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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
JOÃO PESSOA - PB
2023
LÚCIO FLÁVIO SOUZA OLIVEIRA
JOÃO PESSOA
14 de agosto de 2023
LÚCIO FLÁVIO SOUZA OLIVEIRA
____________________________________
Lúcio Flávio Souza Oliveira
Estagiário Graduando em Engenharia Mecânica
E-mail: lucio.engmecanica@gmail.com
(assinatura)
____________________________________
Carlos Antônio Cabral dos Santos
Servidor Supervisor de Estágio
E-mail: carloscabralsantos@yahoo.com.br
(assinatura e carimbo)
____________________________________
Carlos Antônio Cabral dos Santos
Professor Orientador de Estágio
E-mail: carloscabralsantos@yahoo.com.br
(assinatura e carimbo)
João Pessoa - PB
14 de agosto de 2023
RESUMO
Este relatório contém as principais atividades desenvolvidas por Lúcio Flávio Souza Oliveira,
aluno concluinte do curso de graduação de Engenharia Mecânica da UFPB - Universidade
Federal da Paraíba. O estágio foi realizado no âmbito do Departamento de Engenharia
Mecânica da UFPB no Instituto de Energia Sustentável, na sede da Rede Cooperativa de
Pesquisa Norte Nordeste do Gás Natural, no contexto do projeto de pesquisa em atendimento
à chamada interna de produtividade em pesquisa PROPESQ/PRPG/UFPB – No 03/2020, cujo
título, é: Desenvolvimento de uma rota tecnológica para a produção de energia elétrica a
partir do uso do Biogás oriundo de resíduos orgânicos do meio rural e urbano. E tem como
objetivo o desenvolvimento de um modelo computacional do biodigestor de fluxo ascendente
modificado para posterior produção e instalação na UFPB, sendo um projeto piloto para o
beneficiamento energético de resíduos urbano e produção de biofertilizante. A metodologia
do estudo se baseia na construção do modelo 3D do biodigestor a partir do software
computacional SolidWorks, a posteriori, será realizada uma análise energética a fim de
verificar a eficiência do processo. Este trabalho se preocupa ainda com sustentabilidade
ambiental, que se faz necessária ao desenvolvimento cientifico e tecnológico no contexto da
atualidade, e do futuro, para os problemas relacionados à área de energia.
3 Metodologia .......................................................................................................................... 25
4 Modelagem 3d ...................................................................................................................... 26
5 Estimativa de produção de biogás em reatores uasb ....................................................... 29
5.1 Dados de entrada do programa ....................................................................................... 31
5.2 balanço de massa da DQO e produção de metano .......................................................... 31
6 Considerações finais ............................................................................................................ 39
Referências .............................................................................................................................. 40
APÊNDICE A ......................................................................................................................... 42
1 INTRODUÇÃO
Este relatório contém as principais atividades desenvolvidas por Lúcio Flávio Souza
Oliveira, concluinte do curso de graduação de Engenharia Mecânica da Universidade Federal
da Paraíba. O estágio foi realizado no Instituto de Energia Sustentável - IES, na sede da Rede
Cooperativa de Pesquisa Norte Nordeste do Gás Natural - RECOGÁS, Campus João Pessoa –
PB, no período compreendido entre 10/08/2023 e 29/09/2023.
O estágio ocorreu no âmbito do projeto de pesquisa que visa o desenvolvimento de
uma rota tecnológica para a produção de energia elétrica a partir do uso do biogás oriundo de
resíduos orgânicos, tanto do meio rural quanto do urbano. Neste estágio foram postas em
prática diversas atividades/habilidades inerentes ao cargo de engenheiro mecânico, tais como:
trabalhar em equipe com alunos de graduação, mestrado e doutorado, adquirindo experiência
na área de gestão de projetos, comunicação e colaboração interdisciplinar; desenvolver e
executar cronogramas, participando ativamente na elaboração, desenvolvimento e implantar o
cronograma do projeto do reator UASB, acompanhando as atividades ao longo do tempo;
apresentar soluções eficazes e mecanismos eficientes para a resolução de problemas, como,
por exemplo, o desenvolvimento de um programa para estimar a produção de biogás;
desenvolver habilidades interpessoais, etc.
