Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SCHOLA DIGITAL
2018
UNIDADE 1 – PONTES
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
Aula 6: Drenagem.....................................................................................................................57
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
Unidade 1 – Pontes
1. Definições
1
Aula 1 – Definições
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
• Viaduto de acesso: viaduto que serve para dar acesso a uma ponte;
2
Aula 1 – Introdução às Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
2. Histórico
Um histórico das pontes, pode ser visto, de forma resumida, a partir dos materiais
empregados na sua construção. Desta forma tem-se, na ordem cronológica, os seguintes
tipos de pontes:
3
Aula 1 – Definições
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
3. Características Particulares
4
Aula 1 – Introdução às Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
No projeto das pontes deve-se visar o atendimento das condições de uso, com um
mínimo de manutenção, buscando assim evitar transtornos de uma interrupção do tráfego,
que em determinadas situações pode-se tornar calamitosa.
3.1. Nomenclaturas
5
Aula 1 – Definições
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
• Superestrutura;
• Mesoestrutura (aparelho de apoio, pilar e encontro);
• Infraestrutura (fundação).
Salienta-se que determinados tipos de pontes não apresentam separação nítida entre
os elementos, o que torna a aplicação da nomenclatura, para ambas as subdivisões
apresentadas, não muito clara.
6
Aula 1 – Introdução às Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
4. Classificações
As pontes podem ser classificadas segundo vários critérios; os mais importantes são os
7
Aula 1 – Definições
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Seguintes.
• De madeira;
• De alvenaria
• De concreto simples;
• De concreto armado;
• De concreto protendido;
• De aço;
• Mistas (de aço e concreto).
4.2. Comprimento
Existe ainda uma divisão, também de contornos não muito definidos, que é:
• Rodoviárias;
8
Aula 1 – Introdução às Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
• Ferroviárias;
• Passarelas (pontes para pedestres);
• Aeroviárias;
• Aquetudos;
• Mistas.
Estas denominações são associadas ao tipo de tráfego principal. As pontes mistas são
aquelas destinadas a mais de um tipo de tráfego, por exemplo ponte rodoferroviária que
serve para estabelecer a continuidade de uma rodovia e de uma ferrovia.
• Retas:
✓ Ortogonais;
✓ Esconsas.
• Curvas.
As pontes retas, como o próprio nome diz, são aquelas que apresentam eixo reto.
• Retas:
✓ Horizontal;
✓ Em Rampa.
• Curvas:
✓ Tabuleiro Côncavo;
✓ Tabuleiro Convexo.
9
Aula 1 – Definições
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
• Ponte em Viga;
• Ponte em Pórtico;
• Ponte em Arco;
• Ponte Pênsil;
• Ponte Estaiada.
10
Aula 1 – Introdução às Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
• Ponte de Laje:
✓ Maciça;
✓ Vazada.
• Ponte de Viga:
✓ Seção “T”;
✓ Seção Celular.
11
Aula 1 – Definições
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Existe ainda um tipo de ponte de viga – a viga em forma de treliça. No entanto, este
tipo de seção transversal é muito pouco utilizado nas pontes de concreto, o que justifica a
não inclusão nesta classificação. As figuras abaixo ilustram os casos em questão.
Observe-se que está sendo feita uma distinção na classificação das pontes quanto ao
sistema estrutural da superestrutura e quanto à seção transversal, através da preposição
que segue a palavra ponte. Assim, ponte em viga refere-se ao sistema estrutural da
superestrutura em viga qualquer que seja a seção transversal, e ponte de viga refere-se à
seção transversal em viga, independente do sistema estrutural da superestrutura.
Salienta-se ainda que estas denominações não são de uso comum nem na literatura
nacional nem na prática da Engenharia Civil no país, mas foram julgadas adequadas para
evitar que haja confusão na hora de classificar as pontes.
A figura ilustra estas situações. Salienta-se que para as pontes pênseis e para as pontes
estaiadas o tabuleiro é sempre inferior.
12
Aula 1 – Introdução às Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
13
Aula 1 – Definições
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Em linhas gerais, a construção das pontes em balanços sucessivos é feita a partir dos
lados dos pilares, em segmentos; a fôrma para a moldagem de cada segmento é sustentada
pelo segmento anterior, sendo portanto necessário que o concreto desse segmento anterior
esteja com a resistência adequada. Também, neste caso, elimina-se - ou reduz-se
drasticamente - o cimbramento (figura). Existe também a alternativa de se fazer estes
segmentos pré-moldados.
14
Aula 1 – Introdução às Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
5. Considerações Econômicas
Diversos fatores influem no custo de uma ponte, alguns de ordem técnica e outros
não, sendo portanto difícil estabelecer regras gerais para considerá-los.
Para uma ponte de determinado comprimento, um dos fatores mais importantes que
influem no custo são os vãos. Quanto maior é o vão, maior é o custo da superestrutura e
menor a soma dos custos da infraestrutura e dos aparelhos de apoio, e vice-versa, quanto
menor é o vão, menor é o custo da superestrutura e maior a soma dos custos da
infraestrutura e dos aparelhos de apoio, conforme mostra o diagrama da Figura, para uma
situação genérica. Numa primeira aproximação, o vão indicado é aquele em que o custo da
superestrutura resulta aproximadamente igual ao custo da infraestrutura.
Baseado e adaptado de
Mounir Khalil El Debs e
Toshiaki Takeya. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
15
Aula 2 – Ações nas Pontes
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Como toda estrutura, as Pontes também devem ter mapeadas as ações quais está sujeira.
Estão ações são têm seu caráter normatizado e fazem parte do escopo da NBR 8681:2003.
Nesta aula serão abordadas as principais delas quais o aluno deve ter compreendimento,
porém, serão suprimidos os cálculos devido sua complexidade não ser abordada em nível
médio.
1. Introdução
• Ações Permanentes:
✓ Direta;
✓ Indireta.
• Ações Variáveis:
✓ Normais;
✓ Especiais.
• Ações Excepcionais.
• Ações Permanentes:
✓ Cargas provenientes do peso próprio dos elementos estruturais;
✓ Cargas provenientes do peso da pavimentação, dos trilhos, dos
dormentes, dos lastros, dos revestimentos, das defensas, dos
guarda-rodas, dos guarda-corpos e de dispositivos de sinalização;
✓ Empuxos de terra e de líquidos;
✓ Forças de protensão;
16
Aula 2 – Ações na Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
2. Ações Permanentes
17
Aula 2 – Ações nas Pontes
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
2.2.1. Pavimentação
Como simplificação, pode ser suposto que o solo não tenha coesão e que não haja
atrito entre o terreno e a estrutura, desde que as solicitações assim determinadas estejam a
favor da segurança.
O peso específico do solo úmido deve ser considerado, no mínimo, igual a 18 kN/m 3 e
o ângulo de atrito interno, no máximo igual a 30°.
18
Aula 2 – Ações na Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
Por exemplo, no encontro esquematizado na Figura, o empuxo passivo (Ep) não deve
ser considerado pois existe a possibilidade do solo ser retirado.
