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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA - CCGEM

LÚCIO FLÁVIO SOUZA OLIVEIRA


JÚNIOR COELHO

ANÁLISE ESTRUTURAL DE UMA PONTE TRELIÇADA

João Pessoa
2020
RESUMO

O presente texto se debruça no estudo dos esforços e resistências de uma ponte construída a
partir de palitos de picolé. Esse trabalho é dividido em três partes, a primeira etapa se designa
ao cálculo analítico dos esforços que a estrutura está submetida. A segunda etapa trata-se da
simulação e, por fim, trata-se da parte experimental, essencial para a validação das etapas
antecessoras.
Palavras-chave: Análise numérica, Estudo experimental, Ponte.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Ponte treliçada. ____________________________________________________________________ 9


Figura 2 - D.C.L da Treliça. ___________________________________________________________________ 9
Figura 3 - seção 1. __________________________________________________________________________ 10
Figura 4 - Seção 2. _________________________________________________________________________ 10
Figura 5 - Seção 3. _________________________________________________________________________ 11
Figura 6 - Nó de união dos elementos K, L, M e G. ________________________________________________ 12
Figura 7 - Método dos nós aplicado na união dos elementos G, H e M. ________________________________ 12
Figura 8 - C. contorno utilizadas na simulação. __________________________________________________ 13
Figura 9 - Tensão direta nos elementos da viga. __________________________________________________ 14
Figura 10 - Deformação total _________________________________________________________________ 14
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - - Carga no elemento em função da carga externa. ________________________________________ 12


Tabela 2 – Comparação das reações dos apoios. _________________________________________________ 14
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 6

OBJETIVOS ............................................................................................................................. 7

2 DESENVOLVIMENTO........................................................................................................ 8

2.1 TIPOS DE PONTES ......................................................................................................... 8

2.2 ANÁLISE ESTRUTURAL .............................................................................................. 9

2.3 MODELO ANALÍTICO .................................................................................................. 9

2.4 SIMULAÇÃO ................................................................................................................ 13

3 RESULTADOS .................................................................................................................... 14

3.1 RESULTADO ANALÍTICO .......................................................................................... 14

3.2 DETERMINAÇÃO DA CARGA MÁXIMA ................................................................ 15

4 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 16
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1 INTRODUÇÃO

As primeiras pontes surgiram de forma natural, pela queda de troncos das árvores sobre
os rios, criando a possibilidade de passagens à outra margem. O homem aperfeiçoou os
“incidentes” naturais e passou a criar outras pontes feitas de troncos, de pedras e pranchas
associando-as a outros tantos recursos disponíveis na natureza, como cipós, cordas, pedras e
travas feitas com pedaços de madeira, para que estas não fossem derrubadas facilmente
permitindo a ida e a volta para o destino.
Há indícios da construção das pontes em arco desde 4000 a.C. na Mesopotâmia e
Egito e, mais tarde, na Pérsia e na Grécia (cerca de 500 a.C.). A estrutura mais antiga
construída pelo homem e que chegou aos nossos dias foi à ponte de pedra, feita em arco, no
Rio Meles, na região de Esmirna, na Turquia, construída século IX a.C.
A partir de 1760, com o início da Revolução Industrial, as pontes de ferro fundido
começaram a ser construídas, a 1ª ponte do mundo feita com esse material recebeu o nome
original de “Ironbridge”, e foi erguida em 1779, na Inglaterra. Porém, o ferro era um material
corrosivo e que não era forte o bastante para atender a demanda da Revolução Industrial. Foi
então que em 1856, o inglês Henry Bessemer, patenteia um novo processo com uma fornalha
mais resistente às altas temperaturas, conseguindo assim, produzir aço.
Começa a ser construída em 1869 e inaugurada em 1883, a Brooklyn Bridge, nos
Estados Unidos, a primeira ponte feita em aço no mundo. Famosa até hoje, foi na época
também a mais longa ponte suspensa já construída, e durante algum tempo foi a única ligação
além do mar, entre os bairros do Brooklyn e Manhattan. A partir daí, o aço passa a ser
utilizado nas grandes construções.
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OBJETIVOS

Esse trabalho tem como principal objetivo determinar a capacidade máxima de carga a
que uma ponte de palito de picolé pode ser submetida sem falhar estaticamente. Para atingir
tal objetivo, fez-se os cálculos analíticos de uma estrutura simplificada, registrando-se os
pontos críticos. Em seguida, realizou-se a simulação com os dados obtidos analiticamente
para verificar o comportamento da estrutura, alterando-se os parâmetros da simulação.
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2 DESENVOLVIMENTO

