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MINAS GERAIS
Departamento de
Engenharia de Materiais
1.1 – Introdução
Por sua vez, as máquinas de fluxo são utilizadas igualmente na geração de energia, sendo também,
largamente utilizadas no transporte de fluidos. As turbinas hidráulicas e eólicas exemplificam a geração
de energia elétrica através de máquinas de fluxo (Figura 1.4). As bombas, os compressores, os
sopradores e os ventiladores (Figura 1.5) são exemplos de máquinas de fluxo utilizadas no transporte de
fluidos - a primeira no transporte de líquidos, as demais no transporte de gases.
Figura 1.5 – Máquinas de fluxo: (a) bomba; (b) compressor; (c) soprador; (d) ventilador.
Fonte: (a) Mérito Service (2014); (b) Ferramentas Gerais (2016); (c) Forja Fundição (2020); (d) Airway (2020).
Referências Bibliográficas
Forja Fundição. Ventoinha Soprador Industrial Forja Fundicao Etc (#3064). Disponível em:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1161936073-ventoinha-soprador-industrial-forja-fundicao-
etc-3064-_JM. Acesso em: 20 de julho de 2020.
Gazeta do Povo. Nova geração de turbinas eólicas gigantes chega ao Brasil. Disponível em:
https://www.gazetadopovo.com.br/economia/nova-geracao-de-turbinas-eolicas-gigantes-chega-ao-
brasil/. Acessado em: 20 de julho de 2020.
2.1 – Introdução
Este capítulo aborda conceitos introdutórios de mecânica dos fluidos. A mecânica dos fluidos é a
ciência que estuda o comportamento do fluido. Os conceitos aqui trabalhados serão os necessários para
subsidiar a discussão referente às máquinas de fluxo. Inicialmente será apresentada a definição de um
fluido. Na sequência algumas propriedades dos fluidos serão exibidas. Posteriormente será discutido o
comportamento dos fluidos em condição estática e dinâmica.
2.2.1 Definição
Os fluidos, gases e líquidos, quando inseridos em um recipiente tomam a forma deste; o sólido por
sua vez mantém seu formato original. Esta é uma definição bastante popular para os fluidos. A Figura
2.1 demonstra essa definição.
2.2.2 Propriedades
A definição de propriedades dos fluidos será importante para o bom andamento deste curso.
A massa específica (ρ), ou densidade, é uma propriedade do fluido que relaciona a massa e o
volume, como apresenta a Equação 2.1. As unidades associadas a cada uma das grandezas são:
quilograma [kg] para a massa (m), metro cúbico [m³] para o volume (Vol) e quilograma por metro cúbico
[kg/m³] para a massa específica (ρ).
m
= (2.1)
Vol
A densidade relativa (d) apresenta a relação entre a densidade do fluido analisado e a densidade
de um fluido de referência. Para os líquidos o fluido de referência utilizado é a água. Além disso, de
forma geral, considera-se a densidade da água igual a 1000 kg/m³. A Equação 2.2 apresenta o cálculo da
densidade relativa para os líquidos.
liquido
d = (2.2)
água
= (2.3)
Exemplo 2.1) Através de medições, obteve-se os seguintes dados de um líquido: m = 12 kg, vol = 0,015
m3 e μ = 21 Ns/m2. A partir desses dados, pede-se o cálculo da massa específica, da densidade relativa
e da viscosidade cinemática.
O peso específico () apresenta relação entre o peso do fluido por unidade de volume. É calculado pelo
produto entre a massa específica e a aceleração da gravidade (g). No sistema internacional é calculado em Newton
por metro cúbico [N/m3]. A Equação 2.4 apresenta o cálculo do peso específico.
= g (2.4)
O volume específico (v) é dado pela relação entre volume e massa. Dessa forma, pode-se expressar o
volume específico como o inverso da massa específica. A Equação 2.5 apresenta o cálculo do volume específico,
no sistema internacional a unidade do volume específico é metro cúbico por quilograma [m3/kg].
Vol 1
v = = (2.5)
m
A pressão (P) pode ser calculada como a relação entre força normal (Fnormal) e área (A) como
apresenta a Equação 2.6. No sistema internacional a unidade da pressão é Pasacal (Pa), da força é Newton (N)
e da área metro ao quadrado (m²).
Fnormal
P = (2.6)
A
Exemplo 2.2) Calcule a pressão dos sistemas representados nas Figuras 2.2 e 2.3. Faça uma análise
comparativa entre elas.
A Figura 2.4 apresenta uma escala de pressão. Esta escala é utilizada para compreender a relação
entre pressão manométrica (Pman) e pressão absoluta (Pabs). A pressão absoluta é dada por uma escala
absoluta e sempre apresenta valores positivos, a pressão manométrica por sua vez é obtida tendo como
referência a atmosfera local. Esta relação é explicitada na Equação 2.7, onde Patm representa a pressão
atmosférica. Na Figura 2.4, P1 é uma pressão qualquer maior que a atmosférica. Assim, a pressão P1
manométrica e absoluta são positivas. Por sua vez, P2 é uma pressão qualquer menor que a atmosférica.
Isso implica que P2 manométrico é negativo e que P2 absoluto é positivo.
Exemplo 2.3) Se um fluido estiver sujeito a uma pressão manométrica igual a 3 atm, em uma localidade
cuja pressão atmosférica é de 1 atm, qual será a pressão absoluta a que o fluido está submetido?
Esta seção apresenta o estudo dos fluidos quando estes estão estáticos.
O Teorema de Stevin diz que a diferença de pressão entre dois pontos de um fluido é igual ao
produto do peso especifico pela diferença de nível (cotas) entre os dois pontos, como representa a
Equação 2.8.
P = .h = gh (2.8)
A Figura 2.5 é utilizada para representar a diferença de pressão entre dois pontos em fluido. Ela
reforça que a diferença de pressão não apresenta relação com o formato do reservatório. Dessa forma
em qualquer ponto sobre a linha A a pressão é a mesma. De modo análogo, a pressão sobre qualquer
ponto da linha B é a mesma. Cabe, entretanto, reforçar que há diferença entre a pressão em um ponto da
linha A e um ponto da linha B, tendo em vista a diferença de nível entre eles.
Se for aplicada uma pressão superior à atmosférica na superfície do fluido contido no primeiro
reservatório, o nível do líquido nos outros reservatórios irá subir, conforme mostrado na Figura 2.6.
Porém, a pressão em qualquer ponto da linha A será a mesma para todos os reservatórios. De forma
similar, a pressão nos pontos da linha B será a mesma, porém superior aos pontos da linha A.
2.3.1.1 Manometria
Cabe lembrar que a diferença de pressão entre os pontos 1 e 2 pode ainda ser escrita como apresenta
a Equação 2.10. Dessa forma a Equação 2.9 pode ser reescrita na Equação 2.11.
P1−2 = P1 − P2 (2.10)
Exemplo 2.4) Um manômetro é utilizado para medir a pressão em um tanque. O fluido utilizado tem
densidade relativa igual a 0,85. Considerando a figura abaixo e que a pressão atmosférica local é 96 kPa
e que h é igual a 55 cm, determine a pressão absoluta e manométrica dentro do tanque.
Exemplo 2.5) A água de um tanque é pressurizada pelo ar. A pressão da água é medida por um
manômetro de vários fluidos como mostra a figura abaixo. O tanque está instalado em uma montanha e
a pressão atmosférica local é igual a 85,6 kPa. Determine a pressão do ar no tanque. Considere que as
massas específicas da água, do óleo e do mercúrio como 1000 kg/m³, 850 kg/m³ e 13600 kg/m³,
respectivamente. Sendo que h1, h2 e h3 são iguais a 0,2 m, 0,1 m e 0,35 m.
Exemplo 2.6) Uma força (F) igual a 200 N é aplicada e uma área (A) igual a 5 cm². Determina a pressão
transferida para o fluido.
Exemplo 2.7) A figura abaixo mostra esquematicamente uma prensa hidráulica. Os dois êmbolos tem
respectivamente áreas de 10 cm² e 100 cm². Se for aplicada uma força de 200 N no êmbolo de menor
área, qual será a força transferida para o êmbolo de maior área?
O princípio de Arquimedes define que todo corpo mergulhado em um líquido em equilíbrio recebe
do líquido um empuxo vertical (E), para cima, numericamente igual ao peso do volume fluido deslocado
pelo corpo (Pesodeslocado). Assim, pode ser calculado pela Equação 2.12. Como o volume deslocado
(Vold) é mais facilmente medido que a massa deslocada (md) a Equação 2.12 será reescrita como
apresentam as Equações 2.14 considerando o descrito em 2.13.
E = Pesodeslocado = md g (2.12)
md
= (2.13)
Vold
As análises de empuxo são particularmente úteis em situações onde um corpo sólido está imerso
em um fluido. A Figura 2.8 auxilia na condução de análises de empuxo conforme descreve a Tabela 2.1.
Exemplo 2.8) Um corpo com volume de 0,2 m³ está inserido em um fluido cuja massa específica é igual
a 1030 kg/m³. Pede-se: (a) o empuxo; (b) sabendo que a massa do corpo é igual a 160kg, determine
através do peso e da densidade como ele estará no recipiente.
A temperatura (T) é uma medida do grau de agitação média das moléculas de um corpo. Esta seção
foi incluída para apresentar as escalas de temperatura: Celsius (°C), Kelvin (K) e Fahrenheit (°F),
conforme apresentam as Equações 2.15 e 2.16.
T ( K ) = T ( C ) + 273,15 (2.15)
T ( F ) = 1,8T ( C ) + 32 (2.16)
Esta seção visa introduzir o estudo do comportamento de um fluido quando este está em
movimento. Em particular será observado o fluido contido no interior de uma tubulação.
Ao escoar no interior de uma tubulação o fluido desloca-se com uma velocidade cujo perfil é
aproximado pela Figura 2.9. Junto às paredes da tubulação, devido ao princípio de não escorregamento
do fluido, a velocidade é nula. A velocidade do fluido é, então, máxima na região central da tubulação.