19
Aula 2 – Ações nas Pontes
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
No caso de pilares implantados em taludes de aterro, deve ser adotada, para o cálculo
do empuxo de terra, uma largura fictícia igual a 3 vezes a largura do pilar, devendo este
valor ficar limitado à largura da plataforma do aterro. No pilar esquematizado na Figura
abaixo, é apresentada a situação em questão. Este "acréscimo" de pressão é devido ao
efeito de arqueamento do solo que ocorre porque o pilar é menos deformável que o solo.
20
Aula 2 – Ações na Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
Nos muros de arrimo deve ser prevista, em toda a altura da estrutura, uma camada
filtrante contínua, na face em contato com o solo contido, associada a um sistema de
drenos, de modo a evitar a atuação de pressões hidrostáticas. Caso contrário, deve ser
considerado nos cálculos o empuxo de água resultante.
Toda estrutura celular deve ser projetada, quando for o caso, para resistir ao empuxo
de água proveniente do lençol freático, da água livre ou da água de acumulação de chuva.
Caso a estrutura seja provida de aberturas com dimensões adequadas, esta ação não
precisa ser levada em consideração.
21
Aula 2 – Ações nas Pontes
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
2.5.1. Fluência
2.5.2. Retração
No caso do concreto armado, a norma NBR 6118 permite nos casos correntes
considerar, tendo em vista a restrição imposta pela armadura, a deformação específica por
retração igual a 15x10-5 (nos casos de espessuras de 10 a 100 cm e umidade ambiente não
inferior a 75%), o que corresponde na prática a considerar a retração como uma queda de
temperatura de 15 oC. Nas versões anteriores da NBR 6118 havia a indicação para os casos
de arcos e abóbadas com menos de 0,5% e 0,1% de armadura, que o valor da deformação
específica deveria ser aumentado para 20x10-5 e 25x10-5, respectivamente, para considerar
a maior retração que se verifica em peças pouco armadas.
Nas pontes com estrutura principal isostática essas deformações devem ser levadas
em conta no projeto dos aparelhos de apoio, caso contrário aparecerão esforços adicionais
correspondentes às deformações impedidas.
22
Aula 2 – Ações na Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
Um dos critérios para escolher entre uma estrutura principal isostática ou outra
hiperestática consiste justamente em eliminar a segunda solução quando houver temor de
recalques excessivos de fundação.
Cabe observar aqui, todavia, que os estudos sobre a fluência no concreto mostram que
as estruturas hiperestáticas desse material, desde que não se demore muito para retirar o
cimbre, têm apreciável capacidade de acomodação a essas deformações.
3. Ações Variáveis
As cargas a serem consideradas no projeto das pontes rodoviárias e das passarelas são
definidas pela norma NBR 7188 "Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de
pedestres".
Inicialmente serão feitas algumas considerações sobre as cargas usuais nas pontes
rodoviárias, com o intuito de avaliar a ordem de grandeza destas cargas e possibilitar uma
comparação com os valores indicados pela NBR 7188.
23
Aula 2 – Ações nas Pontes
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Deve-se lembrar ainda que as pontes rodoviárias estão sujeitas a veículos especiais
como por exemplo o da carreta para transporte de transformadores, veículos militares, etc.
24
Aula 2 – Ações na Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
25
Aula 2 – Ações nas Pontes
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Para efeito de escolha das cargas móveis, a norma NBR 7188, divide as pontes
rodoviárias em três classes, discriminadas a seguir:
Na Tabela abaixo apresentam-se o peso do veículo e os valores das cargas q e q' para
cada uma das classes de pontes.
26
Aula 2 – Ações na Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
A análise de todos estes efeitos deve ser feita pela teoria da Dinâmica das Estruturas, e
resulta bastante trabalhosa; daí levar-se em conta na prática o efeito dinâmico das cargas
móveis de maneira global, dando a elas um acréscimo e considerando-as como se fossem
aplicadas estaticamente.
Fdinâmico ≅ φ . Festático
27
Aula 2 – Ações nas Pontes
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
É importante observar que o efeito dinâmico das cargas é tanto maior quanto mais
leve for a estrutura em relação às cargas que o provocam.
A força centrífuga se manifesta nas pontes em curva, aplicada pelo veículo ao tabuleiro
através do atrito das rodas com o pavimento ou, em pontes ferroviárias, aplicada pelo friso
das rodas ao trilho e, consequentemente, à estrutura.
Convém observar que basta ser curvilínea a trajetória do veículo, enquanto que o eixo
longitudinal da obra, em planta, pode ser retilíneo.
O impacto lateral, também chamado de choque lateral, surge nas pontes ferroviárias
como consequência da folga existente entre o friso das rodas e o boleto do trilho; o
movimento do trem não é perfeitamente retilíneo, havendo choque das rodas ora contra
um trilho ora contra o outro.
Procura-se levar em conta esse efeito substituindo-o por uma força horizontal normal
ao eixo da linha e concentrada contra o topo do trilho, como carga móvel a ser disposta na
situação mais desfavorável, com intensidade igual a 20% da carga do eixo mais pesado.
No caso de pontes em curva o impacto lateral não é superposto, para efeito de cálculo,
à força centrífuga: dentre os dois, considera-se apenas o mais desfavorável. No caso de
ponte com mais de uma linha, esta ação é considerada em uma delas.
Em geral, nas pontes de concreto, a laje resiste bem a estes esforços, transmitindo-os
aos elementos da infraestrutura de uma forma que depende do arranjo dos aparelhos de
apoio. Estes esforços irão então produzir uma considerável flexão da infraestrutura, como
ilustra a Figura.
28
Aula 2 – Ações na Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
Como existe uma superfície exposta (parte superior) à ação solar direta, a distribuição
de temperatura ao longo da altura da seção transversal é diferente nos pontos transversais.
Esta distribuição de temperatura pode ser decomposta em três parcelas (a): variação
uniforme, variação linear (gradiente de temperatura) e uma parcela correspondente à
temperatura igual nas faces opostas, variando no interior da seção. As deformações
correspondentes a estas parcelas estão mostradas na (b).
29
Aula 2 – Ações nas Pontes
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
A norma NBR 7187 não indica nenhum procedimento para a determinação da ação do
vento em pontes; apenas recomenda seguir o disposto na norma NBR 6123, que trata da
ação do vento em edifícios. Sendo assim, apresenta-se o procedimento indicado pela antiga
norma de pontes NB-2/61.
No segundo caso (ponte carregada), essa projeção é acrescida de uma faixa limitada
superiormente por linha paralela ao estrado, distante da superfície de rolamento 3,50 - 2,00
- 1,70 m, conforme se trate, respectivamente, de ponte ferroviária, rodoviária ou para
pedestres.
q = K . va²
Onde:
30
Aula 2 – Ações na Pontes
UNIDADE 1 – PONTES
No caso de um pilar de seção circular, num rio com velocidade da água igual a 2 m/s,
tem-se:
Destaca-se, entretanto, que nos rios que carregam troncos de árvore ou galhos esta
pressão poderá ser bem maior do que os valores avaliados com a expressão fornecida,
devido ao fato desse material se prender nos pilares.
