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PLANO DE MANEJO DA
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA LAGOA VERDE
APRESENTAÇÃO
__________________________
Letícia Seibel Hummes
Diretora Técnica
Polar Meio Ambiente
PLANO DE MANEJO DA APA DA LAGOA VERDE
Execução
Colaboração
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Letícia Seibel Hummes
Bióloga, MBA em Gestão Ambiental e Especialização em Gerenciamento de Projetos
Roberta Dalsotto
Bióloga, Esp. em Planejamento Ambiental, MBA em Gestão de Projetos (cursando)
Alyne Frees
Estudante de Biologia
Cristiane da Silveira
Engenheira de Bioprocessos e Biotecnologia e Técnica de Segurança do Trabalho
Lucas Silveira
Biólogo, Msc. em Genética e Biologia Molecular
Marta Krafta
Bióloga, Msc. em Administração e MBA em Gestão de Projetos (cursando)
Rafael Leipnitz
Químico Industrial e Especialização em Gerenciamento de Projetos (cursando)
Raquel Rocha Santos
Bióloga, Msc. em Zoologia
Rodrigo Cavalcante
Estudante de Biologia
Os instrumentos que este documento dispõe à gestão da APA – por não ser de
propriedade pública – são mais restritos que os de uma unidade de conservação de
proteção integral. Entre as funções da entidade gestora da área, portanto, destaca-se
a de orientar e assistir proprietários, a fim de que os objetivos da UC sejam atingidos,
necessitando contar com a colaboração ativa destes.
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 6
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 28
4.5.1 Geologia........................................................................................... 56
ÍNDICE DE FIGURA
Figura 9: Temperatura média anual para o Estado do Rio Grande do Sul (Fonte:
SEMC, 2002). ............................................................................................................... 73
Figura 10: Temperatura média, máxima e mínima mensal para o município de Rio
Grande (Fonte: SEMC, 2002). ...................................................................................... 74
Figura 11: Precipitação média anual para o Rio Grande do Sul (SEMC, 2002). ... 75
Figura 12: Precipitação média mensal para o município de Rio Grande (RS)
(Fonte: SEMC, 2002). ................................................................................................... 75
Figura 14: Insolação média mensal (horas) para o município de Rio Grande
(SEMC, 2002). .............................................................................................................. 77
Figura 15: Evaporação média mensal para o município de Rio Grande (SEMC,
2002)............................................................................................................................. 77
Figura 18: Balanço hídrico mensal do município de Rio Grande, RS (Fonte: Plano
Ambiental Municipal de Rio Grande, 2007). ................................................................. 81
Figura 20: Bacia hidrográfica da Lagoa Mirim - São Gonçalo (Fonte: SEMA, 2007).
...................................................................................................................................... 83
Figura 23: Riqueza específica por família registrada na área da APA da Lagoa
Verde para o levantamento fitossociológico. “Outras famílias” correspondem ao
somatório de todas as que apresentavam apenas uma espécie. .............................. 110
Figura 24: Numero total de indivíduos (N) por ponto, e número total de espécies
(riqueza) por ponto amostrado durante o levantamento da ictiofauna na APA da Lagoa
Verde. ......................................................................................................................... 143
Figura 27: Riqueza das famílias de anfíbios registradas através de dados primários
e secundários na área de influência da APA da Lagoa Verde, Rio Grande, RS. ....... 166
Figura 29: Riqueza dos grupos de répteis registrados através de dados primários e
secundários na área de influência da APA da Lagoa Verde, Rio Grande, RS. .......... 173
Figura 34: Áreas importantes para conservação das aves no Rio Grande do Sul.
Fonte: Projeto Biodiversidade RS............................................................................... 187
Figura 39: Percentual de distribuição por sexo da população total de Rio Grande
em 2010 (Fonte: IBGE – Censo Demográfico (2010), primeiros resultados). ............ 230
Figura 40: Evolução da População total de Rio Grande (1970 a 2010). Fonte:
IBGE. .......................................................................................................................... 231
Figura 41: Evolução das taxas de urbanização em Rio Grande (1970-2010). .... 232
Figura 42: Distribuição da população por grupos de idade no município de Rio
Grande: 1991 e 2000 (Fonte: IBGE, SIDRA). ............................................................. 233
Figura 43: Pessoas ocupadas com 10 anos ou mais de idade, por setor atividade
econômica em Rio Grande – 2000. (Fonte: IBGE - Censo Demográfico). ................. 234
Figura 45: PIB per capita de municípios da metade sul e RS em 2007, em reais
(R$) a preços correntes. Fonte: FEE / Núcleo de Contabilidade Social, 2010. .......... 237
Figura 46: Participação percentual por setor da economia no VAB total em Rio
Grande (2007). Fonte: FEE / Núcleo de Contabilidade Social, 2010. ........................ 237
Figura 50: Percentual das formas de coleta de resíduos sólidos por situação de
domicílios em Rio Grande – 2000 (Fonte: IBGE, 2000). ............................................ 244
Figura 54: Taxa de analfabetismo em Rio Grande por faixa etária da população
(2000).Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil – PNUD, 2000 e IBGE,
2000. ........................................................................................................................... 255
Figura 56: Percentual dos tipos de rendimento nominal mensal por situação de
domicílio na área da APA da Lagoa Verde e em Rio Grande. (Fonte: IBGE, 2000). . 259
Figura 59: Percentual das formas de coleta de resíduos sólidos por situação de
domicílio na área da APA da Lagoa Verde e em Rio Grande. (Fonte: IBGE, 2000). . 264
Figura 66 – Ciclo do PDCA anual proposto para a APA da Lagoa Verde (Fonte:
Adaptado de Nascimento, 2008). ............................................................................... 300
Foto 1: Levantamento florístico na área da APA da Lagoa Verde, Rio Grande, RS.
...................................................................................................................................... 89
Foto 4: Mata Ciliar do Arroio Bolaxa com presença de Salix humboldtiana. ......... 92
Foto 11: Lagoa Verde e canal São Simão com presença de gado. ....................... 96
Foto 27: Método de coleta com uso de puçá no rio ............................................. 114
Foto 31: Ponto 1- Arroio Bolacha, calha principal próximo a ponte da RS 734,
Balneário do Cassino.................................................................................................. 117
Foto 33: Ponto 3: Arroio Viera, calha principal próximo a BR 392. ...................... 118
Foto 45: Mugil platanus registrada no Canal São Simão e na Lagoa Verde. ...... 143
Foto 47: Micropogonias furnieri registrada no Canal São Simão. ........................ 144
Foto 50: Hisonotus sp. registrado na calha principal do Arroio Bolacha, trecho que
passa pela RS 734. .................................................................................................... 147
Foto 59: Tigre d‟água, Trachemys dorbigni, registrada nas áreas de influência da
APA da Lagoa Verde, município de Rio Grande, RS. ................................................ 171
Foto 85 - Preá (Cavia magna) atropelada na travessia sobre o arroio Bolaxa. ... 225
Foto 87- Registro de do gado na APP da APA da Lagoa Verde. ........................ 226
Foto 90: Atividades comerciais na Rua General Bacelar, calçadão de Rio Grande.
.................................................................................................................................... 238
Foto 96: Vista frontal do Ambulatório do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet
Correa Jr, em Rio Grande. ......................................................................................... 256
Foto 97: Vista de uma das entradas da Associação de Caridade Santa Casa de
Rio Grande. ................................................................................................................ 256
ÍNDICE DE MAPA
Mapa 17 - Mapa com a delimitação física das áreas prioritárias para inclusão na
APA da Lagoa Verde. ................................................................................................. 291
ÍNDICE DE TABELA
Tabela 7: Composição florística da APA da Lagoa Verde, Rio Grande, RS. ......... 96
Tabela 8: Parâmetros fitossociológicos para as espécies amostradas na APA da
Lagoa Verde, Rio Grande, RS, listadas por ordem de Valor de Importância (VI). ..... 108
Tabela 9: Espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção e imunes ao corte,
amostradas na APA da Lagoa Verde, Rio Grande, RS. ............................................. 111
Tabela 10: Localização dos Pontos de Amostragem – Coordenada UTM -
realizados no Levantamento Primário para avaliação de Ictiofauna da Área da Lagoa
Verde e Entorno, com descrição breve da localização e arte de pesca utilizada na
amostragem. ............................................................................................................... 113
Tabela 35: Lista das espécies exóticas descritas para a área de influência da APA
Lagoa Verde, no município de Rio Grande, RS. ........................................................ 216
Tabela 38: Produto Interno Bruto (PIB) dos principais municípios do RS – 2007
(Fonte:FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social). ... 236
Tabela 43: Agências dos correios em Rio Grande (Fonte: Correios). ................. 248
Tabela 45: Corpo docente das escolas de Rio Grande por nível e rede de ensino
(2007) Fonte: IBGE Cidades, 2008. ........................................................................... 250
Tabela 46: Número de vagas oferecidas por cursos de graduação nos últimos
processos seletivos da FURG Fonte: Manual do Candidato, Processo Seletivo FURG
2010)........................................................................................................................... 252
Tabela 49: IDH total e por blocos no Brasil, no Rio Grande do Sul e em Rio
Grande (1991-2000) (Fonte: PNUD, 2000). ............................................................... 258
Tabela 53: Percentual de destino dos resíduos sólidos por situação de domicílios
na área da APA da Lagoa Verde e em Rio Grande (Fonte: IBGE, 2000). ................. 263
Tabela 58: Percepção socioambiental sobre como é a APA da Lagoa Verde por
membros da comunidade e instituições governamentais e não governamentais
atuantes na região da APA (Fonte: Plano de Manejo Polar Meio Ambiente). ............ 280
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
23
Tabela 59: Variação recomendada do tamanho das letras conforme a distância da
leitura. ......................................................................................................................... 316
ÍNDICE DE ANEXO
CNPJ 07.340.800/0001-09
Site www.polar-ambiental.com.br
AP – Áreas Protegidas
art. – artigo
CF – Constituição Federal
COMDEMA – Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente
ha - hectares
IO – Instituto de Oceanografia
MP – Ministério Público
UC – Unidade de Conservação
No ano de 1998, foi feita a sugestão de que a proposta de criação da APA fosse
encaminhada ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA), para
discussão. No COMDEMA, foi criada Câmara Técnica (CT), coordenada pelo NEMA,
integrante do Conselho, para dar andamento ao processo. Desta Câmara Técnica,
faziam parte também as instituições a seguir: Autarquia do Balneário Cassino – ABC,
SMAPMA, NEMA, Centro de Estudos Ambientais (CEA), Fundação Estadual de
Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (FEPAM), FURG e União Rio Grandina
das Associações de Bairro (URAB), com a possibilidade de, durante as discussões,
outras entidades interessadas serem convidadas para as reuniões, tais como
Associações de Bairros e representantes das comunidades.
Foi realizada uma Audiência Pública, no qual a área foi analisada quanto ao Plano
Diretor do município, revisão dos limites, caracterização ambiental e potencialidades.
Nesta Audiência, também foi apresentada e discutida a proposta de criação da APA e
definiu-se que seria uma Câmara Técnica para avaliação do processo e das
características do local, viabilizando ou não a proposta. Outras propostas, como a
criação de uma Reserva Ecológica ao invés de APA, o que foi descartada pela
explicação de que essa categoria de UC é bastante restritiva (BEHLING, op. cit., p. 80-
81).
A discussão perdurou pelo ano de 2004, e o Projeto de Lei para Criação da APA
da Lagoa Verde foi colocado em pauta, para votação na Câmara dos Vereadores, por
cinco vezes em dois anos, até que, em novembro daquele ano, foi solicitado ao Poder
Executivo Municipal, por meio do Secretário do Meio Ambiente, que interferisse junto
àquela Câmara, com vistas a acelerar o processo legislativo. No mês seguinte, foi
apresentada uma proposta de Projeto de Lei Alternativo para Criação da APA da
Lagoa Verde, pelo Secretário do Meio Ambiente. Essa proposta de Projeto Alternativo
foi apresentada em função de que a proposta original já tramitava há bastante tempo
sem perspectiva de aprovação, tendo em vista os limites da área proposta
originalmente, tornando-a muito extensa e gerando a resistência das entidades
envolvidas e dos vereadores (BEHLING, et al., p. 83).
Assim, a proposta de Projeto Alternativo, que diminuía sua área de 3.500 ha (três
mil e quinhentos hectares) para 510 ha (quinhentos e dez hectares), facilitou sua
aprovação no Poder Legislativo Municipal, solucionando o impasse. A nova área
compreendia a totalidade da Lagoa Verde e seu entorno, numa faixa de 200 m
(duzentos metros), restrita à APP. Após apresentação justificada, foi deliberado e
aprovado o Projeto Alternativo para Criação da APA da Lagoa Verde.
Nos anos de 2005 e 2006, a APA da Lagoa Verde continuou sendo tema das
discussões do COMDEMA, mas com a intenção de obter recursos para a realização
de seu Plano de Manejo.
Através do Edital Convite n° 013/2009, tornou pública a Licitação na modalidade
carta convite do tipo melhor técnica e preço, tendo por objeto a contratação de
empresa prestadora de serviço para elaboração do Plano de Manejo da APA da Lagoa
Verde, conforme formulários do MMA lá anexados.
O art. 225 da Constituição Federal – CF (BRASIL, 1988) dispõe que todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
O inciso II, do parágrafo 1°, do referido artigo, expõe que, para assegurar a
efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público, entre outras atividades, definir,
em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção.
Em sentido estrito, tal qual o enunciado na CF, para fins de espaços territoriais
especiamente protegidos (áreas protegida), se subsumem apenas as Unidades de
Por outro lado, ainda segundo explicação de MILARÉ (2007, op. cit.), em sentido
amplo, constituiriam áreas ou espaço territoriais especialmente protegidos, as demais
áreas protegidas, como, por exemplo, as áreas de preservação permanente e as áreas
de proteção especial, que tenham fundamentos e finalidades próprias e distintas das
Unidades de Conservação.
Para fins da realização deste Plano de Manejo, cuja área protegida é Área de
Proteção Ambiental, categoria de Unidade de Conservação de Uso Sustentável, os
subitens deste item do trabalho tratarão do assunto sob o enfoque estrito, discorrendo
sobre a proteção trazida pelos Sistemas Nacional e Estadual (RS) de Unidades de
Conservação da Natureza.
2.1.2.1 SNUC
O inciso VIII do art. 5° referência que o processo de criação e gestão das UCs
deve ser realizado de maneira integrada com as políticas de administração de terras e
1
Entende-se por uso indireto aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais;
enquanto uso direto é aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais (art. 2°, IX e X, da Lei
n° 9.985/2000).
Por fim, cabe mencionar que cabe ao MMA organizar e manter um Cadastro
Nacional de Unidades de Conservação- CNUC2 (ao qual divulgará e colocará à
disposição do público interessado), com a colaboração do IBAMA e dos órgãos
estaduais e municipais competentes.
2.1.2.2 SEUC
2
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=119> Acesso em 10 out.
2010.
O art. 1°, do Decreto n° 34.256/1992, dispõe que o SEUC é constituído pelas UCs
estaduais e municipais. O art. 2° estabelece que a estrutura do SEUC será
estabelecida de forma a incluir comunidades geneticamente significativas, abrangendo
a maior diversidade possível de ecossistemas naturais existentes no território estadual
e nas águas jurisdicionais, dando-se prioridade àqueles que se encontrarem mais
ameaçados de degradação ou eliminação.
3
Art. 251: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo e restaurá-lo para as presentes e futuras gerações, cabendo a todos
exigir do Poder Público a adoção de medidas nesse sentido. §1º - Para assegurar a efetividade desse direito, o Estado
desenvolverá ações permanentes de proteção, restauração e fiscalização do meio ambiente, incumbindo-lhe,
primordialmente: (...) VI - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético contido em seu território,
inclusive mantendo e ampliando bancos de germoplasma, e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e à
manipulação de material genético; VII - proteger a flora, a fauna e a paisagem natural, especialmente os cursos d‟água,
vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e paisagística, provoquem extinção de espécie ou
submetam os animais a crueldade; (...)XII - fiscalizar, cadastrar e manter as florestas e as unidades públicas estaduais
de conservação, fomentando o florestamento ecológico e conservando, na forma da lei, as florestas remanescentes do
Estado; (...) Art. 259: Art. 259: As unidades estaduais públicas de conservação são consideradas patrimônio público
inalienável, sendo proibida ainda sua concessão ou cedência, bem como qualquer atividade ou empreendimento
público ou privado que danifique ou altere as características naturais. § único: A lei criará incentivos especiais para a
preservação das áreas de interesse ecológico em propriedades privadas. (RIO GRANDE DO SUL, 1989).
4
A Lei Estadual n° 10.356/1995 (RIO GRANDE DO SUL, 1995) dispõe sobre a estrutura organizacional da
Administração Direta e dá outras providências. A Lei Estadual n° 11.362/1999 introduz alterações na Lei n°
10.356/1995, dispõe sobre a Secretaria do Meio Ambiente – SEMA e dá outras providências. Através desta última Lei,
a competência sobre as questões relativas às Unidades de Conservação Estaduais e o SEUC ficam a cargo da SEMA
e seu DEFAP, através da DUC.
Nessa esteira, segundo o art. 10, os municípios que possuírem UCs poderão
receber recursos previstos em Lei a título de estímulo e compensação da preservação
e conservação ambiental, desde que: I – a utilização da UC seja compatível com o que
determina a legislação em vigor para a categoria (atente-se para o SNUC); II – a UC
conste no Cadastro de UCs do Estado, referendado pelo CONSEMA.
É obrigatória, nos termos do art. 17, a sinalização externa, por meio de placas, da
área da UC, que deverá ser implementada por seu administrador. A sinalização deverá
ser instalada nos limites externos da unidade e suas vias de acesso, respeitando: I – a
visibilidade imediata aos que transitam pelo local ou dele se aproximem; II – a
integração com o ambiente, de modo a não desfigurar a paisagem nem causar dano
de qualquer tipo; e III – a inclusão de mensagem incentivadora de preservação
ambiental.
Por fim, importante mencionar que os municípios que possuem UC poderão
elaborar o Sistema Municipal de Unidades de Conservação, em observância ao
SEUC, nos termos estabelecidos pelo Decreto n° 38.814/1998.
