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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEMAT – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

Máquinas Térmicas e de Fluxo


TEORIA BÁSICA E EXERCÍCIOS

Prof. Tiago de Freitas Paulino Prof. Humberto Barros de Oliveira

Belo Horizonte - Campus I

 MINAS GERAIS
Departamento de
Engenharia de Materiais

2ª edição − Abril de 2021


Campus I – Belo Horizonte
Av. Amazonas 5253 - Nova Suíça - Belo Horizonte - MG - Brasil
CEP 30.421-169 - Telefone: +55 (31) 3319-7000
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por nos possibilitar o exercício cotidiano da docência. A nossos


familiares por caminharem conosco nessa jornada da vida.
A João Paulo Lacerda Barbosa Ladeia, monitor da disciplina de Máquinas Térmicas e de
Fluxo no ano de 2019 pela grande contribuição no processo de edição desta apostila.
Aos alunos David Delgado Fernandes Júnior, Eduardo Generoso dos Santos Lisboa e Marcos
Vinícius Santos Barbosa por cederem suas notas de aula. Aos alunos que contribuíram para o
aprimoramento da apostila durante o ano letivo de 2020.
Agradecemos a todos os docentes do Departamento de Engenharia de Materiais do CEFET-
MG. Aos docentes que ao longo dos anos ministraram essa disciplina e ao prof. André Barros de
Oliveira por disponibilizar a formatação utilizada neste material.
SUMÁRIO
Capítulo 1 – Introdução às máquinas térmicas e de fluxo ................................................................................................... 4
1.1 – Introdução .............................................................................................................................................................. 4
1.2 – Organização da apostila ......................................................................................................................................... 5
Referências Bibliográficas .............................................................................................................................................. 5
Capítulo 2 – Mecânica dos Fluidos ..................................................................................................................................... 7
2.1 – Introdução .............................................................................................................................................................. 7
2.2 Fluido: definição e propriedades ............................................................................................................................... 7
2.2.1 Definição ........................................................................................................................................................... 7
2.2.2 Propriedades ...................................................................................................................................................... 7
2.2.2.1 Massa especifica ou densidade .................................................................................................................. 7
2.2.2.2 Densidade relativa ..................................................................................................................................... 8
2.2.2.3 Viscosidades dinâmica e cinemática .......................................................................................................... 8
2.2.2.4 Peso específico........................................................................................................................................... 9
2.2.2.5 Volume específico ..................................................................................................................................... 9
2.2.2.6 Pressão (P) ................................................................................................................................................. 9
2.2.3 Escalas de Pressão ........................................................................................................................................... 10
2.3 Estática dos Fluidos................................................................................................................................................. 11
2.3.1 Teorema de Stevin ........................................................................................................................................... 11
2.3.1.1 Manometria .............................................................................................................................................. 12
2.3.2 Princípio de Pascal .......................................................................................................................................... 15
2.3.3 Princípio de Arquimedes ................................................................................................................................. 16
2.4 Termometria ............................................................................................................................................................ 17
2.5 Dinâmica e cinemática dos fluidos .......................................................................................................................... 18
2.5.1 Conceitos Introdutórios ................................................................................................................................... 18
2.5.1.1 Perfil de velocidade em escoamentos internos em tubulações ................................................................. 18
2.5.1.2 Vazão volumétrica ................................................................................................................................... 18
2.5.1.3 Vazão mássica ......................................................................................................................................... 20
2.5.2 Classificação dos escoamentos ........................................................................................................................ 20
2.5.3 Equação da continuidade ................................................................................................................................. 22
2.5.4 Equação de Bernoulli ...................................................................................................................................... 23
2.6 Listas de Exercícios................................................................................................................................................. 26
2.7 Referências Complementares .................................................................................................................................. 36
Referências Bibliográficas ............................................................................................................................................ 36
Capítulo 3 – Máquinas de fluxo ......................................................................................................................................... 37
3.1 – Introdução ............................................................................................................................................................ 37
3.2 – Sistema de transporte de água .............................................................................................................................. 37
3.3 Definição da Vazão de água .................................................................................................................................... 38
3.4 Cálculo do diâmetro da tubulação ........................................................................................................................... 39
3.4.1 Especificação de materiais de tubulação ......................................................................................................... 39
3.4.2 Dimensionamento de tubulações ..................................................................................................................... 40
3.4.2.1 Método das velocidades econômicas ....................................................................................................... 41
3.4.2.2 Fórmula de Bresse ................................................................................................................................... 42
3.4.2.3 Fórmula ABNT ........................................................................................................................................ 42
3.5 Roteiro para dimensionamento de uma bomba ....................................................................................................... 43
3.6 Desnível Geométrico ............................................................................................................................................... 44
3.7 Perda de carga na instalação .................................................................................................................................... 44
3.7.1 Cálculo da Perda de Carga Contínua ............................................................................................................... 45
3.7.1.1 Perda de Carga por Darcy-Weissbach ..................................................................................................... 45
3.7.1.2 Perda de carga por Hazen-Williams ........................................................................................................ 46
3.7.2 Perda de Carga Localizada .............................................................................................................................. 48
3.7.2.1 Método Direto.......................................................................................................................................... 48
3.7.2.1 Método dos Comprimentos Equivalentes ................................................................................................ 49
3.8 Cálculo da altura manométrica ................................................................................................................................ 54
3.9 Potência necessária ao acionamento das bombas .................................................................................................... 56
3.9.1 Rendimentos a considerar em uma bomba ...................................................................................................... 56
3.9.1.1 Rendimento Hidráulico ............................................................................................................................ 56
3.9.1.2 Rendimento Mecânico ............................................................................................................................. 56
3.9.1.3 Rendimento Volumétrico ......................................................................................................................... 57

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3.9.1.4 Rendimento Total .................................................................................................................................... 57
3.9.2 Cálculo da potência de acionamento da bomba ............................................................................................... 57
3.10 A Escolha Primária da Bomba (Gráficos de Seleção) ........................................................................................... 59
3.11 Medição Direta da Altura Manométrica ................................................................................................................ 65
3.12 Cavitação ............................................................................................................................................................... 67
3.12.1 Cálculo de NPSH disponível na instalação.................................................................................................... 67
3.13 Associação de Bombas .......................................................................................................................................... 69
3.14 Componentes internos de uma bomba centrífuga.................................................................................................. 72
3.15 Listas de Exercícios ............................................................................................................................................... 74
3.16 Trabalho Aplicado ................................................................................................................................................. 82
3.17 Referências Complementares ................................................................................................................................ 84
Referências Bibliográficas ............................................................................................................................................ 84
Capítulo 4 – Termodinâmica ............................................................................................................................................. 85
4.1 – Introdução ............................................................................................................................................................ 85
4.2 Definição de sistema e volume de massa fixa ......................................................................................................... 85
4.3 Energia Cinética e Energia Potencial ...................................................................................................................... 86
4.3.1 Energia Cinética .............................................................................................................................................. 86
4.3.2 Energia Potencial ............................................................................................................................................. 86
4.4 Trabalho .................................................................................................................................................................. 86
4.5 Calor ........................................................................................................................................................................ 87
4.6 Convenção de Sinais ............................................................................................................................................... 87
4.7 Propriedades Termodinâmicas e uso da tabela para a água ..................................................................................... 87
4.7.1 Curva de pressão de vapor ............................................................................................................................... 88
4.7.2 Diagrama Temperatura x Volume ................................................................................................................... 88
4.7.3 Tabela termodinâmica da água ........................................................................................................................ 89
4.7.4 Definição de título ........................................................................................................................................... 90
4.7.5 Propriedades independentes de uma substância pura ...................................................................................... 90
4.7.6 Energia Interna ................................................................................................................................................ 92
4.7.7 Entalpia............................................................................................................................................................ 92
4.8 Primeira lei da Termodinâmica (Balanço Térmico) ................................................................................................ 93
4.9 Segunda lei da Termodinâmica ............................................................................................................................... 97
4.9.1 Enunciado de Kelvin-Planck ........................................................................................................................... 97
4.9.2 Enunciado de Clausius .................................................................................................................................... 98
4.9.3 Rendimentos de Motor Térmico e Coeficiente de Performance de Equipamentos de Refrigeração ............... 99
4.9.4 Rendimentos e Coeficiente de Performance do Ciclo de Carnot ..................................................................... 99
4.10 Listas de Exercícios ............................................................................................................................................. 101
4.11 Referências Complementares .............................................................................................................................. 106
Capítulo 5 – Máquinas Térmicas ..................................................................................................................................... 107
5.1 – Introdução .......................................................................................................................................................... 107
5.2 Sistemas de potência a vapor................................................................................................................................. 107
5.2.1 Ciclo de Rankine ........................................................................................................................................... 107
5.2.1.1 Turbina................................................................................................................................................... 108
5.2.1.2 Condensador .......................................................................................................................................... 109
5.2.1.3 Bomba.................................................................................................................................................... 109
5.2.1.4 Caldeira .................................................................................................................................................. 109
5.2.1.5 Eficiência térmica do ciclo .................................................................................................................... 109
5.2.2 Características dos Principais Componentes ................................................................................................. 112
5.2.2.1 Caldeira .................................................................................................................................................. 112
5.2.2.2 Turbina a vapor ...................................................................................................................................... 114
5.2.2.3 Condensador e bomba de água .............................................................................................................. 115
5.3 Sistemas de refrigeração........................................................................................................................................ 115
5.3.1 Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor ......................................................................................... 116
5.3.1.1 Evaporador............................................................................................................................................. 117
5.3.1.2 Compressor ............................................................................................................................................ 117
5.3.1.3 Condensador .......................................................................................................................................... 117
5.3.1.4 Dispositivo de expansão ........................................................................................................................ 117
5.3.1.5 Coeficiente de desempenho ................................................................................................................... 117
5.3.2 Características dos Principais Componentes ................................................................................................. 120
5.3.2.1 Evaporador............................................................................................................................................. 120
5.3.2.2 Compressor ............................................................................................................................................ 120
5.3.2.3 Condensador .......................................................................................................................................... 121
5.3.2.4 Dispositivo de expansão ........................................................................................................................ 121

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5.4 Motores de combustão interna .............................................................................................................................. 122
5.4.1 Motores a Combustão Interna – Ciclo Otto ................................................................................................... 124
5.4.2 Motores a Combustão Interna – Ciclo Diesel ................................................................................................ 128
5.5 Listas de Exercícios – Máquinas Térmicas ........................................................................................................... 129
5.6 Referências Complementares ................................................................................................................................ 133
Referências Bibliográficas .......................................................................................................................................... 133
Anexo I – Guia de Aula Prática ....................................................................................................................................... 134
Aula prática 1 – Calculo do Rendimento de Bomba ........................................................................................................ 135
Anexo II – Transformação de unidades ........................................................................................................................... 138
Folhas para Anotações .................................................................................................................................................... 140

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1 INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS TÉRMICAS E DE FLUXO
Capítulo 1 – Introdução às máquinas térmicas e de fluxo

1.1 – Introdução

O conhecimento referente à operação, dimensionamento e características das máquinas térmicas e


de fluxo auxiliará o técnico em mecânica, em formação, na sua atuação profissional.
As máquinas térmicas estão amplamente presentes no dia-a-dia da sociedade, atuando na geração
de energia, seja ela mecânica, elétrica ou térmica. Como exemplo, na geração de energia mecânica pode-
se citar os motores a combustão interna utilizados nos veículos para propiciar transporte de passageiros
e cargas (Figura 1.1). Na geração de energia elétrica através das turbinas a gás e a vapor (Figura 1.2).
Por fim, na geração de energia térmica através dos sistemas de refrigeração (Figura 1.3).

Figura 1.1 – Motor a combustão interna.


Fonte: Mecânica Industrial (2020).

Figura 1.2 – Turbina a gás.


Fonte: O Petróleo (2019).

Por sua vez, as máquinas de fluxo são utilizadas igualmente na geração de energia, sendo também,
largamente utilizadas no transporte de fluidos. As turbinas hidráulicas e eólicas exemplificam a geração
de energia elétrica através de máquinas de fluxo (Figura 1.4). As bombas, os compressores, os
sopradores e os ventiladores (Figura 1.5) são exemplos de máquinas de fluxo utilizadas no transporte de
fluidos - a primeira no transporte de líquidos, as demais no transporte de gases.

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Figura 1.3 – Balcão refrigerado.
Fonte: Refrigeração Rubi (2020).

Figura 1.4 – Turbinas: (a) hidráulica; (b) eólica.


Fonte: (a) Mastertec Soluções (2020). (b) Gazeta do Povo (2019).

Figura 1.5 – Máquinas de fluxo: (a) bomba; (b) compressor; (c) soprador; (d) ventilador.
Fonte: (a) Mérito Service (2014); (b) Ferramentas Gerais (2016); (c) Forja Fundição (2020); (d) Airway (2020).

1.2 – Organização da apostila

Objetivando abordar os aspectos elementares referentes às máquinas térmicas e de fluxo, esta


apostila contempla quatro capítulos além da introdução. O capítulo 2 apresenta os conceitos de mecânica
dos fluidos que fundamentam a teoria de máquinas de fluxo apresentada no capítulo 3. Por sua vez, o
capítulo 4 exibe os fundamentos para as máquinas térmicas, contempladas no capítulo 5.

Referências Bibliográficas

Airway - Engenharia e Equipamentos Ltda. Ventilador de parede industrial. Disponível em:


https://www.airway.ind.br/ventilador-parede-industrial. Acesso em: 20 de julho.

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Ferramentas Gerais. Compressor Trifásico VDATG 20/200T 5CV 2P 140 LBS 220/380V – Vonder.
Disponível em: https://www.fg.com.br/compressor-trifasico-vdatg-20-200t-5cv-2p-140-lbs-220-380v--
-vonder/p. Acesso em: 20 de julho de 2020.

Forja Fundição. Ventoinha Soprador Industrial Forja Fundicao Etc (#3064). Disponível em:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1161936073-ventoinha-soprador-industrial-forja-fundicao-
etc-3064-_JM. Acesso em: 20 de julho de 2020.

Gazeta do Povo. Nova geração de turbinas eólicas gigantes chega ao Brasil. Disponível em:
https://www.gazetadopovo.com.br/economia/nova-geracao-de-turbinas-eolicas-gigantes-chega-ao-
brasil/. Acessado em: 20 de julho de 2020.

Mastertec Soluções. Turbina Hidráulica Mastertec Soluções. Disponível em:


https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1130320763-turbina-hidraulica-mastertec-solucoes-
_JM?quantity=1&variation=29630030092. Acesso em: 20 de julho de 2020.

Mecânica Industrial. Motor de Combustão Interna. Disponível em:


https://www.mecanicaindustrial.com.br/motor-de-combustao-interna/. Acesso em: 20 de julho de 2020.

Mérito Service. Instalação de Bombas d’água. Disponível em:


https://www.meritoservice.com.br/Instalacao-bombas-de-agua. Acesso em: 20 de julho de 2020.

O Petróleo. Turbinas a gás são utilizadas em sistema elétrico. Disponível em:


https://opetroleo.com.br/turbinas-a-gas-sao-utilizadas-em-sistema-eletrico/. Acesso em:20 de julho de
2020.

Refrigeração Rubi. Venda de Balcão Refrigerado para Supermercado. Disponível em:


https://www.refrigeracaord.com.br/camaras-frigorificas/venda-de-balcao-refrigerado-para-
supermercado. Acesso em: 20 de julho de 2020.

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2 MECÂNICA DOS FLUIDOS
Capítulo 2 – Mecânica dos Fluidos

2.1 – Introdução

Este capítulo aborda conceitos introdutórios de mecânica dos fluidos. A mecânica dos fluidos é a
ciência que estuda o comportamento do fluido. Os conceitos aqui trabalhados serão os necessários para
subsidiar a discussão referente às máquinas de fluxo. Inicialmente será apresentada a definição de um
fluido. Na sequência algumas propriedades dos fluidos serão exibidas. Posteriormente será discutido o
comportamento dos fluidos em condição estática e dinâmica.

2.2 Fluido: definição e propriedades

2.2.1 Definição

Os fluidos, gases e líquidos, quando inseridos em um recipiente tomam a forma deste; o sólido por
sua vez mantém seu formato original. Esta é uma definição bastante popular para os fluidos. A Figura
2.1 demonstra essa definição.

Figura 2.1 – Definição de fluido.


Fonte: Químico web (2011).

2.2.2 Propriedades

A definição de propriedades dos fluidos será importante para o bom andamento deste curso.

2.2.2.1 Massa especifica ou densidade

A massa específica (ρ), ou densidade, é uma propriedade do fluido que relaciona a massa e o
volume, como apresenta a Equação 2.1. As unidades associadas a cada uma das grandezas são:
quilograma [kg] para a massa (m), metro cúbico [m³] para o volume (Vol) e quilograma por metro cúbico
[kg/m³] para a massa específica (ρ).

m
 = (2.1)
Vol

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2.2.2.2 Densidade relativa

A densidade relativa (d) apresenta a relação entre a densidade do fluido analisado e a densidade
de um fluido de referência. Para os líquidos o fluido de referência utilizado é a água. Além disso, de
forma geral, considera-se a densidade da água igual a 1000 kg/m³. A Equação 2.2 apresenta o cálculo da
densidade relativa para os líquidos.

liquido
d = (2.2)
água

2.2.2.3 Viscosidades dinâmica e cinemática

As viscosidades, dinâmica e cinemática, são propriedades particularmente utilizadas nos estudos


de dinâmica. A Equação 2.3 apresenta a relação entre as viscosidades. A viscosidade dinâmica (μ) é dada
em Newton vezes segundo por metro quadrado [N.s/m²], a viscosidade cinemática () por sua vez é dada
em metro quadrado por segundo [m²/s].


 = (2.3)

Exemplo 2.1) Através de medições, obteve-se os seguintes dados de um líquido: m = 12 kg, vol = 0,015
m3 e μ = 21 Ns/m2. A partir desses dados, pede-se o cálculo da massa específica, da densidade relativa
e da viscosidade cinemática.

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2.2.2.4 Peso específico

O peso específico () apresenta relação entre o peso do fluido por unidade de volume. É calculado pelo
produto entre a massa específica e a aceleração da gravidade (g). No sistema internacional é calculado em Newton
por metro cúbico [N/m3]. A Equação 2.4 apresenta o cálculo do peso específico.

 = g (2.4)

2.2.2.5 Volume específico

O volume específico (v) é dado pela relação entre volume e massa. Dessa forma, pode-se expressar o
volume específico como o inverso da massa específica. A Equação 2.5 apresenta o cálculo do volume específico,
no sistema internacional a unidade do volume específico é metro cúbico por quilograma [m3/kg].

Vol 1
v = = (2.5)
m 

2.2.2.6 Pressão (P)

A pressão (P) pode ser calculada como a relação entre força normal (Fnormal) e área (A) como
apresenta a Equação 2.6. No sistema internacional a unidade da pressão é Pasacal (Pa), da força é Newton (N)
e da área metro ao quadrado (m²).

Fnormal
P = (2.6)
A

Exemplo 2.2) Calcule a pressão dos sistemas representados nas Figuras 2.2 e 2.3. Faça uma análise
comparativa entre elas.

Figura 2.2 – Cálculo de pressão, área maior.

Figura 2.3 – Cálculo de pressão, área menor.

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2.2.3 Escalas de Pressão

A Figura 2.4 apresenta uma escala de pressão. Esta escala é utilizada para compreender a relação
entre pressão manométrica (Pman) e pressão absoluta (Pabs). A pressão absoluta é dada por uma escala
absoluta e sempre apresenta valores positivos, a pressão manométrica por sua vez é obtida tendo como
referência a atmosfera local. Esta relação é explicitada na Equação 2.7, onde Patm representa a pressão
atmosférica. Na Figura 2.4, P1 é uma pressão qualquer maior que a atmosférica. Assim, a pressão P1
manométrica e absoluta são positivas. Por sua vez, P2 é uma pressão qualquer menor que a atmosférica.
Isso implica que P2 manométrico é negativo e que P2 absoluto é positivo.

Figura 2.4 – Escalas de pressão.

