,
obtemos
100 J
x2 =
25 kg × 10 m/ s2
= 0.40 m.
c) De
1
mv 2 = 100 J,
2 B
vem
2 × 100 J
vB2 =
s m
2 × 100 J
vB =
25 kg
= 83 m/ s.
d) O ponto em que a energia cinética é máxima é o ponto em que a soma das energias potenciais é mínima, isto é,
para x < 0, a coordenada x para a qual a quantidade U = 12 kx2 + mgx é mínima. Esse valor obtem-se derivando U
em ordem a x e igualando a 0. Obtemos
dU
= kx + mg = 0
dx
ou
mg
x = −
k
25 kg × 10 m/ s2
= −
2.5 × 104 N/ m
= −0.01 m.
16
A 2.a derivada é
d2 U
=k>0
dx2
o que significa que nessse ponto a energia potencial total é um mínimo (a energia cinética é máxima). nesse ponto,
1 2
U = × 2.5 × 104 N/ m × (−0.01 m) + 25 kg × 10 m/ s2 × (−0.01 m)
2
= −1, 3 J.
EC = 100. J − (−1.3 J)
= 101. 3 J.
EC = 100 J
P17 - A Jane que tem uma massa de 50.0 kg, precisa de oscilar através de um rio de largura D, cheio
de crocodilos, para salvar o Tarzan de perigo. Contudo ela tem de oscilar contra a força do vento F
horizontal e constante, agarrada a uma trepadeira de comprimento L, que inicialmente faz um ângulo
θ com a vertical, como se mostra na figura. Considere D = 50.0 m, F = 110 N, L = 40.0 m, θ = 50.0o e
que o Tarzan tem uma massa de 80.0 kg.
a) Qual a velocidade mínima com que a Jane tem de iniciar a sua oscilação para conseguir alcançar
o outro lado?
b) Quando a Jane chega ao outro lado, ela e o Tarzan têm de oscilar de volta ao lado de partida da
Jane. Com que velocidade mínima têm eles de iniciar a sua oscilação?
17
Física I -2009/2010
7a Série - Oscilações - Resolução
Questões:
Q1 - Será que a amplitude A e a constante na fase φ de um oscilador, podem ser
determinadas, se apenas for especificada a posição no instante t = 0? Explique.
Q2 - Uma massa ligada a uma mola tem um movimento harmónico simples com
amplitude A. Será que a energia total varia se a massa duplicar mas a amplitude se
mantiver? As energias cinética e potencial dependem da massa? Explique.
Problemas:
P1 - Uma partícula move-se ao longo do eixo dos x com movimento harmónico simples,
tendo partido da origem no instante t = 0 deslocando-se para a direita. A amplitude do
movimento é 2.00 cm e a frequência é 1.50 Hz.
a) Escreva a equação para o deslocamento.
b) Determine a velocidade máxima e o primeiro instante em que a partícula atinge
essa velocidade; faça o mesmo para a aceleração.
c) Qual a distância total percorrida no intervalo de tempo entre t = 0 e t = 1.00 s.
a) A equação do movimento, que exprime a coordenada de posição em função do tempo, é do tipo
x = A cos (ωt + φ) ,
x (0) = A cos φ = 0
π 3π
eφ= ou φ = . A escolha entre estes dois valores para a constante de fase é determinada pela
2 2
indicação de que no instante inicial, a velocidade é positiva (se para t = 0 a partícula se desloca para
a direita, a velocidade nesse instante tem o sentido positvo dos eixo dos x e é, portanto, positiva). A
velocidade, em função dotempo, é dada por
v = dx/dt
= −Aω sin (ωt + φ)
e, para t = 0,
v (0) = −Aω sin φ
1
3
Se v (0) > 0, então sin φ < 0 e portanto, φ = π. A equação do movimento é assim,
2
µ ¶
3
x = 2.00 × cos 9.42 rad/ s × t + π cm.
2
b) Como a velocidade é
µ ¶
3
v = (−2.00 × 9.4) sin 9.42t + π cm/ s,
2
o valor máximo da velocidade é
vmax = (2.00 × 9.42) cm/ s
= 1.88 × 10 cm/ s.
O 1o instante em que a partícula atinge este valor corresponde à primeira passagem pela origem com
velocidade positiva (sem contar o instante inicial). Esse instante corresponde a um intervalo de tempo
igual a um período, isto é,
1
T =
ν
1
=
1.5 Hz
= 0.67 s.
A aceleração é
dv
a =
dt
= −Aω 2 cos (ωt + φ)
sendo o seu valor máximo dado por
amax = Aω2
¡ ¢
= 2.00 × 9. 422 cm/ s2
= 1.77 × 102 cm/ s2 .
Este valor é obtido quando
µ ¶
2 3
−Aω cos 9.42 rad/ s × t + π = Aω2
2
µ ¶
3
cos 9.42 rad/ s × t + π = −1
2
3
9.42 rad/ s × t + π = 3π
2
1.5π
t =
9.42
= 0.50 s
c) Durante um período a partícula percorre uma distância igual a 4 vezes a amplitude, durante
1.0 s percorrerá
1
D = 4A ×
µ T ¶
1
= 4 × 2.00 × cm
0.67
= 12 cm.
2
P2 - Uma bola deixada cair de uma altura de 4.00 m colide de uma forma perfeitamente
elástica com o solo. Presuma que não há perda de energia devido à resistência do ar.
a) Mostre que o movimento é periódico.
b) Determine o período do movimento.
c) O movimento é harmónico simples? Explique.
a) Na descida, e com origem do referencial no ponto em que a bola bate no solo, a equação do
movimento é
1
y = h − gt2 .
2
A velocidade da bola ao atingir o solo é dada por
p
v = 2gh
Para que o movimento seja efectivamente periódico é necessário que todas as suas características
(neste caso, posição e velocidade) se repitam em intervalos de tempo iguais (dos quais o menor será o
período). Sabemos que efctivamente isto acontece no movimento que estamos a estudar e por isso ele
é periódico.
b) O tempo de subida é igual ao tempo de descida. Este resultado sugere que o período do
movimento será T = 2tsub .
c) a equação do movimento é
F = mg
d2 y
= m 2j
dt
ou, com o eixo dos y dirigido para cima,
d2 y
m = −mg
dt2
d2 y
+g = 0
dt2
3
d2 y
e o movimento não é harmónico simples (porque a respectiva equação não é do tipo + Cy = 0,
dt2
com C = const.).
P3 - Um corpo com massa 2.00 kg está ligado a uma mola e encontra-se sobre uma
superfície horizontal. É necessária uma força horizontal de 20.0 N para manter o corpo em
repouso quando este é puxada 0.200 m da posição de equilíbrio (a origem do eixo dos x). O
corpo é largado do repouso com um deslocamento inicial x0 = 0.200 m, e subsequentemente
realiza oscilações harmónicas simples. Determine:
a) a constante de força da mola;
b) a frequência das oscilações;
c) a energia total do sistema;
d) a velocidade, a aceleração, a energia cinética e a energia potencial, quando o deslocamento é
igual a um-terço do seu valor máximo.
a) A constante da mola obtem-de de F = kx, em que F é o valor absoluto da força que um agente
exterior tem de efectuar sobre a mola quando esta é puxada de x da posição de equilíbrio. Assim
F
k =
x
20.0 N
=
0.200
= 100 N/ m.
p
b) A frequência das oscilações é ν = ω/2π, em que ω = k/m. Portanto,
p
k/m
ν =
r 2π
100 N/ m
2.00 kg
=
2π
= 1.13 Hz.
c) A energia total do sistema é dada pela soma da energia cinética da massa com a energia potencial
da mola, isto é,
1 2 1 2
EC = mv + kx
2 2
1 1
= mA2 ω2 sin2 (ωt + φ) + kA2 cos2 (ωt + φ)
2 2
1 2 ¡ 2 ¢
= A k sin (ωt + φ) + cos2 (ωt + φ)
2
1 2
= A k
2
1
= × (0.200 m)2 × 100 N/ m
2
= 2.00 J
x = A cos (ωt + φ)
v = −Aω sin (ωt + φ)
A cos φ = A
−Aω sin φ = 0
4
e
φ = 0 rad
e a equação do movimento é
x = A cos ωt
= (0.200 cos 2.26πt) m
v = −Aω sin ωt
= −0.200 m × (2.26π) rad/ s × sin [(2.26π) rad/ s × 0.173 s]
= −1. 34 m/ s.
e a aceleração
a = −Aω 2 cos ωt
= −0.200 m × [(2.26π) rad/ s]2 cos [(2.26π) rad/ s × 0.173 s]
= −3.39 m/ s2 .
A energia cinética é
1
EC = × 2.00 kg × (−1. 34 m/ s)2
2
= 1.80 J
e a enrgia potencial
µ ¶2
1 1
EP = × 100 N/ m × × 0.200 m
2 3
= 0.222 J.
5
a) Com uma massa m suspensa, a mola oscila em torno r da posição de equilíbrio (obtida de mg =
mg k
ky0 , isto é y0 = ) com frequência angular dada por ω = , em que k é a constante da mola. O
k m
2π 2π
período é, portanto, T = =p . A constante da mola obtem-se a partir desta última relação:
ω k/m
p 2π
k/m =
T
µ ¶2
k 2π
=
m T
µ ¶2
2π
k = m
T
µ ¶2
2π
= 0.810 kg ×
0.910 s
= 38. 6 N/ m.
