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UNIVERSIDADE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO HUAMBO


DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO CIVIL

PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DE UMA PONTE DE BETÃO QUE LIGA O


BAIRRO KAMILI-KINHENTO E O BAIRRO DE FATIMA

Estudante: Edson Ricardo Fortes Robalinho


Orientador: PhD. Luis Orlando Mora
INTRODUÇÃO

Desde que o homem habita este mundo, as


pontes são a expressão de sua vontade de
superar os obstáculos que encontra no
caminho para atingir o seu objetivo.
O projecto de uma obra de arte
como uma ponte ou viaduto em
concreto armado possui o seu início
pela definição da sua finalidade e
necessidade, buscando a
transposição de obstáculos dando
continuidade à via em que possui
um fluxo de veículos ou de
pessoas.
Segundo MARCHETTI (2008), denomina-se Ponte
a obra destinada a permitir a transposição de obstáculos
podendo ser rios ou braços de mar. Denomina-se
Viaduto quando o obstáculo transposto é um vale ou
outra via. A obra de arte pode ser dividida em três
partes: a superestrutura, que corresponde a laje e as
vigas; a mesoestrutura, que são os pilares, aparelhos de
apoio e encontros; e a infraestrutura, que representa a
fundação.
● CAPÍTULO 1

● História e evolução da construção de


pontes

● As primeiras pontes remontam à antiguidade,


quando as civilizações começaram a buscar
maneiras de superar obstáculos naturais,
como rios e desfiladeiros.

● De acordo com Cossons (2002), as primeiras


pontes foram construídas utilizando materiais
naturais disponíveis, como pedra e madeira.
● História e evolução da construção de
pontes

● Um exemplo notável é a Ponte de


Q'eswachaka, no Peru. Ela é uma das últimas
pontes suspensas feitas de fibra de ichu (uma
espécie de capim) que ainda é mantida e
reconstruída anualmente pelos moradores
locais.
Durante o Império Romano, houve um
avanço significativo na construção de pontes.

Segundo Hodge (1992), os romanos


utilizavam arcos de pedra para criar
estruturas duráveis e estáveis.

Ponte de Alcântara. Espanha


Na Idade Média, as pontes de pedra com arcos
em ogiva se tornaram populares. Conforme
Heyman (1999), essas pontes não apenas
permitiam a passagem segura de pessoas e
mercadorias, mas também serviam como locais
de comércio e interação social.

Ponte Vecchio. Itália


Com o avanço da Revolução
Industrial, a construção de pontes
passou por transformações
significativas. De acordo com Gustave
Eiffel (século XIX), a introdução do
ferro fundido e, posteriormente, do aço
possibilitou a criação de pontes mais
longas e resistentes.

Ponte Ironbridge. Inglaterra


No final do século XIX e início do
século XX, ocorreram avanços
extraordinários na engenharia de
pontes. Segundo Billington (1985),
o desenvolvimento de pontes
suspensas e estaiadas marcou
esse período.

Ponte Brooklyn. EUA


História e evolução da construção de pontes

Atualmente, a construção de pontes continua evoluindo de


forma notável, impulsionada pelo uso de materiais
avançados e pela aplicação de novas técnicas de
engenharia. Essas inovações visam criar pontes mais
eficientes, duráveis, sustentáveis e esteticamente atraentes.
● História e evolução da construção
de pontes

● Um dos principais avanços na


construção de pontes actuais é o
uso de materiais compósitos de alta
resistência, como o concreto de alta
performance e o aço de alta
resistência. A Ponte de Oresund, que
liga a Suécia à Dinamarca, é um
exemplo notável dessa engenharia
moderna (Larsson et al., 2002).