Normalmente, essa carga móvel colocada junto à cabeceira da ponte, para efeito de
cálculo, é considerada uniformemente distribuída, e cujo valor pode ser estimado
transformando o peso do veículo-tipo em carga uniformemente distribuída e compondo-a
com a carga distribuída q que considera o efeito de outros veículos.
31
Aula 2 – Ações nas Pontes
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Durante a fase construtiva poderão ocorrer ações provisórias que devem ser
consideradas no projeto. Nesse sentido, a norma NBR 7187 estabelece que no projeto e
cálculo devem ser consideradas as ações das cargas passíveis de ocorrer durante o período
da construção, notadamente aquelas devidas ao peso de equipamentos e estruturas
auxiliares de montagem e de lançamento de elementos estruturais e seus efeitos em cada
etapa executiva da obra. Estas cargas devem ser consideradas na estrutura com o esquema
estático, resistência dos materiais, e seções resistentes existentes por ocasião da sua
aplicação.
4. Ações Excepcionais
Segundo a norma NBR 8681, ações excepcionais são aquelas que têm duração
extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência durante a vida da
construção, mas que devem ser consideradas no projeto de determinadas estruturas.
No caso das pontes, a norma NBR 7187 cita os choques de objetos móveis, as
explosões, os fenômenos naturais pouco frequentes, como enchentes catastróficas e
sismos, entre outros.
O choque de objetos móveis é a única ação especificada pela norma NBR 7187, que
estabelece que os pilares passíveis de serem atingidos por veículos rodoviários ou
embarcações em movimento, devem ter sua segurança verificada quanto aos choques
assim provocados. Dispensa-se esta verificação se no projeto forem incluídos dispositivos
capazes de proteger a estrutura contra este tipo de acidente.
Como a norma NBR 7187 não fornece os valores das cargas para considerar esta ação,
pode-se recorrer à norma alemã DIN 1072, que estabelece que os elementos estruturais
passíveis a choque de veículos, devem ser verificados para forças horizontais, não
simultâneas, de 1000 kN na direção longitudinal e de 500 kN na direção transversal. Estas
forças devem ser consideradas atuando sobre o elemento a 1,20 m da superfície de
rolamento.
Sobre a consideração de outras ações excepcionais, a norma NBR 7187 estabelece que
devem ser feitas em construções especiais, a critério do proprietário da obra.
Baseado e adaptado de
Mounir Khalil El Debs e
Toshiaki Takeya. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
32
Aula 3 – Processo Construtivo: Pontes I
UNIDADE 1 – PONTES
1. Introdução
Nesta apresentação dos processos construtivos serão vistos os aspectos gerais de cada
um dos processos não se prendendo a detalhes específicos. Os processos construtivos das
pontes podem ser classificados da seguinte forma:
• Moldagem no local:
a) com cimbramento fixo;
b) com cimbramento móvel para todo o tabuleiro;
c) com cimbramento móvel para vigas isoladas;
d) com balanços sucessivos;
33
Aula 3 – Processo Construtivo: Pontes I
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Note-se que nesta nova classificação os casos (c), (e) e (f) estão agrupados no mesmo
item, o mesmo ocorrendo com os casos (d) e (g). A justificativa para este procedimento será
vista quando da apresentação desses processos construtivos. No caso do emprego de
aduelas pré-moldadas sobre cimbramento, este pode ser fixo ou móvel.
34
Aula 3 – Processo Construtivo: Pontes I
UNIDADE 1 – PONTES
35
Aula 3 – Processo Construtivo: Pontes I
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
No caso das pontes de vigas, via de regra, as lajes são moldadas no local, visando a
redução do peso dos elementos pré-moldados; as formas das lajes ficam neste caso
escoradas nos próprios elementos pré-moldados.
36
Aula 3 – Processo Construtivo: Pontes I
UNIDADE 1 – PONTES
Nesse processo, pode-se dizer que há a substituição dos elementos pré-moldados fora
do local definitivo, por elementos moldados no local, porém são mantidas as principais
características do processo construtivo, como por exemplo, a execução da laje moldada
sobre as vigas já executadas, o que justifica reunir os dois processos no mesmo grupo.
Uma variante, ainda com elementos pré-moldados, que vem ganhando impulso nos
Estados Unidos é com o emprego de elementos menores que o vão e que são emendados,
no local ou no canteiro, para cobrir vãos maiores que os cobertos com os que vencem todo
o vão da ponte. Trata-se de um processo que as vigas são segmentas, ou seja, feitas em
pedaços. Nestes casos, fazem-se uso da pré-tração, para as fases de transporte e
montagem, e da pós-tração para realizar as emendas e para o atendimento dos estados
limites nas várias seções ao longo do vão. Na figura está mostrada uma aplicação desta
alternativa.
37
Aula 3 – Processo Construtivo: Pontes I
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
4. Balanços Sucessivos
A ideia de se construir pontes ou mesmo outros tipos de estruturas, a partir dos apoios
não é nova, pois já existia na antiguidade, com o emprego de madeira e pedra, conforme
ilustra a Figura.
38
Aula 3 – Processo Construtivo: Pontes I
UNIDADE 1 – PONTES
Primeira ponte de concreto construída no mundo com o processo dos balanços sucessivos. Recorde mundial
de vão livre em viga reta de alma cheia de concreto, na época. Destruída pela enchente em 1983.
Para agilizar a construção das pontes com balanços sucessivos - no caso de moldagem
no local a velocidade de construção é da ordem de 1 m por dia, correspondendo a
segmentos de 3 m ou 6 m de comprimento, concretados a cada 3 dias ou 6 dias - foi
desenvolvida a técnica dos balanços sucessivos com elementos (aduelas) pré-moldados.
39
Aula 3 – Processo Construtivo: Pontes I
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Nas primeiras pontes feitas com essa nova técnica, a ligação entre os elementos pré-
moldados era feita através de argamassa comum de cimento, que necessitava de um certo
tempo para o seu endurecimento, o que não permitia aproveitar todos os benefícios da pré-
moldagem.
Foi desenvolvido então um processo para a execução dessa ligação, empregado pela
primeira vez em 1964 na ponte de Choisy le Roy sobre o Rio Sena na França, denominado
"junta conjugada colada", que consistia no seguinte:
• Cada aduela é concretada tendo como fôrma de uma de suas faces, a face da
aduela que na montagem a precederá;
• Na montagem, as juntas são tomadas com cola epóxica, com
aproximadamente 1 mm de espessura;
• As aduelas são providas de encaixe tipo macho-fêmea, que facilitam o seu
posicionamento.
40
Aula 4 – Processo Construtivo: Pontes II
UNIDADE 1 – PONTES
Nesta Aula será dado o prosseguimento da anterior com a complementação das metodologias
construtivas e suas particularidades. Com isto, finalizar-se-á os estudos de pontes, lembrando
que, para se aprofundar no tema, é necessário o entendimento de conceitos que fogem do
escopo de um curso técnico, ficando esta parte para engenheiros especialistas.