Para fins práticos, utiliza-se a média dessas velocidades, chamada de velocidade média (V).
A vazão volumétrica ( V ) apresenta a relação da variação do volume com o tempo e pode ser
calculada através da Equação 2.17. A vazão volumétrica é obtida em m³/s no sistema internacional.
Vol
V= (2.17)
t
V = V .A (2.18)
D2
A= (2.19)
4
Exemplo 2.10) Calcule o diâmetro de uma tubulação sabendo que, pela mesma, escoa água a uma
velocidade de 2 m/s. A tubulação está conectada a um reservatório que está inicialmente vazio e
apresenta um volume de 12.000 litros. Sabe-se que será necessário o tempo de 1 hora e 10 minutos para
encher o reservatório.
A vazão mássica ( m ) apresenta a relação da variação da massa com o tempo e pode ser calculada
através da Equação 2.20. A vazão mássica é obtida em kg/s no sistema internacional. Usualmente,
relaciona-se as vazões mássicas e volumétricas pela Equação 2.21.
m
m= (2.20)
t
m = V (2.21)
Figura 2.10 – Visualização de escoamentos: (a) escoamento laminar; (b) escoamento turbulento.
𝜌𝑉𝐷 𝑉𝐷
𝑅𝑒 = = (2.22)
𝜇 𝜈
Exemplo 2.12) Calcule o número de Reynolds e classifique o escoamento para as situações abaixo:
a) Água escoando em uma tubulação de 2" SCH 40 (Di = 52,5 mm) a 1,8 m/s.
b) Óleo escoando em uma tubulação de 1.1/2" SCH 80 (Di = 38,1 mm) a 0,4 m/s.
Como consequência, para um sistema com várias entradas (e) e saídas (s) temos o que é descrito
matematicamente pela Equação 2.24.
m = m
e
e
s
s (2.24)
A Equação 2.24 pode ser reescrita na Equação 2.25 a partir do que já foi apresentado na Equação
2.21. Quando o fluido que está escoando é incompressível, desprezam-se as variações da massa
específica e, então, o princípio de conservação da massa é representado pela Equação 2.26.
( V ) = ( V )
e
e e
s
s s (2.25)
V = V
e
e
s
s (2.26)
Exemplo 2.13) Determine a vazão mássica na entrada 3 do componente indicado na figura abaixo. A
vazão mássica em 1 e 2 são iguais a 2 kg/s e 5 kg/s, respectivamente.
P1 V12 P V2
+ + gz1 = 2 + 2 + gz2 = const (2.27)
2 2
Exemplo 2.15) Um escoamento de água é bombeado, sendo que um manômetro instalado na descarga
da bomba registra uma pressão de 2 bar (1 bar = 100.000 Pa). Determine a maior altura em que uma
caixa d’água pode ser colocada, para que o fluido consiga ser bombeado.
1) O que é um fluido?
2) Cite três possíveis aplicações da mecânica dos fluidos para um técnico em mecânica.
3) A viscosidade cinemática de um óleo é de 0,028 m²/s e sua densidade relativa é igual a 0,85. Determine
para o óleo:
a) A viscosidade dinâmica;
b) O volume que será ocupado por uma massa de 3 quilogramas.
4) A viscosidade dinâmica de um fluido é de 20 N.s/m² e seu volume específico é igual a 1,26 x10-3 m³/
kg. Determine para o fluido:
a) A massa específica;
b) A densidade relativa;
c) A massa correspondente a um volume de 0,1 m³;
d) A viscosidade cinemática;
e) O peso específico.
5) Uma força de 600 Newtons é aplicada em um recipiente como mostra a figura. Determine a pressão
exercida sobre o fluido pela força aplicada na tampa do recipiente que têm um diâmetro de 10-2 metros.
6) Supondo que a área do recipiente acima seja reduzida, o que se espera em relação a pressão?
7) A leitura de um manômetro, instalado na cidade de Belo Horizonte, indica 7 bar de pressão. Sendo a
pressão atmosférica local igual a 0,9 bar, qual será a pressão absoluta a que o fluido está sujeito?
8) Através da avaliação das propriedades termodinâmicas, foi identificado que pressão absoluta em um
tanque é de 500 kPa. Neste local, a pressão atmosférica é de 94 kPa. Determine a pressão que deve ser
apresentada por um manômetro conectado a este tanque.
1) Sendo h igual a 3 cm e considerando a massa específica do mercúrio igual a 13600 kg/m³ e a pressão
atmosférica local igual 101,3 kPa, calcule a pressão absoluta e a pressão manométrica do gás A.
2) Determine a pressão absoluta no ponto A, sabendo que h1 = 10 cm e h2= 30 cm. Considere a massa
específica do óleo igual a 891 kg/m³, a densidade relativa da glicerina igual a 1,264 e a pressão
atmosférica local igual 101,3 kPa.
6) Duas tubulações de transporte de água (A e B) são apresentadas em corte na figura abaixo. Determine
a diferença de pressão entre as seções A e B das tubulações, conectadas pelo manômetro diferencial de
mercúrio, utilizado para este fim. Para tanto, faz-se uso do manômetro diferencial de mercúrio. Sabe-se
que o centro das tubulações apresenta uma diferença de nível de 8,70 metros e que a deflexão do
mercúrio é de 0,88 metros.
8) Uma força de 400 N é aplicada na área 1 do sistema hidráulico apresentado na figura abaixo. Sabendo
que a área 1 igual a 20 cm² e a área 2 igual a 60 cm², determine a força resultante em 2.
9) Um carro com massa de 1300 quilogramas deve ser levantado pelo macaco hidráulico apresentado na
figura abaixo. Sabendo que a área em B é de 3,2 m² e a área em A é de 0,3 m², determine qual a força
deve ser exercida em A para que o carro possa ser erguido.
10) Desejava-se realizar um experimento no qual uma peça pudesse estar em equilíbrio, imersa em um
fluido, cuja massa específica é igual a 1300 kg/m³. Ocorre, porém, que ao ser inserido o material A, cuja
massa é de 32 kg e o volume de 10 L, o mesmo afundou no reservatório. Almeja-se, agora, determinar
qual deveria ser a massa específica e a massa de um material com mesmo volume, para que possa ocorrer
a flutuação do corpo totalmente submerso em equilíbrio.
11) Ao inserir um corpo no reservatório observou-se o demonstrado pelas figuras abaixo. Pede-se que
seja explicado o porquê deste comportamento tanto na figura (a) quanto na figura (b).
2) (a) 323,15 K
(b) 122 °F
3) (a) 36,85 °C
(b) 98,33 °F
1) Um reservatório de água com capacidade de 10 m³ deve ser preenchido em, no máximo, 10 horas
por uma tubulação de aço carbono. Supondo que a velocidade de transporte da água seja de 1,8
metros por segundo determine o diâmetro da tubulação.
2) Um reservatório de água com capacidade de 10 m³, agora porém instalado em uma indústria, deve
ser preenchido em no máximo 1 hora por uma tubulação de aço carbono. Supondo que a velocidade
de transporte da água seja de 1,8 metros por segundo determine o diâmetro da tubulação.
4) Apresente uma figura que represente um escoamento laminar e pelo menos duas figuras que
representem um escoamento turbulento. (Obs.: as figuras podem ser digitalizadas)
1) 14 mm
2) 44 mm
3) vazão mássica 1 = 0,28 kg/s / vazão mássica 2 = 2,8 kg/s
5) (a) Re=77 – Escoamento laminar
(b) Re=204192 – Escoamento turbulento
1) Para a tubulação ao lado, sendo o fluido água, determine o solicitado. Considerando: V1 = 1,5 m/s,V2 = 2 m/s,
d1 = 0,2m, d2=0,1m, d3=0,25m e d4=0,15m.
2) No acessório horizontal em Y, da figura abaixo, o fluido é a água. Se a vazão volumétrica em 1 (𝑉̇v1= Qv1) é
igual a 22 L/s, e V2 = 2,2 m/s, determine a vazão volumétrica em m³/h em 3.
3) Água é utilizada em um processo industrial para realizar um resfriamento. O tanque que recebe a água tem
0,7 m³ e deve receber água em uma velocidade mais alta. A tubulação que transporta a água tem diâmetro de
2” SCH 40 (di = 52,5 mm) e na chegada ao tanque há uma redução para uma tubulação de 3/4" SCH 40 (di = 20,9
mm). O tanque deve ser preenchido em 150 segundos. Determine: (a) as vazões em volume e massa de água
através da tubulação; (b) a velocidade média da água nos tubos de 2” e 3/4".
2) Um tanque pressurizado de água tem um orifício de 10 cm de diâmetro na parte inferior, onde a água
é descarregada para a atmosfera. O nível da água está 3 metros acima da saída. A pressão do ar no tanque,
acima do nível da água, é de 300 kPa (absoluta) enquanto a pressão atmosférica é de 100 kPa.
Desprezando os efeitos do atrito, determine a vazão de descarga inicial da água.
3) O nível de água em um tanque é de 20 metros acima do solo. Uma mangueira está conectada à parte
inferior do tanque, e o bocal no final da mangueira aponta diretamente para cima. A tampa do tanque é
hermética e a pressão manométrica do ar acima da superfície da água é de 2 atm (202,6 kPa). O sistema
está no nível do mar. Determine a altura máxima até a qual a corrente de água pode alcançar.
1) 15,3m
2) 0,17 m³/s
3) 40,7 m
BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 2 ed. Ver. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
ÇENGEL; Yunus A.; CIMBALA; John M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. 3ª
Edição. Porto Alegre: McGraw-Hill; 2015.
FOX; R. W.; MCDONALD; A. T.; PRITCHARD. P. J. Introdução à mecânica dos fluidos. 7 ed. São
Paulo: LTC. 2010. 712p.
Referências Bibliográficas
3.1 – Introdução
As máquinas de fluxo são amplamente utilizadas para o transporte de fluidos. Para o transporte de
líquidos utilizam-se as bombas. Por sua vez, para o transporte de gases são utilizados os compressores,
os ventiladores e os sopradores. Há ainda ampla utilização de máquinas de fluxo para geração final de
energia elétrica: as turbinas.
