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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

CAMPUS ALTO PARAOPEBA

FABRÍCIO COTTA TORRES

ANÁLISE ESTRUTURAL E DIMENSIONAMENTO DE UM


SUPORTE DE LINHAS DE TRANSMISSÃO
AUTOPORTANTES

Ouro Branco - MG

Março de 2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
CAMPUS ALTO PARAOPEBA

FABRÍCIO COTTA TORRES

ANÁLISE ESTRUTURAL E DIMENSIONAMENTO DE UM


SUPORTE DE LINHAS DE TRANSMISSÃO AUTOPORTANTES

Projeto Final de Curso


apresentado à Coordenação do
Curso de Graduação em
Engenharia Civil, da Universidade
Federal de São João del-Rei,
Campus Alto Paraopeba, como
requisito parcial para a obtenção
do grau de Bacharel em
Engenharia Civil

Orientador: Hisashi Inoue

Ouro Branco - MG

Março de 2021

ii
FABRÍCIO COTTA TORRES

ANÁLISE ESTRUTURAL E DIMENSIONAMENTO DE


UM SUPORTE DE LINHAS DE TRANSMISSÃO
AUTOPORTANTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de


Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Federal de São João del -
Rei, Campus Alto Paraopeba, como requisito parcial para a obtenção do
grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em 26/03/2021

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof. Hisashi Inoue – UFSJ


(Orientador)

Prof. Alexandre da Silva Galvão – UFSJ


(Avaliador Interno)

Profª. Carmem Miranda Lage – UFSJ


(Avaliador Interno)

iii
Resumo

O trabalho se baseia na análise estrutural e dimensionamento de um suporte de uma linha de


transmissão de energia (LT) autoportante, sendo uma estrutura de suspensão de circuito
simples, com tensão de 230 kV, 24 metros de altura e vão entre as torres de 500 m. A torre
será em sistema estrutural treliçado, formada por perfis de cantoneiras simples de abas iguais
em aço ASTM A36. O dimensionamento seguirá as recomendações da NBR 5422:1985 e a
NBR 8800:2008. Já a modelagem da estrutura utilizando o programa SAP 2000 versão 15.01.
Será adotada três hipóteses que podem ocasionar o colapso da estrutura, sendo elas a ruptura
do cabo condutor, com aplicação do vento em velocidade reduzida; a ruptura do cabo para-
raios, com aplicação do vento em velocidade reduzida e os cabos intactos, porém, com vento
em velocidade máxima.

Palavras-chaves: linha de transmissão de energia; análise estrutural; dimensionamento;


estrutura treliçada; ruptura do cabo; vento.

iv
Sumário
Resumo ...................................................................................................................................... iv
Sumário ....................................................................................................................................... v
Lista de Figuras ........................................................................................................................ vii
Lista de Tabelas .......................................................................................................................viii
1. Introdução ............................................................................................................................... 1
2. Revisão Bibliográfica ............................................................................................................. 1
2.1 Elementos de uma linha de transmissão de energia .......................................................... 2
2.2 Panorama nacional da transmissão de energia .................................................................. 5
2.3 Ações em torres de linha de transmissão de energia ........................................................ 8
2.4 Técnicas usuais de dimensionamento de torres de linha de transmissão de energia ........ 9
3. Materiais e Métodos ............................................................................................................. 10
3.1 Classificações das ações ................................................................................................. 13
3.2 Levantamentos das ações ................................................................................................ 13
3.2.1 Peso Próprio da estrutura.......................................................................................... 13
3.2.2 Peso Próprio da cadeia de isoladores ....................................................................... 14
3.2.3 Peso Próprio do cabo condutor ................................................................................ 14
3.2.4 Peso Próprio do cabo para-raios ............................................................................... 14
3.2.5 Carga estática equivalente devido à ruptura do cabo condutor ................................ 15
3.2.6 Carga estática equivalente devido à ruptura do cabo para-raios .............................. 15
3.3 Ações do vento segundo a NBR 5422 ............................................................................ 15
3.3.1 Ação do vento nos cabos .......................................................................................... 19
3.3.2 Ação do vento na cadeia de isoladores..................................................................... 20
3.3.3 Ação do vento na estrutura ....................................................................................... 21
3.4 Combinações de ações .................................................................................................... 22
3.4.1 Hipótese 1 – Peso próprio da estrutura..................................................................... 23
3.4.2 Hipótese 2 – Condições normais de operação .......................................................... 23
3.4.3 Hipótese 3 – Ruptura do cabo para-raios ................................................................. 24
3.4.4 Hipótese 4 – Ruptura do cabo condutor ................................................................... 24
3.5 Dimensionamento ........................................................................................................... 24
3.5.1 Barras submetidas à força axial de tração ................................................................ 25
3.5.2 Barras submetidas à força axial de compressão ....................................................... 26
3.5.3 Barras submetidas a momento fletor ........................................................................ 28
v
3.5.4 Barras submetidas à força cortante........................................................................... 29
3.5.5 Barras submetidas a momentos fletores, força axial e a forças cortantes ................ 31
4. Resultados ............................................................................................................................. 32
4.1 Solicitações das barras .................................................................................................... 32
4.2 Verificações das barras ................................................................................................... 33
4.2.1 Barras submetidas à força axial de tração ................................................................ 33
4.2.2 Barras submetidas à força axial de compressão ....................................................... 35
4.2.3 Barras submetidas a momento fletor ........................................................................ 39
4.2.4 Barras submetidas à força cortante........................................................................... 41
4.2.5 Barras submetidas a momentos fletores, força axial e a forças cortantes ................ 44
5. Conclusão ............................................................................................................................. 45
6. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 46

vi
Lista de Figuras
Figura 1 - Principais elementos de uma linha de transmissão de energia .................................. 3
Figura 2 - Mapa do sistema de transmissão horizonte de 2024 .................................................. 6
Figura 3 - Extensão da rede básica de transmissão com horizonte 2019 a 2024 ........................ 7
Figura 4 - Capacidade de produção de cada sistema .................................................................. 8
Figura 5 - Carregamento típico em torres de suspensão ............................................................. 9
Figura 6 - Modelagem da torre no SAP 2000 ........................................................................... 11
Figura 7 - Perfil de elevação do terreno ................................................................................... 16
Figura 8 - Coeficiente de correção do período de integração ................................................... 17
Figura 9 - Mapa de isopletas..................................................................................................... 18
Figura 10 - Fator de efetividade ............................................................................................... 20

vii
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Cargas máximas recomendadas para cabos na condição de trabalho de maior
duração, sem dispositivo de proteção contra vibração. ............................................................ 10
Tabela 2 - Propriedades do Perfil ............................................................................................. 11
Tabela 3 - Propriedades do aço ASTM A36............................................................................. 12
Tabela 4 - Propriedade do cabo condutor IBIS ........................................................................ 12
Tabela 5 - Propriedades do cabo para-raios EHS 3/8” ............................................................. 12
Tabela 6 - Propriedades do isolador ......................................................................................... 13
Tabela 7 - Coeficiente de rugosidades do terreno .................................................................... 17
Tabela 8 - Coeficiente de correção da velocidade do vento em função da altura .................... 18
Tabela 9 - Ação do vento na estrutura ...................................................................................... 21
Tabela 10 - Ações e fatores de ponderação .............................................................................. 22
Tabela 11 - Coeficientes de ponderação das resistências ......................................................... 26
Tabela 12 - Solicitação das barras ............................................................................................ 32
Tabela 13 - Força axial de tração solicitante de cálculo ........................................................... 33
Tabela 14 - Área líquida efetiva ............................................................................................... 34
Tabela 15 - Escoamento da seção bruta.................................................................................... 34
Tabela 16 - Ruptura da seção líquida ....................................................................................... 34
Tabela 17 - Verificação de esbeltez .......................................................................................... 34
Tabela 18 - Força axial de compressão solicitante de cálculo .................................................. 35
Tabela 19 - Fator de redução total à flambagem local ............................................................. 36
Tabela 20 - Força axial de flambagem elástica ........................................................................ 36
Tabela 21 - Força axial de compressão resistente de cálculo ................................................... 37
Tabela 22 - Verificação de esbeltez .......................................................................................... 38
Tabela 23 - Momento fletor solicitante de cálculo ................................................................... 39
Tabela 24 - Momento fletor resistente de cálculo .................................................................... 40
Tabela 25 - Força cortante solicitante de cálculo ..................................................................... 41
Tabela 26 - Força cortante resistente de cálculo por tipo de perfil........................................... 42
Tabela 27 - Força cortante resistente de cálculo por barra ....................................................... 43
Tabela 28 - Atuação simultânea da força axial e momentos fletores ....................................... 44

viii
1. Introdução

A geração de energia elétrica no Brasil e feita por meio de usinas hidrelétricas, termelétricas,
parques eólicos, usinas de biomassa, parques solares e usinas nucleares. No entanto, sua maior
parte é gerada em usinas hidrelétricas.
Observa-se que os locais onde estão instaladas as usinas e parques de produção de energia
estão distantes dos centros de consumo, faz-se necessário à ligação entre estes polos, que é
feita por cabos condutores, que estão suspensos em cadeias isoladoras, e todo conjunto está
preso a uma estrutura conhecida como torre de linha de transmissão de energia (LT). Compõe
ainda a estrutura, cabos de para raio e acessórios. Todos os esforços submetidos à LT devem
ser transferidos para sua fundação, que por sua vez repassa para o solo. As torres geralmente
são feitas em estruturas treliçadas compostas por perfis de aço do tipo cantoneira.
Devido à transmissão dos esforços ao solo a LT pode ser classificada em autoportantes e
estaiadas. As autoportantes são estruturas que transmitem os esforços diretamente para as suas
quatro fundações, que sustenta a estrutura, garantido sua estabilidade. As estaiadas a
estabilidade da estrutura é garantida por meio de cabos ou estais que são presos à torre e
ancorados ao chão com uma tensão pré-determinada.
Com o crescente consumo de energia se faz necessário o investimento na produção e
transmissão da mesma, segundo Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) no dia 06 do
mês de agosto do ano de 2020 foi aprovado o edital para leilão de transmissão, com previsão
de R$ 7,4 bilhões em investimento para construção de 1958 km de novas linhas de
transmissão.
Este trabalho tem como objetivo a análise estrutural e dimensionamento de um suporte de
linha de transmissão seguindo as recomendações da NBR 5422 (ABNT, 1986) e da NBR
8800 (ABNT, 2008).

2. Revisão Bibliográfica

Segundo FUCHS (1977) linhas de transmissão são linhas que operam com as tensões mais
elevadas do sistema, tendo como função principal o transporte de energia entre os centros de
produção e centros de consumo, como também a interligação de centros de produção e mesmo
sistemas independentes. Em geral, são determinadas em subestações abaixadoras regionais,
onde a tensão é reduzida de nível para o início da distribuição a granel pelas linhas de

1
subtransmissão. Em um mesmo sistema pode haver, em geral há, linhas de transmissão em
dois ou mais níveis de tensão.

