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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E


TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

GEOVANNA BRASIL DE CARVALHO

AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL

ANÁPOLIS / GO
2015
ii

GEOVANNA BRASIL DE CARVALHO

AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

ORIENTADOR: PROF. AUGUSTO FLEURY VELOSO DA SILVEIRA, PÓS DR.

ANÁPOLIS / GO: 2015


FICHA CATALOGRÁFICA

CARVALHO, GEOVANNA BRASIL DE CARVALHO.

Automação Residencial na Construção Civil.

(ENC/UEG, Bacharel, Engenharia Civil, 2015).

Projeto Final - Universidade Estadual de Goiás. Unidade Universitária de Ciências


Exatas e Tecnológicas.

Curso de Engenharia Civil.

1. Automação Residencial 2. Projeto Elétrico/Automação

3. Engenharia Civil 4. Tecnologia

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARVALHO, G. B. Automação Residencial na construção civil. Projeto Final, Publicação


ENC., Curso de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, GO, 76 p.,
2015.

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO AUTOR: Geovanna Brasil de Carvalho

TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE PROJETO FINAL: Automação Residencial na


Construção Civil.

GRAU: Bacharel em Engenharia Civil ANO: 2015

É concedida à Universidade Estadual de Goiás a permissão para reproduzir cópias


deste trabalho final e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos
acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste
texto pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

_____________________________

Geovanna Brasil de Carvalho


Marechal Rondon, Rua Três.
CEP 74560-310 - Goiânia/GO – Brasil
iii

GEOVANNA BRASIL DE CARVALHO

AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL

TRABALHO FINAL SUBMETIDO AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM
ENGENHARIA CIVIL.

APROVADO POR:

__________________________________________________
AUGUSTO FLEURY VELOSO DA SILVEIRA, Pós Dr. (UEG)
(ORIENTADOR)

________________________________________________________
RAPHAELA CHRISTINA COSTA GOMES, Dra. (UEG)
(EXAMINADORA)

___________________________________________
ALEXANDRE GARCES ARAÚJO, Msc. (UEG)
(EXAMINADOR)

DATA: ANÁPOLIS/GO, 19 de fevereiro de 2015.


iv

Aos meus pais que me ensinaram a ter a


consciência do quão árduo e
gratificante pode ser o caminho para a
vitória.
v

AGRADECIMENTOS

A Deus, que acima de tudo e todos, pôde me proporcionar, durante toda esta jornada,
muita saúde, família, paz e sorte para que eu pudesse alcançar tudo o que tenho hoje.
À minha mãe, por todo o seu equilíbrio e perseverança, me encorajando a cada queda
ou falha. Uma guerreira, um exemplo de coragem e fortaleza.
Ao meu pai, um exemplo vivo do quão longe um homem com inteligência e pulso
firme pode chegar e influenciar os outros ao seu redor. E isto tudo sem se esquecer da
essência humana da honestidade e bondade.
Ao meu amor Fernando, a pessoa de importância ímpar para esta conquista e
companheiro eterno para todas as próximas vitórias que vierem. Um exemplo do quão fiel e
solidário um homem pode ser.
Aos colegas de faculdade, pelos estudos produtivos e pelos momentos de
descontração. Verdadeiros companheiros.
Ao meu orientador, Professor Augusto Fleury, pelos ensinamentos determinantes para
o sucesso deste trabalho, pela compreensão, pelo esforço despendido para meu auxílio.
Aos professores pelos ensinamentos e conhecimentos compartilhados que vão além do
profissionalismo, são acima de tudo conhecimentos para a vida.
vi

RESUMO
O estudo que se segue objetivou destacar a influência que o desenvolvimento
tecnológico inserido na construção civil pode exercer tanto no papel desempenhado pelo
engenheiro civil atual quanto nos recursos inovadores que a própria edificação pode
proporcionar a seus usuários. Desta forma, o estudo parte desde os principais alicerces da
automação residencial até a uma antevisão do rumo que a construção civil irá tomar na
habitação do futuro.
Em suma, foi arquitetada uma linha de pensamento que parte desde os primórdios da
automação, o público alvo para este tipo de mercado, conceitos e instrumentos básicos para o
funcionamento do sistema, vantagens e desvantagens, o importante papel do engenheiro civil
neste tipo de atuação e por último as etapas básicas que um engenheiro civil se submeteria a
desenvolver para o resultado final do projeto e execução na obra.
Palavras-chave: Automação Residencial; Construção Civil; Engenheiro Civil.
vii

ABSTRACT
The study that follows aims to highlight the influence that technological development
inserted in construction can have both the role played by the current civil engineer as the
innovative features that the building itself can provide to its users. In this thesis, the study
starts from the main planks of home automation to a preview of the direction that the
construction will take in the housing of the future.
In short, it was engineered a line of thought which starts at the beginning of
automation, the target audience for this type of market , basic concepts and tools for system
operation , advantages and disadvantages , the important role of civil engineer in this type of
activity and finally the basic steps that a civil engineer would submit to develop for the final
result of the design and execution in the work .
Keywords: Home Automation; Construction; Civil Engineer.
viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Gráfico do comportamento do consumidor conforme o tempo passa. ....................... 8


Figura 2 - Foto ilustrando a conexão entre o QA e o QE. ........................................................ 18
Figura 3 - Exemplo de tomada RJ- 45. ..................................................................................... 23
Figura 4 - Exemplo de tomada Tipo F. ..................................................................................... 24
Figura 5 - Fechadura DIMEP com leitor facial. ....................................................................... 28
Figura 6 - Exemplo de fechaduras strike. ................................................................................. 29
Figura 7 - Exemplo de fechadura solenoide. ............................................................................ 30
Figura 8 - Exemplo de fechadura eletroímã. ............................................................................ 30
Figura 9 - Sensor de clima ........................................................................................................ 31
Figura 10 - Imagem representando uma das aplicações do vidro que muda a composição
molecular. ................................................................................................................................. 32
Figura 11 - Imagem representando o que aconteceria na prática. ............................................ 33
Figura 12 - Elevador Biométrico Facial. .................................................................................. 36
Figura 13 - Smarthydro. ........................................................................................................... 38
Figura 14 - Banheira automatizada com LCD à prova d’água. ................................................ 38
Figura 15 - Chuveiro Smartshower. ......................................................................................... 39
Figura 16 - Imagem representativa do “espelho interativo” . ................................................... 41
Figura 17 - Imagem representativa do “guarda-roupa interativo”. ........................................... 41
Figura 18 - Interface da marca Control Four. ........................................................................... 60
Figura 19 - Ilustração da Controladora da marca Control Four. .............................................. 62
Figura 20 - Esquema Simplificado do mecanismo de integração. ........................................... 67
ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Soma das Potências (W) pela Distância (m) para V = 220 V e dimensionamento
para 2 condutores. ..................................................................................................................... 58
x

LISTA DE ABREVIAÇÕES

IBOPE Instituto Brasileiro de Opinião Pública

CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

IDC International Data Corporation

CEIC Centro Empresarial Itaú Conceição

AURESIDE Associação Brasileira de Automação Residencial

CONFEA Conselho Federal de Engenharia e Agronomia

CEFET Centro Federal de Educação Tecnológica

IF Instituto Federal

ART Anotação de Responsabilidade Técnica

Procobre International Copper Association Brazil

AR Automação Residencial

PEGN Pequenas Empresas e Grandes Negócios

QG Quadro Geral

QA Quadro de Automação

HDTV High Definition Television

NBR Norma Brasileira


xi

RF Radiofrequency

CFTV Circuito Fechado de Televisão

IP Internet Protocol
xii

SÚMARIO

1O PROBLEMA .................................................................................................. 1

1.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 2

1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 2

1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 2

1.3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 3

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 4

2.1 AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ............................................................................. 4

2.1.1 Conceitos ............................................................................................................... 4

2.1.2 Histórico Mundial ................................................................................................ 5

2.1.3 Histórico no Brasil ............................................................................................... 6

2.1.4 Público alvo e mercado disponível para a automação ...................................... 7

2.1.5 O engenheiro civil e a automação residencial ................................................. 10

2.1.6 Vantagens e desvantagens desse sistema ......................................................... 13

2.2 SISTEMAS RESIDENCIAIS AUTOMATIZÁVEIS ............................................ 16

2.2.1 Níveis de automação .......................................................................................... 16

2.2.2 Instalações elétricas residenciais automatizadas ............................................ 17

2.2.3 Principais protocolos de automação ................................................................. 19

2.2.4 Cabeamento estruturado residencial ............................................................... 22

2.3 APLICAÇÕES PRÁTICAS DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ...................... 26

2.3.1 Vigilância ............................................................................................................ 26

2.3.2 Aberturas ............................................................................................................ 28

2.3.3 Iluminação de ambientes ................................................................................... 32

2.3.4 Climatização ....................................................................................................... 34

2.3.5 Acessibilidade ..................................................................................................... 35


xiii

2.3.6 Banho .................................................................................................................. 36

2.3.7 Entretenimento .................................................................................................. 39

2.3.8 Utilidades gerais ................................................................................................. 41

2.4 PERSPECTIVAS FUTURAS ................................................................................ 44

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA............................................................. 47

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................. 47

3.1.1 Quanto aos fins ................................................................................................... 47

3.1.2 Quanto aos meios ............................................................................................... 47

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA .................................................................................... 48

4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ..................................................... 49

4.1 SIMULAÇÃO DE CASO....................................................................................... 49

4.1.1 Descrição dos moradores .................................................................................. 49

4.1.2 Layout Arquitetônico ........................................................................................ 50

4.1.3 Quadro Resumo – Soluções Automatizadas .................................................... 51

4.2 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS .............................................................................. 51

4.2.1 Memorial Luminotécnico .................................................................................. 51

4.2.2 Descrição de Tomadas de Uso Geral (TUG) e Específico (TUE) por


ambiente....................................................................................................................... 53

4.2.3 Divisão dos circuitos .......................................................................................... 57

4.2.4 Dimensionamento da bitola dos condutores .................................................... 57

4.2.5 Dimensionamento dos disjuntores dos circuitos ............................................. 58

4.2.6 Dimensionamento do condutor de entrada ..................................................... 59

4.2.7 Dimensionamento de conduítes ........................................................................ 59

4.3 INSTALAÇÕES AUTOMATIZADAS ................................................................. 59

4.3.1 Gateway de Integração Central ........................................................................ 60

4.3.2 Áudio e Vídeo ..................................................................................................... 62

4.3.3 Sistema de Segurança ........................................................................................ 63


xiv

4.3.4 Sistema de Irrigação .......................................................................................... 64

4.3.5 Aspiração Central .............................................................................................. 65

4.3.6 Automação de Carga Elétrica ........................................................................... 65

4.3.7 Interação entre os equipamentos ...................................................................... 66

4.3.8 Esquema Resumo dos Mecanismos de Automação ........................................ 67

4.3.9 Definição de Pulsadores e Telas Touch Screen nos terminais ....................... 67

4.4 PROJETO ELÉTRICO E DE AUTOMAÇÃO ...................................................... 68

4.5 APLICAÇÃO DO PROJETO NA OBRA .............................................................. 69

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 70

6 SUGESTÕES PARA NOVAS PESQUISAS ............................................... 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 72

APÊNDICES ...................................................................................................... 77

ANEXOS... .........................................................................................................78
1

1 O PROBLEMA

1.1 INTRODUÇÃO

Com inúmeros avanços tecnológicos diários e a própria necessidade humana de querer


sempre o melhor conforto, segurança e praticidade, surgiu dentre vários outros recursos já
disponíveis, a automação residencial. Ela veio com o intuito de facilitar o dia-a-dia dos
moradores, tudo isso com uma aparência sofisticada e moderna. Apesar de ser mérito dos
companheiros de engenharia da área de Controle e Automação, o extraordinário desempenho
em tornar reais qualquer produto ou serviço que antes eram coisas da ficção científica, outro
ramo da engenharia também possui grande importância para que esses produtos possam
realmente ajudar seus consumidores e é nessa hora que o engenheiro civil oferece
contribuição. Como, para muitos, chega até ser meio difícil tal comparação, este trabalho
objetiva um completo esclarecimento sobre esse assunto.

Como se trata de um trabalho que relaciona a automação residencial e a engenharia


civil, muitos conceitos mais voltados para a automação propriamente dita não serão sequer
mencionados, até mesmo para que não ocorra desvinculação com o próprio objetivo deste
trabalho. É claro que alguns conceitos devem ser esclarecidos até mesmo para facilitar um
entendimento maior e mais amplo sobre cada etapa percorrida para o objetivo principal: tornar
funcional, de forma elegante, os produtos pensados para cada ambiente em um projeto.

Comparando um curso tão repleto de experiência com algo bastante inovador, apesar
de ser algo contrastante e até ousado, o intuito é fazer com que a engenharia civil, com sua
majestosa caminhada histórica repleta de experiência e sabedoria, possa saber utilizar desse
seu passado, mas pensando em se aprimorar e se adequar ao futuro para que não fique
antiquada e possa sempre satisfazer aos anseios, cada vez mais inovadores, dos futuros
moradores de uma obra residencial.
2

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver um projeto elétrico/automação de uma residência como forma de


evidenciar a aplicabilidade e importância da automação residencial para a construção civil.

1.2.2 Objetivos Específicos

1.2.2.1 Pesquisar sobre os diversos tipos de recursos disponíveis (comercializáveis)


em automação residencial e aplicá-los em um projeto real.

1.2.2.2 Criação e desenvolvimento de uma proposta de projeto elétrico/automação


residencial focando na atuação de um engenheiro civil.
1.2.2.3 Mescla entre a teoria desenvolvida para o projeto e a prática na obra.
1.2.2.4 Preocupação com o rumo que a construção civil irá tomar na habitação do
futuro e como o engenheiro civil poderia atuar.
1.2.2.5 Qual o nível de conhecimento que o engenheiro civil deve ter para propor ao
cliente automação em sua residência?
3

1.3 JUSTIFICATIVA

Ao se ter contato com pesquisas como a da consultoria International Data


Corporation (IDC) que comprova que a venda de smartphones no Brasil superou a de um
celular comum em 2013 ou até mesmo a pesquisa de IBOPE Media, dizendo que o número de
pessoas no Brasil com acesso à internet já ultrapassou a marca de 100 milhões, percebe-se que
o mundo no qual vivemos a tecnologia dita novas regras, e com a correria diária, quase não há
mais quem possa prescindir de comodidades e praticidades. Quando é possível aliar a
tecnologia com as necessidades humanas, a vida das pessoas tende a melhorar. E é por isso e
por outros motivos práticos que a automação residencial conquista cada vez mais um público
de perfil mais abrangente.
Além de facilitar a vida, a automação residencial é fruto de uma mentalidade madura e
consciente com relação aos gastos que uma habitação pode demandar. Ela proporciona ainda
possibilidades sustentáveis e inovadoras. Ou seja, é a tecnologia auxiliando o consumidor a
mudar suas concepções e hábitos para um mundo melhor.
Agrupando todas essas análises, conclui-se que a construção civil não pode e não
precisa estagnar no tempo. O mundo evoluiu, a mentalidade humana evoluiu, por que a
construção civil não acompanharia essa evolução? Portanto, os engenheiros civis devem se
adequar a essa nova realidade, encarando a automação residencial como uma atualização de
um projeto elétrico convencional e dominá-la nos canteiros de obra para que possam oferecer
ao cliente de hoje uma qualidade melhor e proporcionar satisfação no serviço prestado.
4

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Com o intuito de apresentar, facilitar a compreensão e tornar conhecidas as muitas


atualidades disponíveis no mundo da automação habitacional, o arranjo teórico descrito a
seguir vem como um guia que intenta mostrar tópicos essenciais e acessórios para tais
avanços à disposição da construção civil. Para tanto, este guia teórico apresentará uma síntese
básica mostrando definições sobre o que vem a ser a automação residencial... Quais são seus
princípios básicos? Como foi formada? De onde surgiu e quais são seus planos futuros? Por
que precisamos da automação em nossos lares? Por que é importante um engenheiro civil se
atualizar e ficar íntimo das novidades deste mercado? Enfim, o foco é falar de tudo um pouco
que remeta a esta nova tendência do mercado e finalmente responder à pergunta-chave deste
tema: A automação residencial vai mesmo ser parte integrante constante da construção civil?

2.1 AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Para facilitar o entendimento sobre o tema tratado neste trabalho, foi arquitetada uma
sequência teórico-cronológica, de forma a facilitar o entendimento sobre as principais
abordagens da automação residencial e tornar mais conhecidos alguns conceitos e termos que
talvez a sociedade comum não conheça tão bem, ainda. A abordagem da automação
residencial, por sua grande abrangência, neste trabalho ficou limitada a alguns dos principais
termos técnicos e assuntos, eliminados aqueles talvez não tão relevantes no momento. Neste
texto, focou-se em provar para o leitor que a automação residencial não é apenas um assunto
para cientistas tecnológicos e clientes de alta renda, muito pelo contrário, é um assunto cujo
foco é o consumidor final em geral, embora com níveis diferentes de acesso. E quem iria por
em prática estes produtos moldados por esses amantes da tecnologia em favor dos
consumidores? Um profissional que torna realidade tudo aquilo que o consumidor sonha: uma
habitação moderna, confortável e prática, e esse profissional é o da construção civil.

2.1.1 Conceitos

O termo automação, de acordo com uma reportagem de Pollyana Miranda1, designa o


conjunto de dispositivos instalados com o objetivo de controlar outros dispositivos e sistemas

1
Veja a reportagem na íntegra A integração pede parâmetros, publicada pela revista Lumière, em outubro de
2008.
5

eletrônicos, integrando-os de forma harmônica, segura e personalizada, aos componentes


instalados na habitação. Aliando-se a isso, o termo residencial é feita a caracterização do tipo
de automação em foco que, de forma óbvia, remete ao espaço vivencial de cada um. Partindo
dessas definições pode-se entender que a automação residencial é uma solução bastante
interessante que proporciona ao morador desfrutar o máximo possível de qualidade e conforto
em seu lar ou local de trabalho, da mesma forma como afirma José Roberto e Paulo Henrique
(2013), em sua obra, Automação Residencial – Conceitos e Aplicações.
Segundo Prudente, Francesco (2011) “A automação predial e residencial (em inglês,
home & building automation) é a tecnologia que estuda a automação de um prédio ou
habitação". Domótica é um termo muitas vezes utilizado para identificar a automação
residencial (home automation), que deriva do francês domotique, que significa literalmente
“casa automática”.
Para Bolzani (2004), a automação residencial define-se como um complexo de
tecnologias que auxiliam na gestão e execução de tarefas domésticas diárias e a sua utilização
tem a proporcionar um maior nível de conforto, comodidade e segurança além de consumo
mais racional e econômico de energia elétrica.
Outra adoção feita pelas literaturas sobre o assunto é substituir o termo automação
residencial por “casas inteligentes”, que Alves e Mota (2003) reforçam como casas que
possuem características capazes de tornar a vida, de quem nelas habita mais simples,
envolvendo aspectos, como: segurança, economia, conforto, praticidade, confiabilidade,
padronização, gestão do tempo. A importância desses aspectos tem um valor distinto para
cada indivíduo, em cada momento.

