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Planejamento
e Políticas Ambientais
Planejamento e Políticas Ambientais
Autor: Prof. Dr. Ronaldo Tavares de Araujo
Como citar este documento: ARAUJO, Ronaldo Tavares. Planejamento e políticas ambientais.
Valinhos: 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes 05
Assista a suas aulas
20
Unidade 2: Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade 28
Assista a suas aulas
48
Unidade 3: Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental 56
Assista a suas aulas
79
Unidade 4: Temáticas e Temas Usados em Planejamento Ambiental 88
Assista a suas aulas
103
Unidade 5: Indicadores Ambientais e Planejamento 111
Assista a suas aulas
132
Unidade 6: Política e Gestão Ambiental 140
Assista a suas aulas
157
Unidade 7: Política e Planejamento Territorial 165
Assista a suas aulas
186
Unidade 8: Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade 195
Assista a suas aulas 214
2/222
Apresentação da Disciplina
Objetivos
5/222
Introdução
Provavelmente você já ouviu falar que a relação do homem com a natureza quase nunca foi
desenvolvida de forma harmoniosa e que o poder e, consequentemente, a responsabilidade
que o homem tem sobre a natureza é que podem responder pelo surgimento dos grandes
problemas ambientais atuais, aqui tratados como questões ambientais, e também como
deverá controlá-los da melhor forma possível, utilizando-se de novos paradigmas, ou seja, uma
nova ética a seu favor.
Entendendo, assim, a ética ambiental como sendo tão ou mais importante quanto a ética
humana, impondo à humanidade grande responsabilidade, neste tempo onde o poder é
extremo. Desta forma, as questões ambientais devem se transformar numa questão ideológica,
buscando explicações e “soluções” nas ciências, filosofia e cultura, considerando que as
modificações naturais atuais ocorrem de forma acelerada pelo forte impacto das modernas
tecnologias.
1. Paradigmas do Desenvolvimento
Neste texto, será utilizada historicamente a Revolução Industrial como o ponto de partida
das grandes alterações de origem antrópica no meio ambiente para assim definir o paradigma
dominante.
6/222 Unidade 1 • A Questão Ambiental e os Paradigmas Contrastantes
Nesta época, de acordo com Possamai
(2010), o antropocentrismo teve
Para saber mais início e assim a figura humana passou
A Revolução Industrial que teve seu início entre a ser o centro de referência de nossos
os séculos XVIII e XIV foi não apenas um surto pensamentos e ações. Este fato causou
de inovações técnicas, mas um reordenamento grande mudança na perspectiva filosófica
nas formas de organização da produção, e cultural que antes era centrada em Deus,
com novos mecanismos de exploração do passando assim a ser centrada no homem.
trabalho e controle social do trabalhador, e Com isso, consolidou-se a ideia de que,
tendo como consequência uma das mudanças com advento e o progresso da razão, o
econômicas mais profundas pela qual passou homem se tornaria cada vez melhor e cada
a espécie humana. Disponível em: <http:// vez mais perfeito.
guiadoestudante.abril.com.br/estudar/
pergunte-professor/saiba-mais-revolucao-
industrial-685882.shtml>. Acesso em: 11 jun.
2015.
Neste aspecto, a maneira de gerir a utilização desses recursos é o fator que pode acentuar ou
minimizar os impactos. Esse processo de gestão fundamenta-se em três variáveis: a diversidade
dos recursos extraídos do ambiente natural, a velocidade de extração desses recursos, que
permite ou não a sua reposição, e a forma de disposição e tratamento dos seus resíduos e
Glossário
Antropocentrismo: ué a filosofia que considera o homem como o centro do universo.
Paradigma: é um termo com origem no grego “paradeigma” que significa modelo, padrão. No sentido
lato corresponde a algo que vai servir de modelo ou exemplo a ser seguido em determinada situação. São as
normas orientadoras de um grupo que estabelecem limites e que determinam como um indivíduo deve agir
dentro desses limites.
Paradigma deve ser compreendido com padrão, forma, e assim condição de livre arbítrio
de escolha da sociedade, tornando-se dominante ou alternativo.
18/222
Referências
ALMEIDA, J.R.; et al. Política e planejamento ambiental. 3. ed. 2. Reimpressão. Rio de Janeiro:
Thex. 2008. 480p.
ARAUJO, R.T. de. Zoneamento ecológico-econômico do município de Santa Cruz da Conceição –
SP: uma proposta conceitual de planejamento para a sustentabilidade local. São Carlos: UFSCar,
Tese de Doutorado. 2008. 95p.
PHILIPPI JR. A.; ROMERO, M. A.; BRUNA, G.C. Curso de gestão ambiental. 2. ed. Barueri, SP: Ed.
Manole, 2014. 1.250p.
POSSAMAI, F.V. A posição do ser humano no mundo e a crise ambiental contemporânea.
2010. Disponível em: <http://www.unesco.org.uy/ci/fileadmin/shs/redbioetica/revista_1/Valenti.
pdf>. Acesso em: 11 jun. 2015.
20/222
Questão 1
1 - Qual o motivo para as questões ambientais se transformarem numa
questão ideológica?
a) Pelo fato das mudanças ambientais globais estarem mudando de forma natural.
b) Pelo fato das mudanças ambientais globais estarem mudando de forma digital.
c) Pelo fato das mudanças ambientais globais serem inibidas pelo uso da tecnologia.
d) Pelo fato das mudanças ambientais globais serem aceleradas pelo avanço tecnológico
moderno.
e) Pelo fato das mudanças ambientais globais serem causadas pelo avanço científico e
filosófico.
21/222
Questão 2
2 - O antropocentrismo inserido no contexto da Revolução Industrial
pode ser entendido pela:
a) Expressão da figura humana ter passado a ser o centro de referência de nossos
pensamentos e ações.
b) Expressão racional ter passado a ser o centro de referência de nossos pensamentos e
ações.
c) Expressão da indústria ter passado a ser o centro de referência de nossos pensamentos e
ações.
d) Expressão divina ter passado a ser o centro de referência de nossos pensamentos e ações.
e) Expressão ambiental ter passado a ser o centro de referência de nossos pensamentos e
ações.
22/222
Questão 3
3 - Qual os três sistemas que se interagem e podem dar explicação para
o surgimento da crise estrutural?
23/222
Questão 4
4 - Os seguintes itens: “a produção e distribuição igualitária de alimen-
tos, geração de empregos, redução da pobreza, aumento e diversificação
das matrizes energéticas, abastecimento e disponibilização de água de
qualidade e em quantidade suficiente”, estão relacionados com:
a) Problemas alternativos para o desenvolvimento humano.
b) Problemas fundamentais para o desenvolvimento humano.
c) Paradigmas alternativos da humanidade.
d) Paradigmas dominantes da humanidade.
e) Itens dos sistemas econômicos e produtivos.
24/222
Questão 5
5 - A gestão ambiental é descrita como um novo paradigma para o al-
cance da sustentabilidade. Tendo o conceito de paradigma como orien-
tação da sua resposta assinale a alternativa correta.
a) A gestão ambiental é a ponte entre o antropocentrismo e o geocentrismo.
b) A gestão ambiental se inicia quando se promovem adaptações ou modificações no
ambiente natural, de forma a adequá-lo às necessidades individuais ou coletivas.
c) A gestão ambiental promove a mudança de visão de mundo favorecendo o ser humano
em detrimento do meio ambiente.
d) A gestão ambiental, assim como a definição de paradigma, explica o surgimento da
sustentabilidade.
e) A gestão ambiental favorece o aparecimento dos paradigmas dominantes e alternativos
de sustentabilidade.