As forças que actuam no corpo são o seu peso P e a tensão do fio T . A equação que exprime a 2.a
lei de Newton é, neste caso, ¡ ¢
P + T = ma = m a0 + ae ,
em que a0 é a aceleração do corpo quando a aceleração do elevador (ae ) é nula. Esta equação pode ser
escrita na forma
P + T − mae = ma0 ,
6
cujas componentes segundo a direcção radial (dirigida para o centro da trajectória) e segundo a direcção
tangencial são
e obtemos
d2 θ0
−m (g + ae ) sin θ0 = m
dt2
ou
d2 θ0 (g + ae )
+ sin θ0 = 0.
dt2
Aqui, é o comprimento do pêndulo. Para valores de θ0 pequenos, sin θ0 ' θ0 e atingimos uma equação
de oscilador harmónico simples
d2 θ0 (g + ae ) 0
+ θ = 0.
dt2
A frequência angular da oscilação será r
(g + ae )
ω=
s
T = 2π
g0
s
= 2π
g + ae
s
5.0 m
= 2π
(10 + 5) m/ s2
= 3.63 s.
b)
s
T = 2π
g 00
s
= 2π
g − ae
s
5.0 m
= 2π
(10 − 5) m/ s2
= 6.3 s.
I = M R2
¡ ¢2
= 2.0 × 10−2 kg × 5.00 × 10−3 m
= 5.0 × 10−7 kg m2
7
Utilizamos a equação
d2 θ
I = −Kθ,
dt2
em que K é a constante de torção da mola associada. A expressão da frequência angular do movimento
é r
K
ω= ,
I
pelo que o período é r
I
T = 2π .
K
A constante de torção é, então,
4π 2 I
K =
T2
4π 2 5.0 × 10−7 kg m2
=
(0.250 s)2
= 3.16 × 10−4 N m
8
Física I -2009/2010
8a Série - Momento Linear - Resolução
Questões:
Q1 - Pode o centro de massa de um corpo situar-se fora do corpo? Em caso afirmativo,
dê exemplos.
Todos conhecemos exemplos de corpos em que o centro de massa se situa fora do corpo. Um
exemplo é o de um corpo homogéneo em forma de "donut"perfeito. Neste caso, o centro de massa
encontra-se no centro geométrico, que está fora do corpo.
Q2 - O gráfico seguinte apresenta a posição, em função de tempo, de um corpo com
massa 500 g, num movimento unidimensional. Desenhe o correspondente gráfico do valor
do momento linear em função do tempo. Inclua uma escala apropriada no eixo vertical.
Vamos utilizar a relação, válida para o movimento unidimensional,
p = mv
dx
= m
dt
O valor da velocidade, constante, entre os instantes t = 0 e t = 2 s é
x (2 s) − x (0 s)
v =
2s − 0s
10 m − 0 m
=
2s − 0s
= 5.0 m/ s.
p = mv
= 0.500 kg × 5.0 m/ s
= 2.50 kg m/ s
x (6 s) − x (2 s)
v =
6s − 2s
0 m − 10 m
=
6s − 2s
= −2.5 m/ s,
p = mv
= 0.500 kg × (−2.5 m/ s)
= −1.25 kg m/ s
1
x(m) p(kg m/s)
10
2
5
1
0 0
t(s) t(s)
0 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
-1
-2
0 0
t(s) t(s)
0 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
Podemos utilizar a relação, válida para movimento unidimensional, entre o momento linear e a
aceleração:
dp
= ma,
dt
de onde
1 dp
a= .
m dt
O gráfico obtém-de de modo análogo ao anterior.
0 0
t(s) t(s)
-10 0.5 s -10
c) F(N) d) F(N)
10 0.5 s 10
0 0
t(s) t(s)
-10 -10
2.0 s
2
O impulso é é o integral, relativamente ao tempo, da força exercida sobre o corpo:
Z
J = F (t) dt.
dp
Da 2.a Lei de Newton, F = , em que F é a força exercida sobre o corpo e p o momento linear deste,
dt
resulta
F (t) dt = dp
Z Z
F (t) dt = dp
J = ∆p = pf − pi ,
vi = 1 m/ s.
a) Neste caso,
J = 10 N × 0.5 s
= 5.0 N s
e
5.0 N s
vf = 1 m/ s +
2 kg
= 3.5 m/ s
3
Bola de plasticina: pf x = _____________; Bola de borracha: pfx =____________
Atenção: Teve em conta o sinal da componente do momento linear?
c) Qual é a variação do momento linear de cada bola?
Bola de plasticina: ∆px = _____________; Bola de borracha: ∆px =___________
d) Qual das bolas sofre impulso de maior módulo durante a colisão? Justifique.
e) Partindo da 3.a Lei de Newton, o impulso que a bola exerce no poste é igual em
módulo, mas de sentido oposto, ao impulso que o poste exerce na bola. Qual é a bola
que exerce no poste impulso de maior módulo?
f ) Concorda ainda com a sua resposta à alínea a)? Se não, como é que a altera?
Justifique.
Q6 - Uma bola pequena e leve, L, e uma bola grande e pesada, G, aproximam-se uma
da outra, colidem e separam-se.
L G
a) Compare a força que L exerce em G com a força que G exerce em L, ou seja, FLG
é maior, menor ou igual a FGL ? Justifique.
As forças que L exerce em G e G exerce em L constituem um par de acção e reacção, consequente-
mente
FLG = −FGL
e, no que respeita aos módulos,
FLG = FGL .
b) Compare o intervalo de tempo durante o qual L sofre uma força com o intervalo
de tempo durante o qual G sofre uma força. São iguais ou um é maior do que o outro?
Estes intervalos de tempo são iguais e correspondem ao intervalo de tempo de duração da colisão.
c) Desenhe um gráfico plausível, mostrando a força FLG em função do tempo e outro
gráfico plausível, mostrando a força FGL em função do tempo. Não se esqueça do sinal
de cada força.
Considerando como positivo o sentido da força FLG ,
FGL FLG
L G
FLG
FGL
4
Sendo ti e tf os instantes em que se inicia e termina a colisão, o impulso fornecido a L é
Z tf
JL = FGL (t) dt
ti
Z tf
= −FLG (t) dt
ti
= −JG .
Consequentemente, JL = −JG .
e) Compare a variação do momento linear de L com a variação do momento linear de
G.
A variação do momento linear de L é
∆pL = JL
= −JG
= −∆pG .
Portanto as variações dos momentos lineares dos dois corpos são simétricas.
f ) Compare a variação da velocidade de L com a variação da velocidade de G.
A partir do resultado da alínea anteriorm,
∆pL = mL ∆vL
= −∆pG
= −mG ∆vG .
Consequentemente,
mG
∆vL = − vG .
mL
g) Qual é a variação da soma dos momentos lineares das duas bolas? É positiva,
negativa ou nula?
O facto de as variações dos momentos lineares dos dois corpos serem simétricas é equivalente à
conservação do momento linear total dos dois corpos. Com efeito,
∆pL = −∆pG
∆pL + ∆pG = 0
pL + pG = c.te
Portanto, a variação da soma dos momentos lineares das duas bolas é nula.
Q7 - Para responder às questões seguintes, faça um diagrama da situação "antes"e
"depois", defina as quantidades relevantes para a resolução, identifique os dados e as
grandezas desconhecidas. Em ambos os casos os movimentos são unidimensionais.
a) O Daniel desliza no seu "skate"numa trajectória rectilínea, com velocidade de 4 m/ s.
De repente, salta do "skate"para trás, passando este último a deslocar-se com velocidade
de 8 m/ s.Qual é a velocidade do Daniel quando toca no solo? A massa do Daniel é de
50 kg e a do "skate"é de 5 kg.
b) Conduzindo carrinhos de feira, o José colide directamente na traseira do carro do
Noé, quando ambos se deslocavam no mesmo sentido. Imediatamente antes da colisão, a
velocidade do Noé era de 1.8 m/ s, enquanto que a do José era de 2.0 m/ s. A massa total
do Noé e do seu carro é de 80 kg, enquanto que a do José mais o seu carro é de 100 kg.
Imediatamente após o choque, o carro do Noé move-se para a frente com velocidade de
2.0 m/ s. Qual é o módulo e o sentido da velocidade do José após o choque?
5
Q8 - Quando se larga uma bola ela cai - aumentando o módulo da sua velocidade e o
módulo do seu momento linear. Neste processo, o momento linear conserva-se?
a) Responda a esta questão na perspectiva de o sistema ser constituído apenas pela
bola.
Se o sistema é constituído apenas pela bola, existe uma força exterior a ser exercida no sistema,
a força gravítica da Terra. Consequentemente, com a resultante das dorças exteriores é não nula, o
momento linear do sistema (a bola) não se conserva.
b) Responda a esta questão na perspectiva de o sistema ser constituído pela bola mais
a Terra.
Sendo o sistema constituído pela bola mais a Terra, as forças envolvidas, a força gravítica da Terra
sobre a bola e a força gravítica da bola sobre a Terra, são internas. Consequentemente a resultante
das forças exteriores que se exercem no sistema é nula e o momento linear do sistema (bola+Terra)
conserv-se durante o movimento.
Q11 - Uma patinadora está parada de pé num rinque de gelo sem atrito. Um amigo
atira-lhe um Frisbee directo a ela. Em qual dos seguintes casos se dá a maior transferência
de momento para a patinadora? (i) ela agarra o Frisbee e segura-o; (ii) ela apanha o
Frisbee momentaneamente mas deixa-o cair; (iii) ela apanha o Frisbee e atira-o de volta
ao amigo.
Q12 - Um ovo cru deixado cair no chão parte-se após o impacto. Contudo, um ovo
cru deixado cair sobre um colchão de espuma de uma altura de cerca de 1 m ressalta
sem partir. Porque é que tal é possível?
6
py(kg m/s)
2
p1
p2
px(kg m/s)
-2 2
-2
2
p1
px(kg m/s)
-2 2
-2 p
2
Q15 - Uma bola, com massa 500 g desloca-se para a direita com velocidade de módulo
4.0 m/ s, colide com outra bola, que está em repouso, e ressalta. O gráfico mostra o vector
momento linear, p1 , da primeira bola imediatamente após a colisão. Desenhe o vector
momento linear, p2 , da segunda bola, imediatamente após a colisão.
py(kg m/s)
2
p1
px(kg m/s)
-2 2
-2
7
Problemas:
P1 - Um bola com massa de 60 g é deixada cair de uma altura de 2.0 m. Ela ressalta
até uma altura de 1.8 m. Qual a variação do seu momemto linear durante a colisão com
o chão?