2.1.2 Histórico Mundial

Com o desenvolvimento e o aumento de produtividade, a sociedade industrial, em


meados da década de 60, sentiu a necessidade de criar um meio de aumentar a velocidade com
que os produtos eram fabricados. Para isso, surgiu-se a ideia de substituir a mão-de-obra
humana pelos maquinários, mas esses maquinários, como tinham uma tecnologia inovadora
para a época, eram repletos de fios, misturados uns aos outros, dificultando o entendimento e
até mesmo a manutenção, por exemplo, além de terem custo elevado.
Com o intuito de resolver esse tipo de problema em 1968 Richard Morley, um
engenheiro da General Motors, desenvolveu uma forma mais eficiente criando um
dispositivo eletrônico que possui um microprocessador que pode controlar e comandar
6

máquinas e sistemas industriais; o então conhecido como CLP2, conforme assim enuncia Ivan
Vieira e Sérgio Silva em seu artigo sobre Domótica.
Após grandes avanços na área tecnológica, o comércio começou a ser mais
beneficiado com as vantagens da automação. No início, alguns itens que fazem parte das
instalações em um edifício comercial começaram a dar seus primeiros passos, entre eles, o
sistema de ar condicionado, controle de acesso e alguns itens de segurança. Esses pequenos
“apetrechos” começaram a ser vislumbrados pelos profissionais da área e por qualquer um
que tomasse conhecimento sobre o assunto. Desde então, essas tecnologias precursoras foram
batizadas de “Automação Predial” (PINHEIRO, 2004).
Com o inacreditável e inacompanhável desenvolvimento tecnológico, tanto na área
computacional quanto na área da telecomunicação, em meados da década de 90, muito se
surgiu, inclusive novas tecnologias na área de controle e automação, o que proporcionou
muitos avanços em diversos ramos, entre eles o da construção civil.
Em meados da década de 70, surgiram nos EUA, os primeiros módulos inteligentes
chamados de X-10 (mais para frente serão melhor detalhados), de acordo com Matias
Bortoluzzi no blog da SRA Engenharia. Este é considerado por muitos como o marco inicial
da automação residencial. Uma década depois, houve a popularização dos computadores
pessoais, daí surge a ideia de utilizar esses PC como uma central de automação. No entanto, o
surgimento de várias complicações com relação ao uso dos PC’s, impulsionou o surgimento
de microprocessadores com dispositivos dedicados. De forma concomitante surgiram outras
tecnologias aplicáveis à automação residencial, tais como controle remoto, internet banda
larga, celular e outros. E isto nos traz ao cenário atual com tecnologias possíveis sendo
desenvolvidas todos os dias, e de modo integrado.

2.1.3 Histórico no Brasil

A automação residencial teve surgimento impreciso no país. Mas de acordo com


Claudio Luiz Marte no livro Automação Predial, em 1986, a automação residencial surgiu,
talvez, com a construção de um edifício em São Paulo, quando foi importada uma das
primeiras tecnologias implantadas em edificações, e este edifício foi projetado pela

2
Contolador Lógico Programável
7

companhia nacional AIT com 2500 pontos de supervisão e controle. No mesmo ano já foram
construídos em São Paulo os edifícios do Centro Empresarial Itaú Conceição (CEIC).
Um pouco mais tarde, em 1992, o fim da reserva de mercado na informática no Brasil,
deu inicio a entrada de novos produtos e tecnologias para a área de edifícios de alta
tecnologia, tornando o mercado mais competitivo. A partir de então, várias construtoras
embarcaram nessa ideia de construir um edifício com funções controladas, tais como câmeras
de segurança, portas com acesso restrito, entre outros.

2.1.4 Público alvo e mercado disponível para a automação

Quando se imagina uma residência automatizada, em primeiro lugar imagina-se uma


casa de alto padrão, onde o luxo é um dos quesitos básicos observados. Antigamente, este era
um cenário bastante comum, mas isto vem mudando. Hoje, ter alguns itens automatizados na
residência, não é mais visto como status. Apesar de ainda assim, uma casa ser integralmente
automatizada é, infelizmente, disponibilizado para poucos.
Esta “democratização” crescente da automação residencial se deve ao surgimento cada
vez maior de fabricantes e sistemas cada vez mais inovadores. Com isso, os custos dos
equipamentos são reduzidos de forma significativa, tornando mais acessível o uso dessas
tecnologias. Tanto é que o tema ganhou destaque na reportagem de Daniel Tremel3.
Como a automação está intrinsecamente ligada ao mundo tecnológico, mesmo com
essa “democratização”, é cedo para falar que ela é um atrativo para todos os públicos. E isto,
como foi falado anteriormente, não costuma se tratar de uma discriminação com relação à
classe social, mas sim, de outro tipo de característica que segrega os diversos públicos: a
receptividade e aceitação das inovações da tecnologia, bem como, em segundo plano, a era
tecnológica na qual o indivíduo cresceu. O fato é que a barreira cultural existe.
Segundo Moore (apud Muratori; Dal Bó, 2013), os consumidores são inseridos em
cinco grupos distintos que seguem a linha do tempo ao ser lançado uma nova tecnologia no
mercado. Este estudo pode ser facilmente compreendido pela Figura 1.

3
Veja a reportagem na íntegra A automação residencial quer ganhar morador pela economia, no Jornal
Folha de São Paulo on-line, em 29 de setembro de 2013.
8

Figura 1- Gráfico do comportamento do consumidor conforme o tempo passa 4.

Moore (1991) ainda as definiu da seguinte forma:

Os entusiastas são aqueles fanáticos por tecnologia, responsáveis por averiguar os produtos e
muitas vezes até mesmo antes de serem efetivamente lançados.

1. Os visionários apreciam a tecnologia e a compram assim que são disponibilizadas à


venda e não se importam muito com o custo que isso pode proporcionar o importante
para eles é “estar na moda” tecnológica da época.
2. Os pragmáticos só aceitam aderir à novidade quando existe a certeza de que aquela
tecnologia funciona e se traz alguma vantagem para si próprios. Não aceitam o
consumismo abusivo e nem adquirem nada apenas por status.
3. Os conservadores, como o próprio nome já diz, aguardam até tempo demais para
analisar se vale a pena aquela inovação e só a adquirem se for de fácil utilização e de
preço acessível.
4. Já para os céticos, a modernidade é algo que incomoda e é vista como estranha e
desnecessária. São extremamente radicais no que pesam até mesmo para tecnologias
bem antigas e remotas.
5. Desta forma, ao perceber o diagrama, existe uma lacuna denominada de Abismo. Esta
lacuna, de acordo com os estudos de Moore seria o obstáculo entre tecnologias em
fases de testes e a tecnologia comercializável. Ou seja, a fronteira entre os protótipos
tecnológicos e os produtos vendidos em lojas.

4
Disponível: https://neigrando.wordpress.com/tag/curva-sino/
9

Todo esse estudo foi citado justamente para justificar o que foi defendido no primeiro
parágrafo deste item: o público ainda é limitado, mas isso vem mudando, pois a “onda”
tecnológica vem rompendo barreiras sejam elas de classe social, instrucional ou até mesmo na
faixa etária do usuário. Sem contar que hoje, as crianças já são incentivadas para a nova
realidade virtual. De acordo com Rafael Balago5, uma pesquisa da Datafolha afirma que as
crianças estão preferindo ganhar de presente um tablet a um patins ou bicicleta, e isto é prova
de que a tecnologia está conquistando cada vez mais usuários.
Talvez estes pequenos de hoje, que possuem um contato frequente com as novidades
do mercado tecnológico, possam se tornar consumidores fiéis da automação residencial e cada
vez mais dependentes dela. Sem contar que os adultos ou até mesmo os da terceira idade, que
mesmo não tendo uma infância tão repleta de novidades tentadoras, estão cada vez mais
dependentes do celular, do próprio tablet e inclusive da internet. Ou seja, o mundo atual não
vive sem a tecnologia. E para que algo mais tecnológico que uma casa inteligente? Por isso a
automação residencial é tão tentadora e desejada por muitos.
Em se tratando do Brasil, o mercado para tal atividade não é a melhor referencia, mas
ele está aquecido e promete constantes e grandes avanços. Os brasileiros estão cada vez mais
interessados na área e isso é bom para movimentar e incentivar pesquisas puramente
nacionais. Prova disto é o número de residências brasileiras que já desfrutam dos benefícios
da automatização o qual chegou à faixa de 300 mil, segundo a AURESIDE (Associação
Brasileira de Automação Residencial, 2013).
Em se tratando do mecanismo de funcionamento do sistema de mercado, Muratori e
Dal Bó (2013), definem como “players”, nas etapas do mercado:
1. Primeira Etapa (Desenvolvedores/Licenciadores de Tecnologia): empresas de
software, sozinhas ou em cooperativa, laboratórios de robótica e eletroeletrônica ou
até mesmo centros de pesquisa e universidades afins.
2. Segunda Etapa (Fabricantes/Importadores): são os grandes grupos multinacionais e
fábricas que assumem a parte de manufaturar a ideia adquirida pelos desenvolvedores.
3. Terceira Etapa (Distribuidores/Revendas): são aquelas empresas que compram desses
fabricantes e/ou importadores para a respectiva distribuição e/ou comercialização
desses produtos manufaturados.

5
Veja a reportagem na íntegra Tablet já é mais pedido do que bicicleta e patins pelas crianças, mostra
pesquisa, no Jornal Folha de São Paulo on-line, em 08 de dezembro de 2013.
10

4. Quarta Etapa (Projetistas /Integradores/Instaladores): esta é a parte em que fica


incumbido aos profissionais da área de engenharia, arquitetura e design de interiores,
encaixarem os melhores produtos da área, satisfazendo aos anseios do consumidor
final.
5. Quinta Etapa (Consumidor Final, usuário ou até mesmo uma Construtora): parte final
e mais importante de todo esse ciclo interdependente. Aqui é feita a avaliação final de
satisfação e controle de qualidade para melhoria e até aperfeiçoamento de tecnologias
que vão fazer o ciclo se sustentar. É, na verdade, a parte mais exigente e incentivadora
para que este ciclo retorne para seu respectivo início.

Em se tratando do consumidor final, inclusive mencionado no início deste item, que


faria parte apenas da classe A, um dado extremamente recente que ainda pode comprovar a
mencionada “democratização” da automação foi a informação repassada pelo engenheiro
eletricista Leonardo Pinheiro, em nome da empresa goiana Automatize: “Nós presenciamos a
primeira casa brasileira financiada pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL com um projeto
extremamente completo de automação residencial, comprovando assim, que não é apenas a
classe A que pode ter acesso a este tipo de serviço!”. E ainda completa: “Isto foi viável devido
ao fato de que a automação residencial é uma aliada à eficiência energética e isto conta muito
na hora da aprovação do financiamento [...].”.

2.1.5 O engenheiro civil e a automação residencial

Muito se deve pensar sobre relação do engenheiro civil com a automação residencial
propriamente dita e para adquirir este tipo de resposta não precisa ir muito além do que já está
posto em prática. Conforme definido pelo CONFEA, compete ao engenheiro civil ou ao
engenheiro de fortificação e construção, dentre outras funções, cabem destacar as seguintes:

1. Atribuição um: Supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente;


2. Atribuição dois: Estudar, planejar, projetar e especificar;
3. Atribuição cinco: Dirigir a obra e oferecer serviços técnicos;
4. Atribuição nove: Elaborar orçamentos;
5. Atribuição onze: Executar a obra e realizar serviços técnicos;
6. Atribuição dezesseis: Executar a instalação, montagem e reparos;
7. Atribuição dezoito: Execução de desenho técnico.
Apesar de toda essa abrangência legalmente atribuída ao engenheiro civil, sabe-se que
isto não seria o suficiente para conferir total autonomia ao profissional, a exemplo o encargo
11

de projetar e administrar uma empreitada na área de automação. Sabendo-se disso, e após


analisar outros cursos da área de engenharia que possuem afinidades com tal seguimento, o
próprio mercado exigiu o surgimento de uma habilitação mais completa, a de Integrador de
Sistemas, que nesse caso, teria ainda a atribuição: Residenciais; isto é: um Engenheiro
Integrador de Sistemas Residenciais, especializado. Este cargo, ainda pouco difundido no
meio acadêmico, deve mesclar conhecimentos em projeto, instalações convencionais
(hidráulico, elétrico, de internet e telefone, por exemplo), os próprios tipos de instalações
automatizadas e, pelo menos, componentes e características técnicas básicas sobre os produtos
integrados aos projetos realizados, bem como cuidar dos aspectos convencionais da
construção civil que forem necessários para acomodar adequadamente as referidas inovações.
Além desses conhecimentos básicos, tal profissional deve estar atento e em constante
reciclagem com as novidades no mercado, até porque, se trata de tecnologia em constante
movimento.
Em outros países mais desenvolvidos, como possuem mais avanço nesta área, já
existem alguns cursos mais aprofundados, talvez mais reconhecidos pela sociedade da
automação em engenharia. Não menos merecedor de reconhecimento, este profissional é
atualmente instruído no Brasil por Instituições de incentivo privado, como alguns fabricantes
e importadores de produtos do setor, os CEFET´s, IF´s e inclusive, a própria AURESIDE.
Ainda de acordo com a reportagem de Pollyana Miranda, a AURESIDE, diz que a
certificação pode ser atribuída a qualquer profissional que tenha participado do curso, no
entanto, esse mesmo profissional deve ter conhecimentos sobre características de projetos,
saber interpretá-los e compreender conceitos de instalações elétricas. Ou seja, como a própria
Associação define, deve ser aquele que vai engenhar o projeto integrado, acompanhar a
execução da obra, participar do contrato de terceiros envolvidos, supervisionar a instalação e
garantir a execução perfeita do que foi instalado.
Partindo para algo mais prático, numa entrevista feita com Rodson Júnior, um dos
cofundadores da DOMON, empresa do ramo localizada em Goiânia, ele afirma que o serviço
prestado na área de automação residencial é registrada e rotulada no CREA, por meio da ART
do engenheiro responsável, como um projeto elétrico convencional, portanto um engenheiro
civil em atuação tem total autonomia para projetar e administrar qualquer empreitada deste
tipo. Ele seria o profissional do ramo da engenharia que teria condições mais versáteis de unir
o projeto com a execução, juntamente com toda sua equipe de obra, desde pedreiros até
eletricistas. O projeto de automação se enquadra como uma extensão do elétrico, a diferença
está basicamente na adição de alguns componentes (como por exemplo, o quadro de
12

automação, no caso de ser um projeto baseado em cabeamento estruturado) característicos da


automação (informação verbal). Portanto, o projeto elétrico ainda não é substituível. Mas é de
grande valia que o engenheiro civil atente-se para essas novidades e se recicle, evitando que
futuramente ele perca toda a sua influência nesta etapa da construção civil.
Conclui-se necessariamente que, o engenheiro civil, melhor que ninguém, é o
profissional ideal para compatibilizar todos os outros projetos convencionais aos de
automação com maior propriedade, experiência e fundamentação técnica já adquiridos na
faculdade. Nessa mesma reportagem de Pollyana, já indagava, o membro fundador da
AURESIDE e coautor de uma das mais importantes bibliografias deste trabalho, José Roberto
Muratori: “Por que então a automação residencial já não está sendo tão pensada pela
construção civil? Por conta de um único entrave: a mentalidade de alguns incorporadores, e às
vezes, até dos próprios projetistas ou arquitetos, que nem sempre estão sintonizados com os
desejos dos seus consumidores e deixam de lhes oferecer novas tecnologias e soluções
facilitadoras.”.
De encontro a isso, o engenheiro civil de hoje em dia vem mudando, já possuindo
certo amadurecimento e facilidade, no que diz respeito ao seu contato com a tecnologia, o que
antes era instrumento de trabalho inseparável como esquadro e lapiseira, hoje já são todos
substituídos pelo laptop. Portanto, o profissional de hoje já possui certa tendência a usufruir o
que a tecnologia tem de melhor. Além disso, ainda existe aquele fator, já mencionado
anteriormente no item 2.1.4, típico da faixa etária e a era tecnológica em que se encontra o
profissional de hoje, já bastante entrosado na era da construção civil cada vez mais
tecnológica.
E a aquisição de novos métodos tecnológicos não só é prático quanto bastante
necessário. Uma reportagem feita pelo Jornal da Instalação6 anuncia que pesquisas realizadas
pelo Programa Casa Segura em parceria com a International Copper Association Brazil
(Procobre) revelam o quanto às instalações elétricas não estão sendo suficientemente
eficientes, inclusive com sistemas instalados há mais de 10 anos e de forma totalmente fora do
estabelecido por normas de segurança ao usuário.

6
Veja reportagem na íntegra Segundo dados da Procobre, os edifícios estão atentos com a segurança das
instalações, no Jornal da Instalação on-line, em 26 de maio de 2014.
13

Entre os casos mais alarmantes estão: a falta de instalação do fio-terra no quadro geral
e o mau planejamento na distribuição de tomadas de forma eficiente na casa. Com isso, pode
ser levantada uma série de fatores com relação à causa: projeto mal feito pelo engenheiro ou
até a ausência do mesmo, falta de fiscalização rigorosa pelo órgão regulador e/ou a não
vinculação do projeto com perspectivas futuras, quanto ao desenvolvimento e evolução
tecnológica, deixando assim, as instalações elétricas sempre obsoletas. Portanto, mais uma
prova de que o engenheiro civil deve sempre estar aberto às inovações, aprendê-las e repassar
essas novas soluções que seriam mais seguras e mais eficientes nas construções.