25/222
Gabarito
26/222
Gabarito
crise energética, o efeito de consecução promovendo a igualdade no acesso aos
afeta o custo da produção de bens e a recursos naturais e assim, por sua vez,
circularidade mercadológica dos bens- aos recursos produtivos e econômicos.
capitais. Assim, a crise econômica Portanto, os itens apresentados na questão
retroalimenta então a crise enérgica, compõem necessariamente os problemas
surgindo a crise ambiental desencadeada fundamentais para o desenvolvimento
a partir da implantação do modelo humano.
econômico vigente, esta crise se incorpora
às outras duas, formando um complexo 5. Resposta: B.
interativo com retroalimentação positivo,
no sentido do aumento da crise estrutural. De acordo com Philippi (2014), o processo
de Gestão Ambiental pode ser considerado
4. Resposta: B. um novo paradigma, pois este se inicia
quando se promovem adaptações ou
Para que seja possível a sustentabilidade, modificações no ambiente natural, de
se faz necessário conhecer inicialmente forma a adequá-lo às necessidades
quais os problemas que impede a individuais ou coletivas.
sustentabilidade e resolver estes,
27/222
Unidade 2
Planejamento Ambiental: Fator Indutor da Sustentabilidade
Objetivos
28/222
Introdução
A Conferência Rio-92, vinte anos após o Encontro de Estocolmo, uniu 178 nações para debater
temas voltados à conservação ambiental, à qualidade de vida na Terra e à consolidação
política e técnica do desenvolvimento sustentável. Dos documentos finais produzidos pela
conferência o que mais mereceu destaque mundial foi a Agenda 21, em que, dentre os seus
Glossário
PIB: é a sigla para Produto Interno Bruto e representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e
serviços finais produzidos numa determinada região, durante um período determinado. (Fonte: Disponível
em: <http://www.significados.com.br/pib/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Holístico ou holista: é um adjetivo que classifica alguma coisa relacionada com o holismo, ou seja, que
procura compreender os fenômenos na sua totalidade e globalidade. (Fonte: Disponível em: <http://www.
significados.com.br/holistico/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Paulatinamente: De maneira paulatina; de modo lento; em que há lentidão: começou a caminhar,
paulatinamente, pela casa. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/paulatinamente/>. Acesso
em: 11 jun. 2015).
44/222
Questão
para
reflexão
?
apresentados e discutidos na Leitura Fundamental, com o objetivo
de mostrar a importância deste instrumento de gestão ambiental
como indutor da sustentabilidade, através da escrita de um
pequeno texto dissertativo e entregue ao professor presencial.
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Considerações Finais
46/222
Referências
48/222
Questão 1
1 - Qual a publicação que teve papel fundamental para a difusão na cons-
cientização da sociedade em relação aos riscos e comprometimento da
qualidade do meio ambiente e seus efeitos na saúde humana?
a) Primavera Cautelosa.
b) Primavera Holística.
c) Primavera Silenciosa.
d) Primavera Carson.
e) Primavera Contagiosa.
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Questão 2
2 - O surgimento de um fenômeno climático deu origem aos primeiros de-
bates sobre a contaminação de ambientes naturais vinda das atividades in-
dustriais, após a Segunda Guerra Mundial. Qual foi este fenômeno?
a) Aquecimento Global.
b) Buraco da Camada de Ozônio.
c) Extinção das espécies da fauna.
d) Extinção das espécies da flora.
e) Smog.
50/222
Questão 3
3 - Qual o significado da sigla PNUMA?
a) Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
b) Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
c) Programa das Nações Unidas para a Sustentabilidade.
d) Programa das Nações Unidas para os Recursos Naturais.
e) Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano.
51/222
Questão 4
4 - Na década de 1990, o planejamento ambiental foi incorporado em qual
política pública de desenvolvimento urbano?
a) Plano de Bacias Hidrográficas.
b) Plano de Unidades de Conservação.
c) Plano de Zoneamento.
d) Plano Plurianual.
e) Plano Diretor.
52/222
Questão 5
5 - Visando à sustentabilidade, o planejamento ambiental geralmente con-
sidera os critérios a longo prazo, mas busca estabelecer também medidas
a curto e médios prazos. Marque a alternativa correta que explica esta afir-
mação.
a) Este procedimento pretende reorganizar o espaço, paulatinamente, para que não apenas
no presente, mas também no futuro, as fontes e meios de recursos sejam usados e manejados
de forma a responderem pelas necessidades da sociedade.
b) O planejamento ambiental considera as informações primárias no estabelecimento de
suas diretrizes.
c) Este procedimento pretende reorganizar o espaço, rapidamente, para que apenas no
presente, e não no futuro, as fontes e meios de recursos sejam usados e manejados de forma a
responderem pelas necessidades da sociedade.
d) O planejamento ambiental considera as informações secundárias no estabelecimento de
suas diretrizes.
e) Este procedimento pretende reorganizar o espaço, paulatinamente, para que apenas no
presente, as fontes e meios de recursos sejam usados e manejados de forma a responderem
pelas necessidades da sociedade.
53/222
Gabarito
1. Resposta: C. Um primeiro grande momento histórico
que merece sua citação foi a criação da
A publicação do livro Primavera Silenciosa Organização Mundial da Saúde (OMS) em
da Americana Raquel Carson, em 1962, 1946, logo após o final da Segunda Grande
teve importante papel na conscientização Guerra e nos anos seguintes, onde o debate
da sociedade em relação aos riscos e se iniciava em torno da contaminação de
comprometimento da qualidade do meio ambientes naturais vinda das atividades
ambiente e seus efeitos na saúde humana. industriais, como o smog em Londres.
Carson aborda a magnificação biológica de
moléculas de inseticidas sintéticos clorados 3. Resposta: B.
demonstrando que agrotóxicos utilizados
nas doses recomendadas poderiam se Na reunião de Estocolmo 1972, criou-se
concentrar na cadeia alimentar, causando o PNUMA (Programa das Nações Unidas
problemas aos organismos que ocupam para o Meio Ambiente), com o objetivo
níveis mais elevados da escala trófica, entre de gerenciar as atividades de proteção
eles o ser humano (PHILIPPI JR, 2014). ambiental, e o Fundo Voluntário para o
Meio Ambiente.
2. Resposta: E.
54/222
Gabarito
55/222
Unidade 3
Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental
Objetivos
56/222
Introdução
No dia a dia, muitas vezes você nem percebe, mas está planejando tudo a cada segundo,
a cada passo que é dado na rua. É isto mesmo que você está pensando agora, sempre
planejamos, mesmo que de forma inconsciente. Fazemos isto como forma de sobrevivência
neste mundo contemporâneo onde o que é verdadeiro ou correto já não é mais daqui alguns
momentos, obrigando-nos a cada instante planejar novamente nossas ações e “caminhos”.
Desta forma, você é o convidado especial para o conhecimento das estruturas de organização
e funcionamento do planejamento ambiental, instrumento fundamental nos sistemas de
gestão ambiental que você utilizará no seu curso de pós-graduação e principalmente na vida
profissional.
Para estudar os sistemas ambientais, cujos elementos estão em permanente interação,
exige-se como ferramenta a interação entre várias disciplinas, para que cada uma delas, em
articulação com as demais, apresente resultados e interpretações que levem ao diagnóstico do
sistema estudado. Desta forma, os métodos e técnicas de análise ambiental devem absorver a
interdisciplinaridade como um pressuposto, o que, do ponto de vista dos participantes, exige
profissionais de várias especialidades atuando em conjunto, numa equipe multidisciplinar
(MAGLIO & PHILIPPI JR, 2010).
Embora existam diversas formas e fontes bibliográficas para citar a descrição das etapas de
planejamento ambiental, neste texto utilizou-se as etapas descritas na obra “Construindo o
57/222 Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental
desenvolvimento local sustentável”, de decisões – constituem a fase de elaboração
autoria de Sérgio C. Buarque (2008), que propriamente dita dos planos de
aborda o planejamento ambiental para desenvolvimento local, que definem o que
uma localidade específica, neste caso o será executado, expresso pelo documento
município. ou produto (plano de desenvolvimento).
