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Universidade Federal do Oeste do Pará


Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas
Bacharelado em Gestão Ambiental

RELATÓRIO DE AULA DE CAMPO SOBRE DIAGNÓSTICO AMBIENTAL


SIMPLIFICADO
FAZENDA JM - JESANIAS MENEZES BEZERRA

TACIANE LEMOS ANDRADE


PAULA LIMA BORGES
MARA GEYSE
ADRIANA DE ALMEIDA

Santarém – Pará
2017
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TACIANE LEMOS ANDRADE


PAULA LIMA BORGES
MARA GEYSE
ADRIANA DE ALMEIDA

RELATÓRIO DE AULA DE CAMPO SOBRE DIAGNÓSTICO AMBIENTAL


SIMPLIFICADO
FAZENDA JM - JESANIAS MENEZES BEZERRA

Trabalho apresentado à disciplina de Planejamento e


Diagnóstico Ambiental, do curso de Gestão Ambiental
ofertado na Universidade Federal do Oeste do Pará,
para obtenção de nota parcial para conclusão da
disciplina.

Professor:
Prof. Frank Pantoja

Santarém – Pará
2017
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 04
2. OBJETIVOS.......................................................................................................... 05
2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 05
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 06
3.1. ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................ 06
3.3. COLETA DOS DADOS....................................................................................... 06
4. DADOS DA PROPRIEDADE ................................................................................ 07
5. ANALISE DOS IMPACTOS .................................................................................. 09
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 11
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1. INTRODUÇÃO

Neste relatório será descrito como se transcorreu a saída de campo

realizada no dia 20 de Agosto de 2017, para visita técnica na Fazenda J M, com o

propósito da aplicação de conhecimento disposto na disciplina de Planejamento de

Diagnóstico Ambiental ministrada pelo professor Frank Pantoja. A saída de campo

vem para enriquecer ainda mais o conhecimento dos estudantes nos mostrando as

aplicações práticas da disciplina, muito diferente da teoria aprendida em sala de aula

e nos propõe a aplicação desse conhecimento mais aprofundado realizando um

relatório de diagnóstico ambiental da propriedade.

O diagnóstico ambiental é a caracterização da qualidade ambiental atual da

área de abrangência do Estudo Ambiental, de modo a fornecer conhecimento

suficiente para embasar a identificação e a avaliação dos impactos nos meios físico,

biológico e socioeconômico. A partir do diagnóstico ambiental é possível fazer

projeções futuras dos impactos do empreendimento sobre o meio.

O principal objetivo dessa aula de campo é analisar os aspectos físicos da

propriedade e os impactos ocasionados pela agricultura.


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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

- Analisar os aspectos físicos da fazenda e os impactos ocasionados pelo uso do


solo e desenvolver um Diagnostico Ambiental Simplificado da propriedade.
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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi desenvolvido no município de Santarém cuja extensão total de


sua área é de 17.898,389 km² (IBGE, 2015), na Fazenda J M situada na
comunidade Boa Esperança e compreende as coordenadas de latitude 54º29'42,70"
S, e longitude 02º43'15,11" W, com precipitação pluviométrica um pouco mais
elevada, em média de 1.920mm/ano, temperatura média anual de 25 ºC e umidade
relativa do ar de 86% (NEPSTAD et al., 2002). (Figura 1).

Figura 1. Localização da Fazenda J M, na comunidade de Boa Esperança situada no município de


Santarém – PA
Fonte: SICAR

3.2. COLETA DE DADOS

O estudo foi realizado no dia 20 de Agosto de 2017. A coleta de dados


ocorreu por meio de entrevista com o proprietário da fazenda, visita técnica do local,
análise dos aspectos físicos da área e comparação dos dados obtidos in loco com o
Cadastro Ambiental Rural da propriedade.
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4. DADOS DA PROPRIEDADE

Segundo informações obtidas pelo proprietário da Fazenda J M, senhor

Jesanias Menezes Bezerra, a propriedade estudada possui 670 ha, porém constam

somente 254,09 ha declarados em seu Cadastro Ambiental Rural, no qual 400 ha

são utilizados para agricultura e o restante da área é sua reserva legal.