2.1.6 Vantagens e desvantagens desse sistema

Imagine o cenário de um filme com um personagem moderno e atualizado que pode


usufruir da tecnologia em tudo na sua casa: seu escritório secreto só abre com a leitura de sua
retina, as persianas, portas, janelas e tudo que faça parte da segurança só respondem ao pedido
de voz do proprietário, enfim um filme “pseudo-futurista”, que a tecnologia disponível já fez
realidade praticável há algum tempo. Esta é a visão equivocada que muitos têm sobre a
automação: algo distante da realidade e, além disso, um simples artigo de luxo. É claro que
esta visão ainda tem muito que mudar, a AR (abreviação para automação residencial) ainda é
vista como grande indicador de status, prova disto é a reportagem televisiva da Rede Globo
no programa PEGN, que afirma que um projeto gira em torno de R$ 10 a 30 mil reais.
Contudo, felizmente isso vem mudando rapidamente, como foi citado anteriormente neste
trabalho. Os ganhos sociais são tão avassaladores que o vetor do avanço é irrefreável.
Nesse caso, pode ser mais fácil destacar alguns privilégios que a automação oferece.
Ela pode proporcionar facilidade na realização de certas atividades cotidianas e inovações na
segurança do lar, tais como, em pequena amostra: abertura de portas por sensores
personalizados, sistema de irrigação automático, simulação de presença em casa mesmo sem
nenhum morador e detecção de certos vazamentos ou de desperdícios energéticos, reduzindo
assim gastos.
Alguns recursos podem ainda funcionar como uma espécie de babá ou “cuidadora”
eletrônica. No caso de um idoso ou até mesmo um bebê, isso ajuda muito em casos
específicos como quedas, ou situações de emergência, um sensor de queda, choro ou até
mesmo câmeras de monitoramento remoto. E para aqueles membros familiares que
necessitam de certa acessibilidade, existem adaptadores em equipamentos domésticos, portas
e elevadores que pelo comando de voz são facilmente utilizados da forma desejada. Enfim
14

sempre pensando em ajudar na segurança da família inteira e sempre de forma a encaixar no


perfil do lar em estudo.
Em se tratando do sistema de entretenimento da casa, esse emaranhado de tecnologias
permite que a casa crie um ambiente de acordo com o humor do morador ou em datas
especiais, tais como um jantar romântico ou até mesmo uma festa badalada. O sistema de
dimerização de luzes ou ainda na variação de cores e o equipamento sonoro espalhado pela
casa pode ajudar muito nesta missão. Em se tratando de aparelhos tão sofisticados, um apagão
poderia deixar o morador desamparado, mas pensando nisso, algumas empresas já até
preveem uma bateria que segura os aparelhos por alguns dias, mesmo com a falta de energia,
garantido por Chistiano Ramminger7, um empresário do ramo.
No entanto, a AR muito se tem para aperfeiçoar e corrigir. O blog de internet da
empresa Comat Releco8 destaca uma pesquisa de satisfação e alguns usuários se queixaram de
um inconveniente ruído que alguns itens das instalações automatizadas geram no ambiente.
Isso ocorre devido ao fato de alguns dispositivos da automação industrial serem trazidos para
a residencial, sem qualquer tipo de adaptação. Considera-se que seja pela falta de algo melhor
para substituir estes equipamentos, destacando para exemplificar os conhecidos por
contatores9. Mas eles já existem em modo silencioso. Isto comprova o quanto a automação
residencial ainda pode avançar e amadurecer em seus vários aspectos, incorporando as
sofisticações já disponíveis e provocando o surgimento de outras direcionadas a esse mercado
específico.
Outra observação que comprova essa conclusão feita é o fato de que a AR ainda não
possui uma norma própria para padronizar os parâmetros. Segundo a mesma reportagem da
revista Lumière, a mesma já mencionada anteriormente, o engenheiro David Jugend afirma
que não existe uma legislação técnica que defina padrões dos equipamentos usados e das
instalações de automação residencial. E ainda completa que o único que possui uma norma
brasileira que estabeleça padronização e regras é a de detecção e alarme de incêndio, que é a
NBR 17240:2010 em substituição à antiga NBR 9441:1998.

7
Assista reportagem na íntegra A casa do futuro, transmitida pelo Programa Hoje em Dia da Rede Record, em
maio de 2012.
8
Veja reportagem na íntegra Casa Inteligente ajuda mais também pode tirar sono, no blog da empresa Comat
Releco, em 16 de outubro de 2013.
9
Dispositivo eletromecânico que permite a partir de um circuito de comando, efetuar controle de cargas num
circuito de potência, ou seja, conduz e interrompe a corrente elétrica.
15

Uma ênfase é importante ser dita, se a automação for no âmbito das instalações
elétricas, os projetos devem obedecer obrigatoriamente a tão conhecida NBR 5410:2004
versão corrigida 2008, contudo se o que controla a instalação for automatizado com o já
mencionado CLP, não há nada que controle ou seja padronizado por nenhuma norma. Para
não dizer que não há nada que esteja sendo normatizado, o cabeamento estruturado
residencial é regido pela norma NBR 16264:2014, que inclusive é bastante recente com
apenas alguns meses de publicação.
Essa mesma reportagem da revista citada no penúltimo parágrafo afirma:

A AURESIDE, entretanto, já tentou estabelecer, ao mínimo, padrões para os


projetos automatizados. O projeto que mais próximo chegou de um
documento técnico com recomendações para projetistas de automações
predial e residencial foi elaborado com o Sindicato das Empresas de Compra,
Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de
São Paulo (Secovi-SP), com o apoio do Sindicato da Indústria da Construção
Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), da Associação Brasileira dos
Escritórios de Arquitetura (Asbea), da Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica(Abinee), do Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre),
entre outros.

Com contratantes dos serviços de projetos de automação, os associados do


Secovi observaram uma realidade muito complicada na uniformização do
escopo de cada projetista. Dessa forma, procuraram profissionais no meio
acadêmico e nas associações e elaboraram Manuais de Escopos de Projetos e
Serviços, que tendem a estabelecer as relações técnicas e contratuais entre
todos os intervenientes da cadeia produtiva, visando à satisfação do objetivo
final, que é o usuário dos empreendimentos realizados.

Esses manuais, citados anteriormente pela reportagem, existem com a intenção de


melhorar a qualificação no desenvolvimento da cadeia produtiva e as relações éticas entre as
mais variadas áreas da indústria imobiliária, no que tange a apresentação de projetos e a
prestação de serviços. A automação tem sua vez nesse grupo com o manual: Automação e
Segurança.

Depois de tamanho destaque em tantas facilidades que a automação residencial traz


para dentro de casa, muitos podem pensar que essas tecnologias fazem as pessoas ficarem
cada vez mais preguiçosas. Isto pode até ser verdade por um lado, mas dependendo do ponto
de vista e da mentalidade isto também tem seu lado bom. Esse emaranhado de inovações vem
com a intenção de facilitar o dia-a-dia. Com a correria cotidiana, stress no trânsito, dores de
cabeça no trabalho e muitas desvantagens que a cidade grande possui, o trabalhador quer
chegar em casa e de fato descansar. Ele deseja ter uma boa segurança ao se aproximar de sua
residência, saber que tudo está em seu devido lugar e ainda não precisar se preocupar com
detalhes do tipo: “Deram comida para o cachorro? Regaram as plantas? Cadê minhas
16

chaves?”. Além de todas essas perguntas terem resoluções simples e de forma extremamente
rápida, ele ainda pode entrar pela sala ao som do estilo musical que mais gostar para o
momento.
Essas tecnologias ainda podem contribuir para o que se valoriza muito nos dias de
hoje: a sustentabilidade. E como a automação faria isso? Bom, um pouco dessa contribuição
já foi comentado anteriormente, que é a eficiência energética, ou seja, todo ambiente que
estiver com iluminação de forma desnecessária será desligada automaticamente. Isto contribui
para a redução de gasto e uma maior vida útil da lâmpada. Em outras palavras, pode ser uma
boa aliada à Engenharia “Verde”.

2.2 SISTEMAS RESIDENCIAIS AUTOMATIZÁVEIS

No item anterior foi feita uma síntese a respeito dos principais alicerces da automação
residencial. Alguns termos típicos dessa nova era, foram utilizados como instrumento para
melhor compreensão do que estava sendo abordado. Por ser relativamente um assunto novo e
com pouca referência bibliográfica confiável, muito se tem ainda a indagar sobre a forma
como automação residencial torna-se parte das instalações de uma edificação e para
solucionar este problema, foi buscado o máximo de respostas para esse tipo de
questionamento.

2.2.1 Níveis de automação

Existem algumas variações entre a forma como foi abordada e executada a automação
em determinado projeto residencial. Entre essas formas diferentes, Muratori e Dal Bó (2013)
as destacaram da seguinte forma:

1. Sistema autônomo: também conhecido como sistema Stand-Alone, é todo aquele que
opera de forma independente, desempenhando todas as funções previstas em projeto,
sem a existência de um controlador centralizado. Alguns exemplos seriam a aspiração
centralizada, irrigação do jardim, entre outros.
2. Sistema integrado: o próprio nome já indica como é sua forma de operar. Nesse
sistema, que a princípio seria nada mais que um autônomo, passaria a ter uma relação
com troca de informações, por exemplo, por meio de infravermelho.
3. Sistema complexo: engloba todo e qualquer tipo de tecnologia que se encontra em
estágio de pesquisa e testes e são apresentadas ao público como uma amostra. É uma
forma de perceber se tal tecnologia seria bem aceita ou não para então viabilizar sua
17

venda ao mercado. Como exemplo pode-se ter algumas Feiras Expositoras ocorridas
em metrópoles internacionais, a exemplo, São Paulo, que promovem este tipo de teste
da então conhecida como “casa modelo”.

É importante ressaltar que nem sempre existe a instalação desses produtos


tecnológicos de forma integrada, como foi explicado anteriormente. Uns produtos funcionam
por wi-fi, outros por controle remoto, e assim por diante. Por isso, a AURESIDE até destaca
esse detalhe, afirmando atrapalhar um pouco na funcionalidade de cada um, causando então
uma confusão operacional. Daí então a confirmação de que o profissional da área realmente
iria “integrar” de forma adequada e harmônica cada produto sem atrapalhar a função do outro.

2.2.2 Instalações elétricas residenciais automatizadas

Para facilitar a familiarização com os termos técnicos algumas definições serão


apresentadas. Segundo Muratori e Dal Bó (2013), cargas automatizadas englobam todos os
equipamentos que serão automatizados na residência, tais como tomadas comandadas,
iluminação obedecendo ao projeto luminotécnico e entre outros. Já os acionamentos podem
ser considerados como todo e qualquer dispositivo que seria utilizado para comandar essas
cargas automatizadas, tais como, pulsadores, telas de toque (os derivados do touch screen),
smartphones, sensores com as mais variadas funções, ou seja, fazendo analogia às instalações
convencionais, assumiria o papel que o interruptor desenvolve.
Ainda dos autores mencionados acima, temos um recurso bastante relevante, os das
“tomadas comandadas”. Numa instalação convencional, suponha hipoteticamente que uma
única tomada (convencional) de um único circuito esteja ligada diretamente ao Quadro Geral
(adota-se QG), pelo eletroduto passaria fiação de fase, neutro e fio-terra.

Na mesma situação hipotética referida no parágrafo anterior, estaria conectado por


fiação de fase com o QG e a fiação de retorno estaria conectando-o com essa mesma tomada,
que agora teria o termo, explicado no último parágrafo, comandada. E por fim, esta tomada
comandada estaria ligada ao QG pela fiação de neutro apenas. De maneira geral, esta ligação
é indicada quando se quer especificar o tipo de aparelho a ser utilizado naquela tomada
específica. Como por exemplo, a máquina de lavar, que já possui lugar fixo, ou um
eletrodoméstico da cozinha. A conectividade entre o QA e o QE pode ser mais bem
compreendida na Figura 2.
18

Figura 2 - Foto ilustrando a conexão entre o QA e o QE10.

Apesar de esta tomada comandada possuir mesmo acabamento que uma comum, vale
ressaltar que ela nem sempre estará com energia disponível, e isso será controlado por um
comando enviado pelo Quadro, nesse caso, o recurso da tomada comandada teria função
horária pré-programada no QA.
Assim como foi esquematizado anteriormente no exemplo da tomada, pode-se utilizar
desse mesmo raciocínio para qualquer outra carga automatizada, ou seja, os retornos deverão
ser encaminhados para o QA. Apesar de ser um recurso aplicável e de fácil detalhamento,
infelizmente, pelo fato de exigir personalização de cada ponto, ou seja, cada tomada
comandada só poderá ser usada pelo aparelho específico previsto em projeto, esse esquema
pode nem chegar perto de ser um projeto de integração, visto que cada tomada, em separado,
seria utilizada para uma única função, não havendo uma compatibilidade com qualquer outro
recurso da casa. Enfatiza ainda, o engenheiro Leonardo Pinheiro, na entrevista cedida para
este trabalho, que se fosse utilizar desse recurso na casa inteira, isto não poderia ser chamado
de automação residencial, já que nenhum produto iria ser integrado a outro (informação
verbal).

10
Foto feita pelo autor do trabalho.
19

De encontro ao mencionado anteriormente, é válido esclarecer algo: não existe um


padrão de projeto que possa haver generalização em todos os casos, ou seja, um “projeto
piloto” que possa ser executável em qualquer situação. Talvez seja por isso que não há um
passo a passo de como fazer um projeto de automação residencial, como existe em outros
projetos da construção civil, tais como o próprio projeto de instalações elétricas. O segredo,
na verdade, está em cada produto utilizado e escolhido personalizadamente para cada cliente.
Portanto, seu fabricante irá repassar as informações necessárias para fazê-lo funcionar: qual
sistema de cabeamento utilizar ou até mesmo a linguagem sem fio adotada. Conclui-se então
que um sistema integrado de automação residencial é completamente personalizado e focado
no que o cliente deseja, sem que para isso aja certo modo padrão de projetar e colocar em
prática o que foi pensado.
Para um sistema que utilize do cabeamento estruturado para fazer funcionar a
automação em casa, o dispositivo que seria primordial, ou seja, sem ela a automação não
funciona é a chamada Controladora, ou também, segundo Muratori e Dal Bó (2013), de
Gateway de Integração. Ela é considerada o cérebro da automação, pois é ela que comanda,
recebe e envia as informações de todos os aparelhos de automação da casa.

2.2.3 Principais protocolos de automação

Popularmente protocolo seria designado pelo tipo de linguagem de comunicação entre


os equipamentos, tudo isso em uma rede de dados. Incialmente, por volta da década de 70,
surgiram o PLC (Power Line Carrier), que ganhou espaço após a descoberta da transmissão de
dados e comandos por meio da própria rede elétrica. Mais para frente com o surgimento de
uma tipagem de redes com essa base as Powerline Networks e quando se viu a necessidade de
controlar diferentes pontos da casa com os mais diversos aparelhos sem dispendioso gasto
com instalações de um novo cabeamento. Muratori e Dal Bó (2013, p.106) afirmam: “O
controle é feito pelo envio de mensagens dos transmissores aos receptores utilizando a própria
rede elétrica existente, incorporando funções básicas do tipo liga/desliga, dimerização e
cenários.”.
O X10 foi desenvolvido pela empresa escocesa “Pico Eletronics” com o intuito de
controlar dispositivos à longa distância dentro de uma residência. Por utilizar o mesmo
cabeamento elétrico já existente, além de sua fácil programação, ele foi considerado bastante
vantajoso, apesar de ter enfrentado muitas incertezas, devido à época e ao pioneirismo, ele
pode ser usado até hoje. Contudo de acordo com um artigo da empresa YAC, este tipo de
comunicação pode ser bastante falha, acontecendo o fato de, por exemplo, ocorrer um ruído
20

cabo e este ser mal interpretado pela própria rede como um comando que nem sequer foi
realizado por alguém.
Outro exemplo da linha Powerlines Networks seria o protocolo Universal Powerline
Bus, mais conhecido por UPB. Engenhado em meados da década 90 por uma empresa norte-
americana conhecida por PCS, inspirado pelo avanço e importância que foi o X10, seu
formato foi ainda mais aprimorado superando o existente até então. A exemplo disso foi
ultrapassada a velocidade de transmissão de dados alcançada até o momento e com isso a rede
passou a adquirir mais crédito e confiança.
As últimas contribuições para a comunicação da Powerlines Networks seriam o
Homeplug 1.0 e o padrão Homeplug AV. O primeiro promove boa velocidade na
comunicação e o segundo, para superá-lo, alcança uma velocidade tão boa que permite
transmitir multimídia e até HDTV por meio da rede elétrica.
Fugindo um pouco dessa forma de transmissão, temos ainda outros tipos de protocolo
e entre eles pode-se destacar um tipo bastante interessante: os de transmissão sem fio. Esse
tipo de passagem é feita por meio do espectro de radiofrequência (RF) e esses sistemas podem
ser baseados em rede do tipo “Malha”. Esse tipo de conexão é bastante maleável ao tipo de
topografia ou até mesmo a mudanças internas de configuração, do tipo, mudança de rota ou
inclusão e/ou exclusão de componentes (também chamados de “nós”). Apesar de essa
transmissão possuir certa limitação com relação a distancia entre esses dispositivos de uma
mesma “malha”, cada componente pode servir como retransmissor aumentando assim o
alcance efetivo.
O ponto negativo desse mecanismo seria a sobrecarga na comunicação, causando
assim uma diminuição de velocidade. Mas se for utilizado um raciocínio lógico de
combinação entre esses nós de forma a facilitar a transmissão e aumentar sua velocidade
talvez o alcance efetivo não seja um problema. Além disso, uma vantagem dessa transmissão
que não acontece nas Powerlines Networks, é a pouca interferência nas instalações elétricas.
O ZigBee é um exemplo de rede sem fio e de um padrão roteado, e tem esse nome de
batismo devido ao fato de as mensagens serem encaminhadas em zigzag como se fossem
abelhas e o nome nada mais é que a junção de zig (da palavra zigzag) com abelha em inglês
que é bee. Essa tecnologia é bastante abrangente, consegue captar sinal de um pequeno
dispositivo à bateria até a grandes componentes aplicáveis a outros ramos da automação como
a industrial. Inclusive ainda hoje é bastante utilizada em aparelhos extremamente novos para
automação residencial.
21

O Z-wave já seria outro exemplo aplicável da rede roteada e sem fio, sendo
desenvolvido por uma empresa dinamarquesa ZenSys AS e seu objetivo foi ajudar na
sustentação de dispositivos mais simples, baratos e mais auto instrutivos para o público
doméstico.
Outro exemplo e último é o Ultra-High Frequency (mais conhecido por UHF) é
extremamente difundido em setores específicos tais como sistemas de alarmes, controladores
de luz, controles remotos, ou seja, certas funções que trabalham num determinado intervalo de
frequência.
Existem ainda aqueles protocolos que operam mesclando mais de uma forma para
estabelecer a comunicação entre cargas e acionamentos. E essa forma de transmissão se dá
mais por meio de cabos trançados, redes powerlines e rádio (RF).
Ainda existem os protocolos de automação híbridos, que não passam de sistemas que
mesclam o tipo de meio físico para estabelecer comunicação. E essa comunicação pode
ocorrer tanto de ponto a ponto quanto em rede. E de acordo com Muratori e Dal Bó (2013,
p.113), esses protocolos podem ser:

 CEBus (Consumer Eletronics Bus): a tecnologia escolhida foi a batizada por Intellon,
combinando comunicação Powerline e rádio, mas não foi disseminado em larga
escala, pois era complexo e dispendioso;

 Insteon: combina as mesmas tecnologias de Powerline e rádio e, além disso, ainda


possui compatibilidade com o conhecido X10. Apenas traz a inovação na topologia de
rede com a chamada dual mesh (malha dupla);

 LonWorks: seu aperfeiçoamento foi baseado em padrões da automação residencial e


predial, por isso, possui uma tecnologia sofisticada com uma rede de alto
desempenho.Sua camada física pode ser constituída por cabos de pares trançados,
coaxiais, fibras óticas e infra vermelho.

