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Código Logístico
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Sistema de Gestão e
Planejamento Ambiental
2017
© 2017 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do
autor e do detentor dos direitos autorais.
Prezado(a) aluno(a),
Geoprocessamento
6 aplicado à Gestão Territorial e ao Planejamento Ambiental 85
6.1 Geoprocessamento 86
6.2 Geoprocessamento aplicado à gestão territorial 89
6.3 Geoprocessamento aplicado ao planejamento ambiental 92
7 Instrumentos de planejamento 99
7.1 Aspectos gerais sobre instrumentos de planejamento 100
7.2 Instrumentos de planejamento no meio urbano 102
7.3 Instrumentos de planejamento no meio rural 106
Introdução
1 Autopoiese ou autopoiesis (do grego auto “próprio”, poiesis “criação”) é um termo criado na década
de 1970 pelos biólogos e filósofos chilenos Francisco Varela e Humberto Maturana para designar a ca-
pacidade dos seres vivos de produzirem a si próprios. Segundo esta teoria, um ser vivo é um sistema
autopoiético, caracterizado como uma rede fechada de produções moleculares (processos) em que as
moléculas produzidas geram com suas interações a mesma rede de moléculas que as produziu.
“Um Sistema de Paisagem pode, então, ser ordenado tanto por predomi-
nâncias físicas sob forma cristalizada ou por fluxos, presentes na natu-
reza e criados pela ação antrópica, tais como: conjuntos de serras, morros,
colinas; correntes climáticas; correntes hídricas de superfície, doces ou
salgadas (bacias e mares), ou subterrâneas (lençóis); metrópoles, cidades
e vilas, articuladas por vias, redes de infraestrutura e comunicações, auto-
estradas e obras de engenharia como pontes, barragens, etc. A Unidade
de Paisagem é, portanto, uma subdivisão do sistema de paisagem e está
muito mais ligada à escala de percepção humana comum. (...) o conceito
de Unidade de Paisagem já facilita em muito a criação de cenários no pro-
cesso de Planejamento e Desenho Ambiental.” (FRANCO, 1997, p. 137)
São atribuídos valores às unidades de paisagem pela comunidade e seus
visitantes. Esses locais justificam sua classificação como unidades de pai-
sagens devido ao seu marco paisagístico e ambiental, expresso nos valo-
res: naturais, sociais, simbólicos, históricos e culturais.
Atividades
1. Esta atividade de percepção ambiental se chama mapa mental e envolverá as três
partes desta aula. Para começar é necessário escolher o tema principal no centro de
uma folha grande. O tema pode ser, por exemplo, arborização urbana, saneamento
básico, paisagem rural etc.
Depois de definir o elemento principal você puxa elementos que se ligam direta-
mente com ele através de perguntas norteadoras (A cidade coleta esgoto? Onde?
Como é feito o tratamento?) sobre o tema, e cria os ramos principais do seu mapa
mental. Depois de criar um ramo principal, você liga outro ramo a ele, que se torna
o subtópico do ramo principal e com isso você vai aprofundando cada vez mais sua
percepção. Nos ramos é sugerido que se faça desenho também e utilize diferentes
cores para fazer representações.
Como apoio, é interessante que se tenha materiais diversos de desenhos como, por
exemplo, papeis de diferentes tamanhos e cores e lápis de cor ou giz de cera, além de ou-
tros objetos que possam ser representativos da percepção ambiental dos participantes.
Referências
CARVALHO, J. S. Educação cidadã a distância: Uma perspectiva emancipatória a partir de Paulo
Freire. 2015. 211 p. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de
São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: <teses.usp.br/teses/disponiveis/48/...11052015.../JACIARA_
CARVALHO_rev.pdf>. Acesso em: 15 out. 2016.
Resolução
1. Aqui segue um exemplo de ramos e representações que pode ser produzido pelo
aluno.
Introdução
A noção de sistema sempre foi usada intuitivamente. Mesmo o homem selvagem depen-
de da noção de sistema quando cria referenciais de ordenamento para compor seus mitos ou
para estabelecer a ocupação de seus espaços. O pensamento moderno e contemporâneo fez
uso continuado desse conceito, como mostrou na medicina Claude Bernard (1813-1878), ao
distinguir o “ambiente externo e interno” do corpo humano.
O avanço tecnológico, especialmente no pós Segunda Guerra Mundial, é notório e evi-
dente em todas as áreas do conhecimento. Um dos resultados deste avanço é o aumento
da complexidade dos processos produtivos e também as relações de produção e consumo,
formando uma cadeia sistêmica de autocontrole. Desde este momento, o termo sistemas
vem sendo mais conhecido e popularizado na sociedade moderna. As novas demandas e
a necessidade de se buscar novos caminhos para realizar tarefas nas empresas fazem sur-
gir novas profissões voltadas ao “enfoque sistêmico”, com o objetivo de realizar a função
estabelecida com o máximo de eficiência e menores custos possíveis, melhorando assim os
fluxos financeiros das empresas (NEGRI, 2016).
Um sistema pode ser representado por um complexo de elementos em interação, e pode
ser definido de várias maneiras, como por exemplo, um sistema de equações diferenciais
simultâneas. Para Negri (2016), podem-se diferenciar complexos de acordo com o seu nú-
mero, espécie, ou de acordo com suas relações nas organizações. Ocorrem as características
somativas e as características constitutivas, sendo as somativas, por exemplo, a representa-
ção da massa molecular e o calor, enquanto as constitutivas não são explicáveis a partir de
características de alguma parte isolada, seguindo o pensamento de que “o todo é mais do
que a soma das partes”.
Sistema é, portanto, uma forma lógica de apreensão da realidade vivenciada em seu
tempo e espaço. Quando se constrói sistemas, não se faz com o objetivo da busca de um
“reflexo” do mundo real, mas sim a descrição ou destaque daqueles “traços” da realidade,
cujo conjunto permite a percepção de uma condição de ordem e a proposição de uma forma
operativa voltada para um dado objetivo.
Churchman (1971) é um importante autor que abordou de forma clara e objetiva a apli-
cabilidade e praticidade da teoria sistêmica na área da gestão e administração, organizando
e descrevendo considerações básicas como o objetivo central do sistema, o seu ambiente, os
recursos e os componentes dos sistemas e suas respectivas medidas de rendimento.
Dentre as definições sugeridas pelo autor, destacam-se algumas que têm grande utili-
dade no auxílio da aplicação prática dessa teoria.
a) Sistemas: Conjunto estruturado visando a um fim, no qual existem relações
complexas e não triviais entre os elementos constitutivos, de modo que o todo
seja mais do que a soma das partes. Exemplo: sistema econômico.
b) Sistema operacional: Conjunto de atividades estruturadas, visando a um obje-
tivo estabelecido, especialmente à produção de bens e serviços econômicos ou
socialmente valiosos. Exemplos: empresa, hospital, escola.