Entretanto, devem ser definidos nessa fase
1. Estrutura organizacional para os elementos básicos para a execução e o
o planejamento ambiental acompanhamento do plano, que se iniciam,
efetivamente, imediatamente após a sua
O processo de planejamento se divide em aprovação pela sociedade. Na realidade,
quatro etapas sequenciais, interligadas e um dos componentes centrais do plano
continuadas: o conhecimento da realidade, que será, portanto, produzido nessas duas
a tomada de decisões, a execução do etapas, será a formulação de um modelo
plano e, finalmente, o acompanhamento, de gestão, que representa o sistema de
o controle e a avaliação das ações organização da sociedade e dos agentes
(CARVALHO, 1997 apud BUARQUE, 2008). públicos para as duas etapas seguintes: a
As duas primeiras etapas do processo de execução e o acompanhamento do plano.
planejamento – conhecimento e tomada de De forma resumida e sistemática,
58/222 Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental
apresenta-se, a seguir, a sequências das determinantes e as relações da
atividades de elaboração do plano. localidade com seu contexto
a. Conhecimento da realidade: para socioeconômico, ambiental e
tomar decisões fundamentadas e político-institucional (onde está
consistentes, é necessário, antes de situada a localidade?).
tudo, compreender a realidade da • Diagnóstico: O diagnóstico
localidade, deve passar, de alguma consiste na compreensão da
forma e com diferentes níveis de realidade atual da localidade
profundidade e rigor técnico, pelos e dos fatores internos que
seguintes procedimentos sequenciais estão amadurecendo e que
e complementares: podem facilitar ou dificultar o
• Delimitação do objeto: o processo desenvolvimento local. Para se
de trabalho deve se iniciar com perceberem as condições atuais
a delimitação da localidade (ou da localidade, é importante se
comunidade) que se pretende analisar o processo de evolução
planejar: seus limites físico- recente da realidade, que
geográficos e institucionais, as sintetiza a história da localidade
relações estruturais das variáveis e os fatores que explicam o seu
59/222 Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental
desempenho. Para incorporar desenvolvimento local
as concepções contemporâneas (potencialidades). O que a
de desenvolvimento – sociedade não aceita e pretende
desenvolvimento sustentável –, o modificar na realidade? O
diagnóstico deve tratar a realidade que emperra e estrangula o
de forma multidisciplinar, desenvolvimento local? E, quais
procurando observar e confrontar as grandes potencialidades e
os componentes ou dimensões condições da localidade para
econômica, sociocultural, alavancar o desenvolvimento?
ambiental, tecnológica e político- • O diagnóstico deve combinar
institucional. Toda análise e e confrontar o levantamento e
reflexão deve convergir para análise técnica da realidade com
a identificação dos principais a visão da sociedade – fazendo
problemas e potencialidades interagir as diferentes percepções
locais, o que é insatisfatório na dos atores sociais – sobre a
realidade ou está impedindo o situação local, seus principais
desenvolvimento (problemas) problemas e potencialidades
e o que pode facilitar o internas. Deve-se estabelecer
60/222 Unidade 3 • Etapas, Estruturas e Instrumentos do Planejamento Ambiental
uma negociação das duas e para onde ela tenderia a evoluir,
percepções da realidade, bastante destacando as tendências
distintas, mas complementares, prováveis dos processos externos,
cotejando os interesses e desejos ressaltando aqueles de maior
da sociedade com os limites e as impacto sobre a realidade local.
possibilidades técnicas. O prognóstico deve, assim,
• Prognósticos: o prognóstico identificar as oportunidades
busca antecipar possíveis que o contexto abre e oferece
desdobramentos futuros da para o desenvolvimento local,
realidade e, principalmente, do e os fatores externos que
seu contexto externo, informação podem constituir ameaças
importante para dimensionar as ao seu desenvolvimento. As
possibilidades de realização dos alternativas futuras do contexto
desejos da sociedade e, portanto, procuram interpretar para onde
para formulação da estratégia de deve evoluir, provavelmente,
desenvolvimento local. Trata-se, o contexto socioeconômico e
nesse caso, de compreender em político-institucional em que
que condições se situa a localidade está inserida a localidade. É,
Cotejar - Confrontar, comparar. Comparar, pôr em paralelo. (Fonte: Disponível em: <http://
www.dicio.com.br/cotejar/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Atemporal - Que não pode ser controlado pelo tempo; que não se adequa a qualquer tempo;
que não faz parte de um tempo determinado; intemporal: livro atemporal. (Fonte: Disponível
em: <http://www.dicio.com.br/atemporal/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Mobilizar - Dar movimento a, movimentar. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/
mobilizar/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Articular - Unir pelas juntas, juntar pelas articulações. Suceder-se numa ordem crescente: as
partes de uma exposição que se articulam bem. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.
br/articular/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Matriz - Lugar onde alguma coisa se gera ou se cria; fonte, manancial. Disposição ordenada
de um conjunto de elementos estatísticos. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/
matriz/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Enfocado - Que se pôs em foco. Visto conforme uma acepção. (Fonte: Disponível em: <http://
www.dicio.com.br/enfocado/>. Acesso em: 11 jun. 2015).
Imprescindível - que não se pode dispensar ou renunciar. Que não se pode prescindir,
renunciar ou dispensar. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/imprescindivel/>.
Acesso em: 11 jun. 2015).
Comumente - De maneira comum, ordinária; de modo vulgar. Em que há frequência ou de
modo habitual. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/comumente/>. Acesso em:
11jun. 2015).
Inventário - Listagem detalhada mercadorias, produtos etc. Caracterização pormenorizada de
alguma coisa. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicio.com.br/inventario/>. Acesso em: 11 jun.
2015).
76/222
Considerações Finais
77/222
Referências
79/222
Questão 1
1- Quais são as quatro etapas sequenciais, interligadas e continuadas que
integram um planejamento?
a) O conhecimento da realidade, a tomada de decisões, a execução do plano e o
acompanhamento e a coleta de dados primários, secundários e terciários.
b) O controle e a avaliação das ações, a coleta de dados primários, secundários e terciários,
montagem da equipe de trabalho e, a participação da sociedade local.
c) O conhecimento da realidade, a tomada de decisões, a execução do plano e o
acompanhamento e o controle e a avaliação das ações.
d) O controle e a avaliação das ações.
e) A coleta de dados primários, secundários e terciários, a tomada de decisões, montagem
da equipe de trabalho e o desenvolvimento da liderança do planejamento.
80/222
Questão 2
2- A delimitação do objeto e o diagnóstico são procedimentos sequenciais
e complementares de qual etapa do planejamento?
a) Tomada de decisões.
b) Conhecimento da realidade.
c) Avaliação das ações.
d) Execução do plano.
e) Acompanhamento e controle.
81/222
Questão 3
3- Qual o significado da sigla PNUMA?
a) Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
b) Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
c) Programa das Nações Unidas para a Sustentabilidade.
d) Programa das Nações Unidas para os Recursos Naturais.
e) Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano.
82/222
Questão 4
4- Em geral, qual a forma de apresentação para a sociedade do zoneamen-
to ambiental?
a) Na forma de tabelas.
b) Na forma de quadros.
c) Na forma de gráficos.
d) Na forma de mapas.
e) Na forma de figuras.