Imediatamente antes da colisão.
pi = mvi
Imediatamente após a colisão,
pf = mvf
A variação do momento é
∆p = m (vf − vi ) .
Agora vi é vertical e dirigido para baixo, vi = −vi j, com
1 2
mv = mghi
2 i
e
p
vi = 2ghi
√
= 2 × 10 × 2.0
= 6.3 m s-1 .
Por outro lado, vf é vertical e dirigido para cima, vf = vf j, com
1 2
mv = mghf
2 f
ou
p
vi = 2ghf
√
= 2 × 10 × 1.8
= 6 m s-1 .
Consequentemente
∆p = m (vf − vi )
= m (vf + vi ) j
= 6 × 10−2 × (6.3 + 6.0) j
= 0.74j kg m s-1 .
8
A força exercida pela água pela mangueira é
dp1
F1 =
dt
No intervalo de tempo ∆t = 1 s, a variação do momento linear é, considerando que todos os vectores
só possuem componente horizontal,
∆p1 = v∆m
= 25 m/ s × 0.60
= 15 kg m/ s.
de onde
∆p1
F1 =
∆t
15
= N.
1
De acordo coma 3.a lei de Newton, a água exerce na mangueira uma força de igual módulo e sentido
oposto, que se transmite à mão que a segura, ou seja, a força necessária para manter a mangueira
estacionária terá módulo igual 15 N.
P3 - Uma bola de aço de 3.0 kg é atirada contra uma parede com uma velocidade
de módulo 10 m/ s e segundo um ângulo de 60 ◦ com a superfície. Ela ressalta com uma
velocidade, com o mesmo módulo e segundo o mesmo ângulo, como se mostra na figura.
Se a bola está em contacto com a parede durante 0.20 s, qual é a força média exercida
pela parede sobre a bola?
∆p = m (vf − vi )
h ³ ´i
= m vf x i − −vix i
= m (vf x + vix ) i
= 2 × 3 × 10 × cos 30◦ i
= 52 i kg m s-1 .
Consequentemente
∆p
F =
∆t
52
= i
0.20
= 2.6 × 102 N.
9
P4 - Uma criança com massa 40.0 kg está de pé numa das extremidades de um barco de
massa 70 kg e com 4.00 m de comprimento. O barco inicialmente em repouso está a 3.00 m
do cais. A criança repara que sobre uma rocha, situada junto da outra extremidade do
barco, está uma tartaruga, e começa a andar para aquela extremidade para apanhar a
tartaruga. (Despreze o atrito entre o barco e a água).
a) Descreva o movimento subsequente do sistema criança mais barco.
b) Onde está a criança relativamente ao porto, quando ela atinge a extremidade do
barco?
c) Será que ela apanha a tartaruga?( Presuma que a criança se pode debruçar até
1.00 m para fora da extremidade do barco).
mvi = mvf + M Vf
em que M e Vf são, respectivamente, a massa e a velocidade do topo do bloco após a colisão. Como
vf = −vi ,
temos
2m
Vf =
M
No 2.o caso,
mvi = (m + M ) Vf0
e
m
Vf0 = vi
m+M
É mais provável o bloco tombar no 1.o caso.
10
P6 - Um homem de 75.0 kg está de pé sobre um barco de 100.0 kg, em repouso sobre
água parada. Ele está de frente para a parte de trás do barco e atira uma pedra de 5.00 kg
para fora do barco com uma velocidade de 20.0 m/ s. O barco desloca-se para a frente e
acaba por parar a 4.2 m da sua posição inicial. Calcule:
a) a velocidade inicial do barco;
b) a perda de energia mecânica devida à força de atrito exercida pela água;
c) o coeficiente de atrito entre a água e o barco.
a) O momento linear total inicial do sistema homem+barco+pedra é Pi = 0. Imediatamente após
o lançamento, como as únicas forças envolvidas são internas, temos Pf = 0. Mas
Pf =mp vp + (mh + mb ) vb = 0
b) A perda de energia mecânica devida ao atrito é igual à energia cinética inicial do sistema
barco+homem:
1
∆E = (mh + mb ) vb2
2
1
= (75.0 + 100.0) 0.572
2
= 28.4 J.
e como
Fa = μN = μP
= μ (mh + mb ) g
e
Fa
μ =
(mh + mb ) g
6.7
=
175 × 10
= 0.004
11
de força k = 2.00 × 104 N/ m, como se mostra na figura. O canhão dispara um projéctil
de 200 kg com velocidade de módulo 125 m/ s dirigido 45 ◦ acima da horizontal. Considere
que a massa do canhão mais a do carro é 5000 kg.
a) Determine a velocidade de recuo do canhão.
b) Qual a extensão máxima da mola?
c) Considere que o sistema é constituído pelo canhão, carro e projéctil, e diga, justif-
icando, se o momento deste sistema se conserva ou não durante o disparo.
M V − mv cos 45◦ = 0
de onde
m
V = v cos 45◦
M
200
= 125 cos 45◦
5000
= 3.54 m s-1
de onde,
mba vbaf + mbl vblf
vbai =
mba
12
Por outro lado, a força de atrito que actua no bloco é
fa = μmbl g
O trabalho realizado pela força de atrito é igual a variação da energia cinética do bloco:
1 2
fa = − mbl vblf
2
de onde p
vblf = 2μg
e
√
mba vbaf + mbl 2μg
vbai =
mba
√
0.02 × 250 + 1 × 2 × 0.25 × 10 × 5
=
0.02
= 5.0 × 102 .
P10 - Uma molécula de água é consistituída por um átomo de oxigénio ligado a dois
átomos de hidrogénio, como se mostra na figura. O ângulo entre as duas ligações é 106 ◦ e
cada ligação tem 0.100 nm de comprimento. Onde se situa o centro de massa da molécula?
P11 - Uma folha uniforme de metal, de forma quadrada com lado 2a, tem cortado
um buraco circular de diâmetro a, como se mostra na figura. Onde se situa o centro de
massa da folha?
13
P12 - Um bloco de massa m = 2.0 kg está colocado no topo de um plano inclinado de
massa M = 8.0 kg, altura h = 2.0 m e base L = 6.0 m. Se o bloco é largado a partir do
repouso (a), qual a distância de que se deslocou o plano inclinado quando o bloco atinge
a base (b)?
(Sugestão: a coordenada x do centro de massa do sistema bloco mais plano inclinado
não se altera, porquê?)
Inicialmente, a coordenada segundo o eixo dos x da posição do centro de massa do sistema é dada,
num referencial com origem no ponto maos baixo do plano inclinado, por
M xcmb + mL
XCM =
M +m
Após o bloco chegar à base, a posição do centro de massa do sistema é:
0 M (xcmb + ) + m
XCM = ,
M +m
em que é a distância de que se deslocou, no sentido positivo do eixo dos xo plano inclinado. Como
0 , temos
XCM = XCM
M xcmb + mL M (xcmb + ) + m
=
M +m M +m
mL = (M + m)
m
= L
M +m
2.0
= 6.0
2.0 + 8.0
= 1.2 m.
(Sugestão: a coordenada x do centro de massa do sistema bloco mais plano inclinado é fixa,
porquê?)
14
Folha de Cálculo:
S1 - Um foguetão tem uma massa inicial de 20000 kg, da qual 20% é carga de com-
bustível. O foguetão queima combustível a uma taxa de 200 kg/ s e expele gás a uma
velocidade relativa de 2.00 kg/ s. A sua aceleração, dv/dt,é determinada pela equação de
movimento
¯ ¯
dv ¯ dM ¯
M = ve ¯¯ ¯ + Fext.
dt dt ¯
Considere que não existem forças externas aplicadas e que a velocidade inicial do
foguetão é zero. A velocidade do foguetão é então dada por
15
Física I -2009/2010
9a Série - Rotação - Resolução
Questões:
Q1 -. Um pêndulo oscila desde a extremidade da trajectória, à esquerda (ponto 1),
até à outra extremidade, à direita (ponto 5). Em cada um dos pontos indicados, marque
as componentes vectoriais centrípeta, ac , e tangencial, at , da aceleração, tendo em conta
o comprimento relativo de cada vector. Marque, com cor diferente o vector aceleração
(total), a, também em cada ponto.
1 5 1 5
2 4 2 4
3 3
3 1 3 1 3 1
ac ac ac
4 4 4
t t t
a a a
t t t
1
Q4 - Uma roda rola para a esquerda sobre uma superfície horizontal, desce em seguida
uma rampa, e continua depois a rolar noutra superfície horizontal. Desenhe os gráficos da
velocidade e aceleração angulares da roda (em torno do seu eixo), em função do tempo.
2
Q6 - O momento de inércia de uma barra rígida homogénea em torno de um eixo que
1
passa pelo centro é M L2 , em que M é a massa da barra e L o seu comprimento. O
12
momento de inércia da mesma barra em torno de um eixo passando por uma extremidade
1
é M L2 . Sem efectuar cálculos, dê uma explicação física para o facto de o momento de
3
inércia ser maior no último caso do que no primeiro.
em que estamos a considerar que o corpo é constituído por N partículas, estando a partícula com
massa mi à distância ri do eixo. No caso em que o eixo passa pelo centro, o valor máximo da distância
de um partícula ao eixo é L/2. No caso em que o eixo passa por uma das extremidades da barra,
apenas metade das partículas estão a disância inferior a L/2do eixo de rotação. Como consequência,
o momento de inércia da barra será maior no último caso.
Q7. Considere duas esferas, com a mesma massa, o mesmo raio e com a mesma
aparência exterior. Contudo, uma delas é maciça e a outra é oca. É possível determinar
qual delas é maciça e qual é oca, sem as abrir? Justifique.
2
O momento de inércia da esfera maciça, em relação a um eixo que passa pelo centro, é I1 = M R2 ,
5
em que M e R são, respectivamente, a massa e o raio da esfera. O momento de inércia da esfera oca,
em relação a um eixo que passa pelo centro, é I2 ' M R2 (esta,os a supor, neste último caso, que a
esfera oca é uma calote esférica fina, mas é evidente que, em qualquer caso, o valor do momento de
inércia de uma esfera oca em relação a um eixo que passa pelo centro é superior ao valor do mesmo
momento de inércia para uma esfera maciça).