Uma ponte é uma estrutura que permite que pessoas e veículos atravessem um espaço
entre duas elevações. As pontes servem para unir trechos de estradas, bem como para ligar as
duas margens de um corpo de água (como um lago ou rio) ou de um vão profundo (como um
vale). Tais construções apresentam robustez considerável e até mesmo as menores delas estão
sujeitas as influências do ambiente, solicitações de carregamento e características dos
materiais, sendo então, necessário um estudo profundo de engenharia para a execução de um
projeto.
2.1 TIPOS DE PONTES

 Ponte em viga:
A ponte em viga é o mais antigo, mais simples e mais comum tipo de ponte. Ela é
composta por uma estrutura horizontal que tem um suporte em cada extremidade. Outros
suportes, chamados pilares, podem dar apoio à ponte ao longo de sua extensão. Uma tábua ou
tronco ligando as duas margens de um riacho é a forma mais básica desse tipo de ponte. As
pontes em viga modernas geralmente são feitas de vigas de aço. As pontes em rodovias são,
na maioria, desse tipo.
 Ponte de treliças:
Assim como a ponte em viga, a ponte de treliças tem um suporte em cada ponta e
pode-se apoiar sobre pilares no meio. Mas ela tem uma estrutura de barras de metal ou de
madeira que se estende de uma extremidade à outra, o que lhe garante mais força que uma
ponte em viga simples. Essas barras se encaixam em formas triangulares, que compõem uma
espécie de túnel pelo qual passa a rodovia.
 Ponte cantiléver:
A ponte tipo cantiléver tem esse nome por causa das estruturas que a compõem: os
cantiléveres. Um cantiléver é uma viga que tem um pilar em apenas uma das pontas, como um
trampolim de piscina. Uma estrutura formada por diversas barras confere força adicional à
viga, como numa ponte de treliças. Uma ponte cantiléver é formada por pelo menos duas
dessas vigas, que se estendem uma em direção à outra.
 Ponte em arco:
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Assim como a ponte em viga, a ponte em arco é bastante antiga. Ela é sustentada por
uma estrutura formada por um ou mais arcos. Esse tipo de ponte é construído com frequência
sobre rios e vales.
 Ponte suspensa:
Na ponte suspensa, a plataforma (a parte plana pela qual atravessam veículos ou
pessoas) fica suspensa por cabos fortes. Os cabos principais, encurvados, ficam suspensos
entre duas ou mais torres. Cabos menores se estendem dos cabos principais até a plataforma,
sustentando-a. As pontes suspensas podem cobrir distâncias mais longas que qualquer outro
tipo de ponte.
2.2 ANÁLISE ESTRUTURAL

A ponte que será analisada está na imagem abaixo, representada na forma


bidimensional.

Figura 1 – Ponte treliçada.


2.3 MODELO ANALÍTICO

O modelo analítico é alcançado através das equações de equilíbrio estático.


Inicialmente, fizemos uma simplificação no modelo, haja vista, que o anterior era
hiperestático e, para solucioná-lo precisaríamos de equações complementares. Em seguida,
aplicamos as cargas externas nas junções dos elementos. Temos então, o seguinte modelo:
.

Figura 2 - D.C.L da Treliça.


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Realizando o somatório das forças nas direções x e y, obtemos:

Substituindo na equação acima, obtem-se:

A partir dos resultados acima, partimos para a busca dos esforços em cada elemento da
treliça, para isso, utilizaremos o método da seção e o método dos nós. Iniciaremos com a
seção 1; Supondo que todas as cargas geram uma tensão normal de tração, temos:

Figura 3 - seção 1.
O ângulo entre a força FA e a força FF é dado por:

( )

∑ ( ) ( )

∑ ( ) ( ) ( )

Como F = 2P, substituindo na equação acima, temos:

( )
( )

( ) ( ) ( ) ( )
( )
Realizando uma análise na seção 2;

Figura 4 - Seção 2.
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O ângulo ( )

Realizando o somatório dos momentos em relação ao ponto 1 e o somatório de forças


nas direções x e y;

∑ ( ) ( ) ( )

∑ ( ) ( )

∑ ( ) ( )
( ) ( )
Da eq.(3), podemos determinar:
( ( )) ( )) ( ( ) ( ))
( ) ( ( ) ( ))
( ( )) ( ( )) ( ( ))
( ( )) ( )
Substituindo os resultados na eq.(4), obtemos:

( ( )) ( ( ( )) ( ))
( )
( ( ( )) ( )) ( ( ) ( ))
( )
Agora, iremos analisar a seção 3;

Figura 5 - Seção 3.
Realizando o mesmo procedimento realizado nos itens anteriores, temos:

∑ ( ) ( )

∑ ( )) ( )

Agora, aplicando o método dos nós na junção dos elementos F, K e L, obtem-se:


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Figura 6 - Nó de união dos elementos K, L, M e G.


