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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

CAMPUS ALTO PARAOPEBA

TECNOLOGIA PARA ESTRADAS VICINAIS DE ACESSO A MINA

Marcelo Henrique Simões Freitas


Túlio Pena da Silva

Julho de 2019
Ouro Branco – MG
TECNOLOGIA PARA ESTRADAS VICINAIS DE ACESSO A MINA

Trabalho de Conclusão de Curso


(TCC) apresentado como requisito
obrigatório, para a diplomação no
Bacharelado em Ciência e Tecnologia da
Universidade Federal de São João del-Rei.
Orientador: Prof. Tales Moreira de Oliveira

Julho de 2019
Ouro Branco – MG
FOLHA DE APROVAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
CAMPUS ALTO PARAOPEBA

DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO

Título: TECNOLOGIA PARA ESTRADAS VICINAIS DE ACESSO A MINA

Autor: Marcelo Henrique Simões Freitas


Túlio Pena da Silva

Aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil.

__________________________
Prof. D.Sc Tales Moreira de Oliveira - UFSJ
(Orientador)

________________________________________
Prof. D.Sc Paulo Roberto Borges - UFSJ
(Banca Examinadora)

________________________________________
Prof. D.Sc Leandro Neves Duarte- UFSJ
(Banca Examinadora)

Ouro Branco-MG
Julho de 2019

4
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... v


LISTA DE TABELAS ........................................................................................ vi
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 7
1.1 Objetivos ............................................................................................ 7
1.1.1 Objetivo principal .................................................................................................. 7
1.1.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 8

1.2 Organização do Trabalho.................................................................. 8


2 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO .......................................................... 10
2.1 Importância da mineração .............................................................. 10
2.2 Estradas no âmbito da Mineração.................................................. 10
2.3 Geração de Resíduos Siderúrgicos ............................................... 11
2.4 Uso de resíduos siderúrgicos na pavimentação .......................... 13
2.5 Estabilização do solo ...................................................................... 14
2.6 Estabilização mecânica................................................................... 14
2.7 Estabilização granulométrica ......................................................... 15
2.8 Escória.............................................................................................. 15
2.9 Uso de Escória Aplicado em Rodovias ......................................... 16
2.10 A Geometria das Vias ...................................................................... 17
2.11 Drenagem ......................................................................................... 18
2.12 Vias de Terras .................................................................................. 18
3 Propriedades Físicas, Químicas E Mecânica Da Escória ................... 21
3.1 Introdução ........................................................................................ 21
3.2 Programa experimental ................................................................... 23
3.2.1 Planejamento dos experimentos ................................................ 23
3.2.2 Materiais usados .......................................................................... 24
3.2.3 Análise granulométrica ................................................................ 24
3.2.4 Abrasão Los Angeles ................................................................... 25
3.2.5 Resistência ao Esmagamento ..................................................... 25
3.2.6 Expansibilidade Livre .................................................................. 26
3.2.7 Massa Especifica dos Agregados Graúdos e Absorção........... 26
3.2.8 Massa Especifica dos Agregados Miúdos ................................. 27
3.2.9 Índice de Forma ............................................................................ 27
3.2.10 Compactação da Escória ............................................................. 27
3.2.11 CBR ou Índice de Suporte Califórnia (ISC) ................................ 28
3.2.12 Difração de Raio x ........................................................................ 28
3.3 Resultados e Discursões ................................................................ 29
3.3.1 Análise Granulométrica ............................................................... 29
3.3.2 Abrasão Los Angeles ................................................................... 30
3.3.3 Resistência ao Esmagamento ..................................................... 30
3.3.4 Expansibilidade Livre .................................................................. 31
3.3.5 Massa Específica dos Agregados Graúdos e Absorção........... 31
3.3.6 Massa Específica dos Agregados Miúdos ................................. 31
3.3.7 Índice de Forma ............................................................................ 32
3.3.8 Difração de Raio x ........................................................................ 32
3.4 Conclusão ........................................................................................ 33
4 Blend composto de solo residual e escória ........................................ 34
4.1 Introdução ........................................................................................ 34
4.2 Programa Experimental .................................................................. 35
4.2.1 Escória de Aciaria ........................................................................ 36
4.2.2 Solo da Jazida de Empréstimo.................................................... 38
4.2.3 Mistura Escória – Solo (Blend).................................................... 39
4.3 RESULTADO E DISCUSSÕES ........................................................ 40
4.3.1 Solo da Jazida de Empréstimo.................................................... 40
4.3.1.1 Limites de Liquidez e Plasticidade ............................................. 40
4.3.1.2 Granulometria Conjunta .............................................................. 41
4.3.1.3 Ensaio de Compactação .............................................................. 42
4.3.1.4 Índice de Suporte Califórnia e Expansão ................................... 42
4.3.1.5 Metodologia MCT para classificação dos Solos ........................ 42
4.3.2 Mistura Escória – Solo (Blend).................................................... 42
4.3.2.1 Índice de Suporte Califórnia e Expansão ................................... 42
4.3.2.2 Metodologia MCT para Classificação dos Solos ....................... 43
4.3.2.3 Ensaio de durabilidade por molhagem e secagem ................... 44
4.4 CONCLUSÕES ................................................................................. 45

5
5 Projeto de estrada de acesso: Estudo de caso Gerdau mina Miguel
Burnier 47
5.1 Introdução. ....................................................................................... 47
5.2 Programa Experimental. ................................................................. 48
5.2.1 Estudo das condições de campo ................................................ 49
5.2.2 Estudo do tráfego ......................................................................... 55
5.2.2.1 Levantamento de dados .............................................................. 55
5.2.2.2 Número Equivalente de Operações do Eixo Padrão (N). .......... 56
5.2.3 Estudo do Subleito ....................................................................... 58
5.2.4 Dimensionamento do Pavimento com Aplicação do Blend ..... 59
5.2.4.1 Método CBR .................................................................................. 59
5.2.5 Estudo Hidrológico e Sistema de Drenagem ............................. 61
5.3 Resultados e Discussões. .............................................................. 62
5.3.1 Limite de Liquidez – LL ................................................................ 62
5.3.2 Limite de Plasticidade – LP ......................................................... 63
5.3.3 Índice de Plasticidade – IP........................................................... 63
5.3.4 Granulometria Conjunta .............................................................. 63
5.3.5 Índice de Suporte Califórnia – CBR ............................................ 64
5.3.6 Ensaio de Compactação .............................................................. 64
5.3.7 Dimensionamento do Blend ........................................................ 65
5.3.8 Sistemas de Drenagem ................................................................ 66
5.3.9 Conclusão ..................................................................................... 67
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 68
Anexo A .......................................................................................................... 73
Anexo B .......................................................................................................... 74
Anexo C .......................................................................................................... 75
Anexo D .......................................................................................................... 76
Anexo E ........................................................................................................... 77

6
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxograma do processo siderúrgico típicos de usinas integradas.


Adaptado de (IAB, 2012) .......................................................................................... 11
Figura 2 – Fluxograma da etapa de redução do processo siderúrgico de uma
usina integrada. ........................................................................................................ 12
Figura 3 – Fluxograma da etapa de refino do aço do processo siderúrgico. .... 13
Figura 4 - Fluxograma das etapas do estudo ................................................... 23
Figura 5 – Escória de aciaria em diferentes faixas granulométricas
comercializada pela Gerdau. .................................................................................... 24
Figura 6 – Curva granulométrica da escória de aciaria fornecida pela Gerdau.30
Figura 7 – Difratograma da escória. ................................................................. 33
Figura 8 - Fluxograma das etapas do estudo ................................................... 36
Figura 9 – Amostra de Escória separadas granulometricamente..................... 37
Figura 10 – Extração e estocagem da amostra de solos. ................................ 38
Figura 11 – Foto das três amostras em imersão .............................................. 44
Figura 12 – Imagens dos corpos de prova no ensaio de durabilidade ............. 44
Figura 13 - Fluxograma das etapas de estudo ................................................. 48
Figura 14 – Reta Patrag ................................................................................... 49
Figura 15 – Reta Patrag ................................................................................... 50
Figura 16 – Reta Patrag ................................................................................... 50
Figura 17 – Reta Patrag ................................................................................... 51
Figura 18 – Trecho curvo ................................................................................. 51
Figura 19 – Trecho curvo ................................................................................. 52
Figura 20 – Trecho curvo ................................................................................. 52
Figura 21 –Trecho curvo .................................................................................. 53
Figura 22 – Subida do Pires ............................................................................. 53
Figura 23 – Subida do Pires ............................................................................. 54
Figura 24 – Subida do Pires ............................................................................. 54
Figura 25 – Subida do Pires ............................................................................. 55
Figura 26 – Espessura total do pavimento, em função de N e do CBR, em
termos de material com K = 1 – Fonte: DNIT (2006). ............................................... 60
Figura 27 – Dimensionamento usando o método CBR. Fonte: Oliveira Filho et
alli 2009 .................................................................................................................... 61
Figura 28 - Modelo do pavimento..................................................................... 65

v
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Porcentagens de escória passando nas peneiras .......................... 29


Tabela 2 – Expansibilidade livre da escória de aciaria..................................... 31
Tabela 3 - Condições para ensaio de DRX da amostra da escória.................. 32
Tabela 4 - Faixas pré-estabelecidas pela GERDAU ........................................ 37
Tabela 5 - Ensaios executados e referencial teórico para a escória de aciaria 38
Tabela 6 - Ensaios executados e referencial teórico para o solo ..................... 39
Tabela 7 - Ensaios executados e referencial teórico para a mistura ................ 40
Tabela 8 - Valores de LL e LP para o solo da jazida de empréstimo ............... 40
Tabela 9 - Granulometria do peneiramento grosso do solo ............................. 41
Tabela 10 - Granulometria do peneiramento fino ............................................. 41
Tabela 11 - Valores de CBR e expansão para o solo ...................................... 42
Tabela 12 – Valores obtidos através do ensaio MCT e classificação referente
aos mesmos. ............................................................................................................ 42
Tabela 13 - Valores de CBR e expansão para a mistura 9:1 ........................... 43
Tabela 14 – Valores de CBR e expansão para mistura 8,5:1,5 ....................... 43
Tabela 15 – Valores de CBR e expansão para mistura 8:2 ............................. 43
Tabela 16 - Resultados do ensaio de durabilidade .......................................... 45
Tabela 17 - Estudo de tráfego .......................................................................... 56
Tabela 18 - Dados para cálculo do N - MB - LOBO LEITE .............................. 57
Tabela 19 - Dados para cálculo do N / MB - 040 + VL - MB ............................ 57
Tabela 20 - Identificação das amostras ........................................................... 58
Tabela 21 - Ensaios realizados e respectivamente normas e referencias ....... 58
Tabela 22 - Resultado Limite Liquidez ............................................................. 62
Tabela 23 - Resultado Limite de Plasticidade .................................................. 63
Tabela 24 - Resultados Índice de Plasticidade ................................................ 63
Tabela 25 - Resultados peneiramento grosso.................................................. 64
Tabela 26 - Resultados peneiramento fino ...................................................... 64
Tabela 27 - Índice de suporte Califórnia - CBR ................................................ 64
Tabela 28 - Resultados ensaio de compactação ............................................. 65
Tabela 29 - Dimensionamento do pavimento ................................................... 65

vi
1 INTRODUÇÃO
Como na maioria dos municípios brasileiros, a manutenção das estradas
vicinais, conhecidas como estradas de terra, não pavimentadas e ou rurais, resumem-
se no vulgo “patrolamento”. O patrolamento é tecnicamente entendido como serviço
de nivelamento da plataforma estrada, por intermédio da passagem de uma
motoniveladora (Patrol), com o objetivo de reparar buracos, retirar costelas, atoleiros,
pedras aflorantes e outros defeitos. Entretanto a utilização constante deste serviço,
sem outras técnicas, acaba gerando vários problemas crônicos. Um deles é que há
um encaixe gradual da pista, onde o leito é rebaixado, fazendo com que ela se torne
uma calha para as águas da chuva, levando a uma erosão progressiva da pista,
dificultando a trafegabilidade e ainda carreando partículas sólidas aos rios, desta
forma impactando o meio ambiente com o turvamento e o assoreamento dos mesmos.
Do ponto de vista econômico, o patrolamento resolve o problema a curto prazo,
fragilizado o leito da estrada e criando um dispendido no médio e longo prazo.
No caso das mineradoras e regiões localizadas próxima a esta, pode-se ter outro
caso agravante devido ao lançamento de escórias sobre a pista de rolamento sem a
devida técnica, além de levar a outras patologias, como escorregamento dos veículos,
contaminação de água de rios e córregos ainda verificasse que volumosa parte deste
resíduo termina assoreando os cursos de água da região ao seu entorno. A falta de
jazidas minerais identificadas e licenciadas é outro fator que também pode dificultar a
manutenção das estradas.
Neste contexto este trabalho visa sanar a carência de informação tecnológica
para construção de estradas vicinais estudando aplicações tecnológicas de misturas
de solo e escória, dentro de um contexto tecnológico que permita o alcance de um
desenvolvimento para as estradas vicinais de acesso a mina pertencente a Gerdau,
podendo inclusive se tornar extensiva para toda região do Alto Paraopeba.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo principal

O trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um blend composto por


escória de aciaria estabilizada granulometricamente com solo para aplicação como
revestimento primário de pistas experimentais a serem futuramente executadas em
um acesso à Mina Miguel Burnier – Gerdau Mineração, visando proporcionar
7
durabilidade para as pistas de rolamento e diminuição do material particulado em
suspensão, gerado pela tráfego rodoviário, buscando configurar-se em uma solução
técnica, econômica e sustentável.