De acordo com a legislação a propriedade deveria possuir 80% de sua área

sendo de Reserva legal, devido à propriedade se encontrar na Amazônia Legal,

contudo, conforme o Código Florestal propriedades que desmataram antes do ano

de 2008 possuem anistia de multas, isso porque, antes do novo Código Florestal, o

proprietário rural que desmatasse ilegalmente não era apenas multado, mas também

obrigado a legalizar a situação de sua propriedade. No entanto, de acordo com o

novo Código, quem desmatou até 22 de julho de 2008 pode usar o benefício da

suspensão.

Além da propriedade se encontrar em área de zoneamento ecológico-

econômico, que objetiva viabilizar o desenvolvimento sustentável a partir da

compatibilização do desenvolvimento socioeconômico com a conservação

ambiental. Este mecanismo de gestão ambiental consiste na delimitação de zonas

ambientais e atribuição de usos e atividades compatíveis segundo as características

(potencialidades e restrições) de cada uma delas. O objetivo é o uso sustentável dos

recursos naturais e o equilíbrio dos ecossistemas existentes. Portanto a delimitação

das áreas de Reserva Legal e APP’s são delimitadas conforme especificações

variadas de acordo com a situação existente em cada propriedade, a Reserva Legal

nesse caso é reduzida para 50% por se encontrar em áreas de ZEE .


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Verificou-se que o solo possui um preparo especifico e utiliza-se 3 toneladas

de calcário por ha, para repor os nutrientes perdidos, além disso, outro fator

interessante é que existe uma rotatividade de culturas e um período de descanso do

solo o que gera menos impactos. A propriedade possui um desnivelamento do solo

com relevo suave e ondulado e caracteriza-se pela predominância de solo argiloso

com boa fertilidade e com baixa taxa de erosões devido o uso do solo para plantio,

porém, foram identificados três tipos de erosões no solo: erosão laminar, erosão de

ravina e voçorocas.

Também foi verificada a presença de camaleões (barragens de curva de nível

do solo) para impedir a força da água da chuva invadindo a área de plantio e

ocasionando erosões no solo e de vegetação gramínea possibilitando assim a baixa

taxa de erosões citadas anteriormente.

A propriedade se encontra com plantação de milho, o que favorece o solo,

pois, após a colheita, as sobras de palha do milho são utilizadas como adubo

orgânico e também auxilia na proteção do solo contra erosões formando uma capa

que impossibilita a infiltração em grande escala de água no solo, além da adubagem

na preparação do solo, também é realizada a adubagem de cobertura após o

plantio.

Utiliza-se de defensivos agrícolas para afastamento de pragas na plantação,

pode-se perceber a presença de dois tipos de pragas besouros em grande

quantidade e folhas comidas por larvas, a propriedade possuem duas áreas de

proteção permanentes com nascentes, o uso desses defensivos pode ocasionar

alterações de nutrientes nos corpos hídricos ao longo dos anos.


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5. ANALISE DOS IMPACTOS

As práticas mais prejudiciais a serem observadas foram a transformação da

terra em terra arada e a transformação da terra em terra arada sem o uso de água,

esta atividade contribui para a degradação do solo da região de plantio, pois muitas

vezes observa-se a excessiva perda de umidade e extinção da microfauna biológica

que ajuda a decomposição e o aproveitamento dos nutrientes.

Analisou-se também impactos ocasionados pela atividade agrícola no entorno

da propriedade, como a alteração da vegetação nativa e consequentemente da

paisagem existente, o microclima da área também foi afetado com a remoção da

vegetação, houve a redução da umidade relativa do ar, pois com a remoção das

folhagens há uma queda da regulação da temperatura ambiental, deixando-a mais

alta e instável. As substâncias presentes em grandes quantidades na plantação do

milho são responsáveis pelo aumento na temperatura média da Terra, o qual é

parcialmente causado pela agricultura, através da emissão de gases característicos

do setor, como o óxido nitroso (N2O) e o dióxido de carbono (CO2). (Nahaden et.