Realizando o equilíbrio de forças, temos:

∑ ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
Aplicando o mesmo método para o nó que une os elementos G, H e M.

Figura 7 - Método dos nós aplicado na união dos elementos G, H e M.

∑ ( )

A tabela a seguir mostra os elementos mais solicitados e o tipo de carreamento


Elemento Carregamento Carga (N)
A 2P
B 2P
C 3.32P
*D 2P
*E 2P
F 2.83P
G 3.32P
H 3.32P
*I 3.32P
*J 2.83P
K 2P
L 1.66
M P
*N P
*O 1.66P
*Q 2P
Tabela 1 - - Carga no elemento em função da carga externa.
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2.4 SIMULAÇÃO

A simulação foi realizada no software ANSYS workbench, no plugin Static Structural.


Inicialmente definimos o material e suas propriedades, são elas: Módulo de elasticidade –
500000 psi; massa específica – 0.005208 lb/in^3 e o coeficiente de Poisson – 0.018. Com
isso, definimos a geometria da ponte, construída a partir de line bodies, que é o elemento de
viga, ou seja, ele só sofre deformações no sentido longitudinal. A seção transversal foi
definida como retangular 10x6 mm².
Em seguida, foi gerada a malha, a qual optamos por refinar até um tamanho de 5mm,
essa malha gerada tem um geometria sólida com seção transversal igual a da ponte e com
comprimento citado acima. A posteriori, as condições de contorno foram definidas, são elas:
um apoio fixo no lado esquerdo da estrutura; um displacement, com restrição de movimento
na direção dos eixos Y e Z. As condições de contorno utilizadas estão ilustradas na imagem
abaixo.

Figura 8 - C. contorno utilizadas na simulação.


Os resultados requeridos ao programa foram deformação total, direcional no eixo Y,
força axial nos elementos, tensão axial e as reações nos apoios. Com isso, montou-se uma
imagem do problema tridimensional.
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Figura 9 - Tensão direta nos elementos da viga.

Figura 10 - Deformação total

3 RESULTADOS

3.1 RESULTADO ANALÍTICO

Vale ressaltar que a geometria do modelo analítico e da simulação se difere


substancialmente, haja vista a complexidade de resolver equações de estruturas hiperestáticas,
teve-se que simplificar o modelo analítico. Mesmo com essa modificação, os resultados
ficaram condizentes. Para uma carga de 95N nos nós. Vejamos um exemplo:
Reação nos apoios (N):
F1x F1y F2y
Modelo analítico 0 380 380
Simulação 0 384.17 375.8
Tabela 2 – Comparação das reações dos apoios.
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3.2 DETERMINAÇÃO DA CARGA MÁXIMA

Para determinar o valor máximo da carga que a ponte suporta sem falhar, tomamos
como base o modelo analítico em consonância com a simulação, verificando quais elementos
estão submetidos aos maiores esforços. Para isso, utilizaremos a tabela 1.
A partir da tabela, verificamos que os elementos que estão sendo mais solicitados são:
C, F e G. Os elementos estão definidos na figura 2.
A partir de uma longa pesquisa na literatura tradicional e na internet, os valores
adotados para os limites de resistência do palito de picolé são:
Tensão última de tração:
Tensão última de compressão:
A partir dos limites de resistência da madeira utilizada na confecção do picolé e
adotando um fator de segurança ny = 1.5, pois há incertezas a cerca da procedência do palito
utilizado na construção da ponte, pequenos erros geométricos e, sobretudo, desconhecimento
das propriedades da cola utilizada nas junções dos nós.
Com isso, obtemos:
Para o elemento C: (Tração)

( )

Analisando o elemento F: (Compressão)

( )

Analisando o elemento G: (Compressão)


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( )

A partir dos cálculos acima, verificamos que a capacidade máxima da ponte é


de:

4 REFERÊNCIAS

BEER, F. P. et al., 2009, Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática, Vol. 1, McGraw-Hill,
São Paulo, 9ª edição.
http://projetoestruturalonline.com.br/historia-das-pontes/
https://escola.britannica.com.br/artigo/ponte/480845

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