Dimensão Benefícios
Melhoria de qualidade e aumento da pro-
dutividade em produtos e serviços.
Produtividade
Economia de tempo e custos por meio da oti-
mização dos processos de trabalho.
Transparência dos processos internos e redução da
burocracia por meio da gestão documental.
Fortalecimento da imagem da empresa e au-
Comunicação mento na participação no mercado.
Melhoria do relacionamento com todas as par-
tes interessadas (clientes, colaboradores, fornece-
dores, sociedade, meio ambiente e acionistas).
Satisfação dos critérios dos investidores estra-
Econômicos tégicos e melhoria do acesso ao capital.
Possibilita a redução dos custos de seguros.
Oportunidades para conservação de re-
cursos ambientais e energia.
Permite a consideração de custos ambientais e de se-
gurança em paralelo com os custos da qualidade.
Prevenção de reclamações, redução dos riscos
Gestão ambiental
e impactos ambientais, além dos riscos de aci-
dentes com os colaboradores por meio da ado-
ção e priorização de práticas de prevenção.
Demonstrar, para reguladores e governo, um compro-
metimento em obter conformidade legal e regulatória.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Nos últimos anos, alguns valores e crenças que darão forma ao novo para-
digma estão se construindo. O primeiro valor a ser incorporado é a inte-
gração entre homem e natureza.
Atividades
1. Escolha um tipo de sistema (sistemas, sistema operacional, sistema administrati-
vo e sistema de informação) e faça um organograma de algum meio a sua esco-
lha (gestão domiciliar (de sua casa), de sua escola, trabalho, etc.) na aplicação prá-
tica da teoria de sistemas. Correlacione as entradas e saídas de fluxos presentes no
sistema escolhido.
2. Identifique em sua cidade ou região uma ou duas empresas que possuem o Siste-
ma de gestão integrada (SGI) e faça uma análise contrastando com outra(s) que não
possuem o SGI. Por meio de uma matriz, correlacione os principais aspectos de um
SGI como, por exemplo, licenças ambientais, relação com a comunidade, projetos
desenvolvidos pela empresa etc. Faça uma coluna de avaliação em que fique de livre
escolha a forma de pontuar (bom-ruim, escala numérica de 0-10 etc.)
Referências
ANTUNES, Mariana do Amaral. Quais as vantagens de um sistema de gestão integrada? Artigo
publicado em 2013. Disponível em: <www.geminisistemas.com.br/quais-as-vantagens-de-um-
sistema-de-gestao-integrada/>. Acesso em: 15 out. 2016.
BIO 3 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE. Sistema de gestão integrado. Disponível em:
<http://www.bio3consultoria.com.br/sistema-de-gestao-integrado/>. Acesso em: 12 out. 2016.
CHURCHMAN, CN. Introdução à teoria de sistemas. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1971.
DARTMOUTH COLLEGE. The PDCA Cycle. Dartmouth Medical School, Hanover (USA), 2000.
MALHADAS JUNIOR, M.J.O. Conflitos organizacionais à luz da teoria geral dos sistemas. In:
V!RUS. n. 3. São Carlos: Nomads.usp, 2010. Disponível em: <http://www.nomads.usp.br/virus/
virus03/submitted/layout.php?item=6&lang=pt>. Acesso em: 16 out. 2016.
Resolução
1. Como resultado desta análise se terá uma visão geral por um organograma sistê-
mico das entradas e saídas de ações. Na correlação é possível observar as neces-
sidades de ajustes para o equilíbrio do sistema.
2. Pela matriz analítica construída com os indicadores identificados, será possível ve-
rificar o perfil de uma empresa que possui um sistema de gestão integrada, compa-
rando com uma empresa que não possui.
Introdução
Melhoria da organização
Indicador Ação
Objetivos, métodos e um cronograma para aten-
der aos requisitos ambientais e compromis-
Atendimento à le- sos assumidos de forma voluntária.
gislação e processos Procedimentos para manter a documentação adequada.
administrativos Responsabilidades para cada tarefa e dis-
ponibilidade de recursos.
Ações corretivas, preventivas e procedimentos de emergência.
Capacitação e Plano de treinamento de funcionários com atualizações perió-
Comunicação dicas para definir metas do SGA, responsabilidades e riscos.
Plano de auditoria periódica do desempenho da organi-
Monitoramento do SGA
zação e como o SGA ajudou a atingir esses objetivos
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quadro 4 – Relação das normas pertencente à família ISO 14 000 e seus objetivos.
Norma Objetivo
Trata dos principais requisitos para as empresas identifi-
ISO 14 001 carem, controlarem e monitorarem seus aspectos ambien-
tais, por meio de um sistema de gestão ambiental.
Complementa a ISO 14001 provendo diretrizes adicionais
ISO 14 004
para implantação de um sistema de gestão ambiental.
Guia para a implementação em fases de um sistema de gestão am-
ISO 14 005
biental para facilitar sua adoção por pequenas e médias empresas.
ISO 14 006 Norma para ecodesign.
ISO 14 020 Conjunto de normas que tratam de selos ambientais.
ISO 14 031 Guia para avaliação de desempenho ambiental.
Diretrizes e exemplos para compilar e comuni-
ISO 14 033
car informações ambientais quantitativas.
Conjunto de normas para conduzir análises de ci-
ISO 14 040
clo de vida de produtos e serviços.
ISO 14 045 Requisitos para análises de eco-eficiência.
Norma para MFCA – Material Flow Cost Accounting, ou em tradução
literal, contabilidade de custos dos fluxos de materiais, uma ferra-
ISO 14 051
menta de gerenciamento que busca maximizar a utilização de recur-
sos, principalmente em manufatura e processos de distribuição.
ISO 14 063 Trata de comunicação ambiental por parte das empresas.
Contabilização e verificação de emissões de gases de efeito es-
ISO 14 064
tufa para suportar projetos de redução de emissões.
Complementa a ISO 14064 especificando os requisitos para cer-
ISO 14 065 tificar ou reconhecer instituições que farão validação ou verifica-
ção da norma ISO 14064 ou outras especificações importantes.
Norma Objetivo
Requisitos para as empresas que farão a validação e a ve-
ISO 14 066
rificação de emissões de gases de efeito estufa.
Característica Descrição
Todos os membros da organização participam
na proteção ambiental, envolvendo todos os
Compreensiva
atores sociais (os clientes, os funcionários, os
acionistas, os fornecedores e a sociedade).
Foca na ação e no pensamento pró-ati-
Pro-atividade vo, em lugar de reação a comandos de co-
mando e controle dos superiores.
Desenvolve Adota um único sistema de gerenciamen-
o conceito to permeando todas as funções da organiza-
de sistema ção atingindo todos os seus departamentos.