Pabs = Pman + Patm (2.7)

Exemplo 2.3) Se um fluido estiver sujeito a uma pressão manométrica igual a 3 atm, em uma localidade
cuja pressão atmosférica é de 1 atm, qual será a pressão absoluta a que o fluido está submetido?

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2.3 Estática dos Fluidos

Esta seção apresenta o estudo dos fluidos quando estes estão estáticos.

2.3.1 Teorema de Stevin

O Teorema de Stevin diz que a diferença de pressão entre dois pontos de um fluido é igual ao
produto do peso especifico pela diferença de nível (cotas) entre os dois pontos, como representa a
Equação 2.8.

P =  .h =  gh (2.8)

A Figura 2.5 é utilizada para representar a diferença de pressão entre dois pontos em fluido. Ela
reforça que a diferença de pressão não apresenta relação com o formato do reservatório. Dessa forma
em qualquer ponto sobre a linha A a pressão é a mesma. De modo análogo, a pressão sobre qualquer
ponto da linha B é a mesma. Cabe, entretanto, reforçar que há diferença entre a pressão em um ponto da
linha A e um ponto da linha B, tendo em vista a diferença de nível entre eles.

Figura 2.5 – Reservatórios de forma variadas.

Se for aplicada uma pressão superior à atmosférica na superfície do fluido contido no primeiro
reservatório, o nível do líquido nos outros reservatórios irá subir, conforme mostrado na Figura 2.6.
Porém, a pressão em qualquer ponto da linha A será a mesma para todos os reservatórios. De forma
similar, a pressão nos pontos da linha B será a mesma, porém superior aos pontos da linha A.

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Figura 2.6 – Reservatórios de forma variadas, primeiro reservatório submetido a uma pressão maior que a
pressão atmosférica.

2.3.1.1 Manometria

Uma mudança na profundidade do líquido em repouso equivale a uma mudança na pressão.


Baseado neste princípio pode-se utilizar uma coluna estática de um ou mais fluidos para medir a
diferença de pressão entre os pontos.
A Figura 2.7 exemplifica a aplicação de manometria. O reservatório contém 3 fluidos não
miscíveis e está aberto para a atmosfera. Pode-se através do conhecimento dos fluidos e da altura de
cada um deles obter a diferença de pressão entre os pontos 1 e 2 como descreve a Equação 2.9.

Figura 2.7 – Reservatório com diferentes fluidos.

P1−2 =  1.h1 +  2 .h2 +  3 .h3 = 1 gh1 + 2 gh2 + 3 gh3 (2.9)

Cabe lembrar que a diferença de pressão entre os pontos 1 e 2 pode ainda ser escrita como apresenta
a Equação 2.10. Dessa forma a Equação 2.9 pode ser reescrita na Equação 2.11.

P1−2 = P1 − P2 (2.10)

P1 = 1 gh1 + 2 gh2 + 3 gh3 + P2 (2.11)

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Um caminho alternativo, que comumente é utilizado, considera o cálculo a partir de um ponto. Por
exemplo se partirmos do ponto 2 a pressão irá sempre aumentar até que o ponto 1 seja atingido. Esse
procedimento levaria igualmente à Equação 2.11.

Exemplo 2.4) Um manômetro é utilizado para medir a pressão em um tanque. O fluido utilizado tem
densidade relativa igual a 0,85. Considerando a figura abaixo e que a pressão atmosférica local é 96 kPa
e que h é igual a 55 cm, determine a pressão absoluta e manométrica dentro do tanque.

Fonte: Mecânica dos Fluidos e Turbomáquinas Blog (2015).

Exemplo 2.5) A água de um tanque é pressurizada pelo ar. A pressão da água é medida por um
manômetro de vários fluidos como mostra a figura abaixo. O tanque está instalado em uma montanha e
a pressão atmosférica local é igual a 85,6 kPa. Determine a pressão do ar no tanque. Considere que as
massas específicas da água, do óleo e do mercúrio como 1000 kg/m³, 850 kg/m³ e 13600 kg/m³,
respectivamente. Sendo que h1, h2 e h3 são iguais a 0,2 m, 0,1 m e 0,35 m.

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2.3.2 Princípio de Pascal

A pressão aplicada num ponto de um fluido em repouso transfere-se integralmente a todos os


pontos do fluido. Sendo que o cálculo de pressão é realizado através da Equação 2.6.

Exemplo 2.6) Uma força (F) igual a 200 N é aplicada e uma área (A) igual a 5 cm². Determina a pressão
transferida para o fluido.

Exemplo 2.7) A figura abaixo mostra esquematicamente uma prensa hidráulica. Os dois êmbolos tem
respectivamente áreas de 10 cm² e 100 cm². Se for aplicada uma força de 200 N no êmbolo de menor
área, qual será a força transferida para o êmbolo de maior área?

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2.3.3 Princípio de Arquimedes

O princípio de Arquimedes define que todo corpo mergulhado em um líquido em equilíbrio recebe
do líquido um empuxo vertical (E), para cima, numericamente igual ao peso do volume fluido deslocado
pelo corpo (Pesodeslocado). Assim, pode ser calculado pela Equação 2.12. Como o volume deslocado
(Vold) é mais facilmente medido que a massa deslocada (md) a Equação 2.12 será reescrita como
apresentam as Equações 2.14 considerando o descrito em 2.13.

E = Pesodeslocado = md g (2.12)

md
= (2.13)
Vold

E = Vold g =  gVold =  Vold (2.14)

As análises de empuxo são particularmente úteis em situações onde um corpo sólido está imerso
em um fluido. A Figura 2.8 auxilia na condução de análises de empuxo conforme descreve a Tabela 2.1.

Figura 2.86 – Análises de empuxo.

Tabela 2.1 − Análise de empuxo.


Comparação Peso do Corpo Comparação Massa Específica
Indicação Figura 2.12
(Pesoc) e Empuxo do Corpo e do Fluido
A Pesoc > E ρc > ρf
B Pesoc = E ρc = ρf
C Pesoc < E ρc < ρf

Exemplo 2.8) Um corpo com volume de 0,2 m³ está inserido em um fluido cuja massa específica é igual
a 1030 kg/m³. Pede-se: (a) o empuxo; (b) sabendo que a massa do corpo é igual a 160kg, determine
através do peso e da densidade como ele estará no recipiente.

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16
2.4 Termometria

A temperatura (T) é uma medida do grau de agitação média das moléculas de um corpo. Esta seção
foi incluída para apresentar as escalas de temperatura: Celsius (°C), Kelvin (K) e Fahrenheit (°F),
conforme apresentam as Equações 2.15 e 2.16.

T ( K ) = T ( C ) + 273,15 (2.15)

T ( F ) = 1,8T ( C ) + 32 (2.16)

Exemplo 2.9) Realize as conversões de temperatura abaixo.


a) 31° C para Kelvin e Fahrenheit.
b) 308 K para Celsius e Fahrenheit.
c) 70°F para Celsius e Kelvin.

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17
2.5 Dinâmica e cinemática dos fluidos

Esta seção visa introduzir o estudo do comportamento de um fluido quando este está em
movimento. Em particular será observado o fluido contido no interior de uma tubulação.

2.5.1 Conceitos Introdutórios

2.5.1.1 Perfil de velocidade em escoamentos internos em tubulações

Ao escoar no interior de uma tubulação o fluido desloca-se com uma velocidade cujo perfil é
aproximado pela Figura 2.9. Junto às paredes da tubulação, devido ao princípio de não escorregamento
do fluido, a velocidade é nula. A velocidade do fluido é, então, máxima na região central da tubulação.
Para fins práticos, utiliza-se a média dessas velocidades, chamada de velocidade média (V).

Figura 2.9 – Perfil de velocidade, escoamento interno em tubulações.

2.5.1.2 Vazão volumétrica

A vazão volumétrica ( V ) apresenta a relação da variação do volume com o tempo e pode ser
calculada através da Equação 2.17. A vazão volumétrica é obtida em m³/s no sistema internacional.

Vol
V= (2.17)
t

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18
Além disso, a forma mais comum para obtenção da vazão volumétrica dá-se através da Equação
2.18, através da qual ela é relacionada com a área e a velocidade. Sendo a área (A), para uma tubulação
circular, calculada como apresenta a Equação 2.19.

V = V .A (2.18)

 D2
A= (2.19)
4

Exemplo 2.10) Calcule o diâmetro de uma tubulação sabendo que, pela mesma, escoa água a uma
velocidade de 2 m/s. A tubulação está conectada a um reservatório que está inicialmente vazio e
apresenta um volume de 12.000 litros. Sabe-se que será necessário o tempo de 1 hora e 10 minutos para
encher o reservatório.

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19
2.5.1.3 Vazão mássica

A vazão mássica ( m ) apresenta a relação da variação da massa com o tempo e pode ser calculada
através da Equação 2.20. A vazão mássica é obtida em kg/s no sistema internacional. Usualmente,
relaciona-se as vazões mássicas e volumétricas pela Equação 2.21.

m
m= (2.20)
t

m = V (2.21)

Exemplo 2.11) Calcule a vazão mássica para o escoamento do exemplo 2.10.

2.5.2 Classificação dos escoamentos

O escoamento é classificado em laminar, turbulento ou de transição. O escoamento laminar é


caracterizado pelo movimento altamente ordenado. Em geral, o escoamento de fluidos de alta
viscosidade, como óleos, com baixas velocidades é tipicamente laminar. O escoamento turbulento é
caracterizado por movimento altamente desordenado. O escoamento de água em velocidades "usuais" é
tipicamente turbulento. O escoamento de transição ocorre em uma faixa de transição entre o escoamento
laminar e o turbulento.
Um experimento comum para visualização de escoamentos é representado pela Figura 2.10. No
interior do escoamento há uma pequena tubulação que injeta um traço de tinta no interior do escoamento.
A tinta injetada passa, então, a se deslocar com velocidade média compatível à velocidade de escoamento
do fluido. Na Figura 2.10a a velocidade média do fluido é tal que o escoamento se caracteriza por ser
laminar. Em contrapartida, na Figura 2.10b, a velocidade do fluido é tal que proporciona um escoamento
turbulento e a tinta desloca-se de forma aleatória.

Figura 2.10 – Visualização de escoamentos: (a) escoamento laminar; (b) escoamento turbulento.

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20
O número de Reynolds (Re) é utilizado para classificar o escoamento. A Tabela 2.2 apresenta a
classificação para escoamentos internos em tubulações. O cálculo do número de Reynolds é realizado
através da Equação 2.22, onde D representa o diâmetro da tubulação em metros. Como será visto a seguir
o número de Reynolds é um parâmetro adimensional.

Tabela 2.2 − Classificação de escoamentos internos em tubulações.


Número de Reynolds Classificação do Escoamento
Re ≤ 2.300 Escoamento Laminar
2.300 < Re < 4.000 Escoamento de Transição
Re ≥ 4.000 Escoamento Turbulento

𝜌𝑉𝐷 𝑉𝐷
𝑅𝑒 = = (2.22)
𝜇 𝜈

Tabela 2.3 − Propriedades dos Fluidos.


Fluido ρ (kg/m³) µ (N.s/m²) ν (m²/s)
Água 1000 1,002.10-3 -
Óleo - - 9,429. 10-4

Exemplo 2.12) Calcule o número de Reynolds e classifique o escoamento para as situações abaixo:
a) Água escoando em uma tubulação de 2" SCH 40 (Di = 52,5 mm) a 1,8 m/s.
b) Óleo escoando em uma tubulação de 1.1/2" SCH 80 (Di = 38,1 mm) a 0,4 m/s.

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21
2.5.3 Equação da continuidade

Durante um processo de escoamento em regime permanente a quantidade total de massa contida


dentro de um volume de controle não se altera com o tempo. Esta afirmação é matematicamente
representada pela Equação 2.23.

mVC =constante (2.23)

Como consequência, para um sistema com várias entradas (e) e saídas (s) temos o que é descrito
matematicamente pela Equação 2.24.

m = m
e
e
s
s (2.24)

A Equação 2.24 pode ser reescrita na Equação 2.25 a partir do que já foi apresentado na Equação
2.21. Quando o fluido que está escoando é incompressível, desprezam-se as variações da massa
específica e, então, o princípio de conservação da massa é representado pela Equação 2.26.

(  V ) = (  V )
e
e e
s
s s (2.25)

V = V
e
e
s
s (2.26)

Exemplo 2.13) Determine a vazão mássica na entrada 3 do componente indicado na figura abaixo. A
vazão mássica em 1 e 2 são iguais a 2 kg/s e 5 kg/s, respectivamente.

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22
Exemplo 2.14) Uma mangueira de jardim está conectada a um balde de 38 litros. O diâmetro interno da
mangueira é de 2 cm e o bocal de saída apresenta diâmetro de 0,8 cm. Se são necessários 50 segundos
para encher o balde com água determine:
a) As vazões da água em volume e massa através da mangueira e do bocal.
b) A velocidade média da água na mangueira e no bocal.

2.5.4 Equação de Bernoulli

A primeira aproximação do comportamento da energia em um fluido em escoamento, será


apresentada neste curso através da equação de Bernoulli. A equação de Bernoulli estabelece que a
energia de um fluido em escoamento pode ser separada em três parcelas: energia de pressão; energia

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23
cinética; e energia potencial. Esta descrição é matematicamente representada pela Equação 2.27. Na
equação, z é dado em metros e refere-se à elevação.

P1 V12 P V2
+ + gz1 = 2 + 2 + gz2 = const (2.27)
 2  2

A aplicação da equação de Bernoulli é feita a partir das considerações abaixo listadas:


• escoamento em regime permanente;
• escoamento incompressível;
• escoamento de um fluido cuja viscosidade é considerada nula;
• as propriedades do fluido distribuem-se de forma uniforme nas seções;
• escoamento sem a presença de máquinas hidráulicas;
• escoamento sem troca de calor.

Exemplo 2.15) Um escoamento de água é bombeado, sendo que um manômetro instalado na descarga
da bomba registra uma pressão de 2 bar (1 bar = 100.000 Pa). Determine a maior altura em que uma
caixa d’água pode ser colocada, para que o fluido consiga ser bombeado.

Fonte: Ferreira (2014).

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24
Exemplo 2.16) Uma talha cilíndrica de 30 cm de raio (R) confina 0,3 m3 de água. Determine a velocidade
de saída da água por uma válvula de 2 cm de diâmetro interno. Despreze as perdas por atrito.

Fonte: Ferreira (2014).

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25
2.6 Listas de Exercícios

LE 1 – Lista de Exercícios 1 – Mecânica dos Fluidos


ASSUNTOS: Definição e propriedades dos fluidos.

1) O que é um fluido?

2) Cite três possíveis aplicações da mecânica dos fluidos para um técnico em mecânica.

3) A viscosidade cinemática de um óleo é de 0,028 m²/s e sua densidade relativa é igual a 0,85. Determine
para o óleo:
a) A viscosidade dinâmica;
b) O volume que será ocupado por uma massa de 3 quilogramas.

4) A viscosidade dinâmica de um fluido é de 20 N.s/m² e seu volume específico é igual a 1,26 x10-3 m³/
kg. Determine para o fluido:
a) A massa específica;
b) A densidade relativa;
c) A massa correspondente a um volume de 0,1 m³;
d) A viscosidade cinemática;
e) O peso específico.

5) Uma força de 600 Newtons é aplicada em um recipiente como mostra a figura. Determine a pressão
exercida sobre o fluido pela força aplicada na tampa do recipiente que têm um diâmetro de 10-2 metros.

6) Supondo que a área do recipiente acima seja reduzida, o que se espera em relação a pressão?

7) A leitura de um manômetro, instalado na cidade de Belo Horizonte, indica 7 bar de pressão. Sendo a
pressão atmosférica local igual a 0,9 bar, qual será a pressão absoluta a que o fluido está sujeito?

8) Através da avaliação das propriedades termodinâmicas, foi identificado que pressão absoluta em um
tanque é de 500 kPa. Neste local, a pressão atmosférica é de 94 kPa. Determine a pressão que deve ser
apresentada por um manômetro conectado a este tanque.

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26
Lista de Exercícios 1 – Mecânica dos Fluidos - Respostas

3) (a) 23,8 N.s/m²; (b) 3,53 L


4) (a) 790 kg/m³; (b) 0,79; (c) 79 kg; (d) 2,53x10-2 m²/s; (e) 7749,9 N/m³
5) 7,6x106 N/m²
7) 7,9 bar
8) 406 kPa

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27
LE 2 – Lista de Exercícios 2 – Mecânica dos Fluidos
ASSUNTOS: Estática dos fluidos.

1) Sendo h igual a 3 cm e considerando a massa específica do mercúrio igual a 13600 kg/m³ e a pressão
atmosférica local igual 101,3 kPa, calcule a pressão absoluta e a pressão manométrica do gás A.

2) Determine a pressão absoluta no ponto A, sabendo que h1 = 10 cm e h2= 30 cm. Considere a massa
específica do óleo igual a 891 kg/m³, a densidade relativa da glicerina igual a 1,264 e a pressão
atmosférica local igual 101,3 kPa.

3) Determine o comprimento L e a altura h2 da coluna inclinada de mercúrio, quando o nível do tanque


de água é de 2 m.

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28
4) De acordo com a figura abaixo, sendo a densidade relativa do azeite igual a 0,8, determine:
a) A diferença de pressão entre as tubulações A e B.
b) Se a pressão em B for de 73550 Pa, qual será a pressão em A?

5) Na tubulação de água apresentada na figura abaixo, instala-se um manômetro de coluna diferencial.


Determine a diferença de pressão entre os pontos B e C.

6) Duas tubulações de transporte de água (A e B) são apresentadas em corte na figura abaixo. Determine
a diferença de pressão entre as seções A e B das tubulações, conectadas pelo manômetro diferencial de
mercúrio, utilizado para este fim. Para tanto, faz-se uso do manômetro diferencial de mercúrio. Sabe-se
que o centro das tubulações apresenta uma diferença de nível de 8,70 metros e que a deflexão do
mercúrio é de 0,88 metros.

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29
7) Um óleo (ɣ=8630N/m³) passa pelo conduto da figura abaixo. Um manômetro de coluna contendo
mercúrio, ligado ao conduto, apresenta a deflexão indicada. A pressão manométrica no ponto M é de
196kPa. Determine h.

8) Uma força de 400 N é aplicada na área 1 do sistema hidráulico apresentado na figura abaixo. Sabendo
que a área 1 igual a 20 cm² e a área 2 igual a 60 cm², determine a força resultante em 2.

9) Um carro com massa de 1300 quilogramas deve ser levantado pelo macaco hidráulico apresentado na
figura abaixo. Sabendo que a área em B é de 3,2 m² e a área em A é de 0,3 m², determine qual a força
deve ser exercida em A para que o carro possa ser erguido.

10) Desejava-se realizar um experimento no qual uma peça pudesse estar em equilíbrio, imersa em um
fluido, cuja massa específica é igual a 1300 kg/m³. Ocorre, porém, que ao ser inserido o material A, cuja
massa é de 32 kg e o volume de 10 L, o mesmo afundou no reservatório. Almeja-se, agora, determinar
qual deveria ser a massa específica e a massa de um material com mesmo volume, para que possa ocorrer
a flutuação do corpo totalmente submerso em equilíbrio.

11) Ao inserir um corpo no reservatório observou-se o demonstrado pelas figuras abaixo. Pede-se que
seja explicado o porquê deste comportamento tanto na figura (a) quanto na figura (b).

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30
(a) (b)
Lista de Exercícios 2 – Mecânica dos Fluidos - Respostas

1) PA= 97 kPa; PAman = 4 kPa


2) PA=104,1 kPa
3) h2= 15 cm; L= 30 cm
4) a) -1275,3 Pa; b) 72274,7Pa
5) 79265 Pa
6) 23426Pa
7)1,61 m
8) F2 = 1200 N
9) FA = 1195 N
10) ρc= 1300 kg/m3; mc= 13 kg

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31
LE 3 – Lista de Exercícios 3 – Mecânica dos Fluidos
ASSUNTOS: Termometria.

1) Apresente três tipos de termômetro com uma aplicação de cada um na indústria.

2) Transforme 50 °C para as unidades abaixo:


a) Kelvin;
b) Fahrenheit.