2.1 Elementos de uma linha de transmissão de energia

Uma linha de transmissão e composta pelos seguintes elementos segundo LABEGALINI et


al. (1992):
 Cabos condutores de energia;
 Cabos de guarda ou para raios;
 Estruturas isolantes;
 Estruturas de suporte;
 Fundações;
 Aterramento;
 Acessórios diversos;

Os cabos condutores de energia empregados em linhas aéreas de transmissão são constituídos


de encordamento de fios metálicos, geralmente compostos por alumínio, ligas de alumínio,
cabos de alumínio com alma de aço (CAA) ou cobre, os quais devem resistir às ações
submetidas.
A função principal dos cabos para raio das linhas de transmissão é a de interceptar as
descargas atmosféricas e evitar que atinjam os cabos condutores, reduzindo assim as
possibilidades de ocorrerem interrupções nos fornecimento de energia pelas linhas. Os tipos
de cabos geralmente utilizados são cordoalha de fios de aço zincada, cabos de alumínio com
alma de aço (CAA) e cabos de aço-alumínio.
Os isoladores têm como função isolar eletricamente os cabos condutores de seu suporte e do
solo, ele é feito de material dielétrico confeccionado geralmente por porcelana vitrificada,
vidro temperado ou material sintético composto. Os isoladores em conjunto com o ar
atmosférico realizam sua função.
A estrutura da linha também designada de suporte tem dupla função: a primeira seria
proporcionar os pontos de fixação dos cabos condutores através de suas estruturas isolantes,
garantindo as distâncias de segurança entre condutores energizados, entre estes a parte do
próprio suporte e entre os condutores e o solo; a segunda seria amarrar, através de suas

2
fundações, as linhas ao terreno, ao qual transmitem as forças resultantes de todas as
solicitações a que são submetidos os elementos que compõem o suporte.
A figura 1 representa os principais elementos que constituem uma linha de transmissão de
energia.
Figura 1 - Principais elementos de uma linha de transmissão de energia

Fonte: LABEGANILI et al. 1992

Para FUCHS (1977) há diversos critérios pelos quais podemos classificar as estruturas das
linhas de transmissão, sendo os mais usados:
a. Quanto à sua função na linha:
 Estruturas de suspensão: dimensionadas para suportar cargas normais verticais
e cargas normais horizontais, transversais devidas às ações do vento sobre os
cabos e as próprias estruturas. No sentido longitudinal resistem à ação da força
do vento.
 Estruturas de ancoragem: que podem ser total ou parcial. A ancoragem total é
dimensionada para resistir a todas as cargas normais e excepcionais,
unilateralmente. A ancoragem parcial é empregada em pontos intermediários
da linha, servindo normalmente como pontos de tensionamento. Resistem, em
geral, aos esforços normais de tração unilateral, nas condições diárias de
operação, alem dos esforços transversais e longitudinais normais, e às cargas
excepcionais.
 Estruturas para ângulos: dimensionas para resistir aos esforços normais,
inclusive das forças horizontais devidas à presença de ângulos.

3
 Estruturas de derivação: em uma linha em que é necessário fazer uma
derivação, sem haver necessidade de interrupção ou seccionamento nesse
ponto, a linha é simplesmente derivada de estruturas apropriadas para esse fim.
 Estruturas de transposição ou rotação de fase: tem por finalidade assegurar a
simetria elétrica de uma linha, é usual o emprego de rotação de fase ou
transposição de fase, feita em estruturas especiais, capazes de permitir essa
rotação.
b. Quanto à sua forma de resistir:
 Estruturas autoportantes: estruturas que transmitem todos os esforços
diretamente para as suas fundações, comportando-se como vigas engastadas
verdadeiras, como elevados momentos fletores junto à linha do solo.
 Estruturas estaiadas: são normalmente estruturas flexíveis ou mistas que são
enrijecidas através de tirantes ou estais. Os tirantes absorvem parte dos
esforços horizontais, transmitindo-os diretamente ao solo através de âncoras.
Outra parte dos esforços é transmitida axialmente pela estrutura.
c. Quanto ao material empregado em sua fabricação:
 Madeira: ao ser empregado em linhas de transmissão deve possuir
características especiais, capazes de satisfazer as exigências de serviço. São
elas, elevada resistência mecânica à flexão, boa resistência às intempéries,
indeformabilidade com o decorrer do tempo e boa resistência ao ataque de
microrganismos que levam a sua destruição.
 Concreto: tem seu grande emprego no Brasil em redes aéreas urbanas e rurais,
posteriormente passaram a ser utilizados em linhas de transmissão. A evolução
no emprego de estruturas de concreto se deve ao progresso na tecnologia de
fabricação em série de peças grandes de concreto; a introdução de aços-
carbono de alto ponto de escoamento permitiu uma redução considerável nas
dimensões das peças; maior durabilidade e ausência de manutenção, melhoria
das vias e meios de transporte, bem como equipamentos de manejo e
montagem; montagem relativamente simples. Sua principal desvantagem está
nas dificuldades de transporte no campo, principalmente em terrenos
acidentados de difícil acesso.
 Estruturas metálicas: construídas normalmente de aços-carbono normais ou de
alta resistência, em perfilados ou tubos, podendo se obtidas as mais variadas

4
forma e dimensões. Dada a versatilidade do aço como material de construção,
podem ser fabricadas em grande séries. Sendo compostas de peças
relativamente pequenas e leves, podem ser transportadas com bastante
facilidade a qualquer ponto, para sua montagem local.

2.2 Panorama nacional da transmissão de energia

Os órgãos responsáveis pela regularização e fiscalização tanto da produção quanto a


transmissão de energia no Brasil, temos:
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), uma autarquia em regime especial vinculada
ao Ministério de Minas e Energia, e teve suas atividades iniciadas em dezembro de 1997,
como suas atribuições:
 Regular a geração (produção), transmissão, distribuição e comercialização de energia
elétrica;
 Fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as
permissões e os serviços de energia elétrica;
 Implementar as políticas e diretrizes do governo federal relativas à exploração da
energia elétrica e ao aproveitamento dos potenciais hidráulicos;
 Estabelecer tarifas;
 Dirimir as divergências, na esfera administrativa, entre os agentes e entre esses
agentes e os consumidores;
 Promover as atividades de outorgas de concessão, permissão e autorização de
empreendimentos e serviços de energia elétrica, por delegação do Governo Federal.
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) foi criado em 26 de agosto de 1998 é o órgão
responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão
de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) e pelo planejamento da operação
dos sistemas isolados do país, sob a fiscalização e regulação da ANEEL.
O ONS desenvolve uma série de estudos e ações exercidas sobre o sistema e seus agentes
proprietários para gerenciar as diferentes fontes de energia e a rede de transmissão, de forma a
garantir a segurança do suprimento contínuo em todo o país, com os objetivos de:
 Promover a otimização da operação do sistema eletroenergético, visando ao menor
custo para o sistema, observado os padrões técnicos e os critérios de confiabilidade
estabelecidos nos Procedimentos de Rede aprovados pela ANEEL;
5
 Garantir que todos os agentes do setor elétrico tenham acesso à rede de transmissão de
forma não discriminatória;
 Contribuir, de acordo com a natureza de suas atividades, para que a expansão do SIN
se faça ao menor custo e vise às melhores condições operacionais futuras.
O SIN é constituído por quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior
parte da região Norte.
A interconexão dos sistemas elétricos, por meio da malha de transmissão, propicia a
transferência de energia entre subsistemas, permite a obtenção de ganhos sinérgicos e explora
a diversidade entre os regimes hidrológicos das bacias. A integração dos recursos de geração e
transmissão permite o atendimento ao mercado com segurança e economicidade.
A figura 2 apresenta o mapa do sistema de transmissão com horizonte de 2024. A figura 3
apresenta a extensão da rede básica de transmissão com horizonte 2019 a 2024.

Figura 2 - Mapa do sistema de transmissão horizonte de 2024

Fonte: SINDAT – Sistema de informações geográficas cadastrais do SIN


6
Figura 3 - Extensão da rede básica de transmissão com horizonte 2019 a 2024

Fonte: 2019 – Sumário PAR/PEL 2020 – 2024

A capacidade instalada de geração do SIN é composta, principalmente, por usinas


hidrelétricas distribuídas em dezesseis bacias hidrográficas nas diferentes regiões do país. Nos
últimos anos, a instalação de usinas eólicas, principalmente nas regiões Nordeste e Sul,
apresentou um forte crescimento, aumentando a importância dessa geração para o
atendimento do mercado. As usinas térmicas, em geral localizadas nas proximidades dos
principais centros de carga, desempenham papel estratégico relevante, pois contribuem para a
segurança do SIN. Essas usinas são despachadas em função das condições hidrológicas
vigentes, permitindo a gestão dos estoques de água armazenada nos reservatórios das usinas
hidrelétricas, para assegurar o atendimento futuro. Os sistemas de transmissão integram as
diferentes fontes de produção de energia e possibilitam o suprimento do mercado consumidor.
A figura 4 apresenta a capacidade de produção de cada sistema com o horizonte de 2020 a
2024.

7
Figura 4 - Capacidade de produção de cada sistema

Fonte: Programa Mensal de Operação julho 2020 do SIN

2.3 Ações em torres de linha de transmissão de energia

Para FUCHS (1977) estruturas de suspensão são dimensionadas para suportar cargas normais
verticais e cargas normais horizontais, transversais devidas às ações do vento sobre os cabos e
as próprias estruturas. Já no sentido longitudinal resistem à ação da força do vento.
KAMINSKI (2007) ressalta que as ações provocadas pela ruptura de um ou mais cabos em e
uma LT requerem uma atenção especial, já que elas podem gerar danos de grandes
proporções. Quando o carregamento não é considerado de forma adequada no projeto, pode
resultar no colapso em sequência de torres de suspensão, conhecido como efeito cascata.
Enquanto o colapso de uma torre devido à ação do vento, sem ruptura de nenhum cabo, pode
ser reparado em um período de tempo relativamente curto, reparar uma seção inteira de uma
LT pode levar semanas, e os custos associados crescem com o período de interrupção da
energia. A figura 5 representa um carregamento típico em torres de suspensão de uma LT.