São utilizados processos técnicos e de ges-
Proteção do
tão para identificar todos os impactos am-
meio ambiente
bientais e propor soluções sistêmicas.
É aplicável por diferentes áreas produtivas a qual-
Aplicabilidade quer tipo de organização, industrial ou de serviço,
de qualquer porte e de qualquer ramo de atividade.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Objetivo Descrição
Verifica se está sendo cumprida a legislação vi-
Conformidade legal
gente em seus processos de produção.
Verifica se a empresa está em conformidade com as normas
Desempenho ambiental legais e regras específicas do setor produtivo quanto ao de-
sempenho ambiental setorial, aplicáveis à unidade produtiva.
Verifica por meio de indicadores se a empresa está com o
Sistema de ges-
sistema de gestão ambiental implantado e sua conformi-
tão ambiental
dade com as regras e normas do objeto de certificação.
Verifica se uma empresa já desativada está provocan-
Desativação
do danos ao meio ambiente e à população do entorno.
Responsabilidade Verifica se a empresa possui passivos ambientais e as
ambiental suas responsabilidades de mitigação e compensação.
Verifica o nível de contaminação de um determinado local na
Locais contaminados
área de influência direta das atividades produtivas da empresa.
Verifica se a gestão dos recursos está sendo eficiente para
Gestão geral o processo produtivo, para minimização da geração de
resíduos, para o uso de energia e demais insumos.
Fonte: Elaborado pelo autor.
A origem deste certificado ISO está na Rio 92, quando se formou um grupo
voltado para fundamentação de procedimentos de gestão ambiental nas
indústrias. O respectivo comitê surgiu no ano seguinte. Em 1993, esta
norma ISO foi anunciada e publicada. Seis passos precedem a obtenção do
certificado: desenvolver uma política ambiental; identificar as atividades
que possuam interação com o meio ambiente; verificar requisitos legais
e regulatórios; demonstrar prioridades da empresa e seus objetivos para
Atividades
1. Identifique na instituição em que estuda ou trabalha as seguintes questões do qua-
dro abaixo, visando à implantação de um sistema de gestão ambiental.
Melhoria da organização
Entendimento Competências Habilidades Comprometimento
Buscar Qual método Potencialidades Pró atividade
O que Como Requisitos para
Prontidão para melhorar?
melhorar? melhorar? melhorar?
3. Com os resultados das atividades 1 e 2, faça uma checagem simulando uma audito-
ria se o local diagnosticado está desenvolvendo boas práticas previstas em um siste-
ma de gestão ambiental, por meio de processos de capacitação de seus funcionários,
cumprimento das normas legais etc.
Discuta se o ambiente verificado está apto para receber uma certificação ambiental.
Referências
CAVALCANTI, Clovis. Sustentabilidade: Mantra ou escolha moral? Uma abordagem ecológico-eco-
nomica. Revista Estudos Avançados 26 (74), 2012.
FSC, Forest Stewardship Council. Padrão de certificação do FSC para manejo florestal em terra firme
na Amazônia brasileira. Revisão em junho de 2015.
GONZALEZ, Rodrigo Valio Dominguez; MARTINS, Manoel Fernando. Melhoria contínua e
aprendizagem organizacional: múltiplos casos em empresas do setor automobilístico. Departamento
de Engenharia de Produção, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Revista Gestão e
Produção. vol. 18, n. 3. São Carlos, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0104-530X2011000300003>. Acesso em: 14 out. 2016.
MARCOVITCH, Jacques. Certificação e sustentabilidade ambiental: Uma análise crítica. São Paulo,
2012. 148 p. Departamento de Administração da FEA-USP. Disponível em: <http://www.usp.br/mu-
darfuturo/2012/Certificacao_e_Sustentabilidade_Ambiental_Trabalho%20Final_261012.pdf>. Acesso
em: 18 out. 2016.
Ministério do Meio Ambiente. Resolução 381 de 2006 do Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Dispõe sobre os requisitos mínimos para a realização de auditoria ambiental. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=516>. Acesso em: 20 out. 2016.
SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina
de textos, 2013.
Resolução
1. Após a elaboração da lista correlacionada com as perguntas do quadro, terá feito
um diagnóstico e poderá ter uma visão geral do sistema de gestão onde foi feito o
estudo. Sugere-se, com os resultados organizados, fazer uma apresentação para os
gestores do local diagnosticado.
Assim, terá contato com inúmeras informações que muitas vezes passam desperce-
bidas no dia a dia, mas que fazem toda a diferença para um sistema de gestão e desta
forma será ampliada a visão sobre o funcionamento de um sistema.
Introdução
- Zoneamentos ecológicos-econômicos;
- Estudos de impactos ambientais (EIA-RIMA) que foram realizados;
- Planos de bacias hidrográficas que são comumente realizados pelos comi-
tês de bacias hidrográficas;
- Planos de manejo de unidades de conservação existentes na região do
município;
- Agenda 21.
Fases Característica
Implementação, metodo- Define qual instrumento de planeja-
logia e operativa. mento ambiental irá ser utilizado.
Analise e sistematização de in-
Define os indicadores a serem diagnosticados.
dicadores ambientais.
Diagnóstico do meio com identificação Realiza diagnósticos formando um ban-
dos impactos, riscos e eficiência de uso. co de dados sólido para análise.
Elaboração de um modelo de Define por meio de consultas pú-
organização territorial. blicas o zoneamento de ações.
Proposição de medidas e instru-
Executa ações definidas nas fases anteriores.
mentos e mecanismos de gestão.
Fonte: Elaborado pelo autor.
O planejamento das cidades no Brasil deve abranger todos os planos setoriais ligados
à qualidade de vida no processo de urbanização, como, por exemplo, o saneamento básico,
moradia, transporte e mobilidade. No quadro 2 estão apresentados os principais planos
por setor, que devem estar sistematizados e incorporados nas ações de gestão prevista no
planejamento ambiental.
Vale ressaltar que cada município possui sua especificidade, podendo surgir novas pro-
postas de planos setorizados. O importante é que esses instrumentos sejam compostos por
ações preventivas e normativas, sugeridas pelo poder público e referendadas pela sociedade
civil e que possibilitem o controle dos impactos ambientais negativos provindos de ações de
gestão e investimentos público-privados. Em resultado, almeja-se que os espaços públicos e
toda sua infraestrutura sejam efetivos na conservação dos patrimônios ambientais promoven-
do maior qualidade de vida para seus habitantes (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2016).
qualidade das ações e serviços e não somente a quantidade, trazendo melhorias significati-
vas para a qualidade de vida das pessoas
De acordo com Guimarães (2007), as práticas do cotidiano – que estão longe de ser
sustentáveis, pois a cultura hegemônica é do acumulo em quantidade e não em qualidade,
mesmo que o alto consumo seja legitimado por certificações de qualidade dos processos e
produtos – deixam claro que há um erro na interpretação do conceito de desenvolvimento
sustentável. Destaca-se que o conceito de desenvolvimento sustentável é diverso, e a co-
munidade pode ter interpretações diferenciadas pelas suas vivências e cotidianos de suas
realidades. No entanto, a ideia da mudança, evolução e progresso deve ser ponto comum
entre as práticas, no que tange a conservação dos patrimônios ambientais e culturais de uma
região ou de um país.
