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ENGENHARIA DE PONTES

AULA 1: INTRODUÇÃO AO
ESTUDO DAS PONTES

Profª MARIANA MEDEIROS XIMENES.


xm.mariana@gmail.com
CONTEÚDO

- DEFINIÇÕES;

- HISTÓRICO;

- CARACTERÍSTICAS PARTICULARES;

- REQUISITOS PRINCIPAIS DE UMA PONTE;

- ELEMENTOS CONSTITUINTES DAS PONTES.


DEFINIÇÕES
Ponte é uma construção destinada a estabelecer a
continuidade de uma via de qualquer natureza.

Nos casos mais comuns, a via é uma rodovia, uma ferrovia,


ou uma passagem para pedestres.

O obstáculo a ser transposto pode ser de natureza diversa, e


em função dessa natureza são associados as seguintes
denominações:
CLASSIFICAÇÃO
Ponte (propriamente dita) – quando o obstáculo é
constituído de curso de água ou outra superfície líquida
como por exemplo um lago ou braço de mar;
Viaduto: quando o obstáculo é um vale ou uma via;
Os viadutos podem receber, em função de suas
particularidades, as seguintes denominações:

Viaduto de acesso - viaduto que serve para dar acesso a


uma ponte;
Viaduto de meia encosta - viaduto empregado em
encostas com o objetivo de minimizar a movimentação do
solo em encostas íngremes, ou como alternativa ao
emprego de muro de arrimo ou similar.
Galerias – também denominadas de bueiros, são
obras completamente ou parcialmente enterradas
que fazem parte do sistema de drenagem,
permanente ou não, das vias ou são obras
destinadas a passagens inferiores, de pedestres,
de gado e mesmo de ferrovias, rodovias e vias
urbanas.
HISTÓRICO
Um histórico das pontes, pode ser visto, de forma
resumida, a partir dos materiais empregados na
sua construção.
- Árvore tombada nas margens de um riacho;

- As erosões eólicas mostraram aos primitivos o


Exemplos arco como forma adequada para vencer
da natureza depressões;

- Os cipós que se entrelaçam de uma árvore a


outra (intuição das estruturas pênseis).

Os romanos foram os primeiros construtores, pois


viram a necessidade de expandir o império e ligar-
se a capital.
Pontes em pedra

- Empregada desde a antiguidade, na construção


de pontes.

- Os romanos e os chineses já construíam


abóbadas em pedra antes de Cristo.
Pontes em pedra

- Pontes em forma de arco semicircular com até


30 metros de vão.

- Na idade média as abóbadas ficaram mais


abatidas, chegando a atingir vãos da ordem de
50 metros.
Constitui-se em uma ponte romana, erguida entre fins do século I e o
início do II.

Com aproximadamente uma centena e meia de metros de comprimento e


uma dúzia de arcos visíveis, as obras efetuadas na década de 1930
cobriram alguns dos arcos e outros ainda soterrados na construção dos
casarios ali implantados e sobranceiros ao rio.
Pontes de madeira

- Empregada desde a antiguidade, na construção


de pontes.

- Inicialmente, com arranjos bem simples.

- Destaca-se que com este material chegou-se a


construir pontes com vãos consideráveis, como
o de uma ponte construída em 1758, sobre o
rio Reno, com 118 metros de vão.
Pontes metálicas

- As primeiras pontes metálicas tenham surgido


no fim do século
XVIII, em ferro fundido.

- A partir da metade do século XIX é que


floresceu o emprego do aço na construção das
pontes.

- Cabe destacar que já a partir de 1850


construíam-se pontes em treliça com 124
metros de vão.
A primeira dessas pontes, datada de 1779, situa-se em Coalbrookdale,
sobre o Rio Severn, na Inglaterra, e possui arcos de ferro fundido
vencendo um vão central de 30 m.
Pontes de concreto armado

- Começaram a surgir no início do século 20.

- Eram pontes de concreto simples em arco


triarticulado, com o material substituindo a
pedra.