1.1.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos propostos para o presente trabalho são:

a) Caracterizar, e qualificar a escória de aciaria oriunda do processo de fabricação


de aço produzido pela Gerdau Açominas localizada na cidade de Ouro Branco -
MG;
b) Caracterizar e quantificar a expansão da escória de aciaria em estudo, por meio
de ensaios de expansibilidade, avaliando diversos fatores (tempo de estocagem,
distribuição granulométrica, propriedades químicas) que contribuem para a
ocorrência desse fenômeno.
c) Caracterizar as propriedades de resistência mecânica da escória de aciaria para
utilizar como camada de revestimento primário de um pavimento vicinal.
d) Caracterização geotécnica do subleito em pontos críticos definidos pela
empresa.
e) Caracterização geotécnica do solo da jazida de empréstimo.
f) Desenvolver um Blend de escória de aciaria mais solo da jazida de empréstimo
e caracterizar as propriedades de resistência mecânica, e resistência ao
desgaste.
g) Mapear todos os dispositivos de drenagens existentes e propor melhorias em
todo o sistema de drenagem das vias em estudo.
h) Desenvolver projeto de superestrutura das vias em estudo.
i) Desenvolver metodologia de execução para pista experimental em local
previamente definido.

1.2 Organização do Trabalho

Apresenta-se, neste tópico, a estrutura geral desse trabalho, com um resumo do


que compõem o corpo deste TCC. O trabalho está separado em introdução geral, já
apresentado, referencial bibliográfico, outros capítulos (a seguir detalhados) e
Conclusão geral.

8
A referência de literatura relata sobre a importância da mineração, estradas no
âmbito da mineração, geração de resíduos causado pela mineração, uso de resíduos
na pavimentação em geral, estabilização granulométrica, escória, escória na
pavimentação, aspectos geométricos e de drenagem das vias de terra.

Os capítulos citados a seguir são compostos por Introdução, Programa


experimental, Resultados e discussões; e Conclusões.

O capítulo 3 aborda um estudo sobre propriedade físicas, químicas e mecânicas


da escória produzida pela Gerdau.

No capítulo 4 aborda-se sobre o desenvolvimento de um blend composto de solo


residual e escória aplicando-se técnicas de estabilização granulométrica.

O quinto capítulo apresenta um projeto básico para trechos experimentais a


serem construídos numa estrada de acesso a mina e planta de beneficiamento da
Gerdau.

Na conclusão geral são apresentados os principais resultados obtidos e


recomendações acerca do blend proposto para ser aplicado nas estradas vicinais.

9
2 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

2.1 Importância da mineração

A mineração possui grande valor para história, suprindo um grande número de


bens minerais, insumos e matérias primas, que são necessárias para o progresso e
desenvolvimento das civilizações. Por outro lado, junto há mineração, vários
problemas ambientais surgirão afetando tanto o ambiente interno quanto o externo à
mina (ALMEIDA,199).
Diante desse cenário, as populações veem solicitando que atrelado a atividade
de mineração ocorra não só a expansão das fronteiras geográficas e econômicas, que
viabilizarão o desenvolvimento e fornecem oportunidades econômicas, como também
possam transferir oportunidades de crescimento social, humano sempre de forma
sustentável e segura, sobre tudo respeitando os limites da natureza e por tanto
promovendo contrapartidas ambientais que resguardem o meio ambiente como um
todo.
A mineração em todo o mundo é identificada como estimuladora do
desenvolvimento, tendo grande atuação na economia mundial. Além disso, é uma
atividade crucial, fornecedora dos insumos necessários para a infraestrutura e o bem-
estar de uma sociedade.

2.2 Estradas no âmbito da Mineração

Por muito tempo as estradas de acesso e internas de mina não eram atreladas
ao sucesso da atividade mineradora e por tanto foram pouco estudadas. Contudo,
atualmente, se tem concedido maior importância aos custos unitários na cadeia
minerária no qual se incluí o transporte do minério e todos os seus intervenientes. Os
impactos negativos que más condições das estradas podem causar no custo do
transporte, inclusive em relação a segurança e a convivência com comunidades
vizinhas aos empreendimentos, que também podem fazer uso das vias, tem suscitado
das mineradoras maior atenção a durabilidade e qualidade, das estradas, uma vez
que os custos de manutenção e segurança afetam diretamente os lucros produzidos
pela atividade mineradora (Thompson e Visser, 2008).
As rodovias municipais, estaduais e federais em geral seguem um padrão, que
fica sob a responsabilidade de órgãos públicos. Na maioria das vezes as estradas de

10
mina, não possuem um órgão público responsável pelo seu controle e padronização
dos projetos, pois se trata de estradas privadas. Assim sendo, para que as estradas
tenham um padrão construtivo de qualidade a iniciativa tem que partir das
mineradoras ou de pesquisadores interessados no assunto, conforme Oliveira Filho
(2010).

2.3 Geração de Resíduos Siderúrgicos

O termo metalurgia pode ser definido como uma sequência de processos que
visam obter um metal a partir de um minério equivalente. A siderurgia é um ramo da
metalurgia especializada na fabricação e tratamento de ferros fundidos e aço a partir
de minério de ferro.
Nos métodos siderúrgicos o minério de ferro é convertido a ferro-gusa, a partir
da redução de óxidos de ferro em Altos-Fornos, e posteriormente é refinado para
formar aço na aciaria, adquirindo propriedades de resistência ao desgaste, ao impacto
e à corrosão. O aço é então disposto em lingotes e na etapa de laminação é
deformado mecanicamente (por extrusão ou prensagem) transformando-se em
chapas, bobinas, vergalhões, arames, perfilados e barras (Figura 1) (IAB, 2012).

Coqueria

Alto-Forno Aciaria Lingotamento Laminação


Forno Forno

Sinterização
Figura 1 – Fluxograma do processo siderúrgico típicos de usinas integradas. Adaptado de (IAB, 2012)

Os Altos-Fornos são alimentados pelo topo em camadas intercaladas de minério


de ferro, coque ou carvão vegetal, e fundentes, em proporções apropriadas, sendo
injetado através da base em contracorrente, ar ou oxigênio pré-aquecido, como
observado na Figura 2 (JACOMINO et al., 2002). Para que o oxigênio injetado flua
através da carga, o minério de ferro e o carvão devem ser previamente preparados
em unidades denominadas de sinterização e coqueria, respectivamente, onde
partículas finas são aglomeradas através de tratamento térmico formando agregados
de maior resistência e granulometria.

11
Figura 2 – Fluxograma da etapa de redução do processo siderúrgico de uma usina integrada.

No Alto-Forno a redução dos óxidos de ferro se processa através de uma cadeia


de reações oxido-redutoras principalmente entre o carbono e o ferro. O oxigênio
injetado oxida o carbono presente no coque formando CO, que agirá como agente
redutor do ferro, formando o ferro-gusa. Outro produto formado no Alto-Forno é a
escória, composta basicamente pela canga do minério, pelos fundentes e pelas cinzas
do coque ou carvão vegetal (JACOMINO et al., 2002). O ferro-gusa e a escória são
retiradas do Alto-Forno por perfurações realizadas em sua base, podendo ser
separados por densidade.
A etapa de refino do aço ocorre na Aciaria, em fornos a oxigênio ou elétricos,
caracterizada por reações de oxidação das impurezas do ferro, e intensa combustão
do carbono, figura 3.

12
Figura 3 – Fluxograma da etapa de refino do aço do processo siderúrgico.

Segundo dados do Instituto Aço Brasil - IAB, para cada tonelada de aço bruto
produzido, são gerados mais de 600 kg de coprodutos e resíduos.

2.4 Uso de resíduos siderúrgicos na pavimentação

A busca constante por soluções sustentáveis e ambientalmente corretas tem


feito surgir procura por alternativas que visem a inclusão de tecnologias limpas com
geração zero ou quase zero de resíduos e rejeitos e quando não na busca por
alternativas que permitam o aproveitamento destes elementos que até então eram
considerados inservíveis. A ISO 14001, focada na gestão ambiental, traz diversas
soluções que visam manter as empresas regidas por uma legislação que busca
minimizar os impactos da cadeia produtiva, oferecendo um eficiente Sistema de
Gestão Ambiental, e consequentemente a Gestão dos Resíduos Sólidos.
Para serem utilizados, os resíduos devem ser classificados de acordo com suas
características, para que o seu uso ocorra de fato de foram ambientalmente corretas.
Diversos estudos têm sido implementados a fim de oportunizar uma alternativa
à destinação dos resíduos, das mais variadas origens, como a cinza de lodo utilizada
na composição de argamassas, resíduos de obras em fábricas de pré-moldados,
resíduo fino do beneficiamento do caulim na confecção de tijolos, blocos e concreto
de cimento Portland, além de composição em argamassas, como também da
utilização de resíduos na construção de pavimentos de rodovias.

13
Costa (2006) avaliou o comportamento volumétrico e mecânico, em laboratório,
de misturas asfálticas do tipo concreto asfáltico, utilizando o rejeito grosso formado no
processo de beneficiamento do caulim, em substituição parcial, ou mesmo total aos
agregados normalmente empregados em misturas convencionais. Esta autora
verificou também que se pode empregar, de acordo com a composição volumétrica,
até 30% do resíduo em substituição aos agregados.
Hood (2006) estudou a viabilidade técnica da utilização de resíduos de
construção e demolição como agregado miúdo reciclado na confecção de blocos de
concreto para pavimentação, através dos ensaios de resistência à compressão,
resistência à abrasão e absorção de água.

2.5 Estabilização do solo

Senso (2001) assegura que a estabilização de um solo consiste em conceder


condições de resistência e deformações na ruptura segundo prescrições de projeto,
para um certo período.
O procedimento de estabilização dos solos visa obter um material que tende a
garantir maior capacidade de cargas, de resistência ao desgaste ou à erosão a partir
da compactação, diminuindo a plasticidade, modificando a granulometria ou utilizando
produtos químicos a fim de ganhar uma coesão por meio de aglutinação ou
cimentação das suas partículas, Vargas (1977).
A estabilização de solos pode ser classificada de várias formas, que pode ser o
mecânico, físicos, químicos e o granulométrico, sendo cada um adaptado e
combinado para cada situação (CRUZ,2004).

2.6 Estabilização mecânica

Conceitua-se estabilização mecânica como a simples compactação dos solos,


bem como a estabilização granulométrica dos mesmos.
Na compactação, é possível obter um solo com uma estrutura estável, por meio
de uma energia aplicada repetidas vezes, conduzindo então, a diminuição do seu
volume. Essa redução, devido ao agrupamento das partículas, através de expulsão
de ar dos vazios do solo, inibindo a percolação da água e a erosão provocada por ela,
aumenta seu peso específico seco, a durabilidade, a compacidade, e,
consequentemente, a resistência mecânica do solo (BRITO e PARANHOS, 2017).

14
Da mesma forma, a estabilização mecânica por aprimoramento da granulometria
consiste na combinação de solos pela distribuição das diversas porções de diâmetro
dos grãos. Segundo Senço (2001), a aplicação desse processo implica na obtenção
um produto final mais denso, através de uma boa graduação das partículas do solo,
tornando-se um produto de massa específica aparente superior à dos componentes,
conferindo assim uma maior resistência e impermeabilidade.

2.7 Estabilização granulométrica

A estabilização granulométrica resume em obter um material de equilíbrio maior


que os solos de origem e de uma proporção delimitada de material finos, com um
blend de dois ou mais solos e em seguida sua compactação (VIZCARRA,2010). Isto
é, busca-se modificar as propriedades do solo adicionando ou retirando partículas do
mesmo, com a finalidade de se obter um produto final apropriado para cada caso
específico (ARRIVABENI,2017).
Os solos em geral, quando estão em suas fases sólidas, apresentam partículas
com dimensões e proporções dos mais variados tamanhos. E a distribuição
granulométrica é por tanto, determinada pela dimensão da partícula e suas devidas
proporções na massa de solo em estudo (ARRIVABENI,2017).
Conforme DNER-ES 303/97, os materiais empregados para essa estabilização
são solos, mistura de solos, mistura de solos e escória, mistura de solos e matérias
britados ou produtos provenientes de britagem.
Segundo o DNIT (2010), a estabilização granulométrica tem a finalidade de
melhorar a resistência de matérias “in natura” sendo geralmente atribuída pela mistura
de materiais com diferentes granulometrias, por intermédio de energia de
compactação apropriada, tornando o produto em que deseja com as propriedades
apropriadas de durabilidade e estabilidade ao seu emprego.