Pela classificação brasileira de biomas (IBGE, 2004), o Brasil possui seis grandes
biomas,5 e o Pampa é um deles, compreendendo os campos da metade sul do RS,
ocupando 63% (sessenta e três por cento) do território do Estado. O Pampa, como
bioma (IBGE, 2004) é a reunião de “formações ecológicas que se inter-cruzam em
uma formação ecopaisagística única, com intenso tráfego de matéria, energia e vida
entre os campos, matas ciliares (de galeria), capões de mato e matas de encostas”
(SUERTEGARAY et. al., 2009, p. 43), suas principais formações. Abrange uma área
de 176.496 Km², 2,07% da parcela do território brasileiro.
A denominação bioma tem associação com a relação estabelecida entre os
conceitos de ecossistemas e paisagens. Assim, utiliza-se o conceito de bioma tanto no
que se refere à classificação de grandes paisagens, quanto para designar unidades
geográficas contínuas, ainda que compostas por vários ecossistemas
(SUERTEGARAY et. al., op. cit., p. 44).
Na Convenção sobre Diversidade Biológica, no transcorrer dos debates da
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Rio, em
1992, foram previstas áreas prioritárias para conservação da biodiversidade. No ano
de 1998, o MMA mobilizou uma equipe de pesquisadores para apontar áreas
prioritárias para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica e Campos Sulinos.
Após workshop para definir essas áreas (MMA, 2000), construiu-se o marco
legitimador sobre o bioma Pampa. Assim, “na eminência de sua total destruição, em
2004, o MMA ratificou a aplicação do termo bioma, para o Pampa” (SUERTEGARAY
et. al., op. cit. P. 44).
5
Esclareça-se que a classificação adotada pelo IBGE não é a mesma adotada pelo IBAMA, que entende que o Brasil
possui sete biomas e não seis, quais sejam: Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatinga, Campos Sulinos
(Pampa) e Zona Costeira. A classificação do IBGE não inclui a Zona Costeira como bioma, o que deverá mudar, tendo
em vista PEC, que tramita no Congresso Nacional, o que se verá adiante no texto.
Ainda quanto aos aspectos legais e normativos, no que tange às UCs, em especial
à APA da Lagoa Verde, deve ser observado e atendido o quadro geral das normas
ambientais. Assim, neste item são citadas normas em níveis federal, estadual e
municipal, que devem ser respeitadas na condução do processo de gestão da APA.
6
Disponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=457694> Acesso em: 10 out. 2010.
7
Disponível em: <http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=90280> Acesso em: 10 out.
2010.
Legislação ordinária:
Resoluções do CONAMA:
ESTADUAL
MUNICIPAL
Entre os objetivos elencados no Plano Diretor em seu art. 10, XIV, está a garantia
a preservação, proteção e recuperação do ambiente natural e do patrimônio cultural,
histórico e paisagístico. Dá-se especial relevância ao Capítulo III por trazer em seu
bojo a Política Ambiental Municipal. Quanto ao art. 87, fala sobre as áreas de proteção
do ambiente natural. No tocante ao Capítulo X trata sobre relatórios de impacto
ambiental e de vizinhança.
A APA da Lagoa Verde foi criada no ano de 2005, através da Lei Municipal n°
6.084 (RIO GRANDE, 2005), de 22 de abril. Em seu art. 4°, estabelece que o
Município poderá criar uma estrutura administrativa e técnica para administrar a APA
ou repassar a administração a terceiros, desde que autorizado pelo Poder Legislativo.
O Rio Grande do Sul está situado em uma área geográfica de transição entre duas
províncias biogeográficas da região Neotropical: a Paranaense e a Pampeana, com
um pequeno contato com a província Atlântica. De acordo com o sistema clássico de
Cabrera & Willink (1980), a APA Lagoa Verde está inserida na Província Pampeana
que faz parte do Domínio Chaquenho. Esta abrange a metade sul do Estado e possui
clima temperado-quente, com precipitações anuais de 600 a 1.200 mm, temperaturas
médias anuais entre 13 e 17 ºC, sendo encontrados principalmente campos com
gramíneas. De acordo com a classificação de ecorregiões terrestres adotada pelo
Banco Mundial e WWF (DINERSTEIN et al. 1995), a mesma pertence à Ecorregião
das Savanas Uruguaias.
O Bioma Pampa abriga alta diversidade e oferece beleza cênica com potencial
turístico importante, porém a sua conservação tem sido ameaçada pela conversão em
culturas anuais e silvicultura e pela degradação associada à invasão de espécies
exóticas e uso inadequado (PILLAR, 2009).
Alegrete, Rosário do
Área de Proteção Sul, Quaraí e
1992 318.757,00 Federal
Ambiental do Ibirapuitã Santana do
Livramento
ESTADOS
Paraná -70°0' -60°0' -50°0' -40°0'
Colom bia
-26°27'
-26°27'
Paraguai RR
AP
0°0'
0°0'
AM PA MA CE
PI
-10°0'
-10°0'
Santa Catarina RO TO
BA
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MT
GO
Bolivia
MG
-20°0'
-20°0'
Argentina MS
SP
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OCEANO
ATLÂNTICO
Argentina RS
-30°0'
-30°0'
Rio Grande do Sul 0 500 1.000
-28°30'
km
-28°30'
-70°0' -60°0' -50°0' -40°0'
15
.
!
Legenda
Bioma Pampa 7 - Parque Estadual de Itapuã
Massa d'água 8 - Parque Estadual do Camaquã
16 9 4 Divisão Política
2 9 - Parque Estadual do Delta do Jacuí
.
! .!
! . !
.
10 Divisa Estadual 10 - Parque Estadual do Espinilho
. 13
!
.
! 3 7 Divisas Internacionais 11 - Parque Estadual do Podocarpus
.
! .
!
11 12 - Parque Nacional da Lagoa do Peixe
-30°33'
-30°33'
!
. Unidades de Conservação do Bioma Pampa
11 !
. 13 - Ref. de Vida Silv. Ban. dos Pachecos
.
! 1 - APA da Lagoa Verde
s
a to
2 - APA do Banhado Grande 14 - Refúgio de Vida Silvestre Molhe Leste
sP
8 12 15 - Reserva Biológica de São Donato
3 - APA do Rio Ibirapuitã
do
.
! a
un
.
!
g 4 - APA Estadual do Delta do Jacuí 16 - Reserva Biológica do Ibirapuitã
La
5 - ARIE Pontal dos Latinos e Pontal do Santiago 17 - Reserva Biológica do Mato Grande
6
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-32°36'
-32°36'
Uruguai 5 .
! 0 50 100
.
! Km
Projeção Cônica Conforme de Lambert Escala numérica - folha A3
Datum SAD-69 1:4.000.000
-34°39'
Fonte Polar Meio Ambiente (2010), MMA (2010), PMRG (2005) Data
Novembro/2010
ESTADOS MUNICÍPIOS
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
Laguna dos Patos MS São
SP Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
6.470.000
6.470.000
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Pelotas do
n a
SC gu
La
Capão do
Leão
Herval
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
RS APA da Lagoa
Arroio ! Verde
Grande Rio Grande
OCEANO
1
ATLÂNTICO
10
Uruguai
OCEANO ATLÂNTICO
BR
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
im
go a Mi r
6.460.000
6.460.000
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
km km
ir os
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Il ha do -59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
Sao Jose do Norte
Saco do
Arraial
Legenda
Vila Santa Tereza
Rio Grande Sistema Viário Divisas Politicas
® Aeroporto
o
a
ir
ue Rodovia Federal Divisa Municipal
2
g APA da Lagoa Verde
an
39
Quinta
6.450.000
6.450.000
Rodovia Estadual Rio Grande
BR
M
Vila Carreiros
de
® Mancha Urbana
o
B R 39 2
da
r an
Rodovia Municipal
co
Hidrografia
io G
Sa
47 1 Rua
BR Rede Hidrográfica
eR Ferrovia
al d
Massa d'água
C an
4
73
S
ER
®
6.440.000
6.440.000
Cassino
6.430.000
Empreendimento
A
Projeto
O
Plano de Manejo
Título
Mapa de Localização e Situação
Fonte Polar Meio Ambiente (2010), DSG (1977), PMRG (2005). Data Novembro/2010
Pelo disposto no art. 22, da Lei n° 9.985/2000 (Lei do SNUC), as UCs são criadas
por ato do Poder Público. Nos termos do §2°, esta criação deve ser precedida de
estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a
dimensão e os limites mais adequados para a unidade, conforme dispõe o Decreto n°
4.340/2002, que regulamenta a Lei do SNUC.
O art. 2° do Decreto referido acima, institui o que o ato que cria uma UC deve
indicar, como a denominação, a categoria de manejo, os objetivos, os limites, a área
da unidade e o órgão responsável por sua administração. Compete ao órgão executor
proponente da nova UC elaborar os estudos técnicos preliminares e realizar a consulta
pública e os demais procedimentos administrativos necessários à criação da unidade,
segundo o que preconiza o art. 4° do Decreto. Ressalte-se que a consulta pública para
a criação de UC tem a finalidade de subsidiar a definição da localização, da dimensão
e dos limites mais adequados para a unidade.
Voltando ao art. 22, da Lei n° 9.985/2000, o §6° explicita que a ampliação dos
limites de uma UC, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo
proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que
criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos
no §2°. Nos termos do art. 25 da Lei, as APAs estão dispensadas de possuir zona de
amortecimento.
A proposta de criação da APA da Lagoa Verde foi realizada, pela primeira vez,
em 1991, no entanto, o processo legislativo somente se concretizou com o advento da
Lei n° 6.084, em 2005. As primeiras atividades modificadoras do ambiente da área da
Lagoa datam da década de 40, antes da criação da maioria das leis ambientais,
quando os proprietários de terras já utilizavam barragens, visando evitar o alagamento
próximo às residências e também o aterramento do local.
4.5.1 Geologia
Vale ressaltar, ainda, que o tema atende, também, aos ecólogos que tratam do
estudo de ecossistemas, sob o aspecto da abundância e ciclagem de elementos
químicos nos vários sistemas e subsistemas, assim como do ponto de vista da relação
dos ecossistemas com o substrato rochoso e sua influência na formação das
coberturas vegetais.
Figura 2: Planície costeira do Rio Grande do Sul e Sistemas deposicionais (TOMAZELLI &
VILLWOCK, 2000).
Em termos gerais, toda a área do município de Rio Grande está localizada sobre
terrenos sedimentares, em função do contexto geológico-evolutivo da Planície
Costeira no RS (Mapa 3). Os terrenos mais antigos estão situados a oeste e são
apresentados por sedimentos marinhos, eólicos e lagunares. Os sedimentos mais
modernos, de idade holocênica, são caracterizados por terraços lagunares (Q4pl) em
vários níveis e por sedimentos eólicos (Q4e), praiais (Q4p) e praiais atuais (Q4pa).
6.455.000
Sa Arr MS São
Q2pe2 SP Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Q4pl Pelotas do
n a
SC gu
Q4e La
Capão do
Leão
Herval
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
a
ir RS APA da Lagoa
ue Verde
ng Arroio !
a
do
Grande
M OCEANO Rio Grande
c o no
ti da ATLÂNTICO
Sa us co
6.450.000
6.450.000
Uruguai
OCEANO ATLÂNTICO
Sa
-32°30'
-32°30'
J Jaguarão
im
Q4e go a Mi r
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
km km
Q4e
Q4pl
6.445.000
6.445.000
Legenda
Q4pl APA da Lagoa Verde
Q4pl Unidades
Q4e - Depósitos de Barreira Holocênica - Depósitos Eólicos
Q4p Q4p - Depósitos de Barreira Holocênica - Depósitos Praiais
Q4pl - Depósitos de Barreira Holocênica - Depósitos de Planície Lagunar
Q4tf - Depósitos de Barreira Holocênica - Turfeiras
Q4pa - Depósitos de Barreira Holocênica - Depósito Praial Atual
Q4e
6.440.000
6.440.000
Q4pa
®
Projeção Universal Transversa de Mercator
Fuso 22 Sul
Datum SAD-69
0 1.500 3.000
m
6.435.000
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
Título
Mapa Geológico
Q4e Fonte Polar Meio Ambiente (2010), CPRM (2006), PMRG (2005). Data
Novembro/2010
Por estar localizado sobre áreas sedimentares planas e com cotas altimétricas
muito baixas, o município de Rio Grande apresenta uma demanda elevada de
materiais para aterros. Nos terrenos holocênicos, onde se situam as áreas urbanas
com maior adensamento populacional, os valores altimétricos médios são de 5 a 6
metros. Nas áreas próximas às margens lagunares, esse valor é reduzido para 2
metros. Como consequência, a posição média do nível do lençol freático é muito
superficial (50 a 60cm), chegando a aflorar nos meses de precipitação elevada,
ocasionando frequentes alagamentos (TAGLIANI, 2002).
4.5.1.5 Hidrogeologia
Na área da APA da Lagoa Verde e sua zona de entorno não foram observados
conflitos relacionados à atividade minerária, por esta atividade ser escassa na
região;
A APA da Lagoa Verde e sua zona de entorno encontram-se em uma zona onde
o nível do lençol freático é muito próximo à superfície, apresentando grande
susceptibilidade à contaminação;
4.5.2 Geomorfologia
Justus et al. (1986) definem as planícies costeiras internas e externas como duas
regiões geomorfológicas que contem as unidades geomorfológicas Planície Aluvio-
Coluvionar e Planície Lagunar (internas) e Planície Marinha (externa).
Unidade Geomorfológica:
Planície Marinha
Planície Lagunar
Planície Alúvio-Coluvionar
O domínio das planícies quaternárias ocorre como uma faixa siliciclástica que se
alarga de norte para sul, desde Torres (onde ocorrem promontórios rochosos
relacionados à Unidade Patamares da Serra Geral) ao Chuí, sendo encerrada no
promontório rochoso de La Coronilla (em território uruguaio). Do ponto de vista
geodinâmico, representa a continuidade dos processos associados à Bacia de
Pelotas.
A expressiva sedimentação quaternária é de caráter misto (depósitos de
ambientes continental, transicional e marinho) e é descrita pela maioria dos autores
como sistema laguna – barreira e depósitos associados (leques aluviais, sedimentos
flúvio-lacustres, eólicos, praiais e marinho rasos, conforme descrito no capítulo
Geologia), ao longo de quatro fases evolutivas principais.
6.455.000
Ae 5 c o ia l MS
SP
São
a
Sa rr
Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
A Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Pelotas do
a
g un
SC La
Capão do
Leão
Herval
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
Al 3 RS APA da Lagoa
Verde
ira
Arroio !
g ue OCEANO
Grande Rio Grande
Ad 5
do Ad 5 an Uruguai ATLÂNTICO
o ino M OCEANO ATLÂNTICO
c da
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
6.450.000
6.450.000
t
Sa u s
J co im
Sa goa M
ir
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
km km
MODELADO DE ACUMULAÇÃO
Ae 3
Atm – Terraço Marinho: Acumulação marinha de forma plana,
levemente inclinada para o mar, apresentando ruptura de declive
em relação à planície marinha recente, entalhada em
6.445.000
6.445.000
Atl 2 conseqüência de variação do nível marinho ou por processos
erosivos ou ainda por movimentação tectônica.
Atm 5 Ad 5
Legenda Al – Planície Lacustre: Área plana resultante de processos de acumu-
lação lacustre, podendo comportar diques marginais.
Atm 5 APA da Lagoa Verde
Atl – Terraço Lacustre: Acumulação lacustre de forma plana, evemente
Unidades inclinada, apresentando ruptura de declive em relação à bacia do
Ae 5 lago e às planícies lacustres mais recentes situadas em nível
Planície Alúvio-Coluvionar inferior, entalhada devido às variações de nível da lâmina de água
provocadas por mudanças de condições de escoamento ou perda
Planície Lagunar
por evaporação e conseqüente retomada de erosão.
Planície Marinha Ae – Eólica: Depósito arenoso de origens diversas, remodelado pelo
vento, apresentando formas características de dunas, (crescentes,
parábolas, encarneiramentos ou lineametos) ou planícies
arenosas.
6.440.000
6.440.000
Ad – Eólica Dissipada: Depósitos arenosos originados pela ação do
vento e posteriormente dissipados pela ação dos processos
morfogenéticos pluviais.
Ae 5
®
Projeção Universal Transversa de Mercator
0 1.500 3.000
m
Fuso 22 Sul Escala numérica - folha A3
Datum SAD-69 1:100.000
Ad 5
6.435.000
6.435.000
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
Projeto
Plano de Manejo
Título
Mapa Geomorfológico
As cavas dos cordões (“banhados”) são áreas de acúmulo de água da chuva, bem
como locais de interceptação do lençol freático, sendo responsáveis pela formação de
pequenos cursos d‟água (arroios). Não apresenta susceptibilidade á erosão fluvial em
função da inexistência de uma rede de drenagem mais expressiva, da declividade
praticamente nula e do substrato muito poroso e permeável. Porém, todas as unidades
observadas na área da APA da Lagoa Verde são classificadas por Justus et.al. (1986)
como tendo muito forte predisposição à erosão provavelmente pelo fato de serem
sedimentos inconsolidados.
Os depósitos dos cordões se apresentam de forma irregular, caracterizando uma
ação erosiva e se encontram, em grande parte, recobertos por lençóis arenosos
parabólicos atuais e lençóis de areias antigas (paleodunas), fixados ou não por
vegetação. Nota-se, ainda a existência de uma complexa rede de drenagem, sendo
constituída de banhados interligados por pequenos arroios e riachos, e associados à
áreas alagáveis.
4.5.3 Pedologia
6.455.000
o
c a ia
Sa rr
MS São
SP Lourenço
A
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Pelotas do
a
g un
SC La
FTat Capão do
Leão
Herval
-29°30'
-29°30'
SXe Argentina
-32°0'
-32°0'
RS APA da Lagoa
ra
ei Arroio ! Verde
gu Grande
do an OCEANO Rio Grande
o ino M ATLÂNTICO
c t da Uruguai
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6.450.000
6.450.000
OCEANO ATLÂNTICO
co
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
J
Sa im
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goa M
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
km km
6.445.000
SXe
Legenda
Classificação Pedológica
E - Espodossolos Indiscriminados
6.440.000
RQot
®
Projeção Universal Transversa de Mercator
0 1.500 3.000
m
6.435.000
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
OCEANO ATLÂNTICO
Projeto Plano de Manejo
Título
Mapa Pedológico
Fonte Polar Meio Ambiente (2010), RADAM BRASIL (2006), PMRG (2005). Data
Novembro/2010
4.5.4 Clima
Temperatura
Meses
Temperatura média Temperatura máxima Temperatura mínima
Figura 10: Temperatura média, máxima e mínima mensal para o município de Rio Grande
(Fonte: SEMC, 2002).