1. Deslocamentos Sucessivos
41
Aula 4 – Processo Construtivo: Pontes II
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
42
Aula 4 – Processo Construtivo: Pontes II
UNIDADE 1 – PONTES
construção de três pontes junto à barragem de Três Irmãos - SP, com comprimentos de
180m, 150m e 90m.
43
Aula 4 – Processo Construtivo: Pontes II
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
2. Cimbramento Móvel
44
Aula 4 – Processo Construtivo: Pontes II
UNIDADE 1 – PONTES
3. Análises
45
Aula 4 – Processo Construtivo: Pontes II
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Destaca-se ainda que podem ser aplicados mais de um processo na execução de uma
mesma ponte: tramos executados por processos diferentes ou processos diferentes
utilizados no mesmo tramo.
Baseado e adaptado de
Mounir Khalil El Debs e
Toshiaki Takeya. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
46
Aula 5 – Tipos de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
Unidade 2 – Contenções
Nesta unidade o foco se dará aos tipos de contenções não abordados nas outras disciplinas e
que não possuam fundações e alvenaria convencionais. O intento é mostrar a características e
processos das contenções específicas e diferenciadas que são rotineiramente empregadas na
construção civil.
1. Definição
47
Aula 5 – Tipos de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
2. Tipos de Muros
Muros de Gravidade são estruturas corridas que se opõem aos empuxos horizontais
pelo peso próprio. Geralmente, são utilizadas para conter desníveis pequenos ou médios,
inferiores a cerca de 5 m. Os muros de gravidade podem ser construídos de pedra ou
concreto (simples ou armado), gabiões ou ainda, pneus usados.
48
Aula 5 – Tipos de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
Quanto a taludes de maior altura (cerca de uns 3 m), deve-se empregar argamassa de
cimento e areia para preencher os vazios dos blocos de pedras. Neste caso, podem ser
utilizados blocos de dimensões variadas. A argamassa provoca uma maior rigidez no muro,
porém elimina a sua capacidade drenante. É necessário então implementar os dispositivos
usuais de drenagem de muros impermeáveis, tais como dreno de areia ou geossintético no
tardoz e tubos barbacãs para alívio de poropressões na estrutura de contenção.
Estes muros são em geral economicamente viáveis apenas quando a altura não é
superior a cerca de 4 metros. O muro de concreto ciclópico é uma estrutura construída
mediante o preenchimento de uma fôrma com concreto e blocos de rocha de dimensões
variadas. Devido à impermeabilidade deste muro, é imprescindível a execução de um
sistema adequado de drenagem.
49
Aula 5 – Tipos de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas preenchidas com pedras
arrumadas manualmente e construídas com fios de aço galvanizado em malha hexagonal
com dupla torção. As dimensões usuais dos gabiões são: comprimento de 2 m e seção
transversal quadrada com 1 m de aresta. No caso de muros de grande altura, gabiões mais
baixos (altura = 0,5 m), que apresentam maior rigidez e resistência, devem ser posicionados
nas camadas inferiores, onde as tensões de compressão são mais significativas. Para muros
muito longos, gabiões com comprimento de até 4 m podem ser utilizados para agilizar a
construção. A Figura apresenta ilustrações de gabiões.
50
Aula 5 – Tipos de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
Os muros são constituídos por camadas formadas por sacos de poliéster ou similares,
preenchidos por uma mistura cimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15 (em volume).
51
Aula 5 – Tipos de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Esta técnica tem se mostrado promissora devido ao baixo custo e pelo fato de não
requerer mão de obra ou equipamentos especializados. Um muro de arrimo de solo-
cimento com altura entre 2 e 5 metros tem custo da ordem de 60% do custo de um muro de
igual altura executado em concreto armado. Como vantagens adicionais, pode-se citar a
facilidade de execução do muro com forma curva (adaptada à topografia local) e a
adequabilidade do uso de solos residuais.
52
Aula 5 – Tipos de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
aos obtidos aos sete dias. Como conclusão recomenda-se um teor de cimento (C/S) da
ordem de 7 a 8% em peso para a estabilização dos solos em obras de contenção de
encostas.
53
Aula 5 – Tipos de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
A face externa do muro de pneus deve ser revestida, para evitar não só o carreamento
ou erosão do solo de enchimento dos pneus, como também o vandalismo ou a possibilidade
de incêndios. O revestimento da face do muro deverá ser suficientemente resistente e
flexível, ter boa aparência e ser de fácil construção. As principais opções de revestimento
do muro são alvenaria em blocos de concreto, concreto projetado sobre tela metálica,
placas pré-moldadas ou vegetação.
Muros de Flexão são estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de “L”
que resistem aos empuxos por flexão, utilizando parte do peso próprio do maciço, que se
apoia sobre a base do “L”, para manter-se em equilíbrio.
54
Aula 5 – Tipos de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
55
Aula 5 – Tipos de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Muros de flexão podem também ser ancorados na base com tirantes ou chumbadores
(rocha) para melhorar sua condição de estabilidade. Esta solução de projeto pode ser
aplicada quando na fundação do muro ocorre material competente (rocha sã ou alterada) e
quando há limitação de espaço disponível para que a base do muro apresente as dimensões
necessárias para a estabilidade.
Baseado e adaptado de
Denise M. S. Gerscovich.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
56
Aula 6 – Drenagem
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
Aula 6: Drenagem
Grande parte dos acidentes envolvendo muros de arrimo está relacionada ao acúmulo de
água no maciço. A existência de uma linha freática no maciço é altamente desfavorável,
aumentando substancialmente o empuxo total. O acúmulo de água, por deficiência de
drenagem, pode duplicar o empuxo atuante. O efeito da água pode ser direto, resultante do
acúmulo de água junto ao tardoz interno do muro, ou indireto, produzindo uma redução da
resistência ao cisalhamento do maciço em decorrência do acréscimo das pressões intersticiais.
1. Influência da Água
τ = c’ + σ’ tan ф’ → τ = c’ + (σ – u) tan ф’
Onde:
Todo cuidado deve ser dispensado ao projeto do sistema de drenagem para dar vazão
a precipitações excepcionais e para que a escolha do material drenante seja feita de modo a
impedir qualquer possibilidade de colmatação ou entupimento futuro.
2. Sistemas de Drenagem
57
Aula 6 – Drenagem
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
58
Aula 6 – Drenagem
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
59
Aula 6 – Drenagem
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
60
Aula 6 – Drenagem
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
61
Aula 6 – Drenagem
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Baseado e adaptado de
Denise M. S. Gerscovich.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
62
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
Na verificação de um muro de arrimo, seja qual for a sua seção, devem ser
investigadas as seguintes condições de estabilidade: tombamento, deslizamento da base,
capacidade de carga da fundação e ruptura global, como indica a Figura.
