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COBERTURAS VERDES:
ANÁLISE DO IMPACTO DE SUA
IMPLANTAÇÃO SOBRE A REDUÇÃO DO
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
GOIÂNIA
2010
KARIELLE GARRIDO SADDI
RÚBIA ODA MOURA
COBERTURAS VERDES:
ANÁLISE DO IMPACTO DE SUA
IMPLANTAÇÃO SOBRE A REDUÇÃO DO
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
GOIÂNIA
2010
KARIELLE GARRIDO SADDI
RÚBIA ODA MOURA
COBERTURAS VERDES:
ANÁLISE DO IMPACTO DE SUA IMPLANTAÇÃO SOBRE A REDUÇÃO DO
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Aprovada em ______/______/______.
__________________________________________________
Prof. Ms. Ricardo Prado Abreu Reis (Presidente)
Universidade Federal de Goiás
__________________________________________________
Prof. Dr. José Vicente Granato de Araújo (Examinador)
Universidade Federal de Goiás
__________________________________________________
Prof. Ms. Saulo Bruno Silveira de Souza (Examinador)
Universidade Federal de Goiás
Visto do orientador:____________________
Em:______/______/______
RESUMO
Figura 2.5. Camadas e espessura de substrato para cobertura verdes extensivas e intensivas...............17
Figura 2.11 - Plantas utilizadas em telhados intensivos (Canadá, Bélgica, Estados Unidos)................23
Figura 2.29. Porcentagem de metais pesados e outras substâncias retidas pelo substrato em relação ao
total existente na precipitação.................................................................................................................49
Figura 3.7. Tela inicial do programa SWMM contendo a representação do terreno, da represa, de sua
descarga de fundo e os locais para entradas de dados............................................................................56
Figura 3.8. Tela de listas de dados calculados de precipitação e escoamento em função do tempo......57
Figura 4.1. Precipitação (mm/h) em função do Tempo (h) para chuva de projeto.................................66
Figura 4.2. Hidrograma Comparativo do Escoamento Superficial de um Lote sem e com a presença de
Coberturas Verdes - Vazão (L/s) em função do Tempo (h)...................................................................67
Figura 4.3. Hidrograma Comparativo do Escoamento Superficial do Loteamento sem e com a presença
de Coberturas Verdes - Vazão (m³/s) em função do Tempo (h).............................................................68
Figura 4.4. Escoamento Total da Descarga de Fundo da represa Vazão (m³/s) em função do
Tempo(h)................................................................................................................................................68
Quadro 2.1. Espessura do substrato de coberturas verdes extensivas em função do tipo de plantas.....25
Quadro 2.2. Espessura do substrato de cobertura verde intensiva em função do tipo de plantas...........26
Quadro 2.4. Comparação de diversos parâmetros para valores da temperatura interna do ar................41
Quadro 2.6. Porcentagem de estoque anual em função do tipo de cobertura verde, da vegetação
utilizada e da espessura do substrato......................................................................................................44
Quadro 3.2. Classificação hidrológica dos Solos segundo o Soil Conservation Service.......................60
Quadro 3.5. Dados Pluviométricos calculados pelas etapas I e II do Método dos Blocos Alternados e
organização dos mesmos segundo a etapa III do mesmo.......................................................................65
CV - Cobertura(s) Verde(s)
K u - coeficiente empírico igual a 6,92 utilizado na equação derivada da equação de Manning para
cálculo do Tempo de Concentração
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................................10
1.1. OBJETIVOS.......................................................................................................................................11
1.1.1. Gerais...............................................................................................................................................11
1.1.2. Específicos........................................................................................................................................11
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................................12
2.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA..............................................................................................................12
2.1.1. Aplicação de Coberturas Verdes no mundo.................................................................................12
2.1.2. Aplicação de Coberturas Verdes na América Latina................................................................. 15
2.2. CLASSIFICAÇÃO DAS COBERTURAS VERDES EM FUNÇÃO DO TIPO DE
VEGETAÇÃO....................................................................................................................................16
2.2.1. Coberturas verdes extensivas.........................................................................................................17
2.2.2. Coberturas verdes intensivas.........................................................................................................18
2.3. COMPONENTES DA COBERTURA VERDE..............................................................................18