1.1 OBJETIVOS
Para que o objetivo geral fosse alcançado, os seguintes objetivos específicos foram
determinados:
(a) Levantamento bibliográfico sobre o processo químico da biodigestão anaeróbica;
(b) Estudos dos modelos de biodigestor atualmente no mercado;
13
(c) Levantamento das necessidades energéticas da UFPB;
(d) Escolha do tipo de matéria-prima a ser utilizada e do biodigestor a ser utilizado;
(e) Realizar a modelagem computacional do biodigestor a ser desenvolvido,
utilizando o software SolidWorks;
(f) Realizar a análise energética do modelo, desenvolvendo um programa em MatLab
a fim de verificar o potencial energético do reator UASB desenvolvido.
1.2 JUSTIFICATIVA
14
2 BIODIGESTÃO E BIODIGESTORES
Tendo em vista a proposta deste trabalho, este capítulo apresentará de forma simples a
definição de biodigestão; o funcionamento e os parâmetros de projeto do reator UASB.
1
GONÇALVES, A.C.R. A potencialidade de outros substratos para a digestão anaeróbica. São Paulo: Instituto
de Pesquisas Tecnológicas, 1982. 29 p.
2
HUGHES, D.E. What is anaerobic digestion? An overview. In: STAFFORD, D.A., WHEATLEY, B.I.,
HUGHES, D.E. Anaerobic Digestion London: applied Science Publishers, 1980, p.1-14.
3
COSTA, S.R.A., LACAVA, P.M. Observações preliminares da digestão anaeróbica do soro de queijo. In:
SEMINÁRIO REGIONAL DE ECOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, 1986, São
Carlos, SP. Anais. São Carlos: UFScar, 1986. 185 p., p. 85-90.
15
Tabela 2.1 – Principais contaminante de águas residuárias
16
Fonte: Metcalf &Eddy, 1991.
4
Disponível em: http://doi.org/10.24927/rce2020.009. Acesso em: 30 de agosto de 2023.
17
2.1.2 Etapas da digestão anaeróbia
2.1.2.2 Acetogênese
2.1.2.3 Metanogênese
2.2.1 Funcionamento
20
Os compartimentos do reator UASB são projetados de forma a otimizar a separação
dos sólidos, a sedimentação do lodo e a produção de gases, garantindo assim a eficiência na
decomposição da matéria orgânica presente nas águas residuais, conforme pode ser visto na
Fig. 2.2. Esse sistema é amplamente utilizado devido à sua eficácia na remoção de poluentes
orgânicos e na produção de biogás, contribuindo para o tratamento sustentável de águas
residuais e a recuperação de recursos energéticos.
O processo de digestão/fermentação de águas residuais e efluentes industriais deve
ocorrer de maneira correta, uma vez que patógenos presentes na matéria orgânica devem ser
eliminados. Esses micro-organismos são os responsáveis pela propagação de várias doenças a
partir da veiculação hídrica. Além disso, moléculas complexas são reduzidas/quebradas a
moléculas simples, que podem ser absorvidas pelas plantas, não colocando em risco o meio
ambiente e a saúde pública.
Para os efluentes sanitários com uma temperatura em torno de 20°C, adota-se para a
vazão média um tempo de detenção em torno de 8 a 10 horas, podendo também ser calculada
a partir da Eq. (1). Para a vazão máxima, deve-se adotar um tempo superior a 4 horas, sendo
que para os picos de vazão máxima, o tempo não deve exceder a 4 a 6 horas
(CHERNICHARO, 2008).
V
TDH (1)
V med
Onde:
TDH – Tempo de detenção hidráulica (h);
V – Volume do reator UASB (m³);
𝑉̇𝑚𝑒𝑑 – Vazão média do afluente (m³/h).
A carga hidráulica volumétrica (CHV) é uma medida utilizada em sistemas de
tratamento de efluentes para quantificar a quantidade de efluente que passa por uma
determinada área ou volume de um sistema em um período de tempo específico. É tida pelo
volume de esgotos introduzidos diariamente no reator por unidade de seu volume. Ela
equivale ao inverso do tempo de detenção hidráulica. Estudos e análises apontam que a carga
hidráulica volumétrica não deve exceder o valor de 5,00 m³/m³∙d, correspondendo a um tempo
de detenção hidráulica mínimo de 4,80 horas (CAMPOS, 1999).