8
Figura 5 - Carregamento típico em torres de suspensão

Fonte: KAMISNKI (2007)

2.4 Técnicas usuais de dimensionamento de torres de linha de


transmissão de energia

Normalmente adota-se uma analise elástica linear para calcular deslocamentos, esforços e
tensões nas barras, em projetos de torres metálicas treliçadas. A carga de ruptura é definida
quando um carregamento aplicado à torre e supera um determinado estado limite ultimo
(ELU), tanto da barra quanto de uma ligação, que pode estar associado à tração ou flambagem
de barras, ao corte nos parafusos, ao rasgamento ou esmagamento das seções dos perfis. O
que se observa, é que normalmente o ELU é atingido por flambagem das barras.
A resistência das barras e das ligações é verificada aplicando a metodologia dos estados
limite, de acordo com a NBR 8800 (ABNT,2008).
Os carregamentos gerados pela ruptura de cabos e ação do vento têm natureza dinâmica, mas
é usual considera-los como cargas estáticas equivalentes, para simplificar a analise do projeto.
Na hipótese da ruptura de cabos, a recomendação é que a carga seja aplicada diretamente nos
braços da torre de forma isolada, ou seja, sem os cabos, na direção longitudinal à LT.
Segundo KAMINSKI (2007) a força aplicada no braço da torre, corresponde à carga estática
residual após a ruptura do cabo, estabelecida pela força de tração em EDS (Every Day Stress)
do cabo, levando em conta o alívio nesta tração em razão do movimento da cadeia de
isoladores. Para um cabo condutor, é usualmente adotada uma força de tração em EDS em
torno de 20% da UTS (Ultimate Tension Stress).
9
A NBR 5422 (ABNT,1985) recomenda que na condição de maior duração, caso não tenha
sido adotadas medidas de proteção contra efeitos de vibração, limitar o esforço de tração nos
cabos conforme a Tabela 1.

Tabela 1 - Cargas máximas recomendadas para cabos na condição de trabalho de maior


duração, sem dispositivo de proteção contra vibração.

% da carga de
Cabo
ruptura
Aço AR 16
Aço EAR 14
Aço-cobre 14
Aço-alumínio 14
CA 21
CAA 20
CAL 18
CALA 16
CAA-F 16
Fonte: NBR 5422 (ABNT,1985)

3. Materiais e Métodos

Será utilizado o software SAP 2000 versão 15.01, que é um programa de elementos finitos,
com interface 3D que permite a modelagem, analise e dimensionamento desde simples
modelos estáticos em 2D, a modelos mais complexos e grandes dimensões que requerem
analises avançadas não lineares.
Neste trabalho serão analisados os esforços atuantes em uma torre de suspensão, que são
projetadas para suspender os cabos e resistir às ações laterais e longitudinais normais
provocadas pelo vento, à aplicação se dá em apenas um braço, simulando a ruptura de um
único cabo, seja ele condutor ou para-raios, conforme prevê a NBR 5422 (ABNT, 1985).
A torre analisada será uma estrutura de suspensão com circuito simples, altura de 24 metros,
vãos de 500 metros para um trecho de linha de transmissão de 230 kV. A figura 6 ilustra a
torre modelada no SAP 2000.
O dimensionamento da estrutura de linha de transmissão de energia feito pelo SAP 2000 será
verificado de acordo com a NBR 8800 (ABNT, 2008).

10
Figura 6 - Modelagem da torre no SAP 2000

Fonte: SAP 2000

O tipo de perfil adotado na modelagem são cantoneiras simples de abas iguais, que estão
resumidos na Tabela 2 com as respectivas propriedades.

Tabela 2 - Propriedades do Perfil

Perfil b (m) t (m) Ag (m²) Raio de giração I W


L 152x152x25,4 0,152 0,0254 0,0071 0,0455 0,0000147 0,0001403
L 127x127x11,1 0,127 0,0111 0,0027 0,0393 0,00000416 0,00004551
L 127x127x9,5 0,127 0,00953 0,00233 0,0396 0,00000365 0,00003959
L 102x102x7,9 0,102 0,00794 0,00155 0,0314 0,00000153 0,00002073
L 76x76x12,7 0,0762 0,0127 0,00177 0,0227 0,000000916 0,00001741
L 76x76x7,9 0,0762 0,00794 0,00115 0,0233 0,000000624 0,00001147
L 76x76x4,8 0,0762 0,00476 0,000703 0,0237 0,000000395 0,000007104
L 64x64x4,8 0,0635 0,00476 0,000581 0,0196 0,000000223 0,000004837
L 51x51x3,2 0,0508 0,00318 0,000312 0,0159 0,0000000787 0,000002116
Fonte: SAP 2000

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O aço adotado na modelagem foi o ASTM A36, que tem suas propriedades apresentadas na
Tabela 3.

Tabela 3 - Propriedades do aço ASTM A36

Tensão de escoamento 250000 kN/m²


Tensão de ruptura 400000 kN/m²
Módulo de elasticidade 200000000 kN/m²
Módulo de elasticidade transversal 77000000 kN/m²
Coeficiente de poasson 0,3
Coeficiente de dilatação térmica 0,000012 °C-1
Massa específica 76,982 kN/m³
Fonte: SAP 2000

O cabo condutor adotado é de alumínio com alma de aço (CAA) do tipo IBIS, com 26 fios de
alumínio e 7 fios de aço. As propriedades do condutor de tipos IBIS estão representadas na
Tabela 4.

Tabela 4 - Propriedade do cabo condutor IBIS

Diâmetro externo 19,88 mm


Área da seção transversal (alumínio + aço) 234,07 mm²
Carga de ruptura 72431,92 N
Peso linear 7,977 N/m
Fonte: Adaptado do catálogo Nexans

O cabo para-raios utilizado e do tipo extra-alta resistência (EHS) com 7 fios de aço de 3/8 de
polegada. As propriedades do cabo para-raios estão representadas na Tabela 5.

Tabela 5 - Propriedades do cabo para-raios EHS 3/8”

Diâmetro externo 9,52 mm


Área da seção transversal 51,14 mm²
Carga de ruptura 68400 N
Peso linear 3,991 N/m
Fonte: Adaptado catálogo Belgo Bekaert

O isolador adotado foi do tipo de suspensão de vidro padrão normal. As propriedades do


isolador estão representadas na Tabela 6.

12
Tabela 6 - Propriedades do isolador

Diâmetro do isolador 255 mm


Distância de escoamento dos isoladores 32 cm
Peso líquido 39,277 N
Fonte: Adaptado catálogo Texpi

3.1 Classificações das ações

Conforme a NBR8681 (ABNT, 2004) as ações são causas que provocam esforços ou
deformações nas estruturas. Do ponto de vista prático, as forças e as deformações impostas
pelas ações são consideradas como se fossem as próprias ações. As deformações impostas são
por sua vez designadas por ações indiretas, e as forças por ações diretas.
Ações permanentes são aquelas que ocorrem com valores constantes ou de pequena variação
em torno de sua média, durante praticamente toda vida da construção.
Ações variáveis são aquelas que ocorrem com valores que apresentam variação significativa
em torno de sua média, durante a vida da construção.
Ações excepcionais são as que têm duração extremamente curta e muito baixa probabilidade
de ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser consideradas nos projetos de
determinadas estruturas.

3.2 Levantamentos das ações

Neste trabalho foi adotada a recomendação de KAMINSKI (2007), consideraremos que o


movimento da cadeia de isoladores também reduz aproximadamente 20% a força de tração
em EDS, e que o peso próprio do cabo ao romper será reduzido em 50% de sua carga. Para o
levantamento da ação de vento no suporte da torre é necessário adotamos dimensões iniciais
dos perfis de cantoneira simples, estes valor adotado por alguns engenheiros são L75x75x5
para montantes principais, L60x60x4 para barras horizontais e L45x45x4 para barras
diagonais, é realizada analise para ver se elas suportam as ações que a torre é solicitada, caso
não seja, deve-se aumentar a seção do perfil.

3.2.1 Peso Próprio da estrutura

13
O peso próprio da torre pode ser obtido pela aplicação de uma aceleração de 1g (aceleração da
gravidade ≈ 9,81 m/s²) na estrutura, que é constituída de perfis de aço ASTM A36. Assim o
programa calcula automaticamente o peso próprio da estrutura, considerando a área da seção
transversal e comprimento de cada perfil.

3.2.2 Peso Próprio da cadeia de isoladores

Para determinar o peso da cadeia de isoladores devemos calcular quantos isoladores irão
compor a cadeia, para isso utilizaremos a equação 1 indicada por LABEGALINE et al.
(1992), e então multiplicamos pelo peso líquido de um isolador indicado na Tabela 6.

Onde:
é o número de isoladores em uma cadeia;
é a tensão máxima de operação da linha, que vale 230 kV;
é a distância de escoamento específica, que vale 3,2 cm/kV para poluição ligeira;
é a distância de escoamento dos isoladores, que vale 32 cm;

Substituindo os valores na equação 1 temos o valor de 13,28, o que indica que devemos
utilizar 14 isoladores por cadeia. Logo o peso próprio da cadeia de isoladores é 549,17 N.

3.2.3 Peso Próprio do cabo condutor

O peso próprio do cabo condutor é calculado a partir do peso linear indicada na Tabela 4
multiplicado pelo comprimento do vão entre torres. Logo o peso próprio do cabo condutor é
3988,85 N.

3.2.4 Peso Próprio do cabo para-raios

O peso próprio do cabo para-raios é calculado a partir do peso linear indicado na Tabela 5
multiplicado pelo comprimento do vão entre torres. Logo o peso próprio do cabo para-raios é
1995,5 N.
14
3.2.5 Carga estática equivalente devido à ruptura do cabo condutor

A força de tração no regime EDS corresponde a 20% da carga de ruptura do cabo condutor
indicada na Tabela 4, chegamos ao valor de 14486,38 N. No entanto deve ser feita uma
redução de 20% da carga EDS devido ao movimento da cadeia de isoladores no cabo
condutor, esta redução vale 2897,28 N. Logo a carga estática equivalente devido à ruptura do
cabo condutor é 11589,10 N.

3.2.6 Carga estática equivalente devido à ruptura do cabo para-raios

A força de tração no regime EDS corresponde a 20% da carga de ruptura do cabo para-raios
indicada na Tabela 2. Logo a carga estática equivalente devido à ruptura do cabo para-raios é
13680 N.

3.3 Ações do vento segundo a NBR 5422

Inicialmente é calculada a pressão dinâmica do vento através da equação 2, a partir da


qual podemos obter os esforços aplicados nos cabos, cadeia de isoladores e na estrutura.

Onde:
é a massa específica do ar, em kg/m³;
é a velocidade do vento de projeto, em m/s;

A massa específica do ar pode ser calculada a partir da equação 3.