 KNX: é uma associação feita para desenvolver o mercado da domótica com o objetivo
de desenvolver uma nova norma comum a todos, até o nível mundial. O processo
assegura que produtos de marcas diferentes, funcionem e se comuniquem uns com os
outros proporcionando flexibilidade na expansão e modificações futuras às
instalações.
22

2.2.4 Cabeamento estruturado residencial

Conforme o avanço das tecnologias no âmbito da automação residencial, com


exigências cada vez maiores, seja no que diz respeito à segurança, conveniência, conforto ou
praticidade, o cabeamento residencial veio para tentar amparar esses anseios. E este
cabeamento chamado estruturado nada mais é que uma distribuição interna de cabos, como o
próprio nome já diz, garantindo a emissão e recepção de sinais de voz, dados e imagens com
bastante flexibilidade a futuras modificações de acordo com o desejo do cliente. Basicamente
se assemelha ao projeto elétrico convencional, sofrendo algumas mudanças tais como: alguns
tipos de cabos, protocolos ou modo de comunicação entre produtos.
Costumeiramente é um recurso mais indicado para casas que estão sendo projetadas ou
pelo menos em fase de obras, pois as intervenções são maiores, visto que os cabos devem
estar interiores à estrutura. Caso o desejo do cliente seja algo mais simples ou que talvez não
vá interferir na estrutura em si da casa, o mais indicado são produtos que utilizam da
comunicação sem fio para transmissão de sinais e comandos, como por exemplo, o Zig Bee
(até explicado anteriormente). Como este não é nosso foco, visto que não é algo que exija
interferência de um conhecedor de obras, o objetivo estaria apenas no cabeamento estruturado
ou pelo menos na composição de ambos.

2.2.4.1 Alguns tipos de cabos e suas aplicações

Como são diferentes os tipos de informações transmitidas, de certa forma os cabos


exigidos serão escolhidos de acordo com o objetivo final.
Para entender um pouco desses cabos, algo importante que deve ser mencionado, tanto
nos EUA quanto aqui no Brasil, os cabos se diferenciam em “categorias” e de acordo com sua
largura de banda. Essas categorias são nomes convencionados e essa largura de banda é toda a
capacidade que cada cabo possui de transferir dados e isso significa a quantidade de
informações passadas de ponto a ponto em um determinado intervalo de tempo, por isso sua
unidade é em MHz. Mas é claro que nem todo cabo é indicado para as instalações
residenciais, portanto serão detalhados apenas aqueles de relevância nesse estudo.
Para a transmissão de dados e voz o cabo mais escolhido é o de quatro pares trançados
não blindado ou cabo UTP. Sua notoriedade se deve ao fato de realizar uma espécie de
proteção contra interferências eletromagnéticas e isso numa instalação residencial conta muito
devido a grande parcela de os produtos instalados serem dessa natureza. Existem ainda
aqueles cabos que além de serem trançados ainda são blindados, mais conhecidos por S/FTP,
23

mas esses são pouco difundidos no meio residencial por serem desnecessários visto que não
são encontradas fontes geradoras de ruídos eletromagnéticos e nem a parte elétrica é instalada
junto ao cabeamento estruturado. Um detalhe que é importante ressaltar, os cabos com
blindagem exigem uma modificação especial no conector: deve haver um revestimento
metálico interno e nas laterais que irá fornecer a conectividade elétrica entre a blindagem do
cabo e a tomada blindada.
O conector indicado para esses cabos e para qualquer outra tomada em um sistema de
cabeamento estruturado é o do tipo RJ- 45 e sua conexão deve ser feita por um alicate de
crimpar específico. E isso é bastante interessante economicamente falando se pensarmos na
possibilidade de alteração de algum serviço de transmissão de voz e/ou dados de uma tomada
para outra sem maiores preocupações, já que tudo pode ser padronizado. A Figura 3 apresenta
um modelo de tomada RJ – 45.

Figura 3 - Exemplo de tomada RJ- 4511.

Outro cabo bastante utilizado no meio doméstico são os cabos coaxiais:

 Série 59(RG- 59): aplicado para transmissão de sinais de imagem para TV analógica e
ou digital;

 Série 6 (RG- 6): com uma bitola um pouco maior consegue receber sinais de televisão
por assinatura ou satelital, garatindo melhor qualidade do sinal recebido.

Para a conexão desses cabos são utilizados o “Tipo F” e sua crimpagem é feita por um
alicate especifico para cabos coaxiais. Esses conectores “Tipo F” podem ser conectados por

11
Disponível em: http://ncreletronica.com.br/2014/produto/tomada-toc-rj12-embutir-br/
24

compressão, de forma cônica e por crimpagem. A Figura 4 apresenta um modelo de tomada


do tipo F.

Figura 4 - Exemplo de tomada Tipo F12.

Pode ainda ser utilizado, mas não em grande escala como os outros mencionados
acima, o de fibra óptica. Sua função numa instalação residencial seria mais especifica na
conexão de sinais de áudio digital em equipamentos de Home Theater e seu padrão de
conexão é denominado de TOSLINK. Mas com tantas novidades surgindo no mercado, é fato
que a fibra óptica será bem mais requisitada, visto a magnitude e o avanço que foi alcançado
com sua descoberta.
Segundo Muratori de Dal Bó (2013), existem dois tipos de equipamentos: os passivos
e os ativos. Os passivos são aqueles que não necessitam de alimentação elétrica para
funcionarem, como exemplo pode ser destacado a própria tomada RJ- 45 e as tomadas Tipo F.
Os ativos, que ao contrário dos passivos, a energia elétrica é sua fonte de sustentação e são
incumbidos de emitir os serviços de telecomunicações que serão utilizados no cabeamento, a
exemplo tem-se a central telefônica PABX e o computador.
Na área de automação existem vários tipos de cabo e suas transmissões especificadas
de acordo com a informação a querer ser transmitida. Mas alguns fabricantes designam um
tipo especifico de cabo que conseguiria transmitir todas essas informações, mas é claro que
tudo isso depende dos produtos que funcionariam para emitir e receber sinais de informação.
E esse cabo pode ser designado por Cabo BUS. Esse cabo funciona como comunicador de

12
Disponível em: http://www.fame.com.br/produto/1048/tomada-para-antena-de-tv-para-cabo-coaxial-de-75-
ohms-nova-gris
25

pulsão e sensor com atuação em automação. Quando o usuário sensibiliza o pulsador ou o


sensor detecta o sinal, essa informação é percorrida via cabo BUS.
Apenas pelo fato de se decidir realizar uma automação residencial em casa, mesmo
que seja utilizado apenas o recurso de produtos que não necessitem do cabeamento
estruturado, alguma intervenção deve ocorrer, pois afinal, esses produtos devem ser
energizados. Por menor que pareçam ser, as intervenções devem ocorrer mesmo que sejam
nas instalações elétricas convencionais, ou seja, ainda hoje não é possível fugir da intervenção
no cabeamento se o desejo for ter automação em casa, afirma a atendente comercial Camila,
da empresa Automatize, na entrevista cedida para este trabalho. (informação verbal).

2.2.4.2 Vantagens e desvantagens

É importante ressaltar o que a falta deste tipo de investimento pode causar, ou seja, o
que seria vantajoso ou não num cabeamento estruturado, e isso pode ser chamado de
cabeamento residencial convencional ou não estruturado. Isto seria, na verdade, a falta de
planejamento na distribuição de cabos, ou seja, o lançamento é feito apenas para pontos
específicos demandados pelo cliente. Em outras palavras, se for necessário e exigido um tipo
de sinal para um determinado ponto da casa, o cabo específico para tal transmissão será
passado e se mês que vem surgir outro desejo do cliente com outro tipo de transmissão de
dados, deverá ser remanejado o cabeamento ou até mesmo trocado o tipo de cabo se for esse o
caso. Sem contar que a infraestrutura pode até não estar preparada para tal mudança,
aumentando-se os gastos e dependendo do que seria mudado, até pode ser impossível no que
depender, por exemplo, de serviços de telecomunicações de pontos fixados.
Essa falta de planejamento confronta e muito com o engenheiro civil visto que o
princípio para se iniciar qualquer lançamento, por menor que ele seja, deve ser planejado e
previsto em projeto. No entanto, uma vantagem deve ser mencionada: o seu baixo custo na
instalação e agilidade da mesma.
Resumindo, suas desvantagens estão mais ligadas à falta de flexibilidade ao surgir
mudanças, danificação às instalações já existentes e principalmente alto custo na manutenção.
É claro que se for desejo do cliente apenas uma única alteração por um longo período
de tempo, o cabeamento estruturado não seria tão necessário assim, contudo se esse mesmo
cliente deseja atualizar algum item da casa para uma versão mais moderna, provavelmente ele
estaria disposto a mais mudanças em um curto prazo de tempo.
26

Este tipo de instalação visa atender às necessidades atuais e futuras e isto permite com
que o morador tenha mais liberdade para fazer mudanças desejadas.
A precisão no cálculo dos dutos e cabos que serão necessários é regulamentada pela
NBR 16264:2014. Nela são trazidas informações relevantes quanto a tudo que envolva
cabeamento estruturado, como requisitos gerais, interface de equipamentos e de ensaios,
cabeamento de acesso à rede, premissas do cabeamento, implantação do cabeamento e entre
outras informações para tornar formal e mais técnica qualquer tipo de instalação dessa
natureza e ainda ampara o consumidor eliminado do mercado charlatões do ramo.
As redes sem fio são um recurso bastante difundido no mundo atual e podem ser
consideradas fortes aliadas ao cabeamento estruturado, principalmente quando este último for
pouco indicado. Devido à facilidade de aquisição de um produto (smartphone ou tablet)
baseado nesse tipo de transmissão de dados que é a rede sem fio, wi-fi, por exemplo. Contudo
o cabeamento estruturado é bastante importante para que as redes sem fio possam atuar em
um ambiente residencial, para provar isto, Muratori e Dal Bó (2013) afirmam que o
cabeamento estruturado é o que irá fornecer toda a infraestrutura necessária para a instalação
dos pontos de acesso que irão formar a rede sem fio. Dessa forma, o projetista deve prever a
implantação dessa rede nos locais em que serão instalados esses pontos de acesso, se assim
for o desejo do cliente.

2.3 APLICAÇÕES PRÁTICAS DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Após inúmeros e extensos parágrafos com o intuito de desvendar um pouco sobre esse
mundo tão influente em nossa realidade e principalmente tão intrínseco à construção civil,
serão detalhados a seguir alguns itens bastante interessantes e atuais como forma de
comprovar por meio do produto final, pronto para o usuário, tudo o que vem sido falado nos
capítulos anteriores.

2.3.1 Vigilância

Quando se imagina uma casa bastante segura, se imagina uma casa com bastante
aparato em nível de alarmes, sensores de presença, câmeras à longa distância. A automação já
permite tudo isso em sua central, no entanto os custos ainda são altos e pouco viáveis. O que
facilita a combinação entre a central de alarme e a automação da casa em si seria a possível
comunicação entre eles por meio de troca de sinais entre as saídas programáveis da central de
alarme com a entrada digital da central de automação, já explica José Roberto e Paulo
27

Henrique. E um recurso interessante que pode ser feito é usufruir do status emitido pelo
alarme de, por exemplo, “armado/desarmado” e enviar uma espécie de relatório para o
morador. E dependendo do que for programado, em caso de invasão, um alerta é enviado para
o morador e para a polícia.
Outro recurso que ainda pode ser incrementado para aumentar a segurança é uma
conexão com a iluminação externa, que em casos específicos de suspeita ou simulação de
morador em casa pode ainda ser mais um aliado para aumentar a segurança. Da mesma forma
que funciona a central de alarme para com a de automação, as proteções do perímetro da
residência também são da mesma forma, com cercas elétricas, sensores de infravermelho,
sirenes, tudo em conexão com o sistema tecnológico.
A segurança da casa inclui também o bom estado de todos os presentes. Se houver
algum tipo de risco à saúde de um idoso, tais como queda, mal estar entre outros, a central de
automação, sendo acionada, irá enviar o relatório para alguém que possa ajudar. Se na família
tiver bebê, todo cuidado é pouco: no caso de possuir babá poderá assistir em tempo real todas
as suas posturas e saber se seu bebê está realmente sendo bem cuidado. Se os pais estiverem
em casa, poderá realizar suas tarefas tranquilamente sem que para isto tenha que estar o tempo
todo vigiando, a babá eletrônica vai te avisar em caso de choro ou algo que possa oferecer
perigo. E estes recursos mencionados anteriormente podem ainda ser sincronizados com o
sistema de CFTV (circuito fechado de televisão), com câmeras mostrando em tempo real o
que está se passando em qualquer ambiente da casa através de qualquer televisor contido na
mesma ou até mesmo pelo tablet ou smartphone, em caso de visualização remota.
Se for detectada movimentação estranha, os gravadores de imagem, possuindo
conexão com a central de automação, aciona sua saída informando ao sistema de automação
essa ocorrência e este irá acionar a iluminação do ambiente e enviará mensagens de texto aos
celulares dos moradores. E em caso mais sérios, até ajuda a polícia na identificação dos
autores de algum crime cometido, captado pelo CFTV.
Outro item de extrema validade e relevância seria um sensor instalado em piscinas
capaz de detectar a queda de uma criança (identificada pela massa com poucos quilos) na
água. E ele pode além de gerar barulho tipo sirene, ainda seria integrado ao sistema de
automação, enviando mensagens aos celulares dos adultos da casa sobre tal acidente. E se for
à noite, ainda pode ser integrado ao sistema de luzes da piscina, iluminando o local da
ocorrência, facilitando o possível resgate e salvamento da vítima.

2.3.1.1 Novidades neste mercado


28

Uma novidade bastante interessante é a fechadura com leitura biométrica da face. Uma
novidade ofertada, entre outros fabricantes, pela DIMEP Sistemas. É uma solução que pode
servir não só para residências, mas também qualquer acesso restrito em qualquer outro tipo de
empreendimento. Além de possuir alta sofisticação e tecnologia em um só produto, ainda é
extremamente precisa e confiável com relação ao estudo facial que realiza, sendo quase que
uma tarefa impossível para invasores coseguirem enganar o sistema. Em sua ficha técnica
apresentada pela DIMEP Sistemas, em seu site, afirma que a fechadura possui entre outras
funções, a comunicação on-line IP via Wi-Fi, sabe reconhecer uma face viva e em casos
excepcionais pode ainda ter abertura com chave mecânica. Na Figura 5 pode ser observada a
fechadura digital.

Figura 5 - Fechadura DIMEP com leitor facial 13.

2.3.2 Aberturas

Esses tipos de tecnologias, em sua grande maioria, utilizam de algum tipo de


identificação para pode aceitar ou negar a demanda por abertura. Este tipo de identificação
pode ser um teclado com senha, um equipamento com leitor biométrico ou até outras
novidades até mais interessantes ainda. Após a identificação, o sistema de abertura é de
acordo com o que o projeto exige ou até mesmo o que estiver mais acessível ao cliente. Mas
podem existir diversos tipos de fechaduras e suas peculiaridades podem variar de acordo com
o fabricante, mas geralmente existem aquelas mais utilizadas.

13
Disponível em: http://www.dimep.com.br/produtos-ficha/177/sistemas-biometricos/fechadura-biometrica-
facial-dmp-face-lock
29

Entre elas ganha especial destaque as tipo strike, que após sua bobina receber
fornecimento de um pulso de tensão, elas são abertas. Uma vez sendo acionada esta
fechadura, principalmente se for remotamente por uma interface de automação, ela não se
fechará sozinha, portanto requer atenção especial, já alertava Muratori e Dal Bó (2013). Mas
como seu custo é baixo, talvez seja uma alternativa interessante. Costumeiramente utilizadas
em portas de acesso para área interna da casa e ou porta social com acesso à garagem. A
Figura 6 apresenta um exemplo de fechadura strike.

Figura 6 - Exemplo de fechaduras strike14.

Em fechaduras do tipo solenoide a abertura e fechamento se dão por meio do


recolhimento ou avanço do pino após fornecimento ou interrupção de tensão na bobina.
Infelizmente a falta de fornecimento de energia pode causar a não abertura ou não travamento
do pino de segurança e isso exige a instalação de um no break para suprir esta falha, além do
preço ser um pouco elevado. Alguns até possuem a abertura manual, mas por motivos de
segurança talvez essa não seja uma boa alternativa. A vantagem é que mesmo remotamente
elas podem ser travadas e destravadas sem para isso ter presença em casa, além disso, pode
ser embutido ficando apenas o pino aparente como em uma porta comum. A Figura 7
apresenta um exemplo de fechadura solenoide.

14
Disponível em: http://www.telton.com.br/item/Fechadura-Eletrica-p%7B47%7D-Porta-de-Vidro-2-folhas-
%252d-Abertura-Interna-c%7B47%7D-macaneta-tipo-Bola-%252d-FV%252d32ICR-%252d-Amelco.html
30

Figura 7 - Exemplo de fechadura solenoide 15.

Ainda existem as fechaduras elétricas por eletroímã. É bastante similar com o


solenoide, inclusive no preço, sua única diferença seria na sua forma que fica aparente na
porta, ou seja, é menos utilizada em portas sociais, talvez fosse mais indicada no portão de
entrada. A Figura 8 apresenta um exemplo deste tipo de fechadura.

Figura 8 - Exemplo de fechadura eletroímã 16.

2.3.1.1 Novidades neste mercado

15
Disponível em:
http://www.santoroacabamentos.com.br/site/index.php?sessao=00996bc935a400&id=20&cat=10&sub=
16
Disponível em:
http://www.santoroacabamentos.com.br/site/index.php?sessao=00996bc935a400&id=20&cat=10&sub=
31

Uma novidade17 bastante útil e interessante, que há pouco tempo está sendo produzida
em larga escala é o detector de mudanças climáticas bruscas e chuva que pode ser acoplada à
própria janela automatizada. Este aparelho criado pela equipe do engenheiro Klauss - Dieter
Taschka do Instituto de Circuitos Integrados da Alemanha, segundo uma reportagem do site
Inovação Tecnológica. O mecanismo vai acionar o fechamento por completo da janela sempre
que forem detectadas variações bruscas de temperatura, ventos fortes e até mesmo se chover.
O sistema também pensa na segurança – o ímã não pode ser removido sem que o
sensor identifique sua remoção. A Figura 9 ilustra o sensor de clima.