V med
CHV
V (2)
Onde:
CHV – Carga hidráulica volumétrica (m³/m³∙d).
22
Segundo Chernicharo (2008), cargas hidráulicas abaixo do valor recomendado, 5,00
m³/m³∙d, pode induzir as seguintes consequências no sistema:
Perda excessiva de biomassa do sistema;
Redução do tempo de residência celular (idade do lodo) e consequente diminuição
do grau de estabilização dos sólidos;
Possibilidade de falha do sistema, uma vez que o tempo de permanência da
biomassa no sistema pode ser inferior ao seu tempo de crescimento.
Carga biológica
Velocidade ascensional do fluxo é uma medida que descreve a taxa na qual um fluido
sobe ou é transportado verticalmente através do reator, ela pode ser calculada utilizando-se a
Eq. (4). Em sistemas de tratamento de água e efluentes, a velocidade ascensional do fluxo é
uma consideração importante para garantir que as partículas sólidas ou bolhas de gás
produzidas durante o processo de digestão anaeróbia tenham tempo suficiente para se separar
23
ou subir adequadamente. Em reatores anaeróbios, a velocidade ascensional é projetada para
permitir a eficiente remoção de partículas sólidas ou para otimizar processos de separação.
Em suma, a velocidade ascensional do fluxo é uma medida importante para entender
como o movimento vertical de fluidos ou partículas ocorre em sistemas de tratamento de
água, efluentes ou processos industriais, e é usada para projetar e/ou otimizar esses sistemas.
V med H
vmed
Ar TDH (4)
Onde:
𝑣𝑚𝑒𝑑 – Velocidade média ascensional do fluxo (m/h);
𝐴𝑟 – Área da seção transversal do reator (m²).
As velocidades ascensionais para o projeto de reatores UASB foram sintetizadas por
Campos (1999), encontrando-se na Tab. 2.4.
A partir da Eq. (4) e da Tab. 2.4, observa-se que as profundidades dos reatores devem
estar no intervalo entre 3,00 m e 6,00 m, quando se trata efluentes domésticos com
velocidades ascensionais e tempos de detenção hidráulica usuais em projetos, ou seja,
velocidade inferior a 1,00 m/h para vazão média e tempo entre 6 e 10 horas para temperaturas
variando entre 20 e 26°C (COSTA, BARBOSA FILHO e GIORDANO, 2014).
24
3 METODOLOGIA
Averiguação de
Biodigestores possíveis falhas de
projeto
Modelo UASB
Estudo de projetos
25
4 MODELAGEM 3D
A partir dos dados acima foi elaborado um programa em MatLab capaz de calcular os
parâmetros operacionais do reator desenvolvido. Nesse contexto, o programa nos traz os
seguintes resultados, conforme pode ser visto na Fig. 4.1.
26
A partir dos resultados obtidos na Fig. 4.1, foi desenvolvido um modelo do reator
UASB no SolidWorks. Nessa etapa, foram elaborados tanto o modelo 3D do reator quanto os
desenhos 2D de cada componente integrante do mesmo. Para efeitos de detalhamento, será
apresentado apenas os desenhos mais importantes para a compreensão do modelo. A Fig. 4.2
apresenta a vista Isométrica do sistema de purificação, composto de uma bomba, do reator e
dos filtros de purificação do gás, além das tubulações de alimentação do afluente e descarga
do gás.
28
5 ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO DE BIOGÁS EM REATORES UASB
O modelo apresentado a seguir para estimar a produção de biogás foi desenvolvido por
(LOBATO, 2011). Inicialmente, foi realizado o balanço de massa no sistema, que em nosso
caso, é o reator UASB. Esse balanço de massa é realizado em temos de DQO. Segundo
Lobato (2011), os balanços de massa de DQO desenvolvidos para estimar a recuperação de
metano e de energia em reatores anaeróbios, usualmente, não contemplam a parcela de DQO
utilizada na redução de sulfato, nem as parcelas perdidas como metano dissolvido no efluente
ou emitido para a atmosfera, conforme pode ser verificado na Eq. (5).