2.3.1. Características gerais das plantas para coberturas verdes.........................................................20
2.3.1.1. Características específicas das plantas para coberturas verdes extensivas.......................................20
2.3.1.2. Características específicas das plantas para coberturas verdes intensivas........................................22
2.3.2. Características gerais do substrato de crescimento para coberturas verdes.............................23
2.3.2.1. Características específicas do substrato de crescimento para coberturas verdes
extensivas.......................................................................................................................................24
2.3.2.2. Características específicas do substrato de crescimento para coberturas verdes
intensivas........................................................................................................................................25
2.3.3. Características gerais da camada de filtração para coberturas verdes.....................................26
2.3.3.1. Características específicas da camada de filtração para coberturas verdes
extensivas.......................................................................................................................................26
2.3.3.2. Características específicas da camada de filtração para coberturas verdes
intensivas........................................................................................................................................26
2.3.4. Características gerais da camada de drenagem para coberturas verdes...................................27
2.3.4.1. Características específicas da camada de drenagem para coberturas verdes
extensivas.......................................................................................................................................28
2.3.4.2. Características específicas da camada de drenagem para coberturas verdes
intensivas........................................................................................................................................28
2.3.5. Características gerais da camada de impermeabilização com lâmina anti-raiz para
coberturas verdes............................................................................................................................29
As cidades, num contexto amplo que abrange o Brasil e o mundo, têm passado por
grande crescimento populacional que traz como consequências transtornos ambientais, como
o acelerado desmatamento e a poluição do ar e da água, praticados ao longo dos séculos.
Enchentes, ilhas de calor e o efeito estufa são consequências destes atos que afetam
diretamente a qualidade de vida das pessoas.
As enchentes, que ocorrem com certa freqüência nos meios urbanos, criam
problemas que vão desde congestionamentos de trânsito até alagamento de áreas habitadas, o
que provoca perda de bens e, muitas vezes, de vidas. Outro problema é que a água que escoa
por telhados comuns e que passa por ruas e avenidas acaba sendo contaminada por poluentes.
Esse fato, aliado à incapacidade de captação total da água por sistemas de drenagem e o não
tratamento de água pluvial, antes de ser conduzida aos corpos de água, faz com que os
mesmos sejam contaminados.
1.1. OBJETIVOS
Até hoje é possível encontrar construções islandesas intactas nas quais podem ser
vistos telhados completamente cobertos com turfa (turf houses) e a estrutura contendo grossas
paredes compostas de camadas de pedra seguidas por blocos de terra e grama. Nesse contexto,
sempre que possível troncos de madeira eram incluídos. A Figura 2.1 mostra uma típica casa
Islandesa do período e a Figura 2.2 mostra uma igreja criada em 1834 na Islândia (Igreja de
Vidimyri) preservada como monumento estando em pleno funcionamento atualmente.
Figura 2.1. Cobertura verde em uma residência Figura 2.2. Cobertura verde na Igreja de Vidimyri
na Islândia (Turf House) Islândia
Fonte: greenroofs.com - Retirada de Magnusson, 1987 Fonte: greenroofs.com - Retirada de Brown, 2001
Por causa destas contribuições à divulgação dos telhados verdes Le Corbusier foi
considerado um dos primeiros “enverdecedores” sistemáticos de telhados (PECK et al., 1999;
DARLING, 2000 apud NASCIMENTO, 2008).
terraço-jardim que foi executado sobre uma marquise que se encontra em posição oposta à
projeção da ala do auditório que se projeta do bloco principal.
De acordo com Peck e Kuhn (1999), na Alemanha, o mercado dos telhados verdes
conheceu uma forte expansão nos anos 1980, seu crescimento anual atingiu, então, entre 15 e
20% e o número de metros quadrados passou de um a dez milhões. Segundo os autores,
grande parte deste crescimento resultou de leis adotadas pelo Estado, de subvenções
municipais e do subsídio de 35 a 40 Deutsche marco por metro quadrado de cobertura assim
transformada.
Figura 2.3. Terraço-Jardim Roberto Burle Marx no Figura 2.4. Ministério da Educação
Ministério da Educação e Saúde e Saúde (1942)
Fonte: Monolitho ensaios arquiteturais (2009) Fonte: Monolitho ensaios arquiteturais (2009)
Figura 2.5. Camadas e espessura de substrato para cobertura verdes extensivas e intensivas
Fonte: Correa (2009)
resumir a duas visitas anuais, em média, para cuidar da retirada de ervas daninhas e inspeções
de segurança da membrana de impermeabilização.