O presente capítulo tratará, de forma específica, sobre uma única máquina de fluxo, a bomba. O
conteúdo será conduzido de forma a avaliar a utilização de uma bomba no transporte de água. O conteúdo
abrangerá, também, os componentes de um sistema de transporte de água industrial, os componentes de
uma bomba centrífuga e a metodologia para dimensionamento da bomba e das tubulações.
Em aplicações industriais, a vazão de água é definida pelo processo à qual se destina. Para algumas
aplicações específicas existem tabelas como a Tabela 3.2 que apresentam valores de referência. Em uma
avaliação mais genérica o consumo de água para atendimento às necessidades humanas varia entre 150
e 300 litros por dia por habitante.
A vazão volumétrica obtida a partir dos parâmetros descritos nesta secção pode ser calculada
através da Equação 3.1.
C
Q = (3.1)
i.J
Na Equação 3.1, Q representa a vazão volumétrica (litros/hora), C o consumo diário da instalação
(litros), J a jornada de trabalho (horas) e i a quantidade de bombas associadas em paralelo.
Exemplo 3.1) Um hospital com previsão de instalação de 100 leitos necessita de qual vazão de água por
hora na tubulação de alimentação, considerando uma operação de 8 horas/dia para o sistema de
abastecimento.
Nesta seção serão apresentados três métodos para dimensionamento do diâmetro das tubulações:
método das velocidades econômicas, fórmula de Bresse e a fórmula da ABNT. No cotidiano da indústria,
o método de dimensionamento mais considerado é o método das velocidades econômicas. Logo, a partir
desta seção, somente este método será considerado. Alia-se aos métodos apresentados, a especificação
dos materiais de tubulação. Neste curso em particular, para fins de simplificação, será considerado que
todas as tubulações apresentam espessura de parede Schedule 40 (SCH 40). A Tabela 3.3 apresenta
dados das tubulações com estas características.
O método das velocidades econômicas, visa estabelecer uma relação entre custo de investimento
e custo operacional, no dimensionamento do diâmetro da tubulação. Para este fim, são estabelecidos
para cada fluido, velocidades de referência nas linhas de sucção e recalque. A Tabela 3.4 apresenta
valores de referência para água. As velocidades são calculadas a partir das equações 2.18 e 2.19. O
roteiro para o cálculo é explicitado na Figura 3.3.
A Equação 3.2 apresenta o cálculo do diâmetro da tubulação de recalque pelo método de Bresse.
Nela, o diâmetro (D) é dado em metros, o coeficiente variável (K) função dos custos de investimento e
operação varia entre 0,8 e 1,3, sendo 1,0 o valor comumente utilizado e por fim, a vazão volumétrica
(Q) é dada em m³/s.
D=K Q (3.2)
A fórmula da ABNT, apresentada na Equação 3.3 foi desenvolvida priorizando situações em que
o funcionamento é intermitente ou periódico. Na equação, D representa o diâmetro em metros, T a
jornada de trabalho em horas e Q a vazão volumétrica em m³/s.
1
D = 0,586.T 4 . Q (3.3)
Exemplo 3.2) Uma tubulação de água bruta, utilizada para transporte de água captada junto ao rio, para
abastecimento industrial transporta 330 m3/h. Determine o diâmetro comercial dessa tubulação por cada
um dos métodos listados, considerando que todas as tubulações apresentem espessura SCH40. Considere
a jornada de trabalho de 8 horas e K = 1,0.
a) Velocidade Econômicas;
b) Fórmula de Bresse;
c) Fórmula da ABNT.
A Figura 3.4 apresenta um roteiro para dimensionamento e seleção de uma bomba. Alguns itens
do roteiro já foram previamente discutidos: vazão (seção 3.3); material das tubulações (seção 3.4.1); e
diâmetro das tubulações (seção 3.4.2).
O desnível geométrico (H0) representa a diferença de nível (ou cotas) entre os reservatórios de
sucção e recalque. Mais especificamente entre o nível fluido no reservatório de sucção e o nível do fluido
no reservatório de recalque (ou o ponto de saída do fluido no reservatório de recalque). Os reservatórios
de sucção podem estar instalados de modo que a bomba esteja afoga (sucção negativa) conforme
apresentado na Figura 3.5 ou apresente sucção positiva conforme Figura 3.6. Cabe ainda ressaltar que
diferentes alternativas para a entrega de fluido no reservatório de recalque são apresentadas na Figura
3.5, as mesmas configurações podem ocorrer em uma instalação com arranjo de sucção similar ao
apresentado na Figura 3.6.
Figura 3.5 – Desnível geométrico, bomba afogada (ou com sucção negativa) (a) entrada nível inferior tanque de recalque;
(b) entrada superior tanque de recalque, tubulação direcionada para o tanque; (c) entrada superior tanque de recalque.
Às perdas de energia que ocorrem nas tubulações em detrimento do atrito gerado pela
movimentação do fluido no interior do sistema de transporte de fluido (tubulação, válvulas e acessórios)
dá-se o nome de perda de carga. Assim, a perda de carga constitui-se da resistência oferecida pelas
tubulações e acessórios ao escoamento do fluído. Influem na perda de carga: (a) o tipo do fluído; (b) o
diâmetro da tubulação; (c) a velocidade de transporte; (d) o comprimento da tubulação; (e) as
quantidades e tipos de válvulas e acessórios; (f) o material da tubulação.
O cálculo da perda de carga é feito posteriormente à separação em dois grupos: perda de carga
contínua ou distribuída (ΔHc) e perda de carga localizada (ΔHL). A perda de carga contínua é aquela que
ocorre no interior das tubulações. A perda de carga localizada dá-se nas válvulas e acessórios (curvas,
conexões, etc).
O cálculo da perda de carga em tubulações, ou perda de carga contínua será apresentado nesta
seção a partir de dois métodos: Darcy-Weissbach e Hazen-Williams.
L V2
H = f . . (3.4)
D 2g
Exemplo 3.3) Por uma tubulação de 10” (SCH40) com comprimento de 63 metros escoa água a 2 m/s.
Calcule a perda de carga pelo método de Darcy-Weissbach.
O método de cálculo de perda de carga de Hazen-Williams é de aplicação mais direta por não
demandar uso do ábaco de Moody. Entretanto o mesmo só pode ser aplicado para diâmetros entre 50 a
3500 mm e para velocidades de transporte inferiores a 3 metros por segundo e escoamento com água. O
dimensionamento é realizado através da Equação 3.5, onde ΔH é a perda de carga em metros de coluna
de fluido, L é o comprimento da tubulação em metros e J é a perda de carga unitária em metro por metro.
H = L.J (3.5)
A perda de carga unitária é calculada através da Equação 3.6. Nela, Q é a vazão volumétrica em
metros cúbicos por segundo (m³/s), C é o coeficiente adimensional das paredes dos tubos (depende da
natureza - material e estado) e D o diâmetro interno da tubulação em metros. Valores típicos do
coeficiente adimensional C podem ser obtidos na Tabela 3.6. Nesse curso será adota o valor de C típico
para o aço igual a 100.
O método direto apresenta uma alternativa mais direta para o cálculo da perda de carga localizada
(ΔHL). A Equação 3.7 apresenta a metodologia de cálculo. Nela K é o coeficiente de perda de carga
localizada. Os valores do coeficiente de perda de carga localizada podem ser obtidos na Tabela 3.7.
Previamente a inserção dos coeficientes de perda de carga na Equação 3.7 é preciso realizar o somatório
dos mesmos.
Exemplo 3.5) Em um sistema de transporte de água (tubulação 10” SCH40 – AC) com 0,12 m3/s estão
contidos os seguintes acessórios: 8 curvas de 90°, 3 curvas de 45°, 2 tês de passagem direta, 1 válvula
de retenção e 2 válvulas gavetas. Calcule a perda de carga localizada pelo método direto.
O método dos comprimentos equivalentes consiste em substituir uma válvula ou acessório por um
comprimento de tubulação reta surgindo o “comprimento virtual”, que causaria a mesma perda de carga
que aquela válvula ou acessório. Para determinar a equivalência entre a perda de carga gerada por uma
válvula ou acessório com um trecho reto de tubulação são realizados ensaios experimentais. A Tabela
3.8 apresenta a equivalência de comprimento equivalente para tubulações de ferro fundido e aço. A
equivalência para tubulações de PVC rígido é apresentada na Tabela 3.9.
O procedimento para cálculo da perda de carga localizada (ΔHL) através do método dos
comprimentos equivalentes é detalhado na Figura 3.6.
Exemplo 3.6) Calcule a perda de carga gerada pelos acessórios listados no exemplo 3.5 pelo método
dos comprimentos equivalentes.
Tubulação de Sucção
Item Descrição Qt Kuni Kitem
1 Entrada de borda 01 1,0 1 x 1,0 = 1,0
2 Válvula Gaveta 01 0,2 1 x 0,2 = 0,2
3 Redução excêntrica 01 0,15 1 x 0,15 = 0,15
Total Sucção 1,35
Tubulação Recalque
Item Descrição Qt Kuni Kitem
1 Ampliação 01 0,3 1 x 0,3 = 0,3
2 Curva de 90° 10 0,4 10 x 0,4 = 4,0
3 Curva de 45° 04 0,2 4 x 0,2 = 0,8
4 Válvula de Retenção 01 2,5 1 x 2,5 = 2,5
5 Válvula de Gaveta 01 0,2 1 x 0,2 = 0,2
6 Saída de Canalização 01 1,0 1 x 1,0 = 1
Total Recalque 8,8
Conforme descrito na Figura 3.4 após o cálculo das perdas de carga pode-se realizar o cálculo da
altura manométrica total. Altura manométrica total é a pressão requerida à bomba para que ela possa
aspirar o fluido do reservatório de sucção e transportá-la até o reservatório de recalque vencendo as
perdas de carga do sistema. O cálculo da altura manométrica é obtido através da Equação 3.8. Onde P r
é a pressão no reservatório de recalque e Ps é a pressão no reservatório de sucção, ΔH é a perda de carga
total e obtido através da Equação 3.9 (somando-se as perdas de carga localizada e contínua). O peso
específico da água (γ) pode ser considerado igual a 1000 kgf/m3.