3) Transforme 310 K para as unidades abaixo:


a) Clesius;
b) Fahrenheit.

Lista de Exercícios 3 – Mecânica dos Fluidos - Respostas

2) (a) 323,15 K
(b) 122 °F
3) (a) 36,85 °C
(b) 98,33 °F

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32
LE 4 – Lista de Exercícios 4 – Mecânica dos Fluidos
ASSUNTOS: Cálculos de Vazão Volumétrica e Classificação de Escoamentos

1) Um reservatório de água com capacidade de 10 m³ deve ser preenchido em, no máximo, 10 horas
por uma tubulação de aço carbono. Supondo que a velocidade de transporte da água seja de 1,8
metros por segundo determine o diâmetro da tubulação.

2) Um reservatório de água com capacidade de 10 m³, agora porém instalado em uma indústria, deve
ser preenchido em no máximo 1 hora por uma tubulação de aço carbono. Supondo que a velocidade
de transporte da água seja de 1,8 metros por segundo determine o diâmetro da tubulação.

3) Calcule a vazão mássica de água nos exercícios 1 e 2.

4) Apresente uma figura que represente um escoamento laminar e pelo menos duas figuras que
representem um escoamento turbulento. (Obs.: as figuras podem ser digitalizadas)

5) Calcule o número de Reynolds e classifique o escoamento para as situações abaixo:


a) Óleo escoando a 3,0 m/s em uma tubulação de 1” sch 80 (di = 24,3 mm)
b) Água escoando a 2,0 m/s em uma tubulação de 4” std (di = 102,3 mm)

Lista de Exercícios 4 – Mecânica dos Fluidos - Respostas

1) 14 mm
2) 44 mm
3) vazão mássica 1 = 0,28 kg/s / vazão mássica 2 = 2,8 kg/s
5) (a) Re=77 – Escoamento laminar
(b) Re=204192 – Escoamento turbulento

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33
LE 5 – Lista de Exercícios 5 – Mecânica dos Fluidos
ASSUNTOS: Equação da Continuidade

1) Para a tubulação ao lado, sendo o fluido água, determine o solicitado. Considerando: V1 = 1,5 m/s,V2 = 2 m/s,
d1 = 0,2m, d2=0,1m, d3=0,25m e d4=0,15m.

a) As vazões mássica e volumétrica e a velocidade no ponto (3).


b) A velocidade no ponto (4);

2) No acessório horizontal em Y, da figura abaixo, o fluido é a água. Se a vazão volumétrica em 1 (𝑉̇v1= Qv1) é
igual a 22 L/s, e V2 = 2,2 m/s, determine a vazão volumétrica em m³/h em 3.

3) Água é utilizada em um processo industrial para realizar um resfriamento. O tanque que recebe a água tem
0,7 m³ e deve receber água em uma velocidade mais alta. A tubulação que transporta a água tem diâmetro de
2” SCH 40 (di = 52,5 mm) e na chegada ao tanque há uma redução para uma tubulação de 3/4" SCH 40 (di = 20,9
mm). O tanque deve ser preenchido em 150 segundos. Determine: (a) as vazões em volume e massa de água
através da tubulação; (b) a velocidade média da água nos tubos de 2” e 3/4".

Lista de Exercícios 5 – Mecânica dos Fluidos - Respostas

1) (a) 0,062 m³/s = 62 L/s; 62 kg/s; 1,3 m/s


(b) 3,4 m/s
2) 44,2 m³/h
3) (a) 4,7 . 10-3 m³/s = 4,7 L/s; 4,7 kg/s
(b) 2,3 m/s (2”), 13,8 m/s (3/4”)

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34
LE 6 – Lista de Exercícios 6 – Mecânica dos Fluidos
ASSUNTOS: Equação de Bernoulli

1) Um escoamento de água é bombeado, sendo que um manômetro instalado na descarga da bomba


registra uma pressão de 1,5 bar (1 bar = 100.000 Pa). Determine a maior altura em que uma caixa d’água
pode ser colocada, para que o fluido consiga ser bombeado.

2) Um tanque pressurizado de água tem um orifício de 10 cm de diâmetro na parte inferior, onde a água
é descarregada para a atmosfera. O nível da água está 3 metros acima da saída. A pressão do ar no tanque,
acima do nível da água, é de 300 kPa (absoluta) enquanto a pressão atmosférica é de 100 kPa.
Desprezando os efeitos do atrito, determine a vazão de descarga inicial da água.

3) O nível de água em um tanque é de 20 metros acima do solo. Uma mangueira está conectada à parte
inferior do tanque, e o bocal no final da mangueira aponta diretamente para cima. A tampa do tanque é
hermética e a pressão manométrica do ar acima da superfície da água é de 2 atm (202,6 kPa). O sistema
está no nível do mar. Determine a altura máxima até a qual a corrente de água pode alcançar.

Lista de Exercícios 6 – Mecânica dos Fluidos - Respostas

1) 15,3m
2) 0,17 m³/s
3) 40,7 m

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35
2.7 Referências Complementares

BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 2 ed. Ver. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.

ÇENGEL; Yunus A.; CIMBALA; John M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. 3ª
Edição. Porto Alegre: McGraw-Hill; 2015.

FOX; R. W.; MCDONALD; A. T.; PRITCHARD. P. J. Introdução à mecânica dos fluidos. 7 ed. São
Paulo: LTC. 2010. 712p.

Referências Bibliográficas

FERREIRA, André Guimarães. Apostila de Máquinas Térmicas e de Fluxo. Centro Federal de


Educação Tecnologica de Minas Gerais. 2014.

Mecânica dos Fluidos e Turbomáquinas Blog. Manômetro em U - Manometria. Disponível em:


http://mecanicadosfluidos1.blogspot.com/2015/04/manometria.html. Acesso em 20 de julho de 2020.

Químico web. Química Geral: Matéria e Energia. Disponível em:


http://www.quimicoweb.net/2016/04/2-quimica-geral-materia-e-energia.html. Acesso em: 20 de julho
de 2020.

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36
3 MÁQUINAS DE FLUXO
Capítulo 3 – Máquinas de fluxo

3.1 – Introdução

As máquinas de fluxo são amplamente utilizadas para o transporte de fluidos. Para o transporte de
líquidos utilizam-se as bombas. Por sua vez, para o transporte de gases são utilizados os compressores,
os ventiladores e os sopradores. Há ainda ampla utilização de máquinas de fluxo para geração final de
energia elétrica: as turbinas.
O presente capítulo tratará, de forma específica, sobre uma única máquina de fluxo, a bomba. O
conteúdo será conduzido de forma a avaliar a utilização de uma bomba no transporte de água. O conteúdo
abrangerá, também, os componentes de um sistema de transporte de água industrial, os componentes de
uma bomba centrífuga e a metodologia para dimensionamento da bomba e das tubulações.

3.2 – Sistema de transporte de água

A Figura 3.1 apresenta um desenho esquemático de um sistema de captação e transporte de água.


No sistema apresentado, água bruta é captada no curso de um rio e armazenada em um reservatório. Os
itens indicados na Figura 3.1 estão descritos na Tabela 3.1. Os itens apresentados possibilitam uma visão
geral de um sistema de distribuição de água industrial, cabendo apenas adequações de acordo com a
aplicação.

Figura 3.1 – Sistema de captação de água


Fonte: Oliveira, Costa Júnior e Costa (2008).

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37
Tabela 3.1 − Descrição dos itens da Figura 3.1.
Item Descrição Funcionalidade
Reservatório de captação de Permitir captação da água sem turbulência e retenção do material
1
água particulado
Filtrar o material particulado e reter a água na tubulação de sucção
2 Válvula de pé com crivo
para manter a bomba escorvada.
3 Tubulação de sucção Transportar o fluido do reservatório de sucção até a bomba
4 Curva de 90° Mudar a direção da tubulação
5 Tubulação de sucção Transportar o fluido do reservatório de sucção até a bomba
Servir de peça de transição entre a tubulação e o flange de sucção da
6 Redução excêntrica
bomba
Bomba – Aspirar o líquido do reservatório de sucção e impulsioná-lo
Bomba e Redução para o reservatório de recalque
7
concêntrica Servir de peça de transição entre o flange de recalque da bomba e a
tubulação
8 Acoplamento mecânico Acoplar o eixo do motor ao eixo da bomba
9 Motor elétrico Fornecer energia mecânica para a bomba
10 Curva de 90° Mudar a direção da tubulação
Impedir que a coluna de líquido, quando a bomba estiver desligada,
11 Válvula de retenção
retorne e gire o rotor da bomba em sentido contrário
Possibilitar manutenção na bomba sem que a tubulação de recalque
12 Válvula de bloqueio
precise ser esvaziada.
13 Casa de bombas Abrigar o conjunto moto bomba
14 Tubulação de recalque Transportar o fluido da bomba até o reservatório de recalque
15 Curva 45° raio longo / curto Mudar a direção da tubulação
16 Bloco de ancoragem Garantir estabilidade estrutural à tubulação
17 Reservatório de recalque Armazenar a água captada

Para dimensionamento de um sistema de transporte de água, faz-se necessário a definição da vazão


de água, o dimensionamento das bombas e tubulações e a especificação de todos os componentes. As
subseções abaixo tratarão destes itens.

3.3 Definição da Vazão de água

Em aplicações industriais, a vazão de água é definida pelo processo à qual se destina. Para algumas
aplicações específicas existem tabelas como a Tabela 3.2 que apresentam valores de referência. Em uma
avaliação mais genérica o consumo de água para atendimento às necessidades humanas varia entre 150
e 300 litros por dia por habitante.
A vazão volumétrica obtida a partir dos parâmetros descritos nesta secção pode ser calculada
através da Equação 3.1.

C
Q = (3.1)
i.J
Na Equação 3.1, Q representa a vazão volumétrica (litros/hora), C o consumo diário da instalação
(litros), J a jornada de trabalho (horas) e i a quantidade de bombas associadas em paralelo.

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38
Tabela 3.2 − Definição de vazão volumétrica para algumas aplicações típicas.
Modificado de Carvalho (1999)
Aplicação Consumo [L/dia]
Casas populares ou rurais 120 per capita
Outras Residências 150 a 200 per capita
Hotéis (sem cozinha e sem lavanderia) 120 por hóspede
Hospitais 250 por leito
Escolas 100 per capita
Edifícios ou escritórios 50 per capita
Cinemas, teatros e templos 2 por lugar
Restaurantes 25 por refeição
Fábricas (uso pessoal) 70 por trabalhador

Exemplo 3.1) Um hospital com previsão de instalação de 100 leitos necessita de qual vazão de água por
hora na tubulação de alimentação, considerando uma operação de 8 horas/dia para o sistema de
abastecimento.

3.4 Cálculo do diâmetro da tubulação

3.4.1 Especificação de materiais de tubulação

A especificação dos componentes de um sistema de transporte de água é realizada através da


especificação dos materiais da tubulação. Este é um documento de referência que é consultado no
momento da especificação de novos sistemas. Em geral, cada indústria, sobretudo as de maior porte,
possuem sua especificação. A especificação de materiais de tubulação é apresentada em função do
fluido. Para os componentes mais comuns dos sistemas de transporte de fluidos (tubulação, válvulas e
acessórios) são apresentadas por faixas de diâmetro o material, a classe de pressão, o tipo, a norma que
defini as extremidades, a norma dimensional e se necessário registradas observações. Um modelo de
uma especificação de materiais de tubulação é apresentado na Figura 3.2.

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39
Figura 3.2 – Modelo de Especificação de Materiais de Tubulação

3.4.2 Dimensionamento de tubulações

Nesta seção serão apresentados três métodos para dimensionamento do diâmetro das tubulações:
método das velocidades econômicas, fórmula de Bresse e a fórmula da ABNT. No cotidiano da indústria,
o método de dimensionamento mais considerado é o método das velocidades econômicas. Logo, a partir
desta seção, somente este método será considerado. Alia-se aos métodos apresentados, a especificação
dos materiais de tubulação. Neste curso em particular, para fins de simplificação, será considerado que
todas as tubulações apresentam espessura de parede Schedule 40 (SCH 40). A Tabela 3.3 apresenta
dados das tubulações com estas características.

Tabela 3.3 − Dimensões de Tubos – Espessura de Parede Schedule 40.

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40
3.4.2.1 Método das velocidades econômicas

O método das velocidades econômicas, visa estabelecer uma relação entre custo de investimento
e custo operacional, no dimensionamento do diâmetro da tubulação. Para este fim, são estabelecidos
para cada fluido, velocidades de referência nas linhas de sucção e recalque. A Tabela 3.4 apresenta
valores de referência para água. As velocidades são calculadas a partir das equações 2.18 e 2.19. O
roteiro para o cálculo é explicitado na Figura 3.3.

Tabela 3.4 − Método das velocidades econômicas – transporte de água.


Tubulação Velocidade de Referência [m/s] Velocidade Máxima [m/s]
Sucção 1,0 2,0
Recalque 2,0 3,0

Figura 3.3 – Roteiro para cálculo do diâmetro da tubulação

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41
3.4.2.2 Fórmula de Bresse

A Equação 3.2 apresenta o cálculo do diâmetro da tubulação de recalque pelo método de Bresse.
Nela, o diâmetro (D) é dado em metros, o coeficiente variável (K) função dos custos de investimento e
operação varia entre 0,8 e 1,3, sendo 1,0 o valor comumente utilizado e por fim, a vazão volumétrica
(Q) é dada em m³/s.

D=K Q (3.2)

O resultado do cálculo apresentará o diâmetro em metros. Para a linha de recalque, adota-se o


diâmetro comercial mais próximo ao calculado pela Equação 3.2 (utilizando como referência a
especificação de materiais de tubulação e tabelas similares à Tabela 3.3). Para a linha de sucção, adota-
se o diâmetro comercial imediatamente superior ao da linha de recalque.

3.4.2.3 Fórmula ABNT

A fórmula da ABNT, apresentada na Equação 3.3 foi desenvolvida priorizando situações em que
o funcionamento é intermitente ou periódico. Na equação, D representa o diâmetro em metros, T a
jornada de trabalho em horas e Q a vazão volumétrica em m³/s.

1
D = 0,586.T 4 . Q (3.3)

O resultado do cálculo apresentará o diâmetro em metros. Tal como no método da fórmula de


Bresse, adota-se o diâmetro comercial mais próximo ao calculado pela Equação 3.3 (utilizando como
referência a especificação de materiais de tubulação e tabelas similares à Tabela 3.3). Para a linha de
sucção, adota-se o diâmetro comercial imediatamente superior ao da linha de recalque.

Exemplo 3.2) Uma tubulação de água bruta, utilizada para transporte de água captada junto ao rio, para
abastecimento industrial transporta 330 m3/h. Determine o diâmetro comercial dessa tubulação por cada
um dos métodos listados, considerando que todas as tubulações apresentem espessura SCH40. Considere
a jornada de trabalho de 8 horas e K = 1,0.
a) Velocidade Econômicas;
b) Fórmula de Bresse;
c) Fórmula da ABNT.

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42
3.5 Roteiro para dimensionamento de uma bomba

A Figura 3.4 apresenta um roteiro para dimensionamento e seleção de uma bomba. Alguns itens
do roteiro já foram previamente discutidos: vazão (seção 3.3); material das tubulações (seção 3.4.1); e
diâmetro das tubulações (seção 3.4.2).

Figura 3.4 – Roteiro para cálculo do diâmetro da tubulação. Carvalho (1999)

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43
O desnível geométrico é um dado dependente do local da instalação e será melhor discutido na
seção 3.6. A diferença de pressão entre os reservatórios é um dado do processo. Neste item é importante
avaliar se os reservatórios de sução e recalque estão abertos para atmosfera ou se estão submetidos a
uma pressão diferente dessa. Por sua vez, os cálculos de perda de carga, altura manométrica e escolha
(seleção) da bomba serão objeto de estudo a partir deste ponto. Cabe ainda ressaltar que a seleção da
bomba é feita através da vazão volumétrica e da altura manométrica.

3.6 Desnível Geométrico

O desnível geométrico (H0) representa a diferença de nível (ou cotas) entre os reservatórios de
sucção e recalque. Mais especificamente entre o nível fluido no reservatório de sucção e o nível do fluido
no reservatório de recalque (ou o ponto de saída do fluido no reservatório de recalque). Os reservatórios
de sucção podem estar instalados de modo que a bomba esteja afoga (sucção negativa) conforme
apresentado na Figura 3.5 ou apresente sucção positiva conforme Figura 3.6. Cabe ainda ressaltar que
diferentes alternativas para a entrega de fluido no reservatório de recalque são apresentadas na Figura
3.5, as mesmas configurações podem ocorrer em uma instalação com arranjo de sucção similar ao
apresentado na Figura 3.6.

Figura 3.5 – Desnível geométrico, bomba afogada (ou com sucção negativa) (a) entrada nível inferior tanque de recalque;
(b) entrada superior tanque de recalque, tubulação direcionada para o tanque; (c) entrada superior tanque de recalque.

Figura 3.6 – Desnível geométrico, bomba com sucção positiva.

3.7 Perda de carga na instalação

Às perdas de energia que ocorrem nas tubulações em detrimento do atrito gerado pela
movimentação do fluido no interior do sistema de transporte de fluido (tubulação, válvulas e acessórios)
dá-se o nome de perda de carga. Assim, a perda de carga constitui-se da resistência oferecida pelas
tubulações e acessórios ao escoamento do fluído. Influem na perda de carga: (a) o tipo do fluído; (b) o
diâmetro da tubulação; (c) a velocidade de transporte; (d) o comprimento da tubulação; (e) as
quantidades e tipos de válvulas e acessórios; (f) o material da tubulação.
O cálculo da perda de carga é feito posteriormente à separação em dois grupos: perda de carga
contínua ou distribuída (ΔHc) e perda de carga localizada (ΔHL). A perda de carga contínua é aquela que
ocorre no interior das tubulações. A perda de carga localizada dá-se nas válvulas e acessórios (curvas,
conexões, etc).

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44
3.7.1 Cálculo da Perda de Carga Contínua

O cálculo da perda de carga em tubulações, ou perda de carga contínua será apresentado nesta
seção a partir de dois métodos: Darcy-Weissbach e Hazen-Williams.

3.7.1.1 Perda de Carga por Darcy-Weissbach

O cálculo da perda de carga contínua através da metodologia de Darcy-Weissbach é conhecido


como método universal em virtude de não haver limites à sua utilização e pelo fato de que mesmo sendo
uma proposta antiga é amplamente aplicado nos dias atuais. A Equação 3.4 apresenta o cálculo da perda
de carga por Darcy-Weissbach.

L V2
H = f . . (3.4)
D 2g

Na Equação 3.4, ΔH é a perda de carga em metros de coluna de fluido, f o coeficiente de atrito, L


é o comprimento da tubulação em metros, D o diâmetro da tubulação em metros, V a velocidade de
transporte em metros por segundo (m/s) e g a aceleração da gravidade em metros por segundo ao
quadrado (m/s²).
O coeficiente de fator de atrito é obtido pelo Ábaco de Moody apresentado na Figura 3.7. No
processo de obtenção do fator de atrito será preciso o valor da rugosidade absoluta (e), obtida na Tabela
3.5.
Tabela 3.5 − Tabela de rugosidade absoluta em função do material (Carvalho, 1999).

Exemplo 3.3) Por uma tubulação de 10” (SCH40) com comprimento de 63 metros escoa água a 2 m/s.
Calcule a perda de carga pelo método de Darcy-Weissbach.

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45
3.7.1.2 Perda de carga por Hazen-Williams

O método de cálculo de perda de carga de Hazen-Williams é de aplicação mais direta por não
demandar uso do ábaco de Moody. Entretanto o mesmo só pode ser aplicado para diâmetros entre 50 a
3500 mm e para velocidades de transporte inferiores a 3 metros por segundo e escoamento com água. O
dimensionamento é realizado através da Equação 3.5, onde ΔH é a perda de carga em metros de coluna
de fluido, L é o comprimento da tubulação em metros e J é a perda de carga unitária em metro por metro.