DQO afluente DQO efluente DQOlodo DQOCH 4 DQO oxi
(5)
Onde:
𝐷𝑄𝑂𝑎𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 – Taxa mássica de DQO de material orgânico do afluente;
𝐷𝑄𝑂𝑒𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 – Taxa mássica de DQO de material orgânico do efluente;
𝐷𝑄𝑂𝑙𝑜𝑑𝑜 – Taxa mássica de DQO de material orgânico convertida em lodo;
𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 – Taxa mássica de DQO de material orgânico convertida em metano;
𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 – Taxa mássica de DQO de material orgânico oxidada.
A Equação (5) é normalmente utilizada para a realização de estimativas de produção
de biogás em reatores UASB. No entanto, de acordo com Lobato (2011), esse método de
estimativa não leva em consideração todas as parcelas de conversão da matéria orgânica
dentro do reator, bem como, não estima as perdas de metano no sistema.
Ainda de acordo com ele, no balanço de massa da DQO em reatores UASB devem ser
consideradas todas as parcelas possíveis de conversão da matéria orgânica e perdas de
metano, conforme a Eq. (6), sendo elas: a parcela convertida em metano e presente no biogás;
a parcela convertida em metano e perdida junto ao efluente ou gás residual; a parcela de
sulfato convertida em sulfeto; a parcela convertida em lodo, e, por fim, a parcela da matéria
orgânica solubilizada junto ao efluente (LOBATO, 2011).
DQO afluente DQOeflsol DQOlodoret DQOlodoefl DQOCH 4 Biogás DQOCH 4 perdas DQO sulfred
(6)
Onde:
𝐷𝑄𝑂𝑒𝑓𝑙𝑠𝑜𝑙 – Taxa mássica de DQO de material orgânico solubilizada no efluente;
𝐷𝑄𝑂𝑙𝑜𝑑𝑜𝑟𝑒𝑡 – Taxa mássica de DQO de material orgânico convertida em lodo e
retida no sistema;
29
𝐷𝑄𝑂𝑙𝑜𝑑𝑜𝑒𝑓𝑙 – Taxa mássica de DQO de material orgânico convertida em lodo e
perdida com o efluente;
𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 – Taxa mássica de DQO de material orgânico convertida em metano
𝐵𝑖𝑜𝑔á𝑠
e presente no biogás;
𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 – Taxa mássica de DQO de material orgânico convertida em
𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
30
concentrado, menores concentrações de sulfato, maior eficiência de remoção de DQO e
menores índices de perda de metano. Para a situação típica são utilizados valores
intermediários para os dados de entrada.
A partir da definição dos parâmetros de entrada, (Cenário, Pop, QPC, 𝑄𝑃𝐶𝐷𝑄𝑂 , T),
inicialmente são estimadas as parcelas de DQO removida no sistema, convertida em lodo e
consumida na redução do sulfato. Com essas parcelas calcula-se a DQO máxima (teórica)
convertida em 𝐶𝐻4 e a consequente produção volumétrica máxima. A fim de se calcular o
volume de 𝐶𝐻4 realmente disponível para o aproveitamento energético, o modelo considera
as perdas de 𝐶𝐻4 dissolvido no efluente e na fase gasosa com o gás residual, além de outras
perdas eventuais na fase gasosa. Por fim, descontadas essas perdas, o potencial energético
disponível é calculado (LOBATO, 2011). O cálculo do potencial energético disponível a
partir da conversão de DQO em metano é importante para avaliar a viabilidade econômica e
ambiental de um sistema de tratamento anaeróbico e determinar a quantidade de energia que
pode ser aproveitada a partir do processo. As equações utilizadas para os cálculos de todas as
parcelas do balanço de massa da DQO e do potencial de recuperação de energia são
apresentadas a seguir.
Vazão média
31
𝑉̇𝑚𝑒𝑑 – Vazão média de afluente (m³/d);
Pop – População contribuinte (hab);
QPC – Contribuição per capita de esgoto (m³/hab∙d).
A taxa de DQO total afluente se refere à quantidade total de DQO presente no afluente
antes de passar por qualquer processo de tratamento. Ela é, frequentemente, usada como
indicador da carga orgânica que o sistema de tratamento deve remover, podendo ser calculada
a partir da Eq. (8).