2.8 Escória

As escórias siderúrgicas são geradas através do processo industrial para obter


o ferro gusa liquido, que em sequência gera o aço. A geração do aço é carregada de
resíduos tais como: escória de alto-forno, pó de alto forno, lama de alto-forno, escória
de dessulfurarão, escória de aciaria LD, lama grossa de aciaria, lama fina de aciaria e
carepa. As escórias que são geradas em larga escala são elas, escória de alto forno:

15
que é gerado no processo do minério para obter o ferro gusa, e escória de aciaria: que
é gerada para a produção de aço, oxidante ou redutores (ROCHA, 2011).
Quando as escórias são lentamente resfriadas ao ar tende a ser inertes devido
a cristalização dos óxidos. As escórias resfriadas rapidamente (ar ou vapor) apresenta
uma natureza expandida e mais leves. Quando são bruscamente resfriadas (jato
d’agua) as escórias têm uma granulometria parecida com a areia de rio, estrutura
porosa, textura áspera e vítreas. A densidade da escória é relativa ao seu Ph, quando
são ácidas têm tendência de apresentar maior densidades, em quanto que quando
básicas, mais porosas com estrutura vesicular, e por tanto com menor densidade
(GEYER, 2001).

2.9 Uso de Escória Aplicado em Rodovias

Na busca de novas alternativas para a utilização da grande quantidade de


escória gerada pelo setor siderúrgico a pavimentação tem-se colocado a frente na
aplicação deste produto como matéria prima para compor as diferentes camadas do
pavimento.
Em quanto que quase toda totalidade de escória de alto forno é utilizada como
insumo para fabricação de cimento, a escória de aciaria tem tido como principais
aplicações na pavimentação:
− Estabilização de solos – para a melhoria da resistência aplicando-a tanto como
agregado ou aditivo químico;
− Agregado para concretos asfálticos, pré-misturados, tratamentos superficiais,
lama asfáltica, capas selantes, material antiderrapante, macadames hidráulico e
betuminoso.
As escórias de aciaria podem ser empregadas em camadas de rolamento de
rodovias de trânsito pesado pois sua natureza de uma grande resistência de ao
desgaste e ao polimento, baixo desgaste abrasão (Los Angeles), boa aderência para
emulsões e CAPs, em substituição aos agregados pétreos convencionais tem
fornecido bastante sucesso de aplicação (ROCHA, 2011).
Um dos maiores obstáculos quando se utiliza a escória de aciaria na construção
rodoviária é o seu poder de expandir, podendo chegar a 10 X do seu volume inicial,
causando, neste caso, patologia na pista de rolamento. O diagnóstico dessas
patologias pode ser visto por trincas radiais tamanho reduzido e estufamento do

16
revestimento (ROCHA, 2011). Dependendo da sua composição química, a escória,
tem que ficar em cura de três meses a um ano, até que fique estabilizada e não venha
expandir e é até que os óxidos de cales livres estejam hidratados.

2.10 A Geometria das Vias

O traçado das estradas vicinais deve seguir as curvas naturais do terreno,


declives acentuados e outros obstáculos locais devem ser evitados. A secção
transversal varia de acordo com o tipo de solo e relevo local, que podem influenciar
diretamente na qualidade da estrada. A declividade transversal é a principal
característica tanto na secção transversal como no sistema de drenagem.
O processo de normatização do projeto geométrico adotado pela AASHTO leva
em conta não somente a segurança, mas também o custo de construção e operação
da rodovia e outros fatores tais como o efeito de projeto nas operações de tráfego e
na capacidade, implicações de manutenção, consistência do projeto com as
condições de tráfego (TRB, 1987).
Uma boa estrada não pavimentada deve possuir largura de rolamento suficiente
para acomodar o tráfego da região; resistência suficiente para suportar as cargas
atuantes sem que ocorram deformações excessivas e um bom sistema de drenagem
para evitar que a ação erosiva da água danifique o subleito e a superfície de rolamento
(TECHIO, 2009).
As estradas não pavimentadas devem ter declividade transversal de 3% ou 4%,
variando em função do tipo de solo constituinte do subleito da estrada (DNER, 1981).
Nas estradas com solos argilosos, a declividade pode ser ainda maior. Essa
declividade é obtida a partir do abaulamento transversal (PIRES; SOUZA, 2006).
Sinuosidade horizontal da rodovia, demonstra em forma de um valor numérico
que está diretamente ligado com a qualidade da rodovia e, consequentemente, com o
desempenho dos veículos. No qual, é chamada de Geometria Horizontal (GH) que é
determinada pelo raio médio das curvas de concordância horizontal de cada segmento
da estrada e da média ponderada do número de curvas por quilômetro (SANT’ANNA,
2006).
Logo, a sinuosidade vertical da rodovia, é determinada através do índice que
mede o desnível acumulado médio, ponderado em metros por quilômetro. O valor

17
numérico obtido é inversamente correlacionado com a qualidade da rodovia e,
trazendo consequência no desemprenho dos veículos (SANT’ANNA, 2006).

2.11 Drenagem

A água tem um poder de danificar de forma rápida o leito estradas e os taludes,


e uma drenagem apropriada é o básico para obtenção de uma estrada em boas
condições de operação. Em época de chuva, principalmente quando os sistemas de
drenagem são mal concebidos e dimensionados, ocorrem com mais frequências
danos nas estradas, surgindo diversas patologias.
A drenagem tem um papel de grande relevância, por ter a função de remover o
excesso da água proveniente das chuvas da via e direcionar para fora da estrada a
fim de evitar a infiltração nas camadas que constituem o pavimento vicinal ou
revestidos (Fattori,2007).
A drenagem quando apresenta alguma falha gera problemas, como por exemplo:
surgimento de panelas, uma vez que através de infiltração de água no pavimento as
camadas abaixo são danificadas e ocorre a perda da capacidade original de suporte
(prejudicando a estrutura da estrada) (Fattori,2007). O contato excessivo de umidade
na via acaba gerando deformações permanentes, reduzem a resistência do material
do leito, dando origem a diversos problemas. Peraça (2007) diz: com o aumento de
2% de teor de umidade acima da ótima pode-se comprometer por inteiro uma camada
constituída de solo.

2.12 Vias de Terras

Uma elaboração rodoviária pode ser a nível de estabelecer somente a via, ou


estabelecer uma via com pavimentação, a sua construção tende a ser basicamente
uma obra com objetivo de gerar a interligação de malhas viárias regionais e interligar
sistemas modais existentes, tendo em vista o escoamento de produção mineral,
industrial, agropecuária e entre outros (Texeira, 2010).
As vias de terra resultam da evolução de trilhas e caminhos de caráter precário,
geralmente remanescentes de épocas desbravadoras das primeiras aglomerações
populacionais de cada região, as quais foram construídas com técnicas relativamente
modestas. Os traçados dessas vias procuravam evitar obras de maior complexidade,
envolvendo reduzida movimentação de solo. Dessa maneira, tais traçados foram

18
implantados com aspecto sinuoso, aproveitando ao máximo a localização dos
divisores de água e das curvas de nível (Brasil,2005).
As estradas não pavimentadas ou vias de terra permitem o acesso da população
rural a serviços básicos, como saúde, educação, comércio e lazer, reduzindo o êxodo
rural. Desta forma estradas em boas condições de tráfego são importantes para a
economia agrícola, para a convivência social e o acesso a recursos fundamentais da
sociedade (GRIEBELER et al., 2009).
As vias não pavimentadas são comumente encontradas nos acessos de zonas
rurais, ligação intermunicipal, setor agropecuário e de mineração, correspondendo no
Brasil a aproximadamente 90% de toda malha rodoviária (BAESSO E GONÇALVES
2003).
Países em desenvolvimento apresentam sua malha viária, predominantemente
composta por estradas não pavimentadas, pois grande parte da economia é baseada
na produção e comercialização de produtos primários, os quais são transportados
principalmente nesse tipo de estrada (GRIEBELER et al., 2009).
As vias de terras são indispensáveis para garantir um fluxo constante de
mercadorias e serviço de uma determinada localidade. Permitindo o desenvolvimento
de populações beneficiadas e trazendo uma qualidade de vida. Ela tem uma
importante agente que é trazer os benéficos sociais e econômicos para a
comunidades o qual ira usufruir da via (Fattori, 2007).
Segundo estudos do Banco Mundial (1993) concluíram que executando um
melhoramento na via de terra tem um resultado imediato no baixo custo operacional
de veículos e facilitando a expansão de serviço público nessas regiões.
No geral as vias de terras são determinadas de forma inadequada, em
planejamento. No decorrer da sua construção são avaliados dois aspectos no qual
influenciam para o seu traçado, um deles é estrutura fundiária da região junto com o
tamanho da propriedade e o segundo aspecto é a geografia e topografia do terreno
(POLIDO,2011).
As vias de terras na questão ambiental eram pouco estudadas e levava sérios
problemas ao ambiente, poluindo e assoreando os mananciais de água. Grandes
problemas ambientais no meio rural tinham vínculo de agua drenadas no leito de
estradas inadequadas, sem práticas de preservação, tanto na região lindeira quanto
nas erosões iniciadas nas encostas das estradas (POLIDO, 2011).

19
Os principais defeitos em estradas não pavimentadas são pistas de rolamento
muito estreitas, curvas acentuadas, erosão, alagamentos, entre outras, que dificultam
o trânsito de veículos e pessoas. Como resultado disso, podemos citar o aumento do
tempo e dos custos de transporte, dificuldade de escoamento e perda de produtos
agrícolas, dificuldades de acesso aos mercados e aos serviços essenciais,
desestímulo às atividades produtivas, isolamento econômico e social dos agricultores
e o aumento do êxodo rural (SILVA FILHO, 2001).
Estudos mostram a água promove erosão no solo se atingir a velocidade erosiva,
que será tanto maior quanto maior for o volume da enxurrada. Desta forma a captação
estratégica da água impedindo a formação de grandes massas e de velocidade
erosiva é a solução para a conservação das estradas e traz como benefícios indiretos
a recarga dos aquíferos subterrâneos (PIRES; SOUZA, 2006).
A erosão provocada pela água no leito e nas margens das estradas não
pavimentadas é um dos principais fatores para sua deterioração, sendo responsável,
muitas vezes, por até 50% das perdas de solo (ANJOS FILHO, 1998).
Estudos sobre a conservação das estradas vicinais evidenciam o transporte de
sedimentos, a erosão do solo e nas margens de estradas carreando materiais sólidos
para os leitos dos rios como fatores importantes na diminuição da qualidade ambiental
e dos recursos hídricos (CEPA, 1999).
Com o tempo os materiais não compactados e com falta de material ligante ficam
soltos sobre a superfície da pista levando a um grande número de material soltos no
leito da via levando à formação de corrugações por causa do movimento oscilatório
dos veículos sobre as pedras (Paige-Green e Netterberg 1987).
As corrugações constituem um tipo particular de irregularidades e são também
conhecidas como ondulações ou costelas, podendo ser definidas como ondas, no
sentido transversal, distantes entre si de 0,60 a 1,10m, como resultado de um
movimento vibratório transmitido pelos veículos à estrada, ocasionados pela vibração
dos motores ou choque do veículo sobre o solo (Aguiar, 1963).
A ação abrasiva do tráfego em estradas não-pavimentadas eventualmente faz
com que as partículas de solos aglutinantes se soltem da superfície de rolamento com
a passagem do tráfego, formando nuvens de poeira que são um perigo para os
veículos, além de causar sérios danos ambientais. A quantidade de pó pode ser
determinada pelo tamanho da nuvem de poeira geralmente causado por um veículo

20
trafegando a 40 km/h e pela redução da visibilidade, sendo estimada em densa,
suavemente densa e muito densa (Eaton et al., 1987).
A ação abrasiva do tráfego em vias de terra eventualmente faz com que as
maiores partículas de solos granulares se soltem da superfície de rolamento. O tráfego
move as partículas de agregados soltos para fora das trilhas de roda e forma bernas
no centro ou ao longo do acostamento da estrada ou na área menos trafegável,
paralela à linha central da estrada (Eaton et al., 1987 e Walker, 1981).
HANASHIRO (2011) expõe que trechos em vias de terra em estado de
conservação precário causam danos aos veículos e, às vezes, até impossibilitam o
tráfego, forçando rotas mais longas e, em consequência, maior tempo gasto em
transporte, menor o tempo de prateleira e, perdas de qualidade dos produtos em
decorrência da vibração ocasionada pelas irregularidades das pistas.
DIAS JR & PALARO (2014) relatam que, em muitos casos, as intervenções são
feitas com o objetivo de sanar apenas provisoriamente os problemas, não sendo
utilizadas técnicas adequadas, tampouco análise apropriada da via. Nestes casos,
pouco tempo depois dos reparos, ela retorna à situação anterior às intervenções,
necessitando novas obras.
Um agravante nas péssimas condições e conservações existentes nas rodovias
não pavimentas nas minas faz com que as mineradoras não alcancem os resultados
esperados para a escoar suas produções.
As vias de terras são geralmente estabelecidas de forma inadequada, sem
projeto ou planejamento. Dois aspectos influenciam seu traçado no decorrer da
construção destas estradas, um deles são as atividades exercidas na região e outro
aspecto é a geografia do terreno.
Segundo BAESSO (2003), assim que o tráfego cresce, os caminhos tornam-se
estradas e recebem melhorias sem critérios aos princípios básicos de engenharia. As
manutenções nas estradas construídas destas formas apresentam um alto custo e de
difícil manutenção, aumentando os gastos para o responsável da gestão da via.