Figura 9 - Sensor de clima18

Uma tecnologia que está fazendo o maior sucesso é a tecnologia israelense


desenvolvida pela empresa Gauzy, reportado por Saulo Pereira 19 . Ela desenvolveu uma
técnica que modifica a composição molecular do vidro, de acordo com o desejo do usuário:
ele escurece e clareia a um toque e em diferentes níveis. E a construção civil pode usufruir e
muito dessa novidade. Portas não precisariam ser opacas a todo tempo e janelas não
precisariam mais de cortinas. Outra aplicação, mais para o box do banheiro ou até em alguns
casos, em janelas e portas, o vidro poderia ser tanto opaco quanto transparente, utilizando da
reorganização molecular para escurecer ou clareá-lo.

17
Veja a reportagem na íntegra Janela inteligente fecha quando detecta chuva, publicada no site Inovação
Tecnológica, em setembro de 2012.
18
Veja a reportagem na íntegra Empresa traz ao país vidro que escurece ao toque de um botão, publicada na
Exame.com, em maio de 2014.
32

Figura 10 - Imagem representando uma das aplicações do vidro que muda a composição molecular20.

2.3.3 Iluminação de ambientes

Todo o sistema de iluminação contendo todas as lâmpadas e equipamentos de


iluminação podem ser integrados à automação e as lâmpadas podem ser ligadas e desligadas
por controladores que utilizam saídas a relés ou popularmente chamadas saídas on/off
(liga/desliga), de acordo com o livro Automação Residencial – Conceitos e Aplicações de
Muratori e Dal Bó (2013).
Cenários e climas diferenciados podem ser criados apenas com a função de
dimerização que a automação pode nos oferecer. E essa dimerização nada mais que a variação
da intensidade luminosa de 0% (ausência de luz) até 100% (lâmpada em sua potência
máxima). E de acordo com o tipo de lâmpada, sua dimerização iria ter um mecanismo
diferenciado, ou seja, lâmpadas fluorescentes, LED, as incandescentes (importante lembrar
que estas irão desaparecer das casas brasileiras em breve, de acordo com uma reportagem21,
entre outras. E ainda pode-se mesclar a função de tomada comandada com a dimerização,
como é no caso de um abajur, por exemplo.
Mas é também possível favorecer a iluminação dentro de casa, sem a utilização de
lâmpadas. Isto seria possível com a instalação de persianas, cortinas ou janelas motorizadas
ou até algumas ainda mais recentes, a própria tecnologia mencionada anteriormente pela
empresa israelense Gauzy, da reorganização molecular do vidro, deixando-o opaco ou
transparente.

20
Disponível em: https://dotimoveis.wordpress.com/tag/dicas/
21
Veja na íntegra Lâmpadas incandescentes vão desaparecer do mercado, no site do jornal O Estado, em 05
de agosto de 2014.
33

Com relação a esses dispositivos mecânicos (persianas, cortinas e janelas) para serem
movidos por outra força, a qual deve provir de uma alimentação de natureza elétrica (com
corrente contínua ou alternada, a depender do fabricante) que fará o motor se movimentar.
Esses dispositivos são acionados por controladores que utilizam duas saídas a relés 22
(liga/desliga), as quais os comandos abrir e fechar ou pausar este processo.

2.3.3.1 Novidades neste mercado

Algo mais recente, além da função de dimerização de luzes pelo tablet ou smatphone,
seria um tipo de leitor de movimentos humanos, que ao ser cadastrada o tipo de
movimentação, as luzes podem se apagar ou acender, por exemplo, se for cadastrado que ao
se levantar a mão as luzes devem ligar e ao abaixá-la ela deve apagar, então assim acontecerá.
Isto foi a promessa de Gabriel Domingos23, um gerente de marketing. A Figura 11 ilustra um
tipo de gesto que poderia acionar um dispositivo.

Figura 11 - Imagem representando o que aconteceria na prática 24.

22
Dispositivo que pode ser eletromecânico ou não que serve para ligar e desligar dispositivos e possui inúmeras
aplicações possíveis em comutação de contatos elétricos.
23
Assista na íntegra A casa do futuro, reportagem televisiva do Jornal da Globo, em outubro de 2013.
24
Disponível em: http://kadoo.com.br/portal/tag/tecnologia/feed/
34

2.3.4 Climatização

É todo um conjunto contendo os aparelhos ofertados pelo mercado que proporcionam


um conforto térmico aos ambientes. Existem tanto aqueles que podem oferecer um ambiente
mais refrescante quanto um ambiente mais aquecido. No que diz respeito ao Brasil, a procura
por aparelhos de ar-condicionado e ventiladores é predominante e esses dois aparelhos podem
ser integrados a automação residencial utilizando a tecnologia da emissão de sinais
infravermelhos por módulos, da mesma forma como ocorre em um controle remoto, só que o
sinal vai ser dado de forma automática e não mais apertando um botão. Sem contar que o
mesmo aparelho é utilizado tanto em projetos convencionais como em projetos de automação.
E para quem desejar ter em casa um confortante ambiente aquecido pode procurar por
sistema de aquecimento elétrico. Alguns aquecedores portáteis podem funcionar com aquele
recurso da tomada comandada já explicada anteriormente. Agora, em casos que o aquecedor é
um modelo fixado na parede um recurso disponível efetuar sua ligação a uma saída on/off do
controlador analogamente ao explicado no subitem de “ Iluminação de ambientes”.E esse
recurso é bastante interessante pois possibilita o seu controle de forma remota, com
programação de horários e ciclos.Vale a pena ressaltar que alguns modelos ainda mais
modernos, funcionam da mesma forma que o ar condicionado e ventilador, codificam a
emissão por infravermelho, o que seria ainda maios prático.

Outra tecnologia bastante interessante, apesar de pouco útil aqui no país com exceção
de alguns estados, seria o piso aquecido. Para que este tipo de instalação não cause maiores
transtornos deve ser escolhida ainda em fase de obras ou reformas, pois é no contrapiso em
que são instalados cabos elétricos especiais que percorrem por todo o ambiente e irradia calor
para o revestimento final. E para evitar desperdícios energéticos, cada ambiente possui seu
próprio controlador para que seja ativado conforme a utilização do ambiente. E de forma
análoga às demais tecnologias acima também existem aqueles aquecedores de piso que
funcionam por infravermelho.

2.3.4.1 Novidades neste mercado

Uma novidade que está voltada para o consumo consciente aliado a climatização é a
tecnologia de um ar condicionado que possui sensor de movimento. A pessoa, ao mudar de
região no próprio cômodo, o ar muda de direção sempre a acompanhando. E isso diminui e
35

muito o seu consumo, evitando assim gastos de energia de forma desnecessária. Isto é uma
novidade apresentada por Catarina Hong, num programa televisivo25.

2.3.5 Acessibilidade

Com a real conscientização de que as habitações devem facilitar o acesso livre a


qualquer um, principalmente àqueles com locomoção restrita, a chamada Acessibilidade
ganhou destaque em forma de norma a NBR 9050:2004 que veio como forma de padronizar e
exigir que todas as edificações devam prever em projeto a frequentação isenta de preconceito
a qualquer pessoa com certas restrições.
E a automação, sendo moderna e atualizada, não poderia ficar de fora, sem contar no
peso que o “residencial” possui ao pensar que tudo deve ser adaptado para fazer o morador se
sentir bem em seu lar. Pensando em tudo isso, desenvolvedores e fabricantes aperfeiçoam
novidades da tecnologia que possam se adaptadas e bastante úteis a esses moradores com
restrições.
De encontro a isso, Roberto Blatt26, cita algumas das disponibilidades desta gama de
tecnologias e destaca o acendimento automático das luzes noturnas indicando o caminho para
o banheiro, o desligamento automático do enchimento da banheira quando a água atinge certo
nível, a habilidade de controlar a iluminação através da tela de um tablet por comando de voz,
por exemplo, ou ainda mais recente por meio de uma interface cérebro-computador. E se for
algum morador com deficiências auditivas, um sistema de porta que inclui uma fechadura
eletrônica sem fio combinada a um sistema vídeo porteiro, de tal modo que um alerta
telefônico é emitido assim que a campainha é tocada, levando o morador a acessar o sistema
de vídeo com um simples toque na tela e se for alguém conhecido à porta se abre a um só
toque.
Além de todas essas facilidades, ainda existem outras tecnologias que podem auxiliar
ao idoso, ao deficiente físico, auditivo, ao cadeirante e a qualquer outra pessoa com alguma
restrição a se sentir melhor em seu lar e poder fazer algumas coisas que antes eram
inimagináveis.

2.3.5.1 Novidades neste mercado

25
Assista na íntegra A incrível casa do futuro, Programa Tudo a Ver da Rede Record, em out. de 2010.
26
Veja o artigo na íntegra Automação residencial e acessibilidade, no blog da empresa Alltomatic, em janeiro
de 2014.
36

Uma novidade bastante interessante e completamente funcional é o sistema de


elevador com reconhecimento biométrico facial. Wellington Vietri27, um técnico que trabalha
na implantação deste tipo de sistema, ainda afirma que além de ser de extrema confiabilidade
este tipo de parâmetro, não necessita de qualquer contato com o usuário, o que seria um ponto
positivo, principalmente para pessoas com certa mobilidade restrita. Um dos fabricantes deste
tipo de recurso, a Engecode 28 , afirma ser um sistema capaz de reconhecer quem são os
moradores, e se for algum visitante, ele deve ser cadastrado para ter seu acesso temporário na
residência. O elevador, por si só, já é um meio de acesso interessante para cadeirantes e idosos
e agora com essa facilidade, há uma exigência ainda menor de esforço por parte deles.
Principalmente aqueles com dificuldades extremas de movimentação. A Figura 12 ilustra o
elevador comentado acima.

Figura 12 - Elevador Biométrico Facial 26.

2.3.6 Banho

Esta talvez seja a parte mais desejada após se chegar em casa. É a hora em que todos
os problemas são deixados de lado e apenas um pensamento permanece: o descanso. E a

27
Veja reportagem na íntegra Sistema reconhece visitante pela face, pelo site Viva o condomínio, divulgada
em julho de 2013.
28
Veja reportagem na íntegra Automação Residencial quer ganhar morador pela economia, pelo Jornal
Folha de São Paulo on-line, divulgada em setembro de 2013. Mesma reportagem mencionada na p. 8 deste
trabalho.
37

tecnologia não só cumpre com esse papel, como também dá seu toque especial. O morador já
chega ao banheiro com um sistema de iluminação com lâmpadas, geralmente em tom azul,
favorecendo ao que se chama de cromoterapia, que nada mais é que uma ajuda ao
relaxamento. Algumas podem até possuir um controle que permita a alteração na cor e no
efeito.
Se desejar utilizar a torneira, por um sistema de detecção de presença, ela aciona a
liberação de água por uma válvula, por um determinado tempo suficiente para lavar
completamente as mãos, ajudando assim na economia de água.
Até mesmo antes de chegar em casa, você poderia ter optado por um envio de
comando para que sua banheira estivesse na temperatura desejada e pronta para o banho.Nos
dias que desejar tomar uma ducha rápida, seu chuveiro automático que dispensa o registro,
item básico num projeto de instalações hidrossanitárias, já possui um controlador automático
da vazão e da temperatura da água.
Após o banho, outro equipamento interessante, é o aquecedor de toalhas, que nada
mais é que um suporte com uma resistência elétrica interna, que ao ser ligado, aquece a
toalha, eliminando sua umidade adquirida no ambiente. E esse dispositivo pode ser integrado
ao sistema de automação da casa por uma tomada comandada. Além desse recurso ainda pode
ser acrescentado um desembaçador de espelho. Ele consiste em uma película composta por
uma resistência elétrica, bastante análoga aos desembaçadores de vidros de veículos. Muratori
e Dal Bó (2013, p. 53) ainda acrescentam:

Na parede em que será instalado o espelho, é colada uma “manta” isolante e


sobre ela instalado o desembaçador de espelho, fazendo com que o calor seja
transferido para o espelho e não para a parede.Sobre o desembaçador é
colado o espelho propriamente dito que, ao ser levemente aquecido, impede
que as gotículas de vapor proveniente do chuveiro fiquem depositadas no
espelho.[...]

Quando integrado a um sistema de automação, através de uma saída a relé


(on/off), o desembaçador pode ser programado para ficar ligado por um
determinado período de tempo (equivalente ao tempo de banho). Dessa
forma, ele será desligado automaticamente após esse período de tempo,
basicamente seria a função monoestável de um temporizador.

2.3.6.1 Novidades neste mercado

É um mercado bastante explorado pelos desenvolvedores e produtores, até porque é


uma parte da casa bastante valiosa para seus proprietários e sabendo disso, a indústria
desenvolveu a chamada Smarthydro, criação do designer Guto Índio. É possível programar a
temperatura, quantidade de água, velocidade de jatos, espuma e até sua autolimpeza. Seus
38

comandos podem ser executados remotamente pelo celular ou se preferir pelo seu painel
próprio. Nas Figuras 13 e 14 podem ser observados exemplos de banheiras automatizadas.

Figura 13 - Smarthydro29.

Figura 14 - Banheira automatizada com LCD à prova d’água30.

Outra novidade que está fazendo sucesso é o chuveiro batizado de Smartshower,


comercializado, entre outras empresas, pela iHouse. Ele controla a vazão de água e
temperatura de forma eletrônica, tudo conferido por um painel digital à prova d’água e isso
aniquilou de vez com a utilização de registros de água, influência sutil, mas direta com as

29
Disponível em: http://www.liberatoautomacao.com.br/v1/produtos.php?id=123
30
Disponível em: http://giodas.blogspot.com.br/2011/06/banheiras-um-luxo-contemporaneo.html
39

instalações hidráulicas. O sistema permite cadastro de vários usuários, com sua temperatura e
pressão do chuveiro na medida certa escolhida personalizadamente. Na Figura 15 pode ser
observado o chuveiro mencionado acima.

Figura 15 - Chuveiro Smartshower 31.

2.3.7 Entretenimento

A automação residencial é tão abrangente e universal, como comprovada


anteriormente em várias situações, que até em horas de descontração ela não deixa de ter sua
participação. Em várias residências, este item é extremamente valorizado, a começar pelo
home theater por volta de 1990, de acordo com Wikerson Landim32. É, talvez, um dos mais
desejados num projeto de automação, na área do entretenimento. Devido ao fato de ter sido
um dos pioneiros na área de automação, desde então, vem sendo aperfeiçoado
constantemente, alem de deixar seus clientes muito à vontade com seu próprio cinema em
casa.
De acordo com Muratori e Dal Bó (2013), nesse “amadurecimento” com o mercado, o
home theater vem adquirindo inúmeras funções integradas: os equipamentos audiovisuais
possuem seu próprio controle, em conexão com a tela de projeção, o chamado lift do projetor
e das caixas de som que podem ser retráteis. E tudo isso pode ser conectado com o sistema
automatizado de cortinas e o cenário de iluminação, dando autenticidade ao cinema feito em
casa com conforto e praticidade.

31
Disponível em: http://bbel.com.br/decoracao/post/projetos/banheiro-e-lavabo/acessorios-inteligentes-para-o-
banheiro
32
Veja o artigo na íntegra Como funciona um Home Theater? , no site da Tecmundo, em julho de 2009.
40

Já está disponível no mercado a chamada sonorização ambiente, que segundo José


Roberto e Paulo Henrique (2013), consiste de um amplificador distinto, porém integrado ao
equipamento e que seja capaz de tocar uma fonte diferente daquela do amplificador central.
Em outras palavras, é um sistema que permite criar sons ambientes distintos, de acordo com o
cômodo em questão: na sala está passando um filme com seu próprio áudio e na cozinha, um
som para inspirar a produção do jantar.
Nesse caso, em que toda a residência é cercada pelo sistema de sonorização, a primeira
parte deste projeto é definir o amplificador central e seu lugar (costumeiramente seria o
próprio Home Theater) que é composto por várias outras zonas de sonorização, de onde saem
a maioria das fontes sonoras. E em cada ambiente é instalado um controlador local e feita a
devida previsão de tubulação.
Como as piscinas já possuem seu sistema próprio de auto filtragem e aquecimento, não
é tão indicado no que diz respeito ao custo-benefício, a integração desta área num sistema de
automação residencial, apesar de ser possível. Os acessórios que a integram no ambiente são
mais utilizados para essa integração como cascatas, iluminação e os famosos SPA’S.
Tanto as cascatas quanto os SPA’S podem funcionar, como outro aparelho qualquer
integrado ao sistema automatizado, pelo comando do celular remotamente ou controle remoto
no ambiente.

2.3.7.1 Novidades neste mercado

A novidade seria o “espelho interativo”, pode-se dizer assim, desenvolvido pela


Corning33. Na verdade é um espelho que possui no fundo algumas imagens e funções como se
fosse um computador convencional. Logo pela manhã o morador acorda, assiste ao jornal
escovando os dentes, tudo através de um espelho, consegue mandar mensagens para o chefe
ou para um amigo e rapidamente se arruma para sair. A Figura 16 consegue ilustrar algumas
das funções deste espelho.

33
Assista o vídeo na íntegra A Day made of glass, vídeo de divulgação da empresa Corning.
41

Figura 16 - Imagem representativa do “espelho interativo” 34.

Esta mesma tecnologia também pode ser utilizada para transformar o guarda-roupa
mais interativo também. Existem ainda aqueles que além de mostrarem as roupas disponíveis
dentro do armário ainda dá sugestões de combinações entre elas. A Figura 17 transmite
algumas funções do “guarda-roupa interativo”.

Figura 17 - Imagem representativa do “guarda-roupa interativo” 32.

2.3.8 Utilidades gerais

Apenas com o que foi descrito e apresentado anteriormente, a automação residencial já


facilita e muito a nossa vida. Só que existem algumas alternativas que podem ajudar ainda
mais, tanto no nosso dia-a-dia quanto, por exemplo, o planeta com soluções sustentáveis.