63
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
64
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
65
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
tan ∅p ′ cp ′
∅′d = arctan ( ) e cd′ = ( )
FS∅ FSc
Onde:
Os valores de FSф e FSc devem ser adotados na faixa entre 1,0 e 1,5, dependendo da
importância da obra e da confiança na estimativa dos valores dos parâmetros de resistência
фp’ e cp’.
66
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
No contato do solo com a base do muro, deve-se sempre considerar a redução dos
parâmetros de resistência. O solo em contato com o muro é sempre amolgado e a camada
superficial é usualmente alterada e compactada, antes da colocação da base. Assim sendo,
deve-se considerar:
Para que o muro não tombe em torno da extremidade externa (ponto A da figura
abaixo), o momento resistente deve ser maior do que o momento solicitante. O momento
resistente (Mres) corresponde ao momento gerado pelo peso do muro. O momento
solicitante (Msolic) é definido como o momento do empuxo total atuante em relação ao
ponto A.
Mres
FStomb = ≥ 1,5
Msolic
W . x1 + Eav . x2
FStomb = ≥ 1,5
Eah . y1
67
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
∑Fres
FSdesliz = ≥ 1,5
∑Fsolic
Onde:
Ep + S
FSdesliz = ≥ 1,5
Ea
Onde:
Ep = empuxo passivo;
Ea = empuxo ativo;
S = esforço cisalhante na base do muro.
68
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
O empuxo passivo, quando considerado, deve ser reduzido por um Fator de segurança
entre 2 e 3, uma vez que sua mobilização requer a existência de deslocamentos
significativos. Alternativamente, esta componente pode ser simplesmente desprezada.
69
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
70
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
Onde:
71
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
V = ∑ Fv → e’ = ∑ M/∑ Fv → e = (b/2) – e’
qmax qmax
σmax = ~
FS 2,5
qmax = c’ . Nc . + qs . Nq + 0,5 . γf . B’ . Nγ
Onde:
72
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
e′ 2.V
σ1 . 3 . = V → σ1 =
2 3 . e′
Caso qualquer uma das condições não seja obedecida, as tensões na base deverão ser
recalculadas com a nova dimensão da base do muro.
73
Aula 7 – Estabilidade de Arrimos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Para o cálculo do fator de segurança pode ser utilizado qualquer método de cálculo de
equilíbrio limite, normalmente empregado para avaliação da estabilidade de taludes.
Baseado e adaptado de
Denise M. S. Gerscovich.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
74
Aula 8 – Métodos Construtivos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
1. Técnicas de Construção
Este tipo de muro (Figura) se aplica em situações onde é possível se escavar uma base
compatível com a altura do muro; isto é, da ordem de 50% a 60% de sua altura.
75
Aula 8 – Métodos Construtivos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
1.1. Materiais
1.2. Dimensionamento
76
Aula 8 – Métodos Construtivos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
1.3. Execução
77
Aula 8 – Métodos Construtivos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
78
Aula 8 – Métodos Construtivos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
79
Aula 8 – Métodos Construtivos
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
80
Aula 8 – Métodos Construtivos
UNIDADE 2 – CONTENÇÕES
Baseado e adaptado de
Denise M. S. Gerscovich.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
81
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Unidade 3 – Pavimentação
Assim como a necessidade de deslocamento periódico entre dois pontos gerou a construção
dos caminhos e das estradas, a necessidade de que esses caminhos, ou essas estradas,
permitissem o tráfego em qualquer época do ano gerou os revestimentos do leito, evoluindo
até o que hoje se conhece como pavimento.
1. Pavimentos
A estrutura que se constrói sobre o leito de terra pode variar, quer no que e refere à
espessura quer no que se refere aos materiais utilizados, em consonância não só com as
solicitações, como também com a própria função que a estrada está exercendo, ou deverá
exercer. São características principais dos pavimentos de baixo custo:
82
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
14.00m
3.50m 7.00m 3.50m
0.80m 3.50m 3.50m
83
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
84
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
Vê-se, assim, que não há restrições quanto utilização de uma base rígida superposta
por revestimento flexível, e vice-versa, tornando difícil estabelecer um critério único de
classificação. Assim, a TB-7 e a maioria dos que se preocupam com classificação de
pavimentos preferem dar terminologia às bases e, independentemente, aos revestimentos.
85
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
4. Materiais
Nos pavimentos betuminosos, a análise dos agregados e dos asfaltos será sempre
considerada, pois serão utilizados necessariamente na construção da capa de rolamento,
podendo ainda ser utilizados nas outras camadas.
A cal pode ter sua utilização intensificada, pois não só permite a estabilização dos solos
para sub-base e base de pavimentos, como também tem aplicação como agente de
melhoria das características de um solo, possibilitando sua estabilização por meio de um
outro aglutinante.
4.1. O Solo
86
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
Não é uma tarefa fácil definir solo, pois cada uma das atividades científicas que
necessitam de seu estudo o fazem de um ponto de vista especifico, variando de uma para
outra o conceito do que a palavra “solo” representa. Uma definição que, de certa forma,
atenderia a todas as aplicações seria:
A fase sólida pode ser considerada, como já vimos, a que é constituída por um
conjunto de partículas provenientes da erosão mecânica e química das rochas, de forma e
87
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
dimensões variadas. Essas partículas podem estar soltas ou agrupadas, mantendo-se unidas
pela ação de coloides minerais ou orgânicos, que atuam como cimento.
A fase líquida não pode ser encarada de uma forma independente, porque a água se
apresenta nos solos sob diversos aspectos, com propriedades que podem variar totalmente
da água livre. Podemos distinguir:
88
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
As águas Higroscópicas, capilar e livre são as que podem ser evaporadas pelo calor à
temperatura superior a 100 oC.
Consiste nos vazios deixados pelas fases sólida e liquida, e é constituída por ar, vapor
d’água e carbono combinado. Dessa forma, a proporção da fase gasosa depende da fase
liquida.
A fase gasosa é muito importante nos estudos de compactação de solos e nos estudos
de consolidação dos aterros, quando há necessidade de calcular as tensões neutras
desenvolvidas, em função da redução de volume da fase gasosa.
4.2. Granulometria
89
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
90
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
4.3. Asfalto
Existe ainda certa indefinição no que diz respeito às diferenças entre betume e asfalto.
É hábito admitir que betume é palavra mais genérica, englobando asfaltos e alcatrões. No
entanto, o vocábulo betume vem do sânscrito “jatu-crit”, que os romanos chamavam de
“guitu-men” ou “pix-tumen”, e significa criador de “pixe” e o vocábulo asfalto vem do grego
“ασφαλτοε”, que quer dizer “firme”, “estável”.
Dessa origem etimológica vê-se que, enquanto betume significava um corpo cujas
características se enquadravam nas do pixe, o asfalto qualificado como uma espécie de
cimento estável, que servia para aglutinar pedras e outros materiais.