H = L.J (3.5)

A perda de carga unitária é calculada através da Equação 3.6. Nela, Q é a vazão volumétrica em
metros cúbicos por segundo (m³/s), C é o coeficiente adimensional das paredes dos tubos (depende da
natureza - material e estado) e D o diâmetro interno da tubulação em metros. Valores típicos do
coeficiente adimensional C podem ser obtidos na Tabela 3.6. Nesse curso será adota o valor de C típico
para o aço igual a 100.

J = 10,643.Q1,85 .C −1,85 .D −4,87 (3.6)

Tabela 3.6 − Coeficiente adimensional C.


Tempo de uso da tubulação Novos Usado (± 10 anos) Usado (± 20 anos)
Aço Galvanizado roscado 125 100 -
Cobre 140 135 130

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46
Figura 3.7 – Ábaco de Moody

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47
Exemplo 3.4) Refaça o exemplo 3 utilizando para dimensionamento da perda de carga o método de
Hazen-Williams. Considerar C = 100.

3.7.2 Perda de Carga Localizada

As perdas de carga localizadas ocorrem, como já mencionado, em válvulas e acessórios da


instalação. Elas podem ser dimensionadas por dois métodos: método dos comprimentos equivalentes e
pelo método direto.

3.7.2.1 Método Direto

O método direto apresenta uma alternativa mais direta para o cálculo da perda de carga localizada
(ΔHL). A Equação 3.7 apresenta a metodologia de cálculo. Nela K é o coeficiente de perda de carga
localizada. Os valores do coeficiente de perda de carga localizada podem ser obtidos na Tabela 3.7.
Previamente a inserção dos coeficientes de perda de carga na Equação 3.7 é preciso realizar o somatório
dos mesmos.

Tabela 3.7 − Tabela de coeficiente de perda de carga localizada (Carvalho, 1999).

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48
V2
H L = (  K ) . (3.7)
2.g

Exemplo 3.5) Em um sistema de transporte de água (tubulação 10” SCH40 – AC) com 0,12 m3/s estão
contidos os seguintes acessórios: 8 curvas de 90°, 3 curvas de 45°, 2 tês de passagem direta, 1 válvula
de retenção e 2 válvulas gavetas. Calcule a perda de carga localizada pelo método direto.

3.7.2.1 Método dos Comprimentos Equivalentes

O método dos comprimentos equivalentes consiste em substituir uma válvula ou acessório por um
comprimento de tubulação reta surgindo o “comprimento virtual”, que causaria a mesma perda de carga
que aquela válvula ou acessório. Para determinar a equivalência entre a perda de carga gerada por uma
válvula ou acessório com um trecho reto de tubulação são realizados ensaios experimentais. A Tabela
3.8 apresenta a equivalência de comprimento equivalente para tubulações de ferro fundido e aço. A
equivalência para tubulações de PVC rígido é apresentada na Tabela 3.9.
O procedimento para cálculo da perda de carga localizada (ΔHL) através do método dos
comprimentos equivalentes é detalhado na Figura 3.6.

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49
Figura 3.6 – Roteiro para cálculo da perda de carga localizada pelo método dos comprimentos equivalentes.

Exemplo 3.6) Calcule a perda de carga gerada pelos acessórios listados no exemplo 3.5 pelo método
dos comprimentos equivalentes.

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50
Tabela 3.8 − Tabela de perda de carga localizada pelo método dos comprimentos equivalentes, tubulações de ferro fundido
e aço (Carvalho, 1999).

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51
Tabela 3.9 − Tabela de perda de carga localizada pelo método dos comprimentos equivalentes, tubulações de PVC rígido
(Carvalho, 1999).

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52
Exemplo 3.6a) Um sistema de transporte de água deve transportar 0,05 m³/s. Sabendo que as
tubulações de sucção e recalque apresentam 3 e 42 metros de comprimento total, respectivamente. E
que as válvulas e acessórios presentes no sistema são apresentados na tabela abaixo, determine a
perda de carga total. Considere que as tubulações são SCH 40.

Tubulação de Sucção
Item Descrição Qt Kuni Kitem
1 Entrada de borda 01 1,0 1 x 1,0 = 1,0
2 Válvula Gaveta 01 0,2 1 x 0,2 = 0,2
3 Redução excêntrica 01 0,15 1 x 0,15 = 0,15
Total Sucção 1,35
Tubulação Recalque
Item Descrição Qt Kuni Kitem
1 Ampliação 01 0,3 1 x 0,3 = 0,3
2 Curva de 90° 10 0,4 10 x 0,4 = 4,0
3 Curva de 45° 04 0,2 4 x 0,2 = 0,8
4 Válvula de Retenção 01 2,5 1 x 2,5 = 2,5
5 Válvula de Gaveta 01 0,2 1 x 0,2 = 0,2
6 Saída de Canalização 01 1,0 1 x 1,0 = 1
Total Recalque 8,8

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53
3.8 Cálculo da altura manométrica

Conforme descrito na Figura 3.4 após o cálculo das perdas de carga pode-se realizar o cálculo da
altura manométrica total. Altura manométrica total é a pressão requerida à bomba para que ela possa
aspirar o fluido do reservatório de sucção e transportá-la até o reservatório de recalque vencendo as
perdas de carga do sistema. O cálculo da altura manométrica é obtido através da Equação 3.8. Onde P r
é a pressão no reservatório de recalque e Ps é a pressão no reservatório de sucção, ΔH é a perda de carga
total e obtido através da Equação 3.9 (somando-se as perdas de carga localizada e contínua). O peso
específico da água (γ) pode ser considerado igual a 1000 kgf/m3.

𝑃𝑅 − 𝑃𝑆
𝐻𝑚𝑎𝑛 = 𝐻0 + + Δ𝐻 (3.8)
𝛾

Δ𝐻 = Δ𝐻𝑅 + Δ𝐻𝑆 (3.9)


Por sua vez, as perdas de carga nas tubulações de recalque e sucção são obtidas pela soma das
perdas de carga contínua (c) e localizada (L) no trecho analisado como mostram as Equações 3.10 e
3.11.

Δ𝐻𝑆 = Δ𝐻𝐶𝑆 + Δ𝐻𝐿𝑆 (3.10)

Δ𝐻𝑅 = Δ𝐻𝐶𝑅 + Δ𝐻𝐿𝑅 (3.11)

Existem diversos sistemas, como por exemplo os sistemas nos quais os reservatórios estão abertos
para a atmosfera, nos quais Pr e Ps são iguais. Neste caso, a Equação 3.8 é simplificada na Equação 3.12.

H man = H 0 + H (3.12)

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54
Exemplo 3.7) A figura abaixo apresenta o esquema de uma instalação de bombeamento na qual 70 l/s
de água deverão ser bombeados até um reservatório fechado, no qual está instalado um manômetro. A
partir dos dados de entrada apresentados na tabela solicita-se a altura manométrica total da bomba.

Dados de Entrada
Pressão no tanque de recalque [kgf/cm²] 8
Perda de carga na tubulação de recalque (ΔHR) [mca] 3,6
Perda de carga na tubulação de sucção (ΔHS) [mca] 0,4

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55
3.9 Potência necessária ao acionamento das bombas

Conjuntamente à definição da bomba faz-se necessária a definição do motor elétrico. Cabe ao


responsável pela seleção preliminar da bomba a também preliminar definição da potência requerida pelo
motor elétrico.
Nesta subseção serão definidas as metodologias para cálculo do rendimento da bomba e da
potência elétrica necessária ao seu acionamento.

3.9.1 Rendimentos a considerar em uma bomba

Em uma bomba três rendimentos precisam ser considerados: rendimento hidráulico, rendimento
mecânico e rendimento volumétrico. Deles obtêm-se o rendimento total.

3.9.1.1 Rendimento Hidráulico

Das perdas de carga que ocorrem no interior da bomba, devido ao acabamento superficial internio
das paredes do rotor e da carcaça, deriva-se o rendimento hidráulico (ƞh). O rendimento hidráulico é
calculado através da Equação 3.13. A energia cedida ao fluido que atravessa a bomba dá-se o nome de
(Hth), que por sua vez é calculado a partir da Equação 3.14. ΔH1→2 representa a perda de carga no interior
da bomba.

H man
H = (3.13)
H th

H th = H man + H1→2 (3.14)

3.9.1.2 Rendimento Mecânico

Da perda de energia no acoplamento entre a bomba e o motor elétrico deriva-se o rendimento


mecânico (ƞm). O rendimento mecânico é calculado através da Equação 3.15. Nela, a potência necessária
ao acionamento é representada por N e ΔN é a potência dissipada por atrito no estojo de gaxetas, nos
mancais e/ou rolamentos e nos anéis de desgaste. Dessa forma a diferença entre N e ΔN representa a
potência que efetivamente foi cedida ao rotor. Uma representação esquemática do rendimento mecânico
é apresentada na Figura 3.7.

N − N
m = (3.15)
N

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56
Figura 3.7 – Representação esquemática do rendimento mecânico.

3.9.1.3 Rendimento Volumétrico

Há dois fatores que contribuem para o surgimento do rendimento volumétrico (ƞv): a parcela de
fluido que recircula no interior da bomba e os pequenos vazamentos no interior da mesma. O rendimento
volumétrico é calculado através da Equação 3.16. Nela, a vazão recalcada pela bomba é representada
por Q enquanto q representa a vazão de fluido que recircula e / ou é contabilizada no vazamento.

Q
v = (3.16)
Q+q

3.9.1.4 Rendimento Total

O rendimento total da bomba (ƞ) é obtido pelo produto dos rendimentos hidráulico, mecânico e
volumétrico como descreve a Equação 3.17.

 =  Hmv (3.17)

3.9.2 Cálculo da potência de acionamento da bomba

Do ponto de vista prático, a potência necessária ao acionamento é calcula através da equação 3.18,
sendo a potência obtida em cavalo vapor (cv). Para esta equação o peso específico deve estar em kgf/m³,
a altura manométrica em metro de coluna de fluido e a vazão volumétrica em m³/s. Caso seja necessário
converter a potência de cv para watts deve-se utilizar a seguinte relação: 1 cv =735,5 W.

 .Q.H man
N= (3.18)
75.

Para seleção do motor comercial ainda é necessário que seja considerado o fator de segurança,
conforme descreve a Tabela 3.10. O fator de segurança é determinado a partir da potência calculada na
Equação 3.18. Pode-se então calcular a potência requerida considerando o fator de segurança (Nfs)
conforme descrito na Equação 3.19, onde FS representa o fator de segurança.

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57
Tabela 3.10 − Fator de Segurança.
Potência calculada Fator de Segurança Recomendável (FS)
Até 2 cv 50%
De 2 a 5 cv 30%
De 5 a 10 cv 20%
De 10 a 20 cv 15%
Acima de 20 cv 10%

N fs = N .(1 + FS ) (3.19)

Finalmente, seleciona-se o motor comercial com potência igual o superior ao indicado pela
Equação 3.18 (Nfs). A Tabela 3.11 apresenta valores de potência para motores comerciais disponíveis.

Tabela 3.11 − Valores de potência para motores elétricos comerciais.


1/4 cv 1 1/2 cv 7 1/2 cv 25 cv 50 cv 150 cv
1/3 cv 2 cv 10 cv 30 cv 60 cv 200 cv
1/2 cv 3 cv 12 cv 35 cv 80 cv 250 cv
3/4 cv 5 cv 15 cv 40 cv 100 cv -
1 cv 6 cv 20 cv 45 cv 125 cv -

Exemplo 3.8) Qual a potência necessária para acionamento de uma bomba para transporte de água a
partir dos seguintes dados:

Dados de Entrada
Vazão volumétrica [m³/h] 40
Altura manométrica [mca] 80
Peso específico da água [kgf/m³] 1000
Rendimento Hidráulico 90%
Rendimento Volumétrico 91%
Rendimento Mecânico 93%

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58
Exemplo 3.9) A partir dos dados complementares apresentados na tabela abaixo calcule o solicitado para
o sistema apresentado no Exemplo 3.7.

Dados Complementares
Rendimento Hidráulico 92%
Rendimento Volumétrico 93%
Rendimento Mecânico 94%

a) A potência necessária ao acionamento da bomba;


b) A potência instalada;
c) O consumo mensal de energia em kWh (considerar que a bomba trabalha 24 horas por dia);

3.10 A Escolha Primária da Bomba (Gráficos de Seleção)

A seleção preliminar de uma bomba é realizada em função da vazão volumétrica e da altura


manométrica total da bomba. Deve-se, entretanto, avaliar se o modelo de bomba analisado é adequado
para transporte do fluido, do ponto de vista de compatibilidade dos materiais internos. Para exemplificar

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59
o processo será utilizado o catálogo das bombas fabricadas pela KSB modelos Meganorm, Megabloc e
Megachem.
O primeiro passo da seleção é realizado em curvas similares às Figuras 3.8 e 3.9. Nestas curvas
são apresentadas de forma genérica, as famílias de bombas em função da rotação. Os dados são
apresentados em função da vazão e da altura manométrica total. Na medida do possível, deve-se dar
preferência às bombas que operam em 1750 rpm pois a essas, caso necessário, pode-se mais
adequadamente possibilitar o acionamento por inversor de frequência. Anota-se, então, a partir das
figuras 3.8 e 3.9 quais famílias de bombas podem possibilitar uma operação próximo ao ponto de
operação requerido.

Figura 3.8 – Curva de seleção de bombas KSB Meganorm e Meganorm Bloc 3500 rpm (KSB).

A etapa da seleção preliminar dá-se por um olhar mais detalhado na curva da bomba. Deve-se
observar para cada uma das famílias de bomba qual apresenta o ponto de operação mais adequado. O
ponto de operação deve levar em consideração: (a) o equipamento que opera com maior rendimento; (b)
possibilidades de aumento ou redução do tamanho do rotor; (c) possibilidade de aumento e redução de
pressão; (d) possibilidade de aumento e redução de vazão. As Figuras 3.10, 3.11 e 3.12 exemplificam a
curva de seleção de uma família de bomba. Nas curvas é possível ainda obter o NPSH requerido pela
bomba e uma estimativa de potência requerida ao acionamento.

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60
Figura 3.9 – Curva de seleção de bombas KSB Meganorm e Meganorm Bloc 1750 rpm (KSB).

Exemplo 3.10) Selecione uma bomba capaz de atender a condição de projeto a seguir descrita: Q=70m³/h
e Hman=40 mca.

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Figura 3.10 – Curva de seleção de bombas KSB Meganorm, Tamanho: 40-160, 3500rpm (KSB)

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Figura 3.11 – Curva de seleção de bombas KSB Meganorm, Tamanho: 50-160, 3500rpm (KSB)

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Figura 3.12 – Curva de seleção de bombas KSB Meganorm, Tamanho: 50-125, 3500rpm (KSB)

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64
3.11 Medição Direta da Altura Manométrica

A medição direta da altura manométrica é uma estratégia que pode ser utilizada para auxiliar a
equipe de manutenção, principalmente em duas aplicações: (a) identificar a altura manométrica total da
bomba na condição real de operação; (b) obter o rendimento total real da bomba em operação.
Para possibilitar a medição direta da altura manométrica total, em instalações de sucção positiva,
é preciso a instalação de um manômetro imediatamente após o recalque da bomba (representado por M)
e um mano-vacuômetro imediatamente antes da sucção (representado por V), como apresenta a Figura
3.13. Neste tipo de instalação a altura manométrica é obtida através das Equações 3.20, 3.21 e 3.22. O
fator y representa a diferença de altura entre o ponto de instalação do manômetro e o ponto de instalação
do mano-vacuômetro.

Figura 3.13 – Medição direta de altura manométrica, bomba com sucção positiva.

H man = M + V + y (3.20)

Pmanometro
M= (3.21)

− Pmanovacuometro
V= (3.22)

A medição direta da altura manométrica total em instalações de sucção negativa requer a instalação
de um manômetro imediatamente após o recalque da bomba (representado por M), como apresenta a
Figura 3.14. Neste tipo de instalação a altura manométrica é obtida através das Equações 3.23 e 3.21. O
fator y representa a diferença de altura entre o ponto de instalação do manômetro e a linha de centro da
sucção da bomba, o fator h representa a diferença de altura entre o nível do reservatório e a linha de
centro da sucção da bomba.

H man = M − (h − y ) (3.23)

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65
Figura 3.14 – Medição direta de altura manométrica, bomba com sucção negativa (Carvalho, 1999).

Exemplo 3.11) Foram efetuadas leituras em sistemas de bombeamento conforme indicado abaixo. Pede-
se o cálculo da altura manométrica total.
a) Em um sistema de sucção negativa: Pmanometro=3,5kgf/cm²; h=0,75m; y=0,25m.
b) Em um sistema de sucção positiva: Pmanometro=4,2kgf/cm²; Pmanovacuometro=-0,3kgf/cm²; y=0,4m.

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66
3.12 Cavitação

O fenômeno físico da cavitação ocorre em situações nas quais a pressão na entrada da bomba
torna-se menor ou igual a pressão de vapor do fluido em transporte. Quando a depressão na entrada da
bomba ocorre de forma generalizada em toda a sucção, não há aspiração do fluido. Entretanto, a
cavitação caracteriza-se quando essa depressão ocorre em pontos isolados. Formam-se pequenas bolhas
que são transportadas para regiões de pressões mais altas (saída do rotor) e tendem a implodir nessa
região. Essas implosões resultam em destruição das paredes do rotor e das palhetas conforme demonstra
a Figura 3.15.

Figura 3.15 – Foto representativa de um rotor acometido por cavitação.


Fonte: Menezes (2016)

Evita-se a ocorrência de cavitação nas bombas através da análise de NPSH (net positive suction
head). Para tanto compara-se o NPSH disponível na instalação com o NPSH requerido pela bomba.

3.12.1 Cálculo de NPSH disponível na instalação

O NPSH disponível na instalação é calculado através da Equações 3.24, 3.25 e 3.26. Onde, Patm é
a pressão atmosférica local, hsucção é a altura de coluna de fluido na sucção e Pv é a pressão parcial do
vapor de água. Na Equação 3.24, hsucção é acompanhado de sinal positivo quando a instalação apresenta
bomba com sucção negativa e por sinal negativo quando a instalação apresenta uma bomba com sucção
positiva. Neste curso, considerando o transporte de água a 25° C, Hv será considerado igual a 0,322
metros.

NPSHdisponível = H atm  hsucçao − Hv − H sucçao (3.24)

Patm
H atm = = 10 − 0, 0012. Altitute(m) (3.25)

𝑃𝑣
𝐻𝑣 = (3.26)
𝛾

A comparação entre o NPHS disponível na instalação e o requerido pela bomba é realizada através
da Equação 3.27, na qual o coeficiente 1,2 indica um fator de segurança de 20%.

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67
NPSHdisponível  1, 2NPSH requerido (3.27)

Exemplo 3.12) Avalie se há risco de cavitação para a bomba cuja curva é apresentada na figura 3.10 a
partir dos dados inclusos na tabela e apresentados na continuação do enunciado a seguir.

Dados Gerais
Vazão nominal [m³/h] 70
Altitude [m] 430
Hv [m] 0,322

a) Para o sistema apresentado na Figura abaixo com dados complementares na tabela.

Dados Complementares
hsucção [m] 1,5
ΔHsuccao [m] 0,5

b) Para o sistema apresentado na Figura abaixo com dados complementares na tabela.

Dados Complementares
hsucção [m] 0,9
ΔHsuccao [m] 0,3

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68
3.13 Associação de Bombas

As bombas são associadas em série e/1ou em paralelo. A associação em série possibilita o


atendimento a altura manométrica maior. Por sua vez, a associação em paralelo possibilita um aumento
da vazão volumétrica. Além disso, cabe ressaltar que bombas são associadas para flexibilizar o ponto de
operação em instalações cuja demanda é variável. O ponto de operação dá-se no encontro entre as curvas
da bomba e do sistema. A curva do sistema é definida em função da perda de carga e do desnível
geométrico. A curva da bomba depende das características construtivas da mesma.
A Figura 3.16 apresenta as curvas da bomba, a curva do sistema e o ponto de operação. Na Figura
3.16 o ponto de operação ocorre para a altura manométrica total igual a 55,6 metros e para vazão

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69
volumétrica igual a 11,8 m³/h. Usualmente este ponto de operação seria representado por (11,8mca ;
55,6m³/h)

140

130

120

110

100

90

80
Hman [m]

70

60

50

40
Ponto de operação
30

20

10

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Q [m³/h]

Curva do Sistema Curva da Bomba

Figura 3.16 – Curvas do sistema, curva da bomba e ponto de operação.