Figuras 2.6. Dispositivo especial de ancoragem Figuras 2.7. Dispositivo especial de ancoragem
devido à considerável inclinação - Fonte: Guide devido à considerável inclinação - Fonte: Guide
Pratique pour la Construction et la Renovation Pratique pour la Construction et la Renovation
Durables de Petits Bâtiments (2007) - Retirada de: Durables de Petits Bâtiments (2007) - Retirada de:
Dunnett; Kingsbury (2005). Dunnett; Kingsbury (2005).
Figura 2.8. Elementos de um telhado verde (sistema alveolar) - Fonte: Laroche et al. (2004)
Figura 2.9. Elementos de uma cobertura verde (sistema alveolar) - Fonte: Ecotelhado (2010)
as possibilidades de manutenção;
elas sobrevivam em solo raso o que faz com que sejam muito utilizadas em telhados verdes
em geral.
A instalação das plantas pode ser por semeadura, plantação direta (mudas) ou por
meio de tapetes pré-cultivados. A semeadura à mão é mais conveniente no caso da plantação
de ervas ou gramíneas e é mais barata, mas pode apresentar certos problemas de execução:
dispersão pelo vento ou chuva, distribuição não-homogênea e necessidade de rega regular
durante um período após a semeadura. As plantas que se enraízam facilmente a partir de
pequenos botões, como é o caso dos sedums, de pequenos bulbos, como ocorre com as
Ciboulettes, ou ainda de jovens mudas, podem ser também semeados à mão (para grandes
superfícies inclinadas, uma técnica chamada hidro-semeadura permite que seja distribuída
uma mistura líquida de grãos, água e gel, de forma mais estável e homogênea).
Figura 2.10. Plantas utilizadas em telhados extensivos no Brasil - Fonte: Ecotelhado, 2010
sobre a possibilidade de serem instaladas passagens, bancos, campos de jogos e até mesmo
lagoas como características adicionais no telhado.
Algumas espécies de vegetais que são utilizadas em países onde há execução mais
freqüente de coberturas verdes extensivas como o Canadá, Bélgica e Estados Unidos podem
ser citadas: Hedera Helix, Festuca Rubra, Osmunda regalis, Polygonum affine, Vinca major,
Syringa vulgaris, Viorne obier, Rosa rubiginosa e Sorbus aria, representadas na Figura 2.11.
Figura 2.11 - Plantas utilizadas em telhados intensivos (Canadá, Bélgica, Estados Unidos) - Fonte:
Wikipedia, 2010
O termo substrato não deve ser confundido com solo simples uma vez que é um
composto nutritivo específico as coberturas verdes e às suas exigências.
ser leve;
Quadro 2.1. Espessura do substrato de coberturas verdes extensivas em função do tipo de plantas
Fonte: adaptado do Guia Belga para execução de telhados verdes (Guide Pratique pour la Construction et la
Renovation Durables de Petits Bâtiments, 2007)
Quadro 2.2. Espessura do substrato de cobertura verde intensiva em função do tipo de plantas
arbustos e árvores, utilizadas nas coberturas verdes intensivas. Segundo o Guide Pratique
pour la Construction et la Renovation Durables de Petits Bâtiments (2007), ela pode ser
constituída de geotêxtil (não tecido com fis de poliéster ou toalha tecido em fibras de
polipropileno), tecido a base de fibras de vidro ligadas por resina sintética, de agro-musgo -
fornecido em blocos ou produzido no local e capaz de reter uma parte da umidade. O Guia
ainda recomenda que as toalhas de tecido filtrantes devam ser colocadas com um
recobrimento de no mínimo 10 cm acima do nível visível do substrato.
Figura 2.12. Placa de PETG – Spectar Copoliéster Reciclado Figura 2.13. Placa de Polietileno Alveolar
Fonte: La toiture vegetalisee (2010) Fonte: Ecotelhado (2010)
acumulação possa prejudicar tanto a construção quanto as raízes e a microfauna e ser leve
possuindo, no entanto, uma resistência à compressão suficiente.
A camada drenante deve ser o mais leve possível, possuindo, no entanto, uma
resistência à compressão suficiente. Na Bélgica uma camada de drenagem em concreto poroso
leve é uma exigência quando a resistência à compressão requerida é superior a 15 t/m².