𝑃𝑅 − 𝑃𝑆
𝐻𝑚𝑎𝑛 = 𝐻0 + + Δ𝐻 (3.8)
𝛾
Existem diversos sistemas, como por exemplo os sistemas nos quais os reservatórios estão abertos
para a atmosfera, nos quais Pr e Ps são iguais. Neste caso, a Equação 3.8 é simplificada na Equação 3.12.
H man = H 0 + H (3.12)
Dados de Entrada
Pressão no tanque de recalque [kgf/cm²] 8
Perda de carga na tubulação de recalque (ΔHR) [mca] 3,6
Perda de carga na tubulação de sucção (ΔHS) [mca] 0,4
Em uma bomba três rendimentos precisam ser considerados: rendimento hidráulico, rendimento
mecânico e rendimento volumétrico. Deles obtêm-se o rendimento total.
Das perdas de carga que ocorrem no interior da bomba, devido ao acabamento superficial internio
das paredes do rotor e da carcaça, deriva-se o rendimento hidráulico (ƞh). O rendimento hidráulico é
calculado através da Equação 3.13. A energia cedida ao fluido que atravessa a bomba dá-se o nome de
(Hth), que por sua vez é calculado a partir da Equação 3.14. ΔH1→2 representa a perda de carga no interior
da bomba.
H man
H = (3.13)
H th
N − N
m = (3.15)
N
Há dois fatores que contribuem para o surgimento do rendimento volumétrico (ƞv): a parcela de
fluido que recircula no interior da bomba e os pequenos vazamentos no interior da mesma. O rendimento
volumétrico é calculado através da Equação 3.16. Nela, a vazão recalcada pela bomba é representada
por Q enquanto q representa a vazão de fluido que recircula e / ou é contabilizada no vazamento.
Q
v = (3.16)
Q+q
O rendimento total da bomba (ƞ) é obtido pelo produto dos rendimentos hidráulico, mecânico e
volumétrico como descreve a Equação 3.17.
= Hmv (3.17)
Do ponto de vista prático, a potência necessária ao acionamento é calcula através da equação 3.18,
sendo a potência obtida em cavalo vapor (cv). Para esta equação o peso específico deve estar em kgf/m³,
a altura manométrica em metro de coluna de fluido e a vazão volumétrica em m³/s. Caso seja necessário
converter a potência de cv para watts deve-se utilizar a seguinte relação: 1 cv =735,5 W.
.Q.H man
N= (3.18)
75.
Para seleção do motor comercial ainda é necessário que seja considerado o fator de segurança,
conforme descreve a Tabela 3.10. O fator de segurança é determinado a partir da potência calculada na
Equação 3.18. Pode-se então calcular a potência requerida considerando o fator de segurança (Nfs)
conforme descrito na Equação 3.19, onde FS representa o fator de segurança.
N fs = N .(1 + FS ) (3.19)
Finalmente, seleciona-se o motor comercial com potência igual o superior ao indicado pela
Equação 3.18 (Nfs). A Tabela 3.11 apresenta valores de potência para motores comerciais disponíveis.
Exemplo 3.8) Qual a potência necessária para acionamento de uma bomba para transporte de água a
partir dos seguintes dados:
Dados de Entrada
Vazão volumétrica [m³/h] 40
Altura manométrica [mca] 80
Peso específico da água [kgf/m³] 1000
Rendimento Hidráulico 90%
Rendimento Volumétrico 91%
Rendimento Mecânico 93%
Dados Complementares
Rendimento Hidráulico 92%
Rendimento Volumétrico 93%
Rendimento Mecânico 94%
Figura 3.8 – Curva de seleção de bombas KSB Meganorm e Meganorm Bloc 3500 rpm (KSB).
A etapa da seleção preliminar dá-se por um olhar mais detalhado na curva da bomba. Deve-se
observar para cada uma das famílias de bomba qual apresenta o ponto de operação mais adequado. O
ponto de operação deve levar em consideração: (a) o equipamento que opera com maior rendimento; (b)
possibilidades de aumento ou redução do tamanho do rotor; (c) possibilidade de aumento e redução de
pressão; (d) possibilidade de aumento e redução de vazão. As Figuras 3.10, 3.11 e 3.12 exemplificam a
curva de seleção de uma família de bomba. Nas curvas é possível ainda obter o NPSH requerido pela
bomba e uma estimativa de potência requerida ao acionamento.
Exemplo 3.10) Selecione uma bomba capaz de atender a condição de projeto a seguir descrita: Q=70m³/h
e Hman=40 mca.
A medição direta da altura manométrica é uma estratégia que pode ser utilizada para auxiliar a
equipe de manutenção, principalmente em duas aplicações: (a) identificar a altura manométrica total da
bomba na condição real de operação; (b) obter o rendimento total real da bomba em operação.
Para possibilitar a medição direta da altura manométrica total, em instalações de sucção positiva,
é preciso a instalação de um manômetro imediatamente após o recalque da bomba (representado por M)
e um mano-vacuômetro imediatamente antes da sucção (representado por V), como apresenta a Figura
3.13. Neste tipo de instalação a altura manométrica é obtida através das Equações 3.20, 3.21 e 3.22. O
fator y representa a diferença de altura entre o ponto de instalação do manômetro e o ponto de instalação
do mano-vacuômetro.
Figura 3.13 – Medição direta de altura manométrica, bomba com sucção positiva.
H man = M + V + y (3.20)
Pmanometro
M= (3.21)
− Pmanovacuometro
V= (3.22)
A medição direta da altura manométrica total em instalações de sucção negativa requer a instalação
de um manômetro imediatamente após o recalque da bomba (representado por M), como apresenta a
Figura 3.14. Neste tipo de instalação a altura manométrica é obtida através das Equações 3.23 e 3.21. O
fator y representa a diferença de altura entre o ponto de instalação do manômetro e a linha de centro da
sucção da bomba, o fator h representa a diferença de altura entre o nível do reservatório e a linha de
centro da sucção da bomba.
H man = M − (h − y ) (3.23)
Exemplo 3.11) Foram efetuadas leituras em sistemas de bombeamento conforme indicado abaixo. Pede-
se o cálculo da altura manométrica total.
a) Em um sistema de sucção negativa: Pmanometro=3,5kgf/cm²; h=0,75m; y=0,25m.
b) Em um sistema de sucção positiva: Pmanometro=4,2kgf/cm²; Pmanovacuometro=-0,3kgf/cm²; y=0,4m.
O fenômeno físico da cavitação ocorre em situações nas quais a pressão na entrada da bomba
torna-se menor ou igual a pressão de vapor do fluido em transporte. Quando a depressão na entrada da
bomba ocorre de forma generalizada em toda a sucção, não há aspiração do fluido. Entretanto, a
cavitação caracteriza-se quando essa depressão ocorre em pontos isolados. Formam-se pequenas bolhas
que são transportadas para regiões de pressões mais altas (saída do rotor) e tendem a implodir nessa
região. Essas implosões resultam em destruição das paredes do rotor e das palhetas conforme demonstra
a Figura 3.15.
Evita-se a ocorrência de cavitação nas bombas através da análise de NPSH (net positive suction
head). Para tanto compara-se o NPSH disponível na instalação com o NPSH requerido pela bomba.
O NPSH disponível na instalação é calculado através da Equações 3.24, 3.25 e 3.26. Onde, Patm é
a pressão atmosférica local, hsucção é a altura de coluna de fluido na sucção e Pv é a pressão parcial do
vapor de água. Na Equação 3.24, hsucção é acompanhado de sinal positivo quando a instalação apresenta
bomba com sucção negativa e por sinal negativo quando a instalação apresenta uma bomba com sucção
positiva. Neste curso, considerando o transporte de água a 25° C, Hv será considerado igual a 0,322
metros.
Patm
H atm = = 10 − 0, 0012. Altitute(m) (3.25)
𝑃𝑣
𝐻𝑣 = (3.26)
𝛾
A comparação entre o NPHS disponível na instalação e o requerido pela bomba é realizada através
da Equação 3.27, na qual o coeficiente 1,2 indica um fator de segurança de 20%.
Exemplo 3.12) Avalie se há risco de cavitação para a bomba cuja curva é apresentada na figura 3.10 a
partir dos dados inclusos na tabela e apresentados na continuação do enunciado a seguir.
Dados Gerais
Vazão nominal [m³/h] 70
Altitude [m] 430
Hv [m] 0,322
Dados Complementares
hsucção [m] 1,5
ΔHsuccao [m] 0,5
Dados Complementares
hsucção [m] 0,9
ΔHsuccao [m] 0,3
140
130
120
110
100
90
80
Hman [m]
70
60
50
40
Ponto de operação
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Q [m³/h]
130
120
110
Ponto de Operação
100
Associação em Série
90
80
Hman [m]
70
60
50
40
Ponto de Operação
30 Associação em Paralelo
20 Ponto de Operação
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42
Q [m³/h]
Exemplo 3.13) Realize a associação da bomba indicada abaixo em série e em paralelo e apresente os
valores correspondentes aos pontos de operação para a bomba operando isoladamente e associada.
130
120
110
100
90
80
Hman [m]
70
60
50
40
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Q [m³/h]
A desenho esquemático de uma bomba centrífuga em corte é apresentado na Figura 3.18. A lista
dos componentes indicados está contida na Tabela 3.12.
1) Para um sistema que opera com a vazão de 75 m³/h, determine o diâmetro comercial (considerando
que as tubulações serão SCH 40) das tubulações de sucção e recalque pelo método da velocidade
econômica. Calcule, também, as velocidades reais de transporte.
2) Para um sistema que opera com a vazão de 40 m³/h, determine o diâmetro comercial (considerando
que as tubulações serão SCH 40) das tubulações de sucção e recalque pelo método da velocidade
econômica. Calcule, também, as velocidades reais de transporte.