3 Propriedades Físicas, Químicas E Mecânica Da Escória

3.1 Introdução

No Brasil, as usinas siderúrgicas geram em média, 450 Kg de resíduos e


coprodutos por toneladas de aço produzidas. Esse índice pode variar em função da

21
tecnologia empregada na produção, podendo chegar a 700 kg ou seja 70% são
escória (IBS, 2017). Com o material em abundância,surge a necessidade de buscar
destinações sustentáveis sendo as obras civis aquelas com maiores potenciais de
aproveitamento.
De acordo com o relatório do Instituto Aço Brasil (2016), o Brasil no ano de 2015
produziu na faixa de 5,5 milhões de toneladas de escória de aciaria, sendo que 776
mil toneladas foram acrescentadas nos estoques já existente dos pátios industriais. A
utilização da escória de aciaria vem ganhando um papel importante no quesito
ambiental, visando substituir os agregados retirados da natureza e contribuindo na
redução dos pátios industriais.
A escória de alto forno é consumida quase por total pelas cimenteiras. Escória
de aciaria, pelo fato de conter uma elevada quantidade de CaO e MgO reativos e,
portanto, com grande potencial expansivo é muitas vezes impossibilitada de ser
aplicada e aproveitada pela engenharia civil (Machado, 2000).
Após o processo de beneficiamento, a escória de aciaria transforma-se em
agregados siderúrgicos. Assim, gerando uma variedade produtos e aplicações,
levando a denominação de co-produto das usinas siderúrgicas. As aplicações mais
relevantes com os agregados siderúrgicos são: pavimentação (sub-base, base,
revestimentos asfálticos), lastro ferroviário, artefatos de concreto (blocos, tubos, guias,
blocos intertravados, etc.), contenção de encostas (rip-rap), gabiões, drenagens,
fertilizantes e corretivos de solo. Nestas aplicações podem haver substituição total ou
parcial do agregado natural, reduzindo os impactos ambientais (Rocha, 2011).
Por apresentar boas propriedades físicas, grande resistência mecânica, um
custo baixo e levar o selo de material sustentável, a escória de aciaria vem
aparecendo na pavimentação rodoviária. Neste contexto, foi desenvolvido um estudo,
com o objetivo de caracterizar fisicamente, quimicamente e mecanicamente a escória
de aciaria da GERDAU AÇOMINAS, localizada na cidade de Ouro Branco – MG,
visando sua aplicação como coproduto para permitir o melhoramento das vias de
acesso a uma Mina.

22
3.2 Programa experimental
3.2.1 Planejamento dos experimentos

Para maior exemplificação das etapas realizadas nesse estudo, a figura 4


apresenta um fluxograma que demonstra ao caminho percorrido para a obtenção dos
objetivos propostos.

Figura 4 - Fluxograma das etapas do estudo

Conforme apresentado no fluxograma o trabalho iniciou-se com o referencial


teórico onde foram abordadas as variáveis relacionadas a proposta de estudos da
escória de aciaria que será usada para desenvolver o “Blend” da camada de
revestimento primário.
Após visita ao pátio da empresa beneficiadora de escória e definido quais
amostras seriam analisadas, foram realizados todos os levantamentos e coleta de
dados da escória, buscando obter o máximo de informações relevantes para o estudo
e coletando os dados já existentes.
Após todos os estudos definiu-se qual faixa granulométrica seria usada para
compor o blend solo escória, baseando-se na bibliografia pesquisada, e nos
resultados obtidos no Laboratório de Geotécnica INFRAGEO e de Materiais do curso
de Engenharia Civil da Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Alto
Paraopeba (UFSJ/CAP).

23
3.2.2 Materiais usados

Para a execução dos ensaios foram utilizadas escória de aciaria, fornecida


em 4 faixas granulométrica diferentes com aproximadamente 6 toneladas cada,
perfazendo um total de 24 toneladas de escória de aciaria, que foram concedidas
pela empresa Gerdau, localizada no município de Ouro Branco – MG.

Figura 5 – Escória de aciaria em diferentes faixas granulométricas comercializada pela Gerdau.

3.2.3 Análise granulométrica

Oliveira, 2018, executou ensaios granulométricos de escórias da siderúrgica


Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil – VSB, trabalhando com as peneiras 25, 19,
6.35, 2, 0.425 e 0.075 mm, e foi constato que o material possui uma granulometria
contínua.
ROHDE, 2002, realizando ensaios granulométricos conforme a DNER-ME
083/94, e utilizando escória de aciaria da Gerdau Riograndense, verificou que
nenhuma amostra por ele estudada se enquadrou nas faixas exigidas pelo DNIT, com
finalidade de aplicação como base granular de pavimentos. Para adequar a norma
teve a necessidade de corrigi-la através da equação de Fuller Talbot com (n=0,45)
atingindo melhor trabalhabilidade, grau de compactação, enquadrando o material na
Faixa C do DNIT.
Polese, 2007, por meio de ensaio de granulometria e seguindo a EM 262/94
verificou que as suas amostras apresentaram uma proporção de 57% a 85% de
material abaixo de 12,7 mm, considerado um material mais fino que o recomendado
pelo o DNIT, concluindo por tanto que o material poderia se adequar a norma do DNIT

24
com adição de materiais mais grossos. Assim para possibilitar a obtenção dos
objetivos propostos foi realizado ensaio de granulometria por peneiramento, aplicando
conforme a DNER-ME 083/98.

3.2.4 Abrasão Los Angeles

Rocha (2011) em seu trabalho utilizando uma escória na faixa de 10 a 22 mm,


trabalhou com uma carga abrasiva de 4584±25 g (11 esferas de chumbo), no ensaio
de Abrasão Los Angeles e obteve como resultado abrasão igual 21,4%, inferior ao
máximo de 25% permitido pela norma DNER EM 262/94 e ao exigido pela DNER ES
392/99. Diferente Rohde (2002), afirma o conhecimento de escória apresentando
Abrasão Los Angeles igual 43%. Ainda segundo Oliveira (2018), escória de aciaria
obtida dos fornos da Vallourec Sumitomo Do Brasil, não atende a NBR NM 51, pois
na norma sugere que a abrasão máxima seja de 25%, em quanto que em média a
abrasão Los Angeles medida para o material estudado foi de 54,76%, o mesmo autor
aponta que a alta heterogeneidade de resultados e pode ser causado pelo o processo
de resfriamento utilizado, esse ensaio foi realizado conforme a norma DNER-ME
035/1998.

3.2.5 Resistência ao Esmagamento

O ensaio de esmagamento tem em vista uma relação com o ensaio de abrasão


“Los Angeles” porque ambos têm a finalidade de saber a resistência ao desgaste dos
agregados (Coutinho, 2006).
Ao fazer o ensaio de resistência ao esmagamento, Oliveira, 2018, obteve seu
resultado satisfatório sendo este igual a 25,48%. Estudos indicam que esse ensaio é
considerado aceitável quando o resultado obtido for menor que 45%, conforme a
norma DNER-ME 197/1997.
Polese, 2007, analisando 8 amostras de escória de aciaria, verificou que tanto a
resistência ao esmagamento quanto a abrasão Los Angeles apresentaram valores
próximos e a níveis aceitáveis segundo as normas vigentes e que inclusive os
resultados dos diferentes ensaios tiveram resultados aproximados, levando uma
pequena dispersão, o ensaio foi realizado conforme a NBR 9938/87.

25
3.2.6 Expansibilidade Livre

A escória de aciaria é um material que possui uma organização mineralógica


heterogênea, apresentando altos teores de CaO e MgO na forma livre, logo possuindo
um grande potencial de expansão, por esse motivo para cada utilização deve ser
analisado o limite de expansão permitido. Segundo Motz e Geiseler (2001) para utilizar
escória de aciaria como agregado para misturas betuminosas o limite de
expansibilidade deve ser na ordem de 3,5%, já para camadas granulares de base e
sub-base este limite é 5%.
Polese,2007, em seu trabalho analisou 8 amostras de escória de aciaria, no qual
7 apresentaram uma expansão superior ao limite de 5% e apenas uma teve sua
expansão inferior a 5% no ensaio de 24 horas. Já no ensaio de 72 dias a escória de
aciaria não tratada apresentou sua expansão na ordem de 7,7%, ou seja, valor muito
acima do recomendado pela norma JIS A 5015.
O estudo de ROHDE, 2002, feito com escória da Gerdau Riograndense,
estabeleceu os ensaios de expansão conforme a ASTM D 4792/1995 tendo seu limite
máximo aos 7 dias para uso de base e sub-base de rodovias e aeroportos igual 0,5%
de expansão. Conforme os resultados obtidos nenhuma amostra se aproximou do
limite máximo aos 7 dias.
Oliveira, 2018, utilizando escória da siderúrgica Vallourec & Sumitomo Tubos do
Brasil – VSB, obteve a expansão igual a 3,65%, ensaio realizado conforme a norma E
200 LNEC, 1967.

3.2.7 Massa Especifica dos Agregados Graúdos e Absorção

O ensaio de massa especifica dos agregados graúdos, é realizado pelo o volume


do material a sem os vazios permeáveis. Já o ensaio de absorção é feito com a relação
entre a massa dos agregados saturados e a massa dos agregados secos em estufa
após calcula-se absorção. Para esse ensaio é considerado todo material que fica
retido na peneira 4,8 mm.
Polese,2007, em seus ensaios com suas 8 amostras de escória achou massa
específica do agregado graúdo variando na faixa de 3,23 a 3,92 kg/dm³, O DNIT limita
para camadas de pavimentos entre 3 a 3,5 kg/dm³. Já a absorção de água das
amostras analisadas por ele variou entre 0,9 a 5,2%, para o DNIT o aconselhado é
que os valores de absorção fiquem entre 1 a 2%, conforme a norma NBR 9937/87.

26
Segundo Oliveira, 2018, utilizando a norma DNER – ME 081, 1998, encontrou
os seguintes resultados, para a massa específica de agregados graúdos achou 3,31
g/cm³. O ensaio de absorção tem o valor de 2,07%. Rocha, 2011, apresentou um
resultado de 1,45% ficando de acordo com a norma.

3.2.8 Massa Especifica dos Agregados Miúdos

Para o ensaio de massa especifica dos agregados miúdos é considerado todos


os materiais passantes na peneira 4,8 mm. Para achar o valor do ensaio é feito um
cálculo da massa especifica aparente dos grãos utilizando o volume da amostra com
os vazios permeáveis.
Ensaio realizado por Oliveira, 2018, apresentou uma massa especifica dos
agregados miúdos bem próxima aos graúdos, obtendo um valor de 3,29 c/cm³,
conforme a norma NBR NM 52, 2009.
Polese, 2007, analisando suas amostras de escórias as suas massas especificas
dos agregados miúdos apresentou um valor pouco mais distantes do graúdo variando
entre 3,01 a 3,58 kg/dm³, conforme a NBR 9776/87.

3.2.9 Índice de Forma

O índice de formar tem a finalidade de determinar a variação dos eixos


multidirecionais dos materiais que integra o agregado siderúrgico.
Rocha, 2011, em seus ensaios de índice de forma apresentou os seguintes
resultados para granulometria variando de 10 a 22 mm o resultado foi de 1,8, para
granulometria de 5 a 10 mm obteve o resultado de 2,0m, conforme a DNER ME
086/94. Segundo a DNER – ES 392 (1999) determina o mínimo de 0,5 para agregados
graúdos. Oliveira, 2018, encontrou o valor de 0,72.

3.2.10 Compactação da Escória

O ensaio foi executado conforme a norma DNER-ME 129/94, utilizando um


cilindro metálico pequeno, soquete grande (aproximadamente 5 kg) e compactado na
energia de compactação intermediária.
Oliveira, 2018, apresentou o seguinte resultado, utilizando a granulometria n=0,5
conforme “Fuller–Talbot”, ele apresentou o teor de umidade igual a 3,24% e seu Peso
específico aparente seco Máximo de 24,46 kN/m³, na energia intermediária conforme

27
a DNER ME 129, 1994. Rohde, 2002, apresentou 3 amostras de escória que a
Umidade ótima entre 3,95 a 4,68%, tendo o seu peso específico aparente seco
variando de 2,27 a 2,39 g/cm³, seguindo a DNER ME 129, 1994.

3.2.11 CBR ou Índice de Suporte Califórnia (ISC)

O ensaio de CBR ou Índice de suporte Califórnia (ISC) tem a finalidade de saber


a resistência do material compactado depois se ficar imerso em agua durante do
período de 96 horas e a avaliar a sua expansão.
Rohde,2002, em seus estudos obteve os seguintes resultados, foram analisados
amostra de escória no qual variou de 41 a 93% ISC. Após fazer a correção
granulométrica os resultados foram melhores que tem uma ganha expressiva de
resistência que ficou na faixa de 120 a 216% ISC, segundo o método DNER-ME
050/94.
Oliveira,2018, em seus experimentos obteve o valor ISC de 217% para a
granulometria n=0,5 pelo método de “Fuller–Talbot”, comparados com outros
coeficientes (n) esse foi o que apresentou um melhor resultado de compactação e
maior estabilidade, executado conforme a DNIT-ME 172 (2016). Porém na parte de
expansão foi a que ter a maior.