Figura 2.14. Camada de drenagem em argila expandida - Fonte: (Guide Pratique pour la Construction et la
Renovation Durables de Petits Bâtiments, 2007)
Inconvenientes Inconvenientes
Eficácia energética e retenção de águas pluviais Carga maior sobre a estrutura;
menor; Necessidade de sistemas de irrigação e drenagem ou
Escolha de plantas mais restrita; de consumo de energia, água e outros materiais;
Raramente acessível para lazer ou outras funções. Custos de manutenção superiores;
Sistemas e exigência de conhecimento mais
complexo.
Fonte: adaptado adaptada de Peck e Kuhn (1999)
reter água e nutrientes de maneira eficiente. Sua composição é feita por materiais orgânicos e
sintéticos reciclados.
Desenvolvendo-se sobre o substrato nutritivo fica a vegetação que neste caso tem
porte baixo e é perene necessitando raramente de manutenção (após a adaptação, pois
inicialmente é recomendado que sejam regadas no mínimo duas vezes ao dia). Várias espécies
de plantas que possuem Metabolismo Ácido das Crassulácias (predominância de Sedums) são
colocadas juntas. Neste caso, os telhados de grama não são recomendados pela alta exigência
de manutenção.
Figura 2.16. Passos para instalação pelo sistema modular - Fonte: Ecotelhado (2010)
Passo 6.1 e 6.2: instalação dos módulos. A segunda fiada é instalada contra a
primeira fiada.
Cobertura pronta: mostra o aspecto final do telhado verde pelo sistema modular
de 121 x 95 cm com espessura de 200 micras e tem a função de ser uma camada drenante que
ao mesmo tempo consegue reservar água para as raízes da vegetação (capacidade de retenção
de 10 L/m²). Por causa da retenção de água é possível utilizar maior variedade de plantas,
incluindo gramíneas que não é recomendado para o sistema modular.
Figura 2.17. Placa de PETG – Spectar Copoliéster Reciclado - Fonte: Ecotelhado (2010)
A figura 2.19 a seguir dá uma visão geral das camadas do tipo laminar e é
utilizada como esquema para explicar o funcionamento do sistema.
como uma reserva para as plantas. A lâmina de água atinge no máximo 4 cm de altura visto
que os quadrados internos do módulo têm 11 x 11 cm de dimensões laterais e 4 cm de
profundidade.
Figura 2.20. Instalação dos módulos de substrato Figura 2.21. Instalação dos módulos de substrato
rígido - Fonte: Ecotelhado (2010) rígido - Fonte: Ecotelhado (2010)
Acima dos módulos rígidos é instalada a membrana de retenção de nutrientes
composta de não tecido reciclado, com espessura de 500 micras – representada pela Figura
2.22, e acima desta, representada pelo número 2 e pela Figura 2.23, é colocado um substrato
leve e nutritivo composto de materiais orgânicos e sintéticos reciclados.
Figura 2.22. Membrana de retenção de nutrientes Figura 2.23. Colocação do substrato leve
Fonte: Ecotelhado (2010) Fonte: Ecotelhado (2010)
Após a instalação do substrato a camada de vegetação é colocada. Neste caso, a
grama esmeralda com altura de 3 cm satisfaz bem as condições especificadas e é muito
utilizada (Figura 2.24 e Figura 2.25).
Nos dias frios, ou mesmo nas madrugadas, a camada de substrato aumenta o fator
isolante do imóvel o que em países de inverno rigoroso diminui os gastos de energia com
aquecimento.
Para isso foi executado o sistema de cobertura verde sobre uma laje cerâmica pré-
moldada impermeabilizada com pasta de cimento, látex e impermeabilizante de óleo vegetal
(Ricinus comminis). Como camada de drenagem utilizou-se geomanta leve e flexível e
compondo o substrato foi utilizada terra vegetal e gramínea do tipo Paspalum Notatum
(grama esmeralda) que é resistente ao sol e ao pisoteamento. A Figura 2.28 representa as
camadas de uma cobertura verde leve.
máxima (34.04°C) maior que a média registrada pelas Normais Climatológicas para o mês de
outubro (24.7°C).
Figura 2.28. Camadas de uma cobertura verde leve - Fonte: Vecchia (2005).