Entre nós, os materiais betuminosos passam atualmente por uma revisão no que diz
respeito à terminologia. Essa revisão tornava-se necessária, uma vez que as classificações
anteriores apresentavam uma grande diversidade de subprodutos, muitos dos quais
existiam apenas teoricamente, pois sua utilização em serviços de impermeabilização e
pavimentação era totalmente nula. No entanto, o longo tempo em que foi utilizada a
classificação em revisão tornou tradicionais alguns nomes, razão porque, neste capítulo,
serão feitas constantes referências à classificação antiga, e à apresentação das tabelas
relativas à classificação atual.
Os asfaltos constituem, como foi visto, um dos tipos dos materiais betuminosos.
91
Aula 9 – Introdução à Pavimentação
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
As principais qualidades que fizeram com que os pavimentos cada vez mais fossem
construídos com materiais betuminosos são:
92
Aula 10 – Projetos de Pavimentação
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
O objetivo dos estudos de tráfego é obter, através de métodos sistemáticos de coleta, dados
relativos aos cinco elementos fundamentais do tráfego (motorista, pedestre, veículo, via e
meio ambiente) e seu inter-relacionamento”. Com base nos dados obtidos nas etapas que
compreendem o estudo de tráfego, torna-se possível determinar o número de veículos que
circulam em uma via em certo espaço de tempo, bem como prever o aumento deste fluxo para
que o projeto atenda às necessidades futuras da via.
1. Carregamentos
93
Aula 10 – Projetos de Pavimentação
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
94
Aula 10 – Projetos de Pavimentação
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
Fazendo a análise do gráfico, pode ser observado que com uma sobrecarga de 10%
atuando em uma estrutura projetada para uma vida útil de 10 anos, pode ter sua
durabilidade reduzida para apenas 5 anos e se este acréscimo for de 20%, a vida útil passa a
ser reduzida em até 70% da prevista inicialmente em projeto, ou seja, passa de 10 anos para
apenas 3 anos.
2. Estudo de Tráfego
N = 365 . P . Vm . FC . FE . FR
Onde:
95
Aula 10 – Projetos de Pavimentação
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
eixos equivalentes, devendo-se calcular o número de eixos dos inúmeros tipos de veículos
que irão trafegar na via. O fator de eixos é definido pela equação abaixo:
P2 P3 Pn
FE = ( ) .2+ ( ) .3+ ⋯+ ( ) .n
100 100 100
Onde:
FE = fator de eixos;
P2 = porcentagem de veículos de 2 eixos;
P3 = porcentagem de veículos de 3 eixos;
Pn = porcentagem de veículos de n eixos.
Observação: No caso de ausência de dados, é indicado adotar-se FE=2,07.
O fator de carga (FC) é o coeficiente que multiplicado pelo número de eixos ao qual o
pavimento estará solicitado, fornece o número equivalente de operações de eixo padrão. É
o efeito da passagem de um veículo qualquer, com o efeito provocado pela passagem de
um veículo tido como padrão, considerando ESRD de 8,2tf.
• Carros de passeio;
• Ônibus;
• Caminhões leves;
• Caminhões médios;
• Caminhões pesados;
• Reboques e semi-reboques.
96
Aula 10 – Projetos de Pavimentação
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
O Projeto Executivo, como o próprio nome já diz, deve ser apresentado o conjunto de
elementos necessários para a execução da obra, como os métodos construtivos, as formas
de organização e gestão da obra, os planos de licitação, o orçamento do custo global, as
notas de serviços para a implantação e ainda as instruções quanto a processos
desapropriatórios. Nele devem estar contidos o projeto geométrico, o projeto de
pavimentação, o projeto de sinalização e o projeto de drenagem.
• Estudos do subleito;
• Estudos de ocorrência de materiais para pavimentação.
97
Aula 10 – Projetos de Pavimentação
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Note o aluno que esta relação está intimamente ligada aos estudos realizados na
disciplina de Mecânica dos Solos.
Para reconhecimento das camadas de solo, a coleta de amostras deve ser realizada no
eixo e nos bordos da pista, mantendo uma distância, de preferência, de 3,50 m do eixo. O
espaçamento entre os furos deve ser de 100 m a 200 m, tanto em seções de corte como de
aterro. Nos trechos onde haja a alteração de seção de corte para seção de aterro, também
devem ser realizados furos de sondagem. A profundidade dos furos de sondagem pode
variar de 0,60 m a 1,00 m abaixo do greide de terraplenagem, sendo que em trechos de pé
de taludes em cortes, para verificação do nível do lençol freático, a profundidade do furo
deve ser de até 1,50 m.
Em cada furo de sondagem deve ser anotada a profundidade inicial e final de cada
horizonte, a presença e a cota do lençol freático, material com excesso de umidade,
ocorrências de mica e matéria orgânica, além de anotar a posição do furo em relação ao
estaqueamento do trecho e em relação à plataforma da pista e assinalar o tipo de seção no
ponto da coleta.
98
Aula 10 – Projetos de Pavimentação
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
• Prospecção preliminar;
• Prospecção definitiva.
99
Aula 10 – Projetos de Pavimentação
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
S . t 0,90
CBR p = CBR m = ( )
√n − 1
100
Aula 10 – Projetos de Pavimentação
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
Onde:
Baseado e adaptado de
FRANCINI GIASSI D’AGOSTIN.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
101
Aula 11 – Dimensionamento
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
102
Aula 11 – Dimensionamento
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
Os métodos mecanísticos são aqueles que utilizam uma teoria para prever as tensões e
deformações provenientes do tráfego e do clima na estrutura do pavimento. São baseados
na teoria da elasticidade, onde são utilizados programas computacionais para prever o
funcionamento da estrutura quando solicitada, permitindo assim a alteração dos materiais
ou das espessuras das camadas de modo que o conjunto seja solicitado de forma
equilibrada, sem sobrecarregar nenhuma das camadas, evitando assim ruptura precoce do
pavimento. Teoricamente são embasados nos seguintes métodos:
O método foi desenvolvido pelo engenheiro Murilo de Souza Lopes, e tem como base
as características de suporte do subleito, o número de repetições de um eixo de carga
padrão de 8,2 t e a vida útil esperada para a estrutura.
A capacidade de suporte é determinada pelo ensaio de ISC (ou CBR), desenvolvido com
corpos-de-prova moldados em laboratório, para as condições de massa específica aparente
e umidade de campo.
103
Aula 11 – Dimensionamento
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
O método do DNER dimensiona a estrutura do pavimento para que a mesma não sofra
ruptura por cisalhamento ou pelo acúmulo de deformações permanentes. O subleito e as
demais camadas do pavimento devem ser devidamente compactados e de acordo com as
“especificações gerais” o grau de compactação em nenhuma das camadas deve ser inferior
a 100%.
Os materiais utilizados como base granular devem estar enquadrados numa das faixas
de acordo com a tabela:
104
Aula 11 – Dimensionamento
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
No caso de repetições de eixo padrão N > 5 x 106 podem ser usados materiais
enquadrados nas faixas A, B ou C, de acordo com a Tabela que virá nas próximas páginas,
nominada “Espessura Mínima do Revestimento Betuminoso”, na página 106.