Se deixarmos as esferas rolar ao longo de um plano inclinado de altura h, a partir do repouso, a
conservação da energia mecânica conduz a
1 2 1
M gH = M vCM + Iω 2 ,
2 2
em que vCM é o módulo da velocidade do centro de massa da esfera na base do plano inclinado e ω é
o módulo da velocidade angular da esfera emtorno de um eixo que passa pelo centro, também na na
base do plano. Utilizando, agora, a relação vCM = ωR, obtemos
1 2 1 v2
M gH = M vCM + I CM ,
2 2 R2
de onde
2 2M gH
vCM = .
I
M+ 2
R
Concluímos que o módulo da velocidade do centro de massa na base do plano será maior para a esfera
com menor valor de momento de inércia em relação a um eixo que passe pelo centro. Podemos então
identificar as esferas medindo o tempo de descida do mesmo plano inclinado. O tempo de descida da
esfera oca será inferior ao da esfera maciça.
Apenas por palavras, poderíamos dizer que:
• A energia potencia gravítica inicial das esfera se vai distribuir por energia cinética de rotação e
energia cinética de traslação.
3
• A energia cinética de rotação é maior (para a mesma velocidade angular) quando o momento de
inércia em relação a um eixo que passa pelo centro é menor.
• O valor da energia cinética total na base do plano inclinado é o mesmo para ambas as esferas.
• o módulo da velocidade do centro de massa na base do plano será maior para a esfera maciça e
consequentemente o tempo de descida é menor.
O raciocínio para este problema é idêntico ao do anterior. O tempo de descida vai depender do
momento de inércia do corpo em relação ao eixo de rotação. Neste caso, temos
2
Iesfera maciça = M R2
5
1
Icilindro maciço = M R2
2
Icilindro oco = M R2 .
Utilizando agor o resultando da questão Q6, a velocidade do centro de massa do corpo na base do
plano inclinado, de altura H, será
2 2M gH
vCM =
I
M+ 2
R
2gH
= ,
(1 + β)
em que
2
β esfera maciça =
5
1
β cilindro maciço =
2
β cilindro oco = 1.
Concluímos que a velocidade do CM na base do plano é maior para a esfera maciça, seguida do
cilindro maciço e por dim pelo cilindro oco. Os valores dos tempos de descida estarão ordenados de
forma inversa e não dependem nem da massa nem do raio do corpo.
4
Q9 - Dois cilindros com as mesmas dimensões e massa igual são postos a rodar em
torno dos seu eixos longitudinais com a mesma velocidade angular. Um é oco e o outro
está cheio de água. Qual dos dois cilindros é mais fácil fazer parar de rodar?
Para o mesmo valor da velocidade angular, a energia cinética do cilindro oco é superior à do cilindro
com água. Para fazer chegar ao repouso é necessário que uma força exterior exerça trablho sobre o
cilindro, que será maior no primeiro caso. É portanto mais fácil fazer parar o cilinfro cheio de água.
Q10 - Suponha que apenas duas forças externas actuam num corpo rígido, e que as
duas forças têm o mesmo módulo e direcção mas sentidos opostos. Em que condições
este sistema de forças terá como consequência a rotação do corpo?
É necessário que as forças se exerçam em dois pontos cujas distâncias ao eixo de rotação sejam
diferentes, para que os momentos de força em relação a esse eixo possuam módulos diferentes.
Q11 - Cinco forças são aplicadas a uma porta. Indique, para cada força, se o valor do
momento angular em relação ao eixo de rotação da porta é positivo, negativo, ou nulo,
utilizando a convenção de sinais habitual.
F1
F3
F5
F4
F2
τ 1 < 0;
τ 2 > 0;
τ 3 > 0;
τ 4 < 0;
τ 5 = 0.
Q12 - Seis forças, com módulo F ou 2F , são aplicadas a uma porta. coloque por
ordem, de módulo maior para o menor, os momentos de força τ 1 a τ 6 , em relação ao eixo
de rotação da porta.
F
L/2 L/2 L/2 L/2
F
F F
2F 2F
5
L
|τ 1 | = × 2F = LF
2
|τ 2 | = L × F × sin φ
|τ 3 | = L × F
|τ 4 | = L × F × sin φ
3L
|τ 5 | = × 2F = 3LF
2
|τ 6 | = 2L × F × sin 0 = 0.
Eixo
Vamos adoptar como positivo o momento de força perpendicular ao plano do papel, dirigido para
fora deste ou, alternativamente, vamos considerar como positivo o momento de uma força que, iso-
ladamente, faça rodar a porta no sentido directo, visto de cima. Exemplos das forças pedidas (mas
não os únicos possíveis) encontram-se na figura seguinte:
A
Eixo
6
Q14 - O primeiro gráfico indica o valor do momento, em relação ao eixo, da força
resultante exercida numa roda de amolador, em função do tempo.
O momento de inércia da roda em relação ao eixo é I = 10 kg m2 . Desenhe os corre-
spondentes gráficos da aceleração angular em função do tempo, α = α (t), e da velocidade
angular em função do tempo, ω = ω (t). Suponha ω (0) = 0.
t(N/m)
20
0
2 4 6 8 t(s)
-20
a(rad/s2)
2 4 6 8 t(s)
w(rad/s)
2 4 6 8 t(s)
A relação entre o momento da força e a aceleração angular (no caso de eixo de rotação fixo, que
dispensa a notação vectorial) é
τ = Iα,
em que I é o momento de inércia do corpo, em relação ao eixo de rotação. POr outro lado, no
movimento de rotação em torno de um eixo fixo, com aceleração angular, α, constante, a relação entre
esta última grandez, a velocidade angular, ω, e o tempo, t, é
ω = ω 0 + α (t − t0 ) ,
0
2 4 6 8 t(s)
-20
a(rad/s2)
2.0
2 4 6 8 t(s)
-2.0
w(rad/s)
4.0
2 4 6 8 t(s)
-4.0
7
Q15 -A roda da figura tem movimento de rotação em torno de um eixo central, sem
atrito. Existe um bloco suspenso de uma corda, enrolada num num cilindro de menor
raio que a roda, mas movendo-se solidariamente com esta, em torno do mesmo eixo. O
bloco é largado no instante t = 0 s e atinge o solo no instante t = t1 .
8
Problemas:
P1 - O prato de um gira-discos roda a uma taxa de 33 13 rev/ min e demora 60.0 s até
ficar em repouso quando é desligado. Determine:
a) o valor da sua aceleração angular;
b) o número de revoluções que dá até parar.
Utilizando
ω − ω0 = αt
ω − ω0
α =
t
0 − 33.33rev/ min
α =
60.0 s2
= −9.3 × 10−3 rev s-2 .
ω 2 − ω 20 = 2α (θ − θ0 )
para obter
µ ¶2
33.33rev/ min
0− = −2 × 9.3 × 10−3 (θ − θ0 )
60 s
µ ¶
33.33rev/ min 2
60 s
θ − θ0 =
2 × 9.3 × 10−3 rev s-2
= 16.6 rev
P2 - Considere um disco sólido uniforme, que rola por um plano inclinado abaixo.
a) Determine a aceleração do centro de massa do disco, e compare esta aceleração
com a que teria um arco uniforme.
a) As forças que actuam em cada corpo são:
+
fe N y
x
q
N + P + fe = M a
τ N + τ P + τ fe = Iα,
9
inércia e a aceleração angular do corpo em relação a esse eixo. Vamos utilizar o sistema de referência
indicado na figura e o eixo de rotação que passa pelo centro de massa do corpo (que coincide com
o centro geométrico do corpo). As equações escalares correspondentes às duas equações vectoriais
apresentadas, são
N − M g cos θ = 0
M g sin θ − f = Ma
−τ fe = ICM α
ou
fe R = −ICM α
a
Neste caso, com o sistema de referência escolhido, α = − , em que R é o raio do cilindro, e,
R
consequentemente,
a
fe = ICM 2
R
e
a
M g sin θ − ICM 2 = M a
µ R¶
ICM
a M+ 2 = M g sin θ
R
g sin θ
a = ³ ´
IC M
1 + MR 2
1
O momento de inércia do disco (que é um cilindro) em torno do seu eixo principal é ICM = M R2 ,
2
de onde
g sin θ
a = ¡ ¢
1 + 12
2
= g sin θ
3
Por outro lado, o momento de inércia do arco é M R2 , ou
1
aa = g sin θ
2
b) Qual o valor mínimo do coeficiente de atrito que é necessário para manter o disco
em rolamento puro?
Para que haja rolamento, a = −αR, condição utilizada acima. Portanto
a
fe = ICM ≤ μN
R2
ou
μgM cos θR2
a≤
ICM
e
ICM
μ ≥ a
gM cos θR2
M R2 2
≥ 2
g sin θ
gM cos θR 3
2
≥ tan θ
3
10
P3 - Uma lata de sopa que tem de massa 215 g, altura 10.8 cm, e diâmetro 6.38 cm, é
colocada em repouso no topo de um plano inclinado que tem 3.00 m de comprimento e
faz um ângulo de 25.0 ◦ com a horizontal. Utilizando um método que envolva energia,
calcule o momento de inércia da lata, sabendo que ela demora 1.50 s a atingir a base do
plano inclinado.