83/222
Questão 5
5- Dentre as alternativas abaixo, qual demonstra a maior das limitações de
qualquer dos instrumentos de planejamento ambiental?
a) O fato dos instrumentos de planejamento custarem muito caro.
b) O fato dos instrumentos de planejamento demandarem conhecimento prévio e futuro da
área a ser trabalhada.
c) O fato de ter a obrigação de comissão de avaliação prévia de impacto ambiental.
d) O fato de ser muito demorado o uso de instrumentos em planejamento ambiental.
e) O fato de se trabalhar com um recorte da realidade do espaço e, portanto, a complexidade
e as relações do meio são simplificadas e generalizadas.
84/222
Gabarito
1. Resposta: C. seguintes procedimentos sequenciais e
complementares:
O processo de planejamento se divide em
• Delimitação do objeto: o processo
quatro etapas sequenciais, interligadas e
de trabalho deve se iniciar com
continuadas: o conhecimento da realidade,
a delimitação da localidade (ou
a tomada de decisões, a execução do
comunidade) que se pretende
plano e, finalmente, o acompanhamento,
planejar: seus limites físico-
o controle e a avaliação das ações
geográficos e institucionais, as
(CARVALHO, 1997 apud BUARQUE, 2008).
relações estruturais das variáveis
determinantes e as relações da
2. Resposta: B. localidade com seu contexto
socioeconômico, ambiental e
Conhecimento da realidade: para tomar
político-institucional (onde está
decisões fundamentadas e consistentes,
situada a localidade?).
é necessário, antes de tudo, compreender
a realidade da localidade, deve passar, • Diagnóstico: o diagnóstico consiste
de alguma forma e com diferentes níveis na compreensão da realidade
de profundidade e rigor técnico, pelos atual da localidade e dos fatores
85/222
Gabarito
86/222
Gabarito
relações existentes e dos problemas
fundamentais no cenário real e futuro do
espaço planejado.
87/222
Unidade 4
Temáticas e Temas Usados em Planejamento Ambiental
Objetivos
88/222
Introdução
• Clima: o clima, o substrato rochoso e o relevo são os temas de maior hierarquia para
caracterizar e ordenar as paisagens.
O clima busca esclarecer a influência desse elemento na vida, na saúde, na distribuição
e nas atividades humanas da área planejada. Em larga escala temporal, os dados
permitem reconhecer a influência do clima sobre o solo, a fauna e a flora, auxiliando na
• Solos: o solo é o suporte dos ecossistemas e das atividades humanas sobre a terra, seu
estudo é imprescindível para o planejamento.
Quando se analisa o solo, pode-se deduzir sua potencial idade e fragilidade como
elemento natural, como recurso produtivo, como substrato de atividades construtivas ou
como concentrador de impacto.
O solo é um tema importante para explicar o fenômeno de erosão e assoreamento, cuja
compreensão é primordial ao planejamento. Em área rural, esses fenômenos estão muito
ligados à agricultura, reconhecida por alterar substancialmente o meio, gerando impactos
severos e rompendo o equilíbrio natural.
Para o espaço urbano, a mesma lógica pode ser usada quando se pensa, por exemplo, na
implantação e operação de obras civis, nas quais a característica do material de superfície
pode definir a aptidão (ou restrição) para diferentes usos, como estradas, sistemas de
tratamento, construção de canais, sistemas de drenagem etc.
• Hidrografia: neste tema você normalmente usa a bacia ou microbacia hidrográfica como
unidade de gestão.
A estratégia é analisar as propriedades, a distribuição e a circulação da água, para
interpretar as potencialidades e restrições de uso; mapear inicialmente a hidrografia com
todas as drenagens que compõem a rede hídrica. Os documentos base, são as cartas
topográficas oficiais.
• Fauna: utilizado para indicar qualidade ambiental do meio, escolher áreas a serem
protegidas e especificar manejo. É considerado um tema contíguo à flora. O caminho
é reconhecer a estrutura e diversidade da comunidade, composição, abundância,
frequência, distribuição, dominância e a riqueza das espécies; identificar espécies raras,
em risco de extinção, exóticas e migratórias, endemismo e grau de perturbação.
• Uso e ocupação das terras: retrata as atividades humanas que podem significar
pressão e impacto sobre os elementos naturais. É uma ponte essencial para análise de
fontes de poluição e um elo importante entre as informações dos meios biofísicos e
socioeconômico.
Em geral, as formas de uso e ocupação são identificadas (tipos de usos), espacializadas
Ao finalizar esta leitura, você deve compreende que a ênfase sobre os temas apresentados
de forma resumida tem o objetivo de mostrar a complexidade do planejamento ambiental.
Muitos desses planejamentos tratam as informações de uma forma excessivamente simplista,
restrita às informações secundárias obtidas de censos e mapas. Outros utilizam indicadores
adjetivados sem atentar ao que eles realmente representam, sem conceituar seu significado,
deduzindo de forma rápida e indevida o valor da qualidade das informações obtidas. Desta
forma, você somente terá sucesso no seu planejamento ambiental, por meio de um estudo
muito bem desenvolvido, contendo um diagnóstico também muito bem desenvolvido,
fechando as relações entre estados, pressão e resposta e traduzindo os impactos ambientais.
100/222
Considerações Finais
É possível verificar que até este momento não se tem clareza conceitual e metodológica
acerca do caminho para se unir os temas, de forma a recriar, efetivamente, a paisagem
global e as suas múltiplas relações de estado, pressão e resposta, todavia deve-se
manter o conhecimento especializado original, para preservar a qualidade do trabalho.
101/222
Referências
SANTOS, R. F. Planejamento ambiental: teoria e prática. 2. ed. v. 1, São Paulo: Oficina de Textos,
2007, 184p.
Aula 4 - Tema: Temáticas e Temas Usados Aula 4 - Tema: Temáticas e Temas Usados
em Planejamento Ambiental – Parte I em Planejamento Ambiental – Parte II.
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
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4610c33965d5686be91475951d2ea8c0>. aa5d56344c7ec357a899edef48c21>.
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Questão 1
1- Qual alternativa apresenta as diferenças entre temas e temáticas refe-
rentes ao planejamento ambiental?
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Questão 2
2- Um dos temas estudados em planejamentos ambientais é a geologia.
Assim, qual é o objetivo da geologia no planejamento ambiental?
a) Fornecer informações do solo e sua estrutura pedológica.
b) Estudar a influência das rochas no relevo da paisagem.
c) Fornecer informações litológicas e estruturais do solo da área planejada para analisar os
possíveis impactos ambientais provindos do solo.
d) Fornecer informações litológicas e estruturais do substrato rochoso da área planejada e
subsidiar os estudos relativos à ocorrência de minerais e materiais de importância econômica.
e) Estudar a influência das rochas e minerais no relevo da paisagem com vistas à ocorrência
de possíveis impactos ambientais provindos do solo.
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Questão 3
3- Quais são os documentos base para os estudos do tema hidrografia?
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Questão 4
4- A análise do processo de urbanização, suas consequências e a com-
preensão da estrutura e dinâmica da população, são componentes de
qual temática?
a) Classe de uso do solo.
b) Urbanidade.
c) Dinâmica periférica.
d) Condições de vida.
e) Dinâmica populacional.
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Questão 5
5- A temática condições de vida pode ser caracterizada como sendo uma
temática de vanguarda, ou seja, uma temática nova e que desempenha
importante papel de análise no planejamento ambiental. Desta forma, é
possível afirmar que esta temática se preocupa com:
a) As doenças e o valor salarial da população com vistas às orientações econômicas do
planejamento ambiental.
b) As desigualdades sociais fornecem indícios da dinâmica social e definem os elos entre
esses fatos e a qualidade do ambiente natural.
c) As desigualdades ambientais entre zona rural e urbana associadas ao ganho salarial das
pessoas.
d) O fato das condições sociais das pessoas interferirem no saneamento ambiental e nas
doenças.
e) A dinâmica demográfica sobre a qualidade ambiental da área estudada.