3) Um sistema de captação de água precisa ser instalado para abastecimento de uma nova instalação:
uma grande fábrica de calçados. A quantidade de funcionários previstos para essa fábrica é de 300, todos
trabalhando em um único turno. Devido ao fato de estar sendo instalada em um local mais afastado, será
previsto no empreendimento um restaurante no qual todos os funcionários deverão almoçar. Utilizando
a tabela 3.2 da apostila determine o solicitado abaixo. Considere que o sistema de captação só irá operar
9 horas por dia (tempo em que a equipe de manutenção da fábrica estiver trabalhando).
a) O consumo de água estimado para a fábrica por dia;
b) O consumo de água estimado para o restaurante por dia;
c) A vazão de água a ser transportada no sistema de captação em l/h.
1) Sucção: Dcalculado = 143 mm; Dcomercial = 154,1 mm (6” SCH 40); Vs= 1,1 m/s
Recalque: Dcalculado = 115 mm; Dcomercial = 102,3 mm (4” SCH 40); VR= 2,5 m/s
2) Sucção: Dcalculado = 119 mm; Dcomercial = 102,3 mm (4” SCH 40); Vs= 1,4 m/s
Recalque: Dcalculado = 84,1 mm; Dcomercial = 77,9 mm (3” SCH 40); VR= 2,3 m/s
1) Por uma tubulação de 8” (SCH 40) de aço “comercial” com comprimento de 48 metros escoa água a
1,9 m/s. Na tubulação estão contidos: 01 válvula de retenção, 4 curvas de 90° e 2 curvas de 45°. Calcule
a perda de carga, devendo-se calcular a perda localizada pelo método direto e a perda de carga contínua
pelo método de Darcy-Weissbach.
2) Por uma tubulação de 12” (SCH 40) de aço “comercial” com comprimento de 370 metros escoa água
a 1,6 m/s. Na tubulação estão contidos: 01 válvula de retenção, 4 curvas de 90° e 12 curvas de 45°.
Calcule a perda de carga, devendo-se calcular a perda localizada pelo método direto e a perda de carga
contínua pelo método de Darcy-Weissbach.
3) Repita o exercício 2 calculando a perda de carga localizada pelo método dos comprimentos
equivalentes.
4) Sucção: f=0,0188; Lv=25,3m; ΔHL = 0,46 mca; ΔHC = 0,06 mca; ΔHs = 0,52 mca
Recalque: f=0,0192; Lv=40 m; ΔHL = 2,66 mca; ΔHC = 66,45 mca; ΔHr = 69,11 mca
ΔH = 69,63 mca
5) Sistema 01: Hman=9,7 mca; Sistema 02: Hman=27,3 mca; Sistema 03: Hman=36,7 mca; Sistema 04:
Hman=39,9 mca
CEFET-MG − Máquinas Térmicas e de Fluxo
75
LE 3 – Lista de Exercícios 3 – Máquinas de Fluxo
ASSUNTOS: Cálculos de altura manométrica, potência e NPSH.
5) Partindo do catálogo disponibilizado, determine qual bomba é a mais adequada para as situações
abaixo. Apresente: modelo, rendimento, calcule a potência e avalie o NPSH.
a) Q = 40 m³/h; Hman = 80 mca; Fluido → água; NPSHdisp = 6,1 m.
b) Q = 70 m³/h; Hman = 35 mca; Fluido → água; NPSHdisp = 4,2 m.
1) Selecione uma bomba que seja adequada para operar nos sistemas abaixo descritos. Indique além do
modelo o rendimento do conjunto moto-bomba para o ponto de operação. Apresente ainda a curva da
bomba selecionada com o ponto de operação indicado.
Conteúdo do Relatório
• Capa;
• Índice;
• Objetivo;
• Dados de entrada e Critérios;
• Desenvolvimento de Cálculo
o Definição do diâmetro;
o Cálculo das perdas de carga;
▪ Perda de carga na sucção;
▪ Perda de carga no recalque;
o Altura manométrica do sistema;
o NPSH disponível;
o Potências
CARVALHO, Djalma Francisco. Instalações Elevatórias. Bombas. 6ª ed. Belo Horizonte: Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, 1999.
Referências Bibliográficas
CARVALHO, Djalma Francisco. Instalações Elevatórias. Bombas. 6ª ed. Belo Horizonte: Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, 1999.
OLIVEIRA, Humberto Barros; COSTA JÚNIOR, Ezequiel de Souza; COSTA, Maria Celeste M. de
Souza. Apostila de Bombas. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. 2008.
4.1 – Introdução
Termodinâmica pode ser definida com a ciência da energia. A palavra termodinâmica origina-se
do grego therme (calor) e dynamis (força). As áreas de aplicação da termodinâmica para o técnico em
mecânica são diversas, podendo listar a título de exemplo: motores, condicionamento de ar e
refrigeração e geração de energia termelétrica.
Este capítulo será estruturado de forma a introduzir os conceitos de termodinâmica que subsidiarão
as discussões relativas às máquinas térmicas.
O primeiro passo nesse estudo, consistirá da definição de sistema e volume de controle. O sistema,
representado na Figura 4.1, apresenta uma quantidade de massa fixa. Apesar da fronteira do sistema
poder se deslocar, a massa sempre estará contida dentro dela. Por sua vez, o volume de controle,
representado pela Figura 4.2 apresenta uma quantidade de massa variável. Continuamente haverá massa
cruzando a superfície de controle (fronteira do volume de controle).
A energia pode existir em diferentes formas: térmica, mecânica, cinética, potencial, química etc.
Neste momento, para o propósito deste estudo, serão apresentadas as definições de energia cinética e
potencial.
A energia relativa ao movimento é chamada de energia cinética (Ec). A Equação 4.1 apresenta a
metodologia para cálculo da energia cinética.
mV 2
Ec = (4.1)
2
A energia que um sistema possui como resultado de sua elevação em um campo gravitacional é
chamada de energia potencial (Ep). A Equação 4.2 apresenta a metodologia para cálculo da energia
potencial. Nela, z representa a elevação.
E p = mgz (4.2)
4.4 Trabalho
O trabalho é usualmente definido como uma força agindo ao longo de um deslocamento. A Figura
4.3 apresenta dois exemplos de realização do trabalho. A Figura 4.3(b) ilustra a força agindo ao longo
do deslocamento. Em ambas, observa-se que o trabalho cruza a fronteira do sistema.
Figura 4.3 – Representação do trabalho: (a) operação de um ventilador; (b) movimentação de uma polia erguendo um peso.
Neste ponto da disciplina é importante realizar a definição de sinais para trabalho e calor. A
definição é feita em relação a um sistema. Será definido que o calor absorvido pelo sistema é positivo e
que o calor rejeitado pelo sistema é negativo. Logo, para o trabalho, os sinais serão inversos. O trabalho
realizado sobre o sistema é negativo enquanto que o trabalho realizado pelo sistema é positivo. A Figura
4.4 ilustra esta definição de sinais.
Considere que os reservatórios mostrados na Figura 4.5 contém 1 kg de água. Inicialmente, a água
contida na Figura 4.5(a) está na fase líquida e é aquecida. Enquanto a temperatura da água está abaixo
de 99,6°C ela está totalmente na fase líquida. Após a água alcançar a temperatura de 99,6°C a
transferência adicional de energia faz com que a água evapore. Neste ponto dentro do reservatório,
Figura 4.5(b) há água nos estados líquido e vapor. Em um dado instante de tempo, toda a água que
anteriormente estava em estado líquido evapora e o recipiente passa a conter somente vapor d’água -
Figura 4.5(c). A partir desse ponto, a transferência de energia gera aumento da temperatura do vapor
d’água. Cabe ainda ressaltar, que todo o processo representado pela Figura 4.5 ocorre a pressão
constante.
Considere o sistema da Figura 4.5, 1 kg de água contida no conjunto êmbolo - cilindro e tracemos
a linha de pressão constante no diagrama de temperatura x volume específico (Figura 4.7).
Ponto 1: líquido comprimido (liq. comp.) - o fluido encontra-se na fase líquida a uma temperatura T1
inferior a temperatura de saturação Ts1, Ts2 ou Ts3 (não há título pois o ponto está fora da
região de saturação).
Ponto 2: líquido saturado (liq. sat.) - o fluido encontra-se na fase líquida a uma temperatura de saturação
Ts1, Ts2 ou Ts3 e para as pressões P1, P2 ou P3 respectivamente. A primeira gota do líquido
está na iminência de vaporizar se o título é igual a 0 (x=0).
Ponto 3: mistura de líquido mais vapor saturados (L+V)sat - o fluido encontra-se parte como líquido e
parte como vapor para as temperaturas Ts1, Ts2 ou Ts3 e para as pressões P1, P2 ou P3 se o
título está entre 0 e 100 : (0<x<1).
Ponto 4: vapor saturado (vap. sat.) - o fluido encontra-se na fase de vapor para as temperaturas Ts1, Ts2
ou Ts3 e para as pressões P1, P2 ou P3 e a última gota do fluido torna-se vapor, título igual a
100% (x = 1).
Ponto 5: vapor superaquecido (vap. sup.) - o fluido encontra-se na fase de vapor para temperaturas
superiores às de saturação Ts1, Ts2 ou Ts3 e para as pressões P1, P2 ou P3 (não há título, pois o
ponto está fora da região de saturação).
Existe um ponto de inclinação nula da curva, onde os estados de líquido saturado e vapor saturado
são idênticos. A este ponto, chamamos de Ponto Crítico. Os volumes específicos do líquido e do vapor
saturados são iguais e a pressão neste ponto é chamada pressão crítica. A água tem no ponto crítico:
TCRÍT = 374,14ºC e PCRÍT = 22,09 MPa (225,318 kgf/cm2) e vCRÍT = 0,003155 m3/kg.