No topo a energia é toda potencial, na base é cinética de translação e rotação, em que I é o
momento de inércia da lata em relação ao seu eixo principal:
1 1
M gh = M v 2 + Iω2
2 2
com a velocidade do centro de massa dada por v = ωR, de onde
1 1 v2
M gh = M v 2 + I 2
2 2 R
ou
µ ¶
1 2 I
v M+ 2 = M gh
2 R
2M gh
v2 = ¡ ¢
M + RI2
I 2M gh
M+ 2 =
R v2
2M ghR2
I = − M R2
v2
A velocidade do CM na base do plano é dada por
v0 + v
= t
2
ou, com v0 = 0,
2
v =
t
2 × 3.00 m
=
1.50 s
= 4.0 m s−1 .
e µ ¶
2 g sin 25 ◦ t2
I = MR − M R2
2
" #
¡ −2
¢2 10 m/ s2 × (1.50 s)2 × sin 25 ◦
I = 0.215 kg × 3.19 × 10 m × −1
2 × 3.0 m
= 1. 28 × 10−4 kg m2 .
11
P4 - Um carro que viaja sobre uma pista circular plana, acelera uniformemente a
partir do repouso, com uma aceleração tangencial de 1.70 m/ s2 . O carro percorre um
quarto de círculo até que derrapa para fora da pista. Determine o coeficiente de atrito
estático entre o carro e a pista.
P5 - Três partículas estão ligadas por barras rígidas, de massa negligível., ao longo
do eixo dos y, como se mostra na figura. Se o sistema rodar em torno do eixo dos x com
uma velocidade angular de magnitude 2.0 rad/ s, determine:
a) o momento de inércia em torno do eixo dos x e a energia total de rotação;
b) a velocidade linear de cada partícula e a energia total do sistema.
12
P6 - Uma roda de bicicleta tem de diâmetro 64.0 cm e massa de 1.80 kg. A bicicleta
está colocada sobre uma passadeira rolante estacionária, estando uma força resistiva de
120 N aplicada na borda do pneu. Presuma que toda a massa da roda está concentrada
no raio exterior. Para imprimir à roda uma aceleração de 4.5 rad/ s2 , qual a força que
deve ser aplicada por uma corrente que passa através de uma roda dentada de diâmetro:
i) 9.0 cm, ii) 5.6 cm?
O momento total aplicado à roda de bicicleta em relação ao centro desta é a soma vectorial do
momento da força resistiva aplicada na borda da roda (τ FR ) e do momento da força aplicada através
da roda dentada (τ FD ). Estes momentos têm sentidos (e a mesma linha de acção, perpendicular ao
plano da roda). Portanto,
τ res = τ FD − τ FR
= Iα,
em que α é o módulo da aceleração angular da roda e I o momento de inércia deste em relação ao seu
eixo principal.. Temos assim, sendo R o raio da roda,
i)
τ res = r1 FD − RFR
= Iα
ou
ii)
13
a) Vamos utilizar a conservação de enegia mecânica:
Vamos considerar o valor zero da energia potencial gravítica o nível a que estão ambas as massas
quando passam uma pela outra.
A energia cinética quando se inicia o movimento é:
ECi = 0
porque o sistema está em repouso. A energia potencial nesse instante é
P8 - Uma barra cilíndrica com 24 cm de comprimento, massa 1.2 kg e raio 1.5 cm, tem
ligada a uma das extremidades uma bola de massa 20 kg, e diâmetro 8.0 cm. O conjunto
está inicialmente na posição vertical, com a bola no topo, e é livre de rodar em torno da
outra extremidade. Depois do conjunto ter caído um quarto de uma volta, determine:
a) a sua energia cinética rotacional;
Este problema pode ser resolvido por dois processos:
14
1.o Processo - Consideramos o movimento do sistema como de rotação pura em torno de um eixo
horizontal que passa na extremidade inferior da barra.
A energia cinética rotacional do sistema, após ter caído 1/4 de volta é igual a
1
EC = ITotal ω2 ,
2
em que ITotal é o momento de inércia do sistema em relação ao eixo de rotação e ω é a velocidade
angular do sistema após 1/4 de volta. Podemos agora utilizar ITotal = Ibarra + Ibola , em que Ibarra
e Ibola são, respectivamente, os momentos de inércia da barra e da bola, ambos em relação ao eixo
horizontal que passa na extremidade inferior da barra.
1
Recorrendo a uma tabela de momentos de inércia, Ibarra = Mbarra L2 , em que L é o comprimento
3
0 2 2
da barra, Ibola = Mbola R , em relação a um eixo que passa pelo centro da bola, de raio R. Utilizando
5
2
o teorema dos eixos paralelos, obtemos Ibola = Mbola R2 + Mbola (L + R)2 , agora em relação ao eixo
5
que passa pela base da barra cilíndrica.
Consequentemente, a energia cinética total do sistema é
∙ ¸
1 1 2 2
ECto ta l = Mbarra L + Mbola R + Mbola (L + R) ω2 ,
2 2
2 3 5
A energia cinética total do sistema, após 1/4 de volta será, neste caso
L
ECto ta l = Mbarra g + Mbola (L + R) g,
2
2.o Processo - Consideramos o movimento do sistema como uma combinação, para cada corpo, de
rotação em torno de um eixo horizontal que passa pelo respectivo centro de massa e de translação
pura desse centro de massa.a barra.
Após 1/4 de volta, a energia cinética total da barra é,
1 1 1
ECb arra = × Mbarra L2 ω2 + 2
Mbarra vCM
2 12 2 b a rra
µ ¶
1 1 1 L 2
= × Mbarra L2 ω2 + Mbarra ω ,
2 12 2 2
1 2 1
= × Mbola R2 ω 2 + Mbola [(L + R) ω]2 ,
2 5 2
15
Portanto a energia cinética total do sistema é
µ ¶
1 1 1 L 2 1 2 1
ECto ta l = 2 2
× Mbarra L ω + Mbarra ω + × Mbola R2 ω2 + Mbola [(L + R) ω]2
2 12 2 2 2 5 2
( µ ¶2 )
1 1 2 1 L 1 2 1 2
= × Mbarra L + Mbarra + × Mbola R + Mbola [(L + R)] ω 2
2
2 12 2 2 2 5 2
½ ¾
1 1 1 1 2 1 2
= × Mbarra L + Mbarra L + × Mbola R + Mbola [(L + R)] ω2
2 2 2
2 12 8 2 5 2
½ ¾
1 1 1 2 2
= Mbarra L + Mbarra L + Mbola R + Mbola [(L + R)] ω 2
2 2 2
2 12 4 5
½ ¾
1 1 2 2
= Mbarra L + Mbola R + Mbola [(L + R)] ω 2 ,
2 2
2 3 5
que é o resultado acima.
A energia cinética rotacional será apenas a que está associada á rotação, ou seja,
vCM b o la = (L + R) ω (1)
v
u
u L
u Mbarra g + Mbola (L + R) g
= (L + R) u
u ∙
2 ¸ (2)
t1 1 2
2 2 2
Mbarra L + Mbola R + Mbola (L + R)
2 3 5
d) a velocidade que a bola teria se tivesse caído livremente de uma altura igual ao
raio; compare este valor com o obtido em c).
Partindo da expressão da conservação da energia mecânica da bola,
1 2
Mbola vCM = Mbola g (L + R)
2 b o la
16
O trabalho realizado pela corda é
F = 5.57 N × 0.80 m
= 4.46 J
P10 - Uma esfera sólida tem raio de 0.200 m e massa de 150 kg. Qual o trabalho que
é necessário realizar para pôr a esfera a rolar com uma velocidade angular de 50.0 rad/ s
numa superfície horizontal? (Presuma que a esfera parte do repouso e rola sem escorre-
gar).
P11 - Um ringue de massa 2.4 kg, raio interior 6.0 cm e raio exterior 8.0 cm, rola sem
escorregar por um plano inclinado acima, que faz um ângulo θ = 37 ◦ com a horizontal,
como se mostra na figura. No momento em que o ringue atinge a posição x = 2.0 m sobre
o plano a sua velocidade é 2.8 m/ s. O ringue continua a subir o plano até atingir uma
certa altura e depois rola pelo plano abaixo. Presumindo que o plano é suficientemente
longo para que o ringue não role para fora no topo, determine o alcance máximo daquele
sobre o plano.
17
P12 - Um pêndulo cónico tem um corpo de massa m ligado a um fio de comprimento
, descrevendo o corpo uma trajectória circular num plano horizontal, enquanto o fio
mantém um ângulo constante θ com a vertical, como se mostra na figura. Mostre que
o módulo
q¡ do momento angular da massa em torno do ponto de suspensão é dado por
¢
L= m gl3 sin2 θ / cos θ.
2
P13 - Um corpo de massa 4.0 kg está ligado a uma corda leve, a qual está enrolada
em torno de uma roldana, como se mostra na figura. A roldana é um cilindro maciço
homogéneo com raio 8.0 cm e massa 2.0 kg. Calcule:
a) o momento total das forças que estão a actuar, em torno do centro da roldana O,
b) o momento angular total do sistema em relação a O,
c) a aceleração do corpo.
18
P14 - Um disco uniforme de massa 3.0 kg e raio 0.200 m roda em torno de um eixo fixo
perpendicular à sua superfície. Se a frequência angular de rotação é 6.00 rad/ s, calcule o
momento angular do disco quando o eixo de rotação passa:
a) através do seu centro de massa;
b) através de um ponto situado no ponto médio entre o centro e a orla do disco.
P16 - Um estudante segura dois halteres, cada um com massa 10.0 kg, como se mostra
na figura. Quando os seus braços estão estendidos horizontalmente, os halteres estão a
1.00 m do eixo de rotação, e rodam com uma velocidade angular de módulo 2.00 rad/ s.
O momento de inércia do estudante mais o banco, em relação ao eixo de rotação é 8.00
kg m2 e presume-se que é constante. Se o estudante puxar os pesos horizontalmente para
0.250 m do eixo de rotação, calcule:
Ii ω i = If ω f ,
em que Ii (If ) e ω i (ω f ) são, respectivamente o momento de inércia inicial (final) e a velocidade inicial
(final) do sistema, em relação ao eixo de rotação. O momento de inércia total é a soma do momento
de inércia do estudante mais o banco e dos halteres, ou
19
:Obtemos, assim,
Ii
ωf = ωi
If
28.0 kg m2
= 2.00 rad/ s
9.25 kg m2
= 6.05 rad/ s
b) a variação de energia mecânica do sistema.