Onde:

15
t é a temperatura coincidente, que vale 14,5 °C sendo a temperatura mínima anual para cidade
de Ouro Branco, no estado de Minas Gerais;
ALT é a altitude média da região de implantação da linha, que vale 1263 m, obtida pelo perfil
de elevação do terreno gerado pela ferramenta Google Earth Pro, ilustrada na Figura 7;

Figura 7 - Perfil de elevação do terreno

Fonte: Google Earth Pro

Substituindo os seguintes valores na equação 3 chegamos ao valor de 1,057 kg/m³ para massa
específica do ar.
A velocidade do vento de projeto pode ser calculada a partir da equação 4.

Onde:
é o coeficiente de rugosidade do terreno;
é o coeficiente de correção do período de integração (t);
é a altura do elemento em estudo sobre o nível do terreno, em metros;
é o coeficiente de correção da velocidade do vento em função da altura ;
é a velocidade básica do vento, em m/s;

16
O coeficiente de rugosidade do terreno tem o valor de 1,00. Ele é obtido através da
Tabela 7 de acordo com a característica do terreno.

Tabela 7 - Coeficiente de rugosidades do terreno

Categoria do terreno Característica do terreno Coeficiente de rugosidade


Vastas extensões de água,
A áreas planas costeiras, 1,08
desertos planos
Terreno aberto com
B 1,00
poucos obstáculos
Terreno obstáculos
C 0,85
numerosos e pequenos
Áreas urbanizadas,
D terrenos com muitas 0,67
árvores altas
Fonte: NBR 5422 (ABNT,1985)

O coeficiente de correção do período de integração tem o valor de 1,2 quando analisado


a ação nos cabos, e 1,4 quando analisado na estrutura e cadeia de isoladores. Ele é obtido
através da figura 8 que representa a relação de entre os valores médios de vento a 10
metros de altura do solo, para diferentes períodos de integração e rugosidade de terreno. A
NBR 5422 (ABNT,1985) indica para o período de integração, adoção de 2 segundos para
ação do vento nos suportes e cadeia de isoladores e adoção de 30 segundos para ação do
vento nos cabos.

Figura 8 - Coeficiente de correção do período de integração

Fonte: NBR 5422 (ABNT,1985)


17
A altura do elemento em estudo sobre o nível do terreno vale 16 m para cabo condutor
fixado no braço 1 da estrutura, 18 m para o cabo condutor fixado no braço 2 da estrutura, 20
m para o cabo condutor fixado no braço 3 da estrutura, 24 m para o cabo para-raios, a altura
da cadeia de isoladores segue a dos cabos condutores.
O coeficiente de correção da velocidade do vento em função da altura tem o valor de 11,0
quando analisado a ação nos cabos, e 12,0 quando analisado na estrutura e cadeia de
isoladores. Ele é obtido através da Tabela 8 de acordo com a categoria do terreno e o período
de integração.

Tabela 8 - Coeficiente de correção da velocidade do vento em função da altura

Categoria do n
terreno t = 2 segundos t = 30 segundos
A 13,0 12,0
B 12,0 11,0
C 10,0 9,5
D 8,5 8,0
Fonte: NBR 5422 (ABNT, 1985)

A velocidade básica do vento para um período de retorno de 50 anos a 10 metros sobre o


nível do terreno no município de Ouro Branco em Minas Gerais tem o valor de 35 m/s. Ela é
obtida pelo mapa de isopletas representado na figura 9.

Figura 9 - Mapa de isopletas

Fonte: NBR 5422 (ABNT,1985)


18
Substituindo os respectivos valores na equação 4 chegamos a 43,83 m/s para o cabo condutor
peso ao braço 1; 44,31 m/s para o cabo condutor peso ao braço 2; 44,73 m/s para o cabo
condutor peso ao braço 3; 45,48 m/s para o cabo para-raios, 50,96 m/s para cadeia de
isoladores presa ao condutor do braço 1; 51,46 m/s para cadeia de isoladores presa ao
condutor do braço 2 e 51,91 m/s para cadeia de isoladores presa ao condutor do braço 3.
Agora com os valores da massa específica do ar e velocidade do vento de projeto ,
substituindo na equação 2, chegamos aos respectivos valores de pressão dinâmica do vento
, 1015,30 N/m² para o cabo condutor peso ao braço 1; 1037,60 N/m² para o cabo
condutor peso ao braço 2; 1057,40 N/m² para o cabo condutor peso ao braço 3; 1093,17 N/m²
para o cabo para-raios, 1372,47 N/m² para cadeia de isoladores presa ao condutor do braço 1;
1399,54 N/m² para cadeia de isoladores presa ao condutor do braço 2 e 1424,12 N/m² para
cadeia de isoladores presa ao condutor do braço 3.

3.3.1 Ação do vento nos cabos

Os esforços provocados pela ação do vento nos cabos são aplicados nos pontos de sua fixação
na estrutura e podem ser obtidos com a equação 5.

Onde:
é a pressão dinâmica do vento, em N/m²;
é o coeficiente de arrasto;
é o fator de efetividade;
é o diâmetro do cabo;
é o comprimento do vão considerado, em metros;
é o ângulo de incidência do vento em relação à direção do vão.

A pressão dinâmica do vento calculada anteriormente. O coeficiente de arrasto


tem o valor de 1,0 pela norma. O diâmetro do cabo condutor segundo a Tabela 4 vale 19,88
mm e do cabo para-raios dado pela Tabela 5 vale 9,52 mm . O comprimento do vão
considerado é de 500 metros. O ângulo de incidência do vento vale 90° e 0°. O fator

19
de efetividade vale 0,85 sendo determinado na Figura 10 em função da categoria do
terreno e do vão.

Figura 10 - Fator de efetividade

Fonte: NBR 5422 (ABNT,1985)

Substituindo os respectivos valores na equação 5 chegamos a ação do vento a 90° de 4289,05


N para o cabo condutor peso ao braço 1; 4383,51 N para o cabo condutor peso ao braço 2;
4467,03 N para o cabo condutor peso ao braço 3; 2211,48 N para o cabo para-raios. Para
ação do vento a 0° os valores zeram.

3.3.2 Ação do vento na cadeia de isoladores

O esforço decorrente da ação do vento sobre os isoladores, aplicado nos seus pontos de
fixação na estrutura pode ser calculado pela equação 6.

Onde:
é a pressão dinâmica do vento, calculado anteriormente;
é o coeficiente de arrasto, que vale 1,2 conforme a NBR 5422 (ABNT, 1985);
é a área da cadeia de isoladores, projetada ortogonalmente sobre o plano vertical, calculada
a partir do diâmetro de um isolador fornecido na Tabela 6 e o número de isoladores que
compõem a cadeia, chegamos ao valor de 0,71 m²;

20
Substituindo os respectivos valores na equação 6 chegamos aos valores de 1169,34 N para
cadeia de isoladores fixada no cabo condutor peso ao braço 1; 1192,41 N para cadeia de
isoladores fixada no cabo condutor peso ao braço 2 e 1213,35 N para cadeia de isoladores
fixada no cabo condutor peso ao braço 3.

3.3.3 Ação do vento na estrutura

A ação do vento em um suporte é feita decompondo o mesmo em painéis de comprimento


inferior a 10 metros e aplicando a carga nos centros de gravidade. A velocidade do vento deve
ser corrigida em função da altura do painel considerado. Para suportes metálicos treliçados de
seção transversal retangular, a ação pode ser calculada pela equação 7.

Onde:
é a pressão dinâmica do vento, calculada de acordo com a equação 2, que tem embutido os
resultados da equação 3 e equação 4, sendo que nesta o valor de H que é a altura do elemento
em estudo sobre o nível do terreno, tem que ser corrigido de acordo com a divisão dos
painéis;
é o coeficiente de arrasto próprio das faces 1 e 2, com valor adotado de 2,0;
é o ângulo de incidência do vento, sendo analisado a 90° e 0°;
é a área líquida total de uma face projetada ortogonalmente sobre plano vertical
situado na direção das faces 1 e 2, ela é obtida pela multiplicação da largura do perfil pelo
comprimento da barra;

O valor da pressão dinâmica, da área liquida e ação do vento para os respectivos painéis são
apresentados na Tabela 9.

Tabela 9 - Ação do vento na estrutura

Painel H (m) q0 (N/m²) St (m²) At (N)


Perna 4 1089,32 19,09 41590,24
Tronco 1 8 1222,74 11,583 28325,99
Tronco 2 12 1308,07 10,163 26587,83
Fonte: Autor
21
Tabela 9 – Continuação ação do vento na estrutura
Painel H (m) q0 (N/m²) St (m²) At (N)
Tronco 3 16 1372,47 7,712 21168,98
Tronco 4 18 1399,54 3,773 10560,93
Tronco 5 20 1424,12 3,573 10176,76
Tronco 6 22 1447,26 4,403 12744,57
Para-raios 24 1468,35 1,383 4061,46
Braço 1 16 1372,47 1,496 4106,43
Braço 2 18 1399,54 1,496 4187,42
Braço 3 20 1424,12 1,496 4260,97
Fonte: Autor

O valor da ação do vento no suporte foi dividido por dois e aplicados em suas respectivas
alturas nas extremidades das barras do painel.

3.4 Combinações de ações

Conforme a NBR8681 (ABNT, 2004) um tipo de carregamento é especificado pelo conjunto


das ações que têm probabilidade não desprezível de atuarem simultaneamente sobre uma
estrutura, durante um período de tempo preestabelecido.
A cada tipo de carregamento as ações devem ser combinadas de diferentes maneiras, a fim de
que possam ser determinados os efeitos mais desfavoráveis para estrutura. Devem ser
estabelecidas tantas combinações de ações quantas forem necessárias para que a segurança
seja verificada em relação a todos os possíveis estados limites da estrutura.
Os coeficientes de ponderação adotados foram de acordo com a NBR 8800 (ABNT, 2008), e
estão apresentados com suas respectivas ações na Tabela 10.
Para todas as combinações foram feitas copias não lineares para analise no SAP 2000.