34
Disponível em: http://www.corning.com/adaymadeofglass/index.aspx
42

Dessa forma, destaca-se o sistema de aquecimento solar. Não é considerada uma novidade no
mercado, mas nem por isso é menos eficiente ou ultrapassado. Muito pelo contrário, ele está
sendo cada vez mais incentivado ao uso, tanto pelo fato de redução nos custos mensais quanto
pela forma de ajudar a natureza.
O sistema é extremamente eficaz, só que pode acontecer de falhar a luz solar por
alguns dias e reduzir bruscamente a temperatura interna no armazenador de água já aquecida
pelo sistema. Este armazenador, mais conhecido por boiler, possui um “apoio elétrico” que irá
evitar essa queda de temperatura, fornecendo assim aos moradores uma água quente, contudo
com um gasto de energia elétrica da casa. E este apoio elétrico funciona de forma ininterrupta,
ou seja, utiliza de forma desnecessária a energia e consequentemente deixa o consumidor
decepcionado pelo investimento com a energia solar.
A automação entra para auxiliar o sistema de aquecimento através de um programador
horário autônomo que iria decidir habilitar ou não este apoio elétrico do boiler, fazendo com
que ele funcione apenas nas horas necessárias. Em termos técnicos, seria utilizada uma saída
do controlador de automação residencial ou um simples programador horário autônomo que
acionaria uma contatora ligada em série com o circuito de alimentação do apoio elétrico do
boiler, segundo explicação de Muratori de Dal Bó (2013).
Outra aplicação bastante útil é a irrigação do jardim. E o tipo de automação para
determinada função possui uma série de variáveis, tais como a dimensão do jardim, o clima da
região e o tipo de planta a ser irrigada. Todos eles costumam ser autônomos mesmo havendo a
possibilidade de integração com o sistema geral da casa, apesar do fato de ser proibitivo.
De acordo com Laurimar Coelho35, existem vários tipos: a irrigação por aspersão, pivô
central e entre outras. Mas em se tratando da área residencial, a mais escolhida é a por
gotejamento. Primeiramente é usual dividir a instalação em “zonas de irrigação” que serão
ativadas de forma independente uma da outra, visto que em um jardim existem variadas
espécies com necessidades diferentes com relação à quantidade de água. Muratori e Dal Bó
(2013, p.62), em seu livro, explicam esse sistema:

O acionamento dessas zonas de irrigação se dará por meio da instalação de válvulas


solenoides na tubulação de cada circuito de irrigação. Essas válvulas são especificas
para sistemas de irrigação, pois operam em baixa tensão (24 V) e possuem manípulo
para a operação manual. Os comandos elétricos efetuados nas válvulas solenoides

35
Veja reportagem na íntegra Irrigação correta garante vitalidade do jardim e economia de água; Conheça
sistemas, no site da UOL, em dezembro de 2010.
43

(abertura/fechamento) irão acionar por força hidráulica os rotores, aspersores e


sistemas de gotejamento de vasos.

Outro ponto importante é a instalação de sensores de umidade do solo ou de chuva


para monitorar a necessidade ou não de se efetuar a rega.

De forma resumida, o morador vai pré-determinar um horário, de preferência, quando


não estiver ninguém nestas áreas, para que o sistema faça sua análise com os sensores. Caso
os sensores apontem que choveu, não haverá irrigação do jardim e se tiver apontado o
contrário, a programação pré-estabelecida no controlador irá acionar as “zonas de irrigação”.
Esta aplicação da automação é também muito benéfica tanto à natureza quanto ao
bolso do morador. E isso pode ser observado quando se lembra de que o sistema só liberará
água quando realmente for de necessidade das plantas, a irrigação será de forma econômica,
ou seja, não haverá desperdícios de água, como se pode observar quando se irriga
manualmente com uma mangueira, por exemplo. Além disso, será poupado um tempo do
morador ou empregado, além de evitar gastos desnecessários na conta de água.
Outra utilidade mais recente, mas também muito interessante, é o sistema autônomo de
aspiração centralizada. E ele não passa de uma distribuição de tubos PVC embutidos na
parede passando por toda a casa, se a intenção for essa, e a máquina será instalada em apenas
um local específico da casa, como por exemplo, a área de serviço. Acopla-se outra tubulação
de PVC, essa mais flexível, nas terminações e por contato elétrico, a máquina será acionada
automaticamente e a aspiração será inicializada, podendo aspirar de dois a três cômodos de
uma vez, dependendo do comprimento da tubulação e da área interna dos cômodos.
Este mecanismo evita desperdício de tempo, pois é muito mais prático do que varrer a
casa toda e coletar todo o pó. Sem contar que melhora a qualidade interna do ar, ponto
positivo principalmente para pessoas alérgicas, além de prolongar a duração de uma limpeza
mais pesada que utilize da água como forma de eliminar a sujeira, evitando assim
desperdícios.
O fato de que a passagem de tubulação seja interna, tem seu lado bom e ruim. O lado
bom é que como a máquina se encontra isolada numa parte da casa, geralmente não haverá
ruídos e a mangueira sendo retrátil não permite qualquer tipo de bagunça e acúmulo de
volume guardado. No entanto, se algum proprietário, com a casa pronta, quiser instalar esse
sistema deverá se submeter a uma espécie de reforma para embutir esta tubulação na parede.

2.3.8.1 Novidades neste mercado

Já que o que de mais útil para uma casa está sempre relacionado com os gastos
envolvidos para mantê-la, quanto mais se passam os dias, os recursos vão ficando cada vez
44

mais escassos. E como a automação sempre pensa além, ela já apresenta hoje algumas
soluções aplicáveis. Prova disto são os chamados, por Muratori e Dal Bó (2013, p. 188) de
“medidores inteligentes”, que realizam, como o próprio nome já diz, a medição de consumo
de energia dos equipamentos domésticos e ao armazenar dados, podem-se obter curvas
estatísticas que apontam aumento ou diminuição de consumo. Isto pode ser útil,
principalmente para o controle financeiro ou até mesmo serve de indicação para ajuste ou
troca de um ou outro aparelho que esteja gastando acima da média. Sem contar que isto seria
um consumo consciente e a favor da natureza. Outras novidades ainda serão detalhadas na
próxima etapa deste trabalho.

2.4 PERSPECTIVAS FUTURAS

É evidente que a casa inteligente de hoje já pode ser considerada a “casa do futuro” de
algumas décadas atrás, mas é evidente que a atual concepção da “casa do futuro” já seria algo
bem mais complexo. A começar por uma comparação com um desenho animado que se
espelha nesse futuro “distante”: os Jetsons. Uma animação criada em 1962 imaginando um
futuro 100 anos mais tarde com robôs para nos servir, carros voadores, cidades suspensas e
tudo que pudesse satisfazer à imaginação. Hoje já temos uma visão diferente do que foi esta
“previsão do futuro” feita pela sua criadora: ultrapassada para a época imaginada por ela.
Prova disto foi uma manchete 36 que afirma veementemente que em 2062 o desenho dos
Jetsons já estaria ultrapassado.
Após alguns parágrafos, um especialista da área ainda complementa: “[...] a simbiose
entre a máquina e o ser humano será cada vez mais evidente e aperfeiçoada, seja com
aparelhos que facilitam a acessibilidade ou com ferramentas que complementam e
potencializam os sentidos.”. E ainda prevê que não está muito longe da ideia de que óculos
com chips fariam a leitura do objeto para onde a pessoa olha e exibem informações detalhadas
sobre ele.
Outra prova de que isto tem todo o sentido, foi o que Nelson Model37, idealizador da
Casa Viva, afirma: “Hoje o melhor amigo do homem é o cachorro, o segundo é o smartphone,

36
Veja reportagem na íntegra Em 2062, invenções do desenho Os Jetsons serão ultrapassadas, divulgada em
out. de 2012.
37
Assista na íntegra Casa do Futuro – Amostra Casa Viva (Brasília), reportagem de Soane Guerreiro, pela TV
Brasil.
45

daqui uns dias o melhor amigo do homem vai ser a assistente virtual, clone dele, seja numa
televisão, no smartphone dele, aonde ele tiver o clone dele estará disponível e conversando,
interagindo na vida dele.”. E isso já é possível, é claro que não para todos, mas isso é só uma
questão de tempo. Em outras palavras sua casa se torna um ser vivo, se torna sua empregada e
acaba que pode ser considerada até mesmo auto suficiente.
Talvez a nossa “casa do futuro” seja tão independente que até sua própria reparação,
ela faria. E isto pode ser facilmente idealizado quando uma divulgação no site Inovação
Tecnológica afirma que já existem alguns materiais que se reparam sozinhos, apenas com a
exposição à luz ultravioleta. E porque não idealizar uma casa auto limpante também?Visto
seu potencial em ser totalmente independente e pronta para auxiliar seus “donos”.
A automação residencial veio para auxiliar a todos e pesquisas tão avançadas ainda
podem ajudar muito mais, principalmente pessoas com atividades restritas. Uma pesquisa38
discute uma possível criação de uma interface Computador - Cérebro (pelo inglês BCI – Brain
Computer Interface), que ao ser implantado no cérebro, ou até lá ainda pode ser mais
inovador, é capaz de captar os seus sinais e por essa “força de pensamento” consegue realizar
atividades que antes seriam mecânicas. Imagine controlar um vídeo game pelo pensamento ou
até mesmo mudar canais de uma TV, sem nem precisar usar mais seu smartphone, que já até
superou o controle remoto. E isso poderia mudar e muito a vida principalmente de quem não
possui qualquer movimentação como é o caso do tetraplégico.
O engenheiro José Roberto Muratori, na mesma reportagem mencionada no primeiro
parágrafo, afirma que a casa idealizada do “futuro” será ainda mais “inteligente e
humanizada”, ao ponto de perceber os sentimentos de seus moradores e procurarem agir de
maneira a confortá-los, situações somente vista e apreciadas em filmes de ficção científica.
Outra prova disto está na mesma reportagem televisiva de Catarina Hong, que apresenta
várias novidades: uma balança interna ao piso, próxima a pia do banheiro. Ela mede seu peso
e seus batimentos cardíacos, se for detectada alguma anormalidade, o próprio sistema já liga
para o hospital. Outra novidade é que a geladeira pode detectar a falta de algum alimento, e da
própria casa, o morador pode realizar a compra do alimento. Ou seja, a casa do futuro acaba
por ser nossa única e nova secretária do lar, além da promessa de se tornar nossa nova amiga.
Ele comanda uma pesquisa que utiliza da pisada de cada um como um fator de
personificação, da mesma forma como a digital é hoje em dia. E ao pisar em casa, o morador

38
Veja reportagem na íntegra How brain-computer interfaces work, no site How Stuff Works, divulgada em
março de 2011.
46

seria reconhecido e automaticamente a casa proporcionaria um conforto maior: as luzes e a


temperatura do cômodo vão mudar para satisfazer o morador ou a todos e ajudará a
maximizar o estado de alerta ou descanso, segundo o horário ou às configurações desejadas.
Enfim, se cada inovação e novidade que surgisse no mercado atual fossem aqui
relatadas, talvez este trabalho esteja apenas começando... Felizmente, o que foi demonstrado e
divulgado nestes parágrafos, talvez até já esteja sendo ultrapassado por uma tecnologia ainda
melhor e mais aprimorada. E é assim que seu mecanismo funciona, sempre com superações
cada vez mais extraordinárias e sempre a favor do ser humano e de seu convívio ambiental,
seja com o conforto, a praticidade, pensamento ecológico e econômico e muito mais.
47

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Será utilizada como metodologia no presente trabalho, a criação e desenvolvimento de


uma proposta de projeto elétrico/automação residencial, é claro que focando mais na parte
profissional do engenheiro civil. O estudo de caso será de uma residência uni familiar, com
todos os desejos atendidos de cada morador, criação e desenvolvimento do projeto elétrico,
bem como de forma implícita o arquitetônico também, com as complementações necessárias
do projeto de automação e a utilização de produtos já existentes no mercado para serem
utilizados no projeto em si. Ou seja, seria análogo a uma simulação que uma empresa de
automação residencial faz no mercado atual. Vale enfatizar que a intenção é focar nas áreas
que um engenheiro civil poderia atuar.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

De acordo com o delineamento da pesquisa e objetivos tanto gerais quanto específicos,


pôde ser traçado o tipo de pesquisa a ser realizado neste trabalho e posteriormente o resultado
esperado para tais metas.

3.1.1 Quanto aos fins

Com relação aos fins, este trabalho terá caráter descritivo e aplicativo. Descritivo,
porque visa elaborar um projeto elétrico/automação residencial, por intermédio dos dados
então colhidos por pesquisa bibliográfica e de campo. E aplicativo, pois objetiva
fundamentalmente a resolução concreta de colher informações tanto da família modelo quanto
do mercado real de automação residencial e ao se juntar ambos, o resultado final seria
aplicado no projeto.

3.1.2 Quanto aos meios

Com relação aos meios, este trabalho será formulado espelhando-se em uma pesquisa
de campo e em uma pesquisa bibliográfica. Com relação à pesquisa de campo, é assim
classificado, pois trata de um estudo simulando a realidade e informações concretas podem
ser de grande valia. E bibliográfico porque se utiliza da composição de bibliografias para a
estruturação do projeto em si e os materiais de estudo são de fundamental importância,
servindo como um guia para auxílio em caso de dúvidas, a exemplo disso temos as revistas
citadas acima, jornais eletrônicos, entrevistas com conhecedores da área, livros entre outros.
48

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

Neste trabalho, o universo da pesquisa será a simulação de uma casa, desde a criação
de “personagens”, pessoas que morariam nesta casa, até a constituição do projeto
arquitetônico, elétrico e sua complementação com o de automação residencial, com produtos
reais do mercado atual, tudo isso ocorrendo em uma cidade como Goiânia, por exemplo.
Como é um caso específico e pelo fato da automação residencial possuir vários projetos para
um mesmo caso, será ainda proposto um universo e uma situação extremamente restrita
àquela solução específica proposta pelo autor.

3.3 COLETA DE DADOS

Para a pesquisa bibliográfica seriam recrutados dados em: livros, artigos on-line,
catálogos de fabricantes e outras fontes. Serão procurados conhecedores da área que possam
mesclar o projeto e a obra, que é a principal missão desse aprendizado. Apesar do trabalho ser
apenas direcionado ao projeto, a execução não deverá ser esquecida, muito menos
desmembrada do mesmo, visto que um projeto sem execução não possui muito valor.
Anseia-se que este emaranhado de informações contribua para a realização dos
projetos em si e suposta satisfação ao cliente “fantasia”.
Para a pesquisa de campo, serão buscados produtos tecnológicos bastante aceitáveis
pela sociedade e completamente confiáveis, além da pesquisa e entrevistas com conhecedores
da área.
Por fim será obtida uma forma correta, aplicável e profissional da automação
residencial em um lar, mostrando que o engenheiro civil é capaz e deve ser capacitado para tal
função.
49

4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Nesta etapa do trabalho, serão destacadas todas as etapas do projeto, desde o estudo de
caso com simulação até o memorial de cálculo, com as devidas decisões em quais produtos de
quais catálogos foram utilizados, com o intuito de facilitar o entendimento de como
funcionaria o trabalho de um engenheiro civil capaz de integrar sistemas elétricos e/ou de
automação, desde o projeto até a etapa da obra.

4.1 SIMULAÇÃO DE CASO

Serão detalhados a seguir, todos os parâmetros adotados para a realização do memorial


de cálculo proposto nesta tese. Algumas informações sobre os clientes são de grande
relevância tanto para um melhor desempenho e precisão na hora do projeto final quanto para a
própria satisfação dos clientes. Vislumbrando tais objetivos, um memorial descritivo foi
realizado em forma de entrevista com o intuito de fazer um levantamento coerente e
equilibrado sobre os recursos que esta casa irá proporcionar no dia-a-dia.

4.1.1 Descrição dos moradores

Este projeto foi pensado para uma família contendo três pessoas (dois adultos e um
jovem), que possuem grande afinidade pela modernidade, praticidade, conforto e tudo isso
aliado a um pensamento ecologicamente correto, sem contar com o fato de que suas rotinas
diárias são bastante sobrecarregadas. Além de todos esses fatores, apesar de boa condição
financeira, a família não pretende contratar uma secretária do lar. Foi proposto a eles um
projeto complementar ao elétrico, o de automatizar eletrodomésticos e produtos domiciliares e
foi uma sugestão bastante bem-vinda ao exigido pelos clientes.

1. Sr. Bastos é um publicitário e pequeno empresário do ramo, possui quarenta e


cinco anos de idade. Sua rotina é bastante agitada e corrida: acorda às 06 h para
caminhar com a esposa, chega para tomar seu banho às 7 h e logo em seguida
vai tomar seu café e sai para trabalhar e seu retorno costuma ser às 18 h. Logo
em sua chegada, toma outro banho, janta com a família, assiste a um filme e
vai dormir. Nos finais de semana costuma ficar no período da manhã em casa
junto com a esposa e filho. À tarde, muitas vezes, costuma sair com a família e
50

à noite fazem um programa em casa: assistir um filme, jogar vídeo game ou


simplesmente reúnem amigos.
2. Sra. Bastos trabalha no departamento de gerência junto com o esposo na
empresa e em tempos vagos, é designer de interiores, e possui quarenta anos de
idade. Assim como o esposo, acorda às 06 h para caminhada, ao chegar ela
checa seus compromissos diários e logo em seguida vai tomar seu banho às
07h20min, toma seu café e segue sua rotina de trabalho, retornando às 18 h.
Quando chega, costuma tomar um banho e dar uma última ajustada na agenda
do dia seguinte. Logo após a família toda reunida, janta, assiste à TV e logo vai
dormir.
3. Bastos Filho é um estudante de Ciências da Computação, tem dezenove anos
de idade e é um amante da tecnologia. Acorda às 06h30min, vai para a
faculdade e só retorna às 17 h, quando vai para o quarto jogar vídeo game ou
assistir a filmes. À noite, janta com os pais e os acompanha assistindo à TV e
vai dormir.

4.1.2 Layout Arquitetônico

Tomando conhecimento sobre algumas características típicas daquela família cujo


intuito é traçar o seu perfil e saber transformar necessidades e anseios em soluções
satisfatórias e aplicáveis, um levantamento sobre os dados da obra também são de importância
ímpar, tanto para uma melhor desenvoltura do projeto quanto para melhor conhecer sobre a
solução em questão. Veja a seguir tais informações:

1. Nome: Projeto Elétrico e de Automação


2. Finalidade: Edificação para uso residencial
3. Área Construída: 313.82 m²
4. Estágio da Obra: Inicial.

Depois de recolhidas algumas informações citadas acima e outras adicionais que não
necessariamente precisariam estar aqui descritas, foi pensada, para estes clientes, uma solução
arquitetônica, em formato de planta baixa, que melhor se encaixasse no perfil dos moradores.
E esta solução pode ser observada e analisada no Apêndice A (prancha arquitetônica 1/2)
deste trabalho.
51

4.1.3 Quadro Resumo – Soluções Automatizadas

De encontro com a planta baixa, a simulação de caso dos usuários e para facilitar a
organização e disposição das melhores soluções encontradas no mercado para tal família, foi
feita uma adaptação a uma tabela produzida pelos autores Muratori e Dal Bó (2013), com os
elementos de projeto (cargas automatizadas) escolhidos em conjunto, tanto pelo profissional
quanto pelos clientes. Esta tabela foi modificada e adaptada para parâmetros adotados para
este projeto, em específico, e esta pode ser verificada no Apêndice B (na prancha 3/3).