105
Aula 11 – Dimensionamento
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
• Reforço: KRef;
• Sub-base: KSB;
• Base: KB;
• Revestimento: KR.
As espessuras de base (B), sub-base (h20) e reforço de subleito (hn), são obtidas através
da solução sucessiva das seguintes inequações:
Onde:
106
Aula 11 – Dimensionamento
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
• Caso o CBR da sub-base seja superior a 20%, deve-se utilizar o valor máximo
de 20%;
• A espessura total mínima para as camadas granulares é de 15 cm;
• Se o CBR da sub-base for maior ou igual a 40% e o N ≤ 106, substitui-se na
inequação, (R . KR) + (B . KB) ≥ H20, H20 por 0,8 . H20;
• Para N > 107, recomenda-se substituir na inequação (R . KR) + (B . KB) ≥ H20, H20
por 1,2 . H20.
• Supõe-se que exista uma drenagem superficial adequada e que garanta que o
lençol freático fique rebaixado a pelo menos 1,5 m em relação ao greide de
terraplenagem;
• No caso da existência de materiais de subleito cujo CBR seja < 2%, é sempre
recomendável que seja feita a substituição deste material a uma espessura de
pelo menos 1m por um material cujo CBR seja < 2% (Recomenda-se CBR ≥
10%);
• As espessuras máximas e mínimas para compactação das camadas granulares
são 20 cm e 10 cm, respectivamente.
107
Aula 11 – Dimensionamento
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
108
Aula 11 – Dimensionamento
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
109
Aula 11 – Dimensionamento
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
P1
S = 100 − . 100
P2
Onde:
110
Aula 11 – Dimensionamento
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
• Solos Tipo I: I1 = 0 e I2 = 0;
• Solos Tipo II: I1 = 1 e I2 = 0;
• Solos Tipo III: I1 = 0 e I2 = 1.
807,961
HCB = 5,737 + + 0,972 . I1 + 4,101 . I2
Dp
Onde:
A partir dos estudos de PREUSSLER, PINTO & MEDINA, foi possível determinar uma
equação que determina o número acumulado de repetições N da deflexão D, que leva a
ruptura por fadiga do revestimento betuminoso. A equação é a apresentada a baixo:
Desse modo, a deflexão Dp deve ser menor ou igual à deflexão admissível Dadm.
111
Aula 11 – Dimensionamento
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
Onde:
Ht1 − Ht2
HR =
0,70
Onde:
112
Aula 11 – Dimensionamento
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
HR ≥ 30 cm;
Ht1 = espessura equivalente correspondente ao CBR do subleito;
Ht2 = espessura equivalente correspondente ao CBR da sub-base ou reforço de
subleito.
𝐻𝐶𝐵 + 𝐻𝐶𝐴
𝐻𝑃𝑀 =
𝜇 1/3
𝑀𝑃𝑀
𝜇=
𝑀𝐶𝐴
Onde:
Baseado e adaptado de
FRANCINI GIASSI D’AGOSTIN.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.
113
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
1. Usinas Asfálticas
114
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
Existem dois tipos básicos de usina de asfalto que são: a usina de produção por
batelada ou gravimétrica, que produz quantidades unitárias de misturas asfálticas, e a usina
de produção contínua ou drum-mixer, cuja produção é contínua, como a própria designação
classifica. Os dois tipos de usinas têm condições de produzir as misturas asfálticas em uso
corrente no país. Normalmente, as misturas asfálticas, mesmo com características
particulares, não exigem sua produção em um tipo específico de usina, a menos das
misturas recicladas, que precisam de uma certa adaptação.
115
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
O ligante asfáltico deve ser mantido fluido o suficiente para que possa se movimentar
através dos dutos e ser utilizado na operação de usinagem. Para isso, os tanques devem
possuir sistema de aquecimento através de circulação de óleo térmico ou elétrico. Nunca
deve ser utilizado aquecimento através de chama em contato com o tanque ou seu
conteúdo. Faz-se necessário uma atenção especial quanto às temperaturas de estocagem e
usinagem de ligantes asfálticos, pois quando superaquecidos esses materiais podem sofrer
degradação térmica que por sua vez pode levar à perda das suas características
116
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
O sistema de silos frios é um dos principais componentes de uma usina asfáltica. Ele
recebe agregados frios, proporciona as diferentes frações granulométricas e conduz para
secador. São compostos por uma série de pelo menos quatro silos, que são carregados
individualmente com frações de agregados provenientes da zona de estocagem. Cuidados
devem ser tomados a fim de evitar a mistura de frações granulométricas dos diferentes
silos. Isto inclui o adequado dimensionamento da largura desses silos, a instalação de
divisores verticais nos limites entre silos e o não sobrecarregamento dos mesmos.
117
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
118
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
O ar que flui através do secador carrega com ele gases de exaustão e pequena
quantidade de partículas de pó do agregado. Essas partículas devem ser recolhidas antes
que sejam descarregadas na atmosfera, por meio de um sistema de controle de emissões.
Esse sistema é composto, na maioria das usinas de asfalto, por coletores de pó, primários e
secundários. Eles são instalados no final do secador e filtram o ar que entra no queimador e
o que sai no sistema de exaustão.
O coletor primário tem como função recolher as partículas maiores de pó contidas nos
gases de exaustão. Os coletores primários mais usuais são a caixa de queda e o tipo ciclone.
O coletor secundário filtra e recolhe as partículas de pó mais finas. Os coletores secundários
mais usuais são o filtro de mangas e o de coleta úmida. O pó recuperado neste último não
pode ser reincorporado à mistura asfáltica em produção.
O processo de mistura do ligante asfáltico com o agregado varia de acordo com o tipo
de usina de asfalto utilizado.
119
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
120
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
calor produzido pelo queimador. Movimenta-se então para a zona secundária onde o
ligante asfáltico é introduzido e vigorosamente misturado. Durante esse processo o controle
efetivo da temperatura dos componentes da mistura asfáltica é fundamental para o seu
desempenho futuro.
Esses tambores secadores das Figuras admitem a introdução de material fresado para
a sua reciclagem, devidamente afastado da chama para evitar danos.
121
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
As misturas dos agregados com emulsões asfálticas são realizadas em usinas que
podem ser estacionárias ou móveis, com capacidade de produção de 30 tf/h a 600 tf/h.
Essas usinas são mais simples por não terem necessidade de aquecimento nem do
agregado, nem do ligante.
As usinas do tipo móvel são montadas sobre um chassi único e devido à sua
funcionalidade podem ser colocadas em operação em poucas horas. Um exemplo de uma
usina desse tipo está na Figura. Há vários fabricantes de usinas de misturas a frio no país.
122
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
123
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
124
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
125
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
condução. A unidade tratora é apoiada sobre um par de esteiras ou sobre pneus. Esta
unidade tem como funções o deslocamento da vibroacabadora e o recebimento, condução
e lançamento uniforme da carga de mistura asfáltica à frente da unidade de nivelamento.