A associação de bombas iguais, em série e em paralelo é apresentada na Figura 3.17. O


procedimento para associação de bombas em série é o seguinte: para cada vazão deve-se somar o valor
da altura manométrica correspondente a cada bomba (no caso de associação de bombas iguais a execução
desse procedimento significa dobrar a altura manométrica para cada vazão) e posteriormente realizar a
união dos pontos, surgindo assim uma nova curva (curva de associação de bombas em série) e um novo
ponto de operação (95 mca; 15 m³/h). Por outro lado, o procedimento para associação de bombas em
paralelo é o seguinte: para cada altura manométrica deve-se somar o valor da vazão correspondente a
cada bomba (no caso de associação de bombas iguais a execução desse procedimento significa dobrar a
vazão para cada altura manométrica) e posteriormente realizar a união dos pontos, surgindo assim uma
nova curva (curva de associação de bombas em paralelo) e um novo ponto de operação (66,4 mca; 12,5
m³/h).

CEFET-MG − Máquinas Térmicas e de Fluxo


70
140

130

120

110
Ponto de Operação
100
Associação em Série
90

80
Hman [m]

70

60

50

40
Ponto de Operação
30 Associação em Paralelo

20 Ponto de Operação

10

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42
Q [m³/h]

Curva do Sistema Curva da Bomba Associacao em Serie Associacao em Paralelo

Figura 3.17 – Associações em série e em paralelo.

Exemplo 3.13) Realize a associação da bomba indicada abaixo em série e em paralelo e apresente os
valores correspondentes aos pontos de operação para a bomba operando isoladamente e associada.

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71
140

130

120

110

100

90

80
Hman [m]

70

60

50

40

30

20

10

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Q [m³/h]

Curva do Sistema Curva da Bomba

3.14 Componentes internos de uma bomba centrífuga

A desenho esquemático de uma bomba centrífuga em corte é apresentado na Figura 3.18. A lista
dos componentes indicados está contida na Tabela 3.12.

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72
Figura 3.18 – Componentes internos de bomba centrífuga.
Fonte: Oliveira, Costa Júnior e Costa (2008).

Tabela 3.12 − Valores de potência para motores elétricos comerciais.


Item Nomenclatura
01 Flange de sucção
02 Rotor
03 Carcaça ou caixa espiral
04 Flange de descarga
05 Eixo
06 Cavalete
07 Caixa de Óleo
08 Rolamentos
09 Retentor
10 Tampa da caixa de óleo
11 Defletor
12 Sobreposta ou aperta gaxetas
13 Estojo de gaxetas
14 Cadeado hidráulico
15 Gaxetas
16 Anel de desgaste traseiro
17 Chaveta
18 Furos de compensação
19 Porca do rotor
20 Anel de desgaste dianteiro

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73
3.15 Listas de Exercícios

LE 1 – Lista de Exercícios 1 – Máquinas de Fluxo


ASSUNTOS: Cálculos de diâmetro

1) Para um sistema que opera com a vazão de 75 m³/h, determine o diâmetro comercial (considerando
que as tubulações serão SCH 40) das tubulações de sucção e recalque pelo método da velocidade
econômica. Calcule, também, as velocidades reais de transporte.

2) Para um sistema que opera com a vazão de 40 m³/h, determine o diâmetro comercial (considerando
que as tubulações serão SCH 40) das tubulações de sucção e recalque pelo método da velocidade
econômica. Calcule, também, as velocidades reais de transporte.

3) Um sistema de captação de água precisa ser instalado para abastecimento de uma nova instalação:
uma grande fábrica de calçados. A quantidade de funcionários previstos para essa fábrica é de 300, todos
trabalhando em um único turno. Devido ao fato de estar sendo instalada em um local mais afastado, será
previsto no empreendimento um restaurante no qual todos os funcionários deverão almoçar. Utilizando
a tabela 3.2 da apostila determine o solicitado abaixo. Considere que o sistema de captação só irá operar
9 horas por dia (tempo em que a equipe de manutenção da fábrica estiver trabalhando).
a) O consumo de água estimado para a fábrica por dia;
b) O consumo de água estimado para o restaurante por dia;
c) A vazão de água a ser transportada no sistema de captação em l/h.

Lista de Exercícios 1 – Máquinas de Fluxo - Respostas

1) Sucção: Dcalculado = 143 mm; Dcomercial = 154,1 mm (6” SCH 40); Vs= 1,1 m/s
Recalque: Dcalculado = 115 mm; Dcomercial = 102,3 mm (4” SCH 40); VR= 2,5 m/s

2) Sucção: Dcalculado = 119 mm; Dcomercial = 102,3 mm (4” SCH 40); Vs= 1,4 m/s
Recalque: Dcalculado = 84,1 mm; Dcomercial = 77,9 mm (3” SCH 40); VR= 2,3 m/s

3) a) 21000 l/dia; b) 7500 l/dia; c) 3167 l/h

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74
LE 2 – Lista de Exercícios 2 – Máquinas de Fluxo
ASSUNTOS: Velocidade de transporte, perda de carga e altura manométrica.

1) Por uma tubulação de 8” (SCH 40) de aço “comercial” com comprimento de 48 metros escoa água a
1,9 m/s. Na tubulação estão contidos: 01 válvula de retenção, 4 curvas de 90° e 2 curvas de 45°. Calcule
a perda de carga, devendo-se calcular a perda localizada pelo método direto e a perda de carga contínua
pelo método de Darcy-Weissbach.

2) Por uma tubulação de 12” (SCH 40) de aço “comercial” com comprimento de 370 metros escoa água
a 1,6 m/s. Na tubulação estão contidos: 01 válvula de retenção, 4 curvas de 90° e 12 curvas de 45°.
Calcule a perda de carga, devendo-se calcular a perda localizada pelo método direto e a perda de carga
contínua pelo método de Darcy-Weissbach.

3) Repita o exercício 2 calculando a perda de carga localizada pelo método dos comprimentos
equivalentes.

4) Um sistema de transporte de fluido apresenta as tubulações conforme apresentado no exercício 2


(utilize as repostas de diâmetro e velocidade). A tubulação de recalque tem comprimento de 1000 metros
e nela estão contidos: 01 válvula de retenção, 01 válvula de gaveta, 20 curvas de 90° e 12 curvas de 45°.
Por sua vez a tubulação de sucção tem comprimento de 3 metros e nela estão contidos: 01 válvula de pé
com crivo, 01 válvula de gaveta e 1 curva de 90°. Calcule a perda de carga total, devendo-se calcular a
perda localizada pelo método dos comprimentos equivalentes e a perda de carga contínua pelo método
de Darcy-Weissbach. Faça as seguintes considerações: para a curva de 90° R/D =1 e válvula de retenção
tipo leve.

5) Calcule a altura manométrica para os sistemas com as características abaixo descritas:

Sistema H0 (m) PR(kgf/cm²) PS(kgf/cm²) ᐃHR(m) ᐃHS(m)


01 5 Atmosférica Atmosférica 4,5 0,2
02 12 Atmosférica Atmosférica 15 0,3
03 4 2,8 Atmosférica 4,5 0,2
04 10 3,5 1,1 5,5 0,4

Lista de Exercícios 2 – Máquinas de Fluxo - Respostas


1) ΔHL = 0,83 mca; ΔHC = 0,70 mca; ΔH = 1,53 mca

2) ΔHL = 0,85 mca; ΔHC = 2,37 mca; ΔH = 3,22 mca

3) ΔHL = 0,44 mca; ΔHC = 2,37 mca; ΔH = 2,81 mca

4) Sucção: f=0,0188; Lv=25,3m; ΔHL = 0,46 mca; ΔHC = 0,06 mca; ΔHs = 0,52 mca
Recalque: f=0,0192; Lv=40 m; ΔHL = 2,66 mca; ΔHC = 66,45 mca; ΔHr = 69,11 mca
ΔH = 69,63 mca

5) Sistema 01: Hman=9,7 mca; Sistema 02: Hman=27,3 mca; Sistema 03: Hman=36,7 mca; Sistema 04:
Hman=39,9 mca
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75
LE 3 – Lista de Exercícios 3 – Máquinas de Fluxo
ASSUNTOS: Cálculos de altura manométrica, potência e NPSH.

1) Calcule a altura manométrica a partir das informações abaixo


a) Pressão indicada no manômetro = 2,1 kgf/cm²;
Pressão indicada no mano vacuômetro = -0,2 kgf/cm²; y = 0,3 m; ɣ = 997 kgf/m³
Considere o arranjo apresentado na Fig. L2.1.

b) Pressão indicada no manômetro = 5,2 kgf/cm²; y = 0,4 m; h = 0,7 m; ɣ = 1000 kgf/m³


Considere o arranjo apresentado na Fig. L2.2.

2) A partir dos dados abaixo de uma bomba, calcule:


Q = 40 m³/h; Hman = 80 mca; Fluido → água; ɣ = 1000 kgf/m³; ƞh = 93%; ƞv = 91%; ƞm = 90%.
a) Qual a potência necessária para acionamento?
b) Qual a potência instalada?
c) Qual o consumo mensal, considerando uso de 3 horas por dia.

3) A partir dos dados abaixo de uma bomba, calcule:


Q = 40 L/s; Hman = 40 mca; Fluido → água; ɣ = 1000 kgf/m³; ƞ = 80%.
a) Qual a potência necessária para acionamento?
b) Qual a potência instalada?
c) Qual o consumo mensal, considerando uso de 24 horas por dia.

4) Calcule NPSH disponível a partir dos dados disponibilizados.


a) Considere o arranjo apresentado na Fig. L2.2.
Altitude = 730 m; Pressão de vapor (Pv) = 322 kgf/m²; ɣ = 1000 kgf/m³; ΔHs=0,5m, Hs=1m.

b) Considere o arranjo apresentado na Fig. L2.1.


Altitude = 1010 m; Pressão de vapor (Pv) = 174 kgf/m²; ɣ = 999 kgf/m³; ΔHs=0,7m, Hs=1,5m.

5) Partindo do catálogo disponibilizado, determine qual bomba é a mais adequada para as situações
abaixo. Apresente: modelo, rendimento, calcule a potência e avalie o NPSH.
a) Q = 40 m³/h; Hman = 80 mca; Fluido → água; NPSHdisp = 6,1 m.
b) Q = 70 m³/h; Hman = 35 mca; Fluido → água; NPSHdisp = 4,2 m.

Figura L2.1 – Instalação de Bombeamento com Sucção Positiva

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76
Figura L2.2 – Instalação de Bombeamento com Sucção Negativa

Lista de Exercícios 3 – Máquinas de Fluxo - Respostas

1. a) 23,4 mca; b) 51,7mca.

2. a) 15,6 cv; b) 20 cv; c) 1029 kWh/mês.

3. a) 26,7 cv; b) 30 cv; c) 14112 kWh/mês.

4. a) 9,3 mca; b) 6,4 mca.

5. a) Fabricante: KSB, Modelo: Meganorm 40-200 (rotação 3500 rpm);


Rendimento = 64%; N = 18,5 cv;
Análise de NPSH – ok (6,1 > 3,8).

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77
LE 4 – Lista de Exercícios 4 – Máquinas de Fluxo
ASSUNTOS: Seleção de bomba

1) Selecione uma bomba que seja adequada para operar nos sistemas abaixo descritos. Indique além do
modelo o rendimento do conjunto moto-bomba para o ponto de operação. Apresente ainda a curva da
bomba selecionada com o ponto de operação indicado.

Sistema Hman (m) Q(m³/h)


01 20 40
02 10 100
03 100 10
04 50 50

Lista de Exercícios 4– Máquinas de Fluxo - Respostas

1) Sistema 01: KSB MEGANORM 50-200 (1750 rpm) – rendimento 67,5%


Sistema 02: KSB MEGANORM 80-160 (1750 rpm) – rendimento 77,5%
Sistema 03: KSB MEGANORM 32-250.1 (3500 rpm) – rendimento 25%
Sistema 04: KSB MEGANORM 50-160 (3500 rpm) – rendimento 71%

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78
LE 5 – Lista de Exercícios 5 – Máquinas de Fluxo
ASSUNTOS: Associação de bombas.

1) Associe as bombas A e B em paralelo, determine ainda qual a altura manométrica e vazão de


volumétrica para cada uma das bombas operando sozinhas e para a associação delas.

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79
2) Associe as duas bombas apresentadas em série e determine a altura manométrica e vazão de
volumétrica do sistema.

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80
3) Associe as bombas conforme indicação no desenho e determine a altura manométrica e vazão de
volumétrica do sistema.

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81
3.16 Trabalho Aplicado

TP 1 – Trabalho Aplicado 1 – Máquinas de Fluxo


ASSUNTOS: Dimensionamento de tubulações e seleção de conjunto moto bomba.

Solicita-se o desenvolvimento de dimensionamento conforme apresentado no item conteúdo do relatório


para um sistema de bombeamento, recirculação de água dentro de uma Planta Industrial, que deva operar
com os seguintes parâmetros:
o Fluido: água industrial;
o Vazão de projeto: (30 + 0,13xB) m³/h;
o Desnível geométrico total: (7 + 0,05xB) metros (desnível entre os dois reservatórios);
o Altitude: (700+10xB) metros;
o Sucção
o Sucção negativa;
o Altura de coluna de líquido acima da sucção da bomba: 0,9 metros;
o Comprimento: 1,8 metros;
o Entrada normal: 1 unidade;
o Válvula gaveta: 1 peça;
o Redução: 1 peça;
• Recalque
o Comprimento: (20 + B) metros;
o Expansão (redução): 1 peça;
o Válvula gaveta: 1 peça;
o Válvula de retenção: 1 peça;
o Te de saída lateral: 1 unidade.
o Curvas de 90°: 7 peças;
o Curvas de 45°: 4 peças;
o Saída de canalização: 1 unidade;
• Ambos os reservatórios estão submetidos à pressão atmosférica;
• Alguns critérios já definidos no projeto
o As tubulações serão de aço carbono e SCH 40;
o Há um equipamento operando e um equipamento reserva.

Conteúdo do Relatório

• Capa;
• Índice;
• Objetivo;
• Dados de entrada e Critérios;
• Desenvolvimento de Cálculo
o Definição do diâmetro;
o Cálculo das perdas de carga;
▪ Perda de carga na sucção;
▪ Perda de carga no recalque;
o Altura manométrica do sistema;
o NPSH disponível;
o Potências

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82
▪ Requerida pela bomba;
▪ Sugestão de motor comercial;
• Seleção de Modelo de Referência
o Vazão;
o Altura manométrica;
o Potência estimada do motor elétrico;
o Modelo / Fabricante de referência;
o Quantidade de conjuntos motor e bomba;
o NPSH requerido;
o Curva da Bomba Selecionada.
• Referências Bibliográficas.

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83
3.17 Referências Complementares

CARVALHO, Djalma Francisco. Instalações Elevatórias. Bombas. 6ª ed. Belo Horizonte: Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, 1999.

MACINTYRE, Archibald Joseph. Equipamentos Industriais e de Processo. Rio de Janeiro: LTC,


1997.

MACINTYRE, Archibald Joseph. Bombas e Instalações de Bombeamento. Rio de Janeiro: LTC,


1987.

Referências Bibliográficas

CARVALHO, Djalma Francisco. Instalações Elevatórias. Bombas. 6ª ed. Belo Horizonte: Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, 1999.

KSB. Manual de curvas características - A2740/42/44.01 P / E / S / 02

MENEZES, Everton. Cavitação e NPSH. Disponível em:


http://bombasemanutencao.blogspot.com/2016/07/cavitacao-e-npsh.html. Acesso em: 20 de julho.

OLIVEIRA, Humberto Barros; COSTA JÚNIOR, Ezequiel de Souza; COSTA, Maria Celeste M. de
Souza. Apostila de Bombas. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. 2008.

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84
4 TERMODINÂMICA
Capítulo 4 – Termodinâmica

4.1 – Introdução

Termodinâmica pode ser definida com a ciência da energia. A palavra termodinâmica origina-se
do grego therme (calor) e dynamis (força). As áreas de aplicação da termodinâmica para o técnico em
mecânica são diversas, podendo listar a título de exemplo: motores, condicionamento de ar e
refrigeração e geração de energia termelétrica.
Este capítulo será estruturado de forma a introduzir os conceitos de termodinâmica que subsidiarão
as discussões relativas às máquinas térmicas.

4.2 Definição de sistema e volume de massa fixa

O primeiro passo nesse estudo, consistirá da definição de sistema e volume de controle. O sistema,
representado na Figura 4.1, apresenta uma quantidade de massa fixa. Apesar da fronteira do sistema
poder se deslocar, a massa sempre estará contida dentro dela. Por sua vez, o volume de controle,
representado pela Figura 4.2 apresenta uma quantidade de massa variável. Continuamente haverá massa
cruzando a superfície de controle (fronteira do volume de controle).

Figura 4.1 – Representação de um sistema.

Figura 4.2 – Representação de um volume de controle.

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85
4.3 Energia Cinética e Energia Potencial

A energia pode existir em diferentes formas: térmica, mecânica, cinética, potencial, química etc.
Neste momento, para o propósito deste estudo, serão apresentadas as definições de energia cinética e
potencial.

4.3.1 Energia Cinética

A energia relativa ao movimento é chamada de energia cinética (Ec). A Equação 4.1 apresenta a
metodologia para cálculo da energia cinética.

mV 2
Ec = (4.1)
2

4.3.2 Energia Potencial

A energia que um sistema possui como resultado de sua elevação em um campo gravitacional é
chamada de energia potencial (Ep). A Equação 4.2 apresenta a metodologia para cálculo da energia
potencial. Nela, z representa a elevação.

E p = mgz (4.2)

4.4 Trabalho

O trabalho é usualmente definido como uma força agindo ao longo de um deslocamento. A Figura
4.3 apresenta dois exemplos de realização do trabalho. A Figura 4.3(b) ilustra a força agindo ao longo
do deslocamento. Em ambas, observa-se que o trabalho cruza a fronteira do sistema.

Figura 4.3 – Representação do trabalho: (a) operação de um ventilador; (b) movimentação de uma polia erguendo um peso.

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86
4.5 Calor

O calor é definido como a forma de transferência de energia através da fronteira de um sistema,


em uma dada temperatura, a outro sistema (ou a ambiente), que apresenta temperatura inferior, em
virtude das diferenças de temperatura.

4.6 Convenção de Sinais

Neste ponto da disciplina é importante realizar a definição de sinais para trabalho e calor. A
definição é feita em relação a um sistema. Será definido que o calor absorvido pelo sistema é positivo e
que o calor rejeitado pelo sistema é negativo. Logo, para o trabalho, os sinais serão inversos. O trabalho
realizado sobre o sistema é negativo enquanto que o trabalho realizado pelo sistema é positivo. A Figura
4.4 ilustra esta definição de sinais.

Figura 4.4 – Convenção de sinais.

4.7 Propriedades Termodinâmicas e uso da tabela para a água

Considere que os reservatórios mostrados na Figura 4.5 contém 1 kg de água. Inicialmente, a água
contida na Figura 4.5(a) está na fase líquida e é aquecida. Enquanto a temperatura da água está abaixo
de 99,6°C ela está totalmente na fase líquida. Após a água alcançar a temperatura de 99,6°C a
transferência adicional de energia faz com que a água evapore. Neste ponto dentro do reservatório,
Figura 4.5(b) há água nos estados líquido e vapor. Em um dado instante de tempo, toda a água que
anteriormente estava em estado líquido evapora e o recipiente passa a conter somente vapor d’água -
Figura 4.5(c). A partir desse ponto, a transferência de energia gera aumento da temperatura do vapor
d’água. Cabe ainda ressaltar, que todo o processo representado pela Figura 4.5 ocorre a pressão
constante.

Figura 4.5 – Representação da evaporação da água.