4.2 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4.2.1 Memorial Luminotécnico

4.1.4.1 Cálculo do fluxo luminoso total – Método dos Lúmens

Segundo Hélio Creder (2007) em seu livro sobre Instalações Elétricas, este método foi
desenvolvido para o cálculo de iluminação de ambientes internos, em função das dificuldades
do método de ponto a ponto. Este procedimento enfatiza e exige as características específicas
de cada luminária e lâmpada, o que não exclui certos detalhes como as cores da parede e teto.
De forma resumida, determina a quantidade de luminárias em determinado ambiente para que
ele obtenha tal iluminância desejada e esta pode variar de acordo com o objetivo daquele
cômodo ou ambiente.
Este Memorial Luminotécnico irá desenvolver uma sequência de determinações,
escolhas e cálculos de tal forma que possa prever a quantidade suficiente de lâmpadas por
ambiente:

1. Será determinado o nível de Iluminância

O nível de Iluminância será para pessoas com idade entre quarenta e cinquenta e cinco
anos. De acordo com a NBR ISO/CIE 8995-1:2013, antiga NBR 5413:1992, o peso desta
faixa etária seria 0. E a seguir é verificado o nível de Iluminância médio (entende-se pela letra
𝐸𝑚 ), de acordo com o tipo de atividade e da função daquela edificação. Como é de caráter
residencial, e utilizando de um parâmetro mediano, chega-se ao valor de aproximadamente
𝐸𝑚 = 150. Apenas nos ambientes, escritório e cozinha, o nível exigido de iluminância é um
pouco maior, passando para aproximadamente 𝐸𝑚 = 500.
52

2. Escolha da luminária e tipo de lâmpada

Este item possui características atípicas e tenta se aproximar ao máximo do estilo


próprio dos clientes. E para obter tal resultado, foram definidos com o cliente alguns detalhes
sobre a decoração para que tudo fosse feito de forma harmônica, que agradasse ao gosto deles
e que fosse de maneira mais precisa, tentando se assemelhar o máximo possível ao do que de
fato será instalado, pouco tempo antes da mudança definitiva dos moradores. Todas as
escolhas podem ser verificadas nos Anexos A.1 – Elétrica.

3. Determina-se do Índice Local

Pela Tabela de Índice de Local contida na antiga NBR 5413:1992 e conhecendo as


medidas internas do ambiente, pode-se prever do índice local. Lembrando que as salas
integradas possuem pé-direito duplo com seis metros enquanto os outros cômodos possuem
pé-direito de três metros.

4. Determina-se o coeficiente de utilização ou manutenção

O teto de toda a casa será no acabamento branco (75 %) e paredes também (50 %),
pela Tabela de Coeficiente de Utilização contida na antiga NBR 5413:1992, e de acordo com
uma tabela fornecida pela General Eletric, disponível nos anexos A.1 – Elétrica, pode-se
determinar o coeficiente de utilização de cada luminária escolhida para cada ambiente.

5. Calculo do fluxo luminoso total (em lúmens)

Após consultas em especificações do fabricante escolhido, será destacada a quantidade


de lúmens do tipo de lâmpada utilizada naquela determinada luminária adotada no projeto
luminotécnico.

6. Cálculo do número de luminárias

Com todos esses dados em mãos, será calculado a seguir o fluxo luminoso total (em
lumens) pela seguinte equação 1 a seguir:

𝑆 ×𝐸 (1)
𝜙=
𝜇 ×𝑑

A equação 1 é resultado de uma divisão entre a multiplicação da área do recinto (em


m²), representada pela letra (S), pelo nível de iluminância (adimensional), representado pela
letra (E) e a multiplicação entre o fator de utilização (adimensional), representado pela letra
53

( 𝜇 ), pelo fator de depreciação (adimensional), representado pela letra (d). E com este
resultado obtido, a seguir será feito um novo cálculo para a descoberta da quantidade de
lâmpadas necessárias, resultado este obtido pela equação 2 a seguir:

𝜙 (2)
𝑛=
𝜑

A equação 2 é resultado da divisão entre o fluxo total, em lumens , obtido na equação


1 e o valor de fluxo por luminárias (em lumens).

7. Ajuste do número e espaçamento entre luminárias

Com a quantidade suficiente de luminárias calculada, obtida pela equação 2, em


alguns casos, será necessário até mesmo reduzir este número, pois nem todos os ambientes
exigem tamanho teor de iluminância, além do fato de que alguns pontos com maior sombra
podem até dar um toque de sofisticação à decoração da casa. Pode se observar no apêndice B
(Prancha 1/3), podem ser verificadas as disposições espaciais das mesmas.

4.2.2 Descrição de Tomadas de Uso Geral (TUG) e Específico (TUE) por ambiente

4.2.2.1 Garagem

Na garagem são detalhados e exigidos os seguintes pontos de tomada:

1. Dois pontos de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR


5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter no
mínimo 100 VA ou 80 W, cada.

4.2.2.1 Itens da cozinha

Na cozinha são detalhados e exigidos os seguintes pontos de tomada:

1. Geladeira/Freezer com uma potência de 480 W.

2. Um Forno a gás de embutir com uma potência de 955 W.

3. Um cooktop com potência de 30 W.

4. Uma coifa de teto com potência de 500 W.

5. Um microondas com potência de 1500 W.


54

6. Dois pontos de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR


5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter no
mínimo 600 VA ou 480 W, cada.
7. Um ponto de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR
5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão e devido ao
fato de exceder o número de duas tomadas com 600 VA, deve ter no
mínimo 100 VA ou 80 W.

4.2.2.2 Itens da Área de Serviço

Na área de serviço são detalhados e exigidos os seguintes pontos de tomada:

1. Máquina de Lavar Roupa/Secadora com potência de 2500 W.

2. Um ponto de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR


5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter no
mínimo 100 VA ou 80 W.

4.2.2.3 Itens das Salas Integradas e Recepção

Na sala de TV serão instalados e exigidos os seguintes pontos de tomada:

1. Uma televisão com potência de 240 W


2. Um Home Theater com potência de 150 W
3. Cinco pontos de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR
5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter no
mínimo 100 VA ou 80 W.
3. Uma Controladora com potência de 55 W.
4. Um Lift para projetor com potência de 30 W.
5. Um projetor de multimídia com potência de 300 W.
6. Uma Tela retrátil para projeção com potência de 110 W.

4.2.2.4 Itens do Escritório

No escritório serão instalados e exigidos os seguintes pontos de tomada:

1. Dois computadores com potência de 350 W


2. Um ar condicionado com potência de 3517 W.
55

3. Três pontos de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR


5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter no
mínimo 100 VA ou 80 W.

4.2.2.5 Itens do Quarto Filho

No Quarto Filho serão instalados e exigidos os seguintes pontos de tomada:

1. Um vídeo game com potência de 300 W.


2. Um ar condicionado com potência de 3517 W.
3. Dois pontos de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR
5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter no
mínimo 100 VA ou 80 W.
4. No banheiro será instalada uma torneira eletrônica com potência de 10
W.
8. Um ponto de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR
5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão e devido ao
fato de exceder o número de duas tomadas com 600 VA, deve ter no
mínimo 100 VA ou 80 W.
5. Um chuveiro automatizado com potência de 8000 W.

4.2.2.6 Itens da Suíte Master

Na Suíte Master serão instalados e exigidos os seguintes pontos de tomada:

1. Quatro pontos de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR


5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter no
mínimo 100 VA ou 80 W.
2. Um ar condicionado com potência de 6682 W.
3. Na varando da Suíte, um ponto de tomada de uso geral (TUG), que
segundo a NBR 5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em
questão, deve ter no mínimo 100 VA ou 80 W.
4. No closet, um ponto de tomada de uso geral (TUG), que segundo a
NBR 5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve
ter no mínimo 100 VA ou 80 W.
5. No banheiro serão instaladas duas torneiras eletrônicas com potência de
10 W.
56

6. Um ponto de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR


5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão e devido ao
fato de exceder o número de duas tomadas com 600 VA, deve ter no
mínimo 100 VA ou 80 W.
7. Um chuveiro automatizado com potência de 8000 W.
8. Uma banheira automatizada com potência de 9000 W.

4.2.2.7 Itens do Hall do Lavabo

No Hall do Lavabo será instalado e exigido o seguinte ponto de tomada:

1. Um ponto de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR


5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter
no mínimo 100 VA ou 80 W.

4.2.2.8 Itens do Hall principal

No Hall principal será instalado e exigido o seguinte ponto de tomada:

1. Um ponto de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR


5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter
no mínimo 100 VA ou 80 W.

4.2.2.9 Itens da Sala Técnica de Automação

Na Sala Técnica de Automação serão instalados e exigidos os seguintes pontos de


tomada:

1. Dois pontos de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR


5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter
no mínimo 100 VA ou 80 W.
2. Uma máquina de aspiração central com potência de 1800 W.

4.2.2.10 Itens da Varanda Externa Fundo

Na Varanda Externa Fundo serão instalados e exigidos os seguintes pontos de tomada:

1. Três pontos de tomada de uso geral (TUG), que segundo a NBR


5410:2004 versão corrigida 2008, pelo cômodo em questão, deve ter
no mínimo 100 VA ou 80 W.
57

2. Um ponto para ligação de uma bomba para Fonte/Cascata com


potência de 40 W.

4.2.3 Divisão dos circuitos

Após todo o detalhamento e distribuição das luminárias e tomadas, de uso específico e


geral, por toda a casa, chega a etapa da distribuição dos circuitos em fases. De acordo com
Creder (2007), em seu livro sobre Instalações Elétricas, as ligações aos consumidores são
subdivididas em três distintas categorias: ligação monofásica (até 4 KW), bifásica (entre 4 e 8
KW) e trifásica (maior que 8 KW).
De acordo com a alta demanda de carga da edificação a define como uma ligação do
tipo trifásica. Diante desta informação, em seguida pode ser realizada a divisão das
instalações de acordo com indicações da NBR 5410:2004 versão corrigida 2008, que, em
outras palavras, recomenda uma divisão mais harmônica entre os circuitos, de modo que não
seja sobrecarregada uma das fases se comparada às outras duas. Diante disto, foi realizado um
cálculo a fim de prever a terça parte da carga demandada total e o resultado disto seria o ideal
que cada uma das fases assumiria como carga total. Como os circuitos existentes são os que
na verdade entram na própria divisão das fases, os mais variados circuitos foram alocados no
intuito de se aproximar deste valor resultante da média e o resultado final disto pode ser
também encontrado no apêndice B (prancha 3/3).

4.2.4 Dimensionamento da bitola dos condutores

Para obter maior precisão no dimensionamento são envolvidas três diferentes


metodologias de cálculo, segundo Creder (2007):

1. Método da Queda de Tensão Admissível

Neste método o calculista realiza uma previsão da distância que cada elemento de cada
circuito está em relação ao Quadro Geral e multiplica-se à sua respectiva potência de
consumo. Ao concluir todos os elementos de um determinado circuito, é feito um somatório
com todos os resultados. Ao final é feita uma consulta a uma tabela que relaciona a soma das
potências em Watts pela Distância em metros (para uma voltagem de 220 Volts), tabela esta
encontrada no Livro de Hélio Creder (2007). Por medidas de segurança, é adotada uma queda
de tensão entre 2% e 3% e a bitola dos condutores fase e neutro é, portanto, obtida. A Tabela
1 demonstra o resultado obtido.
58

Tabela 1 - Soma das Potências (W) pela Distância (m) para V = 220 V e dimensionamento para 2
condutores.

2. Método da Capacidade de Condução de Corrente


Primeiramente é escolhido o tipo de linha elétrica, a forma como ser disposta a
passagem dos condutores na estrutura, só em seguida é feita a análise entre o método de
referência do tipo de linha elétrica, a corrente total do circuito e a quantidade de condutores,
feito isso a resposta da seção é imediata. E esta análise toda é feita através das tabelas 37 e 38
encontradas na NBR 5410:2004 versão corrigida 2008.
3. Método da Seção Mínima dos Condutores
Apenas pela análise da tabela 47 também encontrada na NBR 5410:2004 versão
corrigida 2008. Serão analisados dois parâmetros: o material do condutor e o tipo de
instalação em estudo. A partir desta análise, o resultado para a seção mínima dos condutores
pode ser obtido.
E para dimensionamento da seção do condutor de proteção, denominado de SPE pela
mesma norma do estudo anterior, será estudada a tabela 58 da mesma.

4.2.5 Dimensionamento dos disjuntores dos circuitos

Para o resultado final de dimensionamento dos disjuntores de cada circuito (obtido


pelo simples cálculo de corrente em àmperes), apenas é feito um cálculo básico por meio da
equação 3, exposta a seguir:

𝑃 (3)
𝑖=
𝑈

A equação 3 resulta da divisão entre a potência, de simbologia P (carga demandada em


Watts ) de um determinado circuito e a voltagem do mesmo, de simbologia U (em Volts).
Após o resultado obtido por meio da equação 3, é estimado um fator de correção de
vinte por cento, por medidas de segurança, e posteriormente é adotado um valor de corrente
59

(disjuntor) próximo e acima do calculado que seja múltiplo de cinco, restrição esta
determinada pelos próprios fabricantes como disjuntores comercializáveis.

4.2.6 Dimensionamento do condutor de entrada

Ao serem separados os circuitos nas três fases, o valor de fase que possuir maior
potência resultante será o parâmetro para calcular o condutor de entrada. Através de uma nova
tabela, também encontrada no livro de Creder (2007), para fatores de demanda, o valor é
encontrado quando se compara o tipo de carga com a potência da maior fase.
Após esta análise, o cálculo do disjuntor de entrada (em àmperes) é feita pela equação
4:

𝑃 × 𝐹𝐷 (4)
𝐼 𝑑𝑖𝑠𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜𝑟 =
𝑈

Nesta equação 4, verifica-se que a potência da maior fase (em Watts), assumindo o
valor de P multiplicado pelo Fator de Demanda encontrado e este resultado dividido pela
voltagem (em Volts), assumindo o valor de U.
Depois do cálculo da corrente do disjuntor, é dimensionado o condutor de entrada
analogamente aos métodos realizados anteriormente para cálculo da bitola dos condutores nos
circuitos isolados.

4.2.7 Dimensionamento de conduítes

Para o dimensionamento dos conduítes, primeiramente deve-se seguir alguns


parâmetros, que segundo a NBR 5410:2004, versão corrigida 2008, é essencial para a
segurança dos usuários daquela instalação. Devem ser admitidos apenas conduítes
comercializáveis e não-propagantes de chama, além de suportarem solicitações mecânicas,
químicas e elétricas. Por toda a casa serão utilizados eletrodutos rígidos de PVC, tipo
rosqueável, classe A, conforme sua tabela contida na NBR 6150:1980 (EB - 744). Mas nas
conduções terminais que direcionam o cabeamento para os quadros, tanto elétricos quanto de
automação, são utilizados eletrocalhas. As seções suficientes para passagem do cabeamento
em que ligação, tanto do eletroduto quanto da eletrocalha, pode ser observada no Apêndice B
(prancha 1/3).

4.3 INSTALAÇÕES AUTOMATIZADAS


60

Após a análise minuciosa de cada etapa das instalações elétricas convencionais, é


traçado um perfil sobre o tipo de projeto que será implantado na edificação. Após todas as
observações, que incluem: tamanho real da edificação, facilidade na manutenção, custo de
implantação gerado ao cliente e recursos a serem automatizados, será decidido todos os
produtos de instalação e a qual categoria fará parte.

Neste tipo de empreita foram feitas as seguintes decisões:

1. Nível de Automação: Sistema Integrado (Recursos da Edificação) com


complementação de dois sistemas autônomos (Segurança e Sistema de Irrigação).
2. Tipo de Sistema: Automação Centralizada (utilizando um Quadro de Automação)
e o suporte por um Gateway de Integração da marca Control Four.
3. Meio de Transmissão: Cabeamento Estruturado
4. Tipo de Cabeamento: Cabo multivias par blindado composto de dois cabos
flexíveis com revestimento trançado (marca Bticino).
5. Tipo de Software utilizado para integração: Oferecido pela própria Control Four
como licença a empreendedores do ramo e credenciados pela empresa.
6. Tipo de Interface para Usuário: Control Four, ilustrada na Figura 18.

Figura 18 - Interface da marca Control Four39.

4.3.1 Gateway de Integração Central

Como pôde ser observado pela tabela disposta no Apêndice B (Prancha 3/3), são
muitos os variados tipos de fabricantes para cada parte integrante do sistema. Segundo

39
Disponível em: http://streamlinesystemsmi.com/control4-interface-gallery.
61

Muratori e Dal Bó (2013), a solução para integrar essas mais variadas marcas com seus
protocolos específicos, seria a de utilizar do recurso de um único “porta-voz” que fosse capaz
de traduzir todas essas informações e transferi-las para os subsistemas conforme fosse
ajustado. Vale evidenciar de que este Gateway de Integração Central pode, também, ser
denominado de Controladora.
Posteriormente, essa comunicação seria transmitida ao usuário por meio de uma
interface interativa e totalmente intuitiva, onde todos da casa podem, de forma rápida,
aprender a manusear seus eletroeletrônicos domésticos apenas com o intermédio de seus
smartphones ou tablets. Com estes conhecimentos em mãos, o equipamento adotado foi o de
tecnologia oferecida pela Control Four, de modelo HC-800 Controller. Este modelo de
equipamento pode ser o ideal, devido ao tamanho da casa e aos seus recursos oferecidos.
Existe um modelo inferior para tal função na marca de escolha do aparelho, mas este outro é
mais indicado para apartamentos ou pequenas interatividades em casas.

Este equipamento, em específico, oferece:

1. Uma licença para que o usuário possa estar acrescentando, periodicamente, até
cinquenta dispositivos.
2. Entrada HDMI
3. Entrada de Áudio e Vídeo para cabos RCA (um par)
4. Saída de Áudio e Vídeo para cabos RCA (dois pares)
5. Uma saída para cabo digital coaxial RCA
6. Uma entrada para cabo de rede Ethernet saída tipo RJ 45
7. Uma entrada USB
8. Comunicação via transmissão sem fio do tipo Zig Bee
9. Saída para rede Wireless e Comunicador Zig Bee por meio de conector reverso
SMA fêmea
10. Conector SATA externo
11. Seis saídas para controle de equipamentos IR’s
12. Duas entradas RS 232 DB9

Tanto o modelo da marca quanto sua interface, podem ser observados,


respectivamente, a seguir na Figura 19.
62

Figura 19 - Ilustração da Controladora da marca Control Four40.