A variação da energia mecânica do sistema resume-se à variação da energia cinética, ou
∆Emec = ∆Ec
1 1
= If ω2f − Ii ω 2i
2 2
1 1
= 9.25 kg m2 × (6.05 rad/ s)2 − 28.0 kg m2 × (2.00 rad/ s)2
2 2
= 1.13 × 102 J.
P17 - Uma partícula de massa m é lançada com uma velocidade inicial de módulo v0
segundo um ângulo θ com a horizontal. A partícula move-se sob a acção da gravidade.
a) Determine o momento angular da partícula em relação à origem quando a partícula
está: i) na origem; ii) no ponto mais alto da trajectória; iii) mesmo antes de bater no
chão.
b) Qual o momento da força, em relação à origem, que faz variar o momento angular
da partícula?
P19 - Uma placa de massa M = 6.0 kg desloca-se sobre dois cilindros maciços idênticos,
cada um de raio R = 5.0 cm e massa m = 20 kg, como se mostra na figura. A placa é
puxada por uma força constante horizontal F = 6.0 N aplicada na sua extremidade, que
é perpendicular aos eixos dos cilindros. Os cilindros rolam sem escorregar sobre uma
superfície plana, não havendo também escorregamento entre a placa e os cilindros.
a) Determine a aceleração da placa e a dos cilindros.
b) Quais as forças de atrito que estão a actuar?
20
Folha de Cálculo:
S1 - Um disco com um momento de inércia de 100 kg·m2 , é livre de rodar em torno de um eixo fixo
que passa pelo seu centro, como se mostra na figura 8. Uma força tangencial de magnitude que varia
entre F = 0 e F = 50.0 N é aplicada a uma distância que varia entre R = 0 e R = 3.0 m, medida a
partir do eixo de rotação. Faça uma folha de cálculo para determinar os valores de F e R que levam
o disco a completar 2 revoluções em 10.0 s. São estes valores de F e R únicos?
21
Física I -2009/2010
10a Série - Equilíbrio
Questões:
Q1 - Considere o haltere representado na figura, com massas m e 2m.A força F1 actua
na massa m com a direcção e sentido indicados. É possível encontrar uma força F2 que,
actuando na massa 2m, faça com que o haltere se desloque com movimento de translação
puro, isto é, sem rotação? Em caso afirmativo, desenhe o vector que representa F2 ,
tendo em conta que o seu comprimento deve indicar correctamente o módulo de F2
relativamente a F1 . Em caso negativo, justifique.
2m
m
F1
Para que o haltere se desloca com movimento de translação pura, é necessário que o momento
resultante dos momentos das forças exteriores aplicadas ao sistema, em relação ao centro de massa do
sistema, seja nulo. A posição do centro de massa do sistema está na linha que une as duas massas à
distância 2L/3 do centro da esfera de menos massa. Se aplicarmos à esfera de massa 2m uma força
F2 com a direcção da força F1 , o momento resultante, em relação à posição do centro de massa, terá
a direcção perpendicular à figura e o seu valor é
τ res = τ 1 + τ 2
2 1
= LF1 sin θ − LF2 sin θ,
3 3
em que θ é o ângulo indicado na figura. Para que este valor seja nulo,
F2 = 2F1 .
Consequentemente a resposta é afirmativa e o vector que representa a força F2 está indicado na figura.
F2
CM 2m
q
m
F1
1
F1
F2
Para que a placa esteja em equilíbrio de translação, é necessário que a soma algébrica das três
forças aplicadas seja nula, ou
F1 + F2 + F3 = 0.
Utilizando o sistema de referência da figura abaixo, esta equação vectorial é equivalente às seguintes
equações escalares,
−F1 + F3x = 0
−F2 + F3y = 0,
o que significa que a força F3 tem de possuir componentes positivas segundo os eixos dos x e dos y.
Seja L o comprimento do lado da placa. Vamos aplicar F3 ,por exemplo, ao canto superior direito
da placa. Para que esta esteja em equilíbrio de rotação, é necessário que a resultante dos momentos
das três forças em relação a qualquer eixo seja nula. Vamos escolher um eixo perpendicular à placa
e passando pelo canto superior esquerdo da placa, isto é, pelo ponto de aplicação da força F1 . O
momento resultante, em relação a este eixo tem componente segundo a direcção perpendicular à placa
dada por
τ res = τ 1 + τ 2 + τ 3
√ √
= 0 + LF2 − 2LF3x sin 45 ◦ + 2LF3y sin 45 ◦ .
Uma vez que F3x = F1 , F3y = F2 e F1 = F2 , concluimos que F3x = F3y , o que conduz a LF2 = 0, o que
contraria os dados. Concluimos portanto que não é possível encontrar uma força F3 que, aplicada a
um ponto apropriado da placa, consiga, só por si, que a placa esteja em equilíbrio. É fácil de verificar
que o resultado é independente do ponto de aplicação da força F3 .
Um raciocínio mais curto (e mais elegante) seria:
- Da condição de equilíbrio translacional conclui-se que as componentes de F3 têm de ser iguais.
- Uma dessas componentes fará rodar o sistema (em torno de qualquer eixo), no mesmo sentido em
que F1 e F2 fariam rodar. A outra componente teria que equilibrar os momentos das restantes forças
em torno do eixo de rotação. Mas o momento desta componente terá de ser igual em módulo, e de
sentido oposto ao momento da outra componente. Consegue portanto equilibrá-la, mas não consegue
equilibrar os momentos das forças F1 e F2 .
Q3 - Uma caixa alta e uma caixa baixa com iguais massas são colocadas lado a lado,
sem se tocar, sobre um plano inclinado. Ao aumentarmos o ângulo do plano inclinado,
qual das duas caixas tombará primeiro? Explique.
2
Q5 - Que espécie de deformação apresenta um cubo de gelatina quando treme?
Problemas:
P1 - Um estudante tem o seu carro atolado na neve. Tendo estudado Física, ele amarra
uma extremidade de uma corda forte ao carro e a outra extremidade da corda ao tronco
de uma árvore que está próxima, deixando a corda um pouco bamba. O estudante exerce
então uma força F no centro da corda numa direcção perpendicular à linha carro-árvore,
como se mostra na figura. Sendo a corda inextensível e o módulo da força aplicada 500 N,
determine a força exercida no carro. (Presuma a condição de equilíbrio).
O ponto em que a força F está aplicada está em equilíbrio. Consequentemente neste ponto estão
também aplicadas as forças F 0 e F 00 , tais que
F 0 cos θ − F 00 cos θ = 0
F 0 sin θ + F 00 sin θ = F
de onde
F 0 = F 00
e
2F 0 sin θ = F.
Num sistema de eixos em que oeixo dos x é horizontal e dirigido para a direita e o eixo dos y vertical
e apontando para cima, a força exercada no carro é
¡ ¢
f = F 0 + F 0 cos θ i − F 0 sin θ j
Como
0.50 m
tan θ =
6m
0.50 m
θ = arctan
6m
= 4. 76 ◦ .
e
F
F0 =
2 sin 4.76 ◦
500 N
=
2 sin 4.76 ◦
= 3.01 × 103 N.
P2 - Uma escada de densidade uniforme e com massa m está encostada contra uma
parede vertical sem atrito fazendo um ângulo de 60 ◦ . A base da escada está em repouso
sobre uma superfície horizontal com coeficiente de atrito estático μs = 0.40. Um estudante
com massa M = 2m tenta subir a escada. Que fracção do comprimento L da escada terá
o estudante atingido quando a escada começa a escorregar?
As forças aplicadas à escada são (ver figura) :
3
• No ponto de apoio na parede: H (não há força vertical porque não há atrito entre a parede e a
escada;
• No centro de gravidade (que coincide com o centro de massa), à distância L/2 da extremidade
da escada: P (o peso da escada, que tem a direcção vertical);
Repare-se que esta força N 0 não é o peso do estudante, apesar de o seu módulo ser
igual ao do peso do estudante.Porquê?
X
Fext = 0
X
τ ext = 0,
isto é, o somatório das forças exteriores que se exercem na escada e o somatório dos momentos das
forças exteriores que se exercem na escada têm de ser nulos.
A 1.a relação corresponde à seguinte:
H + P + N 0 + V 0 + H0 = 0
x : −H + H 0 = 0
y : −P − N 0 + V 0 = 0
Sabemos que, numa situação de equilíbrio, se o momento das forças exteriores é nulo em relação a um
ponto de um referencial de inércia, é nulo em relação a qiualquer outro ponto. Somos assim livres de
escolher o ponto em relação ao qual calculamos os momentos das forças exteriores e por isso devemos
escolher o que for mais conveniente. Vamos escolher o ponto de contacto da escada com o chão, porque
deste modo os momentos das forças V 0 e H 0 são automaticamente nulos. A relação dos momentos
pode exprimir-se na seguinte forma:
L ³π ´ ³π ´
LH sin (π − θ) k − sin + θ k − L0 sin +θ k =0
2 2 2
4
em que k é o vector unitário na direcção do eixo dos z. Esta relação pode colocar-se na forma:
µ ¶³
L 0 π π´
LH (sin π cos θ − sin θ cos π) − mg + 2mgL sin cos θ + sin θ cos = 0
2 2 2
µ ¶
L 0
LH sin θ − mg + 2mgL cos θ = 0
2
(1)
Esta última expressão pode ser obtida de uma forma mais rápida, utilizando o seguinte processo:
Como as forças estão todas no plano xOy, os seus momentos têm a direcção do eixo dos z
ou a oposta. Assim, não precisamos de recorrer a vectores e temos apenas que determinar o
sentido (positivo ou negativo) e módulo dos momentos. Podemos escolher arbitrariamente
um sentido positivo para a rotação da escada (na figura escolheu-se como positivo o sentido
directo) e considerar como positivos os momentos das forças que, actuando isoladamente,
fizessem rodar a escada nesse sentido e negativos os momentos das forças que, actuando,
isoladamente, fizessem rodar a escada no sentido directo.