Dessa forma, os resultados do planejamento, quando adotados os princípios descritos
anteriormente, devem estar atrelados aos rumos do desenvolvimento, sejam eles locais, re-
gionais ou nacionais, tendo como paradigma o desafio de ser ambientalmente sustentável
no acesso, uso e preservação da biodiversidade e recursos naturais; socialmente sustentável
na redução da pobreza e das desigualdades sociais e que promova justiça e equidade; cul-
turalmente sustentável na preservação de valores, práticas, símbolos que definem a identi-
dade nacional através dos tempos e politicamente sustentável ao aprofundar a democracia
e garantir o acesso à participação de todos nas tomadas de decisões.
Portanto, um grande desafio a ser enfrentado no planejamento urbano e ambiental
é superar nas dimensões da sustentabilidade elencadas anteriormente (sustentabilidade
ecológica, econômica ou social) os interesses das minorias que detém o poder, e expandir
para o bem difuso e de interesses da coletividade, trazendo para a paisagem urbana ideias
de inclusão socioambiental nos espaços e serviços públicos. Desta forma, uma cidade mais
justa, humana e sustentável é possível, e toda a comunidade tem a ganhar com melhoria
na qualidade de vida, um espaço urbano mais humano, mais saúde, biodiversidade, paz e
melhor relação entre as pessoas.
Urbanismo
Tem sido uma tarefa muito difícil conceituar o termo urbanismo, foram
vários estudiosos que o trabalharam. Sabe-se que ele evoluiu do “esté-
tico para o social”, pois nos primórdios fora considerado apenas como
Lei 10.257/2001
Assim sendo, percebe-se que a luta por essa aprovação foi muito além
do desejo de um espaço para habitar, esta também foi uma luta contra a
intensa desigualdade e a exclusão social. A busca por cidades sustentá-
veis é um desejo de todos aqueles que se encontram em um espaço que
representa não só um risco à saúde, mas também um risco à própria vida.
Uma vez que todos esses espaços inabitáveis acabaram sendo ocupados
de forma desordenada, surgiram em decorrência da ausência de um pla-
nejamento concreto para a criação e o desenvolvimento das cidades.
Como foi acentuado pelo autor, estes são três importantes grupos de fun-
ções sociais da cidade, o que não significa que sejam os únicos. Logo, a
cidade cumpre sua função social quando disponibiliza a todos os seus
habitantes e às futuras gerações os serviços acima identificados, levando
em consideração o princípio de desenvolvimento sustentável.
Atividades
1. Escolhaum ou mais espaços urbanos e visite-os observando os problemas en-
contrados, por exemplo, de mobilidade, saneamento, arborização urbana, etc.
Relacione-os em uma tabela e aponte as possíveis soluções que devam constar no
planejamento urbano.
3. Por meio de análise de artigos, planos e projetos que podem ser acessados via inter-
net, ou mesmo nos órgãos ambientais e nas prefeituras, identificar a estrutura or-
ganizacional, as fases, os métodos e técnicas utilizados nos diferentes instrumentos
de planejamento ambiental: zoneamentos, estudos de impacto ambiental, planos de
manejo, planos de bacias hidrográficas, planos diretores ambientais, entre outros.
Referências
ADAMS, Berenice Gehlen. Crise ambiental, educação ambiental e sustentabilidade. Disponível em:
<http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=780>. Acesso em: 15 set. 2016.
ALBANO, Mayara Pissutti. A importância do planejamento urbano ambiental – a habitação social
e a expansão urbana em Presidente Prudente-SP. Dissertação de mestrado 2013. Universidade do
Oeste Paulista, Presidente Prudente. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/urbe/v7n1/2175-3369-
urbe-7-1-0062.pdf>. Acesso em: 22 out. 2016.
BOFF, Leonardo. Sostenibilidad: ¿adjetivo o sustantivo? Portal Koinonia. Agenda latino-americana.
Disponível em: <http://www.servicioskoinonia.org/boff/articulo.php?num=439>. Acesso em: 22 out.
2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União. Brasília,
DF, 5 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.
htm>. Acesso em: 25 out. 2016.
______. Lei n. 1.124/2005. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS,
cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS.
Brasília: [S.n], 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/
l11124.htm>. Acesso em: 25 out. 2016.
______. Lei n. 10.257/2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretri-
zes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília: [S.n], 2001. Acesso em: 25 out. 2016.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 25
out. 2016.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Estatuto da cidade: Guia para implementação pelos municípios e ci-
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CANEPA, Carla. Cidades sustentáveis: O município como locus da Sustentabilidade. São Paulo:
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CAVALCANTI, Clovis. Sustentabilidade: Mantra ou escolha moral? Uma abordagem ecológico-
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DEÁK, Csaba; SCHIFFER, Sueli Ramos (org.). O processo de urbanização no Brasil. São Paulo: EdUSP,
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22 out. 2016.
GUIMARÃES, Roberto. Ética e as dimensões da sustentabilidade. In: Ministério do Meio Ambiente,
Departamento de Educação Ambiental. Encontros e Caminhos: Formação de educadoras (es) am-
bientais e coletivos educadores. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/
educamb/_arquivos/encontros_2.pdf>. Acesso em: 26 out. 2016.
MALDANER Talissa; SANTIN, Janaína Rigo. A importância do Estatuto da Cidade na busca
por cidades mais justas. XII Seminário Internacional de Demandas Sociais e Políticas Públicas na
Sociedade Contemporânea, 2015. Disponível em: <https://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/
sidspp/article/download/.../2281>. Acesso em: 26 out. 2016.
Resolução
1. A observação in loco proporcionará uma visão crítica dos problemas de planejamento
urbano, podendo se verificar que a falta ou planejamentos superficiais podem gerar
caos urbano e consequentemente a redução da qualidade de vida. O apontamento de
soluções fomentará a reflexão sobre a complexidade e importância do planejamento.
2. Da mesma forma que na atividade 1, agora com outro ponto de análise, a observação
in loco proporcionará ao aluno uma visão crítica dos problemas de planejamento
ambiental, podendo verificar que a falta ou o planejamento superficial podem ge-
rar caos urbano/ambiental e consequentemente a redução da qualidade de vida. O
apontamento de soluções fomentará a reflexão sobre a complexidade e importância
do planejamento.