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Gabarito
1. Resposta: A. 2. Resposta: D.
109/222
Gabarito
com todas as drenagens que compõem a 5. Resposta: B.
rede hídrica. Os documentos base, são as
cartas topográficas oficiais. Temática Condições de Vida: condições
de vida é uma expressão designada
4. Resposta: E. em planejamento para explicitar as
desigualdades sociais, fornece indícios
Temática Dinâmica Populacional, da dinâmica social e define os elos entre
economia e aspectos políticos e esses fatos e a qualidade do ambiente
institucionais: a análise do processo de natural. Assim, por exemplo, a ocorrência
urbanização, suas consequências e a de doenças infecto-parasitárias, ausência
compreensão da estrutura e dinâmica da de saneamento básico, más condições
população, importantes para o diagnóstico de habitação, precária educação e baixa
ambiental, dependem da interpretação renda de um segmento da população
de aspectos demográficos, econômicos e são frequentemente ligadas à péssima
políticos institucionais. qualidade de água e à ausência de
cobertura vegetal natural.
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Unidade 5
Indicadores Ambientais e Planejamento
Objetivos
111/222
Introdução
Em diversos momentos de sua vida, você observa que as realidades se sucedem ao longo do
tempo e deixam marcas, evidências, retratos de paisagens. Elas, em si, são imutáveis. O que
muda, ao longo do tempo do homem, é a interpretação que ele faz. De acordo com Santos
(2007), as interpretações nada mais são do que a aspiração de se chegar cada vez mais próximo
da verdade, ou seja, da “real realidade”. Para os diversos caminhos da interpretação, pratica-
se a observação e análise dessas marcas, dessas evidências e desses retratos deixados pela
história, fragmentados nos elementos que compõem o meio.
Não há dúvidas de que a informação tem lugar de destaque nos diversos espaços de tomada
de decisão e nas estratégias para definição dos recursos necessários ao desenvolvimento de
comunidades, empresas e regiões (PHILIPPI JR.; MALHEIROS, 2012).
A questão da sustentabilidade está presente em nossa sociedade, representada por um
amplo conjunto de discussões e pela produção de textos e projetos, no âmbito internacional e
local. Esta discussão em volta do uso de indicadores como ferramenta de apoio nos diversos
processos de tomada de decisão, embora de longa experiência, só mais recentemente os
esforços vêm sendo empreendidos na construção e aplicação de indicadores alinhados à
proposta da sustentabilidade. Esse movimento pode ser observado principalmente a partir
da década de 1990, com a própria consolidação do termo sustentabilidade, a assinatura da
Agenda 21 Global e os diversos projetos da Agenda 21 Local (MALHEIROS, COUTINHO &
112/222 Unidade 5 • Indicadores Ambientais e Planejamento
PHLIPPI JR, 2012). social, cultural, econômica, institucional,
entre outras – amplia o desafio da
1. Desafios do uso de indicado- construção de bons indicadores. É nesse
res na avaliação da sustentabili- contexto, de encontrar caminhos que
dade viabilizem interesse e soma de esforços
na construção de bases duradouras para
Os princípios norteadores desses o desenvolvimento, que os indicadores de
documentos de planejamento podem sustentabilidade vêm à tona, com a tarefa
orientar a construção de sistemas de descrever a realidade de forma simples
adequados de medições, os quais são e confiável, orientar a escolha de dados
indispensáveis para operacionalizar para medir os avanços, bem como passar a
o conceito de sustentabilidade, pois mensagem sobre os desafios ambientais,
possibilitam aos tomadores de decisão e à humanos, econômicos, tecnológicos e
sociedade estabelecer objetivos e metas, políticos associados. Portanto, Malheiros,
bem como avaliar o seu desempenho Coutinho & Phlippi Jr. (2012) questionam
em relação a eles. A alta complexidade “o que é um indicador nessa abordagem”,
dos processos de sustentabilidade, nas e em sequência respondem que existem
suas diversas dimensões – ambiental, diversas definições presentes na
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Considerações Finais
130/222
Referências
MALHEIROS, T. F.; COUTINHO, S. M. V.; PHILIPPI, JR. Desafios do uso de indicadores na avaliação
da sustentabilidade. In: PHILIPPI JR., A.; MALHEIROS, T. F. Indicadores de sustentabilidade e
gestão ambiental. Barueri, SP: Ed. Manole. 2012. p. 21-29.
______. Indicadores de sustentabilidade: uma abordagem conceitual. In: PHILIPPI JR, A.;
MALHEIROS, T.F. Indicadores de sustentabilidade e gestão ambiental. Barueri, SP: Ed. Manole.
2012. p. 31-76.
______. Construção de indicadores de sustentabilidade. In: PHILIPPI JR, A.; MALHEIROS, T.F.
indicadores de sustentabilidade e gestão ambiental. Barueri, SP: Ed. Manole. 2012. p. 77-87.
PHILIPPI JR, A. Saneamento, saúde e ambiente. Barueri, SP: Manole. 2005. 842 p.
PHILIPPI JR, A.; MALHEIROS, T.F. Indicadores de sustentabilidade e gestão ambiental. Barueri,
SP: Ed. Manole. 2012. 724p.
SANTOS, R. F. Planejamento ambiental: teoria e prática. 2. ed. v. 1. São Paulo: Oficina de Textos,
2007, 184p.
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Questão 1
1- Quando um dado se torna um indicador?
a) Quando este é analisado sob as perspectivas de análises direta e indireta do mesmo, com
objetivo de diagnosticar os problemas ambientais.
b) Quando este é analisado sob as perspectivas de análises verticais e horizontais do mesmo,
com objetivo de diagnosticar os problemas ambientais.
c) Quando sua compreensão ultrapassa o número, a mensuração, no sentido de adquirir
significado através da informação interpretada.
d) Quando sua compreensão não ultrapassa o número e a mensuração, no sentido de
adquirir significado através da informação interpretada.
e) Quando sua compreensão se concentra na mensuração e conceituação dos problemas
analisados, no sentido de adquirir significado através da informação interpretada.
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Questão 2
2- Qual são as duas variáveis que dão base para o estabelecimento dos
indicadores?
a) Derivadas e Integrais.
b) Positivas e Negativas.
c) Verticais e Horizontais.
d) Quantitativas e Qualitativas.
e) Diretas e Indiretas.
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Questão 3
3- Inseridos no estudo de indicadores e seu uso no planejamento am-
biental, os índices desempenham papel de extrema importância. Desta
forma, os índices aparecem em qual sequência de formulação dos indi-
cadores?
a) Os índices são estabelecidos antes da criação dos indicadores.
b) Os índices são estabelecidos após a criação dos indicadores.
c) Os índices exprimem a realidade dos indicadores.
d) Os índices não exprimem a realidade dos indicadores.
e) Os índices são estabelecidos em conjunto com os indicadores, nem antes, nem depois.
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Questão 4
4- A OECD (Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvi-
mento) recomenda a adoção de três grupos de indicadores. Qual alterna-
tiva apresenta-os de forma correta?
a) Condição, Pressão e Monitoramento.
b) Estado, Condição e Monitoramento.
c) Estado, Condição e Resposta.
d) Condição, Resposta e Monitoramento.
e) Estado, Pressão e Resposta.
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Questão 5
5- Agregação exagerada e medir o que é mensurável em detrimento de
medir o que é importante. Qual o significado destas características para
o estudo de indicadores no planejamento ambiental?
a) São características de indicadores matemáticos e ambiental, respectivamente.
b) São características de indicadores ambiental e matemáticos, respectivamente.
c) São considerados erros comuns a se evitar na escolha de indicadores.
d) São considerados vícios de planejadores ambientais.
e) São características desejáveis nos planejamentos ambientais modernos.