DQO afluente Pop QPC DQO
(8)
Onde:
𝐷𝑄𝑂𝑎𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 – Taxa de DQO total do afluente (kgDQO/d);
𝑄𝑃𝐶𝐷𝑄𝑂 – Contribuição de DQO do esgoto (kgDQO/hab∙d);
A taxa de DQO removida estima a quantidade de DQO que foi removida do afluente
durante o tratamento anaeróbico e é calculada a partir da Eq. (9).
DQO remov DQO afluente E DQO
(9)
Onde:
𝐷𝑄𝑂𝑟𝑒𝑚𝑜𝑣 – Taxa mássica de DQO removida do sistema (kg𝐷𝑄𝑂𝑟𝑒𝑚𝑜𝑣 /d);
𝐸𝐷𝑄𝑂 – Eficiência de remoção de DQO do sistema (%).
A taxa de DQO convertida em lodo é uma parcela da DQO removida que, durante o
processo anaeróbico, é convertida em lodo. Esse lodo é uma mistura de micro-organismos e
matéria orgânica não convertida. A taxa pode ser determinada a partir da Eq. (10).
DQOlodo YDQO DQO removida
(10)
Onde:
𝐷𝑄𝑂𝑙𝑜𝑑𝑜 – Fluxo mássico de DQO convertido em lodo (kg𝐷𝑄𝑂𝑙𝑜𝑑𝑜 /d);
𝑌𝐷𝑄𝑂 – Coeficiente de produção de sólidos (kg𝐷𝑄𝑂𝑙𝑜𝑑𝑜 /kg𝐷𝑄𝑂𝑟𝑒𝑚𝑜𝑣 ).
A partir da Equação (9), determina-se o coeficiente de produção de sólidos.
32
YDQO Y K sólidos
(11)
Onde:
𝑌 – Coeficiente de produção de sólidos voláteis (kgSTV/ kg𝐷𝑄𝑂𝑟𝑒𝑚𝑜𝑣 );
𝑌𝐷𝑄𝑂 – Fator de conversão de STV em DQO (1 kgSTV = 1,42 kg𝐷𝑄𝑂𝑙𝑜𝑑𝑜 ).
Segundo Lobato (2011), a DQO convertida em lodo, calculada pela Eq. (10), pode ser
dividida em duas parcelas:
(i) DQO convertida em lodo, retida no sistema e/ou retirada com o lodo excedente;
(ii) DQO convertida em lodo e perdida junto ao efluente.
A determinação da massa diária de DQO convertida em CH4 pode ser calculada por
meio da Eq. (13).
DQOCH 4 DQO remov DQOlodo DQO SO4
(13)
Onde:
𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 – Taxa mássica de DQO convertida em metano e presente no biogás
(kg𝐷𝑄𝑂/d).
33
A determinação da produção volumétrica teórica máxima de metano pode ser obtida
pela Eq. (14).
DQO CH 4 R (273 T )
QCH 4
103 P K DQO
(14)
Onde:
𝑄𝐶𝐻4 – Produção volumétrica teórica máxima de metano (m³/d);
R – Constante dos gases (0,08206 atm∙L/mol∙K);
T – Temperatura operacional do reator (°C);
P – Pressão atmosférica (1 atm);
𝐾𝐷𝑄𝑂 – DQO correspondente a um mol de 𝐶𝐻4 (0,064 kg𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 /mol).
34
Onde:
𝑄𝐿−𝐶𝐻4 – Perda de metano na fase líquida, dissolvido no efluente (m³/d);
𝑝𝐿 – Perda de metano na fase líquida, dissolvido no efluente (kg/m³);
𝑓𝐶𝐻4 – fator de conversão de massa de metano em massa de DQO (coeficiente
estequiométrico 4,0 kgDQO/kg𝐶𝐻4 ).
Para o cálculo de pL foi utilizada a Eq. (18).