Introdução
Segundo Pierri (2001), o conceito sobre sustentabilidade mais difundido enfoca apenas
a manutenção dos “recursos” através do tempo. Historicamente, em relação à natureza ou
seus recursos, este conceito teve diferentes níveis de abordagem, com fins e critérios dife-
rentes. Primeiramente, este conceito esteve associado aos recursos naturais renováveis com
sustentabilidade ecológica em função do atendimento das demandas de produção e econô-
micas. Em um segundo momento, como um conjunto de recursos ou ecossistemas a serem
conservados visando a sustentabilidade ecológica. Por fim, o terceiro nível inclui a socie-
dade e o conjunto de seus recursos apontando para uma sustentabilidade socioambiental,
enfocando o equilíbrio ecológico e social em função da economia.
Para Guimarães (2007), a presente crise de sustentabilidade se dá abundantemente pelo
debate ambiental que tem se caracterizado pela disputa entre diferentes interpretações de
desenvolvimento sustentável. Aqui vale destacar que o conceito de desenvolvimento sus-
tentável é diverso e que depende do ponto de vista do ator social que esteja analisando ou
simplesmente vivenciado situações do dia a dia. O conceito mais difundido é o da ONU que,
desde o início da discussão ambiental, ganhou hegemonia no cenário mundial, a partir de
Brundtland (1987).
Claramente, a ordem dominante é do capital neoliberal, que privilegia as questões
econômicas com finalidade de alcançar propósitos de progresso material ilimitado e
simplificam o debate que formas sustentáveis praticadas não comprometem a base dos
recursos naturais. Sabe-se que isto não é verdade e que apenas soluções generalistas de
conservação e recuperação ambiental que atendam às dimensões biofísicas dos ecossis-
temas podem gerar redução na qualidade de vida. E como bem diz Leonardo Boff (2011)
“é de bom tom falar de sustentabilidade” numa sociedade dominada pelos pensamen-
tos neoliberais em que estes discursos ganham mercado e prestígio. Boff (2011) ainda
pondera que “a sustentabilidade como substantivo exige uma mudança de relação com
a natureza, a vida e a Terra”, numa forte alusão que o conceito estabelecido pela ONU a
partir de Brundtland (1987) deve ser ampliado.
O planejamento ambiental que vem surgindo com uma prática cotidiana de empresas
e governo se consolidou após a Rio 92, Conferência Internacional das Nações Unidas para o
Desenvolvimento e Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Ele busca organi-
zar as ações com o objetivo de recuperar, preservar, controlar e conservar o meio ambiente
natural de determinada região e também reduzir os impactos negativos advindos de ativi-
dades produtivas.
Este tipo de planejamento pode e deve ser aplicado para inúmeras situações como,
por exemplo, para a exploração madeireira e não madeireira, qualquer atividade industrial,
gestão de unidades de conservação, comitês de bacias hidrográficas, espaços públicos como
parques, praças, escolas, centros de saúde etc.
Todas essas variáveis de análise vão ter seus pesos (medida de valor da variável) a fim
de determinar as prioridades de ações a serem incorporadas pelo planejamento ambiental.
Um dos resultados que será gerado é o zoneamento, que servirá de instrumento de gestão
ambiental para uma empresa tanto pública como privada e também para a elaboração de
políticas públicas ambientais, ou mesmo somar com outras políticas públicas como os pla-
nos diretores das cidades, programas de saúde, prevenção e combate à doenças, programas
de educação e cultura etc.
O zoneamento é o resultado de um grande diagnóstico socioambiental e contribuirá
de maneira significativa para o planejamento ambiental ser mais eficaz e eficiente, uma vez
que estabelece quais os usos mais adequados para cada localidade, de acordo com suas ca-
racterísticas e capacidade de suporte, assim deixando os processos de gestão mais claros e
controláveis. Podendo, assim, uma empresa aumentar sua eficiência e, consequentemente,
atividades; em áreas naturais, por sua vez, serão necessárias a permissão do acesso de uso
público em algumas áreas como mirantes e cachoeiras e a restrição a outras como em áreas
de refúgio de fauna, susceptibilidade à erosão etc.
O Decreto n. 4.297 de julho de 2002, define que o zoneamento ambiental é regulamen-
tado como zoneamento ecológico-econômico e tem como objetivo viabilizar o desenvolvi-
mento sustentável a partir da compatibilização do desenvolvimento socioeconômico com
a conservação ambiental. Este mecanismo de gestão ambiental consiste na delimitação de
zonas ambientais e atribuição de usos e atividades compatíveis segundo as características
(potencialidades e restrições) de cada uma delas. O objetivo é o uso sustentável dos recursos
naturais e o equilíbrio dos ecossistemas existentes.
Desta forma, o zoneamento ecológico-econômico tem como atribuição desenvolver análises
técnicas dos meios físico, biótico e socioeconômico de forma integradora para a região objeto do
planejamento, apontando, por exemplo, os impactos advindos da ação humana e a capacidade
de suporte do meio ambiente em relação ao padrão de desenvolvimento em curso.
Uma vez detalhadas essas informações e análises, é possível a proposição de ações direcionadas
para cada zona geográfica estabelecida no zoneamento, estabelecendo, inclusive, ações voltadas à
compensação, mitigação e recuperação ambiental dos impactos ambientais identificados.
Sabendo que as zonas estabelecidas no planejamento ambiental possuem caracterís-
ticas específicas ambientais, sociais, econômicas e vulnerabilidades e potencialidades por
si só, consequentemente ao analisar o território do zoneamento como um todo, observa-se
que existe uma heterogeneidade das zonas e que servirá para apontar para a administra-
ção da área alternativas de uso e gestão que potencializem e fomentem o desenvolvimento
sustentável.
O tema do zoneamento ambiental inserido no planejamento territorial ganhou força e
relevância recentemente como o novo Código Florestal (Lei Federal n. 12.651/2012) que esta-
beleceu um prazo de cinco anos (Art. 13, §2.) para que todos os estados elaborem e aprovem
seus zoneamentos ecológicos econômicos, seguindo metodologia unificada estabelecida em
norma federal.
Além do zoneamento ecológico-econômico, segundo Soares (2015), existem outros que
também são importantes para o planejamento ambiental rumo ao desenvolvimento sus-
tentável e que devem ser utilizados tanto pelo poder público na elaboração e aplicação de
políticas públicas como pelo setor privado em suas atividades produtivas.
No quadro 4 estão apresentados os principais zoneamentos utilizados no Brasil e suas
aplicabilidades.
Planejamento ambiental
(SOARES, 2015)
Assim, ainda de acordo com a autora, o planejamento pode ser visto como
teoria, processo, sistema ou como instrumento aplicável a vários tipos e
níveis de atividade humana, com objetivos variados que vão desde a alte-
ração estrutural da sociedade até a simples composição de programas.