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Gabarito
1. Resposta: C. de medições (variáveis quantitativas) ou
observações (para variáveis qualitativas)
Segundo Winograd & Farrow (2009 em tempos, lugares, populações, entre
apud MALHEIROS, COUTINHO & PHLIPPI outras, distintas.
JR., 2012), os dados são a base para
indicadores e informações, e por si só 3. Resposta: C.
não podem ser usados para interpretar
mudanças ou condições, ou seja, um Em planejamento ambiental, as
dado torna-se um indicador quando informações obtidas por meio
sua compreensão ultrapassa o número, dos indicadores selecionados,
a mensuração, no sentido de adquirir obrigatoriamente, devem ser
significado através da informação sistematizadas, ordenadas e agrupadas.
interpretada. Cabe aqui então discutir a conceituação
de índice. Os índices são entendidos,
2. Resposta: D. segundo Santos (2007), como o resultado
da combinação de um conjunto de
A questão dos indicadores reside parâmetros associados uns aos outros por
essencialmente na escolha da variável meio de uma relação pré-estabelecida que
ou das variáveis, cujos valores provêm dá origem a um novo e único valor. Nessa
138/222
associação são atribuídos valores relativos naturais (ar, água, recursos vivos).
a cada parâmetro que compõe o índice, e a 2. As pressões das atividades humanas
relação pode ser estabelecida por meio de sobre o meio (energia, transporte,
estatística, formulação analítica ou cálculo indústria, agricultura).
de razão matemática.
3. As respostas da sociedade pelo
resultado das pressões e condições
4. Resposta: E. do estado.
A forma mais usual de organizar os
5. Resposta: C.
indicadores, principalmente quando
o planejamento se fundamenta Deve-se por fim, levar em conta alguns
em princípios de desenvolvimento erros comuns a se evitar na escolha de
sustentável, é por meio da estrutura da indicadores:
OECD (Organização para a Cooperação
Econômica e Desenvolvimento) que • Agregação exagerada.
recomenda a adoção de três grupos de • Medir o que é mensurável em
indicadores: detrimento de medir o que é
1. O estado do meio e dos recursos importante.
139/222
Unidade 6
Política e Gestão Ambiental
Objetivos
140/222
Introdução
Nas sociedades antigas, de pouca complexidade tecnológica e/ou posse comunal dos bens
de produção, o poder ideológico representava a estratégia predominante de dominação. Nas
sociedades modernas, de maior complexidade tecnológica e diferenciação social, o poder
econômico passou a impor-se sobre as outras formas; em situações extremas, passou a ocupar
lócus específico dos outros poderes como o Estado (poder político), a arte, a cultura, a ciência, a
educação (poder ideológico).
142/222 Unidade 6 • Política e Gestão Ambiental
Nas sociedades contemporâneas, de desenvolver um sistema de valores que
extremamente complexas, esses três tipos defendam suas visões de mundo, seus
de poderes coexistem e se desenvolvem no interesses, e de pressionar o Estado para
sentido de manter a desigualdade entre as que estes também sejam contemplados em
sociedades. (BOBBIO; BOVERO, 1994 apud suas decisões.
ZIONI, 2005). De acordo com Zioni (2005), essa
Para exercer o consenso nessa percepção da relação Estado-Sociedade
“desigualdade”, o Estado deve convencer escapa totalmente de uma visão
todas as classes sociais sobre a determinista e valoriza o campo da ação
legitimidade de sua atuação. Essa tarefa é política indo, também, ao encontro de
realizada por meio de instituições sociais teorias do campo das ciências sociais,
como o sistema de ensino, a religião, a com enfoques mais contemporâneos
mídia e a indústria cultural. Vale lembrar que privilegiam a noção de ator sobre a
que essa esfera de atuação do Estado, de estruturas. Contribui, também, para
a esfera do consenso, não se limita um primeiro entendimento sobre o que
a promover uma difusão dos valores seriam políticas públicas: ações, projetos,
dominantes para o conjunto da sociedade. regulamentações, diretrizes, leis e normas
As classes populares também são capazes que o Estado desenvolve para administrar
143/222 Unidade 6 • Política e Gestão Ambiental
os diferentes interesses sociais. Diante dessas reflexões a característica
Para a mesma autora, a concepção de essencial do Estado seria a capacidade, o
Estado no Brasil foi sempre bastante papel social e histórico de mediar conflitos
marcada por uma redução estrutural- por meio de políticas que garantam o
funcionalista, concepção esta que acesso do conjunto dos membros de uma
acentuava seu papel para garantir a sociedade aos bens produzidos por ela
reprodução da ordem capitalista, da mesma. Essa representação de Estado-
acumulação de capital. Assim, uma Sociedade contempla o processo de
estrutura de classes definiria não somente construção de cidadania que, de acordo
uma situação de desigualdade, como com diferentes conjunturas, vem se
também determinaria todas as relações estendendo de maneira mais ou menos
políticas, todo processo decisório, fato que, limitada.
invariavelmente, levaria à manutenção de
um status de vantagens para as classes 2. Política e gestão ambiental
dominantes e desvantagens para os
A importância do estudo e compreensão
outros setores. Essas relações implicariam
do meio ambiente em maior profundidade,
na necessidade do uso da força, papel
levando em consideração uma abordagem
assumido integralmente pelo Estado.
144/222 Unidade 6 • Política e Gestão Ambiental
abrangente que seja integrada e sistêmica, de qualidade. E, para a execução
leva a afirmar que política e gestão dessa empreitada, precisa do apoio de
possuem uma relação intrínseca e até conhecimentos técnicos que lhe deem
mesmo ontológica, permitindo concluir possibilidades de controle da qualidade
que, pelo menos em teoria, uma não pode ambiental. Por meio de seus governos,
existir sem a outra. será capaz de elaborar políticas públicas
Isso significa que as políticas ambientais, prevendo intervenções diretas e indiretas,
por sua vez, para serem implementadas quer no ambiente natural, quer no
necessitam de um sistema de gestão construído.
adequado. Em outras palavras, é preciso As políticas públicas ambientais são assim
poder contar com uma gestão integrada consideradas como condição necessária
dos temas pertinentes ao setor, o que se e suficiente para se estabelecer um modus
materializa por meio de políticas públicas vivendi compatível com a capacidade de
que geram planos, programas e projetos. suporte territorial e, por conseguinte, com
De acordo com Philipp Jr. e Bruna (2014), o desenvolvimento autossustentável.
o Estado, como representante das Por isso, costuma-se responsabilizar
comunidades humanas, tem o dever o Estado pelos problemas ambientais
de proporcionar-lhes um ambiente gerados pelas comunidades humanas
145/222 Unidade 6 • Política e Gestão Ambiental
que vislumbram unicamente nesse sua execução destinam-se a atingir seus
Estado o poder de sanear todos os males objetivos. Quando esses objetivos estão
encontrados. Conceitualmente, o fato de relacionados com a proteção do meio
atribuir ao Estado dever de sanear o meio ambiente e são submetidos e aprovados
ambiente, controlando a qualidade do ar, pelos parlamentos, em seus diversos níveis,
da água, do solo, bem como a poluição tem-se a política ambiental.
gerada pelas atividades humanas, de certa Para Philipp Jr. e Bruna (2014), política
maneira não encontra opositores, pode-se pública é, portanto, um conjunto de
mesmo dizer que é uma voz corrente que diretrizes estabelecido pela sociedade,
vem se prolongando ao longo de muitos por meio de sua representação política,
anos (PHILIPP JR.; BRUNA, 2014). em forma de lei, visando à melhoria das
O sistema político congrega um condições de vida dessa sociedade.
conjunto de objetivos que informam As políticas de governo são aquelas que
determinados programas de ação de trazem propostas implementadas pelo
governo e condicionam sua execução. governo e estão diretamente vinculadas à
Como política é o conjunto de diretrizes administração que está exercendo o poder
advindas da sociedade, por meio de seus e que as tem como prioridade de ação
vários grupos, os programas de ação e durante seu mandato. Constituem políticas
146/222 Unidade 6 • Política e Gestão Ambiental
que podem ou não ter continuidade, fixem aqueles objetivos considerados
pois refletem um programa de governo, fundamentais a serem alcançados. Sua
podendo imprimir um aspecto específico, implementação deverá ser feita através de
conforme o grupo que está no poder. políticas governamentais.