Precipitação
117,78
112,75
112,73
109,93
102,95
101,59
98,16
93,85
93,79
Precipitação (mm)
85,31
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Figura 12: Precipitação média mensal para o município de Rio Grande (RS) (Fonte: SEMC,
2002).
Umidade Relativa do Ar
87,28
87,47
86,38
84,69
84,41
84,08
83,2
82,42
82,26
81,26
80,63
Umidade Relativa (%)
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Figura 13: Porcentagem média mensal de umidade relativa do ar para o município de Rio
Grande (Fonte: SEMC, 2002).
Insolação
225,96
213,42
200,54
180,64
Insolação média (horas)
171,75
168,31
165,07
149,98
139,25
137,49
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Figura 14: Insolação média mensal (horas) para o município de Rio Grande (SEMC, 2002).
Evaporação
124,45
108,88
107,26
103,5
86,39
Evaporação (mm)
83,73
78,06
63,74
59,82
51,46
49,17
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Ago Set Out Nov Dez
Meses
Figura 15: Evaporação média mensal para o município de Rio Grande (SEMC, 2002).
Circulação Atmosférica
O vento representa uma variável importante para a descrição dos mais variados
fenômenos meteorológicos. Isso é particularmente verdade para o caso das
circulações locais geradas por aquecimento diferencial que, interagindo com a
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
77
circulação de grande escala na qual estão inseridas, desempenham um grande papel
na caracterização do microclima de uma região.
Essas brisas são formadas pela diferença de temperatura existente entre a massa
líquida e as terras emersas que, ao longo do dia, produz correntes de vento que
alternam do mar para o continente durante o dia e do continente para o mar durante a
noite. A movimentação se deve a capacidade de armazenamento e transferência de
calor recebido pelo solo, que ocorre de maneira mais rápida que a água. Dessa forma,
durante o dia o continente se aquece rapidamente e os ventos sopram do mar na
direção da praia. Durante a noite, o continente perde rapidamente o calor recebido no
dia, resultando na formação da brisa em direção ao oceano, (Figura 16).
Figura 16: Esquema demonstrativo do fenômeno das brisas na faixa litorânea. A) Brisa
marítima soprando em direção ao continente durante o dia. B) Brisa terrestre soprando em
direção ao oceano à noite. “L” significa baixa pressão e “H” alta pressão (Fonte: The COMET
Program).
Os sistemas Anticiclônicos Polares, por sua vez, originam-se nas altas latitudes e
por mobilidade migram para baixas latitudes transportando massas de ar seco e de
baixa temperatura. Estes são responsáveis por gerar ventos de quadrante sul (SE e
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
78
SW), com velocidade média de 8m s-1, durante as frentes frias (STECH e
LORENZETTI, 1992 apud SEELIGER, ODEBRECHT, CASTELLO, 1998). A área
formada entre os dois centros de alta pressão consiste em uma zona de convergência
de ventos dos dois sistemas frontais, que por possuírem características distintas, um
seco e frio e o outro quente e úmido, quando se encontram, tornam o tempo instável e
chuvoso (LAGES, 2003).
Figura 17: Centros de alta pressão atmosférica: Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (AP1) e
Anticiclone Migratório Polar (AP2) (Fonte: LAGES, 2003).
INTERVALOS DE VELOCIDADE
DIREÇÃO 1-4 5-7 8-10 11-13 14 TOTAL (%)
N 9.1 3.0 0.6 0.1 0.1 12.9
Balanço Hídrico
Déf icit
Figura 18: Balanço hídrico mensal do município de Rio Grande, RS (Fonte: Plano Ambiental
Municipal de Rio Grande, 2007).
A região hidrográfica das Bacias Litorâneas, onde a APA da Lagoa Verde está
inserida, é formada pelas bacias hidrográficas do Tramandaí, Litoral Médio, Camaquã,
Mirim-São Gonçalo e Mampituba, cujas respectivas áreas são apresentadas na Tabela
6.
Tabela 6: Área das bacias hidrográficas integrantes da região hidrográfica Bacias Litorâneas
Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos (Fonte: DRH/SEMA, 2007).
Para a delimitação da microbacia onde a APA da Lagoa Verde esta inserida, foi
utilizado o critério de “morfologia” da rede de drenagem, que é formada a partir do tipo
geológico-geomorfológico. A Microbacia Hidrográfica do Canal São Simão pode ser
observado no Mapa 6.
ESTADOS MUNICÍPIOS
Saco da -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
-59°0' -53°30' -48°0'
Mangueira
MS São
SP Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Pelotas do
a
un
6.447.000
6.447.000
SC g
La
Capão do
Leão
Herval
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
RS APA da Lagoa
Arroio ! Verde
Grande
Sã o Si m ão OCEANO Rio Grande
Uruguai ATLÂNTICO
al
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
an
C Jaguarão
ir im
goa M
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
km km
6.444.000
Legenda
Massa d'água
APA da Lagoa Verde
Ar ro io
6.441.000
6.441.000
®
l a xa
6.438.000
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
Fonte Data
Polar Meio Ambiente (2010), PMRG (2005). Novembro/2010
4.6.1 Flora
4.6.1.1 Metodologia
4.6.1.2 Resultados
MS São
SP Lourenço
Canguçu
-24°0'
-24°0'
do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
d os
Pelotas
na
SC gu
La
Capão do
Leão
Herval APA da
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
Lagoa Verde
6.446.000
6.446.000
RS
Arroio
!
Rio Grande
Grande
OCEANO
Uruguai ATLÂNTICO
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
r im
oa M i
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La g 0 20 40
km km
6.444.000
Legenda
Cultivos Vias
Edificações
6.442.000
6.442.000
®
6.440.000
6.440.000
Projeção Universal Transversa de Mercator
Fuso 22 Sul
Datum SAD-69
Imagem GeoEye
Data do Imageamento: 31/08/2009
0 500 1.000
m
6.438.000
Título Mapa de Uso do Solo da APA da Lagoa Verde
Foto 3: Mata de
Restinga presente
próximo à Lagoa
Verde.
São encontrados dois tipos de mata nativa, com composição florística semelhante,
mas diferentes na abundância e crescimento das espécies, sendo elas: mata de
restinga dos cordões de dunas e mata ciliar ao longo dos arroios. Salix humboldtiana
(Foto 4), Erythrina crista-galli, Ficus certrifoliae Ficus luschnathiana, que juntamente
com outras espécies de arbustos, arvoretas e árvores compõem estas matas que
ficam nas margens inundáveis dos arroios (Foto 5).
Foto 6: Vegetação
presente nos cordões
de dunas.
Foto 8: Cordões de
dunas com presença
de Eucaliptussp.
Banhados
Este é um ecossistema que vem sendo degradado por atividades antrópicas como
o pastejo por animais domésticos (Foto 11), incêndios, corte da vegetação, deposição
de resíduos sólidos em deriva (MARANGONI & COSTA, 2009). Na área da APA da
Lagoa Verde, as marismas são densamente vegetados por espécies como, Spartina
alterniflora,Scirpus olneyi, Scirpus maritimus, Juncus kraussii,Juncus acutus e
Schoenoplectus californicus.
ESTADOS MUNICÍPIOS
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
MS São
SP Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
6.446.000
6.446.000
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Pelotas do
n a
SC gu
La
Capão do
Leão
Herval
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
RS APA da Lagoa
!8 !9 Arroio ! Verde
Grande Rio Grande
OCEANO
Uruguai ATLÂNTICO
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
im
go a Mi r
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
km km
6.444.000
6.444.000
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
Legenda
6.442.000
Massa d'água
!1
!5
!4
®
Projeção Universal Transversa de Mercator
Fuso 22 Sul
Datum SAD-69
Imagem GeoEye - 31/08/2009
0 500 1.000
6.440.000
6.440.000
m
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
Cassino
Projeto
Plano de Manejo
Título
Amostras de Levantamento Fitossociológico
6.438.000
6.438.000
Fonte Data
Polar Meio Ambiente (2010), PMRG (2005) Novembro/2010
386.000 388.000 390.000
Observou-se a suficiência amostral para estimativa de riqueza de espécies (Figura
22). Nota-se que a partir da parcela 25 ocorre a estabilização da curva, indicando que
as 30 parcelas amostradas foram suficientes para caracterizar a vegetação em estudo,
em termos de composição florística e estrutura da comunidade vegetal.
60
Riqueza de espécies cumulativa
50
y = 13,294ln(x) + 10,017
40 R² = 0,9815
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930
Unidades Amostrais
Figura 22: Curva de suficiência amostral (curva do coletor) para a estimativa de riqueza no
levantamento fitossociológico de espécies campestres na APA da Lagoa Verde, Rio Grande,
RS.
Asteraceae
17% Poaceae
4% 25%
Apiaceae
4%
Cyperaceae
6%
15% Fabaceae
8%
Rubiaceae
8% 13%
Iridaceae
Plantaginaceae
Outras Famílias
Figura 23: Riqueza específica por família registrada na área da APA da Lagoa Verde para o
levantamento fitossociológico. “Outras famílias” correspondem ao somatório de todas as que
apresentavam apenas uma espécie.
4.6.2 Fauna
Dentre a fauna terrestre, ainda existe aquela em risco de extinção, ou seja, cujas
populações estão diminuindo rapidamente, podendo desaparecer para sempre.
Segundo Townsend et al. (2006), os principais motivos de extinção são a destruição,
degradação ou perturbação de hábitats; invasão de espécies exóticas em novas áreas
geográficas e sobre-exploração, esta última sendo uma prática comum desde os
tempos pré-históricos, onde muitos animais de grande porte foram extintos por ação
antrópica.
4.6.2.1.1 Ictiofauna
Para cada ponto amostral foram utilizadas diferentes artes de pesca para a
captura dos peixes. Os métodos são complementares para que o esforço amostral
torne-se mais consistente obtendo, assim, uma resposta mais precisa em relação à
fauna ocorrente. O uso de métodos combinados minimiza as diferenças de
seletividade e eficiência de cada método, alcançando uma representação mais precisa
da estrutura da comunidade de peixes (LUNDBERG; MCDADE, 1990). Assim, a
metodologia empregada para o levantamento foi baseada no emprego de três artes de
pesca: o puçá, a rede de arrasto do tipo picaré e a rede de espera (baterias de redes
de diferentes malhas).
0388925/
P2 Lagoa Verde, margem esquerda, acesso RS 734, km 10 Rede
6444749
O puçá (Foto 27) é um petrecho de pesca que apresenta uma rede de malha
muito fina (0,5mm) em forma de saco, com a abertura presa a uma armação de ferro
retangular (0,6m x 0,4m) ligada a uma haste com aproximadamente 1,2m de
comprimento. O petrecho pode ser utilizado junto ao fundo arenoso, vegetação
marginal, e/ou posicionado em frente às pedras em ambientes de corredeira. A
metodologia foi empregada em diversos pontos de coleta, conforme indicado na Foto
27.
A arte de pesca do tipo picaré (Foto 28) necessita de dois amostradores para sua
utilização (um em cada extremidade). Consiste em uma rede de arrasto de malha
simples com espaçamento entre nós de 0,5mm, de forma retangular (10m x 2,6m),
equipada com bóias na porção superior e pesos de chumbo na porção inferior. Esse
método pode ser utilizado em ambientes de fundo arenoso ou lodoso, onde ocorre a
formação de praias.
Tais artes de pesca foram aplicadas de acordo com as condições dos ambientes
aquáticos amostrados, de modo a contemplar todos os habitats disponíveis para as
comunidades ícticas. Após cada amostragem, os animais capturados eram
identificados in loco, e liberados ainda em campo. No entanto, os espécimes
capturados que não tiveram sua identificação confirmada, foram fixados em formalina
10% e armazenados para posterior identificação.
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
115
No Laboratório de Ecologia de Peixes da UNISINOS os espécimes foram triados e
identificados com base na bibliografia taxonômica pertinente. Após identificação, os
animais foram conservados em solução de álcool 70% e serão depositados na coleção
zoológica da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).
A estrutura dos pontos difere de acordo com o tipo de local amostrado, mas uma
característica, com influência abiótica direta, foi a diminuição na lâmina de água dos
recursos hídricos amostrados, devido a estiagem que afeta a região sul do Estado do
Rio Grande do Sul, que caracterizou praticamente todos os pontos de coleta.
Desta forma, pontos de banhado não puderam ser amostrados porque não havia
uma lâmina de água suficiente para a coleta de peixes, e sim somente uma água
superficial (Foto 30).
A seguir pequena descrição dos pontos de amostragem e fotos para uma melhor
ilustração do local de coleta.
O ponto 2 (Foto 32) localiza-se no trecho mais à montante da foz da Lagoa Verde,
na margem esquerda, na altura do km 10 da RS 734. O local já esta com conformação
de lagoa, e não em forma de meandro nem canal, já apresentando pelo menos 500m
de distancia entre margens. O local apresenta fundo é arenoso/lodoso e a vegetação é
formada principalmente por gramíneas.
Outro arroio formador da Lagoa Verde, e que também apresenta sua nascente
dentro do município de Rio Grande é o Arroio Senandes. Este arroio nasce á montante
da lagoa, e deságua próximo ao Arroio Bolacha. Como neste período a região esta
sofrendo com uma seca forte, o Arroio Senandes nos trechos mais à montante
estavam praticamente secos. Optou-se então por amostrar um açude – Ponto 4, que
em época de nível hídrico normal, tem conexão com o arroio, e desta forma, a fauna
encontrada no açude pode fornecer uma prévia das espécies.
O açude (Foto 34) encontra-se a menos de 30m de onde passa o Arroio
Senandes, e fica localizado numa área particular.
O ponto 8 (Foto 38) localiza-se na área central da Lagoa Verde, próximo ao inicio
do canal, é um local que apresenta fundo lodoso/arenoso, e muitas gramíneas. À
montante do ponto a Lagoa Verde apresentava margens largas, e do ponto para baixo,
as margens já são mais estreitas e já formam uma configuração de meandro.
6.448.000
6.448.000
LOCALIZAÇÃO
ESTADOS MUNICÍPIOS
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
¡
[ P7 MS São
SP Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
do
[ P3
¡ SC
Pelotas
La
gu
n a
[ P5
¡ Herval
Capão do
Leão
-29°30'
-29°30'
-32°0'
-32°0'
Argentina
6.446.000
6.446.000
RS APA da Lagoa
Arroio ! Verde
Grande Rio Grande
OCEANO
Uruguai ATLÂNTICO
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
[ P8
¡ goa M
i ri m
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
km km
[ P2
¡ -59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
6.444.000
6.444.000
Legenda
¡
[ Pontos de Amostra de Ictiofauna
Massa d'água
6.442.000
6.442.000
[ P1
¡ ®
Projeção Universal Transversa de Mercator
Fuso 22 Sul
Datum SAD-69
Imagem GeoEye - 31/08/2009
0 750 1.500
m
[ P4
¡ Escala numérica - folha A3
6.440.000
6.440.000
1:40.000
[ P6
¡ Cassino
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
Projeto
Plano de Manejo
Título
Amostras de Ictiofauna
6.438.000
6.438.000
Anfíbios
Os dados primários referentes à fauna de anfíbios foram obtidos com base em três
métodos de obtenção de registros: levantamento por encontros visuais (VES),
transecções auditivas (AST) e registros ocasionais (RO).
O método consiste em realizar uma busca ativa por desovas, larvas e adultos,
durante um determinado período de tempo, em todos os microambientes
potencialmente ocupados pelos anfíbios (CRUMP; SCOTT, 1994). A busca, realizada
por dois herpetólogos, consistiu na realização de deslocamentos pelas áreas, nas
quais eram vasculhados corpos d‟água e possíveis abrigos (embaixo de troncos,
pedras, entulhos, em tocas e bromélias). Para o registro visual, foram considerados
apenas os animais que não se encontravam em atividade de vocalização. Foram
realizadas sete buscas diurnas e cinco buscas noturnas, perfazendo um esforço
amostral total de 31 horas por pessoa (21 horas durante o dia e dez horas durante a
noite).
Registros ocasionais
Anfíbios encontrados de outras formas, que não os dois métodos descritos acima,
foram considerados registros ocasionais, incluindo-se animais visualizados ou em
atividade de vocalização fora das coordenadas de amostragem, encontrados em
estradas, locais entre os pontos de levantamento e demais áreas adjacentes.
Adicionalmente, foram considerados todos os espécimes encontrados nas áreas de
influência por membros de outras equipes técnicas, quando possível confirmar a
identificação da espécie por meio de fotografias.
As coordenadas geográficas dos locais de amostragem (Tabela 11 e Mapa 10)
foram obtidas através da utilização de aparelhos GPS (Global Positioning System),
datum SAD69, zona 22 Sul. A nomenclatura e a classificação das espécies foram
baseadas em Frost (2010) e SBH (2010).
Répteis
Procura visual
Registros ocasionais
Diurno e
L1 385562/6437994 AST; VES 17/jan Campos alagáveis (secos).
norturno
390997/6444092
Capão de eucalipto, campos
L2 a VES 18/jan Diurno
alagáveis (secos) e entulhos.
390251/6444406
Diurno e Campos alagáveis (secos), entulhos,
L3 390223/6447311 AST; VES 18/jan
norturno açude.
387884/6440627
Diurno e Margens do Arroio Bolaxa, áreas de
L4 a AST2; VES 19/jan
norturno campo.
387595/6440170
387697/6443561
Capão de eucalipto e área de dunas
L5 a VES 20/jan Diurno
na beira da lagoa.
388079/6444014
388094/6447386
Capão de eucalipto, campos
L6 a VES 20/jan Diurno
alagáveis (secos) e entulhos.
387231/6446866
Pequeno açude ao lado de estrada
L7 391007/6443730 AST; VES 20/jan Noturno
em área aberta.
359575/6444910
17 e Diurno e
L8 a AST; VES Margem da Lagoa Verde.
20/jan norturno
389476/6444796
1
Método utilizado nas amostragens da fauna de anfíbios. No caso dos répteis, em todos os pontos foi realizada
procura visual.
2
A transecção auditiva neste local ficou concentrada na área próxima à coordenada 387884/6440627.