Pode, também, ser considerado como uma ação contínua que serve de ins-
trumento dirigido para racionalizar a tomada de decisões individuais ou
coletivas em relação à evolução de um determinado objeto: pode-se afirmar
que o planejamento é a aplicação racional do conhecimento do homem ao
processo e tomada de decisões para conseguir uma ótima utilização dos
recursos, a fim de se obter o máximo de benefícios para a sociedade.
Atividades
1. As atividades das 3 partes serão feitas em conjunto, integrando os conceitos apresen-
tados. Primeiramente faça um diagnóstico dos principais problemas ambientais de
sua cidade e liste-os correlacionando com problemas ambientais globais que servem
de base para a crise ambiental.
Por fim, simule um zoneamento ambiental com as informações geradas e faça uma
proposta de intervenção utilizando o mapa da cidade diagnosticada que pode ser
acessada nos sites das prefeituras municipais.
Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, campus de Presidente Prudente, para obtenção
do título de mestre em Geografia. Disponível em: <http://www2.fct.unesp.br/pos/geo/dis_teses/15/ms/
fernanda_soares.pdf>. Acesso em: 01 de nov. 2016.
Resolução
1. Os resultados poderão ser organizados em uma tabela como segue o modelo.
Desta forma, poderá ter uma visão geral de problemas ambientais e relacioná-los
com planejamento ambiental visando à redução, amenização ou até mesmo a resolu-
ção de determinados problemas.
Introdução
6.1 Geoprocessamento
Com o crescimento das cidades e consequentemente da demanda de uso de recursos
naturais, a gestão territorial e o planejamento ambiental se tornam uma das principais ferra-
mentas para a administração do espaço. Segundo o geógrafo Milton Santos (1997), “espaço
é o conjunto de objetos e relações que se realizam sobre estes objetos”, ou seja, é a complexi-
dade das interações culturais das comunidades humanas nos meios urbanos e rurais.
Desta forma, o espaço das zonas urbanas e rurais deve ser bem administrado, visando
minimizar conflitos e fomentar interações positivas entre as populações e o meio. Com o
desenvolvimento de tecnologias no campo da gestão e em especial na área da cartografia,
surge uma ferramenta importante para a gestão territorial e o planejamento ambiental cha-
mada de geoprocessamento.
O geoprocessamento, segundo Worboys (1995), é composto por inúmeros métodos de
coleta e análise de informações georreferenciadas, isto é, ele processa informações de da-
dos que estão interpolados em referências geográficas ocorrentes orientadas pelas ondas
enviadas pelos satélites e que produzirão informações geográficas. Esses métodos se apro-
priam de tecnologias de análises espaciais e que estão presentes a cada dia no cotidiano das
pessoas como, por exemplo, o GPS (Sistema de Posicionamento Global) que é amplamente
utilizado para traçar destinos geográficos.
O Brasil tem investido de forma considerável nestas tecnologias e compõe um grupo
restrito de países que investem na pesquisa e desenvolvimento de produtos técnicos espa-
ciais. Como resultado desses investimentos, o Brasil tem a parceria com a China, que em
1999 lançou o primeiro satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), o CBERS-1, e
em 2003 o CBERS-2, tendo alcançado grande êxito para as finalidades do geoprocessamento.
As imagens geradas por esses satélites podem ser adquiridas gratuitamente no site do INPE.
As principais tecnologias que são bem difundidas e utilizadas na gestão territorial e
planejamento ambiental estão apresentadas no quadro 1.
Quadro 1 – Principais tecnologias utilizadas na gestão territorial e planejamento ambiental.
Tecnologias Sigla
Sensoriamento Remoto SR
Sistema de Informação Geográfica SIG
Sistema de Posicionamento Global GPS
Fonte: Elaborado pelo autor.
• Sensoriamento remoto
O sensoriamento remoto é a tecnologia que é capaz de obter imagens com a onda na
banda infravermelha, onde os sensores ópticos capturam e registram a luz emitida e/ou
refletida pelo objeto em análise da superfície terrestre. Os satélites são os principais instru-
mentos para geração dessas imagens e os mais conhecidos e difundidos são:
2. Busque na internet uma imagem de sua escolha, do Google Earth, disponível gra-
tuitamente, e faça uma fotointerpretação da mesma imagem sobre a dinâmica do
espaço observado em diferentes tempos. Por exemplo, busque uma imagem de 5 ou
10 anos atrás e atual. No programa Google Earth há uma ferramenta que permite
este acesso das imagens mais antigas. Observe os pontos de alteração na imagem e
descreva-os.
3. Busque na internet uma imagem de sua escolha do Google Earth, disponível gra-
tuitamente, e faça uma fotointerpretação de áreas verdes (parques, bosques, praças)
na zona urbana e de fragmentos florestais na zona rural. Busque na literatura que
tipo de bioma e ecossistemas que ocorrem na região da imagem analisada e comente
sobre o tamanho das áreas analisadas e se há necessidade de algum tipo de manejo
visando a sua manutenção/conservação.
Referências
BRASIL. Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal,
estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 13 nov. 2016.
______. Lei n. 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento bá-
sico. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>.
Acesso em: 13 nov. 2016.
DUARTE, Romero Meyrelles. Geoprocessamento no planejamento urbano. Disponível em: <http://
mundogeo.com/blog/2010/12/15/geoprocessamento-no-planejamento-urbano/>. Acesso em: 7 nov. 2016.
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Satélite sino‐brasileiro de recursos terrestres.
Projetos que utilizam imagens CBERS. Disponível em: <http://www.cbers.inpe.br/links_uteis/projetos.
php>. Acesso em: 14 nov. 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Base sistemática: 1:250.000.
Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/download/arquivos/index1.
shtm>. Acesso em: 14 nov. 2016.
POLIDORO, Maurício; BARROS, Mirian Vizintim Fernandes. Utilização de geotecnologias no suporte
a gestão de políticas públicas municipais. Revista eletrônica da associação dos geógrafos brasileiros
Resolução
1. Esse será um exercício de análise espacial com uma ferramenta de geoprocessamen-
to com uma imagem real. Nesta imagem, será possível localizar bacias hidrográficas
e identificar pontos de degradação como erosões e ocupações irregulares. Também
poderá verificar pontos de interesse turístico e verificar as distâncias entre eles e
também sugerir rotas de visitação. A cada ponto de observação é possível explorar as
possibilidades do georreferenciamento na aplicação da gestão territorial e ambiental.
3. A análise das áreas verdes na zona urbana e de fragmentos florestais na zona rural per-
mitirá uma verificação qualitativa das áreas, estimulando a pesquisa em outros docu-
mentos a respeito dos biomas e ecossistemas e o raciocínio sobre formas de manejo de
conservação dessas áreas, que pode ser interpolado de maneira multicriterial.