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87
4.7.1 Curva de pressão de vapor

A temperatura na qual o fluido muda de fase é chamada de temperatura de saturação. Esta


temperatura apresenta relação direta com a pressão. Em outras palavras, para cada pressão, o fluido
vaporiza a uma dada temperatura. Esta pressão é denominada pressão de saturação. A Figura 4.6
apresenta a curva típica de pressão de vapor. Cabe lembrar que cada fluido apresentará uma curva
específica.

Figura 4.6 – Curva típica de pressão de vapor.

4.7.2 Diagrama Temperatura x Volume

Considere o sistema da Figura 4.5, 1 kg de água contida no conjunto êmbolo - cilindro e tracemos
a linha de pressão constante no diagrama de temperatura x volume específico (Figura 4.7).

Figura 4.7 – Diagrama Txv.

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88
Analisando o diagrama, teremos os seguintes pontos:

Ponto 1: líquido comprimido (liq. comp.) - o fluido encontra-se na fase líquida a uma temperatura T1
inferior a temperatura de saturação Ts1, Ts2 ou Ts3 (não há título pois o ponto está fora da
região de saturação).

Ponto 2: líquido saturado (liq. sat.) - o fluido encontra-se na fase líquida a uma temperatura de saturação
Ts1, Ts2 ou Ts3 e para as pressões P1, P2 ou P3 respectivamente. A primeira gota do líquido
está na iminência de vaporizar se o título é igual a 0  (x=0).

Ponto 3: mistura de líquido mais vapor saturados (L+V)sat - o fluido encontra-se parte como líquido e
parte como vapor para as temperaturas Ts1, Ts2 ou Ts3 e para as pressões P1, P2 ou P3 se o
título está entre 0 e 100 : (0<x<1).

Ponto 4: vapor saturado (vap. sat.) - o fluido encontra-se na fase de vapor para as temperaturas Ts1, Ts2
ou Ts3 e para as pressões P1, P2 ou P3 e a última gota do fluido torna-se vapor, título igual a
100% (x = 1).

Ponto 5: vapor superaquecido (vap. sup.) - o fluido encontra-se na fase de vapor para temperaturas
superiores às de saturação Ts1, Ts2 ou Ts3 e para as pressões P1, P2 ou P3 (não há título, pois o
ponto está fora da região de saturação).

Existe um ponto de inclinação nula da curva, onde os estados de líquido saturado e vapor saturado
são idênticos. A este ponto, chamamos de Ponto Crítico. Os volumes específicos do líquido e do vapor
saturados são iguais e a pressão neste ponto é chamada pressão crítica. A água tem no ponto crítico:
TCRÍT = 374,14ºC e PCRÍT = 22,09 MPa (225,318 kgf/cm2) e vCRÍT = 0,003155 m3/kg.

Em complemento à análise gráfica, o conhecimento dos valores do volume específico do líquido


saturado (vL) e do volume específico do vapor saturado (vv) permite, para uma dada temperatura
(posteriormente veremos que outra propriedade poderá ser utilizada com este propósito), após
comparação com o volume específico (v) a definição do estado do fluido. Esta análise é apresentada na
Tabela 4.1.

Tabela 4.1 − Análise do estado do fluido


Análise Estado do Fluido Simbologia Simplificada
v < vL Líquido Comprimido Líq. Comp.
v = vL Líquido Saturado Líq. Sat.
vL < v < vV Líquido mais Vapor Saturado (L+V) Sat.
v = vV Vapor Saturado Vap. Sat.
v > vV Vapor Superaquecido Vap. Sup.

4.7.3 Tabela termodinâmica da água

Existem tabelas termodinâmicas elaboradas previamente para diversos fluidos. Além da


temperatura e pressão, as tabelas apresentam o volume específico e outras propriedades que serão
apresentadas na sequência. Será informado, durante as aulas, o link para obtenção da tabela
termodinâmica da água e dos demais fluidos a serem utilizadas neste curso.

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89
4.7.4 Definição de título

Título (x) é uma propriedade termodinâmica do fluido que expressa a relação entre a massa de
vapor e massa total do fluido como apresenta a Equação 4.3. O título é uma propriedade que só existe
na região de saturação e varia entre 0 e 1. Um título igual a 0 significa que não há vapor no fluido
analisado, assim sendo o fluido está no estado líquido saturado. Em contrapartida, um título igual a 1
indica que todo o fluido analisado é vapor.

mvap
x= (4.3)
m

O título é largamente utilizado para obtenção de propriedades na região de saturação. Para uma
dada pressão e temperatura, as propriedades para líquido e vapor saturados são apresentadas na tabela
termodinâmica. Assim, em muitos casos o título é necessário para a obtenção das demais propriedades.
A Equação 4.4 exemplifica a obtenção do volume específico (v) fazendo uso da tabela termodinâmica e
do título. Na equação o volume específico do líquido saturado (vL) e o volume específico do vapor
saturado (vv). O rearranjo da Equação 4.4 possibilita a obtenção do título como apresenta a equação 4.5.

v = vL + x ( vv − vL ) (4.4)

v − vL
x= (4.5)
vv − vL

4.7.5 Propriedades independentes de uma substância pura

Duas propriedades independentes são necessárias para se obter as outras propriedades


termodinâmicas do fluido. Cabe ressaltar, que na região de mudança de fase (como discutido nos itens
4.7.1 e 4.7.2), a pressão e a temperatura não são propriedades independentes.

Exemplo 4.1) Determine o solicitado para a água.

a) T = 70°C e x = 0,1. Qual a pressão, o volume especifico e o estado?

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90
b) P = 50 kPa e v = 2,6 m3/kg. Qual a temperatura, o título e o estado?

c) P = 50 kPa e v = 3,889 m3/kg. Qual a temperatura, o título e o estado?

d) P = 2,0 MPa e v = 0,13857 m3/kg. Qual a temperatura, o título e o estado?

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91
4.7.6 Energia Interna

A energia interna (U e u) é uma propriedade que engloba todas as formas de energia do fluido que
não são oriundas da variação de velocidade (energia cinética) e posição (energia potencial). De forma
similar ao explicitado para a Equação 4.4, pode-se obter a energia interna específica como apresenta a
Equação 4.6. Explicitando o título na Equação 4.6 obtemos a Equação 4.6a.

u = uL + x ( uv − uL ) (4.6)

(𝑢 − 𝑢𝐿 )
x= ⁄(𝑢 − 𝑢 ) (4.6a)
𝑣 𝐿

4.7.7 Entalpia

Na análise de muitos processos térmicos, (geração de potência e refrigeração, por exemplo) é


necessário obter a soma da energia interna e o produto da pressão e do volume específico. Para
simplificar estes processos, introduziu-se a propriedade entalpia como apresenta a Equação 4.7.

h = u + P.v (4.7)

De forma similar ao explicitado para a Equação 4.4, pode-se obter a entalpia específica como
apresenta a Equação 4.8. Explicitando o título na Equação 4.8 obtemos a Equação 4.8a.

h = hL + x ( hv − hL ) (4.8)

(ℎ − ℎ𝐿 )
x= ⁄(ℎ − ℎ ) (4.6a)
𝑣 𝐿

Uma particularidade ocorre quando o fluido for líquido comprimido e a tabela termodinâmica não
disponibilizar a entalpia - pode-se aproximar a entalpia do fluido em análise pela entalpia do líquido
saturado na mesma temperatura, como apresenta a Equação 4.9.

h (T , P )  hL (T ) (4.8)

Exemplo 4.2) Determine o solicitado para a água.

a) T = 150°C e x = 0,45. Qual a pressão, o volume especifico, a energia interna, a entalpia e o estado?

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92
b) P = 5 MPa e v = 0,06857 m³/kg. Qual o estado, a temperatura, o título, a energia interna e a entalpia?

4.8 Primeira lei da Termodinâmica (Balanço Térmico)

A primeira lei da termodinâmica trata do princípio de conservação da energia. A primeira lei da


termodinâmica diz que a energia não pode ser criada ou destruída em um processo, ela pode somente ter
sua forma modificada. Em termos físicos, a definição da primeira lei da termodinâmica é apresentada na
Figura 4.9 e matematicamente representado na Equação 4.9 para a análise em um volume de controle.

Taxa temporal de Taxa líquida na qual a Taxa líquida da


Taxa líquida na qual
variação da energia energia está sendo energia transferida
a energia está sendo
contida no interior do = transferida para dentro - + para o controle
transferida por
volume de controle no por transferência de juntamente com
trabalho no instante t
instante t calor no instante t fluxo de massa

Figura 4.9 – Definição da Primeira Lei da Termodinâmica.

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93
Evc  Ve2   Vs2 
= Q − W +  me  he + + gze  −  ms  hs + + gzs  (4.9)
t e  2  s  2 
Na Equação 4.9, Q̇ representa a taxa de transferência de calor, Ẇ a potência e Evc a energia no
volume de controle. Os subíndices e e s representam a entrada e a saída respectivamente.
Considerando a análise da primeira lei para processos em regime permanente pode-se fazer duas
simplificações: (i) o estado das substâncias em cada ponto do volume de controle não varia com o tempo;
(ii) a massa no interior do volume de controle não varia com o tempo (conservação de massa). Estas
simplificações podem ser expressadas matematicamente como apresentado nas Equações 4.10 e 4.11.

Evc
=0 (4.10)
t

m = m
e
e
s
s (4.11)

A partir daí, a Equação 4.9 pode ser reescrita como apresenta a Equação 4.12.

 V2   V2 
0 = Q − W +  me  he + e + gze  −  ms  hs + s + gzs  (4.12)
e  2  s  2 

Da Equação 4.12 pode-se obter os termos de variação de energia cinética (Equação 4.13) e variação
de energia potencial (Equação 4.14).

𝑉𝑒2 𝑉𝑠2
𝐸𝐶 = ∑ 𝑚̇𝑒 ( ) − ∑ 𝑚̇𝑠 ( ) (4.13)
2 2
𝑒 𝑠

𝐸𝑃 = ∑ 𝑚̇𝑒 (𝑔𝑧𝑒 ) − ∑ 𝑚̇𝑠 (𝑔𝑧𝑠 ) (4.14)


𝑒 𝑠

Exemplo 4.3) O vapor d’água em uma turbina operando em regime permanente com uma vazão mássica
de 1,28 kg/s. A turbina desenvolve uma potência de 1000 kW. Na entrada, a pressão é 6,0 MPa, a
temperatura é 400°C e a velocidade 10 m/s. Na saída, a pressão é de 10 kPa, o título é 0,90 e a velocidade
é 30 m/s. Calcule a taxa de transferência de calor entre a turbina e a vizinhança em kW.

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94
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95
Exemplo 4.4) O vapor d’água entra no condensador de uma instalação de potência a vapor a 10 kPa e
com um título de 0,95 e sai do condensador a 10 kPa a 45°C. A água de resfriamento entra no
condensador como um outro fluxo na forma líquida a 20°C e sai como líquido a 35°C, sem nenhuma
variação de pressão. A transferência de calor no exterior do condensador e as variações das energias
cinética e potencial dos fluxos podem ser ignoradas. Para uma operação em regime permanente,
determine:

a) A razão entre a vazão mássica da água de resfriamento pela vazão mássica do vapor d’água que se
condensa.
b) A taxa de transferência de energia do vapor d’água que se condensa para a água de resfriamento em
kJ por kg de vapor que escoa através do condensador.

Exemplo 4.5) Água escoa, em regime permanente, dentro de uma válvula. Na entrada, a água está a 5,0
MPa e 240°C e na saída, a 1,0 MPa. Como a passagem da água pela válvula dá-se rapidamente e a área
da válvula é relativamente pequena, pode-se considerar que não há transferência de calor de válvula para
a vizinhança. Pede-se determinar o título na saída.

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96
4.9 Segunda lei da Termodinâmica

O fato de diversos processos termodinâmicos ocorrerem em uma direção e não na direção contrária
propiciou o surgimento da segunda lei da termodinâmica que será explicitado nos enunciados de Kelvin-
Planck e Clausius.

4.9.1 Enunciado de Kelvin-Planck

É impossível construir um dispositivo que opere em um ciclo termodinâmico e que não produza
outros efeitos além do levantamento de um peso (trabalho) e a troca de calor com um reservatório
térmico. O enunciado é representado na Figura 4.10. A Figura 4.10(a) apresenta uma máquina ideal que
não é possível de ser construída fisicamente. A Figura 4.10(b) apresenta uma máquina real.

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97
Figura 4.10 – Enunciado de Kelvin-Planck: (a) máquina térmica ideal; (b) Máquina térmica real.

Os símbolos L e H representam a fonte fria e quente, respectivamente.

4.9.2 Enunciado de Clausius

É impossível construir um dispositivo que opere em um ciclo e que não produza outros efeitos,
além da transferência de calor de um corpo mais frio para um corpo mais quente. O enunciado é
representado na Figura 4.11. A Figura 4.11(a) apresenta um refrigerador ideal que não é possível de ser
construído fisicamente. A Figura 4.11(b) apresenta um refrigerador real.

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98
Figura 4.11 – Enunciado de Clausius: (a) refrigerador ideal; (b) refrigerador real.

4.9.3 Rendimentos de Motor Térmico e Coeficiente de Performance de Equipamentos de Refrigeração

Em linhas gerais, o rendimento apresenta a relação entre a energia útil e a energia consumida. O
rendimento de um motor térmico (ƞT) é representado pela Equação 4.15.

QL
T = 1 − (4.15)
QH

O coeficiente de performance de um equipamento de refrigeração (COPR) e de uma bomba de


calor (COPBC) é indicado nas Equações 4.16 e 4.17, respectivamente.

QL
COPR = (4.16)
QH − QL

QH
COPBC = (4.17)
QH − QL

4.9.4 Rendimentos e Coeficiente de Performance do Ciclo de Carnot

O ciclo teórico reversível proposto por Sai Carnot, em 1824, é largamente utilizado para avaliar o
máximo que poderia ser obtido por um ciclo. Cabe aqui ressaltar, que esses valores de performance não
poderiam ser obtidos pois ocorrem irreversibilidades nos ciclos reais. O rendimento do motor térmico
operando no ciclo de Carnot (ƞT,carnot) é expresso pela Equação 4.18.

TL
T ,carnot = 1 − (4.18)
TH

A análise de ciclo de Carnot para o coeficiente de performance de equipamentos de refrigeração


(COPR,carnot)e bomba de calor (COPBC,carnot) é apresentada pelas Equações 4.19 e 4.20.

TL
COPR ,carnot = (4.19)
TH − TL

TH
COPBC ,carnot = (4.20)
TH − TL

Uma observação importante é a de que os cálculos referentes ao ciclo de Carnot devem ser
realizados considerando as temperaturas em Kelvin.

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99
Exemplo 4.6) Calcule o rendimento de um motor térmico de ciclo de Carnot operando entre dois
reservatórios a 300°C e a 45°C.

Exemplo 4.7) Calcule o coeficiente de performance (COP) de um equipamento de refrigeração e de uma


bomba de calor de ciclo de Carnot operando entre dois reservatórios a 0°C e a 35°C.

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100
4.10 Listas de Exercícios

LE 1 – Lista de Exercícios 1 – Termodinâmica


ASSUNTOS: Estado termodinâmico.

1) Indique o estado do fluido para os pontos destacados na Figura.

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101
LE 2 – Lista de Exercícios 2 – Termodinâmica
ASSUNTOS: Estado termodinâmico.

1) Determine o solicitado para a água.

a) Sendo T=215°C e x=0,92. Determine: o estado, a pressão, o volume específico, a energia interna e a
entalpia.
b) Sendo T=140°C e v=0,42 m³/kg. Determine: o estado, a pressão, o título, a energia interna e a entalpia.
c) Sendo P=3 MPa e u=1705,2 kJ/kg. Determine: o estado, a temperatura, o título, o volume específico
e a entalpia.
d) Sendo P=3 MPa e h=3230,8 kJ/kg. Determine: o estado, a pressão, o título, a energia interna e o
volume específico.
e) Sendo P=300kPa e u=2650,7 kJ/kg. Determine: o estado, a pressão, o título, o volume específico e a
entalpia.
f) Sendo T=195°C e h=2700,2 kJ/kg. Determine: o estado, a pressão, o título, a energia interna e o
volume específico.
g) Estando o Vapor Saturado a 1,2MPa. Determine: o título, a temperatura, o volume específico, a
energia interna e a entalpia.
h) Estando o Líquido Saturado a 90°C. Determine: o título, a pressão, o volume específico, a energia
interna e a entalpia.

Lista de Exercícios 2 – Termodinâmica - Respostas

2 T(°C) P(Mpa) Estado x v (m³/kg) u (kJ/kg) h (kJ/kg)


a 215 2,1042 (L+V)sat 0,92 0,08730 2466,5 2650,1
b 140 0,3613 (L+V)sat 0,825 0,42 2206,8 2358,6
c 233,9 3 (L+V)sat 0,438 0,02989 1705,2 1794,8
d 400 3 Vap. Sup. - 0,09936 2932,7 3230,8
e 200 0,3 Vap. Sup. - 0,71629 2650,7 2865,5
f 195 1,3978 (L+V)sat 0,954 0,13464 2512,0 2700,2
g 187,99 1,2 Vap. Sat. 1 0,16333 2588,8 2784,8
h 90 0,070139 Liq. Sat. 0 0,00104 376,82 376,90

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102
LE 2 – Lista de Exercícios 3 – Termodinâmica
ASSUNTOS: Primeira lei da termodinâmica.

1) O vapor d’água entra em uma turbina, operando em regime permanente, com uma vazão mássica de
0,85 kg/s. A turbina desenvolve uma potência de 725 kW. Na entrada, a pressão é 5,0 Mpa, a temperatura
é 450°C, a velocidade 8,5 m/s e o desnível geométrico 7 metros. Na saída, a pressão é 15 kPa, o título é
0,92, a velocidade é 28 m/s e o desnível geométrico 3 metros. Calcule:
a) A variação da energia cinética;
b) A variação da energia potencial gravitacional;
c) A taxa de transferência de calor entre a turbina e a vizinhança em kW.
d) Discuta sobre a influência das energias cinética e potencial gravitacional na potência desenvolvida
pela turbina.

2) O vapor d’água entra em uma turbina, operando em regime permanente, com uma vazão mássica de
1,5 kg/s. A taxa de transferência de calor entre a turbina e a vizinhança turbina é de 75 kW. Na entrada,
a pressão é 7,0 Mpa e a temperatura é 450°C. Na saída, a pressão é 20 kPa e o título é 0,95. Calcule a
potência desenvolvida pela turbina em kW.

3) Água, em regime permanente, escoa através de uma válvula. O dispositivo está adequadamente
isolado. Sabe-se que na entrada a pressão é 5 MPa e a temperatura 220°C. Deseja-se obter o título na
saída sabendo-se que a pressão do fluido neste ponto é de 0,6 MPa.

4) Água, em regime permanente, escoa através de uma válvula. O dispositivo está adequadamente
isolado. Sabe-se que na entrada a pressão é 10 MPa e a temperatura 280°C. Deseja-se obter o título na
saída sabendo-se que a pressão do fluido neste ponto é de 2 MPa.

5) O vapor d’água entra no condensador de uma instalação de potência a vapor, operando em regime
permanente, a 30 kPa e com um título de 0,89. O condensado sai a 30 kPa e 50°C, com uma entalpia de
209,31 kJ/kg. A água de resfriamento entra no condensador como um outro fluxo na forma líquida a
30°C e sai a 45°C sem nenhuma variação de pressão. A transferência de calor no exterior do condensador
e as variações de energia cinética e potencial dos fluxos podem ser ignoradas. Considere que a variação
de entalpia na água de resfriamento é de 62,65 kJ/kg. Determine:
a) A razão entre a vazão mássica da água de resfriamento pela vazão mássica do vapor d’água que se
condensa;
b) A taxa de transferência de calor do vapor d’água que se condensa para a água de resfriamento em kJ
por kg de vapor que escoa através do condensador.