ESTADOS MUNICÍPIOS
MS São
Saco da Mangueira SP Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu
6.448.000
6.448.000
do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
do
L3
Pelotas a
L6 SC La
g un
´
[ Herval
Capão do
Leão
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
RS APA da Lagoa
Arroio ! Verde
Grande Rio Grande
OCEANO
ATLÂNTICO
6.446.000
6.446.000
Uruguai
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
ir im
goa M
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
km km
L8
L2
Legenda
6.444.000
6.444.000
L5
L7
´
[ APA da Lagoa Verde
Massa d'água
Locais Amostragem de Réteis e Anfíbios
´
[ Pontos Amostrais
Transectos
6.442.000
6.442.000
®
L4
6.440.000
Imagem GeoEye - 31/08/2009
0 1.000 2.000
m
Cassino
6.438.000
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
L
T
A
Projeto
Plano de Manejo
O
N
Título
A
Amostras de Herpetofauna
E
C
O
O trabalho de campo deste grupo foi realizado durante todos os horários do dia.
Contudo, para potencializar o esforço amostral e aproveitar os momentos de maior
movimentação das aves, deu-se preferência ao período da manhã, minutos depois do
nascer do sol, e ao entardecer, cerca de duas horas antes do pôr do sol.
Pontos de escuta
Foram realizados doze pontos de escuta com duração de 10 minutos cada, nos
quais todos os indivíduos avistados e/ou ouvidos foram contabilizados (BIBBY et al.,
1992). Diferentes ambientes (mata ciliar, campo, áreas úmidas e capoeiras) foram
aleatoriamente escolhidos para os pontos amostrados, o raio de detecção de cada
ponto foi ilimitado e a distância maior que 300 metros. Para estimar a abundância das
espécies contabilizadas nos pontos de escuta, foi utilizado o Índice Pontual de
Abundância - IPA (SILVA & VIELLIARD, 1990), dividindo-se o número total de
contatos, obtidos para uma determinada espécie, pelo número total de pontos
realizados. Os pontos amostrais são listados na Tabela 12.
Tabela 12: Pontos amostrados durante levantamento da avifauna, com sucinta observação do
ambiente.
Registros ocasionais
ESTADOS MUNICÍPIOS
Saco da Mangueira -59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
6.448.000
6.448.000
MS São
SP Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Pelotas do
a
un
1 SC La
g
Capão do
[
` Herval
Leão
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
RS APA da Lagoa
Verde
6.446.000
6.446.000
Arroio !
Grande Rio Grande
2 OCEANO
ATLÂNTICO
7 Uruguai
OCEANO ATLÂNTICO
[
`
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
[
` goa M
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-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
3 km km
[
` -59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
11 4
6.444.000
6.444.000
[
` 5
[
`
[
` Legenda
Massa d'água
6 [
` Pontos Amostrais
[
` Transectos
6.442.000
6.442.000
8
9
[
`
®
6.440.000
6.440.000
Projeção Universal Transversa de Mercator
Fuso 22 Sul
[
` Datum SAD-69
Imagem GeoEye - 31/08/2009
0 1.000 2.000
m
12
6.438.000
6.438.000
[
` Empreendedor Responsabilidade Técnica
O
Empreendimento
N
Projeto
Plano de Manejo
A
O
Título
N
Amostras de Avifauna
A
E
6.436.000
6.436.000
Fonte Data
C
DADOS PRIMÁRIOS
ARMADILHA
COORDENADAS (UTM 22H) FISIONOMIA LOCAL ARMADILHA/24H
FOTOGRÁFICA
ARMADILHA ARMADILHA/24
COORDENADAS (UTM 22H) FISIONOMIA
S H
A1 Inicio 390547 6444876 Banhado 136
FISIONOMIA
PONTO COORDENADAS (UTM 22H) PREDADOR
LOCAL
Athene
P1 389337 6444996 Campestre
cunicularia
Athene
P2 386564 6440616 Campestre
cunicularia
Athene
P3 389933 6444638 Campestre
cunicularia
P4 391445 6444511 Tyto alba Fragmento florestal
FISIONOMIA
REDE COORDENADAS (UTM 22H) ESFORÇO (M².H)
LOCAL
Dados Secundários:
390.000
ESTADOS MUNICÍPIOS
393.500
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
Saco da Saco da
6.452.500
6.450.000
São
Mangueira
MS
Mangueira SP Lourenço
388.500
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Pelotas do
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393.000
SC gu
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Capão do
Leão
Herval
388.000
-29°30'
-29°30'
-32°0'
-32°0'
Argentina
6.450.000
RS APA da Lagoa
6.447.500
! Arroio Verde
@
2 Grande Rio Grande
!
OCEANO
392.500
Uruguai ATLÂNTICO
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
387.500
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goa M
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
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6.445.000
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
392.000
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!
( 6.445.000 T3 T9
Massa d'água Pontos de Amostra de Mastofauna
6.442.500
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APA da Lagoa Verde ! Rede
@
Armadilha !
( Egagrópilos
391.000
! Transecto
@
1
T5 !
( Armadilha Fotográfica
386.000
A3
6.442.500
6.440.000
T7
390.500
5 T6
6 !
(
!
(
385.500
!
(
2 Cas
sin
o
®
6.440.000
390.000
o
sin
6.437.500
Projeção Universal Transversa de Mercator
Cas Fuso 22 Sul
Datum SAD-69
385.000
6.437.500
384.500
6.435.000
o
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
390.000
At
Projeto
Plano de Manejo
384.000
no
Título
eâ
6.435.000
Amostras de Mastofauna
0 750 1.500 0 1.000 2.000
6.432.500
Oc
m m
388.500
4.6.2.2.1 Ictiofauna
Tabela 19 - Lista das espécies e número de exemplares amostrados nos pontos de coleta
estabelecidos para o inventário da ictiofauna na APA da Lagoa Verde e seu entorno.
ORDEM
Espécie
CHARACIFORMES
Characidae
Astyanax fasciatus Lambari 17
Astyanax jacuhiensis Lambari 2
Astyanax sp. Lambari 19
Astyanax sp.1 Lambari 2
Cyanocharax sp. Tetra 1
Hyphessobrycon bifasciatus Lambari 4
Oligosarcus jenynsii Peixe-cachorro/Branca 5
Crenuchidae
Characidium rachovii Canivete 20
Erythrinidae
Hoplias lacerdae Trairão 1
Hoplias malabaricus Traíra 4
SILURIFORMES
Callichthyidae
Corydoras paleatus Limpa fundo 17
Hoplosternum littorale Tamboatá 7
Heptapteridae
Rhamdia aff. quelen Jundiá 2
Loricariidae
Hisonotus sp Cascudinho 1
100
10
1
ponto 1 ponto 2 ponto 3 ponto 4 ponto 5 ponto 6 ponto 7 ponto 8
N Riqueza
Figura 24: Numero total de indivíduos (N) por ponto, e número total de espécies (riqueza) por
ponto amostrado durante o levantamento da ictiofauna na APA da Lagoa Verde.
No ponto 4 foi obtida a segunda maior abundância (n=76), com registros elevados
de Australoheros facetus (Foto 49), um ciclídeo conhecido popularmente por Acará
camaleão, distribui-se nas drenagens da Argentina, Rio Grande do Sul e Uruguai,
podendo chegar até a bacia do Paraná.
Perciformes
25%
Cyprinodontiformes
11%
Siluriformes
21% Clupeiformes
3%
Synbranchiformes
4%
Characiformes
36%
Tabela 20: Lista de espécies de peixes ocorrentes no sistema hidrográfico da laguna dos Patos
(MALABARBA, 2008; CHAO et al. 1982). Espécies com (*) foram registradas durante o
levantamento.
ORDEM
FAMÍLIA NOME POPULAR
ESPÉCIE
CHARACIFORMES
Acestrorhynchidae
Acestrorhynchus pantaneiro Peixe-cachorro
Anostomidae
Leporinus obtusidens Piava
Schizodon jacuiensis Piava
Characidae
Aphyocharax anisitsi Lambari
Astyanax aff. Fasciatus * Lambari
Astyanax henseli Lambari
Astyanax jacuhiensis * Lambari
Astyanax laticeps Lambari
Astyanax obscurus Lambari
Astyanax sp. * Lambari
Bryconamericus ecai Lambari
Bryconamericus iheringii Lambari
Charax stenopterus Lambari-corcunda
Cheirodon ibicuhiensis Lambari
Ariidae
Genidens barbus Bagre
Genidens genidens Bagre
Genidens planifrons Bagre
Netuma barba Bagre
Netuna planifrons Bagre – boca – larga
Aspredinidae
Bunocephalus iheringii Guitarrero
Auchenipteridae
Glanidium sp.
Trachelyopterus lucenai Porrudo
Callichthyidae
Callichthys callichthys Tamboatá
Corydoras paleatus * Limpa-fundo
Corydoras undulates Limpa-fundo
Hoplosternum littorale * Tamboatá
Heptapteridae
Heptapterus mustelinus Jundiá-cobra
Heptapterus sympterygium Jundiá-cobra
Pimelodella australis Mandi
Rhamdella eriarcha Mandi
Rhamdia quelen * Jundiá
Rhamdia sp. Jundiá
Loricariidae
Ancistrus brevipinnis Cascudo
Hisonotus leptochilus Cascudinho
Hisonotus nigricauda Cascudinho
Hisonotus taimensis Cascudinho
Hisonotus sp. *
Loricariichthys anus Cascudo-viola
Otocinclus flexilis Limpa-vidro
Otothyris rostrata Limpa-vidro
Rineloricaria cadeae Violinha
Rineloricaria longicauda Violinha
Rineloricaria microlepidogaster Violinha
Rineloricaria strigilata Violinha
Rineloricaria sp. *
Pimelodidae
Parapimelodus nigribarbis Mandi
Parapimelodus valenciennis Mandi
Pimelodus maculatus Pintado
Pseudopimelodidae
Microglanis cottoides *
GYMNOTIFORMES
Gymnotidae
Gymnotus aff. carapo tuvira, peixe-elétrico
Hypopomidae
Brachyhypopomus bombilla Peixe-elétrico
Brachyhypopomus draco Peixe-elétrico
Brachyhypopomus gauderio Peixe-elétrico
Sternopygidae
Eigenmannia trilineata Tuvira, peixe-elétrico
CYPRINODONTIFORMES
Anablepidae
Jenynsia eirmostigma Barrigudinho
Jenynsia lineata Barrigudinho
Jenynsia multidentata * Barrigudinho
Poeciliidae
Cnesterodon brevirostratus Barrigudinho
Cnesterodon decemmaculatus Barrigudinho
Phalloceros caudimaculatus * Barrigudinho
Phalloptychus januaris Barrigudinho
Phalloptychus iheringii Barrigudinho
Poecilia vivipara * Barrigudinho
Rivulidae
Austrolebias arachan Peixe-anual
Austrolebias charrua Peixe-anual
Austrolebias gymnoventris Peixe-anual
Austrolebias jaegari Peixe-anual
Austrolebias juanlangi Peixe-anual
Austrolebias minuano Peixe-anual
Austrolebias nachtigalli Peixe-anual
Pomatomidae
Pomatomus saltatrix Enchova
Trichiuridae
Trichiurus lepturus Peixe-espeda
Centropomidae
Centropomus ensiferus Robalo
Sphyraenidae
Sphyraena guachancho Barracuda
Stromateidae
Peprilus paru Gordinho
Stromateus brasiliensis Pampo-pintado
Epinephelus nigritus Garoupa
Epinephelus niveaatus Cherne
Gobiidae
Gobionellus oceanicus
Gobionellus smaragdus
Gobionellus schufeldti
Gerreidae
Diapterus rhombeus
Eucinostomus argenteus Carapim
Eucinostomus gula Carapim
Eucinostomus melanopterus Carapim
Ulaema lefroyi Carapim
Carangidae
Caranx latus Xarelete
Chloroscombus chrysurus Palometa
Parona signata Palombeta
Selene setapinnis Peixe-galo-verdadeiro
Selene vomer Peixe-galo-de-penacho
Trachinotus blochii Pampo
Trachinotus carolinus Pampo-real
Trachinotus falcatus Pampo-galhudo
Trachinotus marginatus Pampo-malhado
Trachurus lathami
SYNBRANCHIFORMES
Synbranchidae
Muitos dos peixes citados acima são marinhos, sem dependência de ambientes
estuarinos, mas algumas espécies visitam estes locais e outras necessitam destes
ambientes em alguma fase de sua vida, por este motivo, e por termos encontrado
espécies marinhas tanto no Canal São Simão, quanto na Lagoa Verde, em locais mais
à montante do deságüe, é importante ressaltar a lista de espécie que podem ocorrer
na região e seu entorno.
O estuário da laguna dos Patos, possui uma riqueza estimada de 110 espécies de
peixes (CHAO et al., 1982, 1985, 1986), sendo poucas espécies dominantes em
número ou biomassa, as quais podem ser capturadas na região do estuário durante o
ano todo (CHAO et al., 1985). Uma variedade de habitats propicia um suprimento
abundante de alimento e proteção contra os predadores, e faz deste estuário um
ambiente próprio para o desenvolvimento de ovos e larvas (SINQUE & MUELBERT,
1988). A natureza dinâmica do estuário também contribui para a presença esporádica
de muitas espécies oceânicas no ictioplâncton.
1) Espécies residentes do estuário: são aquelas que completam todo seu ciclo
de vida dentro do estuário, sendo frequentes e abundantes no mesmo. As espécies
incluem Odontesthe ssp., Xenomelaniris brasiliensis, Jenynsia lineata, Achirus
Por este motivo, espécies marinhas e de água doce, que muitas vezes desovam
nos canais estuarinos, e que buscam refúgios nestes locais sofrem com a pesca.
Pescadores artesanais e que pescam para subsistência não causam impacto negativo
no pescado, mas a pesca intensiva, muitas vezes no defeso, podem acarretar a longo
prazo a diminuição dos estoques.
Anfíbios
ORDEM ANURA
BUFONIDAE
Melanophryniscus dorsalis Sapo-de-barriga-vermelha RB
Rhinella achavali Sapu-cururu RB
Rhinella arenarum Sapo-da-areia RB
Rhinella dorbignyi Sapinho-de-jardim RV RB
CERATOPHRYIDAE
Ceratophrys ornata Intanha, Untanha RB
CYCLORAMPHIDAE
Odontophrynus americanus Sapo-boi-mocho RB
Odontophrynus maisuma Sapinho-da-enchente RB
HYLIDAE
Dendropsophus minutus Perereca-rajada RA, RV RB
Dendropsophus sanborni Pererequinha RA RB, CC
Hypsiboas pulchellus Perereca-do-banhado RV RB, CC
Pseudis minuta Rã-boiadora RA, RV, RO RB, CC
Scinax fuscovarius Perereca-de-banheiro RB, CC
Scinax granulatus Perereca-de-gravatá RB, CC
Scinax squalirostris Perereca-nariguda RA, RV RB, CC
LEIUPERIDAE
Physalaemus biligonigerus Rã-chorona RB
Physalaemus cuvieri Rã-cachorro RB
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
162
DADOS PRIMÁRIOS DADOS SECUNDÁRIOS
TAXA NOME POPULAR
TIPO DE REGISTRO TIPO DE REGISTRO
12
Número de espécies registradas
10
0
17/jan 18/jan 19/jan 20/jan
Dias de amostragem
Figura 26: Curva de suficiência amostral da fauna de anfíbios da área de influência da APA da
Lagoa Verde, Rio Grande, RS, calculada a partir dos dados obtidos durante a campanha de
Diagnóstico de Fauna.
Chthonerpeton indistinctum 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Dendropsophus minutus 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Hypsiboas pulchellus 3 1 0 5 0 0 0 0 9
Leptodactylus latrans 7 6 0 20 0 0 3 10 46
Physalaemus gracilis 0 0 1 2 0 0 2 0 5
Pseudis minuta 0 0 0 0 0 0 2 0 2
Rhinella dorbignyi 0 0 0 1 0 0 0 0 1
Scinax squalirostris 1 0 0 0 0 0 0 0 1
TOTAL 13 7 1 28 0 0 7 10 66
TRANSECÇÕES AUDITIVAS
ESPÉCIE TOTAL
L1 L3 L4 L7 L8
Dendropsophus minutus 0 0 1 0 0 1
Dendropsophus sanborni 0 0 1 0 0 1
Leptodactylus gracilis 4 0 1 0 0 5
Pseudis minuta 0 1 0 0 0 1
Pseudopaludicola falcipes 0 0 0 7 0 7
Scinax squalirostris 0 0 1 0 0 1
TOTAL 4 1 4 7 0 16
Tabela 24: Espécies de anfíbios encontradas nos registros ocasionais, respectivos tipos de
registro e abundâncias, coordenadas geográficas e localização no mapa na área de influência
da APA da Lagoa Verde, no município de Rio Grande, RS. Onde, RA: registro auditivo.
LEPTODACTYLIDAE
13%
LEIUPERIDAE
21%
CYCLORAMPHIDAE
8%
MICROHYLIDAE
4%
GYMNOPHIONA
4%
CERATOPHRYIDAE
4%
HYLIDAE
29%
Figura 27: Riqueza das famílias de anfíbios registradas através de dados primários e
secundários na área de influência da APA da Lagoa Verde, Rio Grande, RS.
