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ESCOLA DE AGRONOMIA
Avaliação da influência das áreas verdes urbanas na atenuação das ilhas de calor
na cidade de Goiânia-GO.
Goiânia, GO
Dez/2020
1
Goiânia, GO
Maio/2021
MATHEUS ZAMPETRIK GOMES CAETANO
Instituição
Instituição
Goiânia, Goiás
JUNHO/2021
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Sumário
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4
2. METODOLOGIA...................................................................................................................5
2.1. Localização e descrição da área de estudo.............................................................................5
2.2. Obtenção do índice de verde (NDVI).............................................................................6
2.3. Obtenção da temperatura de superfície via sensoriamento remoto.............................6
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................................................................8
3.1. Clima e mudanças climáticas...............................................................................................8
3.2. Fenômeno de ilhas de calor..................................................................................................8
3.3. Ilhas de frescor e conforto térmico......................................................................................9
3.4. Sensoriamento Remoto.......................................................................................................9
3.5. Parque Urbanos..................................................................................................................10
3.5.1 Parque Municipal Areião.................................................................................................10
3.5.2 Parque Vaca Brava...........................................................................................................11
3.5.3 Parque Flamboyant..........................................................................................................11
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................................11
5. CONCLUSÕES.....................................................................................................................16
6. REFERÊNCIAS....................................................................................................................17
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1. INTRODUÇÃO
As cidades vêm sofrendo grandes alterações antrópicas com o passar dos tempos,
estas modificações alteram a superfície do solo a fim de atender as necessidades a
sociedade. Este processo intenso de desenvolvimento, também conhecido como
urbanização, pode alterar o balanço de radiação e hídrico do sistema, devido a substituição
das superfícies naturais por materiais artificiais que possuem características físicas,
químicas e mecânicas diferentes (DELGADO et al., 2012).
2. METODOLOGIA
(ρ 4− ρ3)
NVDI =
( ρ 4+ ρ 3)
Em que:
ρ 4 – Infravermelho próximo;
ρ 3 – Vermelho.
Lλ∗π∗d ²
apb=
Rab∗cosθ
Em que:
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As radiâncias espectrais obtidas nas bandas dos satélites escolhidos para a análise
serão transformadas em temperatura radiométrica utilizando a Lei de Plank a fim de se
obter a temperatura de brilho (Tb), em Kelvin. As Tb de cada satélite obtidas na equação 3
serão somadas e divididas pelo número de bandas para descobrirmos a médias e por fim
será transformada em temperatura aerodinâmica conforme equação 4.
Equação 3:
K2
Tb=
K1
ln ( )
Lb+1
Em que:
Equação 4:
T ST =1,0694∗Tb−20,173
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nas obras de Neto (2000) e Coltri (2006 apud CONTI, 2000) o clima é definido
pela soma das interações dos elementos climáticos, temperatura, umidade e precipitação,
com os processos físicos que estão relacionados com a atmosfera, os oceanos e as
superfícies terrestres. A associação destes elementos não é linear, sendo difícil prever o
comportamento do ambiente por conta da interação de todos os elementos, este é um dos
principais desafios no estudo do clima.
A mudança climática entrou em foco nos últimos anos, sendo pauta principal das
conferências mundiais desde Estocolmo em 1972. O IPCC (Intergovernamental Panel on
Climate Change, 2001) define mudança climática como alterações de clima por conta,
principalmente, das ações antrópicas. Já Santos (2000) conceitua mudança climática em
consonância com a OMM, entendendo que as alterações são inconsistências climáticas
independendo da sua natureza estatística ou de suas causas físicas.
centros urbanos. O aumento da urbanização, muito associado ao êxodo rural que fez com
que as cidades aumentassem sua população substancialmente, fez com que este tema fosse
cada vez mais estudado, pois este processo potencializa os problemas associado a alteração
do meio ambiente natural (GARTLAND, 2010; HOWARD, 1818).
Estudos acerca da influência das áreas verdes nas cidades têm aumentando
significativamente. O estudo de Rovani et al. (2010) que observou ilhas de frescor em
Santa Maria – RS encontrou uma diferença de 7°C na temperatura de áreas com vegetação
em relação a áreas vizinhas. Ferreira et al. (2015) em seus estudos sobre áreas verdes
urbanas em Uberlândia-MG constatou que a umidade relativa do ar em áreas com parques
era significativamente maior do que em áreas sem vegetação.
Goiânia, segundo Guzzo (1998), possuía uma gestão que incentivou a criação de
diversos parques em diferentes regiões da cidade. Isso possibilitou a preservação de uma
grande extensão de área verde e, consequentemente, propiciou que mais pessoas pudesse
usufruir dos benefícios advindos destas áreas.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme Costa et al. (2007) o Normalized Difference Vegetation Index (NDVI) é
o índice que avalia a cobertura vegetal. O índice varia de -1 a +1, quanto mais próximo do
valor positivo de 1 maior a densidade vegetal do local e quanto mais próximo do valor
negativo de 1 menor a densidade de vegetação.