Título (x) é uma propriedade termodinâmica do fluido que expressa a relação entre a massa de
vapor e massa total do fluido como apresenta a Equação 4.3. O título é uma propriedade que só existe
na região de saturação e varia entre 0 e 1. Um título igual a 0 significa que não há vapor no fluido
analisado, assim sendo o fluido está no estado líquido saturado. Em contrapartida, um título igual a 1
indica que todo o fluido analisado é vapor.
mvap
x= (4.3)
m
O título é largamente utilizado para obtenção de propriedades na região de saturação. Para uma
dada pressão e temperatura, as propriedades para líquido e vapor saturados são apresentadas na tabela
termodinâmica. Assim, em muitos casos o título é necessário para a obtenção das demais propriedades.
A Equação 4.4 exemplifica a obtenção do volume específico (v) fazendo uso da tabela termodinâmica e
do título. Na equação o volume específico do líquido saturado (vL) e o volume específico do vapor
saturado (vv). O rearranjo da Equação 4.4 possibilita a obtenção do título como apresenta a equação 4.5.
v = vL + x ( vv − vL ) (4.4)
v − vL
x= (4.5)
vv − vL
A energia interna (U e u) é uma propriedade que engloba todas as formas de energia do fluido que
não são oriundas da variação de velocidade (energia cinética) e posição (energia potencial). De forma
similar ao explicitado para a Equação 4.4, pode-se obter a energia interna específica como apresenta a
Equação 4.6. Explicitando o título na Equação 4.6 obtemos a Equação 4.6a.
u = uL + x ( uv − uL ) (4.6)
(𝑢 − 𝑢𝐿 )
x= ⁄(𝑢 − 𝑢 ) (4.6a)
𝑣 𝐿
4.7.7 Entalpia
h = u + P.v (4.7)
De forma similar ao explicitado para a Equação 4.4, pode-se obter a entalpia específica como
apresenta a Equação 4.8. Explicitando o título na Equação 4.8 obtemos a Equação 4.8a.
h = hL + x ( hv − hL ) (4.8)
(ℎ − ℎ𝐿 )
x= ⁄(ℎ − ℎ ) (4.6a)
𝑣 𝐿
Uma particularidade ocorre quando o fluido for líquido comprimido e a tabela termodinâmica não
disponibilizar a entalpia - pode-se aproximar a entalpia do fluido em análise pela entalpia do líquido
saturado na mesma temperatura, como apresenta a Equação 4.9.
h (T , P ) hL (T ) (4.8)
a) T = 150°C e x = 0,45. Qual a pressão, o volume especifico, a energia interna, a entalpia e o estado?
Evc
=0 (4.10)
t
m = m
e
e
s
s (4.11)
A partir daí, a Equação 4.9 pode ser reescrita como apresenta a Equação 4.12.
V2 V2
0 = Q − W + me he + e + gze − ms hs + s + gzs (4.12)
e 2 s 2
Da Equação 4.12 pode-se obter os termos de variação de energia cinética (Equação 4.13) e variação
de energia potencial (Equação 4.14).
𝑉𝑒2 𝑉𝑠2
𝐸𝐶 = ∑ 𝑚̇𝑒 ( ) − ∑ 𝑚̇𝑠 ( ) (4.13)
2 2
𝑒 𝑠
Exemplo 4.3) O vapor d’água em uma turbina operando em regime permanente com uma vazão mássica
de 1,28 kg/s. A turbina desenvolve uma potência de 1000 kW. Na entrada, a pressão é 6,0 MPa, a
temperatura é 400°C e a velocidade 10 m/s. Na saída, a pressão é de 10 kPa, o título é 0,90 e a velocidade
é 30 m/s. Calcule a taxa de transferência de calor entre a turbina e a vizinhança em kW.
a) A razão entre a vazão mássica da água de resfriamento pela vazão mássica do vapor d’água que se
condensa.
b) A taxa de transferência de energia do vapor d’água que se condensa para a água de resfriamento em
kJ por kg de vapor que escoa através do condensador.
Exemplo 4.5) Água escoa, em regime permanente, dentro de uma válvula. Na entrada, a água está a 5,0
MPa e 240°C e na saída, a 1,0 MPa. Como a passagem da água pela válvula dá-se rapidamente e a área
da válvula é relativamente pequena, pode-se considerar que não há transferência de calor de válvula para
a vizinhança. Pede-se determinar o título na saída.
O fato de diversos processos termodinâmicos ocorrerem em uma direção e não na direção contrária
propiciou o surgimento da segunda lei da termodinâmica que será explicitado nos enunciados de Kelvin-
Planck e Clausius.
É impossível construir um dispositivo que opere em um ciclo termodinâmico e que não produza
outros efeitos além do levantamento de um peso (trabalho) e a troca de calor com um reservatório
térmico. O enunciado é representado na Figura 4.10. A Figura 4.10(a) apresenta uma máquina ideal que
não é possível de ser construída fisicamente. A Figura 4.10(b) apresenta uma máquina real.
É impossível construir um dispositivo que opere em um ciclo e que não produza outros efeitos,
além da transferência de calor de um corpo mais frio para um corpo mais quente. O enunciado é
representado na Figura 4.11. A Figura 4.11(a) apresenta um refrigerador ideal que não é possível de ser
construído fisicamente. A Figura 4.11(b) apresenta um refrigerador real.
Em linhas gerais, o rendimento apresenta a relação entre a energia útil e a energia consumida. O
rendimento de um motor térmico (ƞT) é representado pela Equação 4.15.
QL
T = 1 − (4.15)
QH
QL
COPR = (4.16)
QH − QL
QH
COPBC = (4.17)
QH − QL
O ciclo teórico reversível proposto por Sai Carnot, em 1824, é largamente utilizado para avaliar o
máximo que poderia ser obtido por um ciclo. Cabe aqui ressaltar, que esses valores de performance não
poderiam ser obtidos pois ocorrem irreversibilidades nos ciclos reais. O rendimento do motor térmico
operando no ciclo de Carnot (ƞT,carnot) é expresso pela Equação 4.18.
TL
T ,carnot = 1 − (4.18)
TH
TL
COPR ,carnot = (4.19)
TH − TL
TH
COPBC ,carnot = (4.20)
TH − TL
Uma observação importante é a de que os cálculos referentes ao ciclo de Carnot devem ser
realizados considerando as temperaturas em Kelvin.
a) Sendo T=215°C e x=0,92. Determine: o estado, a pressão, o volume específico, a energia interna e a
entalpia.
b) Sendo T=140°C e v=0,42 m³/kg. Determine: o estado, a pressão, o título, a energia interna e a entalpia.
c) Sendo P=3 MPa e u=1705,2 kJ/kg. Determine: o estado, a temperatura, o título, o volume específico
e a entalpia.
d) Sendo P=3 MPa e h=3230,8 kJ/kg. Determine: o estado, a pressão, o título, a energia interna e o
volume específico.
e) Sendo P=300kPa e u=2650,7 kJ/kg. Determine: o estado, a pressão, o título, o volume específico e a
entalpia.
f) Sendo T=195°C e h=2700,2 kJ/kg. Determine: o estado, a pressão, o título, a energia interna e o
volume específico.
g) Estando o Vapor Saturado a 1,2MPa. Determine: o título, a temperatura, o volume específico, a
energia interna e a entalpia.
h) Estando o Líquido Saturado a 90°C. Determine: o título, a pressão, o volume específico, a energia
interna e a entalpia.
1) O vapor d’água entra em uma turbina, operando em regime permanente, com uma vazão mássica de
0,85 kg/s. A turbina desenvolve uma potência de 725 kW. Na entrada, a pressão é 5,0 Mpa, a temperatura
é 450°C, a velocidade 8,5 m/s e o desnível geométrico 7 metros. Na saída, a pressão é 15 kPa, o título é
0,92, a velocidade é 28 m/s e o desnível geométrico 3 metros. Calcule:
a) A variação da energia cinética;
b) A variação da energia potencial gravitacional;
c) A taxa de transferência de calor entre a turbina e a vizinhança em kW.
d) Discuta sobre a influência das energias cinética e potencial gravitacional na potência desenvolvida
pela turbina.
2) O vapor d’água entra em uma turbina, operando em regime permanente, com uma vazão mássica de
1,5 kg/s. A taxa de transferência de calor entre a turbina e a vizinhança turbina é de 75 kW. Na entrada,
a pressão é 7,0 Mpa e a temperatura é 450°C. Na saída, a pressão é 20 kPa e o título é 0,95. Calcule a
potência desenvolvida pela turbina em kW.
3) Água, em regime permanente, escoa através de uma válvula. O dispositivo está adequadamente
isolado. Sabe-se que na entrada a pressão é 5 MPa e a temperatura 220°C. Deseja-se obter o título na
saída sabendo-se que a pressão do fluido neste ponto é de 0,6 MPa.
4) Água, em regime permanente, escoa através de uma válvula. O dispositivo está adequadamente
isolado. Sabe-se que na entrada a pressão é 10 MPa e a temperatura 280°C. Deseja-se obter o título na
saída sabendo-se que a pressão do fluido neste ponto é de 2 MPa.
5) O vapor d’água entra no condensador de uma instalação de potência a vapor, operando em regime
permanente, a 30 kPa e com um título de 0,89. O condensado sai a 30 kPa e 50°C, com uma entalpia de
209,31 kJ/kg. A água de resfriamento entra no condensador como um outro fluxo na forma líquida a
30°C e sai a 45°C sem nenhuma variação de pressão. A transferência de calor no exterior do condensador
e as variações de energia cinética e potencial dos fluxos podem ser ignoradas. Considere que a variação
de entalpia na água de resfriamento é de 62,65 kJ/kg. Determine:
a) A razão entre a vazão mássica da água de resfriamento pela vazão mássica do vapor d’água que se
condensa;
b) A taxa de transferência de calor do vapor d’água que se condensa para a água de resfriamento em kJ
por kg de vapor que escoa através do condensador.
6) O vapor d’água entra no condensador de uma instalação de potência a vapor, operando em regime
permanente, a 40 kPa e com um título de 0,91. O condensado sai a 40 kPa e 55°C, com uma entalpia de
230,20 kJ/kg. A água de resfriamento entra no condensador como um outro fluxo na forma líquida a
35°C e sai a 50°C sem nenhuma variação de pressão. A transferência de calor no exterior do condensador
e as variações de energia cinética e potencial dos fluxos podem ser ignoradas. Considere que a variação
de entalpia na água de resfriamento é de 62,65 kJ/kg. Sendo a vazão mássica de condensado igual a 1,2
kg/s Determine:
a) a vazão mássica da água de resfriamento;
b) A taxa de transferência de calor do vapor d’água que se condensa para a água de resfriamento em kW.