Répteis
TESTUDINES
EMYDIDAE
Trachemys dorbigni Tigre-d‟água RV, RO RB
Trachemys scripta Tartaruga-de-orelha- RB
vermelha
CHELIDAE
Acanthochelys spixii Cágado-preto RB, CC
Hydromedusa tectifera Cágado-pescoço-de-cobra RV RB
Phrynops hilarii Cágado-de-barbicha RV, RO RB
CROCODILIA
ALLIGATORIDAE
Caiman latirostris Jacaré-do-papo-amarelo RV RB
SAURIA
GEKKONIDAE
Hemidactylus mabouia Lagartixa-de-parede RV, RO RB
LIOLAEMIDAE
Liolaemus occipitalis Lagartixa-das-dunas RB
GYMNOPHTHALMIDAE
Cercosaura schreibersii Lagratixa-comum RB
TEIIDAE
Teius oculatus Teiú-verde RB
Tupinambis merianae Lagarto-do-papo-amarelo RV, RO RB
SCINCIDAE
Mabuya dorsivittata Lagartixa, papa-vento RB
ANGUIDAE
Ophiodes striatus Cobra-de-vidro-verde RO RB
Ophiodes vertebralis Cobra-de-vidro-dourada RB
AMPHISBAENIA
AMPHISBAENIDAE
Amphisbaena trachura Cobra-cega-comum RB, CC
SERPENTES
DIPSADIDAE
Boiruna maculata Muçurana-comum RB
Clelia rustica Muçurana CC
Helicops infrataeniatus Cobra-d‟àgua RO RB, CC
Liophis anomalus Jararaquinha-d‟água RO RB, CC
Liophis flavifrenatus Corredeira-listrada RV, RO RB
Liophis jaegeri Cobra-d‟àgua-verde RV, RO RB, CC
Liophis poecilogyrus Cobra-verde RV, RO RB, CC
Liophis semiaureus Cobra-lisa RB, CC
Oxyrhopus rhombifer Falsa-coral RB
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
167
DADOS PRIMÁRIOS DADOS SECUNDÁRIOS
TAXA NOME POPULAR
TIPO DE REGISTRO TIPO DE REGISTRO
18
16
Número de espécies registradas
14
12
10
8
6
4
2
0
17/jan 18/jan 19/jan 20/jan
Dias de amostragem
Figura 28: Curva de suficiência amostral da fauna de répteis da área de influência da APA da
Lagoa Verde, Rio Grande, RS, calculada a partir dos dados obtidos durante a campanha de
Diagnóstico de Fauna.
Tabela 26: Espécies de répteis e respectivas abundâncias registradas nas procuras visuais
realizadas durante diagnóstico da fauna, na área de influência da APA da Lagoa Verde, no
município de Rio Grande, RS.
PROCURAS VISUAIS
ESPÉCIE TOTAL
L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8
Caiman latirostris 1 0 0 1 0 0 0 0 2
Hemidactylus mabouia 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Hydromedusa tectifera 1 0 0 0 0 0 0 0 1
A
Liophis flavifrenatus 0 1 0 0 0 0 0 0 1
A
Liophis jaegueri 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Liophis poecilogyrus 0 1 0 1 0 0 0 0 2
Philodryas aestiva 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Philodryas patagoniensis 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Phrynops hilarii 0 0 0 1 0 0 0 0 1
B
Thamnodynastes hypoconia 1 1 0 0 0 0 0 0 2
C
Trachemys dorbigni 0 2 0 3 0 0 0 1 6
B B
Tupinambis merianae 0 2 0 0 0 1 0 0 3
TOTAL 3 7 2 6 0 3 0 1 22
A
Registro feito através de carcaça.
B
Registro feito através de muda.
C
Registro feito através de casco.
Tabela 27: Espécies de répteis encontradas nos registros ocasionais, respectivos tipos de
registro e abundâncias, coordenadas geográficas e localização no mapa na área de influência
da APA da Lagoa Verde, no município de Rio Grande, RS.
TIPO DE REGISTRO
ESPÉCIE DATA COORDENADA (22 SUL) PONTO
(N°INDIVÍDUOS)
TESTUDINES
14%
SAURIA
23%
Figura 29: Riqueza dos grupos de répteis registrados através de dados primários e secundários
na área de influência da APA da Lagoa Verde, Rio Grande, RS.
ESTADOS MUNICÍPIOS
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
Saco da
Mangueira MS São
6.448.000
6.448.000
SP Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
P10 do
s
W WP9
! Pelotas
gu
n a
! SC
Capão do
La
Leão
Herval
P11
-29°30'
-29°30'
-32°0'
-32°0'
Argentina
RS APA da Lagoa
!
W Arroio
Grande
! Verde
6.446.000
P14 Uruguai ATLÂNTICO
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
P3 X
! P19
!
W
goa M
i ri m
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
P2 !
X !
W km km
P16 -59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
!
W
P12 P22
P13
!
W
6.444.000
6.444.000
!
W
!
W Legenda
P15 APA da Lagoa Verde
!
W P24 Massa d'água
P23 !
W Pontos de Registros Ocasionais
!
W !
X Anfíbios
!
W Répteis
6.442.000
6.442.000
P6
P1
P1 X
!
W
®
!
W
!
!
W
P17
P18
Projeção Universal Transversa de Mercator
!
W Fuso 22 Sul
6.440.000
6.440.000
Datum SAD-69
Imagem GeoEye - 31/08/2009
P5 0 1.000 2.000
m
P21 !
W Escala numérica - folha A3
P7 !
W 1:50.000
!
W P4 X
! Cassino
!
W P8
P20
Empreendedor Responsabilidade Técnica
!
W
6.438.000
6.438.000
O
Empreendimento
N
Projeto
Plano de Manejo
A
O
Título
N
Amostras de Herpetofauna
A
E
Fonte Data
C
DADOS PRIMÁRIOS/IPA
DADOS SECUNDÁRIOS
STATUS OCORRÊNCIA
ENDEMICO
HABITAT
TINAMIDAE
Nothura maculosa perdiz ou codorna R C x 0,1
ANHIMIDAE
Chauna torquata tachã R A x 0,1
ANATIDAE
Dendrocygna viduata marreca-piadeira ou irerê R A x x
Cygnus melancoryphus cisne-de-pescoço-preto R A x x
Coscoroba coscoroba capororoca R A x
Callonetta leucophrys marreca-de-coleira D A x
Amazonetta brasiliensis marreca-pé-vermelho R A x 0,1
Anas flavirostris marreca-pardinha R A x
Anas georgica marreca-parda R A x 0,4
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
175
DADOS PRIMÁRIOS/IPA
DADOS SECUNDÁRIOS
STATUS OCORRÊNCIA
ENDEMICO
HABITAT
FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR
ENDEMICO
HABITAT
FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR
ENDEMICO
HABITAT
FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR
ENDEMICO
HABITAT
FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR
LARIDAE
Chroicocephalus maculipennis gaivota-maria-velha R A x x
Chroicocephalus cirrocephalus gaivota-de-cabeça-cinza D A x 0,4
Larus atlanticus gaivota-de-rabo-preto V A End. C x
Larus dominicanus gaivotão R A x
STERNIDAE
Sternula superciliaris trinta-réis-anão R A x
Phaetusa simplex trinta-réis-grande R A x
Gelochelidon nilotica trinta-réis-de-bico-preto R A x
Sterna hirundo trinta-réis-boreal N A x
Sterna hirundinacea trinta-réis-de-bico-vermelho S A x
Sterna trudeaui trinta-réis-de-coroa-branca R A x x
Thalasseus sandvicensis trinta-réis-de-bico-amarelo S A x
Thalasseus maximus trinta-réis-real R# A x
RYNCHOPIDAE
Rynchops niger talha-mar R A x 0,1
COLUMBIDAE
Columbina talpacoti rolinha-roxa R B x x
Columbina picui rolinha-picui R C x x
Columba livia pombo-doméstico R C x 0,1
Patagioenas picazuro asa-branca ou pombão R C x 0,2
Zenaida auriculata pomba-de-bando R C x 0,1
Leptotila verreauxi juriti-pupu R F x x
Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira R F x
PSITTACIDAE
Myiopsitta monachus caturrita R B x 0,6
CUCULIDAE
Piaya cayana alma-de-gato R F x
Coccyzus americanus papa-lagarta-norte-americano N B x
Crotophaga ani anu-preto R B x
Guira guira anu-branco R C x 0,2
Tapera naevia saci R B x x
ENDEMICO
HABITAT
FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR
TYTONIDAE
Tyto alba coruja-de-igreja R B x x
STRIGIDAE
Bubo virginianus jacurutu R# B x
Athene cunicularia coruja-do-campo R C x 0,1
Asio clamator coruja-orelhuda R C x
CAPRIMULGIDAE
Chordeiles nacunda corucão M C x
Hydropsalis albicollis bacurau R C x
Hydropsalis torquata bacurau-tesoura R C x x
TROCHILIDAE
Hylocharis chrysura beija-flor-dourado R B x x
Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho R B x
ALCEDINIDAE
Megaceryle torquata martim-pescador-grande R A x x
Chloroceryle amazona martim-pescador-verde R A x x
Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno R A x x
PICIDAE
Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó R F End. MA x x
Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado R B x x
Colaptes campestris pica-pau-do-campo R C x 0,2
THAMNOPHILIDAE
Thamnophilus caerulescens choca-da-mata R F x x
Thamnophilus ruficapillus choca-de-boné-vermelho R B x 0,1
SCLERURIDAE
ENDEMICO
HABITAT
FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR
ENDEMICO
HABITAT
FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR
ENDEMICO
HABITAT
FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR
ENDEMICO
HABITAT
FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR
Tyrannidae
10%
Emberizidae
7%
Outras Ardeidae
53% 6%
Icteridae
6%
Columbidae
5%
Furnariidae
Rallidae Anatidae 5%
4% 4%
Figura 30: Representação gráfica da distribuição de espécies por famílias (dados primários).
Borda, vegetação
arbustiva (B)
21%
Campo (C)
26% Aereo (AE)
3%
Floresta (F)
8%
Área Úmida
(A)
42%
Figura 31: Ambientes ocupados pelas aves na área de influência da APA da Lagoa Verde
(dados primários).
100
80
60
40
20
0
1º dia 2º dia 3º dia 4º dia
Dias amostrados
Figura 32: Curva de suficiência amostral durante o inventário da avifauna na APA da Lagoa
Verde.
A junção dos dados primários e secundários totalizou 223 espécies de aves para a
região da APA da Lagoa Verde, representando mais de um terço das aves presentes
no Estado. Desse total, cerca de cinquenta por cento são aves que habitam áreas
úmidas, e para isso, necessitam da manutenção das mesmas (Figura 34).
Floresta (F)
Campo (C) 9%
21%
Borda,
vegetação
Área Úmida arbustiva (B)
(A) 17%
49%
Aereo (AE)
4%
Figura 33: Ambientes ocupados pelas aves na área de influência da APA da Lagoa Verde
(dados primários e secundários).
Figura 34: Áreas importantes para conservação das aves no Rio Grande do Sul. Fonte: Projeto
Biodiversidade RS.
4.6.2.2.4 Mastofauna
DIDELPHIMORPHIA
DIDELPHIDAE
Cryptonanus guahybae¹ Cuica Eg
Didelphis albiventris Gambá-de-orelha-branca Vis-Ras
Lutreolina crassicaudata Cuica-da-cauda-grossa Cap
CINGULATA
DASYPODIDAE
Dasypus novemcinctus Tatu-galinha Vis-Ves
Dasypus hybridus Tatu-mulita Vis-Ves
RODENTIA
CRICETIDAE
Calomys laucha Camundongo Eg
Deltamys kempi Rato-do-chão Cap-Eg
Holochilus brasiliensis Rato-do-junco Eg
Oligoryzomys nigripes Camundongo-do-mato Cap
Oligoryzomys flavescens Camundongo-do-campo Eg
Oxymycterus nasutus Rato-focinhudo Cap-Eg
Scapteromys tumidus Rato-d'água Cap
MURIDAE
Rattus norvergicus Ratazana Vis
Rattus rattus Rato-das-casas Eg
Mus musculus Camundongo-doméstico Cap-Eg
CTENOMYDAE
Ctenomys torquatus Tuco-tuco Cap-Vis-Ves-Eg
CAVIIDAE
Cavia magna Preá Vis-Ves
Hydrochoerus hydrochaeris Capivara Vis
MYOCASTORIDAE
Myocastor coypus Ratão-do-banhado Vis-Eg
CHIROPTERA
MOLOSSIDAE
40
35
Espécies acumuladas
30
25
20
15
10
5
0
24 48 72 96 120
Horas acumuladas
Apesar das alterações provocadas pela ação humana, a APA da Lagoa Verde
ainda abriga uma rica fauna de mamíferos, constituindo-se em um reduto valioso para
diversas espécies. Entre as principais ameaças, esta a eminente expansão urbana e
industrial, a qual compromete a disponibilidade de habitats para muitas espécies de
médio/grande porte. Os atropelamentos são frequentes visto a ausência de redutores
de velocidade, barreiras e passagens de fauna ao longo das diversas estradas e
acessos que interceptam a área de interesse. Em contraponto, pequenos roedores,
marsupiais e quirópteros passam despercebidos perante a população humana e
podem até obter favorecimento em decorrência das condições adversas a predadores
nativos e da disponibilidade de abrigos e alimentos de origem antrópica (Figura 36). A
seguir são comentados os resultados obtidos com as metodologias direcionadas a
cada grupo amostrado:
Médio e
grande porte
42%
A média de espécies verificadas por transecto foi de 2,2 ± 0,54 SE. No entanto,
destacamos o T1 em banhado; o T4 em fragmento florestal e o T7 em ambiente
campestre como detentores da maior diversidade registrada. A dissimilaridade entre
estes três transectos e entre os demais é clara ao verificarmos a análise de
agrupamento (Clustering) (Figura 37). Os três transectos em questão apresentaram
registros exclusivos do ratão-do-banhado (Myocastor coypus) e da capivara
(Hydrochoerus hydrochaeris) em T1; do porco-mateiro (Sus scrofa) em T4; e do furão
(Galictis cuja), do zorrilho (Conepatus chinga) e dos tatus (Dasypus spp) em T7.
Ao analisarmos os transectos separadamente, levando em consideração o
ambiente amostrado, é possível verificar que a lontra (Lontra longicaudis), o gambá-
de-orelha-branca (Didelphis albiventris) e a Lebre (Lepus europaeus) apresentaram
100% de ocorrência exclusiva aos transectos realizados em banhado, fragmento
florestal e campo seco, respectivamente. Este fato demonstra certa especialidade em
relação ao uso dos habitats locais por estas espécies.
T9(C)
T7(C)
T2(B)
T3(B)
T5(F)
T6(F)
T4(F)
T1(B)
0
-0.3
-0.6
-0.9
-1.2
Similarity
-1.5
-1.8
-2.1
-2.4
-2.7
-3
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Figura 37: Similaridade e coeficiente de afinidade de Jaccard (Cj) com posterior análise de
agrupamento (Clustering) entre os transectos realizados nos diferentes ambientes durante o
levantamento de dados primários da mastofauna da APA da Lagoa Verde. Tx(F): Transectos
realizados em fragmento florestal; Tx(C): Transectos realizados em campo seco; Tx(B):
Transectos realizados em banhado.
5
50
4
40
30 3
20 2
10 1
0 0
As amostragens em campo seco (A3) não foram produtivas. Até mesmo os canais
de drenagem estavam secos em decorrência da estiagem de verão. No entanto, a
avaliação estatística das capturas nos três pontos não é suficiente para diferir
significativamente entre os ambientes (H= 4,44; p= 0,1), sobretudo devido ao baixo
sucesso de capturas.
Tabela 31 - Espécies de pequenos mamíferos não-voadores registrados através de captura
com armadilha não-letal, da análise de egagrópilas de coruja e encontros ocasionais durante o
levantamento de dados primários da mastofauna da APA da Lagoa Verde.
OCASIONA
EGAGRÓPILAS TOTAL
ARMADILHAS L
SHERMAN/ LEG
TÁXON
A.
HOL T.
CUNICULARI VES* VIS (n) (%)
TOMAHAWK D ALBA
A
A1 A2 A3 A3
SHERMAN/ LEG
TÁXON
A.
HOL T.
CUNICULARI VES* VIS (n) (%)
TOMAHAWK D ALBA
A
A1 A2 A3 A3
Foto 68 - Cuíca-da-cauda-grossa
(Lutreolina crassicaudata)
capturada em armadilha Tomahawk
durante o levantamento da
mastofauna da APA Na Lagoa
Verde.
Foto 69 - Camundongo-do-mato
(Oligoryzomys nigripes).
Foto 72 - morcego-da-cauda-
grossa (Molossus molossus).
R R R
TÁXON
1 2 3 n TIPO DE COORDENADAS
MÍNIMO ABRIGO (UTM 22H)
n
Forro de
15< 387343/ 6443194
residência
Molossus
8 - -
molossus
Forro de
5< 388036/ 6444340
residência
Tadarida Forro de
- 3 - 2< 388212/ 6444626
brasiliensis residência
Forro de
- - 2 5< 388212/ 6444626
Myotis nigricans residência
Total 8 3 2 27< - -
REFERÊNCIAS ANALISADAS
NOME
TÁXON
VERNÁCULO APA LAGOA
RIO GRANDE
VERDE
DIDELPHIMORPHA
DIDELPHIDAE
Monodelphis
Cuíca-anã - GARDNER, 2007
dimidiata
CINGULATA
DASYPODIDAE
Euphractus
Tatu-peludo - QUINTELA, et al., 2010
sexcinctus
PILOSA
MYRMECOPHAGID
AE
Tamandua
Tamanduá-mirim - ROSA et al., 2010
tetradactyla
CRICETIDAE
Brucepattersonius
Rato - BONVICINO et al., 2008
iheringi
CTENOMIDAE
CAVIIDAE
CUNICULIDAE
CHIROPTERA
PHYLLOSTOMIDAE
Morcego-beija-
Anoura caudifera - PORCIUNCULA et al., 2007
flor
Glossophaga Morcego-beija-
- PORCIUNCULA et al., 2007
soricina flor
MOLOSSIDAE
Nyctinomops
Morcego - WEBBER et al., 2007
laticaudatus
VESPERTILIONIDA
E
Eptesicus Morcego-das-
- MCN-1648
brasiliensis casas
Morcego-
Histiotus montanus - GARDNER, 2007
orelhudo
Morcego-
Histiotus velatus - PORCIUNCULA et al., 2007
orelhudo
Morcego-
Myotis albescens - QUINTELA, et al., 2008
borboleta
Morcego-
Myotis levis - MCN-1651
borboleta
Morcego-
Myotis riparius - GARDNER, 2007
borboleta
CARNIVORA
FELIDAE
Gato-do-mato-
Leopardus geoffroyi MCNU-2292 -
grande
CANIDAE
Legenda: Formas de registro: MCNU= Museu de Ciências Naturais da Universidade Luterana do Brasil; MCN= Museu
de Ciências Naturais da Fundação Zoo-botânica do Rio Grande do Sul.