6) O vapor d’água entra no condensador de uma instalação de potência a vapor, operando em regime
permanente, a 40 kPa e com um título de 0,91. O condensado sai a 40 kPa e 55°C, com uma entalpia de
230,20 kJ/kg. A água de resfriamento entra no condensador como um outro fluxo na forma líquida a
35°C e sai a 50°C sem nenhuma variação de pressão. A transferência de calor no exterior do condensador
e as variações de energia cinética e potencial dos fluxos podem ser ignoradas. Considere que a variação
de entalpia na água de resfriamento é de 62,65 kJ/kg. Sendo a vazão mássica de condensado igual a 1,2
kg/s Determine:
a) a vazão mássica da água de resfriamento;
b) A taxa de transferência de calor do vapor d’água que se condensa para a água de resfriamento em kW.

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103
Lista de Exercícios 3 – Termodinâmica - Respostas

1) a) - 0,302kW;
b) 0,033 kW
c) -45,5kW
d) A influência das energias cinética e potencial na potência gerada é muito pequena e praticamente não
alteram o valor da potência gerada.

2) 1117,8 kW

3) 0,13

4) 0,17

5) a) 34,46
b) 2158,89 kJ/kg

6) a) 42,1 kg/s
b) 2637,4 kW

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104
LE 3 – Lista de Exercícios 3 – Termodinâmica
ASSUNTOS: Segunda lei da termodinâmica.

1) Calcule o rendimento de um motor térmico de ciclo de Carnot operando entre dois reservatórios
conforme dados abaixo:
a) 430°C e 35°C;
b) 250°C e 20°C.

2) Calcule o coeficiente de performance de uma máquina de refrigeração de ciclo de Carnot operando


entre dois reservatórios conforme dados abaixo:
a) -10°C e 30°C;
b) 7°C e 40°C.

Lista de Exercícios 3 – Termodinâmica - Respostas

1) a) ƞ = 0,56
b) ƞ = 0,44

2) a) COP = 6,58
b) COP = 8,49

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105
4.11 Referências Complementares

MORAN, M. J. et al. Introdução à engenharia de sistemas térmicos: termodinâmica, mecânica dos


fluidos e transferência de calor. Rio de Janeiro: LTC, 2005.

BROGNAKKE, C.; SONNTAG, R. E. Fundamentos de Termodinâmica. Tradução da 7 ed. Norte


americana. São Paulo: Blucher, 2010.

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106
5 MÁQUINAS TÉRMICAS
Capítulo 5 – Máquinas Térmicas

5.1 – Introdução

Três sistemas térmicos serão apresentados neste capítulo: sistema de potência a vapor, sistema de
refrigeração por compressão de vapor e o motor a combustão interna. O primeiro, ilustrando a geração
de energia elétrica a partir de energia térmica. O segundo, demonstrando a transformação de energia
térmica. Por fim, o terceiro, apresentando a conversão de energia térmica em energia mecânica.

5.2 Sistemas de potência a vapor

Em 2016, 28,4% da energia elétrica gerada no Brasil foi oriunda da geração termoelétrica (EPE,
2017). Se comparado a 2015, o aumento da participação de fontes renováveis na matriz elétrica
brasileira, como a geração eólica, possibilitou redução de 18% na geração termelétrica. Entretanto, a
geração termelétrica ainda apresenta papel de destaque, sobretudo para absorver a sazonalidade das
fontes renováveis.
As centrais termelétricas podem operar com combustíveis não renováveis (carvão, gás de coqueria,
etc.), com combustíveis renováveis (bagaço de cana, lenha, etc.), com aquecimento por reator nuclear,
por energia solar ou por energia geotérmica. A diferença entre os tipos listados está na energia utilizada
para aquecimento da água. O ciclo que representa termodinamicamente essa geração de potência é o
ciclo de Rankine. Cabe aqui ressaltar, que a geração de potência por meio de gás natural, dá-se pelo ciclo
Brayton e não será objeto de estudo deste curso.

5.2.1 Ciclo de Rankine

A Figura 5.1 apresenta os componentes principais de um ciclo de Rankine: turbina, condensador,


bomba e caldeira. As transferências de energia são consideradas positivas no sentido indicado pelas
setas. Algumas considerações são realizadas para simplificar os cálculos: (i) as variações de energia
cinética e potencial são desprezíveis; (ii) não há perda de calor dos componentes para o meio ambiente
e nem das tubulações para o meio ambiente; (iii) será considerado que os componentes estão operando
em regime permanente. As equações seguintes são obtidas a partir da aplicação da Primeira Lei da
Termodinâmica a cada um dos componentes. Os pontos considerados nas análises estão indicados na
Fig. 1. No texto que segue serão adotadas as seguintes nomenclaturas: trabalho da turbina ( Wt ); trabalho
da bomba ( Wb ), calor que entra ( Qentra ) e o calor que sai ( Qsai ).
Cabe ainda ressaltar que as perdas de carga nos trocadores de calor devem ser consideradas nulas,
assim: (i) a pressão deve ser considerada igual na entrada e saída da caldeira (P1=P4); e (ii) a pressão
deve ser considerada igual na entrada e saída do condensador (P2=P3).

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107
Figura 5.1 – Ciclo de Rankine

5.2.1.1 Turbina

É o componente no qual ocorre a transformação da energia térmica em energia mecânica. O


acionamento do gerador pela turbina possibilita a transformação de energia mecânica em energia
elétrica. O vapor entra na turbina a alta pressão e temperatura e, no processo de expansão produz trabalho
mecânico e é descarregado para o condensador com uma pressão mais baixa. O balanço de energia
(Primeira Lei da Termodinâmica) é dado pela Equação 5.1.

dE VC Ve 2 Vs 2
= Q - W +  me (h e + + gz e ) -  ms (h s + + gzs ) (5.1)
dt 2 2

Aplicando as simplificações proposta nos itens (i) e (iii) do tópico 5.2.1 tem-se a Equação 5.2.

0 = Q - W + me he - ms hs (5.2)

Aplicando a Equação 5.2 para o ciclo de Rankine apresentado na Figura 5.1 tem-se a Equação 5.3.

0 = 0 - Wt + m1 (h1 + 0 + 0) - m2 (h 2 + 0 + 0) (5.3)

Da conservação de massa para um volume de controle é definida pela Equação 5.4. Aplicando a
Equação 5.4 para os componentes do ciclo de Rankine, tem-se a Equação 5.5:

 m e =  ms (5.4)

m e = ms = m (5.5)

Como o sistema é fechado, aplicando o balanço de massa (Equação 5.5), verifica-se que a vazão
mássica é constante em todos os estágios, assim obtêm-se a Equação 5.6:

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108
Wt
= h1 - h 2 (5.6)
m

5.2.1.2 Condensador

É o componente no qual ocorre rejeição de calor para o meio ambiente. Na maioria das indústrias,
a água é utilizada como fluido secundário. Ao passar pelo condensador, a água troca calor com o vapor.
No estágio 2, o fluido de trabalho é uma mistura (líquido + vapor). Nesse processo de resfriamento, o
fluido de trabalho sai do resfriador como líquido saturado ou como líquido comprimido. A água aquecida
(fluido secundário) é direcionada para torres de resfriamento e retorna ao condensador com uma
temperatura adequada. O balanço de massa e energia no condensador conduz a Equação 5.7.

Qsai
= h 2 - h3 (5.7)
m

5.2.1.3 Bomba

O líquido condensado tem sua pressão aumentada pela bomba antes de entrar na caldeira. A bomba
só opera adequadamente no transporte de líquido, por isso a condensação do fluido de trabalho precisa
ter sido completa. Aplicando o balanço de energia e massa na bomba tem-se a Equação 5.8.

Wb
= h4 - h3 (5.8)
m

O trabalho da bomba pode ainda ser determinado pela Equação 5.9.

Wb
= v3 ( P4 - P3 ) (5.9)
m

5.2.1.4 Caldeira

O fluido que deixa a bomba, completa o ciclo ao ser aquecido até a saturação e evaporar na
caldeira. Aplicando o balanço de energia e massa na caldeira tem-se a Equação 5.10.

Qentra
= h1 - h 4 (5.10)
m

5.2.1.5 Eficiência térmica do ciclo

A eficiência térmica do ciclo é calculada pela Equação 5.11.

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109
Wt Wb
m = (h1 - h 2 ) − (h 4 - h 3 )
-
= m (5.11)
Qentra (h1 - h 4 )
m

Como o trabalho total é igual ao calor total, a Equação 5.11 pode ser reescrita como apresentado
pela Equação 5.12.

Qentra Qsai Qsai


m = 1- ( h 2 - h 3 )
-
= m m = 1- (5.12)
Qentra Qentra ( h1 - h 4 )
m m

Exemplo 5.1) Utiliza-se vapor como fluido de trabalho em um ciclo ideal Rankine. O vapor saturado sai
da caldeira a 2 MPa e o líquido saturado deixa o condensador a 10 kPa. A potência líquida de saída do
ciclo é de 25 MW. Dados adicionais estão fornecidos na tabela. Determine para o ciclo o que se pede:

Ponto T (°C) P (kPa) x v (m³/kg) h (kJ/kg) Estado


1
2 0,43
3
4 x - x Liq. Comp.

a) Preencha completamente a tabela;


b) Calcule a eficiência térmica;
c) Calcule o fluxo de massa de vapor (kg/s);
d) Calcule a taxa de transferência de calor ( Qentra ) fornecida ao fluido de trabalho que passa pela caldeira
em MW;
e) Calcule a taxa de transferência de calor ( Qsai ) que sai do vapor condensado ao passar pelo
condensador em MW.

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110
CEFET-MG − Máquinas Térmicas e de Fluxo
111
5.2.2 Características dos Principais Componentes

As características principais dos componentes do ciclo Rankine são apresentas a seguir.

5.2.2.1 Caldeira

As caldeiras são dispositivos projetados para possibilitar a mudança de estado físico da água, de
líquido para vapor, a fim de que a energia térmica recebida pelo fluido de trabalho possa ser convertida
em trabalho na turbina. A Figura 5.2 apresenta uma representação esquemática em corte de uma caldeira.
A Figura 5.3 por sua vez exibe uma foto de uma caldeira industrial.

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112
Figura 5.2 – Representação esquemática em corte de uma Caldeira
Fonte: Lora e Nascimento (2004)

Figura 5.3 – Foto de uma Caldeira industrial

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113
5.2.2.2 Turbina a vapor

A turbina a vapor é uma máquina na qual a energia cinética do vapor expandido atua sobre as
palhetas de um rotor. As forças aplicadas sobre as palhetas produzem movimento do rotor. Essa energia
pode ser utilizada para acionamento de geradores elétricos, compressores, turbobombas, entre outros.
As turbinas a vapor são classificadas em turbinas de ação ou turbinas de reação. Nas turbinas de
ação, o vapor é completamente expandido em uma ou mais boquilhas fixas antes de atingir as pás do
rotor, a representação pode ser vista na Figura 5.4a. Por sua vez, nas turbinas de reação, as pás móveis
permitem a expansão e alteram a trajetória do vapor possibilitando o efeito de reação nas pás instaladas
junto ao rotor, para representação, vide Figura 5.4b.

Figura 5.4 – (a) Turbina a vapor de ação; (b) Turbina a vapor de reação.
Fonte: Lora e Nascimento (2004)

Por fim, a representação esquemática de uma turbina a vapor industrial é apresentada na Figura
5.5.

Figura 5.5 – Representação esquemática de uma Turbina a Vapor


Fonte: Lora e Nascimento (2004)

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114
5.2.2.3 Condensador e bomba de água

O condensador é um equipamento no qual o vapor, que circula no ciclo de Rankine, troca calor
com um fluido secundário. O objetivo desse equipamento é possibilitar adequada mudança de fase do
vapor, que deve ser totalmente condensado. O fluido de trabalho deve retornar a caldeira, para tanto
precisa ser bombeado. Para adequado transporte pela bomba, o fluido de trabalho deve estar no estado
líquido. Do ponto de vista prático, é ideal que o fluido transportado seja líquido comprimido, para evitar
problemas operacionais à bomba. Os fluidos secundários mais utilizados no resfriamento do vapor são
a água e o ar. A Figura 5.6 apresenta um diagrama esquemático de um condensador a água com uma
bomba.

Figura 5.6 – Representação esquemática de uma Condensador e Bomba de Água


Fonte: Lora e Nascimento (2004)

5.3 Sistemas de refrigeração

As aplicações de sistemas de refrigeração são diversas. Esse sistema está bastante associado ao
desenvolvimento humano. Conservação de alimentos, conforto térmico, refrigeração industrial, entre
outros estão entre as aplicações possíveis. Estes sistemas são utilizados no resfriamento do fluido
secundário, em ar condicionado e geladeiras, por exemplo. Bem como para aquecimento do fluido
secundário, nos sistemas de aquecimento de água para uso doméstico e secagem de alimentos, por
exemplo. De forma geral, quando estes sistemas são utilizados para resfriamento, eles são denominados
como sistema de refrigeração. Em contrapartida, quando utilizados para aquecimento eles são
denominados bomba de calor.
A Figura 5.7 apresenta uma representação esquemática de um sistema de refrigeração para uma
geladeira. O ciclo que representa termodinamicamente estes sistemas é o ciclo por Compressão de
Vapor. Diversos fluidos refrigerantes podem ser utilizados para possibilitar o processo de refrigeração.
A adequada seleção do fluido refrigerante deve considerar parâmetros de performance bem como
minimização dos impactos ambientais.

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115
Figura 5.7 – Representação esquemática de um sistema de refrigeração da Geladeira.
Fonte: Só Física (2020).

5.3.1 Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor

A Figura 5.8 apresenta os componentes principais de um ciclo de Refrigeração por Compressão


de Vapor: evaporador, compressor, condensador e dispositivo de expansão. As transferências de energia
são consideradas positivas no sentido indicado pelas setas. Algumas considerações são realizadas para
simplificar os cálculos: (i) as variações de energia cinética e potencial são desprezíveis; (ii) não há perda
de calor dos componentes para o meio ambiente e nem das tubulações para o meio ambiente; (iii) será
considerado que os componentes estão operando em regime permanente. As equações seguintes são
obtidas a partir da aplicação da Primeira Lei da Termodinâmica a cada um dos componentes. Os pontos
considerados nas análises estão indicados na Figura 5.8. No texto que segue serão adotadas as seguintes
nomenclaturas: trabalho do compressor ( Wc ), calor que entra ( Qentra ) e o calor que sai ( Qsai ).

Figura 5.8 – Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor.

CEFET-MG − Máquinas Térmicas e de Fluxo


116
Cabe ainda ressaltar que a perda de carga nos trocadores de calor deve ser considerada nula, assim:
(i) a pressão deve ser considerada igual na entrada e saída do condensador; e (ii) a pressão deve ser
considerada igual na entrada e saída do evaporador.

5.3.1.1 Evaporador

É o trocador de calor no qual ocorre a retirada de calor da fonte fria, ocorrendo evaporação e
superaquecimento do fluido refrigerante. O balanço de massa e energia resulta na Equação 5.13.

Qentra
= h1 - h 4 (5.13)
m
5.3.1.2 Compressor

O compressor é o componente responsável por possibilitar a movimentação do fluido refrigerante.


Nele é fornecida a energia mecânica necessária para que a troca de calor entre a fonte quente e fria seja
realizada. A pressão é elevada até o ponto requerido pelo condensador. O trabalho realizado pelo
compressor é apresentado pela Equação 5.14.

Wc
= h 2 - h1 (5.14)
m
5.3.1.3 Condensador

É o trocador de calor no qual ocorre a rejeição de calor do fluido refrigerante para a fonte quente,
com a condensação do fluido refrigerante. Os fluidos secundários mais utilizados no condensador são o
ar e a água. Aplicando o balanço de energia e massa no condensador têm-se o apresentador pela Equação
5.15.

Qsai
= h 2 - h3 (5.15)
m

5.3.1.4 Dispositivo de expansão

Nesse dispositivo ocorre a expansão do fluido refrigerante. O balanço de massa e energia no


condensador conduz a Equação 5.16.

h3 = h 4 (5.16)

5.3.1.5 Coeficiente de desempenho

O coeficiente de desempenho (COP) para um sistema de refrigeração é calculado pela Equação


5.17 enquanto o COP para um sistema de aquecimento é obtido pela Equação 5.18.

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117
Qentra
COPrefrigeração = m = (h1 - h 4 ) (5.17)
Wc (h 2 - h1 )
m

Qsai
COPaquecimento = m = (h 2 - h 3 ) (5.18)
Wc (h 2 - h1 )
m

Exemplo 5.2) Um sistema ideal de refrigeração por compressão de vapor, opera em um local onde a
fonte quente (ambiente) está a 26°C e a fonte fria (refrigerador) deve ser mantida a 0°C. Assim, o vapor
saturado entra no compressor a 0°C, enquanto o líquido saturado deixa o condensador a 26°C. O fluido
refrigerante utilizado é o R-134a e a vazão mássica de fluido refrigerante é de 0,1 kg/s. Dados adicionais
estão fornecidos na tabela. Determine para o ciclo o que se pede:

Ponto T (°C) P (bar) x h (kJ/kg) Estado


1
2 x 264,6
3
4

a) Preencha completamente a tabela;


b) Calcule a potência do compressor em kW;
c) Calcule o coeficiente de desempenho (COP) do ciclo;
d) Calcule a carga térmica ( Qentra ) em kW;
e) Calcule a taxa de transferência de calor ( Qsai ) para o meio ambiente kW.

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118
CEFET-MG − Máquinas Térmicas e de Fluxo
119
5.3.2 Características dos Principais Componentes

Cada um dos componentes principais do sistema de compressão a vapor apresenta um


comportamento característico. Entretanto, as condições de um componente influenciam os outros.

5.3.2.1 Evaporador

O evaporador é o componente no qual o fluido refrigerante recebe calor do fluido secundário. A


Figura 5.9 apresenta uma foto de um evaporador. O fluido refrigerante circula no interior da tubulação,
enquanto o fluido secundário, ar (por exemplo) circula do lado externo. A representação de um
evaporador de um sistema de ar condicionado do tipo Split pode ser vista na Figura 5.10. Na geladeira
indicada na Figura 5.7 o evaporador é a parte conhecida como freezer.

Figura 5.9 – Evaporador a ar.

Figura 5.10 – Evaporador de um sistema de ar condicionado Split.

5.3.2.2 Compressor

O compressor possibilita a movimentação do fluido refrigerante no sistema, elevando o fluido da


pressão requerida na linha de baixa, para a pressão requerida na linha de alta. Uma representação de um
compressor alternativo hermético pode ser vista na Figura 5.11.

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120
Figura 5.11 – Compressor alternativo hermético.

5.3.2.3 Condensador

O condensador é o componente no qual o fluido refrigerante rejeita calor para o fluido secundário.
A Figura 5.12 apresenta uma foto de um condensador. O fluido refrigerante circula no interior da
tubulação, enquanto o fluido secundário, ar (por exemplo) circula do lado externo. A representação de
um condensador de um sistema de ar condicionado do tipo Split pode ser vista na Figura 5.13. Na
geladeira indicada na Figura 5.7 o condensador é o trocador de calor instalado na parte de trás.

Figura 5.12 – Condensador a ar.

Figura 5.13 – Condensadores de um sistema de ar condicionado Split.


Fonte: Refrival Refrigeração (2020).

5.3.2.4 Dispositivo de expansão

O dispositivo de expansão apresenta duas funções principais: (i) reduzir a pressão do fluido
refrigerante; e (ii) regular a vazão do fluido refrigerante. Diversos dispositivos podem ser utilizados para
essa finalidade, destacando-se: o tubo capilar (Figura 5.14), a válvula de expansão termostática (Figura
5.15) e a válvula de expansão eletrônica (Figura 5.16).

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121
Figura 5.14 – Dispositivo de Expansão – Tubo capilar.

Figura 5.15 – Dispositivo de Expansão – Válvula de expansão termostática.

Figura 5.16 – Dispositivo de Expansão – Válvula de expansão eletrônica.

5.4 Motores de combustão interna

Os motores de combustão interna considerados nesta seção são os do tipo alternativos, utilizados
para possibilitar o transporte através de automóveis, caminhões e ônibus. Uma característica importante
é que o ciclo termodinâmico dos motores de combustão interna ocorre dentro de um único equipamento,
o conjunto cilindro-pistão.
Os tipos principais de motores a combustão interna alternativos são o de ignição por centelha, que
opera no ciclo Otto, e o de ignição por compressão, que opera no ciclo Diesel.
A operação dos motores dá-se em dois ou quatro tempos. A Figura 5.17 apresenta o ciclo Otto de
4 tempos.