3.2.12 Difração de Raio x

Difração de raio x é uma a análise química, quem tem por finalidade caracterizar
as microestruturas da escória de aciaria. Esse ensaio nos mostra a fase cristalinas ao
qual se encontra nas amostras, com isso apresenta vários picos no qual apresenta os
tipos de cristal.
Sabe-se que as escórias apresentam uma grande heterogeneidade, por vários
motivos, tanto pela lavra, tanto pelos métodos de resfriamento e com isso mostra a
variabilidade de cristais encontrados nas escórias. Oliveira, 2018, identificou na sua
amostra 7 picos que foram Anortita (óxidos alcalinos), Akermanita, Gehlenita,
Maghemita, Merwinita, Quartzo e Wolastonita.
Rodrigues,2007, nas duas amostras de escórias analisadas, ambas foram
identificadas materiais que tem potencial de expansão como periclásio, cal livre, ferro
metálico e silicato dicálcico. Foram identificados outros compostos que já tiveram a

28
sua reação por hidratação, oxidação ou carbonatação que são: portlandita, calcita,
aragonita, dolomita, goethita, hematita e wustita.

3.3 Resultados e Discursões


3.3.1 Análise Granulométrica

Os ensaios foram realizados, conforme a norma do DNIT – ME (083,1998). A


Tabela 1, indica as percentagens passantes de escória para cada peneira empregada.
E a Figura 6, mostra a curva granulométrica das escórias fornecidas pela Gerdau e
estudada.

Tabela 1 - Porcentagens de escória passando nas peneiras

Agregados Escória 0 Escória 1 Escória Finas


Peneiras
Total Total Total
Pol. mm
2" 50,8 100,0 100,0 100,0
1 1/2" 38,1 100,0 100,0 100,0
1" 25,4 99,4 74,8 100,0
3/4" 19,1 95,3 38,1 100,0
1/2" 12,7 77,4 2,8 100,0
3/8" 9,5 57,3 0,8 100,0
Nº 4 4,8 29,2 0,5 100,0
Nº 10 2,0 16,4 0,4 100,0
Nº 40 0,42 8,2 0,3 47,8
Nº 80 0,18 5,2 0,3 28,5
Nº 200 0,074 3,4 0,2 17,4

29
100
90
80
70
% passante

60
50
40
30
20
10
0
Nº 200 Nº 80 Nº 40 Nº 10 Nº 4 3/8" 1/2" 3/4" 1"

Peneiras

Escória 0 Escória 1 Escória F

Figura 6 – Curva granulométrica da escória de aciaria fornecida pela Gerdau.

Foram analisados 3 faixas de escórias, os qual mostraram as faixas de cada


uma. A escória 0 apresenta uma granulometria contínua. As escórias 0 e escórias
Finas não apresenta uma granulometria contínua e sim apresenta um material mal
graduado, que venha ser mais uniforme.

3.3.2 Abrasão Los Angeles

Avaliou-se o desgaste por Abrasão Los Angeles de acordo com a norma DNER
ME 035/98. O valor encontrado foi de 23,24%.
Esse material atende a norma DNER EM 262/94 que aconselha abrasão máxima
de 25% de abrasão Los Angeles.

3.3.3 Resistência ao Esmagamento

O ensaio de Esmagamento foi realizado conforme a norma DNER ME 197/97.


Realizou-se o ensaio duas vezes. A média dos resultados de resistência do agregado
ao esmagamento foi de 16,64%.
Segundo a norma portuguesa NP EN 206-1 (IPQ, 2007), que remete para a E
373 (LNEC, 1993) –inertes para argamassa e concretos, os resultados quando
apresentam valores abaixo de 45 % se tornam satisfatório, a escória estudada
apresentou um valor abaixo tornando-a por tanto aceitável.
30
3.3.4 Expansibilidade Livre

Para obtenção da expansibilidade livre utilizou-se o método do ensaio PTM-130,


formulado na Pensilvânia, EUA e adaptado em 1982 pela Divisão de Estudo de
Materiais do DER/MG. Após, 45 dias imersos dentro de uma bacia d’ água, o valor de
expansibilidade média foi de 1,37%, conforme retratado na Tabela 2.

Tabela 2 – Expansibilidade livre da escória de aciaria

Expansibilidade Expansibilidade
Corpo de Prova Desvio Padrão (%)
Livre (%) Livre (média) %
1 1,17%
2 2,01% 1,37 0,46
3 0,94%

Motz e Geiseler (2001) sugerem utilizar escória como agregado nas misturas
betuminosas com expansão abaixo de 3,5%, já em camadas granulares de base e
sub-base abaixo de 5%. A escória estudada apresentou um valor que pode ser
utilizada em ambas, por apresentar uma expansão média de 1,37%.

3.3.5 Massa Específica dos Agregados Graúdos e Absorção

O ensaio da massa especifica graúda e absorção da mistura foi realizado


conforme a norma DNER ME 081/98. Com base, na norma, procedeu-se com o ensaio
e obteve-se o valor de massa especifica com valores entre 3,49 g/cm³ e 3,50 g/cm³.
Para absorção os valores estiveram entre 1,24% e 1,10%.
Conforme a DNER EM 262/94 o peso especifico da escória deve ficar entre 3 a
3,5 g/cm³ e a absorção de água entre 1 a 2%.

3.3.6 Massa Específica dos Agregados Miúdos

O ensaio da massa especifica miúda foi realizado conforme a norma DNER ME


194/98. E o valor calculado para massa especifica foi de 3,50 g/cm³ e 3,55 g/cm³.
Conforme a DNER EM 262/94 o peso especifico da escória tem que ficar entre
3 a 3,5 g/cm³. O valor achado nos ensaios chegou ao limite que a norma aconselha,
um ensaio passando 0,05% do aconselhado, porém não causa danos pois os valores
são insignificativos.

31
3.3.7 Índice de Forma

O índice de forma foi realizado conforme o DNER ME 086/94 e o resultado foi de


0,98 para a graduação variando entre 16 a 32 mm.
Para o DNIT 031 (2006), o concreto asfáltico deve possuir misturas
granulométricas que devem apresentar um IF acimada de 0,5. O resultado obtido
apresenta esse valor superior ao recomendado.

3.3.8 Difração de Raio x

O ensaio foi realizado no Laboratório de Engenharia Química da Universidade


Federal de São João Del-Rei. As condições do ensaio estão listadas na tabela 8. Para
a análise qualitativa e quantitativa das fases presentes foi utilizado o método de
Rietveld através do programa X’Pert HighScore Plus, da PANalytical, versão 3.0,
2009, número de licença 10002384.

Tabela 3 - Condições para ensaio de DRX da amostra da escória

Raw Data Origin Rigaku-binary (.RAW)


Scan Axis Gonio
Start Position [°2Th.] 5,0000
End Position [°2Th.] 80,0000
Step Size [°2Th.] 0,0200
Scan Step Time [s] 1,0000
Scan Type Pre-set time
Offset [°2Th.] 0,0000
Divergence Slit Type Fixed
Divergence Slit Size [°] 1,0000
Specimen Length [mm] 10,00
Receiving Slit Size [mm] 0,1000
Measurement Temperature [°C] 25,00
Anode Material Cu
K-Alpha1 [Å] 1,54060
K-Alpha2 [Å] 1,54443
K-Beta [Å] 1,39225
K-A2 / K-A1 Ratio 0,50000
Generator Settings 0 mA, 0 kV
Diffractometer Number 0
Goniometer Radius [mm] 240,00
Dist. Focus-Diverg. Slit [mm] 91,00
Incident Beam Monochromator No
Spinning No

32
A difratometria da escória apresentou várias fases cristalinas, o que é próprio de
sua característica (Araújo et al., 2015; Polese et al., 2006). A análise qualitativa
apresentou presença de quartzo, calcita, periclásio, cal livre, wustita, maghemita e
akermatita. A presença de periclásio e cal livre são indesejadas na escória para o uso
em pavimentação, devido ao seu comportamento expansivo. A análise quantitativa
feita pelo método de Rietveld apresentou cerca de 20% de periclásio e 1% de cal livre.
Porém, conforme já dito, a análise quantitativa não está segura devido à falta da
composição química elementar. A escória pode apresentar um valor baixo de cal livre
quando fica muito tempo exposta ao ar livre, ficando de forma estabilizada e com seus
cristais já formado, mas apresentou um valor alto de periclásio que é um material de
óxido de magnésios que tem um poder expansivo.

Figura 7 – Difratograma da escória.

3.4 Conclusão

Conforme os resultados obtidos, a escória estudada apresenta características


físicas e mecânicas compatíveis com o necessário para seu emprego na
pavimentação. O material possui a granulometria contínua, massa específica dos
grãos da ordem de 3,5 g/cm³, abrasão igual 23,24%, umidade ótima de compactação
igual 3,45% e o peso aparente específico seco pós compactação igual 2,665 g/cm³.

33
Com base nos resultados desse estudo foi possível concluir que a escória de
aciaria produzida pela Gerdau Açominas pode ser utilizada para compor o blend para
o revestimento primário, visto que a escória atente todos os requisitos de norma de
um pavimento e também por ser economicamente viável, além dos benefícios
ambientais.

4 Blend composto de solo residual e escória

4.1 Introdução

O expressivo montante de resíduos industriais gerados diariamente aumenta há


necessidade de se estudar usos sustentáveis para sua destinação, podendo desta
forma conduzir estudos que viabilizem a conservação do meio ambiente. A escória de
aciaria é um dos principais resíduos gerados no tratamento e beneficiamento de ferro
em siderurgias e apresenta grande potencial de utilização em projetos de engenharia.
No Brasil, o processo siderúrgico gera, em média, 450 kg de coprodutos e
resíduos por tonelada de aço produzida. Esse índice possui variações em função da
rota tecnológica de produção, sendo superior, em alguns casos, a 700 Kg. Desse total,
70% são escórias (IBS,2017).
Escórias são resíduos da indústria da fundição do aço e do ferro-gusa. Escória
de aciaria é obtida no processo de produção do aço pela utilização do ferro-gusa,
processo que exige menor grau de impureza (PRADO et al., 2001). Na sua
composição encontram-se diversos óxidos de Ca, Mg, Si, Fe e Mn, cujas quantidades
e concentrações são decorrentes da constituição química da matéria-prima (minério
de ferro, carvão, calcário ou cal) utilizada no processo de fabricação do produto, além
do tipo de refratário usado na parede do forno (PRADO et al., 2001).
O estado de Minas Gerais possui um dos maiores parques siderúrgicos do país,
respondendo pelo maior percentual de produção do aço brasileiro. Dessa forma,
torna-se imprescindível a busca de alternativas para a utilização dessa gigantesca
quantidade de escória disponível nos pátios das siderúrgicas, e o setor de
pavimentação, aparece como um dos mais promissores a realização dessa tarefa,
utilizando-se desse material desde a década de 70 (IBS, 2017).
De toda malha rodoviária brasileira aproximadamente 84% são caracterizadas
como estradas vicinais, uma vez que não apresentam revestimento, apresentando
baixa qualidade técnica (GEIPOT, 2001). Uma alternativa para elevar a qualidade da

34
via, auxiliando sua manutenção e reabilitação com emprego racional dos recursos
técnicos e financeiro é a utilização de um revestimento primário.
O uso da escória de aciaria em estradas vicinais, como um blend para aplicação
em revestimento primário, justifica-se pelas boas propriedades físicas, alta
capacidade de resistência mecânica e pelo ganho econômico, devido baixo custo de
aquisição e ainda que seus estoques se localizam a pequenas distâncias de centros
urbanos, diminuindo o preço dos transportes, conforme mostra estudo realizado por
Alvarenga (2001).
Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo verificar a viabilidade
técnica da utilização da escória de aciaria como um blend estabilizado
granulometricamente com solo para aplicação como revestimento primário em vias
vicinais, de acesso a uma mina da Gerdau, tendo como proposito proporcionar
durabilidade as pistas de rolamento e diminuição do material particulado em
suspensão, de forma sustentável.

4.2 Programa Experimental

Para maior exemplificação das etapas realizadas nesse estudo, a figura 10


apresenta um fluxograma que demonstra ao caminho percorrido para a obtenção dos
objetivos propostos.

35
Figura 8 - Fluxograma das etapas do estudo

Conforme apresentado no fluxograma o estudo do blend deu início com o


referencial teórico onde foram abordadas as variáveis relacionadas a proposta de
estudos do blend composto por escória de aciaria e solo da jazida de empréstimo.
Após todos os estudos definiu-se qual faixa granulométrica seria usada para
compor o blend solo escória, baseando-se na bibliografia pesquisada, e nos
resultados obtidos no Laboratório de Geotecnia INFRAGEO e de Materiais do curso
de Engenharia Civil da Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Alto
Paraopeba (UFSJ/CAP).
O blend proposto consiste em uma mistura de escória de aciaria estabilizada
com um solo residual característico da região do Alto Paraopeba-MG, que possa ser
utilizado como revestimento primário em estradas vicinais.

4.2.1 Escória de Aciaria

A escória de aciaria utilizada no presente trabalho foi cedida pela empresa


Gerdau Açominas, sendo utilizada a faixa granulométrica 0, dentre as faixas pré-
estabelecidas em seu catálogo, disposto na Tabela 4.

36
Tabela 4 - Faixas pré-estabelecidas pela GERDAU

Faixas Existentes
Escória 0 0 a 19 mm
Escória 1 19 a 35 mm
Escória 2 35 a 76 mm
Escória 3 > 76 mm

As amostras de escórias, separadas por faixas granulométricas, estão


apresentadas na Figura 9.

Figura 9 – Amostra de Escória separadas granulometricamente.