Tabela 10 - Ações e fatores de ponderação

Fator de Fator de
Simbologia Descrição ponderação ponderação Ψ0
ultima normal excepcional
FG1 Peso próprio da estrutura 1,25 1,10 -
Peso próprio do condutor
FG2 1,50 1,30 -
IBIS no braço 1
Fonte: Autor

22
Tabela 10 - Continuação ações e fatores de ponderação
Fator de Fator de
Simbologia Descrição ponderação ponderação Ψ0
ultima normal excepcional
Peso próprio do condutor
FG3 1,50 1,30 -
IBIS no braço 2
Peso próprio do condutor
FG4 1,50 1,30 -
IBIS no braço 3
Peso próprio do para-raios
FG5 1,50 1,30 -
EHS
Peso próprio da cadeia de
FG6 1,50 1,30 -
isoladores
Sobrecarga de tração
FQ1 devido a ruptura do - 1,00 -
condutor IBIS no braço 2
Sobrecarga de tração
FQ2 devido a ruptura do para- - 1,00 -
raios EHS
Ação do vento na
FQv90 1,40 1,00 0,60
estrutura a 90°
Ação do vento na
FQv0 1,40 1,00 0,60
estrutura a 0°
Ação do vento no cabo
FQv2 1,40 1,00 0,60
condutor IBIS no braço 1
Ação do vento no cabo
FQv3 1,40 1,00 0,60
condutor IBIS no braço 2
Ação do vento no cabo
FQv4 1,40 1,00 0,60
condutor IBIS no braço 3
Ação do vento no cabo
FQv5 1,40 1,00 0,60
para-raios EHS
Ação do vento na cadeia
FQv6 1,40 1,00 0,60
de isoladores
Fonte: Autor

3.4.1 Hipótese 1 – Peso próprio da estrutura

Esta hipótese é adotada como uma combinação ultima normal, expressa abaixo:

CombUN01 = 1,25 FG1 + 1,5 (FG2 + FG3 + FG4 + FG5 + FG6)

3.4.2 Hipótese 2 – Condições normais de operação


23
Esta hipótese é adotada como uma combinação ultima normal, expressas abaixo:

CombUN02 = 1,25 FG1 + 1,5 (FG2 + FG3 + FG4 + FG5 + FG6) + 1,4 (FQv90 + FQv2 +
+ FQv3 + FQv4 + FQv5 + FQv6)
CombUN03 = 1,25 FG1 + 1,5 (FG2 + FG3 + FG4 + FG5 + FG6) + 1,4 FQv0

3.4.3 Hipótese 3 – Ruptura do cabo para-raios

Esta hipótese é adotada como uma combinação excepcional, o peso próprio do cabo para-
raios é reduzido em 50% é não se aplicou ação de vento nele, elas são expressas abaixo:

CombUEXC01 = 1,1 FG1 + 0,65 FG5 + 1,3 (FG2 + FG3 + FG4 + FG6) + 1 FQ2 +
+ 0,6 (FQv90 + FQv2 + FQv3 + FQv4 + FQv6)
CombUEXC02 = 1,1 FG1 + 0,65 FG5 + 1,3 (FG2 + FG3 + FG4 + FG6) + 1 FQ2 +
+ 0,6 FQv0

3.4.4 Hipótese 4 – Ruptura do cabo condutor

Esta hipótese é adotada como uma combinação excepcional, o peso próprio do cabo condutor
preso ao braço 2 da estrutura é reduzido em 50% é não se aplicou ação de vento nele, elas são
expressas abaixo:

CombUEXC03 = 1,1 FG1 + 0,65 FG3 + 1,3 (FG2 + FG4 + FG5 + FG6) + 1 FQ1 +
+ 0,6 (FQv90 + FQv2 + FQv4 + FQv5 + FQv6)

CombUEXC04 = 1,1 FG1 + 0,65 FG3 + 1,3 (FG2 + FG4 + FG5 + FG6) + 1 FQ1 +
+ 0,6 FQv0

3.5 Dimensionamento

O dimensionamento obtido pela analise estrutural no software SAP 2000, deve ser verificado
de acordo com as recomendações propostas pela NBR 8800 (ABNT, 2008).

24
3.5.1 Barras submetidas à força axial de tração

O dimensionamento deve atender as seguintes condições:

Nt,Sd ≤ Nt,Rd

Onde:
Nt,Sd é a força axial de tração solicitante de cálculo;
Nt,Rd é a força axial de tração resistente de cálculo;

Recomenda-se que o índice de esbeltez das barras tracionadas, tomando como a maior relação
ente o comprimento destravado e o raio de giração correspondente ( L/r ), não supere 300.
A força axial de tração resistente de cálculo é o menor dos valores obtidos, considerando-se
os estados limite últimos de escoamento da seção bruta e a ruptura da seção líquida, que são
dados respectivamente pelas equações 8 e 9.

Onde:
é a área bruta da seção transversal, dado na Tabela 2;
é a área líquida efetiva da seção transversal da barra, determinada pela equação 10;
é a resistência ao escoamento do aço, dado na Tabela 3;
é a resistência à ruptura do aço, dado na Tabela 3;
, são coeficientes de ponderação das resistências, dados na Tabela 11;

Onde:

25
é a área líquida da barra;
é um coeficiente de redução da área líquida;

Tabela 11 - Coeficientes de ponderação das resistências

Combinação γa1 γa2


Normal 1,10 1,35
Excepcionais 1,00 1,15
Fonte: NBR 8800 (ABNT, 2008)

3.5.2 Barras submetidas à força axial de compressão

O dimensionamento deve atender as seguintes condições:

Nc,Sd ≤ Nc,Rd

Onde:
Nc,Sd é a força axial de compressão solicitante de cálculo;
Nc,Rd é a força axial de compressão resistente de cálculo;

Recomenda-se que o índice de esbeltez das barras comprimidas, tomando como a maior
relação ente o produto KL e o raio de giração correspondente, portanto KL/r, onde K é o
coeficiente de flambagem, não deve ser superior a 200.
A força axial de compressão resistente de calculo N c,Rd, de uma barra, associada aos estados-
limites últimos de instabilidade por flexão, por torção ou flexo-torção e de flambagem local,
deve ser determinada pela equação 11.

Onde:
é o fator de redução associado à resistência à compressão, dado de acordo com a equação
19 ou 20;
é o fator de redução total associado à flambagem local, dado de acordo com as equações 12,
13 ou 14;
26
é a área bruta da seção transversal, dado na Tabela 2;
é a resistência ao escoamento do aço, dado na Tabela 3;
é um coeficientes de ponderação da resistência, dados na Tabela 11;

O fator de redução total associado à flambagem local , para cantoneira simples de abas
iguais é calculado a partir das equações 12, 13 ou 14:

Onde:
é altura do perfil adotado, de acordo com a Tabela 2;
é espessura da aba do perfil adotado, de acordo com a Tabela 2;
é o módulo de elasticidade do aço, dado na Tabela 3;
é a resistência ao escoamento do aço, dado na Tabela 3;

O índice de esbeltez reduzido (λ0), e obtido conforme a equação 15.

Onde:
é o fator de redução total associado à flambagem local, dado de acordo com as equações 12,
13 ou 14;
é a área bruta da seção transversal, dado na Tabela 2;
é a resistência ao escoamento do aço, dado na Tabela 3;
27
é a força axial de flambagem elástica, dado de acordo com a equação 16;

Onde:
é o módulo de elasticidade do aço, dado na Tabela 3;
é o momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo que passa pelo centro
geométrico e é paralelo à aba conectada, dado na Tabela 2;
é o comprimento de flambagem equivalente, dado de acordo com a equação 17 ou 18:

Onde:
é o comprimento da cantoneira;
é o raio de giração da seção transversal em relação ao eixo de que passa pelo centro
geométrico e é paralelo à aba conectada, dado na Tabela 2;

O fator de redução associado à resistência a compressão (χ) é calculado a partir do índice de


esbeltez reduzido (λ0) dado pela equação 15, com a equação 19 ou 20.

3.5.3 Barras submetidas a momento fletor

O dimensionamento deve atender as seguintes condições:

MSd ≤ MRd

28
Onde:
MSd é o momento fletor solicitante de cálculo;
MRd é o momento fletor resistente de cálculo;

O momento fletor resistente de cálculo para cantoneira simples não se enquadra nas seções
apresentada nos anexos G ou H da norma. Para assegurar a validade da análise elástica, o
momento fletor resistente de cálculo não pode ser tomado maior que o valor equação 21.

Onde:
é o módulo de resistência elástico mínimo da seção transversal da barra em relação ao eixo
de flexão, dado na Tabela 2;
é a resistência ao escoamento do aço, dado na Tabela 3;
é um coeficientes de ponderação da resistência, dados na Tabela 11;

3.5.4 Barras submetidas à força cortante

O dimensionamento deve atender as seguintes condições:

VSd ≤ VRd

Onde:
VSd é a força cortante solicitante de cálculo;
VRd é a força cortante resistente de cálculo;

A força cortante resistente de cálculo para cantoneira simples não se enquadra nas seções
apresentadas na norma, mas tendo o procedimento para seções formadas por duas cantoneiras
fletidas em relação ao eixo perpendicular ao de simetria, são seguidas suas recomendações,
porém, a área efetiva de cisalhamento (Aw) é considerada apenas de uma cantoneira.

29
A força cortante resistente de calculo é obtida de acordo com as relações apresentadas nas
equações 22, 23 e 24.

Onde:
é a força cortante correspondente à plastificação da alma por cisalhamento, dada pela
equação 28;
é um coeficientes de ponderação da resistência, dados na Tabela 11;

Os fatores de escolha para as equações 22, 23 e 24, são dados de acordo com as equações 25,
26 e 27.

Onde:
é a altura da seção transversal, ou seja, o valor de de acordo com a Tabela 2;
é a espessura da aba perpendicular ao eixo de flexão do perfil adotado, ou seja, o valor de
de acordo com a Tabela 2;
é adotado o valor de 1,2 para cantoneiras;
é o módulo de elasticidade do aço, dado na Tabela 3;
é a resistência ao escoamento do aço, dado na Tabela 3;

30
A força cortante correspondente à plastificação da alma por cisalhamento é calculada de
acordo com a equação 28.

Onde:
é a área efetiva de cisalhamento, dada pela equação 29.
é a resistência ao escoamento do aço, dado na Tabela 3;

Onde:
é altura do perfil adotado, de acordo com a Tabela 2;
é espessura da aba do perfil adotado, de acordo com a Tabela 2;

3.5.5 Barras submetidas a momentos fletores, força axial e a forças


cortantes

Para a atuação simultânea da força axial de tração ou de compressão e de momentos fletores,


deve ser obedecida a limitação fornecida pelas equações 30 e 31.

Onde:
é a força axial solicitante de cálculo de tração ou compressão;
é a força axial resistente de cálculo de tração ou compressão, obtidas respectivamente
pela equação 8 ou 9 e equação 11;
e são os momentos fletores solicitantes de cálculo, respectivamente em relação
ao eixo x e y;

31
e são os momentos fletores resistentes de cálculo, respectivamente em relação ao
eixo x e y, obtidos de acordo com a equação 21;

4. Resultados

4.1 Solicitações das barras

As barras mais solicitadas de cada grupo ao qual a torre de transmissão de energia foi dividida
na modelagem do software SAP 2000 estão representadas na Tabela 12.