- Embora já se empregasse o concreto armado


na execução do tabuleiro das pontes de
concreto simples, foi a partir de 1912 que
começaram a ser construídas as pontes de viga
e de pórtico em concreto armado, com vãos de
até 30 metros.
A Ponte Irmãos Rebouças, mais conhecida por Ponte do Mirante, foi
criada na intenção de ligar uma linha férrea de Piracicaba a Limeira. Ela
foi inaugurada em 15 de maio de 1875, sendo a primeira ponte de
concreto armado do país.
Pontes de concreto protendido

Embora as primeiras pontes em concreto


protendido tenham sido feitas a partir de 1938, foi
após a Segunda Guerra Mundial que o concreto
protendido começou a ser empregado com grande
frequência, por causa da necessidade de se
reconstruir rapidamente um grande número de
pontes destruídas durante a guerra.
CARACTERÍSTICAS PARTICULARES
O que difere as pontes das outras estruturas no
campo da Engenharia estrutural?

1. Carregamento:

Edifícios residenciais: cargas permanentes (80%)


cargas acidentais (20%)

Pontes: cargas permanentes ≤ cargas acidentais


2. Grau de hiperestaticidade:
Edifícios residenciais: grande hiperestaticidade

Pontes: pequena hiperestaticidade.

3. Processo construtivo
Edifícios residenciais: convencional

Pontes: específicos para construção de pontes.


4. Análise estrutural:

- Existem simplificações e recomendações em


função da composição estrutural, como por
exemplo, o cálculo da estrutura em grelha
considerando elementos indeformáveis numa
direção.
REQUISITOS PRINCIPAIS DE UMA PONTE

1. Funcionalidade:
- Deverá a ponte satisfazer de forma perfeita as
exigências de tráfego, vazão, entre outros.

2. Segurança:
- A ponte deverá suportar as tensões provocadas
pelos esforços solicitantes, sem que haja
ruptura.
3. Estética:
- A ponte deve apresentar aspecto agradável e se
harmonizar com o ambiente em que se situa.

4. Durabilidade:
- Deve atender às exigências de uso durante um
certo período previsto.

5. Economia:

- Deve-se fazer sempre um estudo comparativo


de várias soluções, escolhendo a mais
econômica, desde que atendidos os requisitos já
citados.
ELEMENTOS CONSTITUINTES DAS PONTES

As pontes, em sua maioria, sob o ponto de vista


funcional, podem ser divididas em três partes
principais: infraestrutura, mesoestrutura e
superestrutura.
Superestrutura - é a parte da ponte destinada a
vencer o vão necessário a ser transposto e recebe
diretamente as cargas provenientes do tráfego
dos veículos, transmitindo-as à mesoestrutura,
sendo composta de:

• Vigamento longitudinal (vigas principais ou


longarinas),
• vigamento transversal (transversinas) e
• lajes superior.
A superestrutura pode ser subdividida em duas
partes:

- Estrutura principal: tem a função de vencer o


vão livre;

- Estrutura secundária: recebe a ação direta das


cargas e a transmite para a estrutura principal.
Mesoestrutura – é o elemento que recebe os
esforços da superestrutura e os transmite à
infraestrutura. É constituída por:
- Pilares: elemento de suporte, normalmente
situado na região intermediária, e que não tem a
finalidade de arrimar o solo.

- Encontros: são elementos de características


extremamente variáveis, cuja função principal é
receber o empuxo dos aterros de acesso e evitar
sua transmissão aos demais elementos da ponte.
Apesar de imprescindíveis em algumas pontes,
podem ser dispensados em viadutos e em pontes
cujos aterros de acesso não apresentam perigo
de erosão pelo curso d’água. Nesses casos, o
estrado apresenta extremos em balanço e,
geralmente, os pilares extremos ficam sujeitos a
empuxo dos aterros de acesso.
Infraestrutura (ou fundação) – é a parte da ponte
por meio do qual são transmitidos ao terreno de
implantação da obra, rocha ou solo, os esforços
recebidos da mesoestrutura.
Determinados tipos de pontes não apresentam
separação nítida entre os elementos, o que
torna a aplicação da nomenclatura, para
ambas as subdivisões apresentadas, não
muito clara.
Aparelho de apoio – é um elemento de ligação
entre uma estrutura e seu suporte, destinado a
transmitir as reações, sem impedir as rotações.
- APOIO MÓVEL: permite tanto a rotação como a
translação, gerando apenas reação na vertical.
- APOIO FIXO: permite apenas os movimentos de
rotação, gerando reação vertical e horizontal no
vínculo.
Aparelho de apoio elastomérico – mais
conhecidos como neoprene, são os mais
empregados.
Principais características:

Baixo valor de módulo de


deformação transversal;

Baixo valor de módulo de


deformação longitudinal;

Grande resistência à intempéries.


FIM!!!

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