Para comparar a cobertura verde leve com outros sistemas de cobertura - telhas
cerâmicas, telhas de fibrocimento, telhas de aço galvanizado e laje cerâmica
impermeabilizada sem telhas - foram construídas duas estruturas idênticas, em escala real,
com pisos de concreto, paredes em tijolo cerâmico maciço, pintadas de branco com portas e
janelas em madeira cuja única diferença referia-se ao tipo de cobertura.
Para a medição das temperaturas nas duas estruturas foram instalados Termopares
tipo T e foram medidas a temperatura superficial e a temperatura interna do ar, neste caso com
instalação dos termopares 1m acima do solo, considerando que a altura total do protótipo era
de 2,60 m.
tbs (°C) tbs (°C) tbs (°C) tbs (°C) laje tbs (°C) temp ar
cerâmica aço fibro concr. CVL ext (°C)
MÁX 30,4 45,0 31,0 34,7 28,8 34,0
MED 24,1 26,5 24,5 27,1 22,4 27,2
MIN 15,2 11,5 14,4 14,8 16,2 12,7
tsi (°C) tsi (°C) tsi (°C) tsi (°C) laje tsi (°C) temp ar
cerâmica aço fibro concr. CVL ext (°C)
MÁX 50,9 57,8 48,6 45,0 26,7 34,0
MED 32,9 35,9 25,6 31,8 22,1 27,1
MIN 8,5 9,5 9,5 11,5 17,5 12,7
A maior parte da água de chuva que cai em zonas urbanas, cada dia mais
impermeabilizadas, é diretamente encaminhada para o esgoto pluvial. Na maioria das cidades
há bairros onde a capacidade do sistema de drenagem é insuficiente para receber a quantidade
de água lançada e ainda tem a recepção prejudicada por aspectos como o entupimento de
bueiros. Esses problemas causam desagradáveis incidentes como o acúmulo de água nas vias
de circulação atrapalhando o trânsito e problemas mais graves como a inundação de áreas
próximas à fonte receptora, que embora sejam consideradas áreas de risco, muitas vezes, é
habitada.
que uma parte da chuva volte para a atmosfera de maneira mais rápida (pela
evaporação do substrato e evapotranspiração das plantas) o que promove aumento
da umidade do ar;
Quadro 2.6. Porcentagem de estoque anual em função do tipo de cobertura verde, da vegetação utilizada e da
espessura do substrato
Espessura da Estocagem
Tipo Forma de Vegetação
camada (cm) (%)
Predomínio de musgos e sedums 2-4 40
Predomínio de sedums e musgos >4-6 45
Extensivo
Sedums e gramíneas > 6 - 10 50
Sedums, gramíneas e herbáceas > 10 - 15 55
Herbáceas e gramíneas > 15 - 20 60
Gramíneas, plantas perenes e pequenos arbustos > 15 - 20 60
Intensivo
Gramíneas, plantas perenes e arbustos > 25 - 50 70
Gramíneas, plantas perenes, arbustos e árvores > 50 > 90
Fonte: Adaptado do Guide Pratique pour la Construction et La - Renovation Durables de Petits Bâtiments (2007)
Para cada módulo experimental foram ligados dois reservatórios de 200 litros
cada sendo o primeiro diretamente ligado à parte mais baixa de cada módulo e o segundo
ligado ao primeiro servindo como extravasor. Além disso, sensores foram instalados no
primeiro reservatório para medir o volume de água e marcar o horário em que começaria o
escoamento.
O objetivo ao construir dois módulos paralelos, um com ecotelha e outro não, era
comparar a quantidade de água que escoa diretamente para as vias públicas em um telhado
impermeabilizado comum em relação ao volume excedente de água drenado pela cobertura
verde. E com os valores fazer o balanço hídrico.
Os resultados mostraram que para a laje com ecotelha em nenhum dos eventos
houve escoamento no período das primeiras três horas iniciais e para o telhado inclinado
embora nas primeiras três horas tenha havido escoamento para três dentre os seis eventos
analisados o volume escoado foi bem menor que o medido para a cobertura impermeabilizada
correspondente.
O resultado após seis horas ainda mostrou que para o módulo horizontal, em
quatro dos seis eventos não houve escoamento, o que ocorreu apenas em dois dos seis eventos
no caso do telhado inclinado. A experiência mostrou ainda que o volume escoado do telhado
verde inclinado fosse maior que o do horizontal em cinco dos seis eventos estudados.