Tabela 12 - Solicitação das barras

ID Esforço Momento Momento


Cortante
Grupo da Perfil Normal Pu Mu33 Mu22
Vu22 (kN)
Barra (kN) (kN.m) (kN.m)
Perna 128 L 152x152x25,4 -497,811 -7,179 -1,166 -7,39
Montante Perna 135 L 152x152x25,4 -11,694 19,130 0 0,0002295
Diagonal Perna 112 L 51x51x3,2 22,522 0,106 0 0,002
Tronco 1 16 L 152x152x25,4 -405,417 -4,360 2,751 4,049
Montante Tronco 1 11 L 127x127x11,1 -112,766 -2,454 0,057 3,649
Contraventamento Tronco 1 332 L 76x76x12,7 81,106 -2,32 1,122 2,673
Tronco 2 28 L 152x152x25,4 -292,136 -3,53 2,096 3,811
Montante Tronco 2 26 L 152x152x25,4 -84,752 -14,622 0,069 -14,429
Contraventamento Tronco 2 300 L 76x76x12,7 65,402 -1,412 0,728 2,042
Tronco 3 40 L 152x152x25,4 -206,381 -3,461 1,895 3,814
Montante Tronco 3 38 L 127x127x11,1 -55,802 -2,561 0,203 -3,698
Contraventamento Tronco 3 331 L 76x76x12,7 59,473 0,256 -0,992 -0,365
Tronco 4 58 L 127x127x9,5 -148,271 -1,746 3,375 -1,595
Montante Tronco 4 44 L 76x76x7,9 -67,365 -0,285 0,036 0,795
Contraventamento Tronco 4 96 L 76x76x4,8 76,119 0,201 0,023 -0,045
Tronco 5 64 L 102x102x7,9 -83,449 0,267 1,419 0,236
Montante Tronco 5 93 L 76x76x7,9 -44,607 -0,402 0,01 -0,897
Contraventamento Tronco 5 228 L 76x76x4,8 61,297 0,204 0,002 -0,024
Tronco 6 76 L 76x76x7,9 -37,647 -0,263 0,422 -0,23
Montante Tronco 6 103 L 76x76x7,9 -30,095 -0,468 0,148 -0,963
Contraventamento Tronco 6 265 L 76x76x4,8 29,661 -0,194 -0,038 -0,398
Para-raios 206 L 76x76x7,9 -9,732 -0,252 0,424 -0,553
Montante Para-raios 214 L 64x64x4,8 -0,795 0,049 0 -0,0003199
Diagonal Para-raios 217 L 51x51x3,2 -0,236 0,078 0 0,0001512
Fonte: SAP 2000

32
Tabela 12 – Continuação Solicitação das Barras
ID Esforço Momento Momento
Cortante
Grupo da Perfil Normal Pu Mu33 Mu22
Vu22 (kN)
Barra (kN) (kN.m) (kN.m)
Braço 1 178 L 76x76x7,9 -13,057 -0,628 -0,017 1,186
Montante Braço 1 139 L 64x64x4,8 -0,108 0,049 0 0
Diagonal Braço 1 142 L 51x51x3,2 -3,696 0,078 0 0,003
Braço 2 188 L 76x76x7,9 -0,501 -0,961 0,0003 -1,623
Montante Braço 2 145 L 64x64x4,8 -0,072 0,049 0 -0,00001443
Diagonal Braço 2 148 L 51x51x3,2 -3,732 0,078 0 0,0004744
Braço 3 197 L 76x76x7,9 -12,101 -0,475 0,241 -0,999
Montante Braço 3 151 L 64x64x4,8 -0,04 0,049 0 0,00002262
Diagonal Braço 3 210 L 51x51x3,2 -3,651 0,078 0 0,002
Fonte: SAP 2000

4.2 Verificações das barras

Para toda solicitações a qual as barras estão submetidas, será verificado se elas passam para o
dimensionamento de acordo com a NBR 8800 (ABNT, 2008).

4.2.1 Barras submetidas à força axial de tração

As barras submetidas à tração estão listadas na Tabela 13.

Tabela 13 - Força axial de tração solicitante de cálculo

ID da Comprimento Nt,Sd
Grupo Perfil Combinação
Barra (m) (kN)
Diagonal Perna 112 L 51x51x3,2 CombUN03 2,550 22,522
Contraventamento Tronco 1 332 L 76x76x12,7 CombUN02 4,642 81,106
Contraventamento Tronco 2 300 L 76x76x12,7 CombUN02 3,888 65,402
Contraventamento Tronco 3 331 L 76x76x12,7 CombUN02 1,700 59,473
Contraventamento Tronco 4 96 L 76x76x4,8 CombUN03 1,414 76,119
Contraventamento Tronco 5 228 L 76x76x4,8 CombUN02 1,414 61,297
Contraventamento Tronco 6 265 L 76x76x4,8 CombUN03 1,414 29,661
Fonte: SAP 2000

Adotando que as cantoneiras são presas por um parafuso ASTM A325 em uma das abas. A
área líquida efetiva das barras (Ae) calculada pela equação 10 é demostrada na Tabela 14.
33
Tabela 14 - Área líquida efetiva

Diâmetro do Comprimento
Perfil Ct parafuso líquido do An (cm²) Ae (m²)
(mm) percurso (mm)
L 51x51x3,2 1 16 78,92 2,51 0,000251
L 76x76x4,8 1 16 128,14 6,1 0,00061
L 76x76x12,7 1 16 120,2 15,27 0,001527
Fonte: Autor

Os resultados substituindo nas equações 8 e 9, temos seu resultados respectivamente


expressos nas Tabelas 15 e 16.

Tabela 15 - Escoamento da seção bruta

Perfil Nt,Rd (kN)


L 51x51x3,2 70,91
L 76x76x4,8 159,77
L 76x76x12,7 402,27
Fonte: Autor

Tabela 16 - Ruptura da seção líquida

Perfil Nt,Rd (kN)


L 51x51x3,2 74,37
L 76x76x4,8 180,74
L 76x76x12,7 452,44
Fonte: Autor

Nota-se que os menores valores são dados para o escoamento da seção bruta, logo eles são
adotados como a força axial resistente de cálculo .
A verificação de esbeltez é apresentada na Tabela 17.

Tabela 17 - Verificação de esbeltez

Perfil ID da Barra L/r < 300


L 51x51x3,2 112 160,38
L 76x76x12,7 332 204,49
L 76x76x12,7 300 171,28
Fonte: Autor
34
Tabela 17 - Continuação verificação de esbeltez
Perfil ID da Barra L/r < 300
L 76x76x12,7 331 74,89
L 76x76x4,8 96 59,66
L 76x76x4,8 228 59,66
L 76x76x4,8 265 59,66
Fonte: Autor

4.2.2 Barras submetidas à força axial de compressão

As barras submetidas à compressão estão listadas na Tabela 18.

Tabela 18 - Força axial de compressão solicitante de cálculo

ID da Comprimento Nc,Sd
Grupo Perfil Combinação
Barra (m) (kN)
Perna 128 L 152x152x25,4 CombUN03 2,121 -497,81
Montante Perna 135 L 152x152x25,4 CombUN03 5,657 -11,694
Tronco 1 16 L 152x152x25,4 CombUN03 4,243 -405,42
Montante Tronco 1 11 L 127x127x11,1 CombUN02 4 -112,77
Tronco 2 28 L 152x152x25,4 CombUN03 4,243 -292,14
Montante Tronco 2 26 L 152x152x25,4 CombUN03 6 -84,752
Tronco 3 40 L 152x152x25,4 CombUN03 4,243 -206,38
Montante Tronco 3 38 L 127x127x11,1 CombUN03 4 -55,802
Tronco 4 58 L 127x127x9,5 CombUN03 2 -148,27
Montante Tronco 4 44 L 76x76x7,9 CombUN02 2 -67,365
Tronco 5 64 L 102x102x7,9 CombUN03 2 -83,449
Montante Tronco 5 93 L 76x76x7,9 CombUN03 2 -44,607
Tronco 6 76 L 76x76x7,9 CombUN03 2 -37,647
Montante Tronco 6 103 L 76x76x7,9 CombUN03 2 -30,095
Para-raios 206 L 76x76x7,9 CombUEXC02 1,225 -9,732
Montante Para-raios 214 L 64x64x4,8 CombUN03 1 -0,795
Diagonal Para-raios 217 L 51x51x3,2 CombUN03 1,871 -0,236
Braço 1 178 L 76x76x7,9 CombUN02 1,581 -13,057
Montante Braço 1 139 L 64x64x4,8 CombUN03 1 -0,108
Diagonal Braço 1 142 L 51x51x3,2 CombUN03 1,871 -3,696
Braço 2 188 L 76x76x7,9 CombUN02 1,581 -0,501
Montante Braço 2 145 L 64x64x4,8 CombUN03 1 -0,072
Diagonal Braço 2 148 L 51x51x3,2 CombUN03 1,871 -3,732
Braço 3 197 L 76x76x7,9 CombUN03 1,581 -12,101
Montante Braço 3 151 L 64x64x4,8 CombUN03 1 -0,04
Diagonal Braço 3 210 L 51x51x3,2 CombUN03 1,871 -3,651
35
Fonte: SAP 2000

O fator de redução total associado à flambagem local , para cantoneira simples de abas
iguais é calculado a partir das equações 12, 13 ou 14 estão expressos na Tabela 19.

Tabela 19 - Fator de redução total à flambagem local

Perfil b/t b/t lim inf. b/t lim sup. Classificação Q = Qs


L 152x152x25,4 5,98 12,73 25,74 b/t < b/t lim inf 1
L 127x127x11,1 11,44 12,73 25,74 b/t < b/t lim inf 1
L 127x127x9,5 13,33 12,73 25,74 b/t lim inf < b/t < b/t lim sup 0,9818
L 102x102x7,9 12,85 12,73 25,74 b/t lim inf < b/t < b/t lim sup 0,9947
L 76x76x7,9 9,6 12,73 25,74 b/t < b/t lim inf 1
L 64x64x4,8 13,34 12,73 25,74 b/t lim inf < b/t < b/t lim sup 0,9816
L 51x51x3,2 15,97 12,73 25,74 b/t lim inf < b/t < b/t lim sup 0,9109
Fonte: Autor

Os valores da força axial de flambagem elástica , dado de acordo com a equação 16, e o
comprimento de flambagem equivalente , dados de acordo com a equação 17 ou 18,
são apresentados na Tabela 20.