Neste momento, podem ser destacadas
oito das principais leis que manifestam
Link políticas públicas nacionais que se
relacionam com questões do meio
Sobre políticas de governo e políticas de Estado:
ambiente:
distinções necessárias. Disponível em: <http://
www.institutomillenium.org.br/artigos/ 1. Política Nacional do Meio Ambiente.
sobre-politicas-de-governo-e-politicas-de- 2. Política Nacional de Saúde.
estado-distincoes-necessarias/>. Acesso em: 3. Política Nacional de Recursos
21 jun. 2015. Hídricos.
4. Política Nacional de Educação
Deve-se levar em conta a necessidade Ambiental.
de políticas nacionais que indiquem os 5. Política Nacional de Desenvolvimento
grandes rumos a serem seguidos e que Urbano.
147/222 Unidade 6 • Política e Gestão Ambiental
6. Política Nacional de Saneamento O tratamento multidisciplinar é, dessa
Ambiental. maneira, um requisito básico para o
7. Política Nacional sobre Mudança do enfrentamento de problemas desse tipo,
Clima. o que exige o trabalho de profissionais de
diferentes formações atuando de forma
8. Política Nacional de Resíduos Sólidos.
articulada e envolvendo a sociedade.
O campo da gestão ambiental é muito Portanto, a visão aqui explicitada é de
extenso. Essa extensão se explica, porque gestão ambiental com uma abordagem
o tema meio ambiente precisa ser integrada, que procura abranger
entendido em sua complexidade como simultaneamente as questões que
um conjunto de fatores que constituem interferem no meio ambiente – natural
o todo. Acontece que a extensão dos ou construído – bem como as interações
problemas costuma não ser conhecida envolvendo diferentes sistemas (PHILIPP
como decorrência das diversas facetas que JR.; BRUNA, 2014).
compõem as questões ambientais, como Há que se ampliar reflexões e estudos sobre
se fossem compartimentos independentes o espaço urbano em seu sentido ecológico.
cuja importância e emergência dependem
do problema a ser resolvido.
148/222 Unidade 6 • Política e Gestão Ambiental
estágio de degradação dos elementos da
Para saber mais natureza, exige urgente atuação da gestão
ambiental.
O espaço urbano brasileiro foi profundamente
A promoção da qualidade de vida,
marcado pelas dinâmicas ocorridas no século
escopo último da gestão ambiental, tem
XX e conta com uma elevada concentração
fortes vínculos com a saúde pública e
populacional em torno das cidades do
o planejamento territorial. Trata-se de
Sudeste. Disponível em: <http://www.
equacionar os problemas da convivência
mundoeducacao.com/geografia/o-espaco-
humana com os seus impactos negativos
urbano-brasileiro.htm>. Acesso em: 21 jun.
sobre a saúde pública e o meio ambiente.
2015.
Daí a importância da gestão ambiental.
O significado etimológico dos dois
Afinal, a cidade é por excelência o ambiente
vocábulos – gestão e ambiental – tem suas
do homem (COIMBRA, 1985 apud PHILIPPI
raízes na língua latina.
JR.: BRUNA, 2014). É nesse ambiente
– ecossistema construído – que são Gestão originou-se de gestioni, que
encontrados os mais graves indicadores exprime o ato de gerir. Gerir é um
de desequilíbrio. Este, provocado pelo verbo incomum no linguajar de cada
Lócus - é uma expressão em latim, que significa “no lugar” ou “no próprio local” e é equivalente
à expressão in situ. (Fonte: Disponível em: <http://www.significados.com.br/?s=l%C3%B3cus>.
Acesso em: 21 jun. 2015).
Ontológica – refere-se à ou característico da ontologia. Contrário ao ôntico - existência
concreta; refere-se ao sujeito em si mesmo, em sua complexidade irrestrita e indispensável.
(Fonte: Disponível em: <http://www.significados.com.br/?s=ontol%C3%B3gico>. Acesso em: 21
jun. 2015).
Modus vivendi - modo de viver. (Fonte: Disponível em: <http://www.dicionariodelatim.com.br/
modus-vivendi/>. Acesso em: 21 jun. 2015).
154/222
Considerações Finais
155/222
Referências
PHILIPPI JR., A; BRUNA, G.C. Política e gestão ambiental. In: PHILIPPI JR., A. Curso de gestão
ambiental. Barueri, SP: Manole. 2014. P. 707-765.
ZIONI, F. Sociedade, desenvolvimento e saneamento. In: PHILIPPI JR., A. Saneamento, saúde e
ambiente. Barueri, SP: Ed. Manole. 2005. p. 33-55.
Aula 6 - Tema: Política e Gestão Ambiental – Aula 6 - Tema: Política e Gestão Ambiental –
Parte I Parte II.
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
1d/55930bab9586b0dc7e7c9397effdb667>. b1dbc929c15c2d2e793249659af2be32>.
157/222
Questão 1
1- Quais as três principais formas de poder nas sociedades contemporâne-
as?
a) Territorial, Econômica e Política.
b) Econômica, Ideológica e Política.
c) Econômica, Política e Militar.
d) Militar, Ideológica e Territorial.
e) Ideológica, Militar e Política.
158/222
Questão 2
2- Qual o motivo de se afirmar que política e gestão possuem uma re-
lação intrínseca e até mesmo ontológica, permitindo concluir que, pelo
menos em teoria, uma não pode existir sem a outra?
a) Porque com a elaboração da política ambiental se faz necessário um sistema de gestão
para organizar a execução das políticas.
b) Porque existe exigência legal desta ligação, ou seja, somente é válido dentro da lei uma
política ambiental se existir a gestão.
c) Visto que a vontade da sociedade é expressa na política, o sistema de gestão ocorre de
forma natural na sua expressão.
d) Visto que sociedade e política andam juntas e assim o sistema de gestão é a
representação social desta junção.
e) Porque é uma obrigação do meio acadêmico e técnico dos planejadores ambientais
modernos.
159/222
Questão 3
3- Qual alternativa demonstra a correta diferença entre política pública e
política de governo?
a) Política pública expressa a vontade de um grupo social apenas e a política de governo
expressa a vontade do governo.
b) Política pública se relaciona com as políticas setoriais temporárias do mandato político do
governante e política de governo se relaciona com as diretrizes de governo nas suas ações.
c) Política pública visa beneficiar apenas o setor público e não o setor privado da economia
de uma sociedade e política de governo visa beneficiar o setor público e o setor privado da
economia de uma sociedade.
d) Política pública distingue os beneficiários pelos mais necessitados socialmente e a política
de governo beneficia a todos sem distinção.
e) Política pública expressa a vontade da sociedade e a política de governo expressa a
vontade do governo.
160/222
Questão 4
4- Por que se faz necessária a gestão ambiental no ambiente urbano?
a) Porque a presença do homem está concentrada no espaço urbano.
b) Porque somente na urbanidade é que os problemas ambientais se fazem presentes.
c) Porque deve-se equacionar no ambiente urbano os problemas da convivência humana
com os seus impactos negativos sobre a saúde pública e o meio ambiente.
d) Por ser considerado um sistema barato de resolução dos problemas ambientais urbanos.
e) Por ser considerado um sistema de rápida resposta frente aos problemas ambientais
urbanos.