Ponte de Oresund
Construção de Pontes em Angola
A construção de pontes em Angola tem desempenhado
um papel fundamental no desenvolvimento do país,
conectando regiões, facilitando o transporte de
pessoas e mercadorias e promovendo o crescimento
econômico. Ao longo das décadas, várias pontes foram
construídas em Angola, combinando técnicas
tradicionais e modernas de engenharia.
História e evolução da
construção de pontes

Um exemplo emblemático é a Ponte da


Catumbela, oficialmente conhecida por
Ponte 4 de Abril sobre o rio Catumbela,
que liga as cidades de Benguela e
Lobito. Inaugurada em 2012, essa ponte
de concreto é uma importante via de
transporte para o comércio e turismo na
região.

Ponte de Oresund
Outro exemplo significativo é a Ponte sobre o
Rio Kwanza, Esta ponte, concluída em 2017, foi
construída com tecnologia de construção
modular, utilizando treliças de aço pré-fabricadas.
Construção de Pontes em Angola
A construção de pontes em Angola também tem sido impulsionada
pelo apoio de parceiros internacionais, como empresas de
engenharia e organizações de desenvolvimento.

No entanto, é importante ressaltar que ainda existem desafios a


serem enfrentados na construção de pontes em Angola. A falta de
infraestrutura adequada, a vasta extensão territorial e a
necessidade de manutenção contínua são alguns dos desafios
enfrentados
Segundo El Debs & Tekaya de
um modo geral, sob o ponto de
vista funcional, as pontes podem
ser divididas em três partes:
-Superestrutura;
-Meso-estrutura;
-Infraestrutura.
Principais Elementos das Pontes.

-Superestrutura; a superestrutura é constituída pelas vigas


(principais ou secundárias) e lajes.

-Meso-estrutura; A meso-estrutura, por sua vez, é o conjunto


de elementos que recebe os esforços da superestrutura e
os esforços solicitantes diretamente -Infraestrutura.

-Infraestrutura; têm a finalidade de transmitir ao terreno de


implantação da obra, os esforços recebidos da meso-
estrutura. É constituída de sapatas, blocos, estacas, etc
Classificação das pontes

Segundo Marchetti (2007) as pontes podem ser classificadas de


várias maneiras, levando em consideração diferentes critérios,
podendo ser classificadas principalmente:

- Segundo a extensão do vão (total)


- Segundo a durabilidade
- Segundo a natureza do tráfego
- Segundo o desenvolvimento planimétrico
- Segundo o desenvolvimento altimétrico
- Segundo o material da superestrutura
- Segundo o sistema estrutural da superestrutura
Classificação das pontes

-Segundo a extensão do vão (total)


Vão até 2 metros Bueiros
Vão de 2 m a 10 m Pontilhões
Vão maior do que 10 m Pontes

-Segundo a durabilidade
Pontes permanentes
Pontes provisórias
Pontes desmontáveis
Classificação das pontes

Segundo a natureza do tráfego


Pontes rodoviárias
Pontes para pedestres (passarelas)
Pontes aqueduto
Pontes mistas
Pontes ferroviárias
Pontes aeroviárias
Classificação das pontes

Segundo o desenvolvimento
Planimétrico

-Pontes retas- ortogonais


-Pontes Curvas
Horizontais

Classificação das pontes

Segundo o Desenvolvimento
Altimétrico

-Pontes horizontais ou em nível.


-Pontes em rampa, retilíneas ou
curvilíneas.
Classificação das pontes

Segundo o material da superestrutura


Pontos de madeira
Pontes de alvenaria (pedras, tijolos)
Pontes de concreto armado
Pontes de concreto protendido
Pontes de aço
Classificação das pontes