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122
Na fase de admissão (aspiração) o pistão se desloca do ponto morto superior (PMS) para o ponto
morto inferior (PMI). Esse deslocamento resulta em uma redução da pressão no interior do cilindro.
Neste instante a válvula de admissão encontra-se aberta e a válvula de escape fechada, ocorre então a
aspiração da mistura ar / combustível.
Na fase de compressão as válvulas de admissão e de escape se encontram fechadas. O pistão se
desloca do PMI ao PMS comprimindo a mistura na câmara de combustão.
Na fase de combustão, as válvulas continuam fechadas. A combustão é introduzida através de uma
vela próxima ao final do curso de compressão. A combustão provoca um aumento de temperatura e
pressão no interior do cilindro, fazendo com que o pistão seja deslocado em direção ao PMI. É neste
momento que o motor desempenha o seu papel: produção de potência. Vale ressaltar que o motor faz
uso de um volante para permitir um movimento mais uniforme da árvore de manivelas.
Na fase de escape a válvula de escape se abre, mantendo-se a válvula de admissão fechada, e os
gases resultantes do processo de combustão são expulsos do cilindro através do deslocamento do pistão
em direção ao PMS.
O ciclo Diesel bastante utilizado em motores de combustão interna, sobretudo para veículos de
maior porte, apresenta características que diferem do ciclo Otto. A Figura 5.18 apresenta uma análise
comparativa entre os ciclos para um motor que opera em um ciclo de 4 tempos.
No motor a combustão interna operando no ciclo Diesel, no 1° tempo o ar é aspirado e no e 2°
tempo o ar é comprimido. Por sua vez, no 3° tempo o combustível é injetado e ocorre a autoignição da
mistura, seguido da expansão dos gases e realização de trabalho. Finalmente, no 4° tempo, os gases
gerados pela combustão são descarregados para a atmosfera.

Figura 5.17 – Ciclo Otto de 4 Tempos.


Fonte: Educação Automotiva (2017)

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123
Figura 5.18 – Comparação entre ciclo Otto (à esquerda) e Diesel (à direita) para motores de 4 Tempos.
Fonte: Lora e Nascimento (2004).

5.4.1 Motores a Combustão Interna – Ciclo Otto

A Figura 5.19 apresenta os diagramas pressão versus volume para o ciclo padrão de Otto teórico,
Figura 19 (a) e real Figura 19 (b). Por sua vez, a Tabela 1 descreve o que ocorre em cada etapa do ciclo.

Figura 5.19 – Diagrama pxV dos ciclos Otto (a) teórico e (b) real.
Fonte: Oliveira, Costa Júnior e Costa (2008).

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124
Tabela 1 – Descrição dos intervalos do ciclo padrão de ar Otto.
Intervalo Descrição Tempo
0→1 Admissão isobárica da mistura ar + combustível. 1°
1→2 Compressão adiabática. 2°
Introdução isovolumétrica de energia na forma de calor (proveniente da
2→3 3°
combustão). Esta energia é designada por Qa.
Expansão adiabática (neste momento ocorre a realização de trabalho, o
3→4 3°
qual é designado por W).
Rejeição isovolumétrica de energia na forma de calor. Esta energia é
4→1 4°
designada por Qr.
1→0 Escape isobárico (liberação dos gases resultantes da combustão). 4°

Do modelo de gás ideal obtemos as Equações 5.19 a 5.24. Cabe ressaltar que os processos 1-2 e
3-4 são isentrópicos, que os processos 2-3 e 4-1 são isovolumétricos e que os processos 0-1 e 1-0 são
isobáricos. Nas equações, k é a razão entre os calores específicos a pressão constante (cp) e a volume
constante (cv), T é a temperatura, P é a pressão e V é o volume. Os números de 1 a 4 correspondem aos
pontos indicados na Figura 5.19.

cp
k= (5.19)
cv

k-1
T2 V 
= 1 (5.208)
T1  V2 

k
P2 V 
= 1 (5.21)
P1  V2 

T3 P3
= (5.229)
T2 P2

k-1
T3  V4 
=  (5.23)
T4  V3 

k
P3  V4 
=  (5.2410)
P4  V3 

A razão de compressão (rv) é calculada como apresentado na Equação 5.25.

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125
V1 V4
rv = = (5.25)
V2 V3

A aplicação da primeira lei da termodinâmica aos processos 2-3 e 4-1 resulta nas Equações5.26 e
5.27. Onde Qa indica o calor que é adicionado ao ciclo pela combustão e Qr o calor que é rejeitado pelo
ciclo.

Qa = c v ( T3 - T2 ) (5.26)

Qr = c v ( T1 - T4 ) (5.2711)

Por fim, a eficiência térmica do ciclo (ƞ) é calculada pela Equação 5.28.

1
 = 1- (5.28)
rvk-1

Exemplo 5.3) A razão de compressão num ciclo padrão de ar Otto é 10. No início do curso de
compressão, a pressão é igual a 0,1 MPa e a temperatura é de 15°C. Sabendo que a transferência de calor
para o ar, por ciclo, é igual a 1800 kJ/kg de ar, determine:

a) A pressão e a temperatura no final de cada tempo do ciclo.


b) O rendimento térmico.
c) O trabalho gerado no ciclo.

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126
CEFET-MG − Máquinas Térmicas e de Fluxo
127
5.4.2 Motores a Combustão Interna – Ciclo Diesel

A Figura 5.20 apresenta os diagramas pressão versus volume para o ciclo padrão de Diesel teórico,
Figura 5.20(a) e real Figura 5.20(b). Por sua vez, a Tabela 2 descreve o que ocorre em cada etapa do
ciclo.

Figura 5.20 – Diagrama pxV dos ciclos Diesel (a) teórico e (b) real.
Fonte: Oliveira, Costa Júnior e Costa (2008).

Tabela 2 – Descrição dos intervalos do ciclo padrão de ar Diesel.


Intervalo Descrição Tempo
0→1 Admissão isobárica do ar 1°
1→2 Compressão adiabática. 2°
Introdução isobárica de energia na forma de calor (proveniente da
2→3 3°
combustão). Esta energia é designada por Qa
Expansão adiabática (neste momento ocorre a realização de trabalho, o
3→4 3°
qual é designado por W).
Rejeição isovolumétrica de energia na forma de calor. Esta energia é
4→1 4°
designada por Qr.
1→0 Escape isobárico (liberação dos gases resultantes da combustão). 4°

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128
5.5 Listas de Exercícios – Máquinas Térmicas

LE 1 – Lista de Exercícios 1 – Máquinas Térmicas


ASSUNTOS: Sistema de Potência a Vapor.

1) Descreve de forma sucinta e objetiva, a funcionalidade de cada um dos componentes principais de


um ciclo de Rankine.

2) Considere uma usina de potência a vapor d’água que opera segundo o ciclo de Rankine simples ideal.
O vapor entra na turbina a 3 MPa e 350°C e é condensado no condensador à pressão de 75 kPa (líquido
saturado). A vazão mássica de fluido refrigerante é de (10+0,1.n) kg/s. Determine o que se pede:

a) Preencha completamente a tabela;


b) Calcule a eficiência térmica;
c) Calcule a potência (𝑊̇𝑡 ) gerada na turbina em MW;
d) Calcule a potência (𝑊̇𝑏 ) consumida pela bomba em kW;
e) Calcule a taxa de transferência de calor (𝑄̇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 ) fornecida ao fluido de trabalho que passa pela caldeira
em MW;
f) Calcule a taxa de transferência de calor (𝑄̇𝑠𝑎𝑖 ) que sai do vapor condensado ao passar pelo condensador
em MW.

Ponto T (°C) P (kPa) x v (m³/kg) h (kJ/kg) Estado


1
2 0,89
3
Líq.
4 x - x
Comp.

3) Utiliza-se vapor como fluido de trabalho em um ciclo ideal Rankine. O vapor saturado sai da caldeira
a 2,5 MPa e o líquido saturado deixa o condensador a 50 kPa. A potência líquida de saída do ciclo é de
(18+0,2.n) MW. Dados adicionais estão fornecidos na tabela. Determine para o ciclo o que se pede:

a) Preencha completamente a tabela;


b) Calcule a eficiência térmica;
c) Calcule o fluxo de massa de vapor (kg/s);
d) Calcule a taxa de transferência de calor (𝑄̇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 ) fornecida ao fluido de trabalho que passa pela caldeira
em MW;
e) Calcule a taxa de transferência de calor (𝑄̇𝑠𝑎𝑖 ) que sai do vapor condensado ao passar pelo
condensador em MW.

Ponto T (°C) P (kPa) x v (m³/kg) h (kJ/kg) Estado


1
2 0,81
3
Líq.
4 x - x
Comp.

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129
Lista de Exercícios 1 – Máquinas Térmicas - Respostas

2. b) 26%
3. b) 24%

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130
LE 2 – Lista de Exercícios 2 – Máquinas Térmicas
ASSUNTOS: Sistema de Refrigeração por Compressão de Vapor.

1) Descreva de forma sucinta e objetiva a funcionalidade de cada um dos componentes principais de um


ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor.

2) Considere um ciclo de refrigeração ideal que utiliza R-134a como fluido de trabalho. A temperatura
do refrigerante na saída do evaporador é -20°C (vapor saturado), e na saída do condensador é 40°C
(líquido saturado). Sabendo que a vazão de refrigerante no ciclo é (0,005*n) kg/s. Determine o que se
pede:

a) Preencha completamente a tabela;


b) O coeficiente de desempenho para refrigeração e aquecimento;
c) A capacidade de refrigeração dessa instalação (𝑄̇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 );
d) A taxa de transferência de calor rejeitada nessa instalação (𝑄̇𝑠𝑎𝑖 );
e) A potência de eixo consumida pelo compressor.

Ponto T (°C) P (bar) x h (kJ/kg) Estado


1
2 x 277,51
3
4

3) Um sistema ideal de refrigeração por compressão de vapor opera em um local onde a fonte quente
(ambiente) está a 36°C e a fonte fria (refrigerador) deve ser mantida a -4°C. Assim, o vapor saturado
entra no compressor a -4°C, enquanto o líquido saturado deixa o condensador a 36°C. O fluido
refrigerante utilizado é o R-134a e a vazão mássica de fluido refrigerante é de 0,002.n kg/s. Dados
adicionais estão fornecidos na tabela. Determine para o ciclo o que se pede:

Ponto T (°C) P (bar) x h (kJ/kg) Estado


1
2 x 271,40
3
4

a) Preencha completamente a tabela;


b) Calcule a potência do compressor em kW;
c) Calcule o coeficiente de desempenho (COP) do ciclo;
d) Calcule a carga térmica (𝑄̇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 ) em kW;
e) Calcule a taxa de transferência de calor (𝑄̇𝑠𝑎𝑖 ) para o meio ambiente kW.

Lista de Exercícios 2 – Máquinas Térmicas - Respostas

2. b) COPref=3,1
3. c) COPref=5,5

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131
LE 3 – Lista de Exercícios 3 – Máquinas Térmicas
ASSUNTOS: Motor a Combustão Interna.

1) A razão de compressão num ciclo padrão de ar Otto é 8. No início do curso de compressão, a pressão
é igual a 0,2 MPa e a temperatura é de 25°C. Sabendo que a transferência de calor para o ar, por ciclo, é
igual a 1600 kJ/kg de ar, determine:
a) A pressão e a temperatura no final de cada tempo do ciclo.
b) O rendimento térmico.
c) O trabalho gerado no ciclo.

2) A razão de compressão num ciclo padrão de ar Otto é 11. No início do curso de compressão, a pressão
é igual a 0,15 MPa e a temperatura é de 35°C. Sabendo que a transferência de calor para o ar, por ciclo,
é igual a 2000 kJ/kg de ar, determine:
a) A pressão e a temperatura no final de cada tempo do ciclo.
b) O rendimento térmico.
c) O trabalho gerado no ciclo.

Lista de Exercícios 3 – Máquinas Térmicas - Respostas

1. a)
Ponto T(K) P(MPa)
2 684,97 3,7
3 2916,489 15,65
4 1269,48 0,851568

b) 56%
c) 903,6 kJ/kg

2. a)
Ponto T(K) P(MPa)
2 804,12 4,3
3 3593,517 19,24
4 1377,09 0,670335

b) 62%
c) 1233,6 kJ/kg

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132
5.6 Referências Complementares

MACINTYRE, Archibald Joseph. Equipamentos Industriais e de Processo. Rio de Janeiro: LTC,


1997.

MORAN, M.J.; et al. Princípios de Termodinâmica para Engenharia. Sétima edição. Rio de Janeiro:
LTC, 2014.

STOECKER, W.F.; JONES, J.W. Refrigeração e ar condicionado. São Paulo: McGraw-Hill, 1985.

Referências Bibliográficas

EDUCAÇÂO AUTOMOTIVA. Como funciona um motor 4 tempos. Disponível em:


https://educacaoautomotiva.com/2017/07/06/motor-4-tempos-como-funciona/. Acesso em: 21 de julho
de 2020.

EPE. Balanço Energético nacional 2017: Ano base 2016, Relatório Síntese. Empresa de Pesquisa
Energética - Rio de janeiro: EPE, 2017, p. 292, 2017. Disponível em: <www.epe.gov.br>.

LORA, Electo Eduardo Silva; NASCIMENTO, Marco Antônio Rosa (coordenadores). Geração
Termelétrica - Planejamento, Projeto e Operação. 2 volumes. Editora Interciência. 2004.

OLIVEIRA, Humberto Barros; COSTA JÚNIOR, Ezequiel de Souza; COSTA, Maria Celeste M. de
Souza. Apostila de Motores a Combustão Interna. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas
Gerais. 2008.

REFRIVAL REFRIGERAÇÂO. 5 Pontos Fundamentais Para Uma Perfeita Instalação De Ar


Condicionado. Disponível em: https://arcondicionadorefrival.com/instalacao-de-ar-condicionado/.
Acesso em: 21 de julho de 2020.

SÓ FÌSICA. Como funcionam os refrigeradores? Disponível em:


https://www.sofisica.com.br/conteudos/curiosidades/refrigeradores.php. Acesso em 21 de julho de
2020.

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133
Anexo I – Guia de Aula Prática

ANEXO I

GUIA DE
AULA PRÁTICA

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134
Aula prática 1 – Calculo do Rendimento de Bomba

1 CÁLCULO DO RENDIMENTO DE UMA BOMBA

1) Objetivo e dados a serem obtidos


O objetivo da prática é a obtenção da eficiência do conjunto moto-bomba para um determinado
ponto de operação. Durante a realização da atividade deverão ser obtidas as pressões na sucção e recalque
da bomba, a diferença de pressão no medidor de vazão do tipo Venturi, a rotação do conjunto e a potência
elétrica consumida.

2) Equações a serem utilizadas

a) Cálculo da altura manométrica


𝑃3 𝑃2
Hman = + (− ) + y
ρg ρg
y = 0,13 m
Onde:
P3 – indicação da pressão no manômetro instalado junto ao recalque da bomba [Pa];
P2 – indicação da pressão no manovacuômetro instalado junto à sucção da bomba [Pa];
y – desnível geométrico entre o ponto de instalação do manômetro e o ponto de instalação do
manovacuômetro [m];
ρ – densidade da água na temperatura ambiente [kg/m³].

b) Cálculo da vazão volumétrica

2. ∆P
Q = Cd A1
√ A2
ρ [( 21 ) − 1]
A2

Cd = 0,97
D1 = 0,0272 m
D2 = 0,016 m

Onde:
A1 – área de entrada do Venturímetro [m²];
A2 – área da garganta do Venturímetro [m²];
Cd – coeficiente de descarga do Venturímetro;
D1 – diâmetro de entrada do Venturímetro [m];
D2 – diâmetro da garganta do Venturímetro [m];
Q – vazão volumétrica [m³/s];
ΔP – diferença de pressão medida no Venturímetro [Pa];

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135
c) Cálculo da potência requerida pela bomba
Nb = ρgQHman
Onde:
Nb – potência requerida pela bomba;

d) Cálculo da eficiência total do conjunto moto-bomba


ρgQHman
N=
η

Nb
η=
N

Onde:
N – potência elétrica consumida;
η – rendimento total do conjunto moto-bomba (produto dos rendimentos hidráulico, volumétrico e
mecânico).

3) Procedimentos na bancada
a) Verificar se há água no reservatório;
b) Verificar se a bomba está escorvada;
c) Verificar se a válvula instalada no recalque da bomba está fechada (procedimento não obrigatório
devido ao inversor de frequência);
d) Verificar se a válvula de regulagem instalada na sucção da bomba está totalmente aberta;
e) Caso necessário, zere a leitura dos medidores digitais;
f) Ligar o motor;
g) Aumentar a rotação do conjunto (sugere-se algo próximo à 3000 rpm);
h) Caso o procedimento da letra “c” tenha sido executado, realizar a abertura da válvula até a posição
que julgar adequada para leitura;
i) Utilize as linhas de drenagem para drenar os medidores de pressão;
j) Efetuar as medições.

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136
CEFET-MG / DEMAT / Curso Técnico em Mecânica
Sistema de Ensaio de Bombas Centrífugas
Prática: Cálculo do Rendimento de uma Bomba
Membros do grupo: Turma: Data:
Dados Obtidos na Bancada Transformações e Cálculos
Rotação da Pressão na Pressão no ∆P Potência Pressão na Pressão no ∆P Potência
Abertura Hman Vazão Vazão Eficiência
Bomba Sucção P2 Recalque P3 Venturi de Entrada Sucção P2 Recalque P3 Venturi Hidráulica
Válvula [mca] [m³/s] [l/s] [%]
[rpm] [bar] [bar] [bar] [W] [Pa] [Pa] [Pa] [W]

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137
Anexo II – Transformação de unidades

ANEXO II − TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES


LEC 1 – Lista de Exercícios Complementar 1 – Máquinas Térmicas e de Fluxo
ASSUNTOS: Transformação de Unidades

1) Transforme as velocidades abaixo para as unidades solicitadas:


a) 10 cm/s para m/s;
b) 12 m/s para cm/s;

2) Transforme as áreas abaixo para as unidades solicitadas:


a) 100 cm² para m²;
b) 2200 mm² para m²;
c) 18 m² para cm²;

3) Transforme os volumes abaixo para as unidades solicitadas:


a) 10 m³ para cm³;
b) 17 m³ para litros;
c) 142 litros para m³;
d) 12,7 dm³ para litros;

4) Transforme as vazões volumétricas para as unidades solicitadas:


a) 12 m³/h para m³/s;
b) 16 m³/h para l/s;
c) 240 l/h para m³/h;
d) 67 l/s para m³/s.

5) Transforme as pressões para as unidades solicitadas:


a) 18 kgf/cm² para N/m²;
b) 6 Pa para kgf/cm²;
c) 150 bar para kgf/cm²;
d) 55 kgf/cm² para bar.

6) Calcule as áreas das circunferências abaixo cujos diâmetros ou raios estão indicados em cada letra,
todas as respostas deverão estar em m²:
a) D = 2 cm;
b) D = 10 mm;
c) R = 0,2 m;

Lista de Exercícios Complementar 1 – Máquinas Térmicas e de Fluxo - Respostas

1) a) 0,1 m/s
b) 1200 cm/s

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2) a) 0,01 m²
b) 2,2 x 10-3 m²
c) 180000 cm²

3) a) 107 cm³
b) 1,7 x 104 litros
c) 0,142 m³
d) 12,7 litros

4) a) 0,0033 m³/s
b) 4,4 l/s
c) 0,24 m³/h
d) 0,067 m³/s

5) a) 1,8 x 106 N/m²


b) 6,1 x 10-5 kgf/cm²
c) 153 kgf/cm²
d) 54 bar

6) a) 3,1 x 10-4 m²
b) 7,9 x 10-5 m²
c) 1,3 x 10-1 m²

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Folhas para Anotações

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