Assim, em relação ao ponto de contacto da escada com o chão, o momento da força
H é positivo (porquee se actuasse sozinha, faria rodar a escada no sentido que escolhemos
como positivo) e o seu módulo é HL sin θ (na realidade o ângulo que a força H faz com
o vector posição a partir do ponto de contacto da escada com o chão é sin (π − θ) mas
sin (π − θ) = sin θ).
Os momentos das forças P e N 0 são negativos (porque se actuassem isoladamente,
cada uma delas faria rodar a escada no sentido oposto ao que escolhemos como positivo)
L ³π ´ L
e os seus valores absolutos são dados, respectivamente, por sin −θ = cos θ e
³π ´ 2 2 2
L0 sin − θ = L0 cos θ. Desta forma chegamos mais rapidamente à equação (1).
2
5
e µ ¶
◦ L
1.2Lmg sin 60 − mg + 2L cos 60 ◦ = 0
0
2
ou, escrevendo L0 = f L, em que f é um número entre 0 e 1,
µ ¶
◦ 1
1.2 cos 60 − + 2f cos 60 ◦ = 0
2
µ ¶
1
+ 2f cos 60 ◦ = 1.2 sin 60 ◦
2
1
+ 2f = 1.2 tan 60 ◦
2
2f = 1.2 tan 60 ◦ − 0.5
1.2 tan 60 ◦ − 0.5
f =
2
= 0.79
6
O módulo da força N 0 é numericamente igual ao do peso do pintor (de acordo com o raciocínio
apresentado no problema anterior). As equações (4) e (5) conduzem agora a:
Mg
L0 = 1.5 m
mg
em que M e m são as massas da tábua e do pintor, respectivamente. Obtemos assim o resultado
30 kg
L0 = × 1.5 m
70 kg
= 0.64 m.
P4 - Um tubarão de 10000 N está pendurado por uma corda numa barra de 4.00 m que
pode rodar em torno da sua base. Determine a tensão na corda quando o sistema se
encontra na posição indicada na figura. Determine também as forças horizontal e vertical
exercidas na base da barra. (Despreze o peso da barra).
F + T0 + P + V + H = 0
τF + τT0 + τP + τV + τH = 0
7
◦
−F cos 20 + H = 0
◦
F sin 20 − T 0 + V = 0
◦ 0 ◦
F sin 20 − T sin 20 = 0
O módulo da tensão da corda F é obtido imediatamente:
◦
0 sin 20
F = T
sin 20 ◦
◦
sin 20
= 104 N ×
sin 20 ◦
3
= 5.1 × 10 N.
Consequentemente, em relação ao referencial indicado na figura,
³ ´
F = 5.1 × 103 − cos 20 ◦ i + cos 70 ◦ j N
Por sua vez, as forças H e V no ponto de apoio da escada no chão são dadas por:
H = F cos 20 ◦
= 5.1 × 103 N × cos 20 ◦
= 4.8 × 103 N
V = T 0 − F sin 20 ◦
= 104 N − 5.1 × 103 N × sin 20 ◦
= 8.3 × 103 N.
e
H = 4.8 × 103 i ( N)
V = 8.3 × 103 j ( N).
P5 - Quando uma pessoa está de pé na ponta do pé, este tem uma posição como
indicado na figura (a). O peso total do corpo w é suportado pela força n exercida pelo
chão na ponta do pé. Um modelo mecânico para esta situação é apresentado na figura
(b), onde T é a força exercida pelo tendão de Aquiles no pé e R é a força exercida pela
tíbia no pé. Determine os valores de T , R e θ quando w = 700 N.
8
Física I -2009/2010
11a Série - Gravitação - Resolução
Questões:
Q1 - Faça uma estimativa do módulo da força gravítica entre duas pessoas que distam
de 1 m.
Vamos supor que a massa de cada uma das pessoas é m = 70 kg. O módulo da força gravítica
exercida por uma das pessoas na outra é
m2
Fg = G .
d2
Substituindo G = 6.67 × 10−11 m3 kg−1 s−2 ; m = 70 kg e d = 1 m, obtemos
(70 kg)2
Fg = 6.67 × 10−11 m3 kg−1 s−2
(1 m)2
= 3. 27 × 10−7 N.
Como o peso da cada pessoa é P = 700 N, o módulo da força gravítica exercida por uma das pessoas
na outra é 10 ordens de graneza inferior ao peso.
Q2 - Explique por que é que é necessário mais combustível para viajar da Terra para
a Lua do que da Lua para a Terra.
Um gráfico da energia potencial gravítica do sistema Terra-Lua é o seguinte
Energia Potencial Gravítica do Sistema Terra Lua
-1.00E+06
Energia que é necessário
-1.50E+06 fornecer a um corpo com
Energia que é necessário 1 kg para vencer a força
-2.00E+06 fornecer a um corpo com gravítica da Lua
1 kg para vencer a força
gravítica da Terra
-2.50E+06
-3.00E+06
Para se viajar da Terra para a Lua é necessária fornecer à nave espacial energia suficiente para
vencer a barreira de energia potencial gravítico do sistema nave+Terra+Lua.
Numa aproximação simples, que ignora os movimentos relativos da Lua e da Terra, bem como os
movimentos de rotação destes planetas em torno dos seus eixos, a energia potencial gravítica de uma
nave com massa m , numa posição à distância r do centro da Terra, é
µ ¶
MT ML
Ug = −Gm + ,
r |r − ROL |
1
em que MT e ML são as massas da Terra e da Lua, respectivamente e ROL é o raio da órbita da
Lua. Esta expressão é válida para RT < r e ROL − RL < r < ROL + RL , em que RT e RL são,
respectivamente, os raios da Terra e da Lua. O gráfico acima mostra a forma desta curva. Para se
viajar da Terra à Lua é necessário fornecer ao veículo a energia necessária para vencer a 1.a barreira
de energia potencial.
À superfície da Terra, a energia potencial do sistema (supondo m = 1 kg) é −2.35 × 108 J. Essa
barreira de potencial tem uma altura de cerca¡ de −1.28 ¢× 106 J (é portanto necessário fornecer ao
veículo uma energia igual a −1.28 × 10 J − −2.35 × 108 J = 2. 34 × 108 J por cada kg de massa) e o
6
seu máximo encontra-se à distância de aproximadamente 3.46 × 108 m do centro da Terra. Por outro
lado, para regressar à Terra, é necessário vencer a mesma barreira de energia potencial, mas partindo
da Lua. À superfície da Lua, a energia potencial
¡ é −4.54¢ × 106 J, pelo que a energia a fornecer por
cada kg de massa é agora −1.28 × 10 J − −4.54 × 106 J = 3. 26 × 106 J.
6
É esta a razão por que foi necessário um foguetão saturno para enviar as tripulações Apollo para
Lua e bastou um pequeno foguete para as fazer regressar de volta para a Terra.
Nota - Estes números foram obtidos com uma folha de cálculo, utilizando os seguintes dados:
G = 6.67259 × 10−11 m3 kg−1 s−2
MT = 5.98 × 1024 kg
ML = 7.55 × 1022 kg
ROL = 3.84 × 108 m
RT = 1.70 × 106 m
RL = 6.40 × 106 m
Q3 - Explique por que é que o trabalho efectuado pela força gravítica do Sol sobre
um planeta, que se move em torno do Sol numa órbita circular, é nulo.
Q4- Explique por que é que a força exercida numa partícula por uma esfera uniforme
deve possuir a direcção do centro da esfera. A situação seria a mesma se a distribuição
da massa da esfera não tivesse simetria esférica?
mM
G = mg
R2
M
g = G
R2
2
Vamos tentar obter a massa da Lua, utilizando a expressão da força gravítica exercida pela Terra na
Lua e a 2.a Lei de Newton. A trajectóriar da Lua no seu movimento em torno da Terra é aproxidamente
circular, sendo o seu movimento circular uniforme. A força centrípeta é a força gravítica da Terra que,
em módulo, é
ML MT
Fg = G 2 ,
ROL
em que ML e MT sáo, respectivamente, as massas da Lua e da Terra, e ROL é o raio da órbita da Lua.
Utilizando agora a 2.a Lei de Newton,
Fg = ML ac ,
em que ac é a aceleração centrípeta da Lua, obtemos
ML MT v2
G 2 = ML ,
ROL ROL
em que v é o módulo da velocidade (constante) da Lua na sua órbita circular, de raio ROL . O módulo
da velocidade orbital da Lua pode ser escrito na forma
2πROL
v= ,
T
que conduz a
µ ¶2
MT 2πROL
G =
ROL T
2 2
4π ROL
GMT =
T2
Conhecendo a massa da Terra e o período do movimento orbital da Lua, podemos utilizar esta ex-
pressão para obter o raio da órbita da Lua, mas a massa da Lua não entra nesta equação, o que nos
leva a concluir que este processo não nos permite obter a massa da Lua.
Se suposermos que a densidade da Lua é igual à da Terra, podemos utilizar a relação entre os
volumes, vindo
VL
ML = MT .
VT
Esta expressão conduz a um valor aproximado, mas com um erro demasiado grande. Na realidade a
densidade média da Lua é cerca de 3/5 da densidade média da Terra.
Outro processo é medir na superfície da Lua a aceleração da gravidade, gL , e, conhecendo o raio
da Lua e G, utilizar a expressão
ML
gL = G 2 ,
RL
para obter
gL RL2
ML = .
G
Na realidade, a Terra e a Lua rodam, efectivamente, em torno da posição do centro de massa do
sistema Terra+Lua. Observações astronómicas permitem determinar essa posição, que se encontra no
interior da Terra. O conhecimento dessa posição e da massa da Terra permite obter a massa da Lua.