O Quadro 2.7, o Quadro 2.8, o Quadro 2.9 e o Quadro 2.10 a seguir mostram
respectivamente as características da precipitação para os seis eventos estudados, a hora de
início do escoamento e o tempo que demorou em acontecer, em relação ao início da chuva, o
volume escoado nos quatro módulos após três horas do início da precipitação e os volumes
escoados após seis horas.
Data do Evento Início Chuva Total Prec. (mm) Duração da Chuva (h)
28/05/2008 13 h 66,33 34:55:00
08/06/2008 13h:55min 71,58 55:00:00
20/06/2008 15h:10min 13,39 20:20:00
20/07/2008 5h 21,69 51:50:00
27/07/2008 3h:35min 139,54 71:50:00
01/08/2008 21h:40min 38,30 08:00:00
Fonte: Castro e Goldenfum (2008)
Vol. Escoado após 6 h (c/ telhado Vol. Escoado após 6 h (s/ telhado
Data do verde) verde)
Evento
Terraço Telhado Terraço Telhado
A área estudada neste projeto foi constituída de 19 edifícios numa região chamada
Debis sendo que os telhados verdes do projeto estão incluídos em um conceito integrado de
gestão das chuvas e escoamento superficial que conduz a parte excedente do escoamento da
área de desenvolvimento da pesquisa para o sistema de esgoto municipal, apenas 1,5% do
total da precipitação. Várias ferramentas de gerenciamento de água da chuva foram utilizadas
nestes 19 imóveis para tratar 23000 m³ de água de chuva por ano.
O escoamento gerado a partir dos telhados verdes era recolhido em cinco cisternas
com capacidade total de 3500 m³ e aproveitada para descarga dos banheiros e irrigação das
próprias coberturas. O escoamento restante era conduzido para uma lagoa artificial que tem
uma superfície de 12.000 m² de área.
Figura 2.29. Porcentagem de metais pesados e outras substâncias retidas pelo substrato em relação ao total
existente na precipitação - Fonte: adaptado de Kohler e Schmidt (2003)
Figura 2.30. Aumento da retenção de fosfato após o estabelecimento da vegetação - Fonte: adaptado de Kohler e
Schmidt (2003)
O efeito de ilha de calor urbana é caracterizado por uma zona urbana que
apresenta temperaturas mais elevadas que o meio ambiente imediato, com diferenças que
variam segundo vários autores, de 5 a 10 °C. Trata-se da manifestação climatológica
resultante da urbanização, que tem por efeito o aumento da temperatura.
Figura 2.31. Perfil da ilha de calor na cidade de Los Angeles - Fonte: Laroche et al. (2004)
O trabalho de Laroche et al. (2004), mostra por meio da Figura 2.32, a seguir, os
valores da parcela da energia solar refletida pelos diferentes tipos de superfícies urbanas.
Valores baixos implicam temperaturas de superfície mais elevadas, pois uma grande parcela
da energia foi absorvida. Por outro lado, se os valores são elevados, isto significa
temperaturas mais baixas. Neste caso é possível perceber que o asfalto - valores de 0,05-0,20 -
Figura 2.32. Variação da reflexão solar no ambiente urbano - Fonte: Laroche et al. (2004)
Um último fator a ser citado é o contexto climático atual que conhece períodos de
calor extremo cada vez mais frequentes e que contribuem, juntamente com os fatores
anteriormente citados, para o aumento das temperaturas mínimas e máximas favorecendo a
formação das ilhas de calor.
Além disso, este estudo mostrou que as coberturas verdes podem causar uma
diminuição do consumo de energia o que provoca uma redução das emissões de gás e dos
poluentes atmosféricos.
Uma redução de somente 1°C de efeito de ilhas de calor urbano provocaria uma
baixa de 5% da demanda de eletricidade para os condicionadores de ar, e por consequencia,
uma diminuição dos gases responsáveis pelo efeito estufa.
Suas áreas permeáveis são compostas por parques, praças, zonas de proteção
ambiental e 50% das áreas não construídas dos lotes (segundo o Quadro 3.1).
Figura 3.2. Percepção da Inclinação Figura 3.3. Percepção da Inclinação Figura 3.4. Percepção da Inclinação
do terreno do terreno do terreno
No loteamento ainda existe uma represa com área de 20.857,53 m², profundidade
média de 8 m e descarga de fundo com 1 m de diâmetro que acaba recebendo parte da vazão
escoada, embora não tenha sido dimensionada para isso. Este fato causa preocupação quanto à
possibilidade de assoreamento da mesma.