1) a) - 0,302kW;
b) 0,033 kW
c) -45,5kW
d) A influência das energias cinética e potencial na potência gerada é muito pequena e praticamente não
alteram o valor da potência gerada.
2) 1117,8 kW
3) 0,13
4) 0,17
5) a) 34,46
b) 2158,89 kJ/kg
6) a) 42,1 kg/s
b) 2637,4 kW
1) Calcule o rendimento de um motor térmico de ciclo de Carnot operando entre dois reservatórios
conforme dados abaixo:
a) 430°C e 35°C;
b) 250°C e 20°C.
1) a) ƞ = 0,56
b) ƞ = 0,44
2) a) COP = 6,58
b) COP = 8,49
5.1 – Introdução
Três sistemas térmicos serão apresentados neste capítulo: sistema de potência a vapor, sistema de
refrigeração por compressão de vapor e o motor a combustão interna. O primeiro, ilustrando a geração
de energia elétrica a partir de energia térmica. O segundo, demonstrando a transformação de energia
térmica. Por fim, o terceiro, apresentando a conversão de energia térmica em energia mecânica.
Em 2016, 28,4% da energia elétrica gerada no Brasil foi oriunda da geração termoelétrica (EPE,
2017). Se comparado a 2015, o aumento da participação de fontes renováveis na matriz elétrica
brasileira, como a geração eólica, possibilitou redução de 18% na geração termelétrica. Entretanto, a
geração termelétrica ainda apresenta papel de destaque, sobretudo para absorver a sazonalidade das
fontes renováveis.
As centrais termelétricas podem operar com combustíveis não renováveis (carvão, gás de coqueria,
etc.), com combustíveis renováveis (bagaço de cana, lenha, etc.), com aquecimento por reator nuclear,
por energia solar ou por energia geotérmica. A diferença entre os tipos listados está na energia utilizada
para aquecimento da água. O ciclo que representa termodinamicamente essa geração de potência é o
ciclo de Rankine. Cabe aqui ressaltar, que a geração de potência por meio de gás natural, dá-se pelo ciclo
Brayton e não será objeto de estudo deste curso.
5.2.1.1 Turbina
dE VC Ve 2 Vs 2
= Q - W + me (h e + + gz e ) - ms (h s + + gzs ) (5.1)
dt 2 2
Aplicando as simplificações proposta nos itens (i) e (iii) do tópico 5.2.1 tem-se a Equação 5.2.
0 = Q - W + me he - ms hs (5.2)
Aplicando a Equação 5.2 para o ciclo de Rankine apresentado na Figura 5.1 tem-se a Equação 5.3.
0 = 0 - Wt + m1 (h1 + 0 + 0) - m2 (h 2 + 0 + 0) (5.3)
Da conservação de massa para um volume de controle é definida pela Equação 5.4. Aplicando a
Equação 5.4 para os componentes do ciclo de Rankine, tem-se a Equação 5.5:
m e = ms (5.4)
m e = ms = m (5.5)
Como o sistema é fechado, aplicando o balanço de massa (Equação 5.5), verifica-se que a vazão
mássica é constante em todos os estágios, assim obtêm-se a Equação 5.6:
5.2.1.2 Condensador
É o componente no qual ocorre rejeição de calor para o meio ambiente. Na maioria das indústrias,
a água é utilizada como fluido secundário. Ao passar pelo condensador, a água troca calor com o vapor.
No estágio 2, o fluido de trabalho é uma mistura (líquido + vapor). Nesse processo de resfriamento, o
fluido de trabalho sai do resfriador como líquido saturado ou como líquido comprimido. A água aquecida
(fluido secundário) é direcionada para torres de resfriamento e retorna ao condensador com uma
temperatura adequada. O balanço de massa e energia no condensador conduz a Equação 5.7.
Qsai
= h 2 - h3 (5.7)
m
5.2.1.3 Bomba
O líquido condensado tem sua pressão aumentada pela bomba antes de entrar na caldeira. A bomba
só opera adequadamente no transporte de líquido, por isso a condensação do fluido de trabalho precisa
ter sido completa. Aplicando o balanço de energia e massa na bomba tem-se a Equação 5.8.
Wb
= h4 - h3 (5.8)
m
Wb
= v3 ( P4 - P3 ) (5.9)
m
5.2.1.4 Caldeira
O fluido que deixa a bomba, completa o ciclo ao ser aquecido até a saturação e evaporar na
caldeira. Aplicando o balanço de energia e massa na caldeira tem-se a Equação 5.10.
Qentra
= h1 - h 4 (5.10)
m
Como o trabalho total é igual ao calor total, a Equação 5.11 pode ser reescrita como apresentado
pela Equação 5.12.
Exemplo 5.1) Utiliza-se vapor como fluido de trabalho em um ciclo ideal Rankine. O vapor saturado sai
da caldeira a 2 MPa e o líquido saturado deixa o condensador a 10 kPa. A potência líquida de saída do
ciclo é de 25 MW. Dados adicionais estão fornecidos na tabela. Determine para o ciclo o que se pede:
5.2.2.1 Caldeira
As caldeiras são dispositivos projetados para possibilitar a mudança de estado físico da água, de
líquido para vapor, a fim de que a energia térmica recebida pelo fluido de trabalho possa ser convertida
em trabalho na turbina. A Figura 5.2 apresenta uma representação esquemática em corte de uma caldeira.
A Figura 5.3 por sua vez exibe uma foto de uma caldeira industrial.
A turbina a vapor é uma máquina na qual a energia cinética do vapor expandido atua sobre as
palhetas de um rotor. As forças aplicadas sobre as palhetas produzem movimento do rotor. Essa energia
pode ser utilizada para acionamento de geradores elétricos, compressores, turbobombas, entre outros.
As turbinas a vapor são classificadas em turbinas de ação ou turbinas de reação. Nas turbinas de
ação, o vapor é completamente expandido em uma ou mais boquilhas fixas antes de atingir as pás do
rotor, a representação pode ser vista na Figura 5.4a. Por sua vez, nas turbinas de reação, as pás móveis
permitem a expansão e alteram a trajetória do vapor possibilitando o efeito de reação nas pás instaladas
junto ao rotor, para representação, vide Figura 5.4b.
Figura 5.4 – (a) Turbina a vapor de ação; (b) Turbina a vapor de reação.
Fonte: Lora e Nascimento (2004)
Por fim, a representação esquemática de uma turbina a vapor industrial é apresentada na Figura
5.5.
O condensador é um equipamento no qual o vapor, que circula no ciclo de Rankine, troca calor
com um fluido secundário. O objetivo desse equipamento é possibilitar adequada mudança de fase do
vapor, que deve ser totalmente condensado. O fluido de trabalho deve retornar a caldeira, para tanto
precisa ser bombeado. Para adequado transporte pela bomba, o fluido de trabalho deve estar no estado
líquido. Do ponto de vista prático, é ideal que o fluido transportado seja líquido comprimido, para evitar
problemas operacionais à bomba. Os fluidos secundários mais utilizados no resfriamento do vapor são
a água e o ar. A Figura 5.6 apresenta um diagrama esquemático de um condensador a água com uma
bomba.
As aplicações de sistemas de refrigeração são diversas. Esse sistema está bastante associado ao
desenvolvimento humano. Conservação de alimentos, conforto térmico, refrigeração industrial, entre
outros estão entre as aplicações possíveis. Estes sistemas são utilizados no resfriamento do fluido
secundário, em ar condicionado e geladeiras, por exemplo. Bem como para aquecimento do fluido
secundário, nos sistemas de aquecimento de água para uso doméstico e secagem de alimentos, por
exemplo. De forma geral, quando estes sistemas são utilizados para resfriamento, eles são denominados
como sistema de refrigeração. Em contrapartida, quando utilizados para aquecimento eles são
denominados bomba de calor.
A Figura 5.7 apresenta uma representação esquemática de um sistema de refrigeração para uma
geladeira. O ciclo que representa termodinamicamente estes sistemas é o ciclo por Compressão de
Vapor. Diversos fluidos refrigerantes podem ser utilizados para possibilitar o processo de refrigeração.
A adequada seleção do fluido refrigerante deve considerar parâmetros de performance bem como
minimização dos impactos ambientais.
5.3.1.1 Evaporador
É o trocador de calor no qual ocorre a retirada de calor da fonte fria, ocorrendo evaporação e
superaquecimento do fluido refrigerante. O balanço de massa e energia resulta na Equação 5.13.
Qentra
= h1 - h 4 (5.13)
m
5.3.1.2 Compressor
Wc
= h 2 - h1 (5.14)
m
5.3.1.3 Condensador
É o trocador de calor no qual ocorre a rejeição de calor do fluido refrigerante para a fonte quente,
com a condensação do fluido refrigerante. Os fluidos secundários mais utilizados no condensador são o
ar e a água. Aplicando o balanço de energia e massa no condensador têm-se o apresentador pela Equação
5.15.
Qsai
= h 2 - h3 (5.15)
m
h3 = h 4 (5.16)
Qsai
COPaquecimento = m = (h 2 - h 3 ) (5.18)
Wc (h 2 - h1 )
m
Exemplo 5.2) Um sistema ideal de refrigeração por compressão de vapor, opera em um local onde a
fonte quente (ambiente) está a 26°C e a fonte fria (refrigerador) deve ser mantida a 0°C. Assim, o vapor
saturado entra no compressor a 0°C, enquanto o líquido saturado deixa o condensador a 26°C. O fluido
refrigerante utilizado é o R-134a e a vazão mássica de fluido refrigerante é de 0,1 kg/s. Dados adicionais
estão fornecidos na tabela. Determine para o ciclo o que se pede:
5.3.2.1 Evaporador
5.3.2.2 Compressor
5.3.2.3 Condensador
O condensador é o componente no qual o fluido refrigerante rejeita calor para o fluido secundário.