CCH 4
pL K h FS
100 (18)
Onde:
𝑝𝐿 – Perda de metano na fase líquida, dissolvido no efluente (mg/L);
𝐶𝐶𝐻4 – Concentração de metano no biogás (% v/v);
𝐾ℎ – Constante de Henry (mg/L∙atm);
𝐹𝑆 – Fator de supersaturação de 𝐶𝐻4 na fase líquida.
O valor de 𝐶𝐶𝐻4 depende do valor da DQO e deve ser calculado de acordo com as
equações descritas na Tab. 5.1.
Tabela 5.2 – Valores da constante da lei Henry para 𝑪𝑯𝟒 e 𝑯𝟐 𝑺 dissolvidos em água.
35
A partir dos valores da Tab. 5.2 e manipulando o MatLab no aplicativo curve fitting,
verificou-se um modelo de curva que atendia a precisão requerida para o desenvolvimento do
programa.
A curva adotada para a constante de Henry modela de acordo com uma função do
quarto grau, conforme se verifica na Fig.5.2. Na Figura 5.3, verifica-se os valores dos
resíduos apresentados no modelo.
Os valores fornecidos pelas métricas de ajuste indicam um bom ajuste do modelo aos
dados.
O SSE (Sum of Squares Error): indicando a soma dos quadrados das diferenças entre
os valores observados e os valores previstos pelo modelo de regressão, cujo valor observado é
bem baixo, significando que os valores previstos pelo modelo estão muito próximos dos
valores observados, indicando um ajuste preciso;
R–quadrado (R²): é uma medida de quão bem o modelo de regressão explica a
variação nos dados. Ele varia de 0 a 1, onde 1 indica um ajuste perfeito;
Já o R–quadrado ajustado (Adjusted R²): é uma versão do R² que leva em
consideração o número de variáveis independentes do modelo. Ele penaliza modelos com
muitas variáveis independentes que podem não adicionar informações significativas ao
modelo.
O R–quadrado ajustado igual à unidade indica que o modelo é altamente explicativo e
não contém variáveis desnecessárias e;
RMSE (Root Mean Square Error): é uma medida da dispersão dos erros residuais no
modelo. Quanto menor o RMSE, melhor o ajuste do modelo aos dados, conforme pode ser
visto na Fig. 5.3.
36
Figura 5.3 – Resíduo do modelo polinomial
O modelo racional é uma boa alternativa ao modelo polinomial, haja vista a economia
de tempo computacional, embora, ele seja quase equivalente para ambos os modelos.
Nesse sentido, pode-se determinar a constante de Henry a partir da Eq. (19).
K h 1 T 4 2 T 3 3 T 2 4 T 5
(19)
Onde:
𝐾ℎ – Constante de Henry (mg/L∙atm);
𝛽1, 𝛽2, 𝛽3, 𝛽4 , 𝛽5 – Coeficientes do polinômio;
𝛽1 = 1,911𝑒 −6 ; 𝛽2 = −3,445𝑒 −4 ; 𝛽3 = 2,718𝑒 −2 ;
𝛽4 = −1,224; 𝛽5 = 3,971𝑒 1 ;
𝑇 – Temperatura operacional do reator (°C).
37
Estimativa de produção real de metano
Uma vez calculada a produção teórica de metano e as parcelas referentes às perdas, foi
então estimado o volume de metano efetivamente coletado no interior de separador trifásico e
disponível para recuperação de energia. Os cálculos foram efetuados de acordo com a Eq.
(20).
QRe al CH 4 QCH 4 QW CH 4 QO CH 4 QL CH 4
(20)
Onde:
𝑄𝑅𝑒𝑎𝑙−𝐶𝐻4 – produção real de metano disponível para recuperação de energia
(m³/d).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
39
REFERÊNCIAS
40
SOUBES, M. Microbiologia de la digestion anaerobia. In: Anales del III Taller y
Seminário Latinoamericano: tratamiento anaeróbio de águas residuales. Montevideo,
Uruguay, p. 15-28, 1994.
VON SPERLING, M. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de
Esgotos: Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias. Vol. 1. 2.ed., Belo
Horizonte: UFMG, 1996.
41
APÊNDICE A
42
Figura 0.3 – Vistas da tampa superior interna
43
Figura 0.5 – Vistas da tampa superior externa
44
Figura 0.7 – Vistas do filtro de 𝑪𝑶𝟐
45