Tabela 20 - Força axial de flambagem elástica

Comprimento
ID da Barra Perfil L/r KxLx Ne
(m)
128 L 152x152x25,4 2,121 46,62 4,43 1478,6
135 L 152x152x25,4 5,657 124,33 7,7 489,4
16 L 152x152x25,4 4,243 93,25 6,29 733,41
11 L 127x127x11,1 4 101,78 5,77 246,64
28 L 152x152x25,4 4,243 93,25 6,29 733,41
26 L 152x152x25,4 6 131,87 8,05 447,77
40 L 152x152x25,4 4,243 93,25 6,29 733,41
38 L 127x127x11,1 4 101,78 5,77 246,64
58 L 127x127x9,5 2 50,51 3,98 454,84
44 L 76x76x7,9 2 85,84 3,05 132,41
64 L 102x102x7,9 2 63,69 3,48 153,89
93 L 76x76x7,9 2 85,84 3,05 132,41
76 L 76x76x7,9 2 85,84 3,05 132,41
Fonte: Autor
36
Tabela 20 - Continuação força axial de flambagem elástica
Comprimento
ID da Barra Perfil L/r KxLx Ne
(m)
103 L 76x76x7,9 2 85,84 3,05 132,41
206 L 76x76x7,9 1,225 52,58 2,38 217,45
214 L 64x64x4,8 1 51,02 1,98 112,28
217 L 51x51x3,2 1,871 117,67 2,59 23,16
178 L 76x76x7,9 1,581 67,85 2,66 174,08
139 L 64x64x4,8 1 51,02 1,98 112,28
142 L 51x51x3,2 1,871 117,67 2,59 23,16
188 L 76x76x7,9 1,581 67,85 2,66 174,08
145 L 64x64x4,8 1 51,02 1,98 112,28
148 L 51x51x3,2 1,871 117,67 2,59 23,16
197 L 76x76x7,9 1,581 67,85 2,66 174,08
151 L 64x64x4,8 1 51,02 1,98 112,28
210 L 51x51x3,2 1,871 117,67 2,59 23,16
Fonte: Autor

O índice de esbeltez reduzido (λ0) dado pela equação 15, o fator de redução associado à
resistência a compressão (χ) obtido a partir da equação 19 ou 20, e força axial de compressão
resistente de cálculo Nc,Rd determinada pela equação 11, são apresentados na Tabela 21.

Tabela 21 - Força axial de compressão resistente de cálculo

ID da Barra Perfil λ0 χ Nc,Rd (kN)


128 L 152x152x25,4 1,1 0,603 973,02
135 L 152x152x25,4 1,9 0,243 392,11
16 L 152x152x25,4 1,56 0,36 580,91
11 L 127x127x11,1 1,65 0,322 197,59
28 L 152x152x25,4 1,56 0,36 580,91
26 L 152x152x25,4 1,99 0,221 356,61
40 L 152x152x25,4 1,56 0,36 580,91
38 L 127x127x11,1 1,65 0,322 197,59
58 L 127x127x9,5 1,12 0,592 307,79
44 L 76x76x7,9 1,47 0,405 105,85
64 L 102x102x7,9 1,58 0,351 122,99
93 L 76x76x7,9 1,47 0,405 105,85
76 L 76x76x7,9 1,47 0,405 105,85
103 L 76x76x7,9 1,47 0,405 105,85
206 L 76x76x7,9 1,15 0,575 150,28
214 L 64x64x4,8 1,13 0,586 75,95
Fonte: Autor
37
Tabela 21 - Continuação força axial de compressão resistente de cálculo
ID da Barra Perfil λ0 χ Nc,Rd (kN)
217 L 51x51x3,2 1,75 0,286 18,47
178 L 76x76x7,9 1,29 0,498 130,16
139 L 64x64x4,8 1,13 0,586 75,95
142 L 51x51x3,2 1,75 0,286 18,47
188 L 76x76x7,9 1,29 0,498 130,16
145 L 64x64x4,8 1,13 0,586 75,95
148 L 51x51x3,2 1,75 0,286 18,47
197 L 76x76x7,9 1,29 0,498 130,16
151 L 64x64x4,8 1,13 0,586 75,95
210 L 51x51x3,2 1,75 0,286 18,47
Fonte: Autor

A verificação de esbeltez é apresentada na Tabela 22.

Tabela 22 - Verificação de esbeltez

ID da Barra Perfil KxLx r KL/r < 200


128 L 152x152x25,4 4,43 0,0455 97,36
135 L 152x152x25,4 7,7 0,0455 169,23
16 L 152x152x25,4 6,29 0,0455 138,24
11 L 127x127x11,1 5,77 0,0393 146,82
28 L 152x152x25,4 6,29 0,0455 138,24
26 L 152x152x25,4 8,05 0,0455 176,92
40 L 152x152x25,4 6,29 0,0455 138,24
38 L 127x127x11,1 5,77 0,0393 146,82
58 L 127x127x9,5 3,98 0,0396 100,51
44 L 76x76x7,9 3,05 0,0233 130,9
64 L 102x102x7,9 3,48 0,0314 110,83
93 L 76x76x7,9 3,05 0,0233 130,9
76 L 76x76x7,9 3,05 0,0233 130,9
103 L 76x76x7,9 3,05 0,0233 130,9
206 L 76x76x7,9 2,38 0,0233 102,15
214 L 64x64x4,8 1,98 0,0196 101,02
217 L 51x51x3,2 2,59 0,0159 162,89
178 L 76x76x7,9 2,66 0,0233 114,16
139 L 64x64x4,8 1,98 0,0196 101,02
142 L 51x51x3,2 2,59 0,0159 162,89
188 L 76x76x7,9 2,66 0,0233 114,16
145 L 64x64x4,8 1,98 0,0196 101,02
Fonte: Autor

38
Tabela 22 – Continuação verificação de esbeltez
ID da Barra Perfil KxLx r KL/r < 200
148 L 51x51x3,2 2,59 0,0159 162,89
197 L 76x76x7,9 2,66 0,0233 114,16
151 L 64x64x4,8 1,98 0,0196 101,02
210 L 51x51x3,2 2,59 0,0159 162,89
Fonte: Autor

4.2.3 Barras submetidas a momento fletor

As barras submetidas a momento fletor estão apresentadas na Tabela 23.

Tabela 23 - Momento fletor solicitante de cálculo

ID da MSd,3 MSd,2
Grupo Perfil Combinação
Barra (kN.m) (kN.m)
Perna 128 L 152x152x25,4 CombUN03 -7,179 -1,166
Montante Perna 135 L 152x152x25,4 CombUN03 19,130 0
Diagonal Perna 112 L 51x51x3,2 CombUN03 0,106 0
Tronco 1 16 L 152x152x25,4 CombUN03 -4,360 2,751
Montante Tronco 1 11 L 127x127x11,1 CombUN02 -2,454 0,057
Contraventamento Tronco 1 332 L 76x76x12,7 CombUN02 -2,32 1,122
Tronco 2 28 L 152x152x25,4 CombUN03 -3,53 2,096
Montante Tronco 2 26 L 152x152x25,4 CombUN03 -14,622 0,069
Contraventamento Tronco 2 300 L 76x76x12,7 CombUN02 -1,412 0,728
Tronco 3 40 L 152x152x25,4 CombUN03 -3,461 1,895
Montante Tronco 3 38 L 127x127x11,1 CombUN03 -2,561 0,203
Contraventamento Tronco 3 331 L 76x76x12,7 CombUN02 0,256 -0,992
Tronco 4 58 L 127x127x9,5 CombUN03 -1,746 3,375
Montante Tronco 4 44 L 76x76x7,9 CombUN02 -0,285 0,036
Contraventamento Tronco 4 96 L 76x76x4,8 CombUN03 0,201 0,023
Tronco 5 64 L 102x102x7,9 CombUN03 0,267 1,419
Montante Tronco 5 93 L 76x76x7,9 CombUN03 -0,402 0,01
Contraventamento Tronco 5 228 L 76x76x4,8 CombUN02 0,204 0,002
Tronco 6 76 L 76x76x7,9 CombUN03 -0,263 0,422
Montante Tronco 6 103 L 76x76x7,9 CombUN03 -0,468 0,148
Contraventamento Tronco 6 265 L 76x76x4,8 CombUN03 -0,194 -0,038
Para-raios 206 L 76x76x7,9 CombUEXC02 -0,252 0,424
Montante Para-raios 214 L 64x64x4,8 CombUN03 0,049 0
Diagonal Para-raios 217 L 51x51x3,2 CombUN03 0,078 0
Fonte: SAP 2000

39
Tabela 23 – Continuação momento fletor solicitante de cálculo

ID da MSd,3 MSd,2
Grupo Perfil Combinação
Barra (kN.m) (kN.m)
Braço 1 178 L 76x76x7,9 CombUN02 -0,628 -0,017
Montante Braço 1 139 L 64x64x4,8 CombUN03 0,049 0
Diagonal Braço 1 142 L 51x51x3,2 CombUN03 0,078 0
Braço 2 188 L 76x76x7,9 CombUN02 -0,961 0,000304
Montante Braço 2 145 L 64x64x4,8 CombUN03 0,049 0
Diagonal Braço 2 148 L 51x51x3,2 CombUN03 0,078 0
Braço 3 197 L 76x76x7,9 CombUN03 -0,475 0,241
Montante Braço 3 151 L 64x64x4,8 CombUN03 0,049 0
Diagonal Braço 3 210 L 51x51x3,2 CombUN03 0,078 0
Fonte: SAP 2000

O momento fletor resistente de cálculo, obtido pela equação 21 é apresentado na Tabela 24.

Tabela 24 - Momento fletor resistente de cálculo

ID da MRd,3 = MRd,2
Perfil
Barra (kN.m)
128 L 152x152x25,4 47,83
135 L 152x152x25,4 47,83
112 L 51x51x3,2 0,72
16 L 152x152x25,4 47,83
11 L 127x127x11,1 15,51
332 L 76x76x12,7 5,94
28 L 152x152x25,4 47,83
26 L 152x152x25,4 47,83
300 L 76x76x12,7 5,94
40 L 152x152x25,4 47,83
38 L 127x127x11,1 15,51
331 L 76x76x12,7 5,94
58 L 127x127x9,5 13,5
44 L 76x76x7,9 3,91
96 L 76x76x4,8 2,42
64 L 102x102x7,9 7,07
93 L 76x76x7,9 3,91
228 L 76x76x4,8 2,42
76 L 76x76x7,9 3,91
103 L 76x76x7,9 3,91
265 L 76x76x4,8 2,42
Fonte: Autor
40
Tabela 24 – Continuação momento fletor resistente de cálculo
ID da MRd,3 = MRd,2
Perfil
Barra (kN.m)
206 L 76x76x7,9 4,3
214 L 64x64x4,8 1,65
217 L 51x51x3,2 0,72
178 L 76x76x7,9 3,91
139 L 64x64x4,8 1,65
142 L 51x51x3,2 0,72
188 L 76x76x7,9 3,91
145 L 64x64x4,8 1,65
148 L 51x51x3,2 0,72
197 L 76x76x7,9 3,91
151 L 64x64x4,8 1,65
210 L 51x51x3,2 0,72
Fonte: Autor

4.2.4 Barras submetidas à força cortante

As barras submetidas a esforço cortante estão apresentadas na Tabela 25.