A partir da confecção dos mapas de NDVI (Figura 2), observa-se que a região com
menores valores de NDVI estão diretamente relacionadas com as áreas com ausência de
vegetação, na parte central da cidade de Goiânia, representadas pelas cores vermelho e
laranja nos mapas.
É notória a diferença sazonal dos índices dentro de um mesmo ano. Aquino &
Oliveira (2012) apud Santos & Negri, constatam a alta correlação entre o NDVI com o
nível precipitação e temperatura de cada época. Esta variação de pluviosidade e
temperatura que ocorrem de acordo com cada estação do ano influencia o comportamento
fisiológico das plantas, sendo então perceptível com a análise do NDVI.
Segundo Barbosa et al. (2006); Huxman et al. (2004) a sazonalidade climática, que
caracteriza as variações de precipitação, disponibilidade hídrica e temperatura, afetam as
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Figura 2- Evolução do NDVI nas diferentes épocas do ano dentro do período de 15 anos (2005-2020).
De modo geral, constata-se que dentro da área objeto do estudo as faixas das
classes do NDVI variaram de -0,001 a <0,5. Estes resultados coadunam aos dados obtidos
pelo estudo da dinâmica do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI)
realizado por Aquino e Oliveira (2012).
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Para a análise dos parques selecionados para este estudo, observou-se o mesmo
comportamento já supracitado. A média do índice dentro do perímetro de cada parte possui
uma leve tendência negativa, observada principalmente na estação seca, porém as
diferenças das médias não foram significativas estatisticamente. Os gráficos abaixo
demonstram o comportamento do NDVI nas estações seca e chuvosa no decorrer dos anos
analisados.
0.2
0.15
0.1
0.05
0
Série histórica da estação seca
0.2
0.15
0.1
0.05
0
Série histórica da estação seca
20
15
10
5
0
2005 2010 2015 2020
Período Chuvoso (2005-2020)
Gráfico 3- Gráfico de dispersão da temperatura dos Parques objetos de estudo no período chuvoso (2005-
2020).
16
20
15
10
5
0
2005 2010 2015 2020
Período Seco (2005-2020)
Gráfico 4-Gráfico de dispersão da temperatura dos Parques objetos de estudo no período seco (2005-2020).
A partir da análise dos dados obtidos de temperatura e NDVI foi possível verificar,
através de uma análise de correlação, que as áreas com maior presença de vegetação, sendo
quantificadas com um maior índice de NDVI, favoreceram a diminuição da temperatura
superficial terrestre, por conta da diminuição de radiação solar que alcança a superfície,
estatisticamente os dados levantados demonstraram uma correlação de 0,70239
demonstrando a forte relação entre os dados. Estes resultados confirmam que as ilhas de
calor estão relacionadas a ambientes com baixo índice de vegetação, menores valores de
NDVI e alto índice de ocupação.
As áreas verdes dentro das grandes cidades são muito mais importantes do que se
imaginam. A presença da vegetação em meio a um ambiente totalmente antropizada, como
solo impermeável e com alta capacidade de reter calor, contribui para a melhoria do
conforto ambiental. À face disto, os estudos de Dacanal, Labaki e Silva (2010) contribuem
com a hipótese de que o elemento vegetacional deve ser integrado aos projetos urbanos,
como forma de atenuar as condições microclimáticas e, em consequência disto, melhorar o
desempenho térmico nas construções.
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Corroborando com os estudos de Dacanal, Labaki e Silva, Sattler (1992) relata que
a umidade do ar pode aumentar significativamente, graças à atividade de evapotranspiração
na fisiologia das árvores melhorando o desempenho térmico das edificações, devido ao
fato de que a vegetação pode absorver até 90% da energia solar, elementos inertes (como
superfícies totalmente pavimentadas), que apresentam uma refletância muito elevada
podem resfriar-se.
5. CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos dentro deste estudo foi possível concluir que a
expansão urbana dentro dos 15 anos na cidade de Goiânia-GO pode estar diretamente
relacionada com o aumento da temperatura superficial terrestre dentro dos anos analisados,
por mais que não foi encontrada uma diferença significativa, o NDVI também apresentou
uma tendência negativa de sua média, demonstrando que o índice de vegetação vem se
reduzindo com o passar dos anos.
Foi evidente a diferença de temperatura dentro dos parques urbanos, sendo possível
identificar uma diferença de 3,2°C da média da temperatura do centro da cidade. Indicando
que estas áreas verdes possuem influência significativa na criação de um microclima que
consegue atenuar os efeitos negativos das ilhas de calor.
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6. REFERÊNCIAS
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o meio ambiente, p. 190, 1991.
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17. OMETTO, J. C. Bioclimatologia Vegetal. São Paulo: Editora Agronômica Ceres,
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rural no município de iporá / goiás variabilidade e susceptibilidade climática. p.
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Applied Remote Sensing, v. 11, p. 16, 2017.
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