Figura 3.7. Tela inicial do programa SWMM contendo a representação do terreno, da represa, de sua descarga de
fundo e os locais para entradas de dados
Figura 3.8. Tela de listas de dados calculados de precipitação e escoamento em função do tempo
Para elaboração dos gráficos foram utilizados os seguintes dados de entrada que
caracterizam um lote, o terreno total, a bacia de recepção e sua descarga de fundo:
Obtida pelo quociente da diferença entre as cotas de nível do ponto mais alto (870
m) do terreno e do ponto mais baixo da represa (797 m) pelo comprimento entre as mesmas
(1500 m).
De acordo com o SCS, os solos podem ser classificados em quatro tipos (Quadro
3.2) e a partir da relação destas classes de solo com as condições de uso e ocupação do mesmo
é possível obter vários valores de CN (apresentados no Quadro 3.3).
Quadro 3.2. Classificação hidrológica dos Solos segundo o Soil Conservation Service
GRUPO
CARACTERÍSTICAS
HIDROLÓGICO
• Solos arenosos com baixo teor de argila total (≤
8%);
• Profundidade ≤ 1,50 m, sem presença de rochas e
A
camadas argilosas;
• Teor de Húmus ≤ 1 %
TIPO DE SOLO
UTILIZAÇÃO OU COBERTURA DO SOLO
A B C D
Zonas cultivadas: sem medidas de conservação do solo 72 81 88 91
com medidas de conservação do solo 62 71 78 81
Pastagens ou baldios: em más condições 68 79 86 89
em boas condições 39 61 74 80
Prado em boas condições 30 58 71 78
Bosques em boas condições: cobertura má, sem "Mulch" 45 66 77 83
boa cobertura 25 55 70 77
Espaços abertos, relvados, parques, cemitérios, etc.
Boas condições: relva cobrinho mais de 75% da área 39 61 74 80
Condições razoáveis: relva cobrindo de 50 a 75% da área 49 69 79 54
Zonas comerciais e de escritórios (85% de área impermeável) 89 92 94 95
Zonas industriais (72% de área impermeável) 81 88 91 93
Zonas residenciais:
Áreas médias dos lotes Percentagem média impermeável
<500 m² 65% 77 85 90 92
1000 m² 38% 61 75 83 87
1300 m² 30% 57 72 81 86
2000 m² 25% 54 70 80 85
4000 m² 20% 51 68 79 84
Parques de estacionamento, telhados, viadutos, etc. 98 98 98 98
Arruamentos e estradas:
asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98
gravilha 76 85 89 91
terra 72 82 87 89
Para adotar um valor de CN adequado para o lote em que não havia sido simulada
a existência de cobertura verde foram considerados: o tipo de zona de ocupação (residencial),
a porcentagem de áreas impermeáveis - 59,53%, comparável ao valor de 65% apresentado no
Quadro 3.3 - e o tipo de solo, considerado como semipermeável. Por meio destes dados
comparados com o Quadro 3.3 foi possível obter um CN de 85.
áreas impermeáveis, que neta situação foi reduzida para 32,75%, comparável ao valor de 30%
apresentado no Quadro 3.3.
Para elaboração dos hidrogramas nos quais não foram consideradas as coberturas
verdes, utilizou-se um CN de 85, pois segundo o Quadro 3.3 é o valor adequado para uma
zona residencial com lotes que tenham área inferior a 500 m² e com porcentagem média
impermeável de 65% e tipo de solo semipermeável.
De acordo com Tucci (1993 apud COSTA; BRITO, 1999), em relação à ausência
de dados pluviométricos foram desenvolvidos modelos sintéticos, modelos que agrupam
várias características de várias bacias e as traduzem em equações e hidrogramas utilizados
para determinar os principais elementos de um hidrograma específico, utilizados para suprir a
falta destes dados. Os autores citam como um dos exemplos deste tipo de modelo o Método
do Bureau of Reclamation ou Método dos Blocos Alternados.