Ameaçadas de Extinção
PEIXES
CYPRINODONTIFORM
ES
RIVULIDAE
Austrolebias charrua Peixe-anual X EN
Austrolebias minuano Peixe-anual X EN
Austrolebias
Peixe-anual X EN
nigrofasciatus
CARCHARHINIFORME
S
TRIAKIDAE
Mustelus fasciatus Cação-malhado X VU
RAJIFORMES
RHINOBATIDAE
Rhinobatos horkelii Raia-viola X VU
ANFÍBIOS
BUFONIDAE
Melanophryniscus Sapo-de-barriga-
X VU VU VU
dorsalis vermelha
CERATOPHRYIDAE
Ceratophrys ornata Intanha, Untanha X VU QA
RÉPTEIS
LIOLAEMIDAE
Liolaemus occipitalis Lagartixa-das-dunas X VU VU VU
AVES
PHOENICOPTERIDAE
Phoenicopterus chilensis flamingo X QA
ACCIPITRIDAE
Circus cinereus gavião-cinza X VU VU
RALLIDAE
Porzana spiloptera sanã-cinza X EN VU VU
SCOLOPACIDAE
Peixes
Para a área da APA da Lagoa Verde, foram listadas cinco espécies ameaçadas,
sendo elas 3 espécies de peixes anuais, ocorrentes em ambientes dulceaquicola, além
do cação-malhado e da raia-viola (FONTANA et al., 2003).
Anfíbios
Répteis
Aves
Mamíferos
Foto 75 - Tuqueira de
tuco-tuco-branco
(Ctenomys flamarioni).
Exóticas
RÉPTEIS
EMYDIDAE
Trachemys scripta Tartaruga-de-orelha-vermelha X
GEKKONIDAE
Hemidactylus mabouia Lagartixa-de-parede X X
AVES
ARDEIDAE
Bubulcus íbis garça-vaqueira X X
COLUMBIDAE
Columba Lívia pombo-doméstico X X
ESTRILDIDAE
Estrilda astrild bico-de-lacre X X
PASSERIDAE
Passer domesticus pardal X X
MAMÍFEROS
MURIDAE
Rattus norvergicus Ratazana X
Rattus rattus Rato-das-casas X
Mus musculus Camundongo-doméstico X
LEPORIDAE
Lepus europaeus Lebre X
SUIDAE
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
216
DADOS
TAXA NOME POPULAR DADOS PRIMÁRIOS
SECUNDÁRIOS
A lebre (Lepus europaeus) foi frequente nos três transectos lineares realizados em
campo seco (T7, T8, e T9). A espécie vem encontrando plenas condições para
manutenção de suas populações no sul do Brasil, visto que a expansão de áreas
cultivadas e as pressões de caça, atropelamento e perda de habitat que atingem
potenciais predadores autóctones (PETERS et al., 2009). Aparentemente a lebre não
é procurada por caçadores (PETERS et al, no prelo), ao contrário do que se verifica
em regiões cujo plantio de citrus, grãos ou leguminosas são atividades principais.
Nestes locais a espécie é combatida como “praga” em decorrência dos danos
relacionados à produção agrícola (OLIVEIRA et al., 2006).
Sobre-explotadas/cinegéticas
Com relação aos anfíbios, a untanha, Ceratophrys ornata, pode sofrer com a
coleta para fins comercias, com citado anteriormente. Esta espécie ameaçada de
extinção também é perseguida devido à crença popular no seu veneno.
Entre os répteis, a espécie comumente caçada por interesses pelo couro, carne ou
mesmo por temor é o jacaré-do-papo-amarelo Caiman latirostris (Foto 80), que é o
único crocodiliano registrado no Rio Grande do Sul. Essa espécie é tolerante em
relação à qualidade do habitat e sobrevive em ambientes moderadamente alterados,
como por exemplo, áreas utilizadas para agricultura ou para criação extensiva de gado
(DI-BERNARDO; BORGES-MARTINS; OLIVEIRA, 2003). Ocorre no nordeste da
Argentina, sudeste da Bolívia, Paraguai, norte do Uruguai e leste do Brasil (BORGES-
MARTINS et al., 2007), onde vive sempre associado à água, principalmente em
grandes banhados. No passado, essa espécie sofreu uma pressão de caça
relativamente intensa, que visava principalmente a utilização do seu couro (DI-
BERNARDO; BORGES-MARTINS; OLIVEIRA, 2003). Atualmente, a pressão da caça
diminuiu consideravelmente (DI-BERNARDO; BORGES-MARTINS; OLIVEIRA, 2003).
Até recentemente, estava incluído na lista brasileira de espécies ameaçadas de
extinção e já foi considerado ameaçado pela IUCN. Entretanto, a IUCN não relaciona o
jacaré como espécie ameaçada desde 1996 (IUCN, 2010).
Cabe ressaltar que, com relação aos outros répteis, algumas espécies,
principalmente as serpentes, também acabam sofrendo pressões de mortes e
perseguições. Nesses casos, o principal motivo é a falta de conhecimento e de
informação da população a respeito dos animais. Esse desconhecimento fez das
serpentes uns dos animais mais temidos, rejeitados e, consequentemente,
perseguidos pela humanidade (MELGAREJO, 2003).
Com relação às aves, por serem apreciados como alimento humano e fonte de
renda resultante do comércio ligado a cinegética, os Anatídeos constituem importante
reserva econômica no país (SICK, 1997). No Rio Grande do Sul são conhecidas vinte
e uma espécie de Anatídeos, dos quais nove estão presentes na APA da Lagoa Verde
e poderão sofrer algum tipo de pressão furtiva.
Interesse médico/sanitário
Foto 84 - Placa
sinalizando a existência da
APA. Ao fundo, área
totalmente modificada por
ações de terraplanagem.
- Fiscalizar.
O município de Rio Grande – município onde a APA da Lagoa Verde está inserida
– está localizado no sul do Estado do Rio Grande do Sul. Este tem por característica
ser o mais antigo entre os municípios gaúchos, além de ser considerado como ponto
estratégico em virtude de possuir o mais meridional dos portos marítimos brasileiros, o
Porto de Rio Grande.
Face à sua localização, atualmente o porto é uma importante opção logística para
a implantação de empreendimentos voltados a indústria naval, assim como para a
implantação de empreendimentos que necessitem de meios de recebimento de
insumos e escoamento de produção.
Nesse contexto, tendo por objetivo contribuir para um melhor entendimento desse,
que é um dos mais importantes municípios do Rio Grande do Sul, além de grande
potencial de crescimento econômico em um futuro próximo, o estudo em questão
apresenta um diagnóstico socioeconômico, o qual abrange as principais
características e indicadores locais. Para isso serão apresentados a seguir aspectos
como: caracterização demográfica, indicadores econômicos, Porto do Rio Grande,
infraestrutura e indicadores sociais e de qualidade de vida.
Confirmando uma característica que tem sido observada nas cidades brasileiras,
em 2010, o número de mulheres é superior ao número de homens em Rio Grande. Do
número de habitantes total, 94.997 (48,16%) são do sexo masculino e 102.256
(51,84%) do feminino.Esta diferença manteve-se similar quando comparada ao ano de
2000: 90.413 (48,46%) eram homens e 96.131 (51,54%) habitantes eram mulheres
(Figura 39).
Figura 39: Percentual de distribuição por sexo da população total de Rio Grande em 2010
(Fonte: IBGE – Censo Demográfico (2010), primeiros resultados).
Tabela 36: População urbana, rural, total e taxa de crescimento geométrico8 da população de
Rio Grande (1970 a 2010) (Fonte: IBGE – Censos Demográficos).
8
Percentual de incremento médio anual da população residente em determinado espaço geográfico, no período
considerado. É medido pela fórmula: .
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
230
No contexto populacional é importante destacar que o município vive desde 2006
a presença da indústria naval, fato que estimularia o incremento da população na
região para os próximos anos. Sendo assim, apenas por meio dos resultados dos
futuros censos demográficos é que se terá o real cenário da evolução populacional do
município.
220.000
200.000
População de Rio Grande
197.253
180.000
186.544
172.422
160.000
140.000 146.114
120.000
116.488
100.000
1970 1980 1991 2000 2010
Ano
Figura 40: Evolução da População total de Rio Grande (1970 a 2010). Fonte: IBGE.
96,00%
95,71% 96,07% 96,06%
Taxa de Urbanização
94,00%
93,86%
92,00%
90,00%
88,84%
88,00%
86,00%
1970 1980 1991 2000 2010
Ano
25.000
20.000
1991
15.000
2000
10.000
5.000
0
0 a4 5 a9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 59 60 ou
anos anos anos anos anos anos anos mais
Faixa etária
Figura 42: Distribuição da população por grupos de idade no município de Rio Grande: 1991 e
2000 (Fonte: IBGE, SIDRA).
Ao analisar a Figura 43, observa-se que, no ano de 2000, 71% das pessoas
ocupadas e com idade superior a 10 anos encontrava-se no setor terciário,
pertencendo, principalmente, ao grupo caracterizado pelo IBGE como “trabalhadores
dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados”. Quanto ao setor primário
(agropecuária e pesca), este se caracteriza por representar a menor quantidade de
trabalhadores: apenas 8,13% dos ocupados do município.
100
71,84%
80
60
(%)
40 20,04%
20 8,12%
0
Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário
Figura 43: Pessoas ocupadas com 10 anos ou mais de idade, por setor atividade econômica
em Rio Grande – 2000. (Fonte: IBGE - Censo Demográfico).
2,6%
7,4%
6,1% 17,1%
0a1
1a3
3 a 10
10 a 20
35,0% 31,9%
> de 20
Sem Rend
Figura 44: Rendimento nominal mensal (salário mínimo) das pessoas responsáveis pelos
domicílios particulares permanentes em Rio Grande (Fonte: IBGE- Censo demográfico 2000).
Indicadores econômicos
9
salário mínimo utilizado foi de R$ 151,00 no ano de 2000.
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
235
Tabela 38: Produto Interno Bruto (PIB) dos principais municípios do RS – 2007
(Fonte:FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social).
20.000 16.689
PIB Per Capita (R$/hab.)
15.000
9.349
10.000 6.826
5.000
0
Rio Grande Pelotas São José do Norte Rio Grande do Sul
Municípios
Figura 45: PIB per capita de municípios da metade sul e RS em 2007, em reais (R$) a preços
correntes. Fonte: FEE / Núcleo de Contabilidade Social, 2010.
55,8%
60
50 41,2%
40
(%)
30
20
10 3,0%
0
Agropecuária Indústria Serviços
Figura 46: Participação percentual por setor da economia no VAB total em Rio Grande (2007).
Fonte: FEE / Núcleo de Contabilidade Social, 2010.
Tabela 39: Principais mercadorias embarcadas no Porto do Rio Grande no ano de 2008
(Toneladas) (Fonte: SUPRG, 2009).
Mercadorias Embarque
26.000.000
24.000.000
22.000.000
20.000.000
18.000.000
16.000.000
14.000.000
12.000.000
10.000.000
8.000.000
Figura 48: Evolução da movimentação de cargas no porto do Rio Grande – 1986-07 – (Em
toneladas)(Fonte: ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários).
2002 22,12
2003 11,19
2004 13,16
2005 -2,27
2006 15,90
2007 23,23
2008 18,19
O início da consolidação do polo naval em Rio Grande ocorreu através das obras
de construção da plataforma P-53, nas quais foram gerados inúmeros postos de
trabalho, causando impactos para a economia do município de Rio Grande e região.
Atualmente, a região espera com ansiedade o término das obras do Estaleiro Rio
Grande (Foto 91), que está em fase de implantação de um dique seco na área do
Superporto e tem a promessa de gerar mais postos de trabalho durante a fase de
operação, bem como de outros empreendimentos os quais já anunciaram instalação
no município.
70,0%
60,0%
40,0%
Fossa séptica
30,0%
10,0%
Não tinha banheiro ou
0,0% sanitário
Total Urbana Rural
Figura 49: Percentual dos tipos de esgotamento sanitário por situação de domicílios em Rio
Grande – 2000 (Fonte: IBGE, 2000).
De acordo com o IBGE, no ano 2000 a coleta de resíduos sólidos atingiu 94,9%
dos domicílios de Rio Grande. Observa-se que, em 58,1% dos domicílios rurais, o lixo
era queimado, 16,8% enterrado, 5,7% jogado em terreno baldio e somente 12,1% era
coletado (Figura 50). Já nos domicílios urbanos, este índice chegou a 98,3% de
resíduos coletados, e apenas 0,9% e 0,4% eram queimados ou enterrados,
respectivamente.
100%
90%
80% C oletado
70%
Queimado
60%
50% Enterrado
40%
Jogado em terreno baldio
30%
Jogado em rio, lago ou
20%
mar
10% Outro destino
0%
Total Urbanos Rurais
Figura 50: Percentual das formas de coleta de resíduos sólidos por situação de domicílios em
Rio Grande – 2000 (Fonte: IBGE, 2000).
Neste contexto, observa-se, na Figura 51, que em 92,8% dos domicílios de Rio
Grande o abastecimento de água é realizado por meio da rede geral. Importante
salientar que os domicílios localizados na área urbana contribuíram para este elevado
valor, visto que, além de representar a maioria dos domicílios do município, 96%
desses são abastecidos pela rede geral. Já na área rural destaca-se o abastecimento
realizado por poço ou nascente.
Figura 51: Percentual das formas de abastecimento de água por situação de domicílios em Rio
Grande (Fonte: IBGE, 2000).
Tabela 41: Consumo de energia elétrica em Rio Grande por classe de consumidores (MWh) em
2007 Fonte: FEEDADOS.
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (MWh) POR CLASSE
RESIDENCIAL INDUSTRIAL COMERCIAL RURAL SETOR OUTROS* TOTAL
PÚBLICO
111.832 88.214 76.289 15.781 40.314 110.747 443.177
De acordo com os dados, pode ser observado que o setor residencial é o que
apresenta maior consumo de energia elétrica por classe consumidora (25,2%),
seguido pela classe “outros” (24,9%) e setor industrial (21,1%). Em virtude da
população rural representar pequena parcela da comunidade, o setor rural era o que
apresentava menor consumo naquele ano. O setor público e o comercial
representavam 9% e 17,2% desse consumo, respectivamente.
10
Megawatt-hora: é o indicador que mede a energia produzida ou consumida por hora.
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
245
Com relação ao número de consumidores de energia elétrica do município,
percebe-se que a grande maioria pertence à classe residencial, que responde por
90,7% dos consumidores locais. Em segundo lugar está a classe comercial, que
representa 5,9% do total dos consumidores, conforme dados da Tabela 42.
Tabela 42: Consumidores de energia elétrica em Rio Grande por classe consumidora (2007)
Fonte: FEEDADOS.
Nº DE CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA POR CLASSE
RESIDENCIAL INDUSTRIAL COMERCIAL RURAL SETOR OUTROS TOTAL
PÚBLICO
68.586 506 4.495 1.555 394 17 75.553
- Sistema Rodoviário
70.000
68.786
65.000
63.159
60.000
58.365
55.000 54.778
51.048
50.000
47.678
45.000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Ano
Figura 52: Evolução no número de veículos em Rio Grande no período de 2003 a 2009. Fonte:
Secretaria da Justiça e da Segurança - Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS).
- Sistema Hidroviário
- Sistema Aéreo
- Sistema de Comunicações
Em Rio Grande, as concessionárias responsáveis pelos serviços de telefonia fixa
são a Global Village Telecom (GVT), Oi e NET, disponibilizando serviços de discagem
direta à distância e de discagem internacional, bem como os serviços de transmissão
de dados via fax e de acesso rápido à internet. O município dispõe também de
serviços de telefonia móvel tendo como operadoras a Vivo, a Tim, a Claro e a Oi.
Quanto aos serviços postais, Rio Grande dispõe de cinco agências dos correios.
Na Tabela 43 pode-se observar o nome de cada agência e o bairro do município em
que estão localizadas.
A comunicação por rádio é realizada por meio das emissoras Rádio Nativa (740
Khz), Rádio Cassino (1450 Khz) e Rádio Minuano (1410 Khz) no sistema AM, e Rádio
Oceano (97.1 MHz), Rádio Aleluia (92.5 MHz), Rádio Universidade (106.7 MHz) e
Rádio Atlântida (102.1 MHz), em FM.
Tabela 44: Número de estabelecimentos de ensino em Rio Grande por nível e rede (2007)
Fonte: IBGE Cidades.
NÍVEL DE ENSINO
REDE DE
ENSINO EDUCAÇÃO ENSINO
ENSINO MÉDIO TOTAL
INFANTIL FUNDAMENTAL
Municipal 39 52 0 91
Estadual 22 29 10 61
Federal 0 0 1 1
Particular 15 15 5 35
Total 76 96 16 188
Rede de ensino
Figura 53: Número de matrículas em Rio Grande por rede de ensino em 2007 (Fonte: IBGE
Cidades).
Tabela 45: Corpo docente das escolas de Rio Grande por nível e rede de ensino (2007) Fonte:
IBGE Cidades, 2008.
NÍVEL DE ENSINO
REDE DE
EDUCAÇÃO ENSINO
ENSINO ENSINO MÉDIO TOTAL
INFANTIL FUNDAMENTAL
Administração 55 80 100
Arqueologia 40 40 40
Arquivologia 40 40 40
Artes Visuais– Licenciatura 36 - -
Artes Visuais– Licenciatura e Bacharelado - 50 50
Biblioteconomia 40 40 40
Ciências Biológicas – Bacharelado 20 25 40
Ciências Biológicas – Licenciatura 20 25 40
Ciências Contábeis – D 30 - -
Ciências Contábeis – N 50 100 100
Ciências Econômicas 50 100 100
Direito–D 33 35 35
Direito–N 66 70 70
Educação Física – Licenciatura 30 30 30
Enfermagem 50 50 55
11 - 50 50
Engenharia Agroindustrial - Agroquímica
12 - 50 50
Engenharia Agroindustrial- Indústrias Alimentícias
Engenharia Bioquímica - - 50
Engenharia Civil 50 60 60
Engenharia Civil Empresarial 25 35 35
Engenharia Civil Costeira e Portuária - - 25
Engenharia de Alimentos 50 50 50
Engenharia de Automação - 40 40
Engenharia de Computação 40 50 50
Engenharia Mecânica 50 60 60
Engenharia Mecânica Empresarial 25 35 35
Engenharia Mecânica Naval - - 25
Engenharia Química 50 50 50
Física – Licenciatura e Bacharelado 40 60 70
11
Curso e Processo Seletivo oferecido no campus do município de Santo Antônio da Patrulha – RS.
12
Curso e Processo Seletivo oferecido no campus do município de Santo Antônio da Patrulha – RS.