3
Como a única força que actua no projéctil é a força da gravidade resultante do planeta, a aceleração
do projéctil é centrípeta e o seu módulo é
M
ac = G ,
(R + h)2
em que M e R são a massa e o raio do planeta, respectivamente. Esta aceleração não depende da
massa do projéctil e podemos concluir que é também. a aceleração do insecto. Como o insecto
e o projéctil não exercem, portanto, forças entre eles (estamos a desprezar a intensidade da força
gravítica entre o insecto e o projéctil, quando comparada com a intensidade das forças gravíticas entre
o planeta e o projéctil e entre o planeta e o insecto), podemos afirmar que o insecto está em situação de
imponderabilidade (recorde-se que nós não estamos, em geral, em situação de impoderabilidade porque
a força que o chão exerce em nós equilibra a força da gravidade. Se estivermos num elevador e o cabo
deste se partir, o chão deixa de exercer força em nós e passamos à situação de imponderabilidade. A
nossa aceleração será igual à do elevador. Mas é melhor não tentarmos essa experiência num elevador).
Problemas:
mM mv 2
G = ,
R2 R
o que nos permite obter, imediatamente,
4
r
GM
v= .
R
b) O período do satélite;
Se T é o período do movimento orbital do satélite, então
2πR
v=
T
e
M 4π 2 R2
G =
R T2
ou
4π 2 3
T2 = R
GM
c) A energia cinética do satélite;
A energia cinética do seu satélite é
1 2
EC = mv
2
GmM
=
2R
d) A energia potencial do sistema satélite + planeta;
Esta energia é
mM
Ug = −G
R
e) O raio do planeta;
A força gravítica à superfície do planeta, de raio r, é
mM
Fg = G = mg.
r2
Como conhecemos g, podemos obter o raio do planeta,
s
GM
r=
g
4π 2 3
T2 = r
GM
(GM )1/2
= 4π 2
g 3/2
e
(GM )1/4
T = 2π
g 3/4
g) O módulo da velocidade de escape do satélite.
O módulo da velocidade de escape do satélite é o módulo da velocidade que o satélite deve possuir
à superfície da Terra para atingir uma distância infinita ao planeta com velocidade nula, isto é, para
que a energia mecânica a distância infinita seja nula. Como a força gravítica é conservativa, a energia
5
mecânica é cosntante, o que significa que a energia mecânica à superfície do planeta tem de ser nula,
ou
1 2 mM
mvesc − G =0
2 r
de que resulta
r
2GM
vesc = .
r
= 21/2 (gGM )1/4 .
P2. - A caminho da Lua, os astronautas das missões Apollo (nas décadas de 1960 e
1970) passam por um ponto em que a atracção gravítica da Lua é igual à da Terra.
a) Calcule a distância desse ponto ao centro da Terra.
b) Qual é o módulo da aceleração resultante da gravidade da Terra nesse ponto?
P3 - Dois corpos, com massas 200 kg e 500 kg, respectivamente, distam um do outro de
0.400 m.
a) Obtenha a força gravítica resultante exercida por estes corpos num terceiro corpo
com massa 50.0 kg colocado no ponto médio entre os dois primeiros.
x
m1=200 kg m2=500 kg
m3=50 kg
Utilizando o eixo de referência na figura a força gravítica resultante que se exerce no terceiro corpo
é
m1 m3 m2 m3
Fres = −G 2 +G 2
r13 r23
6.67259 × 10−11 m3 kg−1 s−2
= (−200 kg × 50.0 kg + 500 kg × 50.0 kg)
(0.200 m)2
= 2. 50 × 10−5 N
:
b) Em que posição (não incluindo os pontos a distância infinita) é que o terceiro corpo
é actuado por uma força gravítica nula?
Essa posição é dada pela condição de equilíbrio
m1 m3 m2 m3
−G 2 + G 2 = 0
r13 r23
m1 m2
− 2 + 2 = 0
r13 r23
com
r13 + r23 = 0.400 m.
6
O módulo da força gravítica que o sol exerce numa pessoa com massa m ao meio dia é
mMS
Fg = G ,
(ROT − RT )2
em que ROT é o raio da órbita da Terra e RT é o raio da Terra. À meia noite esse valor será
mMS
Fg = G .
(ROT + RT )2
A variação do módulo da força é muito pequena é muito pequena, porque RT << ROT e a distância
da pessoa ao Sol varia de 2RT .apenas. Vamos então utilizar diferenciais.
A partir de
mMS
Fg = G 2 ,
r
obtemos
2mMS
dFg = −G dr,
r3
de onde a variação absoluta pedida do módulo da força gravítica é
2mMS
∆Fg = G 3 ∆r
ROT
= 6.67 × 10−11 m3 kg−1 s−2 ×
2 × 50.0 kg × 1.99 × 1030 kg
× 3 × 2 × 1.70 × 106 m
11
(1.50 × 10 m)
= 1. 34 × 10−5 N
A variação relativa é
2mMS
∆Fg G ∆r
= r3
Fg mMS
G 2
r
2∆r
=
r
2 × 2 × 1.70 × 106 m
=
1.50 × 1011 m
= 4. 53 × 10−5
= 0.00453%.
Utilizámos:
MS = 1.99 × 1030 kg
ROT = 1.50 × 1011 m
b) De que percentagem diminui o peso de uma pessoa com massa 50.0 kg, durante um
eclipse total do Sol?
Durante um eclipse total do Sol, as forças de atracção gravítica da Lua e do Sol têm o mesmo
sentido, portanto os seus módulos somam-se e o resultado é subtraído do módulo da força gravítica
da Terra sobre a pessoa.
O módulo da força gravítica da Terra sobre a pessoa é
MT m
Fg = G 2
RT
5.98 × 1024 kg × 50.0 kg
= 6.67259 × 10−11 m3 kg−1 s−2 ×
(1.70 × 106 m)2
= 6.90 × 103 N
7
O módulo da resultante das forças de atracção gravítica da Lua e do Sol sobre a pessoa, actuando
concorrentemente é
∙ ¸
mML mMS
Fg0 = G +
(ROL − RT )2 2
ROT
= 6.67259 × 10−11 m3 kg−1 s−2 ×
∙ ¸
50.0 kg × 7.55 × 1022 kg 50.0 kg × 1.99 × 1030 kg
× +
(3.84 × 108 m − 1.70 × 106 m)2 (1.50 × 1011 m)2
= 0.297 N
Este valor pode também ser obtido, considerando que a Lua percorre uma órbita completa em cerca
de 29.5 dias. Assim, o módulo da velocidade orbital é igual ao perímetro da órbita a dividir por 29.5
dias,
2πROL
v =
T
2π × 3.844 × 108 m
=
29.5 d × 24 h/ d × 3600 s/ h
= 0.95 × 103 m/ s,
8
Utilizando agora a expressão das posições no movimento uniformemente acelerado unidimensional,
1
y = gt2 , podemos calcular a distância de que a Lua "cai"num segundo, obtendo o valor de y para
2
t = 1.00 s, que resulta em
1
y = 2.70 × 10−3 m/ s2 × (1.00 s)2
2
= 1.35 × 10−3 m.
Podemos comparar este valor com o que obtemos por outro processo. Considerando a figura
seguinte, se não existisse a gravidade da Terra a Lua, a partir do ponto P seguiria uma trajectória
rectilínea e não a órbita circular. A distância de que a Lua cai para a Terra quando se desloca de
uma distância a é dada por Q (as dimensões do triângulo rectângulo da figura estão, evidentemente
exageradas).
Q a
A P
A2 = R2 + a2
e
Q = A − R.
Nestas equações R é o raio da órbita da Lua e a é a distância que a Lua percorre num segundo. Esta
distância pode ser estimada a partir da velocidade orbital da Lua,
a = v × 1.0 s
= 1.02 × 103 m/ s × 1.0 s
= 1.02 × 103 m.
Consequentemente, p
A= a2 + R2
e
p
Q = a2 + R2 − R
q
= (1.02 × 103 m)2 + (3.844 × 108 m)2 − 3.844 × 108 m
= 1. 35 × 10−3 m,
P6 - Io, uma pequena lua de Júpiter, tem um período orbital de 1.77 dias e o raio da
sua órbita é 4.22 × 105 km. Utilizando estes dados, obtenha a massa de Júpiter.
9
Utilizamos a expressão, já encontrada,
s
MJ
v= G
RO Io
e
2πRO Io
v=
T
com
obtendo
4π 2 RO2
Io
MJ
2
=G ,
T RO Io
ou
4π 2 RO
3
Io
MJ =
GT 2
¡ ¢3
4π 2 4.22 × 105 km
=
6.67 × 10−11 m3 kg−1 s−2 × (1. 53 × 105 s)2
= 1.90 × 1027 kg.
P8 - Qual é o trabalho exercido pela força gravítica da Lua sobre um meteoro com
massa 1000 kg, que vem do espaço exterior esmagar-se na superfície da Lua?
O trabalho exercido é igual ao negativo da diferença de energia potencial gravítica entre o sistema
Lua+meteoro quando este está na superfície da Lua e quando os dois corpos estão a uma distância
infinita um do outro (este último valor é nulo). Consequentemente, o trabalho pedido é
ML m
W =G ,
RL
em que m é a massa do meteoro. Obtemos, então,
7.55 × 1022 kg × 1000 kg
W = 6.67 × 10−11 m3 kg−1 s−2
6.40 × 106 m
= 7. 87 × 108 J.
P10 - Após ter esgotado o seu combustível nuclear, o destino final do nosso Sol será,
muito provavelmente, colapsar numa anã branca. Esta é uma estrela com a massa do Sol
e um raio igual ao da Terra. Calcule:
10
a) A massa volúmica média da anã branca;
Esta massa volúmica é
MS
ρanã branca =
4 3
πR
3 T
3 × 1.99 × 1030 kg
=
4π (1.70 × 106 m)3
= 9.7 × 1010 kg/ m3
11
Júpiter). Obtemos
s µ ¶
MG MJ
vesc = 2G +
RG ROG + RG
q
= 2 × 6.67 × 10−11 m3 kg−1 s−2 ×
s
1.495 × 1023 kg 1.90 × 1027 kg
× +
2.64 × 106 m 1.071 × 109 m + 2.64 × 106 m
= 1.56 × 104 m/ s.
12