Rodrigues, 2007, faz uma colocação, que a escória de aciaria é um co-produto


que aparece na fabricação do aço, podendo ser utilizada como agregado na
construção civil, sobre a condição de que se conheça as suas características física,
química e mecânica, e se reconheça o seu local de aplicação.
Para determinação das propriedades físicas e mecânicas da escória, foram
executados os ensaios dispostos na Tabela 10.

37
Tabela 5 - Ensaios executados e referencial teórico para a escória de aciaria

Normas e
Ensaio Resultado
referências
Análise granulométrica DNER-ME 080/94 Contínua
Abrasão Los Angeles; DNER-ME 035/98 23,24%
Resistência ao
DNER-ME 197/97 16,64%
esmagamento;
Massa específica dos
agregados graúdos e DNER-ME 081/98 3,50g/cm³, 1,24%
absorção;
Massa específica dos
DNER-ME 194/98 3,50g/cm³
agregados miúdos;
Índice de forma; DNER-ME 086/94 0,98
Compactação da escória; DNER-ME 129/94 3,45%, 2,66 g/cm³
CBR ou Índice de suporte
DNIT 049/14 122,75 % CBR
Califórnia (ISC);
No capítulo anterior apresentamos todas as características da escória, após
conhecê-las, foi possível escolher a fração de escória para utilizar no blend. A escória
atendeu as normas do DNIT, tornando apto para o uso.

4.2.2 Solo da Jazida de Empréstimo

Uma amostra de solo deformada foi extraída na jazida de empréstimo da


empresa GERDAU, localizada na mina Miguel Burnier – Distrito de Ouro Preto - MG
e foi mantida à sombra para secagem prévia até chegar a sua umidade hidroscópica,
como ilustrado na Figura 10.

Figura 10 – Extração e estocagem da amostra de solos.

38
As características e propriedades do solo analisado foram obtidas mediante a
realização dos ensaios a seguir listados na Tabela 6.

Tabela 6 - Ensaios executados e referencial teórico para o solo

Ensaio Normas e referências


Limite de Liquidez - LL NBR 6459 / 2016
Limite de Plasticidade - LP NBR 7180 / 2016
Granulometria NBR 7181 / 1984
Ensaio de Compactação NBR 7182 / 2016
CBR ou Índice de suporte
Califórnia (ISC); DNIT 049/14

Metodologia MCT para


classificação dos Solos DNER-ME 258/94

Segundo o DNIT – 2006, os estudos de laboratório devem ser realizados com a


finalidade de caracterizar e fazer o reconhecimento dos materiais de subleito, áreas
de empréstimos e jazidas para a sua devida utilização na construção rodoviária, e
devido emprego nas camadas de Reforço do Subleito, Sub-base, Base e
Revestimento.

4.2.3 Mistura Escória – Solo (Blend)

A mistura dos materiais para o blend ocorreu de forma manual, tendo uma
homogeneização prévia entre a escória de aciaria e o solo para posterior adição de
água à mistura. Foram propostas 3 faixas granulométricas para a execução do blend,
sendo estas em proporção de 9:1, 8,5:1,5 e 8:2 de escória de aciaria e solo,
respectivamente.
Para aferição das propriedades físicas e mecânicas do blend, foram
executados os ensaios apresentados na Tabela 7.

39
Tabela 7 - Ensaios executados e referencial teórico para a mistura

Ensaio Normas e referências


CBR ou Índice de suporte Califórnia
(ISC); DNIT 049/14

Metodologia MCT para classificação


dos Solos DNER-ME 258/94

Ensaio de Durabilidade por


Molhagem e Secagem DNER-ME 203/94

Segundo estudos feitos por (Parente et al, 2015?), o blend de solo-escória


apresentou um resultado eficiente e obteve teve maiores valores de massa específica
seca máxima e menores valores de umidade ótima, em comparação com os blend
solo-brita. Comparando o valor de CBR do blend (solo-escória), este autor verificou
que o blend apresentou valor 3 vezes maior que o solo puro e o dobro do valor em
relação ao solo-brita.
O ensaio de durabilidade por molhagem e secagem foram executados segundo
a norma DNER-ME 203/94, utilizou na compactação dos corpos de prova a energia
de compactação intermediária. O ensaio tem como finalidade determinar a perda de
massa dos corpos-de-prova quando submetidos a ciclos de saturação e secagem. E
esse ciclo foi feito durante sete dias.
O blend tem por si a finalidade de encontrar a mistura que apresenta a melhor
estabilidade, buscando eficiência para resistência, bem como durabilidade.

4.3 RESULTADO E DISCUSSÕES


4.3.1 Solo da Jazida de Empréstimo
4.3.1.1 Limites de Liquidez e Plasticidade

O ensaio de limite de liquidez (LL) foi realizado conforme a norma NBR 6459 /
2016 e o limite de plasticidade (LP) foi feito seguinte a norma NBR 7180 / 2016. Os
resultados dos ensaios estão representados na Tabela 8.

Tabela 8 - Valores de LL e LP para o solo da jazida de empréstimo

Amostra LL (%) LP (%)


Jazida de
67,20 39,79
Empréstimo

40
Com base nos valores obtidos de limite de liquidez e de plasticidade, o valor do
índice de plasticidade será 27,41% e o Índice de grupo IG = 20.
De posse dos resultados, entrou-se com os dados na tabela de classificação dos
solos da AASTHO de 1993, e classificou-se o grupo e A-7-5, solo argiloso de alta
plasticidade que podem sofrer grandes variações de volume.

4.3.1.2 Granulometria Conjunta

O ensaio foi realizado, conforme a norma do NBR 7181/2016. Na Tabela 9, está


representado o peneiramento grosso do solo, já a Tabela 10 apresenta do
peneiramento fino do solo.

Tabela 9 - Granulometria do peneiramento grosso do solo

Solo da Jazida de Empréstimo


Peneiras
Total
Pol. mm
2" 50,8 100,0
1 1/2" 38,1 100,0
1" 25,4 100,0
3/4" 19,1 100,0
1/2" 12,7 100,0
3/8" 9,5 99,96
#4 4,8 99,40
#10 2,0 98,39

Tabela 10 - Granulometria do peneiramento fino

Solo da Jazida de Empréstimo


Peneiras
Total
Pol. Mm
#16 1,19 97,96
#30 0,59 96,88
#40 0,42 96,37
#50 0,3 95,71
#100 0,15 94,61
#200 0,075 93,58

O material se apresenta como um material fino, com uma granulometria


uniforme, é um material argiloso.
41
4.3.1.3 Ensaio de Compactação

A curva de compactação do solo foi obtida conforme o NBR 7182/2016. Os


valores encontrados de massa específica aparente seca máxima e da umidade ótima
foram de 1,45 g/cm³ e 30%.

4.3.1.4 Índice de Suporte Califórnia e Expansão

Os ensaios de CBR, ou Índice de suporte Califórnia, foram realizados conforme


as recomendações da norma do DNIT 049/2014. Na Tabela 10 estão descritos os
valores de CBR e expansão derivados do solo da jazida de empréstimo.

Tabela 11 - Valores de CBR e expansão para o solo

Corpo de Prova W (%) CBR (%) Expansão (%)


1 32,2 25 0,09

4.3.1.5 Metodologia MCT para classificação dos Solos

O ensaio MCT foi realizado conforme a norma DNER-ME 258/94. Os resultados


dos ensaios estão representados na Tabela 12.

Tabela 12 – Valores obtidos através do ensaio MCT e classificação referente aos mesmos.

Perda de massa Classificação


Amostra c’ e’ por imersão MCT do
média (g) Solo
1 8,252 0,619 0,20 LG’

4.3.2 Mistura Escória – Solo (Blend)


4.3.2.1 Índice de Suporte Califórnia e Expansão

Para os ensaios de CBR, ou Índice de suporte Califórnia, utilizou-se as


recomendações da norma do DNIT 049/2014. Para cada mistura foram executados 5
pontos de CBR, isso é, estimou-se o teor de umidade ótimo da mistura em 6% e
compactou-se 2 corpos de prova com teores de umidade abaixo e acima do ótimo,
variando entre eles em 1% no teor de umidade. Os valores de CBR e expansão para
o blend de escória e solos estão representados na tabela 18, Tabela 19 e Tabela 20
para as misturas 9:1; 8,5:1,5 e 8:2, respectivamente.

42
Tabela 13 - Valores de CBR e expansão para a mistura 9:1

Faixa W (%) CBR (%) Expansão (%)


3,26 31 0,12
4,14 18 0,07
9:1 5,54 42 0,06
6,83 50 0,03
8,12 64 0,13

Tabela 14 – Valores de CBR e expansão para mistura 8,5:1,5

Faixa W (%) CBR (%) Expansão (%)


3,74 57 0,07
5,05 44 0,05
8,5:1,5 6,15 52 0,10
6,76 50 0,11
7,91 75 0,13

Tabela 15 – Valores de CBR e expansão para mistura 8:2

Faixa W (%) CBR (%) Expansão (%)


3,77 59 0,28
5,10 51 0,22
8:2 6,56 57 0,15
6,68 55 0,05
7,69 56 0,23

O material que apresentou melhor resistência de CBR na umidade ótima foi o


blend de 8:2 que teve o CBR igual a 57%, sua umidade a 6,56%, apresentou uma
expansão pequena de 0,15%. A partir desses resultados foras executado os restantes
dos ensaios sobre o blend.

4.3.2.2 Metodologia MCT para Classificação dos Solos

O ensaio MCT com a mistura ótima de solo e escória, blend, 8:2, foi realizado
conforme a norma DNER-ME 258/94. Porem com principal finalidade de se verificar a
erosão hídrica para o blend, por meio da perda massa por imersão.
Foram feitas 3 amostras do blend 20% de solo da jazida e 80 % de escória de
aciaria, o qual não apresentou nenhuma perda de material após 24 horas de imersão
na água, sendo por tanto uma mistura resistente a erosabilidade a água. Oliveira,
2013, quando fez o ensaio com solo e cimento obteve um resultado na média de
37,82% de perda de massa por imersão.
43
Figura 11 – Foto das três amostras em imersão

4.3.2.3 Ensaio de durabilidade por molhagem e secagem

O ensaio de durabilidade foi realizado conforme a norma DNER-ME 203/94, que


estabelece o método para a determinação de perda de massa, produzidas por ciclos
de saturação e secagem do corpo de prova de solo-escória e escovadelas. O ensaio
foi realizado por intermédio de sete ciclos onde três corpos de prova, moldados com
20% de solo da jazida e 80% de escória de aciaria e com a umidade de compactação
igual a 14% foram executados.

Figura 12 – Imagens dos corpos de prova no ensaio de durabilidade

(A) (B) (C)

44
(D) (E) (F)

As imagens A, B e C apresenta o primeiro dia do ciclo, já as D, E e F


apresenta o sétimo dia do ciclo.

Tabela 16 - Resultados do ensaio de durabilidade

Massa inicial Massa Perda de


Massa Inicial Perda de
Amostra antes do ciclo Final 7º massa
1º ciclo (g) massa (%)
(g) ciclo (g) (g)
1 2384,05 2108,70 2005,60 378,45 15,87
2 2424,00 2146,70 2018,40 405,60 16,73
3 2428,70 2155,70 2011,40 417,30 17,18

O resultado apresentado na tabela mostra que o material teve uma perda média
de 16,59%, tornando um material com a perda de massa maior que o recomendado
pela (ABCP,1980) que aconselha ser menor que 14%, mas esses valores são para
solo-cimento, como a metodologia foi adaptada e tendo em vista o objetivo traçado
para a aplicação do blend pode-se considerar um comportamento moderado. Os
corpos de prova apresentaram bastante fissuras que tem a possível causa a expansão
da escória em contato com a água, que gera um aumento do seu volume, gerando
tensões internas ocasionando trincas no corpo de prova.

4.4 CONCLUSÕES

3 tipos de blend com 10, 15 e 20% de solo da jazida e o 90, 85 e 80% de escória
de aciaria foram testados. Verificando-se que dois deles não possuem eficiência
desejada sendo escolhido o blend composto por 20 % de solos da jazida e 80 % de
escória de aciaria, sendo o que apresentou os resultados compatíveis aos objetivos
traçados.

45
Comparando o solo da jazida com o blend obteve-se uma melhora, tal que o
CBR apresentou um ganho superior a 100% em relação a resistência medida pelo
CBR, passando 25% (solo natural) para 57% (blend de 80% de escória de aciaria e
20% de solo da jazida), um ganho de 128%.
Comparando o solo da jazida e o blend, verifica-se que o blend possui uma perda
de massa por imersão igual a zero, portanto possuindo uma resistência a
erosabilidade hídrica gerado, em quanto que o solo apresenta perda de massa na
ordem de 20 g. Apesar do blend proposto apresentar uma boa resistência a ação
hídrica o mesmo não apresentou resistência a abrasão segundo em ensaio cíclico de
molhagem, secagem e escovadela uma vez que teve perda maior que o recomendado
pela ABCP(1980. A característica ideal do blend é 80% de escória de aciaria com 20%
de solo da jazida, compactado na umidade ótima de 14 % e na energia intermediaria.