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
252
CURSO 2008 2009 2010
Geografia – Bacharelado 25 25 25
Geografia – Licenciatura 25 25 25
História – Bacharelado 23 40 40
História – Licenciatura 27 27 27
Letras–Português 50 50 50
Letras–Português / Espanhol – D 25 25 25
Letras–Português / Espanhol – N 25 25 25
Letras–Português / Francês 25 25 25
Letras–Português / Inglês 25 25 25
Matemática – Licenciatura 40 40 40
Matemática Aplicada 40 40 40
Medicina 66 70 70
Oceanologia 40 40 40
Pedagogia – Licenciatura - D 45 45 45
Pedagogia – Licenciatura - N 45 45 45
Psicologia 35 35 35
Química - Bacharelado - - 50
Química - Licenciatura 25 25 25
Sistemas de Informação - Bacharelado - 40 40
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas 50 50 50
Tecnologia em Eficiência Energética em Edificações - 60 60
Tecnologia em Gestão Ambiental - - 30
Tecnologia em Gestão Ambiental13 - - 30
Tecnologia em Refrigeração e Climatização - 50 50
Tecnologia em Toxicologia - 24 24
14 - - 30
Turismo Binacional
TOTAL 1526 2056 2361
13
Curso e Processo Seletivo oferecidos no campus do município de São Lourenço do Sul – RS.
14
Curso e Processo Seletivo oferecidos no campus do município de Santa Vitória do Palmar – RS.
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
253
Tabela 47:Cursos oferecidos, vagas e modalidades no Processo Seletivo 2010 do Campus Rio
Grande do IFRS Fonte: IFRS, Campus Rio Grande).
Vagas
Modalidade Cursos Oferecidos
1ºsem 2ºsem
Pós Ensino Médio
Eletrotécnica 40 40
Refrigeração e Climatização 40 40
Geoprocessamento 26 -
Enfermagem 26 -
Automação Industrial 40 40
Eletrotécnica 48 -
Ensino Médio
Integrado ao
Refrigeração e Climatização 36 -
Informática para Internet 30 -
Geoprocessamento 30 -
Automação Industrial 36 -
Eletrotécnica 30 30
Integrado ao
Refrigeração e Climatização 30 30
EJA
Geoprocessamento 30 30
Automação Industrial 30 30
Taxas de analfabetismo
8,54%
9%
8%
7%
6% 4,83%
5%
4%
2,35%
3%
1,39%
2%
1%
0%
de 7 a 14 anos de 5 anos a 17 de 18 a 24 anos de 25 anos ou
anos mais
Figura 54: Taxa de analfabetismo em Rio Grande por faixa etária da população (2000).Fonte:
Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil – PNUD, 2000 e IBGE, 2000.
Tabela 48: Número de leitos hospitalares segundo a especialidade – 2009 (Fonte: Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES).
Cirúrgicos 145
Clínicos 264
Complementares 79
Obstétrico 53
Pediátrico 55
Outras Especialidades 124
Hospital/DIA 36
Total 756
As três dimensões (IDHM16) têm a mesma importância no índice, que varia de zero
a um. Quanto mais próximo de 1, melhor é a qualidade de vida de um local. Assim, um
índice menor que 0,5 equivale a um desenvolvimento humano baixo, índice entre 0,5 e
0,799 é considerado de médio e índice 0,8 ou superior equivale a um alto
desenvolvimento humano.
Figura 55: Diagrama que apresenta um resumo de como é construído o IDH, segundo o
Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008, elaborado pelo Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Observando-se a Tabela 49, que mostra o IDH total e por blocos (IDHM) no Brasil,
no Rio Grande do Sul e em Rio Grande, no período 1991-2000, nota-se que Rio
Grande apresenta um crescimento do indicador neste período, puxado em especial
pelo IDHM educação. Nos dois períodos analisados, o município ficou na faixa
considerada de médio desenvolvimento, porém já bem próximo de entrar na
classificação de alto índice. O Estado, com índice de 0,814 em 2000, possui alto nível
de desenvolvimento humano. Já em relação aos dados apresentados para o Brasil, o
país apresenta desenvolvimento médio.
15
Paridade do Poder de Compra, que elimina as diferenças de custo de vida entre os países.
16
IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal é a representação do índice médio na dimensão estudada,
podendo ser a longevidade, a educação ou a renda.
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
257
Tabela 49: IDH total e por blocos no Brasil, no Rio Grande do Sul e em Rio Grande (1991-
2000) (Fonte: PNUD, 2000).
Tabela 50: Percentual do rendimento nominal mensal por situação de domicílios área da APA
da Lagoa Verde e em Rio Grande (Fonte: IBGE, 2000).
Urbana
Boa Vista 23,91% 30,43% 11,96% 11,41% 10,87% 1,09% 0,54% 9,78%
Senandes 17,54% 16,96% 13,16% 17,84% 20,18% 3,22% 7,31% 3,80%
Bolaxa 17,65% 19,76% 11,06% 17,41% 18,35% 6,59% 6,82% 2,35%
Rio Grande 17,10% 19,72% 12,17% 17,20% 17,76% 3,85% 4,81% 7,41%
35,00%
30,00%
25,00%
Até 1 Salário Mínimo
Figura 56: Percentual dos tipos de rendimento nominal mensal por situação de domicílio na
área da APA da Lagoa Verde e em Rio Grande. (Fonte: IBGE, 2000).
A (Tabela 51) mostra que o conjunto residencial Boa Vista apresenta o maior
percentual de crianças (até 14 anos) das regiões comparadas, ou seja, 35,45%, contra
a média de aproximadamente 25% nas demais regiões. A presença de elevadas
proporções de crianças (até 14 anos de idade) em domicílios com rendas per capita
inferiores ou inexistentesagrava a situação de vulnerabilidade social.
Urbana
Distribuição
Etária Pessoas de 0 a 14 Pessoas de 25 a Pessoas de 60 anos
Pessoas de 15 a 24 anos
anos 59 anos ou mais
Na localidade Boa Vista cerca de 19% dos responsáveis completaram até três
anos de estudo, no Senandes 21%, no Bolaxa 23%, e em Rio Grande 23%. Todavia
se considerarmos os quatro anos de estudo completos, a situação educacional dos
responsáveis pelos domicílios se agrava, uma vez que, aproximadamente, 51% dos
responsáveis pelos domicílios no Boa Vista atingiram até a quatro anos de estudo,
35% no Senandes, 45% no Bolaxa e 46% em Rio Grande. Verifica-se ainda, de forma
geral, que os responsáveis pelos domicílios possuem uma baixa média de anos de
estudo, forte defasagem escolar ao longo de todo sistema de ensino, bem como um
gargalo de acesso à educação, principalmente, no ensino superior. Conforme os
dados apresentados sobre a variável renda, distribuição etária e anos de estudo,
pode-se concluir que entre as regiões da área da APA e seu entorno o conjunto
residencial Boa Vista apresenta maior vulnerabilidade social em relação aos demais,
por apresentar rendimentos inferiores, percentual de crianças superior e maior
defasagem de anos de estudo dos responsáveis por domicílio. As demais regiões se
assemelham as médias do município de Rio Grande. A seguir ver-se-á o estudo sobre
a infraestrutura destes locais.
Esgotamento sanitário
Conforme os Indicadores Sociais Municipais (IBGE, 2000) o esgotamento sanitário
provenientes da rede geral ainda é um serviço precário no Brasil chegando, em média,
a 56% dos domicílios urbanos, não foram registradas diferenças significativas até o
patamar de 20 000 habitantes. Nos municípios maiores, acima de 500 000 habitantes,
a proporção atingiu 70%. Entretanto, o censo de 2000 registrou ainda em áreas
urbanas 1.072.868 domicílios sem instalação sanitária, sendo esta situação mais
freqüente nos municípios menores. Já nos domicílios rurais, essa situação é ainda
mais expressiva, uma vez que apenas uma pequena parcela de municípios possuía
esgotamento sanitário por rede geral.
Nesse contexto, observa-se, na Tabela 52, que apesar dos bairros estudados
neste diagnóstico pertencerem à zona urbana de Rio Grandea maior parte dos
Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
261
domicílios não está ligada a rede geral de esgotamento sanitário para o destino de
seus dejetos domésticos. As três localidades estudadas apresentam em média 96%
de tratamento sanitário ligado a fossa séptica. O município de Rio Grande, apesar de
possuir 59,46%de seu esgotamento sanitário ligado a fossa séptica, já tem uma
cobertura de 28,92% pela rede geral de esgoto. Ao analisar a variável “sem banheiro,
nem sanitário”, observa-se que o bairro Senandes possui o maior número de
domicílios com esta característica (2,05%), seguida do bairro Boa Vista I (1,63%) e
Bolaxa (0,71%).
Tabela 52: Percentual da forma de esgotamento sanitário por situação de domicílios na área da
APA da Lagoa Verde e em Rio Grande (Fonte: IBGE, 2000).
Urbana
Esgotamento Sem
Sanitário Rede geral Fossa Fossa Via Via rio, lago Via outro banheiro,
de esgoto séptica rudimentar vala ou mar escoadouro nem
sanitário
40,00%
Via rio, lago ou mar
20,00%
Esgotamento sanitário
via outro escoadouro
0,00% Sem banheiro, nem
Boa Vista Senandes Bolaxa Rio sanitário
Grande
Figura 58: Percentual do tipo de esgotamento sanitário por situação de domicílio na área da
APA da Lagoa Verde e em Rio Grande. (Fonte: IBGE, 2000).
Limpeza urbana
De acordo com o IBGE, no ano 2000 a coleta por serviço de limpeza de resíduos
sólidos na área da APA e seu entorno (Tabela 53) atingiu 96,20% de cobertura no
bairro Boa Vista, 96,78% no Senandes, e 94,12% no Bolaxa. Já em Rio Grande, a
coleta por serviço de limpeza atinge 93,33% dos domicílios urbanos.
Tabela 53: Percentual de destino dos resíduos sólidos por situação de domicílios na área da
APA da Lagoa Verde e em Rio Grande (Fonte: IBGE, 2000).
Urbana
Destino Coleta em
dos Coleta
caçamba Jogado Jogado
resíduos por Queimado Enterrado
de em terreno em Rio, Outro
sólidos serviço (na (na
serviço baldio ou Lago ou destino
de propriedade) propriedade)
de logradouro Mar
limpeza
limpeza
120,00%
Coleta por serviço de
100,00% limpeza
Coleta em caçamba de
serviço de limpeza
80,00%
Queimado (na propriedade)
Outro destino
0,00%
Boa Vista Senandes Bolaxa Rio Grande
Figura 59: Percentual das formas de coleta de resíduos sólidos por situação de domicílio na
área da APA da Lagoa Verde e em Rio Grande. (Fonte: IBGE, 2000).
Abastecimento de água
Segundo os Indicadores Sociais Municipais – IBGE (2000), quase a totalidade dos
municípios brasileiros possuía mais de 90% dos domicílios urbanos ligados à rede
geral de abastecimento de água. Para os domicílios rurais, o abastecimento de água
varia de 14,2% nos municípios de pequeno porte a 66,7% naqueles mais populosos.
Nos demais casos, o abastecimento de água ocorria tanto por meio de poço ou
nascente como por meio de alguma outra forma de abastecimento - reservatório,
chuvas, carro-pipa, poço ou nascente localizado fora do terreno ou da propriedade em
que o domicílio estava construído.
Urbana
Abastecimento de Água
Rede geral Poço ou nascente Outra forma
Sendo assim, o serviço de rede de água ligado à rede geral, tanto na região da
APA e seu entorno, quanto no município de Rio Grande estão dentro da média
nacional (90% para municípios entre 100 001 e 500 000 habitantes). Conforme se
pode observar na Figura 60.
120,00%
100,00%
80,00%
Rede geral
60,00%
Poço ou nascente
Outra forma
40,00%
20,00%
0,00%
Boa Vista Senandes Bolaxa Rio Grande
Figura 60: Percentual das formas abastecimento de água por situação de domicíliona área da
APA da Lagoa Verde e em Rio Grande. (Fonte: IBGE, 2000).
Enfim, o estudo sobre infraestrutura básica para a área na qual a APA está
inserida e seu entorno demonstra uma homogeneidade em suas características, tais
como, esgotamento sanitário por via de fossa séptica em 96% dos domicílios, coleta
por serviço de limpeza de resíduos sólidos em aproximadamente em 96% dos
domicílios e abastecimento de água via rede geral em 96%.
4.7.3.1 Instituições
Tabela 55: Respostas das entrevistas realizadas com as instituições atuantes na região da
APA (Fonte: Plano de Manejo Polar Meio Ambiente).
4.7.3.2 Comunidade
Tabela 56: Histórias de vida de membros da comunidade da APA da Lagoa Verde (Fonte:
Plano de Manejo Polar Meio Ambiente).
1. "Local paradisíaco, muito verde, ecossistema diferenciado com grandes quantidades de fauna e
flora, merece ser preservado."
2. "Na Lagoa Verde pude observar e fotografar um casal de lontras acasalando, e no ano seguinte,
fotografei o filhote (Lagoa Verde um mundo a parte)."
3. "Há uns três anos atrás, eu e mais três colegas oceanógrafos fomos acampar nas margens da
Lagoa Verde, ambiente muito legal como área de lazer e de preservação ambiental."
4. "Lugar único, quase urbano, onde canta o sabiá, pasta o capincho e nada livre a lontra."
5. "A Lagoa Verde e seu entorno de banhados é muito encantador por si só. Há pouco tempo estive
no mirante e fiquei encantado com a quantidade de aves que havia lá, o que junto à ainda preservada
natureza me encantou. É curiosa a existência de tal local tão próximo a um centro urbano como Rio
Grande. Com certeza este ambiente deve ser valorizado e preservado."
6. "A escola em que trabalho (Boa Vista I) trabalha com os alunos com o meio ambiente em que eles
moram que por acaso dá fundos para a Lagoa Verde, onde se encontra com o saco da Mangueira, e
todos os anos fazemos a limpeza dos arredores."
(4) O que vocês acham que não pode ser feito na APA?
1) Bairro:
2) Idade:
3) Sexo:
4) Que nota você atribui (de 1 a 10) a importância da elaboração do Plano de
Manejo da APA da Lagoa Verde? Marque um X na sua resposta:
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
34% Senandes
Boa Vista I
9%
Cassino
21% Outros
2% Não responderam
7%
43%
Fem
50% Masc
Não respondeu
Figura 62: Classificação por gênero dos participantes da primeira reunião de apresentação do
Plano de Manejo à Comunidade da região (Fonte: Polar Meio Ambiente).
6,82%
6,82% 9,09%
De 18 a 24
De 25 a 59
60 ou mais
77,27% Não respondeu
13,64%
4,55% Nota 7
Nota 8
Nota 9
72,73% Nota 10
Não respondeu
Tabela 58: Percepção socioambiental sobre como é a APA da Lagoa Verde por membros da
comunidade e instituições governamentais e não governamentais atuantes na região da APA
(Fonte: Plano de Manejo Polar Meio Ambiente).
O que tem e como é a APA? Ocorrências Percentual
Banhados 9 10,23%
Arroios 6 6,82%
Aves 7 7,95%
Corticeiras 4 4,55%
Jacarés 3 3,41%
Orquídeas 3 3,41%
Vida 3 3,41%
Lagoas 2 2,27%
Água 2 2,27%
Lontra 2 2,27%
Capivara 2 2,27%
Bromélias 1 1,14%
Marisma 1 1,14%
Pastoreio 1 1,14%
Furão 1 1,14%
Tartaruga 1 1,14%
Lagarto 1 1,14%
Peixes 1 1,14%
Zorrilho 1 1,14%
Capincho 1 1,14%
Figueira 1 1,14%
Araçá 1 1,14%
Desmatamento 1 1,14%
Lixo 1 1,14%
Total 88 100,00%
Programa de Gestão;
Programa de Administração.
Enfim, pelo que pode ser observado através dos dados tanto do questionário
aplicado às instituições quanto às comunidades, ambas as esferas sociais atribuem a
Área de Proteção Ambiental um grande valor por mostrar-se um instrumento de
conservação da biodiversidade e qualidade de vida da população local. Além disso, a
comunidade considera que a APA pode ser uma área ameaçada pela expansão
imobiliária, por localizar-se na zona urbana, apresentando, portanto, problemas
relacionados ao destino inadequado de resíduos domésticos sólidos (lixo) e efluentes
líquidos (esgoto). Todavia,as opiniões convergiram na necessidade de envolvimento
entre a sociedade civil e as entidades governamentais e não-governamentais, na
busca da melhor resolução possível para os conflitos e divergências de opiniões, na
5.1 ZONEAMENTO DA UC
MS São
SP Lourenço
Canguçu
-24°0'
-24°0'
do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
d os
Pelotas
na
SC gu
La
Capão do
6.446.000
6.446.000
Leão
Herval APA da
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
RS Lagoa Verde
Arroio
!
Rio Grande
Grande
OCEANO
Uruguai ATLÂNTICO
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
r im
oa M i
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La g 0 20 40
km km
6.444.000
Legenda
Zoneamento
Zona de Preservação
Zona de Recuperação
Zona de Atividades Humanas
Zona de Uso Conflitante
6.442.000
6.442.000
6.440.000
6.440.000
®
Projeção Universal Transversa de Mercator
Fuso 22 Sul
Datum SAD-69
Imagem GeoEye
Data do Imageamento: 31/08/2009
0 500 1.000
m
6.438.000
Projeto Plano de Manejo
Isso ocorre porque o art. 55 e § único, da Lei Estadual, não especifica a categoria
de Unidade de Conservação, manifestando-se de forma geral. Pela Lei Estadual,
licenciamento de empreendimentos e atividades localizados em até 10 km (dez
quilômetros) do limite da UC deve ter autorização do órgão administrador da mesma,
independentemente da categoria na qual esteja inserida. Mesmo a Lei do SNUC, que
é federal, excetuando as APAs de possuírem zona de amortecimento, a Lei Estadual
considera todas as UCs, sem distinção, no caso de autorização para a instalação de
empreendimentos ou atividades que estejam localizados num raio de 10 km de seu
entorno (Mapa 15).