Segundo o tipo estático da


superestrutura
-Isostáticas
-Hiperestáticas
Classificação das pontes

Segundo o sistema estrutural


da superestrutura
Pontes em Lage
Pontes em vigas
Pontes em Pórticos
Pontes em Arco
Pontes Pênseis
Pontes Atirantadas
Pontes em Lage
As pontes em laje são estruturas que utilizam uma laje
de concreto armado como elemento principal de suporte
e plataforma para o tráfego. Elas são conhecidas por
sua simplicidade construtiva e baixo custo.
Pontes em viga
As pontes em viga constituem sistemas estruturais
compostos por Vigas servindo como suporte para lajes, que
receberão os carregamentos diretamente. É comum o
tratamento da análise estrutural separando a superestrutura
da mesoestrutura e considerando os apoios indeformáveis
(Cavalcante 2019).
Pontes em pórtico
As pontes em pórtico diferenciam-se das pontes em laje e
em viga por apresentarem ligações rígidas ou semirrígidas
entre as partes do tabuleiro e dos pilares ou paredes dos
encontros.
Típica distribuição de momentos fletores para pontes em laje, viga
e pórtico: (a) tabuleiros simplesmente apoiados; (b) tabuleiros
contínuos nos apoios intermediários; (c) tabuleiros com ligações
rígidas nos apoios.
Ponte em arco
A ponte em arco apresenta a possibilidade de ter os
esforços de flexão reduzidos em função da sua forma. Via
de regra, os arcos são indicados para vales profundos, com
tabuleiro superior, quando se pode resistir aos empuxos do
arco com uma fundação não muito onerosa.

Ponte com tabuleiro superior

Ponte com tabuleiro inferior


Ponte em pênsil
Segundo o engenheiro Ivanisio de Lima Oliveira a principal
característica das pontes pênseis é sua sustentação por
meio de pendurais apoiados em cabos de aço ou barras
articuladas, estendidos em curva, apoiados sobre torres e
ancoradas nas extremidades em rochas ou blocos maciços
de concreto.
Ponte Atirantada
Conforme Martins (2015) e Pedro (2010) Neste tipo de
pontes, o tabuleiro é suportado por tirantes, ligados a uma
ou mais torres. Este funciona simultaneamente à flexão e
compressão, suportando as cargas permanentes e as
sobrecargas que são posteriormente transmitidas para os
tirantes e para as torres.
Solicitações das Pontes

A Norma Brasileira NBR 8681 estabelece os requisitos


mínimos para garantir a segurança das estruturas
comumente encontradas na construção civil. Essa norma
fornece definições claras e critérios de quantificação para as
ações (forças que atuam sobre a estrutura) e as resistências
(capacidade de suporte da estrutura) que devem ser
considerados no projeto de uma estrutura.
Solicitações das Pontes

Cargas Permanentes
Segundo MARCHETTI as cargas permanentes podem ser
referidas como a carga produzida pelo próprio peso da
estrutura e por elementos que estão permanentemente fixos
a estrutura, tais como guarda-corpo, guarda-rodas, ,
passeio, pavimentação, postes de iluminação etc. As cargas
permanentes podem ser divididas em concentradas e
distribuídas.
Solicitações das Pontes

Cargas Móveis
As cargas móveis referem-se ao tráfego de veículos e
pessoas que circulam sobre a ponte.
É preciso considerar que as pontes rodoviárias estão
sujeitas a veículos especiais. Como, por exemplo, o tráfego
de carreta para transporte de transformadores. Também
deve-se supor a possibilidade de tráfego de veículos
militares, como tanques, sobre as pontes em rodovias (EL
DEBS; TAKEYA, 2007).
Cargas Móveis

Segundo a NBR 7188


Classe 45 – que determina
um veículo-tipo de 450kN
de peso total;
Classe 30 – que determina
um veículo-tipo de 300kN
de peso total;
Classe 12 – que determina
um veículo-tipo de 120kN
de peso total.
Solicitações das Pontes

Combinação de ações
Para verificar a segurança de uma estrutura, é utilizado o procedimento
estabelecido pela Norma Brasileira NBR 8681 - Ações e Segurança nas
Estruturas. Essa norma define os estados-limites últimos que devem
ser considerados para garantir a segurança da estrutura, levando em
conta as combinações mais desfavoráveis das ações que podem
ocorrer ao longo de toda a vida útil da estrutura.
Esses estados-limites últimos estão relacionados ao colapso total ou
parcial da estrutura.

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