Tabela 25 - Força cortante solicitante de cálculo

ID da
Grupo Perfil VSd,2 (kN) VSd,3 (kN)
Barra
Perna 128 L 152x152x25,4 -7,39 -1,01
Montante Perna 135 L 152x152x25,4 0,0002295 -0,00009316
Diagonal Perna 112 L 51x51x3,2 0,002 0,000371
Tronco 1 16 L 152x152x25,4 4,049 -0,933
Montante Tronco 1 11 L 127x127x11,1 3,649 -0,022
Contraventamento Tronco 1 332 L 76x76x12,7 2,673 -0,798
Tronco 2 28 L 152x152x25,4 3,811 -0,789
Montante Tronco 2 26 L 152x152x25,4 -14,429 0,02
Contraventamento Tronco 2 300 L 76x76x12,7 2,042 0,479
Tronco 3 40 L 152x152x25,4 3,814 -0,766
Montante Tronco 3 38 L 127x127x11,1 -3,698 0,09
Contraventamento Tronco 3 331 L 76x76x12,7 -0,365 -0,799
Tronco 4 58 L 127x127x9,5 -1,595 3,083
Montante Tronco 4 44 L 76x76x7,9 0,795 -0,027
Fonte: SAP 2000

41
Tabela 25 – Continuação força cortante solicitante de cálculo
ID da
Grupo Perfil VSd,2 (kN) VSd,3 (kN)
Barra
Contraventamento Tronco 4 96 L 76x76x4,8 -0,045 -0,028
Tronco 5 64 L 102x102x7,9 0,236 1,254
Montante Tronco 5 93 L 76x76x7,9 -0,897 0,008
Contraventamento Tronco 5 228 L 76x76x4,8 -0,024 -0,002
Tronco 6 76 L 76x76x7,9 -0,23 0,368
Montante Tronco 6 103 L 76x76x7,9 -0,963 0,132
Contraventamento Tronco 6 265 L 76x76x4,8 -0,398 -0,034
Pará-raio 206 L 76x76x7,9 -0,553 -0,683
Montante Pará-raio 214 L 64x64x4,8 -0,0003199 -0,0003509
Diagonal Pará-raio 217 L 51x51x3,2 0,0001512 0,00001389
Braço 1 178 L 76x76x7,9 1,186 0,021
Montante Braço 1 139 L 64x64x4,8 0 -0,00009564
Diagonal Braço 1 142 L 51x51x3,2 0,003 -0,008
Braço 2 188 L 76x76x7,9 -1,623 0,0003835
Montante Braço 2 145 L 64x64x4,8 -0,00001443 0,000001314
Diagonal Braço 2 148 L 51x51x3,2 0,0004744 0,004
Braço 3 197 L 76x76x7,9 -0,999 0,298
Montante Braço 3 151 L 64x64x4,8 0,00002262 0,00002262
Diagonal Braço 3 210 L 51x51x3,2 0,002 -0,006
Fonte: SAP 2000

A força cortante resistente de cálculo que pode ser dada pelas equações 22, 23 ou 24, tem os
seus fatores de escolha obtidos através das equações 25, 26 e 27; a força cortante
correspondente à plastificação da alma por cisalhamento é calculada de acordo com a equação
28; e a área efetiva de cisalhamento é dada pela equação 29; estes valores estão apresentados
na Tabela 26.

Tabela 26 - Força cortante resistente de cálculo por tipo de perfil

Perfil Combinação λ λp λr Aw Vpl (kN) VRd (kN)


L 152x152x25,4 Normal 5,984252 34,08225 42,4479 0,003861 579,15 526,5
L 127x127x11,1 Normal 11,441441 34,08225 42,4479 0,00141 211,5 192,27
L 127x127x9,5 Normal 13,326338 34,08225 42,4479 0,00121 181,5 165
L 102x102x7,9 Normal 12,846348 34,08225 42,4479 0,00081 121,5 110,45
L 76x76x12,7 Normal 6 34,08225 42,4479 0,000968 145,2 132
L 76x76x7,9 Normal 9,596977 34,08225 42,4479 0,000605 90,75 82,5
Fonte: Autor

42
Tabela 26 – Continuação força cortante resistente de cálculo por tipo de perfil

Perfil Combinação λ λp λr Aw Vpl (kN) VRd (kN)


L 76x76x7,9 Excepcional 9,596977 34,08225 42,4479 0,000605 90,75 90,75
L 76x76x4,8 Normal 16,008403 34,08225 42,4479 0,000363 54,45 49,5
L 64x64x4,8 Normal 13,340336 34,08225 42,4479 0,000302 45,3 41,18
L 51x51x3,2 Normal 15,974843 34,08225 42,4479 0,000162 24,3 22,09
Fonte: Autor

A força cortante resistente de cálculo para as barras do SAP 2000 estão apresentadas na
Tabela 27.
Tabela 27 - Força cortante resistente de cálculo por barra

ID da Barra Perfil VRd,2 = VRd,3 (kN)


128 L 152x152x25,4 526,5
135 L 152x152x25,4 526,5
112 L 51x51x3,2 22,09
16 L 152x152x25,4 526,5
11 L 127x127x11,1 192,27
332 L 76x76x12,7 132
28 L 152x152x25,4 526,5
26 L 152x152x25,4 526,5
300 L 76x76x12,7 132
40 L 152x152x25,4 526,5
38 L 127x127x11,1 192,27
331 L 76x76x12,7 132
58 L 127x127x9,5 165
44 L 76x76x7,9 82,5
96 L 76x76x4,8 49,5
64 L 102x102x7,9 110,45
93 L 76x76x7,9 82,5
228 L 76x76x4,8 49,5
76 L 76x76x7,9 82,5
103 L 76x76x7,9 82,5
265 L 76x76x4,8 49,5
206 L 76x76x7,9 90,75
214 L 64x64x4,8 41,18
217 L 51x51x3,2 22,09
178 L 76x76x7,9 82,5
139 L 64x64x4,8 41,18
142 L 51x51x3,2 22,09
Fonte: Autor

43
Tabela 27 – Continuação força cortante resistente de cálculo por barra
ID da Barra Perfil VRd,2 = VRd,3 (kN)
188 L 76x76x7,9 82,5
145 L 64x64x4,8 41,18
148 L 51x51x3,2 22,09
197 L 76x76x7,9 82,5
151 L 64x64x4,8 41,18
210 L 51x51x3,2 22,09
Fonte: Autor

4.2.5 Barras submetidas a momentos fletores, força axial e a forças


cortantes

Para a atuação simultânea da força axial de tração ou de compressão e de momentos fletores,


obtidas pelas equações 30 ou 31, os resultados estão apresentados na Tabela 28.

Tabela 28 - Atuação simultânea da força axial e momentos fletores

ID
Atuação
Grupo da Perfil NSd /NRd
Simultânea ≤ 1,0
Barra
Perna 128 L 152x152x25,4 0,5116 0,67
Montante Perna 135 L 152x152x25,4 0,0298 0,39
Diagonal Perna 112 L 51x51x3,2 0,3176 0,45
Tronco 1 16 L 152x152x25,4 0,6979 0,83
Montante Tronco 1 11 L 127x127x11,1 0,5707 0,71
Contraventamento Tronco 1 332 L 76x76x12,7 0,2016 0,72
Tronco 2 28 L 152x152x25,4 0,5029 0,61
Montante Tronco 2 26 L 152x152x25,4 0,2377 0,51
Contraventamento Tronco 2 300 L 76x76x12,7 0,1626 0,44
Tronco 3 40 L 152x152x25,4 0,3553 0,45
Montante Tronco 3 38 L 127x127x11,1 0,2824 0,44
Contraventamento Tronco 3 331 L 76x76x12,7 0,1478 0,2
Tronco 4 58 L 127x127x9,5 0,4817 0,82
Montante Tronco 4 44 L 76x76x7,9 0,6364 0,71
Contraventamento Tronco 4 96 L 76x76x4,8 0,4764 0,56
Tronco 5 64 L 102x102x7,9 0,6785 0,89
Montante Tronco 5 93 L 76x76x7,9 0,4214 0,52
Contraventamento Tronco 5 228 L 76x76x4,8 0,3837 0,46
Tronco 6 76 L 76x76x7,9 0,3557 0,51
Fonte: Autor
44
Tabela 28 – Continuação atuação simultânea da força axial e momentos fletores
ID
Atuação
Grupo da Perfil NSd /NRd
Simultânea ≤ 1,0
Barra
Montante Tronco 6 103 L 76x76x7,9 0,2843 0,42
Contraventamento Tronco 6 265 L 76x76x4,8 0,1856 0,19
Para-raios 206 L 76x76x7,9 0,0648 0,19
Montante Para-raios 214 L 64x64x4,8 0,0105 0,03
Diagonal Para-raios 217 L 51x51x3,2 0,0128 0,11
Braço 1 178 L 76x76x7,9 0,1003 0,22
Montante Braço 1 139 L 64x64x4,8 0,0014 0,03
Diagonal Braço 1 142 L 51x51x3,2 0,2001 0,3
Braço 2 188 L 76x76x7,9 0,0038 0,25
Montante Braço 2 145 L 64x64x4,8 0,0009 0,03
Diagonal Braço 2 148 L 51x51x3,2 0,2021 0,3
Braço 3 197 L 76x76x7,9 0,093 0,23
Montante Braço 3 151 L 64x64x4,8 0,0005 0,03
Diagonal Braço 3 210 L 51x51x3,2 0,1977 0,21
Fonte: Autor

5. Conclusão

Este trabalho teve como objetivo o projeto estrutural de um suporte de linha de transmissão de
energia, a partir da análise de atuação do clima e variação do terreno onde o mesmo será
instalado. Foram detalhados os parâmetros necessários para obtenção dos esforços que
solicitam a estrutura, e os procedimentos de dimensionamento e verificação da mesma.
A utilização do software SAP 2000 é indispensável para execução dos cálculos uma vez que
permiti a realização de análises mais complexas, como as análises não lineares, de forma ágil.
Uma vez que as ações e combinações são configuradas, o software permite que infinitas
configurações de perfis sejam feitas no suporte, que posteriormente de forma rápida é feita a
análise estrutural, permitindo que seja encontrado o perfil mais viável estruturalmente e
economicamente para o projeto, auxiliando desta forma na padronização.
Todas as barras geradas pelo dimensionamento do SAP 2000 passaram nas verificações
impostas pela NBR 8800 (ABNT, 2008).
Para finalidade acadêmica foram adotadas algumas simplificações, como a analise estática,
uma vez que as ações provocadas pelo vento e a ruptura de cabos são dinâmicas. Análise

45
isolada de um suporte, mesmo que a linha de transmissão tenha vários suportes que atuam em
conjunto em sua extensão, sujeitos a outra variação de clima e terreno.

6. Referências Bibliográficas

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46
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47

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