4.3.2 Áudio e Vídeo

Após a escolha do equipamento central de integração, outros equipamentos


secundários, mas nem por isso sem relevância, podem ser agora escolhidos e sugeridos aos
clientes. A partir do momento que um cliente deseja ter um sistema completo de cinema em
casa e totalmente automatizado, além do próprio Home Theater, é necessária a instalação do
denominado de Receiver A/V. Que neste projeto foi adquirido um de marca Sony, de modelo
STR - DA5800ES.
Este dispositivo, como o próprio nome já diz, tem a função de receber e amplificar
sinais de áudio e vídeo de várias fontes e as envia para outros receptores, tais como televisores
ou caixas de som. Para tornar o ambiente mais aconchegante e interessante, foram sugeridos
alguns recursos a mais, tais como: uma tela de projeção motorizada (do fabricante Gaia), um
projetor de multimídia (da marca Epson), instalado dentro de um dispositivo denominado de
Lift (marca Orion Vision), que nada mais é que um “elevador” para o projetor, retraindo-se
totalmente para a sua área interna instalada acima do acabamento final de gesso do teto, vide
Anexos A.2 – Automação.
O Home Theater, talvez o equipamento mais conhecido por leigos, por sua vez, tem a
função de agrupar todos os tipos de formatos de leitura de multimídia, tais como DVD, blue-
ray, dispositivos móveis, entre outros e emitir sinais tanto para caixas de som quanto para
televisores, proporcionando assim um momento de entretenimento. Com equipamentos cada
vez mais modernos, ele pode ainda ter uma qualidade de vídeo nunca visto antes, com a

40
Disponível em: http://www.nextthouse.com.br/blog/?p=323.
63

resolução inédita 8K, ou até extrapolar os limites da visão, com o recurso do 3D. Isto tudo
pode ser observado em equipamentos que nem os da Sony de modelo BDV-E2100, indicado
aos clientes.
Além de todos esses recursos de cinema em casa, foi sugerida ainda, e bem aceita, a
ideia de transforma alguns ambientes de escolha, em regiões com sonorização. Portanto, em
ambientes escolhidos previamente pelo cliente foram instaladas caixas de som pequenas
embutidas no teto, acima do gesso, com o intuito de recepcionar quem estivesse chegando ao
recinto ou até mesmo relaxar os moradores em situações estressantes, por exemplo, ao toque
de uma boa música.
Como se pode observar que a quantidade de caixas de som ambiente é até considerável
e para tornar independente o sistema de Home Cinema do sistema sonoro ambiente, seria
necessário a aquisição de um equipamento (o chamado Amplificador Multiroom) que fizesse
a emissão individual de cada ponto sonoro distinto. Ao serem separadas as zonas distintas de
sonorização, pode-se chegar ao equipamento necessário: foram identificadas oito zonas de
sonorização. Portanto um equipamento indicado foi o da marca Sentry, de modelo SH 360D,
com oito zonas de sonorização.

4.3.3 Sistema de Segurança

Foi exigido um sistema completo e com possibilidade de acesso remoto, em outras


palavras, totalmente automatizado, assim como a casa toda. Com o sistema de monitoramento
e segurança patrimoniais atuais não há a necessidade de integrá-los ao sistema como um todo
para torná-lo automatizado. As tecnologias para este tipo de instalação mais sofisticada
possuem seus próprios controladores e dispositivos, que apenas com uma rede de internet e o
próprio fornecimento de energia conseguem fazer esta comunicação com o meio externo,
portanto integrá-lo ao sistema seria um custo desnecessário.

Para este projeto foi sugerido os seguintes componentes:

1. Um equipamento de DVR, que seria o componente interligante entre as imagens


de câmera e o meio externo para visualização remota em tablets e smartphones. E
todas essas imagens ainda podem ser gravadas em seu disco rígido para possível
conferência futura.
2. Oito câmeras com Infravermelho, posicionadas estrategicamente pela casa e em
ambientes de comum convívio, vide Apêndice B (Prancha 3/3).
64

3. Nove sensores IVP, que são justamente colocados em aberturas de portas e janelas
para detecção de entrada e saída de pessoas.
4. Um teclado numérico para acionamento do sistema de alarme interno e externo.
5. Três sirenes para sinal de alerta sonoro.
6. Uma central de alarme que fará algumas funções específicas ao sistema de
segurança eletrônica, tais como entrada para sensores de quebra de vidro,
sabotagem de sirene e ainda os principais protocolos de comunicação utilizados
pela central de monitoramento.

4.3.4 Sistema de Irrigação

Como descrito pelos clientes em questão, não é de seu desejo a contratação de


funcionários para a manutenção da casa. Portanto, os mesmos desejam que todas as
possibilidades de recurso automático sejam utilizadas, inclusive, a irrigação do jardim não
poderia ficar isenta deste universo automatizado.

Por falta de necessidade e surgimento de gastos adicionais, a irrigação, assim como, o


sistema de segurança e aspiração central, se enquadram nos sistemas autônomos (stand
alone). Apesar desta característica, este sistema é composto por outros dispositivos isolados,
que juntos se configuram em um esquema automático e totalmente independente dos outros.
Pelo tamanho da área irrigada, os componentes solicitados seriam:

1. Válvulas solenoides que fariam este controle do fluxo de água, fechando ou


abrindo conforme a necessidade de começar a irrigação ou finalizá-la.
2. Controlador (equipamento incumbido de realizar o controle, por meio de ajuste
horário, da hora que iniciaria a irrigação até a sua duração máxima, por meio de
levantamentos climáticos feitos por dispositivos acoplados a ele). Como já existem
no mercado alguns dispositivos à bateria, por questões de custo e demanda de
gasto energético, estes foram os escolhidos. Portanto, a irrigação automática não
entra nos cálculos da demanda energética.
3. Sensor de chuva à bateria e acoplado às válvulas solenoides.
4. Rotores que farão a irrigação propriamente dita. São acionados apenas com a
pressão exercida pela água.
65

4.3.5 Aspiração Central

Assim como explicado no item 2.3.7 deste trabalho, este sistema, por ser moderno e
totalmente inovador, foi caracterizado para o ramo de automação residencial. Apesar de que,
para conhecedores da área, ele na verdade é um sistema isolado (autônomo) e não possui
vínculo nenhum com o sistema integrado de automação, pelo menos não pela tecnologia
comercializada atualmente. Entretanto, assim que for decidida sua aquisição pelos moradores,
o engenheiro civil responsável pelos projetos e pela obra deverá acrescentar as tubulações de
PVC ao projeto hidrossanitário, visto que estas tubulações se enquadram neste sistema. Com
relação ao projeto elétrico, sua única intervenção e influencia seria na previsão da carga
consumida pela máquina de aspiração e seu local de instalação para não haver problemas
futuros tanto na execução da parte elétrica quanto na passagem de tubulação. Devido a uma
maior confiabilidade com relação a experiência e qualidade da marca, neste projeto será
instalado uma máquina de aspiração localizada na própria Sala Técnica de Automação da
marca Hayden de modelo SuperVac 9000 New Premier, vide Anexos A.2 - Automação.

4.3.6 Automação de Carga Elétrica

Algumas cargas de caráter basicamente elétrico serão integradas ao Sistema de


Automação desta residência, agregando maior valor ao próprio projeto e aumentando as
possibilidades de recursos ao cliente. A princípio usou-se do recurso de um dispositivo
relativamente pequeno e de certo modo de tecnologia menos recente, o conhecido por Relé
Fotoelétrico (neste projeto utilizou-se o de marca Ilumatic). Neste projeto será utilizado deste
recurso apenas em algumas luminárias externas, que podem ser observadas no projeto
elétrico/automação no Apêndice B (Prancha 1/3), pela sigla RF.
Outro recurso bastante requisitado em projetos de automação residencial seria o de
motorizar persianas. Neste projeto, os clientes optaram pela marca Somfy e ao mandar fiação,
especificada em projeto, para o Quadro de Automação, as funções que as cortinas podem ser
submetidas são variáveis e bastante úteis ao conforto e praticidade do dia-a-dia.
Assim como em projetos elétricos convencionais, a necessidade de existirem
intermediadores entre os dispositivos ou luminárias e o próprio Quadro de Automação, ainda
persiste, até porque deixaria o usuário meio preso a carregar sempre seu smartphone ou tablet
consigo para conseguir usufruir de tais recursos. A função do interruptor comum apenas foi
transferida para os denominados pulsadores ou até mesmo os próprios Wallpad ou Touch
Screen que são simples tablets fixados na parede.
66

Posto isto, vale uma observação importante: apesar de não ter sido observado uma
mudança considerável do sistema convencional para um sistema mais tecnológico, que é o
caso da automação residencial como ela é conhecida hoje, os terminais de pulsadores e
derivados de Touch Screens transmitem maior segurança ao usuário, visto que o único envio
de tensão é pura e simplesmente para alimentar o próprio dispositivo, portanto é isento o risco
de choques elétricos.
Uma novidade no mercado que pode ajudar no controle de gastos tanto energéticos
quanto hídricos, é o dispositivo de gerenciamento de carga e o adotado em projeto foi o da
marca Bticino, que nada mais é que uma tela pequena de Touch Screen que é capaz de
apresentar a leitura realizada por atuadores que por sua vez levam esta leitura ao Quadro de
Automação diretamente na unidade central de controle de cargas sobre o consumo atualizado
conforme os gastos vão aumentando durante o mês.
Na linha de pensamento ecologicamente correta, outro recurso que vai de encontro a
uma redução considerável de gasto hídrico é a utilização de torneiras eletrônicas capazes de
serem acionadas apenas por um sensor de presença, num fluxo constante e durante um tempo
determinado. Neste projeto foram previstas torneiras da marca H2Tech.

4.3.7 Interação entre os equipamentos

Algumas vezes, os usuários devem utilizar determinada composição de ações ou


recursos na automação para que algum evento possa ocorrer de maneira mais proveitosa. Por
exemplo, para assistir a um filme, a seguinte ação costuma acontecer: as persianas são
acionadas, o lift deve descer, o retroprojetor é ligado juntamente com o home theater e a tela
elétrica e só assim todo um cenário foi criado para que o filme tenha seu total aproveitamento.
Ou então é feito um jantar com um toque romântico: como a casa possui toda uma
infraestrutura em som ambiente, as caixas de alguns cômodos podem ser acionadas em uma
rádio ou mídia previamente escolhida com ritmos românticos, num volume mais baixo e
somente o lustre é ligado para criar este momento mais íntimo. Enfim, são inúmeras as
possibilidades.
Para tornar mais interessante e menos cansativo toda uma sequencia de escolhas e
acionamentos, um recurso também bastante interessante da automação é o de criar Cenas ou
Cenários, que é basicamente o acionamento de um só botão em pulsadores ou de um só ícone
em touch screens, que acionará toda a composição de um determinado evento, previamente
pensado e arquitetado pelo cliente, de acordo com sua vontade.
67

4.3.8 Esquema Resumo dos Mecanismos de Automação

Para facilitar o entendimento real do mecanismo, funcionamento dos diversos


aparelhos e suas respectivas formas de transmitir suas informações, um desenho esquemático
feito por Muratori e Dal Bó (2013) pode ser observado na Figura 20.

Figura 20 - Esquema Simplificado do mecanismo de integração41.

4.3.9 Definição de Pulsadores e Telas Touch Screen nos terminais

Feita todas as escolhas de todos os produtos e recursos, é definida a parte de


acabamentos e/ou soluções que farão interação entre os usuários e o próprio sistema. Como
dito anteriormente, é um sistema adicional aos aplicativos instalados em smartphones ou
tablets como forma de desprender o usuário a estar sempre com o dispositivo móvel em mãos.
Portanto, como disposto no próprio Apêndice B (Prancha 1/3) deste trabalho, foram
definidas tais instalações:

41
Disponível em Automação Residencial: Conceitos e Aplicações. Ed. 1. Belo Horizonte: Editora Educere
Ltda., 2013. 199 p.
68

1. Na Sala de Entrada e de TV, de simbologia S1 e S2, serão instalados uma Tela


Touch de modelo LN4890 numa caixa 4”x 4” em cada um dos terminais. Este
modelo possui vários recursos num só dispositivo: acionamento de iluminação,
escolha de cenários, controle de persianas, entre outros que estão presentes e fazem
parte deste projeto, portanto é uma solução bastante atraente, sem contar na
redução de custos com a instalação de dispositivos para controlar de forma isolada
cada uma das aplicações.
2. Devido a sua versatilidade e ampla utilização serão instalados nos terminais de
simbologia S3, S4, S7, S8, S14 e S15 o modelo denominado de Local Display, que
nada mais é que um dispositivo cuja tela possui uma interatividade Touch com o
usuário e realiza todas as funções necessárias nestes ambientes, tais como sistema
de som, iluminação e persianas.
3. Nos cômodos onde se localizam os terminais de simbologia S12, S17, S18, serão
utilizados pulsadores com apenas dois módulos com comando de luz, visto a
necessidade de apenas duas zonas de iluminação apenas, E cada módulo desse
pode ser um de modelo HC 4001 da marca Bticino, e instalado em caixa 4”x 2”.
(Anexos A.2 – Automação).
4. Apenas o terminal de simbologia S10 necessitará de um dispositivo contendo
quatro módulos de acionamento de iluminação e este, apesar de ser não tanto
convencional, pode ser instalada em caixas 5”x2”, da marca Bticino. (Anexos A.2
– Automação).
5. Já os terminais de simbologia S5, S6, S9, S11, apenas exigem a conexão de caixas
4”x2” que contenham apenas um módulo de acionamento.
6. Apenas no terminal cujo símbolo é S8, a exigência seria de um terminal contendo
três módulos para comando de luz. Também é instalado em caixas 4”x2”.
7. Já nos cômodos do Lavabo e do Banheiro Filho, os terminais S13 e S16, exigem a
instalação de dois módulos e uma tomada, resultando em um dispositivo análogo
ao referente a três módulos.
8. Uma observação importante é que todos os acabamentos, de todos esses terminais,
foram escolhidos para o modelo Inox Spazzolato Alessi, (Anexos A.2 –
Automação).

4.4 PROJETO ELÉTRICO E DE AUTOMAÇÃO


69

No final desta análise feita nestes três últimos itens, inicia-se a etapa de aglutinar todos
eles e com suas respectivas exigências de instalação, dispô-los em forma de um desenho
esquemático que facilite seu entendimento técnico, tanto para compatibilização com outros
projetos quanto para os próprios profissionais envolvidos na etapa da obra. Foram projetados
eletrodutos e passagem de fios em diferentes níveis e cada nível foi disposto em diferentes
pranchas, objetivando atingir uma melhor organização e facilidade na compreensão da
quantidade e tipo de fiação que passa por determinado eletroduto. As pranchas podem ser
analisadas no final deste trabalho no apêndice B.

4.5 APLICAÇÃO DO PROJETO NA OBRA

Após toda uma explicação técnica e se possível feito um novo desenho esquemático, o
denominado projeto de execução, o projetista, se não for o próprio responsável técnico pela
obra, passa as coordenadas aos responsáveis pela execução, desde o eletricista até o próprio
engenheiro civil. Se for de entendimento e vaga experiência neste tipo de instalação, os
profissionais da área apenas fazem uma leitura atenciosa no projeto e já conseguem seguir
conforme o que o projetista esquematizou, evitando atrasos na obra e complicações futuras.
Portanto, cabe aqui uma observação feita no início deste trabalho a respeito da importância
que um conhecimento amplo neste tipo de projeto reflete na carreira de um engenheiro civil.
Este profissional sendo conhecedor e até mesmo o próprio projetista deste setor,
proporciona agilidade e segurança tanto para si próprio quanto para seus operários na hora da
efetiva instalação, que por sinal é a mais relevante, pois dependendo da forma como será feita,
ela irá ajudar a garantir ou a comprometer a vida útil da própria edificação como um todo.
Sem contar que, se por ventura, surgir algum imprevisto ou correção em outros projetos como
o estrutural, por exemplo, e alguns trechos precisarem de modificações, o engenheiro civil
com seu respaldo no ramo, pode com toda autonomia reprojetar aquele trecho e só repassar o
esquema executivo para o projetista fazer suas devidas revisões no projeto.
Em suma, são vários os motivos para que engenheiros civis procurem conhecer mais
sobre este ramo, não apenas para poderem projetar, mas também para aglomerarem um
conhecimento ainda maior, mais amplo e cada vez mais completo.
70

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final deste trabalho, conclui-se que apesar do surgimento de muitos termos


técnicos novos e novidades que influenciam nas instalações elétricas convencionais, ainda
assim, não há uma intervenção que a modifique por completo. Apenas foram desenvolvidas
novas tecnologias que facilitam o manuseio humano proporcionando, assim, maior conforto e
praticidade. O engenheiro civil deve sim estar sempre atualizado com as novidades deste
mercado, apesar de que ainda as intervenções com relação às instalações elétricas
convencionais não foram tão drásticas, mas isto não significa que assim permanecerá.
Conclui-se então que o engenheiro civil deve conhecer mais sobre estas tecnologias inseridas
no mercado da construção para que possa oferecer maior desenvolvimento tanto no projeto
quanto na obra e estar assim preparado para mudanças futuras mais radicais neste setor. E o
estudo realizado neste trabalho, desde a simulação de caso até o resultado final obtido nos
projetos demonstram o quanto o engenheiro civil influenciaria neste tipo de instalação.

Outra conclusão bastante contundente a respeito deste trabalho foi a satisfação em


estudar, pesquisar (tanto em bibliografias quanto no próprio mercado de atuação) e adquirir
experiência quanto a importância que este tipo de instalação possui em relação ao usuário que
a adquire e a relevância que ela promove no mercado e desenvolvimento da engenharia como
um todo, não somente com relação a área de atuação civil. Com certeza, em alguns pontos,
existem na verdade, muitas funções da automação que são até desnecessárias, contudo, todas
elas foram desenvolvidas para um propósito maior de desenvolver cada vez mais mecanismos
tecnologicamente desenvolvidos e isto só tem a contribuir com a sociedade para um melhor
estilo de vida, conforto e praticidade, itens tão almejados atualmente. Portanto, o engenheiro
civil além de cumprir com suas atribuições profissionais ainda contribui para uma sociedade
que pode se sentir mais protegida, mais confortável e ao mesmo tempo totalmente atenta a
tudo que acontece em seu lar.
71

6 SUGESTÕES PARA NOVAS PESQUISAS

Mediante tais conclusões e após várias análises, pesquisas e acompanhamentos


constantes com relação a novidades, provavelmente uma nova fase da automação residencial
ainda está por ser aprimorada: a fase da mudança na forma de comunicação entre os
aparelhos. E diante deste futuro, muitas dúvidas, ainda pouco esclarecidas, surgem a respeito
desta nova inovação tecnológica diante do mercado da automação residencial. Qual será esta
nova forma de comunicação? E se a transmissão via cabo estiver sendo substituída, como o
engenheiro civil poderia atuar nas futuras instalações de uma edificação?
72

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2013. Programa de TV.

A CASA DO FUTURO. Programa Hoje em Dia, São Paulo: TV Record, maio de 2012.
Programa de TV.

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Disponível em: < http://www.corning.com/adaymadeofglass/index.aspx>.

A INCRÍVEL CASA DO FUTURO. Tudo a Ver, São Paulo: TV Record, outubro de 2010.
Programa de TV.

ALVES, J. A.; MOTA, J. Casas Inteligentes. Portugal: Editora Edições Centro Atlântico,
2003. 144 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16264:2014. Cabeamento


Estruturado Residencial. Rio de Janeiro, 2014, 36 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 17240:2010, substituindo a


antiga 9441:1998. Sistemas de detecção e alarme de incêndio: projeto, instalação,
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410:2004, versão


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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413:1991, versão


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APÊNDICES
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ANEXOS

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