46
5 Projeto de estrada de acesso: Estudo de caso Gerdau mina
Miguel Burnier

5.1 Introdução.

Estradas vicinais são em geral estradas municipais ou rodovias que devem ser
classificadas segundo diversos critérios, como, por exemplo:

 Sua administração: em particulares, municipais, estaduais ou federais;


 Sua função dentro da rede viária: em locais, coletoras ou arteriais, sendo:
 Arteriais efetuam interligações dos municípios;
 Coletoras efetuam a ligação das estradas locais às arteriais;
 Locais proporcionam acessos a todas as propriedades lindeiras, usinas e
industrias;
A grande maioria das estradas vicinais encontram-se dentro dos municípios,
podem ser pavimentadas ou não, de uma só pista, locais, e de qualidade técnica bem
modesta, compatível com o tráfego que as utiliza. Entretanto em alguns locais essas
estradas tem uma demanda de qualidade técnica superior, pois pode ter um tráfego
intenso e de carga elevada, caso das estradas que dão acesso as minerações,
grandes lavouras e regiões sucroalcooleira e de agropecuária intensa.
Para tanto os investimentos em tecnologias que proporcionam baixo custo e o
reaproveitamento de resíduos geradas pelas próprias empresas que tem como
principal acesso as estradas vicinais têm sido bastantes elevado, visando melhorar a
qualidade das estradas e destinando de forma ecologicamente viável os resíduos
gerados.
Dessa forma o estudo desenvolvido neste presente trabalho foi direcionado para
as estradas de acesso a mina de Miguel Burnier, dividido em três trechos críticos
denominados Reta Patrag, Trecho Curvo e Morro do Pires, contendo 100m, 100m e
300m respectivamente. O objetivo é melhorar a pista de rolamento e criar uma
proposta de melhoria na drenagem da via que é um grande problema atual nos trechos
estudados.

47
5.2 Programa Experimental.

Para maior exemplificação das etapas realizadas nesse estudo, a figura 13


apresenta um fluxograma que demonstra ao caminho percorrido para a obtenção dos
objetivos propostos.

Figura 13 - Fluxograma das etapas de estudo

Conforme apresentado no fluxograma o trabalho deu início com o referencial


bibliográfico onde foram abordadas todas as variáveis relacionadas a proposta de
readequação da estrada vicinal de acesso a mina de Miguel Burnier, bem como os
estudos do subleito dos trechos a serem analisados.
Foram realizados todos os levantamentos e coleta de dados dos trechos
estudados, buscando obter o máximo de informações relevantes para o estudo, por
meio de levantamento hidrográfico; volume de tráfego; caracterização do subleito e
levantamento do sistema de drenagem existente.
Após todos os estudos realizou-se a identificação das necessidades de
readequação da via, por fim, as possíveis intervenções que podem ser realizadas para

48
as anomalias encontradas, baseando-se nas bibliografias pesquisas, e nos resultados
obtidos no Laboratório de Geotecnia INFRAGEO e de Materiais do curso de
Engenharia Civil da Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Alto
Paraopeba (UFSJ/CAP) e nos resultados obtidos de campo, visando a correta forma
de readequação e orientando as boas práticas de manutenção.

5.2.1 Estudo das condições de campo

Os trechos de interesse foram assim escolhidos por apresentarem maior


incidência de problemas e por algumas vezes atrapalhar o andamento da operação,
assim foram definidos três trechos.
O primeiro trecho denominado de reta do Patrag onde se encontra uma grande
circulação de veículos, e apresenta algumas patologias na pista de rolamento além
de uma drenagem ineficiente.

Figura 14 – Reta Patrag

49
Figura 15 – Reta Patrag

Figura 16 – Reta Patrag

50
Figura 17 – Reta Patrag
O segundo trecho, por ser uma curva bem acentuada em rampa exigindo
expressiva tração o que gera patologias além disso sua superelevação feita de forma
contraria, joga os veículos para fora da curva, e apresentando drenagem de baixa
qualidade fazendo com que no período chuvoso os veículos encontrem elevada
dificuldade para vencer a elevação existente neste trecho da pista.

Figura 18 – Trecho curvo

51
Figura 19 – Trecho curvo

Figura 20 – Trecho curvo

52
Figura 21 –Trecho curvo
O terceiro trecho é denominado como subida do pires, nele são encontradas
diversas patologias na pista de rolamento além de vários problemas crônicos de
drenagem onde as saídas de água estão elevadas em relação ao nível da pista
impedindo o escoamento da água da pista.

Figura 22 – Subida do Pires

53
Figura 23 – Subida do Pires

Figura 24 – Subida do Pires

54
Figura 25 – Subida do Pires

5.2.2 Estudo do tráfego


5.2.2.1 Levantamento de dados

No estudo de Tráfego foi levantado o número máximo de veículos esperado que


supõe que irão passar por um determinado trecho de uma faixa ou pista durante um
período determinado (McSHANE e ROESS, 1990). O estudo de trafego é considerado
o mais básico de todos os parâmetros, e o mais amplamente e frequentemente usado
como parte central de qualquer projeto de engenharia de vias terrestres.
Na etapa de projeto deseja-se quantificar o volume de tráfego para propósitos
dimensionamento e manutenção de vias (WRIGHT et al., 1997), capacidade e
segurança viária (SPINDOLA e GRISALES, 1995), bem como suporte a diretrizes de
projetos de novos empreendimentos em função de seu impacto na circulação viária
(BONNESON, 1987).
Usualmente, dois métodos básicos são usados na contagem de tráfego, são eles
a observação manual e o registro mecânico ou automático (ROBERTSON E
HUMMER, 1994). No projeto em questão os dados foram levantados pelo
departamento de Engenharia de Infraestrutura e Logística da própria Gerdau
Mineração, que se dá pelo levantamento do número de veículos que passam pelo
sistema de monitoramento interno da mina seguindo as orientações e classificações
dos veículos adotados pelo DNIT.

55
Os estudos foram divididos em três trechos, que para análise de tráfego foram
denominados como MB – LOBO LEITE (RETA PATRAG/TRECHO CURVO), MB –
040, VL – MB.
Após a coleta dos dados obtiveram os seguintes resultados:

Tabela 17 - Estudo de tráfego

MB - LOBO LEITE (Patrag e Trecho curvo)


TIPOS DE EIXO
TIPO DE VEÍCULO QUANTIDADE
SIMPLES DUPLO TRIPLO
BI-TRUCK-4EIXOS-29T = 56 - 12 tf / 17 tf -
CAMINHAO TRACADO = 63 6 tf / 10tf / 10 tf/ 10tf 17 tf -
CARRETA TRUCADA-6EIXOS-16M-45T = 143 6tf 13,5tf 25,5tf
CARRETA-5EIXOS-41,5T = 325 6tf / 10tf - 25,5tf

MB – 040
TIPOS DE EIXO
TIPO DE VEÍCULO QUANTIDADE
SIMPLES DUPLO TRIPLO
BI-TRUCK-4EIXOS-29T = 16 - 12 tf / 17 tf -
CAMINHAO TRACADO = - 6 tf / 10tf / 10 tf/ 10tf 17 tf -
CARRETA TRUCADA-6EIXOS-16M-45T = 54 6tf 13,5tf 25,5tf
CARRETA-5EIXOS-41,5T = 94 6tf / 10tf - 25,5tf

VL - MB
TIPOS DE EIXO
TIPO DE VEÍCULO QUANTIDADE
SIMPLES DUPLO TRIPLO
BI-TRUCK-4EIXOS-29T = 16 - 12 tf / 17 tf -
CAMINHAO TRACADO = - 6 tf / 10tf / 10 tf/ 10tf 17 tf -
CARRETA TRUCADA-6EIXOS-16M-45T = 216 6tf 13,5tf 25,5tf
CARRETA-5EIXOS-41,5T = 88 6tf / 10tf - 25,5tf
CARRETA VANDERLEIA-6EIXOS
ESPACADOS-53T 69 6 tf / 10tf / 10 tf/ 10tf 17 tf -

5.2.2.2 Número Equivalente de Operações do Eixo Padrão (N).

O número “N” é definido como a quantidade de solicitações que o pavimento


sofre na sua vida útil pelo eixo padrão de 8,2kN. Este número é composto pelo volume
de tráfego diário e seu crescimento durante a vida útil, multiplicado pelo Fator de
Veículo e pelo Fator Climático, conforme a fórmula a seguir:

N = 365 x Vm x P x FV x FR

56
Sendo:
Vm = Volume médio diário de tráfego e os tipos de veículos;
P = Período em anos da vida útil do pavimento;
FV = Fator de veículo;
FR = Fator climático;

Tabela 18 - Dados para cálculo do N - MB - LOBO LEITE

MB - LOBO LEITE (Patrag e Trecho curvo)


Tipo de Eixo (tf) Frequência Porcentagem (Pi) Fci Equivalência (PixFci)
EIXO SIMPLES
6 531 29,00 0,3 8,70
10 514 28,07 3,5 98,25
EIXO TANDEM DUPLO
12 56 3,06 1,7 5,20
13,5 143 7,81 3 23,43
17 119 6,50 9,5 61,74
EIXO TANDEM TRIPLO
25,5 468 25,56 8 204,48
TOTAL 1831 100% 401,80

FC = 4,02
FE = 3,12
FV = 12,53

Tabela 19 - Dados para cálculo do N / MB - 040 + VL - MB

MB - 040 + VL – MB
Tipo de Eixo (tf) Frequência Porcentagem (Pi) Fci Equivalência (PixFci)
EIXO SIMPLES
6 722 30,49 0,3 9,15
10 590 24,92 3,5 87,20
EIXO TANDEM DUPLO
12 32 1,35 1,7 2,30
13,5 270 11,40 3 34,21
17 101 4,27 9,5 40,52
EIXO TANDEM TRIPLO
25,5 653 27,58 8 220,61
TOTAL 2368 100% 393,98

FC = 3,94
FE = 3,14
FV = 12,37

57
Para o projeto em questão, levou-se em conta o período de vida útil do pavimento
de 5 anos, e Fator Climático regional igual a 1. Portanto:

N = 13426525 – Trecho MB – Lobo Leite (1,3 x 107);


N = 17026338 – Trecho MB – 040 + MB – VL (1,7 x 107);

5.2.3 Estudo do Subleito

Para fins de estudos de engenharia civil, o termo solo é considerado como todo
material da crosta terrestre que não ofereça resistência intransportável a escavação
mecânica e que perde totalmente a resistência quando em contato prolongado com a
agua. Esses materiais reagem ao comportamento das fundações, portanto deformam-
se e resistem a esforços influenciando as obras segundo suas propriedades e
comportamentos (VARGAS 1977).
O estudo do subleito de estradas de rodagem com terraplenagem concluída tem
como objetivo o reconhecimento dos solos visando a caracterização das diversas
camadas e o posterior traçado dos perfis dos solos para efeito do projeto de
pavimento.
Para este projeto foram coletadas amostras a cada 50 metros nos trechos sendo
para cada amostra realizado os ensaios geotécnicos, cuja as descrições das amostras
encontram-se na tabela a seguir:

Tabela 20 - Identificação das amostras

Registro
Amostra Tipo de Amostra Profundidade (m)
INFRAGEO
Reta Patrag PC -01 Amostra. deformada 1,00 - 2,00
Trecho Curvo PC - 02 Amostra. deformada 1,00 - 2,00
Morro do Pires (50 m) PC - 03 Amostra. deformada 1,00 - 2,00
Morro do Pires (150 m) PC -04 Amostra. deformada 1,00 - 2,00
Morro do Pires (250 m) PC - 05 Amostra. deformada 1,00 - 2,00

Tabela 21 - Ensaios realizados e respectivamente normas e referencias

Ensaio Normas e referências

58
Limite de Liquidez – LL NBR 6459 / 2016
Índice de Plasticidade – IP NBR 7180 / 2016
Granulometria NBR 7181 / 1984
Índice de Suporte Califórnia – CBR DNER-ME 049 / 1994
Metodologia MCT para classificação dos Solos DNER-ME 258/94
Ensaio de Compactação NBR 7182 / 2016

5.2.4 Dimensionamento do Pavimento com Aplicação do Blend

O dimensionamento de um pavimento, basicamente, consiste em determinar as


espessuras de cada camada do pavimento de modo a resistir e transmitir ao subleito
as cargas aplicadas pelo trafego, sem que ocorra a ruptura da estrutura ou
deformações plásticas (afundamentos em trilhas de roda) e deterioração excessiva do
revestimento (trincamentos) (BALBO, 2007; PINTO E PREUSSLER, 2010).

5.2.4.1 Método CBR

Esta técnica utilizada para a determinação da espessura das camadas e está


baseada no uso de curvas denominadas Índice de Suporte Califórnia (CBR). Essa
metodologia foi criada no final da década de 1920, pela Divisão de Rodovias da
Califórnia, com coordenação de O. J. Porter. Para desenvolvimento desta proposta
foram desenvolvidas pista experimentais e para os locais onde o pavimento
apresentou sinais de ruptura, foram estudados os fatores que, supostamente, teriam
influenciado nesta ruptura. Foi constatado que as principais causas das rupturas eram
a má compactação, o excesso de umidade no subleito, as espessuras de base
insuficientes e as bases compostas por materiais com pouca resistência à tensão
cisalhante. Tornando assim necessário um método de dimensionamento que
analisasse e levasse em conta as características que influenciam no desempenho
estrutural criando-se, para isso, o ensaio CBR.