Introdução
Assim, é importante para o sucesso do trabalho que os profissionais que atuam no cam-
po do planejamento utilizem os instrumentos adequados para cada situação e tenham como
base o preceito da Constituição Federal de 1988 que estabelece como cláusula pétrea “todo
o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 determinou que as cidades devem ter ações de
planejamento, e que o município tem o dever de implementar políticas públicas, tendo como
base o planejamento urbano como, por exemplo, o zoneamento da zona urbana, rural e demais
áreas em que as políticas públicas atinjam, tendo o planejamento ambiental como instrumento.
Para o planejamento urbano os instrumentos que são mais utilizados para o planeja-
mento ambiental e que possuem regras e ordenamentos jurídicos embasadores são:
Vale ressaltar que os instrumentos citados são os principais, mas outros instrumentos
de planejamento ambiental também são importantes e devem ser utilizados conforme a ne-
cessidade do município ou região. São eles:
O CAR tem como principal atribuição levantar informações sobre a situação am-
biental das propriedades rurais no Brasil e registrar em um cadastro. Após este registro,
cada estado tem o dever de sistematizar e informar para o Ministério do Meio Ambiente
através do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), que organizará o processo
de regularização ambiental de propriedades rurais, caso houver necessidade, garantin-
do o cumprimento do dever de defender e preservar o meio ambiente conforme estabe-
lece a Constituição Federal.
O registro do imóvel rural no cadastro ambiental rural é público, eletrônico, de abran-
gência nacional e de caráter obrigatório no cumprimento da Lei Federal n. 12.651/12 e é
realizado na plataforma on-line do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR) com inú-
meras informações da planta do imóvel rural (quadro 5).
Até atingir sua atual configuração o Brasil passou por diversas mudan-
ças, sobretudo no âmbito do Estado e da sociedade. Dentre os principais
aspectos cabe ressaltar a evolução da administração pública, que perpas-
sou pela experiência de administração patrimonialista, burocrática, até
finalmente adotar a gerencial. Para tal, a trajetória do desenvolvimento
brasileiro teve sua busca baseada nas Constituições até então promulga-
das, a saber: 1824 — da Independência, 1891 — da República, 1934 — da
Revolução de 30, 1937 — do Estado Novo, 1946 — Liberal, 1967 — do
golpe de 1964, 1969 — do terror, 1979 — da abertura, e em 1988 — demo-
crática que rege nossa sociedade atualmente (BRESSER-PEREIRA, 2001).
Atividades
1. A determinação e escolha de um instrumento de planejamento a ser aplicado deve
conter três informações importantes de subsídio que são: objetivos, objeto/área, tema
central enfocado.
Exemplifique com algum tema de sua escolha como seria a aplicabilidade do instrumen-
to de planejamento, levando em consideração as informações referenciadas acima.
Referências
AGENCIA NACIONAL DAS ÁGUAS – ANA. Planejamento de recursos hídricos. Disponível em:
<http://www2.ana.gov.br/Paginas/institucional/SobreaAna/planejamentoRH.aspx>. Acesso em: 21
nov. 2016.
BRASIL. Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal,
estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 13 nov. 2016.
______. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso
em: 21 nov. 2016.
______. Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as
Leis n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro
de 2006; revoga as Leis n. 4.771, de 15 set. 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória
n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 21 nov. 2016.
______. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm>. Acesso em: 21 nov. 2016.
______. Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/L9433.htm>. Acesso em: 21 nov. 2016.
______. Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.
htm>. Acesso em: 21 nov. 2016.
______. Ministério do Meio Ambiente. Princípio da precaução. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/legislacao/item/7512-princ%C3%ADpio-da-precau%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 21 nov.
2016.
CARVALHO, Ícaro Célio Santos de; BARBOSA Camilla Rusciolelli; ALVES, Adrielle Victoria Soares.
Evolução dos instrumentos de planejamento na gestão pública. Revista Brasileira de Administração
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GOHN, Maria da Glória. Paulo Freire e a formação de sujeitos sociopolíticos. Disponível
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2016.
PROJETO ORLA. Implementação em territórios com urbanização consolidada. Ministério do Meio
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Secretaria do Patrimônio da União. – Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2006. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/orla/_arquivos/11_04122008110506.pdf>. Acesso em: 22 nov.
2016.
SANTOS, Mariana Rodrigues Ribeiro dos; RANIERI, Victor Eduardo Lima. Critérios para análise
do zoneamento ambiental como instrumento de planejamento e ordenamento territorial. Revista
Ambiente e Sociedade, v. 16 n. 4 São Paulo: out./dez. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-753X2013000400004>. Acesso em: 21 nov. 2016.
Resolução
1. Tendo como base os conceitos apresentados na parte 1 desta aula, pode-se escolher
um exemplo e discorrer e refletir sobre a aplicação dos instrumentos de planejamen-
to em projetos e ações de governos identificando, por exemplo, se os projetos estão
ordenados e organizados em objetivos, objeto/área, tema central enfocado e se eles
estão atendo os princípios da participação nas tomadas de decisões.
2. Pode-se verificar e analisar a aplicação dos instrumentos na parte 2 desta aula e dis-
cutir sobre as suas funcionalidades e efetiva conservação dos recursos naturais e
melhoria da qualidade de vida no meio urbano.
3. Pode-se verificar e analisar a aplicação dos instrumentos na parte 3 desta aula e dis-
cutir sobre as suas funcionalidades e efetiva conservação dos recursos naturais e
melhoria da qualidade de vida no meio rural.
Introdução
ambientes especialmente dos naturais, pressionando cada vez mais os recursos naturais pre-
sentes nos ecossistemas. Também por falta de planejamentos inclusivos, que levam em conta
os interesses difusos da coletividade, os problemas gerados pela urbanização desordenada
terão como consequências altas densidades populacionais, escassez de habitação, redução
da biodiversidade, poluição das águas e do ar, formação de ilhas de calor, etc.
O que percebemos é que o meio urbano é insustentável e há a necessidade urgente da
busca por soluções de eliminação e/ou redução dos impactos nos ecossistemas e na própria
estrutura urbana. Não há dúvidas que este processo tem início na tomada de consciência da
importância de se fazer planejamentos urbanos que vão de encontro com a sustentabilida-
de. Assim, a partir do comprometimento com políticas públicas planejadas das instituições
legisladoras e gestoras públicas, e também da sociedade civil, as soluções e resoluções co-
meçam a aparecer.
A ideia do planejamento urbano sustentável deve ter como base incorporar os princí-
pios da ecologia como, por exemplo, fluxo energético e ciclagem de nutrientes nos espaços
urbanos. A vida nas cidades trouxe de certo modo um conforto para as pessoas com relação
aos acessos aos serviços de saúde, alimentação entre tantos, no entanto o planejamento é
algo fundamental para a manutenção desse conforto na busca da redução dos impactos
ambientais negativos nos recursos naturais que a sustentam como água, solo, florestas etc.