Al.)

Pode-se verificar também a perda da biodiversidade devido ao

desmatamento, poluição atmosférica e a morte de alguns insetos devido ao uso de

defensivos agrícolas, pois, devido a sua composição, os defensivos agrícolas são

grandes agentes de modificação da região em que são aplicados e do alimento que

é atingido por eles. Verificou-se também a presença de casas no entorno da

propriedade que também são prejudicadas com o uso dos defensivos e na época da

colheita com a dispersão de resíduos e foligem do plantio podendo ocasionar

doenças cardiorrespiratórias, por serem consideradas substâncias tóxicas, ácidas e

perigosas a saúde humana e a sobrevivência do ambiente.


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O uso de adubos e fertilizantes pode agredir ao meio hídrico causando a

toxicidade das águas nas nascentes presentes no local, devido ao escoamento

superficial que carreia partículas desses produtos para dentro dos corpos hídricos,

porém, pode-se verificar que a água das nascentes provavelmente não haviam sido

contaminadas, precisaria de uma análise mais aprofundada para identificar qualquer

alteração química, contudo verificou-se que a água é transparente e não possui

nenhum odor.

Outro ponto analisado nos corpos hídricos foi à presença de sedimento

ocasionado por erosões através das chuvas, podendo futuramente comprometer o

fluxo das águas por assoreamento. Nas áreas de preservação notou-se a presença

de vegetação nativa e também a presença de alguns animais e insetos. Apesar da

retirada da vegetação para o plantio pode-se perceber uma grande variedade de

insetos nas áreas de reserva legal. Vale ressaltar que encontramos uma construção

na nascente visitada o que nos leva a acreditar que essa cisterna presente ali, já foi

parte da historia cultural da comunidade, fornecendo água à população antes da

criação do microssistema implantado na região.

A manutenção da fazenda é feita pelo proprietário e seu filho, desde o

preparo do solo, operação da maquinas até a colheita, portando a propriedade não é

geradora de empregos para a comunidade, porém, gera um movimento financeiro. A

região é propicia para plantio o que incentiva outros produtores a se instalarem na

região.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Cadastro Ambiental Rural, disponível em: http://www.car.gov.br/#/, acessado em 24


de Agosto de 2017.

Cartilha do Código Florestal Brasileiro, disponível em:


http://www.ciflorestas.com.br/cartilha/reserva-legal_qual-deve-ser-o-tamanho-
da-reserva-legal.html, acessado em 24 de Agosto de 2017.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades, disponível em:<http


//cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=150680, acessado em 24 de
Agosto de 2017.

Mundo Ambiente Engenharia, disponível em:


http://mundoambiente.eng.br/new/meio-ambiente/diagnostico-ambiental/,
acessado em 24 de Agosto de 2017.

NAHADEN HANACLETO, GABRIELI ARALDI DE CARVALHO, BIANCA ARAUJO


HERRERA SILVA. Análise Dos Impactos Do Cultivo Do Milho Por Meio Da
Análise Do Ciclo De Vida (Acv). Disponível em:
http://www.dep.uem.br/simepro/anais/index.php/simepro/simepro/paper/viewFi
le/152/105. Acessado em 24 de Agosto de 2017.

NEPSTAD D. C., P. R. S. MOUTINHO, M. B. DIAS-FILHO, E. DAVIDSON, G.


CARDINOT, D. MARKEWITZ, R. FIGUEIREDO, N. VIANNA, P. LEFEBVRE,
D. RAY, J. M. SILVA, CARDOSO, L. STERNBERG, M. MOREIRA, J. B.
GUERREIRO, L. BARROS, F. Y. ISHIDA, E. BELK, E. K. SCHWALB. The
effects of rainfall exclusion on canopy processes and biogeochemistry of an
Amazon forest. Journal of Geophysical Research, 107(20), 80-85, 2002.

O Eco, Zoneamento Ecológico Econômico, disponível em:


http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27545-o-que-o-zoneamento-
ecologico-economico/, acessado em 24 de Agosto de 2017.

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