Para este cálculo foi utilizada uma equação derivada da equação de Manning,
retirada de Urban Drainage Design Manual (2001), apresentada a seguir:
K n L
0, 6
Tc u 0, 4 (3.1)
I S
Em que:
Tc = tempo de concentração da chuva
K u = coeficiente empírico igual a 6,92
I = intensidade da chuva (mm/min)
S = inclinação da superfície (m/m)
n = coeficiente de rugosidade da superfície. Para o solo em questão foi utilizado o valor
de n = 0,13 que é correspondente a uma superfície de terra com vegetação rasteira (ver
Quadro 3.4).
L = largura média do terreno (m)
K TR a
im
t b c (3.4)
Em que:
im = intensidade máxima média de precipitação (mm/min);
TR = período de retorno (anos);
K, a, b, c = parâmetros relativos à localidade.
64,3 10 0,147
im (3.5)
t 24,80,975
Segundo Pruski (1993 apud CARVALHO et al., 2000), para projetos
hidroagrícolas é recomendado um Tempo de retorno de 10 anos e por isso, Costa & Brito
(1999) ajustaram equações lineares para obtenção do im para TR = 10 anos e diferentes
tempos de duração da chuva.
Surface Description n
Smooth asphalt 0,011
Smooth concrete 0,012
Ordinary concrete lining 0,013
Good wood 0,014
Brick with cement mortar 0,014
Vitrified clay 0,015
Cast iron 0,015
Corrugate metal pipe 0,024
Cement rubble surface 0,024
Fallow (no residue) 0,05
Cultivated soils
Residue cover ≤ 20% 0,06
Residue cover > 20% 0,17
Range (natural) 0,13
Grass
Short grass prairie 0,15
Dense grasses 0,24
Bermuda grass 0,41
Woods*
Light underbrush 0,4
Dense underbrush 0,8
*When selecting n, consider cover to a height of about 30
mm. This is only part of the plant cover that will obstruct
sheet flow.
Fonte: Urban Drainage Design Manual (2001)
Quadro 3.5. Dados Pluviométricos calculados pelas etapas I e II do Método dos Blocos Alternados e
organização dos mesmos segundo a etapa III do mesmo.
Figura 4.1. Precipitação (mm/h) em função do Tempo (h) para chuva de projeto
A partir deste hidrograma foi possível constatar que sem as coberturas verdes o
pico de vazão do escoamento superficial vale aproximadamente 7,7 L/s e que com a
implantação das mesmas este pico é reduzido para 4,9 L/s, uma redução significativa de 2,8
L/s que representa uma porcentagem de redução de 36,36%. Outro dado analisável é o tempo
de duração do escoamento, que se espera que seja reduzido com a implantação de coberturas
verdes, mas que neste caso não apresenta variação significativa por se tratar de uma pequena
área.
Figura 4.2. Hidrograma Comparativo do Escoamento Superficial de um Lote sem e com a presença de
Coberturas Verdes - Vazão (L/s) em função do Tempo (h)
Outro hidrograma criado, neste caso como comparativo do evento em larga escala
para o loteamento completo, foi o Hidrograma Comparativo do Escoamento Superficial
(Figura 4.3) do loteamento sem coberturas verdes, representado pela linha vermelha, para
CN=85 e com coberturas verdes (representado pela linha azul) para CN = 80, que tem
unidades de vazão em m³/s em função do tempo em horas.
A partir deste evento foi possível comparar valores para o pico de vazão do
escoamento superficial e para as durações dos escoamentos, que nesta escala, são variados.
Quando o loteamento é observado sem as coberturas verdes, o pico de vazão vale 9,5 m³/s e a
duração do escoamento é de 6 horas. Com a adição dos telhados vegetais para um CN
estimado por 80, o pico é reduzido para 7,6 m³/s e a duração do escoamento reduzida para 4
horas e 30 minutos, aproximadamente.
Figura 4.3. Hidrograma Comparativo do Escoamento Superficial do Loteamento sem e com a presença de
Coberturas Verdes - Vazão (m³/s) em função do Tempo (h).
Gráfico 4.4 – Escoamento Total da Descarga de Fundo da represa Vazão (m³/s) em função do Tempo (h).
Por meio destes dados conclui-se que a utilização de coberturas verdes tem uma
contribuição muito significativa como elemento de drenagem na fonte sendo capaz de reduzir
malefícios causados pelo escoamento não planejado da água pluvial como enchentes,
contaminação e assoreamento de corpos d’água não dimensionados para a recepção.
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