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Uberaba - MG
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Uberaba - MG
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SUMÁRIO
As pontes treliçadas são compostas por treliças que são sustentadas por muitas barras de
aço. As treliças são utilizadas porque são estruturas muito rígidas. Que transferem a carga a
partir de um ponto único a uma área muito mais ampla. O que garante a absorção do peso e
do impacto.
As pontes treliçadas começaram a surgir cedo na história, muitas foram construídas entre
1870 a 1930. No Brasil são mais utilizadas em ferrovias, um dos exemplos é a ponte sobre o
rio Paraíba do Sul – Guararema.
A Ponte sobre o Rio Paraíba do Sul foi inaugurada em 1876, entre Mogi das Cruzes e Jacareí
o trecho ferroviário da linha Estrada de Ferro do Norte, absorvida depois (1890) pela Central
do Brasil. A mesma anteriormente era de madeira e foi substituída por uma de aço,
inaugurada em 1910. A ponte possui 165 metros de comprimento e é composta por dois semi
arcos.
Figura 01 – Ponte Ferroviária sobre o rio Paraíba do Sul – Guarema SP
As pontes estaiadas possem vários cabos conectados diretamente à torre, não havendo
necessidade de um cabo principal. Por isso, as pontes que usam esse sistema têm os cabos
sempre em posição diagonal. Assim, a torre de uma ponte estaiada é responsável por absorver
e lidar com forças de compressão.
O esforço sobre a torre pode ser diminuído quando utilizado aço no sistema de protensão,
o que garante maior segurança e absorção dos impactos sobre o tabuleiro. A ponte estaiada
é ideal para intervalos mais longos do que os suportados pela cantiléver e mais curtos do que
aqueles das pontes suspensas.
Um dos grandes exemplos de estrutura de ponte estaiada é o viaduto de Millau. O mesmo
alcança 343 metros de altura em alguns pontos, ficando atrás apenas da ponte Baluarte, no
México, com seus 403 metros de altura. A inauguração do viaduto aconteceu em 2004, porém
seus projetos tiveram inicio em 1987.
O viaduto é composto por 7 pilastras de concreto que dão sustentação a ponte, a ponte
possui o total de 36.000 toneladas de aço, além das 700 toneladas de aço por pilar, foram
utilizadas 5.000 toneladas de concreto protendido. Para construir a mesma foram gastos
aproximadamente 400 milhões de euro, a construção aconteceu em tempo recorde, em 2
anos e alguns meses.
A construção do tabuleiro foi realizada em solo, e depois deslocada de torre em torre: ao
todo oito torres temporárias foram construídas com aço, provendo sustentação adicional. O
deslocamento deu-se por um sistema hidráulico que empurrava lentamente as seções do
tabuleiro: a cada 4 minutos a plataforma se movia 600 mm. Esse deslocamento acontecia a
partir das duas extremidades da ponte, até que as seções “empurradas” se encontrassem num
ponto acima do Rio Tarn. A atenção às condições climáticas foi crucial para realizar esta
operação, já que o local podia sofrer ventos de até 130 km/h que prejudicariam o movimento
das seções.
Figura 06 – Viaduto de Millau em construção.
Disponível em:
<https://civilizacaoengenheira.files.wordpress.com/2012/10/viaduto-millau-
construction.jpg>. Acesso em: 10 nov. 2022.
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As pontes pênsis surgiram devido a necessidade de atravessar rios e vales largos e altos e
ainda permitir a passagem de navios sob elas, ou seja, não poderia haver pilares de
sustentação. Um dos grandes desafios foi criar uma estrutura que aguentasse as vibrações
geradas por fortes ventos e abalos sísmicos.
Esse tipo de ponte é composto por torres situadas em suas extremidades e cabos de aço
responsáveis por distribuir as cargas e seu peso.
Em uma ponte Pênsil os cabos principais, primeiramente, são conectados ao maciço
rochoso de cada extremidade e então às torres. A plataforma da ponte é sustentada por cabos
secundários (cordas ou varas) verticais que a conectam aos cabos principais ao longo de sua
extensão, sendo assim seu peso se transfere em tensão aos cabos, que por sua vez se
transforma em compressão sob as torres. A tensão é equilibrada nas extremidades dos cabos
pelo esforço de ancoragem do solo.
Um exemplo de ponte Pênsil é a Ponte Pênsil de São Vicente, situada em Santos, a mesma
surgiu com a necessidade de aumentar o saneamento da cidade. O material utilizado na
construção da ponte foi importado da Alemanha, a ponte foi inaugurada em 1914, possuía
tabuleiro de madeira, o mesmo foi substituído após a reforma, que foi entregue no ano de
2015.
A ponte tem 6,4 metros de largura e um vão de 180 metros entre suas torres, sua pista
fica entre 4 e 6,5 metros acima da altura do mar, dependendo da maré. É suspensa por 16
cabos de aço, com quatro blocos de ancoragem e quatro torres de metal cobertas de concreto
com 20 metros de altura. A carga máxima permitida a transitar sobre a ponte é de 60
toneladas.
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As pontes em pórtico são conceituadas como a não utilização de aparelho de apoio entre a
superestrutura e a infraestrutura, a viga e o pilar são um único elemento estrutural, que permite
a transferência de momento fletores entre os elementos. São usuais quando existem pilares
esbeltos, ou deseja-se ter a mínima manutenção.
Um exemplo de ponte em pórtico é a ponte do Rio Niterói, uma das maiores pontes do mundo
e um marco para a engenharia brasileira. Com aproximadamente 13 quilômetros de extensão, essa
é a maior ponte sobre águas da América Latina. Além disso, ocupa o 11º lugar no ranking
internacional nesse quesito. E ainda, a ponte Rio-Niterói é considerada a maior do mundo em viga
reta contínua (o vão principal da ponte, em viga metálica soldada, possui 300 metros de
comprimento).
A ponte possui 13.290 metros de extensão, dos quais 8.836 metros estão sobre a água. A altura
do maior pilar é de 72 metros, possui uma largura de 26,60 metros e pesa 1,3 milhões de toneladas.
A obra para a construção da ponte custou em torno de 674.000.000 de dólares. Sua estrutura
conta com 1152 vigas, 43 mil cabos, 3250 aduelas de concreto, 1138 tubulões no mar, 103
conjuntos blocos-pilares no mar.
Foram utilizados 560 mil m³ de concreto, 238 mil m³ de cimento, 370 mil m³ de brita, 212 mil
m³ de areia, além de 39.000 toneladas de aço doce, 9.900 toneladas de aço duro, 24.500 toneladas
de chapas metálicas e 7.700 toneladas de perfis metálicos. A obra contou com 10.200 operadores.
A obra surgiu com a necessidade de fazer a travessia entre o Rio de Janeiro e Niterói, pois para
ter acesso era preciso fazer um trajeto de 100km. No reinado de Dom Pedro II tiveram a ideia de
construir um túnel, porem não foi dado continuidade.
A ponte passou por melhorias no ano de 2000, as mesmas foram necessárias pois em dias com
ventos fortes tinha que ser fechada. O problema foi sanado com a instalação do sistema de
Atenuadores Dinâmicos Sincronizados (ADS). O ADS é um conjunto de molas e contrapesos em aço
que totalizam 120 tf, distribuídos simetricamente no meio dos caixões do vão central. Com isso, as
oscilações da estrutura reduziram em 80%.
Disponível em:
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/22/Rio_de_Janeiro_Po
nte_Niteroi_Aerea_102_Feb_2006.jpg>. Acesso em: 10 nov. 2022.
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