A Figura 5.12 apresenta uma foto de um condensador. O fluido refrigerante circula no interior da
tubulação, enquanto o fluido secundário, ar (por exemplo) circula do lado externo. A representação de
um condensador de um sistema de ar condicionado do tipo Split pode ser vista na Figura 5.13. Na
geladeira indicada na Figura 5.7 o condensador é o trocador de calor instalado na parte de trás.
O dispositivo de expansão apresenta duas funções principais: (i) reduzir a pressão do fluido
refrigerante; e (ii) regular a vazão do fluido refrigerante. Diversos dispositivos podem ser utilizados para
essa finalidade, destacando-se: o tubo capilar (Figura 5.14), a válvula de expansão termostática (Figura
5.15) e a válvula de expansão eletrônica (Figura 5.16).
Os motores de combustão interna considerados nesta seção são os do tipo alternativos, utilizados
para possibilitar o transporte através de automóveis, caminhões e ônibus. Uma característica importante
é que o ciclo termodinâmico dos motores de combustão interna ocorre dentro de um único equipamento,
o conjunto cilindro-pistão.
Os tipos principais de motores a combustão interna alternativos são o de ignição por centelha, que
opera no ciclo Otto, e o de ignição por compressão, que opera no ciclo Diesel.
A operação dos motores dá-se em dois ou quatro tempos. A Figura 5.17 apresenta o ciclo Otto de
4 tempos.
A Figura 5.19 apresenta os diagramas pressão versus volume para o ciclo padrão de Otto teórico,
Figura 19 (a) e real Figura 19 (b). Por sua vez, a Tabela 1 descreve o que ocorre em cada etapa do ciclo.
Figura 5.19 – Diagrama pxV dos ciclos Otto (a) teórico e (b) real.
Fonte: Oliveira, Costa Júnior e Costa (2008).
Do modelo de gás ideal obtemos as Equações 5.19 a 5.24. Cabe ressaltar que os processos 1-2 e
3-4 são isentrópicos, que os processos 2-3 e 4-1 são isovolumétricos e que os processos 0-1 e 1-0 são
isobáricos. Nas equações, k é a razão entre os calores específicos a pressão constante (cp) e a volume
constante (cv), T é a temperatura, P é a pressão e V é o volume. Os números de 1 a 4 correspondem aos
pontos indicados na Figura 5.19.
cp
k= (5.19)
cv
k-1
T2 V
= 1 (5.208)
T1 V2
k
P2 V
= 1 (5.21)
P1 V2
T3 P3
= (5.229)
T2 P2
k-1
T3 V4
= (5.23)
T4 V3
k
P3 V4
= (5.2410)
P4 V3
A aplicação da primeira lei da termodinâmica aos processos 2-3 e 4-1 resulta nas Equações5.26 e
5.27. Onde Qa indica o calor que é adicionado ao ciclo pela combustão e Qr o calor que é rejeitado pelo
ciclo.
Qa = c v ( T3 - T2 ) (5.26)
Qr = c v ( T1 - T4 ) (5.2711)
Por fim, a eficiência térmica do ciclo (ƞ) é calculada pela Equação 5.28.
1
= 1- (5.28)
rvk-1
Exemplo 5.3) A razão de compressão num ciclo padrão de ar Otto é 10. No início do curso de
compressão, a pressão é igual a 0,1 MPa e a temperatura é de 15°C. Sabendo que a transferência de calor
para o ar, por ciclo, é igual a 1800 kJ/kg de ar, determine:
A Figura 5.20 apresenta os diagramas pressão versus volume para o ciclo padrão de Diesel teórico,
Figura 5.20(a) e real Figura 5.20(b). Por sua vez, a Tabela 2 descreve o que ocorre em cada etapa do
ciclo.
Figura 5.20 – Diagrama pxV dos ciclos Diesel (a) teórico e (b) real.
Fonte: Oliveira, Costa Júnior e Costa (2008).
2) Considere uma usina de potência a vapor d’água que opera segundo o ciclo de Rankine simples ideal.
O vapor entra na turbina a 3 MPa e 350°C e é condensado no condensador à pressão de 75 kPa (líquido
saturado). A vazão mássica de fluido refrigerante é de (10+0,1.n) kg/s. Determine o que se pede:
3) Utiliza-se vapor como fluido de trabalho em um ciclo ideal Rankine. O vapor saturado sai da caldeira
a 2,5 MPa e o líquido saturado deixa o condensador a 50 kPa. A potência líquida de saída do ciclo é de
(18+0,2.n) MW. Dados adicionais estão fornecidos na tabela. Determine para o ciclo o que se pede:
2. b) 26%
3. b) 24%
2) Considere um ciclo de refrigeração ideal que utiliza R-134a como fluido de trabalho. A temperatura
do refrigerante na saída do evaporador é -20°C (vapor saturado), e na saída do condensador é 40°C
(líquido saturado). Sabendo que a vazão de refrigerante no ciclo é (0,005*n) kg/s. Determine o que se
pede:
3) Um sistema ideal de refrigeração por compressão de vapor opera em um local onde a fonte quente
(ambiente) está a 36°C e a fonte fria (refrigerador) deve ser mantida a -4°C. Assim, o vapor saturado
entra no compressor a -4°C, enquanto o líquido saturado deixa o condensador a 36°C. O fluido
refrigerante utilizado é o R-134a e a vazão mássica de fluido refrigerante é de 0,002.n kg/s. Dados
adicionais estão fornecidos na tabela. Determine para o ciclo o que se pede:
2. b) COPref=3,1
3. c) COPref=5,5
1) A razão de compressão num ciclo padrão de ar Otto é 8. No início do curso de compressão, a pressão
é igual a 0,2 MPa e a temperatura é de 25°C. Sabendo que a transferência de calor para o ar, por ciclo, é
igual a 1600 kJ/kg de ar, determine:
a) A pressão e a temperatura no final de cada tempo do ciclo.
b) O rendimento térmico.
c) O trabalho gerado no ciclo.
2) A razão de compressão num ciclo padrão de ar Otto é 11. No início do curso de compressão, a pressão
é igual a 0,15 MPa e a temperatura é de 35°C. Sabendo que a transferência de calor para o ar, por ciclo,
é igual a 2000 kJ/kg de ar, determine:
a) A pressão e a temperatura no final de cada tempo do ciclo.
b) O rendimento térmico.
c) O trabalho gerado no ciclo.
1. a)
Ponto T(K) P(MPa)
2 684,97 3,7
3 2916,489 15,65
4 1269,48 0,851568
b) 56%
c) 903,6 kJ/kg
2. a)
Ponto T(K) P(MPa)
2 804,12 4,3
3 3593,517 19,24
4 1377,09 0,670335
b) 62%
c) 1233,6 kJ/kg
MORAN, M.J.; et al. Princípios de Termodinâmica para Engenharia. Sétima edição. Rio de Janeiro:
LTC, 2014.
STOECKER, W.F.; JONES, J.W. Refrigeração e ar condicionado. São Paulo: McGraw-Hill, 1985.
Referências Bibliográficas
EPE. Balanço Energético nacional 2017: Ano base 2016, Relatório Síntese. Empresa de Pesquisa
Energética - Rio de janeiro: EPE, 2017, p. 292, 2017. Disponível em: <www.epe.gov.br>.
LORA, Electo Eduardo Silva; NASCIMENTO, Marco Antônio Rosa (coordenadores). Geração
Termelétrica - Planejamento, Projeto e Operação. 2 volumes. Editora Interciência. 2004.
OLIVEIRA, Humberto Barros; COSTA JÚNIOR, Ezequiel de Souza; COSTA, Maria Celeste M. de
Souza. Apostila de Motores a Combustão Interna. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas
Gerais. 2008.
ANEXO I
GUIA DE
AULA PRÁTICA
2. ∆P
Q = Cd A1
√ A2
ρ [( 21 ) − 1]
A2
Cd = 0,97
D1 = 0,0272 m
D2 = 0,016 m
Onde:
A1 – área de entrada do Venturímetro [m²];
A2 – área da garganta do Venturímetro [m²];
Cd – coeficiente de descarga do Venturímetro;
D1 – diâmetro de entrada do Venturímetro [m];
D2 – diâmetro da garganta do Venturímetro [m];
Q – vazão volumétrica [m³/s];
ΔP – diferença de pressão medida no Venturímetro [Pa];
Nb
η=
N
Onde:
N – potência elétrica consumida;
η – rendimento total do conjunto moto-bomba (produto dos rendimentos hidráulico, volumétrico e
mecânico).
3) Procedimentos na bancada
a) Verificar se há água no reservatório;
b) Verificar se a bomba está escorvada;
c) Verificar se a válvula instalada no recalque da bomba está fechada (procedimento não obrigatório
devido ao inversor de frequência);
d) Verificar se a válvula de regulagem instalada na sucção da bomba está totalmente aberta;
e) Caso necessário, zere a leitura dos medidores digitais;
f) Ligar o motor;
g) Aumentar a rotação do conjunto (sugere-se algo próximo à 3000 rpm);
h) Caso o procedimento da letra “c” tenha sido executado, realizar a abertura da válvula até a posição
que julgar adequada para leitura;
i) Utilize as linhas de drenagem para drenar os medidores de pressão;
j) Efetuar as medições.
6) Calcule as áreas das circunferências abaixo cujos diâmetros ou raios estão indicados em cada letra,
todas as respostas deverão estar em m²:
a) D = 2 cm;
b) D = 10 mm;
c) R = 0,2 m;
1) a) 0,1 m/s
b) 1200 cm/s
3) a) 107 cm³
b) 1,7 x 104 litros
c) 0,142 m³
d) 12,7 litros
4) a) 0,0033 m³/s
b) 4,4 l/s
c) 0,24 m³/h
d) 0,067 m³/s
6) a) 3,1 x 10-4 m²
b) 7,9 x 10-5 m²
c) 1,3 x 10-1 m²