ESTADOS MUNICÍPIOS
6.460.000
6.460.000
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
MS São
SP Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Pelotas do
n a
SC gu
do La
Capão do
o al
6.455.000
6.455.000
c i
Sa rr a
Leão
Herval
A
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
RS APA da Lagoa
Arroio ! Verde
Grande Rio Grande
OCEANO
Uruguai ATLÂNTICO
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
Saco da im
Saco do go a Mi r
Mangueira
-35°0'
-35°0'
La
6.450.000
6.450.000
0 150 300 0 20 40
Justino
e
km km
d
ra n
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
io G
eR
al d
Legenda
Ca n
APA da Lagoa Verde Alagado
6.445.000
6.445.000
Área do Entorno (10km) Alagável
Áreas de Ocupação Urbana Intensiva Campo
Massa d'água Silvicultura
Uso do Solo Água
Agricultura Área Urbana
6.440.000
6.440.000
Areia
®
6.435.000
6.435.000
Projeção Universal Transversa de Mercator
Fuso 22 Sul
Datum SAD-69
Imagem LANSAT 5 - TM (742) - RGB
Data do Imageamento: 02/05/2010
0 2.500 5.000
m
Escala numérica - folha A3
1:150.000
6.430.000
6.430.000
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
6.425.000
Fonte Polar Meio Ambiente (2010), PMRG (2005). PMRG (2006)., Landsat 5 - TM (2010) Data
Novembro/2010
ESTADOS MUNICÍPIOS
6.460.000
6.460.000
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
MS São
SP Lourenço
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Pelotas do
a
g un
SC La
do Capão do
o al
6.455.000
6.455.000
c i Leão
Sa r ra Herval
A
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
RS APA da Lagoa
Arroio ! Verde
Grande Rio Grande
OCEANO
Uruguai ATLÂNTICO
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
Saco da im
Saco do ir
Mangueira goa M
-35°0'
-35°0'
La
6.450.000
6.450.000
0 150 300 0 20 40
Justino
de
km km
ra n
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
io G
eR
al d
Legenda
Can
APA da Lagoa Verde Prioridade de Inclusão
6.445.000
6.445.000
Áreas Prioritárias para Inclusão na APA Maior Prioridade
Área do Entorno (10km)
Áreas de Ocupação Urbana Intensiva Menor Prioridade
Hidrografia
Rede Hidrográfica
6.440.000
6.440.000
Massa d'água
®
6.435.000
6.435.000
Projeção Universal Transversa de Mercator
Fuso 22 Sul
Datum SAD-69
Imagem LANSAT 5 - TM (742) - RGB
Data do Imageamento: 02/05/2010
0 2.500 5.000
m
Escala numérica - folha A3
1:150.000
6.430.000
6.430.000
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
6.425.000
Fonte Data
Polar Meio Ambiente (2010), PMRG (2005). PMRG (2006). Novembro/2010
-24°0'
-24°0'
Canguçu do Sul
Paraguai PR s
Piratini to
Pa
-31°30'
-31°30'
s
Pelotas do
a
g un
Saco da SC La
Capão do
Saco do Mangueira
6.450.000
6.450.000
Leão
Justino Herval
-29°30'
-29°30'
Argentina
-32°0'
-32°0'
BR 3 RS APA da Lagoa
92 Verde
Arroio !
Grande Rio Grande
OCEANO
rande
Uruguai ATLÂNTICO
OCEANO ATLÂNTICO
-32°30'
-32°30'
Jaguarão
e R io G
ir im
goa M
-35°0'
-35°0'
0 150 300 La 0 20 40
km km
Canal d
-59°0' -53°30' -48°0' -53°0' -52°30' -52°0' -51°30'
6.445.000
6.445.000
4
Legenda
73
S
ER
6.440.000
Cassino
®
Projeção Universal Transversa de Mercator
Fuso 22 Sul
Datum SAD-69
Imagem LANSAT 5 - TM (321) - RGB
Data do Imageamento: 02/05/2010
6.435.000
6.435.000
0 2.500 5.000
m
Escala numérica - folha A3
1:100.000
Empreendimento
APA da Lagoa Verde
6.430.000
Título Mapa das Áreas Prioritárias para Inclusão na APA da Lagoa Verde
Fonte Data
Polar Meio Ambiente (2010), PMRG (2005). Novembro/2010
Deverá haver uma apresentação de toda a área da Unidade, bem como sua
infraestrutura, outros funcionários e dinâmica operacional.
Todos os colaboradores deverão estar cientes dos aspectos e características
socioambientais da Unidade e da região, o que facilitará a comunicação e o
intercâmbio cultural com visitantes e comunidade do entorno.
O funcionário que vier a ser contratado deverá receber treinamento para a
realização desua função, assim como as normas de segurança no trabalho, de saúde
e meio ambiente da Unidade.
Os monitores ambientais e guardas-parque deverão receber treinamento
específico em Educação Ambiental, visando a sua formação como guias e como
dinamizadores do processo de sensibilização ambiental, conforme previsto no
Programa de Educação Ambiental e Comunicação Social.
Todos os colaboradores deverão receber treinamento em primeiros-socorros,
prevenção e combate a incêndios, prevenção de acidentes com animais peçonhentos
e venenosos, noções de gerenciamento de resíduos (separação do lixo), entre outros.
5.5.1 Objetivo
Para que a APA da Lagoa Verde cumpra seus objetivos, é fundamental que o
Plano de Manejo seja implantado efetivamente. Todo o planejamento anual deverá
estar fundamentado, primeiramente, na avaliação das atividades programadas para o
ano anterior, avaliando-se as dificuldades encontradas, revendo prioridades e
incorporando ações necessárias. Deverá ser escolhido um modelo de avaliação de
efetividade da Unidade e do Plano de Manejo, sendo que diferentes organizações
conservacionistas disponibilizam ferramentas para tal. Basicamente, deverá ser
avaliada a realização das ações propostas nesse Plano de Manejo, considerando a
priorização estabelecida para as mesmas e o prazo estimado de vigência do referido
documento.
O processo gerencial foi definido por Henry Fayol como “o processo relativo ao
estabelecimento de objetivos e planejamento, organização, comando, coordenação e
controle das atividades, de tal forma que os objetivos organizacionais sejam atingidos”.
Na gestão da qualidade, proposta por Deming, o processo gerencial foi simplificado e
é conhecido como PDCA (do inglês plan, do, check e act) (Nascimento et al., 2008).
A Lei Municipal No. 6.084/05 de Rio Grande que regulamenta a criação da APA da
Lagoa Verde, nos termos do Art. 2º dispõe sobre a classificação desta área como uma
Unidade de Conservação, objetivando: proteção de paisagens e belezas cênicas;
recursos hídricos; sistemas de marismas, banhados, arroios, matas e dunas interiores;
assim como estimular o desenvolvimento sustentável e estabelecer uma ocupação
humana controlada, entre outros.
Existe uma vasta literatura sobre capital social, trabalha-se aqui com o conceito de
Robert Putmam (2000), que aborda a idéia de capital social como algo comunitário.
Consiste em práticas sociais, normas e relações de confiança que existem entre os
cidadãos numa determinada sociedade, bem como sistemas de participação e
associação que estimulam a cooperação. Então, pode-se concluir que quanto maior a
capacidade dos cidadãos confiarem uns nos outros, para além de seus familiares,
assim como quanto maior a capacidade associativa, maior será o volume de capital
social de uma comunidade.
5.6.1 Objetivos
Por fim, com este programa busca-se uma participação efetiva de todas as
pessoas envolvidas não somente no processo de gestão da APA da Lagoa Verde,
mas também na implementação e revisão de seu Plano de Manejo. Sendo assim, para
que se efetive um modelo de apoio a gestão administrativa, dever-se-á trabalhar na
defesa do meio ambiente de forma compartilhada com os interesses das comunidades
e instituições públicas e privadas ali presentes.
5.7.1 Objetivos
De acordo com Miller (1997), para que as áreas protegidas tenham sua
sobrevivência assegurada, precisam estar integradas à economia e à cultura das
sociedades locais, tornando-se centros sociais tão valiosos quanto às escolas, os
hospitais e as bibliotecas. Esses objetivos podem ser alcançados, em grande parte,
através de Programas de Educação/Interpretação Ambiental, os quais funcionam
como elos entre as áreas protegidas como Unidades de Conservação e as pessoas,
conciliando a demanda e a satisfação do usuário com a conservação da área. Além
disso, através do Programa de Educação Ambiental e Comunicação Social da APA da
Lagoa Verde, busca-se:
Segundo Marion & Farrell (1998), baixos níveis de impacto reduzem a vegetação
rasteira e a biomassa, podendo alterar a composição da flora mediante a eliminação
de espécies frágeis. Por outro lado, quando o nível de impacto é alto, pode ocorrer
alteração na composição e perda completa da vegetação forrageira, além de
prejudicar a regeneração de árvores e arbustos.
O excesso de uso pode provocar impactos nas trilhas, tais como danos à
vegetação, compactação do solo, diminuição da taxa de infiltração de água no solo e
alargamento da trilha, dentre outros. Preocupações adicionais estão relacionadas a
uma das atividades mais populares associadas às visitações, a observação da fauna.
O pisoteio ou tráfego de veículos pode degradar os habitats diretamente e a presença
humana pode impactar negativamente uma atividade de vida essencial à fauna
silvestre, como alimentação, descanso e reprodução (MARION&FARRELL, 1998).
Além dos impactos ao meio ambiente, a própria experiência de visitação pode ser
impactada negativamente. Segundo Takahashi (2004), o excesso de pessoas pode
reduzir as oportunidades daqueles que buscam a solidão, ou um certo isolamento em
meio à natureza.
Centro de visitantes
De acordo com IBAMA (2000), de uma forma geral, faz parte dos objetivos dos
centros de visitantes propiciarem a aproximação das pessoas com a natureza,
permitindo que elas interiorizem o significado das áreas protegidas, a sua importância
em termos de preservação, manejo e aproveitamento indireto dos recursos naturais e
culturais. O enfoque que cada Unidade de Conservação dá ao centro de visitantes e a
sua caracterização pode variar muito em razão das peculiaridades de cada área.
Tendo isto em vista, o Centro de Visitantes deve funcionar como parte integrante do
processo de conscientização e de Educação Ambiental, sendo arquitetado de forma a
suprir as necessidades geradas por essa atividade.
Acessibilidade plena;
Grupos escolares;
Cientistas e pesquisadores;
Turistas estrangeiros;
Ciclistas e cavaleiros.
Uma trilha é considerada interpretativa quando seus recursos são traduzidos para
o visitante com a utilização de guias especializados, folhetos, placas ou painéis
(VASCONCELLOS, 2006). A trilha interpretativa tem o propósito de desenvolver nos
usuários um novo campo de percepções, levando-os a descobrir um mundo ainda
desconhecido, uma nova forma de olhar e sentir a natureza, estimulando-os a
observar objetivamente, pensar criticamente e decidir conscientemente (FEINSINGER
et al., 1997). Além disso, elas devem traduzir para o visitante os fatos que estão além
das aparências (leis naturais, interações, história, cultura) ou fatos aparentes que não
são comumente percebidos (singularidades, detalhes, vestígios) (VASCONCELLOS,
2006). Para cumprir essas funções, segundo Lima (1998), as trilhas de interpretação
necessitam de técnica, ciência e arte para serem criadas, traçadas e trilhadas.
Além disso, é importante lembrar que a placa pode não ser lida ou observada de
forma linear. Segundo Vasconcellos (2006), se o título for bastante atrativo, as
pessoas o lerão primeiro, mas nada pode garantir uma leitura linear (do início ao fim).
As pessoas dirigem sua atenção para as diversas partes da placa na ordem e no ritmo
que desejarem. Portanto, será um erro estruturar uma placa de forma que o tema só
possa ser entendido após uma leitura completa e na ordem imaginada por quem a
planejou. Tendo isto em vista, a escolha de bons títulos/tema é de fundamental
importância, o que os tornam a única informação realmente obrigatória.
Para a escrita da placa, cuidado especial deve ser dispensado à escolha da forma
e distância das letras (fontes). Trapp et al. (1994) recomendam as fontes Serif, Times,
Sans Serif, Helvetica, Garamond, Bodoni, Futura e Verdana. O espaço entre as letras,
palavras e linhas também são importantes na comunicação visual, pois quando estão
muito juntas, dificultam a leitura, levando a perda de interesse do público-alvo.
Outro aspecto que deve ser considerado é a distância de leitura. Existem regras
que estabelecem a variação do tamanho das letras conforme a distância que o leitor
estabelece em relação à placa (Tabela 59).
Projeto Quero-Quero
A cada ano são traçadas metas para o Projeto, que lhe conferem a continuidade e
a inovação metodológica necessárias para que seus objetivos sejam
alcançados.Dessa forma, todas as escolas da rede municipal já foram envolvidas no
Projeto em algum momento e com alguma atividade específica.
5.8.1 Objetivo
5.9.1 Objetivo
As atividades deste programa direcionam-se ao aperfeiçoamento dos mecanismos
de co-gestão, convênios, terceirização e parcerias. Entre os objetivos do programa
estão:
BENCKE, G. A. Lista de referência das aves do Rio Grande do Sul. Porto Alegre:
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 2001. 104p
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NOME
FAMÍLIA ESPÉCIE HÁBITO AUTOR
POPULAR
Blutaparon portulacoides
capotiragua herbáceo Marangoni, 2003
Mears
Amaranthaceae Costa &
Salicornia gaudichaudiana
herbáceo Marangoni, 2000;
Mog.
Marangoni, 2003
NEMA, 1997;
Lithraea brasiliensis March aroeira-braba arbóreo Batista et al.,
2007
NEMA, 1997;
Anacardiaceae Schinus polygamus (Cav.)
assobiadeira arbustivo/arbóreo Batista et al.,
Cabrera
2007
Schinus terebinthifolius arroeira-
Arbóreo
Raddi. vermelha
Eryngium elegans Cham & Batista et al.,
gravatá herbáceo
Schltdl. 2007
Eryngium pandanifolium Batista et al.,
caraguatá herbáceo
Apiaceae Cham & Schltdl 2007
Costa &
Eryngium sp L. gravatá herbáceo
Marangoni, 2000
Eryngium sp. L. gravatá herbáceo Marangoni, 2003
Aquifoliaceae Ilex dumosa Reiss. caúna arbóreo NEMA, 1997.
costela-de-
adão; Batista et al.,
Monstera deliciosa Liebm. herbáceo
abacaxi-do- 2007
reino
Araceae
Pistia stratiotes L. alface-d‟água herbáceo NEMA, 1997
Zantedeschia aethiopica copo-de-leite; Batista et al.,
herbáceo
Spreng. lírio-do-nilo 2007
Costa &
Marangoni, 2000;
Hydrocotyle bonariensis
erva-capitão herbáceo Marangoni, 2003;
Lam.
Araliaceae Batista et al.,
2007
Hydrocotyle ranunculoides chapéu-de- Batista et al.,
herbáceo
L. sapo 2007
Batista et al.,
Butia capitata (Mart.) Becc. butiá arbóreo
2007
Arecaceae
Syagrus romanzoffiana Batista et al.,
jerivá arbóreo
(Cham.) Glassman 2007
Achyrocline satureiodes
macela herbáceo Marangoni, 2003
Asteraceae (Lam.) DC
Baccharis tridentata Vahl vassoura arbustivo NEMA, 1997
Foto 2: Perereca-rajada,
Dendropsophus minutus. Foto:
Claiton Machado.
Foto 4: Perereca-do-banhado,
Hypsiboas pulchellus. Foto:
Claiton Machado.
Foto 6: Rã-chorona,
Physalaemus gracilis.
Foto 8: Sapinho-de-jardim,
Rhinella dorbignyi.
CONTRATADO
2.Nome: LETICIA SEIBEL HUMMES 3.Registro no CRBio: 053358/03-D
4.CPF: 954.431.420-20 5.E-mail: leticia@polar-ambiental.com.br 6.Tel: (51)32322868
7.End.: GETULIO VARGAS 1271 8.Compl.: 1703 - TORRE B
9.Bairro: MENINO DEUS 10.Cidade: PORTO ALEGRE 11.UF: RS 12.CEP: 90150-005
CONTRATANTE
13.Nome: PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO GRANDE
14.Registro Profissional: 15.CPF / CGC / CNPJ: 88.566.872/0001-62
16.End.: RUA BUARQUE DE MACEDO SN
17.Compl.: 18.Bairro: CIDADE NOVA 19.Cidade: RIO GRANDE
20.UF: RS 21.CEP: 96211-110 22.E-mail/Site:
DADOS DA ATIVIDADE PROFISSIONAL
23.Natureza : 1. Prestação de serviço
Atividade(s) Realizada(s) : Coordenação/orientação de estudos/projetos de pesquisa e/ou outros;
24.Identificação : COORDENAÇÃO GERAL DOS ESTUDOS AMBIENTAIS REFERENTE A ELABORAÇÃO DE PLANO DE MANEJO DA
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA LAGOA VERDE, NO MUNICÍPIO DE RIO GRANDE/RS
25.Município de Realização do Trabalho: RIO GRANDE 26.UF: RS
27.Forma de participação: EQUIPE 28.Perfil da equipe: BIÓLOGOS, GEÓLOGO, ENGENHEIRO, QUÍMICO,
SOCIÓLOGO, ECONOMIST
29.Área do Conhecimento: Botânica; Ecologia; Zoologia; 30.Campo de Atuação: Meio Ambiente
31.Descrição sumária : COORDENAÇÃO GERAL DOS ESTUDOS AMBIENTAIS REFERENTE A ELABORAÇÃO DE PLANO DE MANEJO
DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA LAGOA VERDE, NO MUNICÍPIO DE RIO GRANDE/RS
32.Valor: R$ 2.000,00 33.Total de horas: 360 34.Início: OUT/2010 35.Término: JUN/2011
36. ASSINATURAS 37. LOGO DO CRBio
Declaro serem verdadeiras as informações acima
Data: Data:
38. SOLICITAÇÃO DE BAIXA POR CONCLUSÃO 39. SOLICITAÇÃO DE BAIXA POR DISTRATO
Declaramos a conclusão do trabalho anotado na presente ART, razão
pela qual solicitamos a devida BAIXA junto aos arquivos desse
CRBio.
Assinatura do Profissional Data: / / Assinatura do Profissional
Data: / /
http://189.14.104.23/scripts/art.dll/login 25/10/2010
Preservar os sistemas
Proteger as de marismas, banhados,
paisagens e arroios, matas e dunas
suas belezas interiores
cênicas
Fomentar atividades
de pesquisa,
monitoramento e de
educação ambiental Conservar a
biodiversidade
da região
Proteger os
recursos
hídricos
Estabelecer o
desenvolvimento regional
integrado às práticas de
conservação, à
recuperação ambiental e
ao manejo sustentável