Para o planejamento urbano que visa à sustentabilidade, de acordo com Hussain (2015),
é importante levar em consideração quatro funções estruturais, apresentadas no quadro 2.
A mesma autora enfatiza que para o planejamento sustentável deve-se priorizar a pro-
jeção de espaços livres urbanos, os quais possuem funções essenciais para o equilíbrio am-
biental como o acolhimento à biodiversidade, permeabilidade adequada de água de chuva,
regulação do microclima etc. Esses espaços livres urbanos devem ser ricos em bosques e
praças, canteiros centrais e ruas arborizadas, possuir amplos espaços de lazer e prioridades
na mobilidade sustentável como ciclofaixas e múltiplos transportes coletivos públicos.
1) Descrição.
2) Proposição.
3) Prescrição.
Fonte: Elaborado pelo autor.
8.2.3 Descrição
A etapa da descrição é a primeira a ser desenvolvida, pois ela faz o delineamento de
uma base descritiva composta por diagnósticos, levantamentos e inventários de dados pri-
mários e secundários que irão compor o banco de dados.
Uma vez sistematizado o banco de dados, tem início o momento analítico das informa-
ções visando à compreensão e a correlações interdisciplinares dos setores, como a mobilida-
de, lazer, arborização urbana, saneamento, saúde etc.
Com o auxílio de diversas metodologias e instrumentos analíticos é gerado o planeja-
mento urbano voltado para a sustentabilidade, devendo ficar claro, tanto para os gestores
como para a população, as inter-relações das áreas, bem como as propostas de ações.
Nesta etapa, o envolvimento e participação da comunidade é muito importante e pode
ocorrer de várias maneiras como conferências municipais, audiências públicas ou workshops.
A participação proporciona legitimidade e identidade com as propostas, facilitando bastan-
te o sucesso da implementação. Quando ocorre a participação em processos de tomadas de
decisões de interesses da coletividade, ocorre o exercício da cidadania por parte dos indiví-
duos e o fortalecimento democrático das instituições.
Quando o processo de planejamento é feito com a participação da sociedade e se tor-
na transparente, também ocorre a qualificação das questões diagnosticadas e planejadas,
levando ao maior esclarecimento da efetividade da resolução dos problemas levantados,
apontando as principais condicionantes, deficiências, potencialidades e as ações necessárias
de enfretamento das fragilidades.
8.2.5 Prescrição
Esta terceira etapa é o momento da consolidação do planejamento urbano sustentável.
Tendo as informações estudadas e analisadas – que são a base para as proposições que acon-
tecem em momentos de ampla discussão pública e que são apontadas situações para cada
setor envolvido das potencialidades e identificação das fragilidades, chega a hora definitiva
da aprovação das propostas.
Nesta etapa são descritas todas as ações definitivas a serem implantadas com um crono-
grama físico e se possível financeiro bem claro. Uma vez definidas as ações, vinculam-se as
condicionantes de aplicabilidade, que têm como os principais indicadores:
• os conflitos e aspectos políticos da localidade;
• aspectos financeiros e técnicos;
• aspectos estruturais;
• outros (identificados nas etapas anteriores).
Desta forma, é possível definir as situações reais de implantação do planejamento urba-
no sustentável, definindo as metas alcançáveis e as desejáveis.
8.2.6 Implementação
A implementação é a realização do planejamento executado tendo as 3 etapas descritas
acima como estruturantes. São ações e projetos que viabilizam as propostas consolidadas.
Para a implementação é necessário que se organize uma estrutura de comando e contro-
le, a fim de monitorar e avaliar a sua efetividade e real aplicabilidade.
Os indicadores que compõem a estrutura de implementação estão detalhados no quadro 4.
Indicadores Descrição
Resolutiva Verifica a viabilidade executiva através das ações
físico-territoriais, sociais, econômicas e/ou insti-
tucionais e também os conteúdos das propostas
condicionadas ao grau de governabilidade dos
grupos políticos vigentes, condições sociopo-
líticas e nível de participação comunitária;
Monitoramento Verifica a manutenção e/ou manejo das áreas de
intervenção com coleta, tratamento, arquivamento,
manutenção e operação de indicadores de quali-
dade, que podem servir para a revisão de ações;
Controle Desenvolve a fiscalização das ações propostas,
promove ações educativas visando à conscienti-
zação para melhor viabilização do planejamen-
to e avaliação global do processo de gestão;
Revisão Com base nas informações geradas pelos in-
dicadores descritos acima, envolve a adoção
das medidas necessárias à atualização constan-
te, total ou parcial, das diretrizes adotadas.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Este fator se reflete, por exemplo, no fato de que nos últimos 35 anos
as cidades chinesas receberam mais de 560 milhões de habitantes pro-
venientes das áreas rurais, quantidade equivalente a população total
da América Latina, segundo o informativo “Urbanización Rápida y
Desarrollo: Cumbre de América Latina y China”, elaborado pelo Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A chegada de novos habitantes nas cidades traz consigo uma maior demanda
de serviços urbanos. Contudo, se os governos não os proporcionam, abrem-
-se caminhos para a criação de serviços que abastecem os bairros informais,
que na América Latina acolhem um terço da sua população urbana, ou seja,
160 milhões de pessoas segundo o informativo do BID. Na China, a porcenta-
gem é a mesma, representando 234 milhões de habitantes.
Casos como a recuperação e conservação do rio Erren (Taiwan) por parte dos
seus habitantes e a revitalização de um espaço subutilizado na área de jogos
sustentável para as crianças de Uraycamuy (Bolívia), são alguns dos exem-
plos do que pode acontecer quando diversas organizações trabalham junto
com os habitantes, fazendo com eles valorizem e reconheçam seu entorno.
Neste sentido, há alguns meses, Santiago integra uma rede que procura
cumprir com o intercambio de conhecimento, focada em desenvolver
estratégias para que as cidades saibam como se recuperar de uma crise
que pode ser econômica, física e social.
Atividades
1. Relacione possíveis ações de um planejamento ambiental relativos a:
• Proteção da biodiversidade.
• Proteção dos processos hidrológicos.
• Promoção da estabilidade climática.
Referências
ACSELRAD, Henri. Discursos da sustentabilidade urbana. Revista Brasileira de Estudos Urbanos
e Regionais. Disponível em: <http://unuhospedagem.com.br/revista/rbeur/index.php/rbeur/article/
view/27>. Acesso em: 29 nov. 2016.
BRASIL. Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal,
estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 13 nov. 2016.
Resolução
1. Por um levantamento de possíveis projetos e ações de um planejamento urbano que
foca a sustentabilidade, será possível relacioná-los em uma tabela e visualizar a com-
plexidade das ações, e, ao mesmo tempo, despertar a observação no cotidiano da
existência ou não destes projetos nas cidades.
55778
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