126
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
3. Compactação de Asfaltos
Para que a compactação possa ser executada de maneira eficiente, duas condições
fundamentais devem estar presentes: existência de confinamento ao compactar e
temperatura adequada da mistura asfáltica.
127
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
A compactação obtida por meio dos rolos estáticos é devida ao seu peso próprio. Em
alguns rolos compactadores este peso pode ser aumentado pela utilização de lastros, que
consiste em pesos adicionais inseridos dentro dos tambores. Três são os tipos de rolos
compactadores estáticos: de pneus, em tandem liso e de três rodas liso. Com o rolo de
pneus obtém-se um ajuste adicional pela possibilidade de variação da pressão dos pneus.
Na Figura são mostrados exemplos de rolo de pneus e rolo tandem liso. Há vários
fabricantes e importadores no país.
Os rolos vibratórios são compostos por um ou dois tambores de aço com pesos
giratórios. Estes pesos são os responsáveis pela vibração dos tambores e criam forças
dinâmicas que, somadas ao seu peso próprio, aumentam o esforço de compactação. Na
Figura é mostrado um rolo vibratório.
128
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
Para determinar quantas passagens são necessárias para cobrir a largura da pista uma
vez, deve-se comparar a largura do rolo de compactação a ser utilizado com a largura da
129
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
pista, permitindo-se uma sobreposição mínima de 150 mm, conforme a Figura, até metade
da largura do rolo compactador.
Para obter-se uma compactação eficiente é necessário que a largura da pista seja
coberta pelos rolos compactadores tantas vezes quantas forem necessárias para que o grau
de compactação desejado seja atingido, sem que a temperatura da mistura asfáltica alcance
valores abaixo do mínimo correspondente à faixa de trabalho. Para isto é necessário que os
rolos compactadores trabalhem o mais próximo possível da vibroacabadora. São vários os
fatores que influem na temperatura da mistura e determinam o tempo necessário de
rolagem, conforme a Tabela:
130
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
Atualmente o equipamento mais indicado para esse tipo de serviço é o que está
mostrado na Figura, que aplica o ligante asfáltico e o agregado, em sequência, de forma
homogênea e controlada, obtendo-se uma adequada uniformidade da camada executada.
Para isso é necessário que o equipamento esteja devidamente ajustado para aplicar o
ligante asfáltico e o agregado nas proporções definidas previamente e também calibrado
adequadamente e com capacidade de operação uniforme de todos seus sistemas.
131
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
132
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
ser tal que não se perceba mais o rearranjo significativo das partículas nem o sulcamento ou
outra marcação pelo rolo compressor. Em agregados com baixa resistência à abrasão, faz-se
necessária a limitação da compressão para evitar a quebra das partículas. O tipo de rolo a
ser utilizado bem como a ordem de rolagem são geralmente recomendados na
especificação de serviço do órgão responsável, podendo ser utilizados rolo tandem liso
estático, rolo de pneu e/ou rolo conjugado. Após a compressão da camada, obtida a fixação
ideal do agregado, faz-se uma varredura do material solto.
Pode-se aplicar uma capa selante sobre os tratamentos superficiais, sendo o ligante
dessa capa quase sempre uma emulsão asfáltica, frequentemente diluída com água. Em
seguida à aplicação da emulsão, ela é coberta por agregado miúdo (areia ou pó-de-pedra) e
realizada a compressão. Antes de aplicar o ligante, é aconselhável a passagem de vassoura
de arrasto (sem contrapeso) sobre a última camada de agregado do tratamento, para
melhor penetração da emulsão.
133
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
As lamas asfálticas são misturas de agregado miúdo, fíler (cal hidratada ou cimento
Portland), água, aditivo (em casos específicos) e emulsão asfáltica. São aplicadas por usinas
móveis como a da Figura, que possui depósitos para os constituintes, misturador e mesa ou
caixa distribuidora.
As usinas móveis para produção e aplicação de lama asfáltica geralmente não possuem
depósito para armazenamento de aditivo controlador de ruptura. A mistura produzida com
emulsão de ruptura lenta convencional não apresenta, necessariamente, um tempo
preestabelecido para a ruptura da emulsão e cura da mistura, evaporação de toda a água e
liberação ao tráfego, tempo este que pode ser de 4 a 6 horas.
134
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
caixa distribuidora, dotada de uma rosca sem-fim com a função de levar a mistura de forma
mais rápida aos pontos laterais da caixa.
Deve ser realizada uma regulagem prévia das taxas de cada componente da mistura de
modo a assegurar o perfeito controle da dosagem dos materiais conforme projeto de
laboratório. A mistura ocorre na seguinte sequência:
1º Passo: O agregado cai do silo numa esteira que o leva até a parte de trás da
usina móvel numa velocidade previamente estabelecida;
2º Passo: O fíler é dosado, numa taxa que geralmente varia de 0,5 a 1,5% sobre o
total de agregado, logo antes do agregado cair no misturador (pug-mill), onde é
adicionada a água já misturada com o aditivo (se necessário). A quantidade de
água ideal é aquela na qual é obtida uma consistência uniforme da mistura de
modo a facilitar a sua distribuição pela caixa. A quantidade de aditivo pode variar
atingindo até 1,0%, dependendo das características da emulsão, agregado,
temperatura de pista e condições climáticas;
3º Passo: Logo em seguida, após a total mistura dos componentes anteriores, é
adicionada a emulsão convencional (no caso da lama asfáltica) ou modificada por
polímeros (no caso do microrrevestimento a frio);
4º Passo: A mistura pronta cai numa caixa de distribuição que tem o objetivo de
realizar, de forma contínua e homogênea, o espalhamento da mistura asfáltica
sobre toda superfície a ser revestida. A largura da caixa de distribuição é
regulável e varia de acordo com a largura da faixa de rolamento, algumas
podendo chegar a até 4,0 m.
Um tempo de mistura adequado deve ser aquele que permita que a mistura asfáltica
seja conduzida do meio até os extremos da caixa distribuidora (trave) sem que ela rompa.
A espessura desses tipos de serviços varia entre 4 a 15 mm, sendo que para espessuras
superiores a 8 mm recomenda-se sua aplicação em duas camadas.
135
Aula 12 – Técnicas de Execução
PROCESSOS E TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS
136
Aula 12 – Técnicas de Execução
UNIDADE 3 – PAVIMENTAÇÃO
Há vários anos vêm sendo produzidos e utilizados equipamentos com recursos que
possibilitam o aprimoramento das técnicas envolvidas na execução. São usinas asfálticas
com controles automatizados de fluxo de materiais, de pesagem e de temperaturas,
vibroacabadoras capazes de conferir um lançamento de misturas asfálticas mais regular e
uniforme e pré-adensadas, unidades capazes de executar tratamentos superficiais por
penetração e microrrevestimentos de forma automatizada, equipamentos de compactação
com eficiência aumentada e equipamentos que permitem o controle e o acompanhamento
da evolução do grau de compactação de camadas durante a sua execução, e não apenas
uma verificação posterior através de extração de corpos-de-prova.
137