Com o número de solicitações N, o CBR das camadas, e os coeficientes de


equivalência estrutural (K), podemos então dimensionar o pavimento dos trechos
experimentais propostos por este trabalho usando um sistema de inequações para a
obtenção das espessuras das camadas mediante a análise do ábaco de
dimensionamento apresentado na Figura 26.

59
Figura 26 – Espessura total do pavimento, em função de N e do CBR, em termos de material
com K = 1 – Fonte: DNIT (2006).

As espessuras das camadas de base (B), sub-base (h20) e reforço do subleito


(hn) são determinadas a partir do sistema euclidiano:

60
Figura 27 – Dimensionamento usando o método CBR. Fonte: Oliveira Filho et alli 2009

Onde:
KR = coeficiente de equivalência estrutural do revestimento
R = espessura do revestimento
KB = coeficiente de equivalência estrutural da base
B = espessura da base
H20 = espessura de pavimento sobre a sub-base
Ks = coeficiente de equivalência estrutural da sub-base h20 = espessura da
sub-base
Hn = espessura do pavimento sobre o reforço do subleito
Kref = coeficiente de equivalência estrutural do reforço de subleito
hn = espessura do reforço do subleito
Hm = espessura total do pavimento

Porém no caso dos trechos objeto de estudo, não haverá as camadas de


revestimento asfáltico, base e sub-base, i.e., somente haverão subleito e revestimento
primário.

5.2.5 Estudo Hidrológico e Sistema de Drenagem

A drenagem tem um papel de suma importância na pavimentação, o qual tem a


função de retirar a água da pista de rolamento e direcionar para fora da estrada.
Segundo o Skorseth e Selim (2000), as três coisas mais importante a serem
analisadas na construção e manutenção de estradas não pavimentadas são
drenagem, drenagem e drenagem. Mesmo que se utilize de métodos adequados e se
faça um bom emprego de matérias resistentes para a construção de estradas não
pavimentadas, a drenagem inadequada pode trazer um resultado insatisfatório.

61
O estudo hidrológico é importante para dimensionamento da drenagem, pois
através deste, se verifica os volumes e regime pluviométricos responsáveis pela
geração de água na pista. Ter um conhecimento do relevo, ocupação, saber o
percurso que a água faz e a cobertura do solo fazem parte do estudo hidrológico da
área.
De acordo com dados da Estação Meteorológica Gerdau Açominas (2010) no
ano de 2009 foram anotadas temperatura mínima de 18,6° e máxima de 21,4°. E um
índice pluviométrico médio de 1696,2 mm.
A intensidade de chuva para o local é de 96,28 mm/h. Essa intensidade foi
calculada utilizando os seguintes parâmetros de chuva: k = 3359,569; a = 0,221; b =
25,101; e c = 1,026, os quais foram obtidos através do programa Plúvios.
A drenagem superficial consiste em um conjunto de dispositivos construídos
junto à pista de rolamento, com a finalidade de retirar a água que incide sobre ela e/ou
sobre áreas adjacentes. Utilizara concepção básica de drenagem será baseada na
utilização de sarjetas, saídas d’agua vulgo bigodes e bacias de infiltração.

5.3 Resultados e Discussões.


5.3.1 Limite de Liquidez – LL

O ensaio do limite de liquidez foi realizado conforme a NBR 6459/2017. Os


resultados dos solos analisados de cada trecho estão agrupados na tabela 22 e
representam a umidade que o solo se encontra ao atingir 25 golpes no equipamento
de Casa Grande.

Tabela 22 - Resultado Limite Liquidez

Amostra Registro INFRAGEO LL (%)


Reta Patrag PC -01 26,00
Trecho Curvo PC – 02 48,25
Morro do Pires (50 m) PC – 03 34,80
Morro do Pires (150 m) PC -04 34,30
Morro do Pires (250 m) PC – 05 25,00

62
5.3.2 Limite de Plasticidade – LP

O ensaio do limite de plasticidade foi feito de acordo com a NBR 6457/2016, e


os resultados para os solos dos trechos em estudo estão representados na Tabela 23.

Tabela 23 - Resultado Limite de Plasticidade

Registro
Amostra LP (%)
INFRAGEO
Reta Patrag PC -01 21,88
Trecho Curvo PC – 02 21,62
Morro do Pires
PC – 03 17,85
(50 m)
Morro do Pires
PC -04 22,61
(150 m)
Morro do Pires
PC – 05 14,80
(250 m)

5.3.3 Índice de Plasticidade – IP

Com base, nos valores obtidos de limite de liquidez e limite de plasticidade, pode-
se então calcular o Índice de Plasticidade dos solos dos trechos em estudo, que segue
representado na tabela 24.

Tabela 24 - Resultados Índice de Plasticidade

Amostra Registro INFRAGEO IP (%)


Reta Patrag PC -01 4,12
Trecho Curvo PC – 02 26,63
Morro do Pires (50 m) PC – 03 16,95
Morro do Pires (150 m) PC -04 11,69
Morro do Pires (250 m) PC – 05 10,20

5.3.4 Granulometria Conjunta

O ensaio da curva granulométrica foi realizado conforme as especificações


técnicas da norma do DNIT ME (080, 1994). A Tabela 25, indica as aberturas das
malhas e as porcentagens passantes nas peneiras da ASTM para o solo de cada
trecho estudado.

63
Tabela 25 - Resultados peneiramento grosso

Registro PENEIRAMENTO GROSSO (% QUE PASSA)


AMOSTRA
INFRAGEO 2'' 1 1/2'' 1'' 3/4'' 3/8'' #4 #10
Reta Patrag PC-01 100,00 100,00 96,00 89,77 83,99 80,62 77,15
Trecho Curvo PC-02 100,00 100,00 99,38 99,38 95,53 89,35 84,15
Morro do Pires (50 m) PC-03 100,00 100,00 97,80 97,49 96,12 91,20 84,57
Morro do Pires (150 m) PC-04 100,00 100,00 100,00 100,00 97,41 85,77 76,48
Morro do Pires (250 m) PC-05 100,00 100,00 100,00 100,00 99,86 98,39 94,16

Tabela 26 - Resultados peneiramento fino

Registro PENEIRAMENTO FINO (% QUE PASSA)


AMOSTRA
INFRAGEO #16 #30 #40 #50 #100 #200
Reta Patrag PC-01 74,84 64,67 59,40 54,49 46,29 38,10
Trecho Curvo PC-02 82,07 78,73 77,50 75,98 72,73 68,78
Morro do Pires (50 m) PC-03 81,99 78,12 76,69 74,79 69,43 60,81
Morro do Pires (150 m) PC-04 74,78 71,43 69,99 68,14 62,99 55,83
Morro do Pires (250 m) PC-05 91,90 86,44 84,60 82,59 76,77 65,85

5.3.5 Índice de Suporte Califórnia – CBR

Após o ensaio realizado, calculou-se a expansão de cada solo. E posteriormente


calculou-se a capacidade de suporte do solo, conforme a NBR 9895/87 e obteve-se
os resultados expressos na Tabela 27.

Tabela 27 - Índice de suporte Califórnia - CBR

Amostra Registro INFRAGEO CBR (%) Expansibilidade (%)

Reta Patrag PC -01 7,00 0,38


Trecho Curvo PC - 02 7,00 1,02
Morro do Pires (50 m) PC - 03 27,00 0,04
Morro do Pires (150 m) PC -04 23,00 0,04
Morro do Pires (250 m) PC - 05 5,00 0,13

5.3.6 Ensaio de Compactação

O resultado da curva de compactação encontrado, conforme a NBR 7182 está


representado na tabela 28.

64
Tabela 28 - Resultados ensaio de compactação

Registro γmáx (kg/m³)


Amostra Wot (%)
INFRAGEO
Reta Patrag PC -01 18,20 1793,00
Trecho Curvo PC - 02 20,28 1715,00
Morro do Pires
PC - 03 16,55 2172,00
(50 m)
Morro do Pires
PC -04 19,90 1949,00
(150 m)
Morro do Pires
PC - 05 14,10 2350,00
(250 m)

5.3.7 Dimensionamento do Blend

Conforme o método CBR descrito pelo DNIT (2016) o dimensionamento do


pavimento dos trechos está representado na tabela 29 e ilustrado na figura 28.
Tabela 29 - Dimensionamento do pavimento

Trecho Espessura da camada (H) Método de execução


Duas camadas de
Reta Patrag 54cm 20cm e uma de 14 cm

Duas camadas de
Trecho curvo 54cm 20cm e uma de 14 cm
Morro do Pires Duas camadas de
(50 e 150) 26cm 13cm
Morro do Pires Duas camadas de
(250) 66cm 23cm e uma de 20 cm

Figura 28 - Modelo do pavimento

65
5.3.8 Sistemas de Drenagem

O trecho da reta patrag, possui uma área de aproximadamente de 800m², e não


possui área de contribuição, assim quando submetidas a intensidade pluviométrica de
projeto alcançaram volume total de 4,22x10 m³ de água. Para descarregar esse total
precipitado, propõe-se adoção de um caimento simples levando o excesso de água
para as sarjetas, as quais possuem dimensões apresentadas no anexo A, tais sarjetas
ao alcançarem preenchimento de 1/3 da faixa de rolamento descarregarão o excesso
pluviométrico em saída d’agua (bigode). Os dimensionamentos destes sistemas são
baseados na prática rotineiras aplicada no campo, em equações hidráulicas e cujos
resultados estão apresentados estão apresentados no anexo A, também é possível
verificar no anexo C a situação atual encontrada bem como a projetada para cada
trecho.
O trecho curvo, possui uma área de aproximadamente de 1200m², e não possui
área de contribuição, assim quando submetidas a intensidade pluviométrica de projeto
atingiram volume total de 9,97x10 m³ de água. Para descarregar esse volume
precipitado, propõe-se adoção de um caimento simples levando o excesso de agua
para as sarjetas, as quais possuem dimensões apresentadas no anexo A, tais sarjetas
ao alcançarem preenchimento de 1/3 da faixa de rolamento descarregarão o excesso
pluviométrico em saída d’agua (bigode). Os dimensionamentos destes sistemas são
baseados na prática rotineiras aplicada no campo, em equações hidráulicas e cujos
resultados estão apresentados estão apresentados no anexo A, também é possível
verificar no anexo D a situação atual encontrada bem como a projetada para cada
trecho.
O trecho subida do pires, possui uma área de aproximadamente de 3000m², e
não possui área de contribuição, assim quando submetidas a intensidade
pluviométrica de projeto atingiram volume total de 2,13x10 m³ de água. Para
descarregar esse volume precipitado, propõe-se adoção de um caimento duplo
levando o excesso de agua para as sarjetas, as quais possuem dimensões
apresentadas no anexo B, tais sarjetas ao alcançarem preenchimento de 1/3 da faixa
de rolamento descarregarão o excesso pluviométrico em saída d’agua (bigode) e nos
pontos que tais bigodes não conseguirem, por diferença topográficas, desaguar por si
só, serão os mesmos conectados a bacia de infiltração. Os dimensionamentos destes
sistemas são baseados na prática rotineiras aplicada no campo, em equações

66
hidráulicas e cujos resultados estão apresentados estão apresentados no anexo B,
também é possível verificar no anexo D a situação atual encontrada bem como a
projetada para cada trecho.

5.3.9 Conclusão

Embasado nos estudos de caracterização efetuados nas amostras dos materiais


utilizados para confeccionar o Blend de solo/escória a camada de revestimento
primária constituinte do pavimento dos trechos da estrada vicinal de acesso a mina de
Miguel situado no distrito de Miguel Burnier, bem como, os demais resultados dos
ensaios físico-químicos e mecânicos, pode-se atribuir um adequado comportamento
técnico da escória de aciaria pura acrescida de 20% de solo da jazida de empréstimo,
mostrando um excelente comportamento no ensaio de durabilidade.
Após realizados estudos do subleito dos trechos Reta Patrag, Trecho Curvo e
Morro do Pires e do Blend solo/escória para compor o revestimento primário, obteve-
se os seguintes resultados conclusivos para os ensaios realizados através dos
ensaios de compactação a umidade ótima Wot para realização da compactação do
solo e através do Índice de Suporte Califórnia (CBR) obteve-se as resistências dos
respectivos trechos citados, sendo eles Reta Patrag Wot = 18,20% e CBR = 7%,
Trecho Curvo Wot = 20,28% e CBR = 7%, Morro do Pires dividido em três trechos
iguais com uma distância de 100m entres eles, ficando assim os pontos de coleta a
50m, 150m e 250m, com seus resultados Wot = 16,55% e CBR = 27%, Wot = 19,90%
e CBR = 23%, Wot = 14,10 e CBR = 5% respectivamente.
Com os dados citados acima e o número N encontrado no estudo de tráfego
pode-se então calcular a estrutura de modo a atender todas as solicitações requeridas
da via.
Após estudos de campo verificou-se também a necessidade de melhorias na
estrutura de drenagem da pista, para assim garantir a integridade física da via evitando
acúmulos de água na pista e erosões. Foi-se então necessário elaborar um projeto de
drenagem contemplando mais “Samp”, mais saídas de água, sarjetas e correção da
inclinação da pista para garantir a boa drenagem da via.

67
REFERÊNCIAS

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Anexo A

73
Anexo B

74
Anexo C

75
Anexo D

76
Anexo E

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FORM. A0 - 1189 x 841
FORM. A0 - 1189 x 841
FORM. A0 - 1189 x 841
FORM. A0 - 1189 x 841
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