161/222
Questão 5
5- Na concepção da política ambiental e assim da gestão ambiental, a
participação social se faz necessária e obrigatória?
a) Não, pois por se tratar de assunto técnico específico, se faz necessário a participação de
técnicos no assunto, apenas.
b) Sim, pois com a participação social se acelera o processo e diminui os custos operacionais
da construção das políticas e gestão ambiental.
c) Não, pois seria impossível no quesito tempo ouvir todos os setores da sociedade na
construção das políticas e gestão ambiental.
d) Sim, pois com a participação da sociedade é que o processo de criação das políticas e,
por conseguinte da gestão ambiental terá validade expressando a vontade social frente aos
problemas apresentados.
e) Depende, pois caso a sociedade não conheça os assuntos a serem estudados e não se
interesse em participar, esta não deve integrar a discussão política e de gestão ambiental, mas
caso a sociedade seja interessada e entendida este é desejável a sua presença.
162/222
Gabarito
1. Resposta: B. gestão integrada dos temas pertinentes
ao setor, o que se materializa por meio
Ao longo da história várias formas de de políticas públicas que geram planos,
conquista e manutenção do poder foram programas e projetos.
desenvolvidas no interior de diferentes
sociedades, visto que essa relação 3. Resposta: E.
assimétrica se vincula necessariamente
a uma desigualdade social preexistente. Para Philipp Jr. e Bruna (2014), política
Nas sociedades contemporâneas existem, pública é, portanto, um conjunto de
em nível formal, três principais formas de diretrizes estabelecido pela sociedade,
poder: econômica, ideológica e política. por meio de sua representação política,
em forma de lei, visando à melhoria das
2. Resposta: A. condições de vida dessa sociedade. As
políticas de governo são aquelas que
Isso significa que as políticas ambientais, trazem propostas implementadas pelo
para serem implementadas, necessitam de governo e estão diretamente vinculadas à
um sistema de gestão adequado. Em outras administração que está exercendo o poder
palavras, é preciso poder contar com uma e que as tem como prioridade de ação
163/222
Gabarito
durante seu mandato. Constituem políticas tem fortes vínculos com a saúde pública
que podem ou não ter continuidade, e o planejamento territorial. Trata-se de
pois refletem um programa de governo, equacionar os problemas da convivência
podendo imprimir um aspecto específico humana com os seus impactos negativos
conforme o grupo que está no poder. sobre a saúde pública e o meio ambiente.
Daí a importância da gestão ambiental.
4. Resposta: C.
5. Resposta: D.
A cidade é por excelência o ambiente do
homem (COIMBRA, 1985 apud PHILIPPI A prática do planejamento e gestão
JR.; BRUNA, 2014). É nesse ambiente ambiental se faz por meio da elaboração de
– ecossistema construído – que são políticas públicas ambientais direcionadas
encontrados os mais graves indicadores à sustentabilidade, ou seja, aquela que cria
de desequilíbrio. Este, provocado pelo condições para existência de equilíbrio
estágio de degradação dos elementos da entre as ações de governo – nas três
natureza, exige urgente atuação da gestão esferas – e as aspirações da sociedade, com
ambiental. A promoção da qualidade de vistas ao bem comum.
vida, escopo último da gestão ambiental,
164/222
Unidade 7
Política e Planejamento Territorial
Objetivos
165/222
Introdução poder público e à coletividade o dever de
defende-lo e preservá-lo para as presentes
Se você, futuro gestor ambiental, consultar e futuras gerações” (BRASIL, 1988).
a Constituição Brasileira, verá que esta
Uma vez que as responsabilidades a
estabelece que a República Federativa do
respeito das questões ambientais estão
Brasil é formada pela união dos Estados
colocadas sobre todos os entes federativos,
e Municípios e do Distrito Federal. Ela
de acordo com Philipp Jr. e Zualauf (1999),
caracteriza ainda a autonomia da União,
cabe aos municípios não só assumir
dos Estados, do Distrito Federal e dos
claramente sua parte como, também,
Municípios ao tratar da organização
estabelecer cooperação e parcerias com a
político-administrativa do Brasil (BRASIL,
União, os Estados, o Distrito Federal e os
1988). Ao mesmo tempo que caracteriza
outros municípios no encaminhamento
autonomia, a Constituição confere
de ações voltadas ao fiel cumprimento
competência aos entes federativos para
dos preceitos constitucionais. Cabe,
“proteger o meio ambiente e combater
por conseguinte, aos municípios
a poluição em qualquer de suas formas”
estruturarem-se para a implementação
(BRASIL, 1988). No seu artigo 225
ou aperfeiçoamento dos seus sistemas
consagra o meio ambiente como “bem
de gestão ambiental em termos técnicos,
de uso comum do povo e essencial à
tecnológicos e operacionais.
sadia qualidade de vida, impondo-se ao
184/222
Referências
ALMEIDA, J.R.; et al. Política e planejamento ambiental. 3. ed. 2. Reimpressão. Rio de Janeiro:
Thex, 2008. 480p.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado, 1988.
JORGE, W.E. Política e planejamento territorial. In: PHILIPPI JR, A. Curso de gestão ambiental.
Barueri, SP: Manole. 2014. p. 831-852.
PHILIPP JR, A.; ZUALAUF, W. Estruturação dos municípios para a criação e implementação do
sistema de gestão ambiental. In: PHILIPPI JR, A. Municípios e meio ambiente: perspectivas para
a municipalização da gestão ambiental no Brasil. São Paulo: Associação Nacional de Municípios
e Meio Ambiente, 1999. p. 47-56.
186/222
Questão 1
1- O planejamento territorial apresentado e discutido na leitura fundamen-
tal desta aula é atribuição de qual ente da sociedade?
a) Constituição.
b) Estado.
c) Empresariado.
d) A própria sociedade.
e) As Forças Armadas.
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Questão 2
2- Qual foi o processo estimulado pelo governo nos anos 1930 e poste-
rior que conferiu uma nova fisionomia às cidades, acelerando o processo
de urbanização?
188/222
Questão 3
3 - “Regulação, normatização, educação, comunicação e extensão”, fa-
zem parte de qual tipo de instrumento de política que o gestor ambiental
dispõe para sua implantação?
a) Proativo.
b) Repressivo.
c) Reativo.
d) Dissociativo.
e) Preventivo
189/222
Questão 4
4- Qual a diferença entre a Lei de Parcelamento do Solo e a Lei do Uso e
Ocupação do Solo?
a) A primeira visa definir os usos dos diversos espaços e as condições para a sua ocupação
em áreas urbanas e a segunda orienta o processo de expansão urbana, controlando a abertura
de novos loteamentos ou a divisão de áreas.
b) A primeira orienta o processo de expansão urbana, controlando a abertura de novos
loteamentos ou a divisão de áreas e a segunda visa definir os usos dos diversos espaços e as
condições para a sua ocupação em áreas urbanas.
c) A primeira diz respeito à divisão do solo tanto urbano quanto rural e a segunda diz
respeito ao uso do solo urbano, apenas.
d) A primeira diz respeito à divisão do solo urbano, apenas e a segunda diz respeito ao uso do
solo rural e urbano.
e) A primeira associa a possibilidade de divisão do solo ao valor dos terrenos e ao seu
respectivo zoneamento urbano e a segunda associa a possibilidade do uso e ocupação do solo
para moradias de baixa renda e comércios populares.
190/222
Questão 5
5- Quais as mudanças que a aplicação integrada e combinada dos ins-
trumentos de gestão ambiental exige da sociedade?
a) Mudanças econômicas.
b) Mudanças sociais.
c) Mudanças culturais.
d) Mudanças demográficas.
e) Mudanças ambientais.
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Gabarito
1. Resposta: B. trouxe ao Estado o apoio à consolidação
da burguesia industrial, que passou
O planejamento aqui estudado se refere a determinar os rumos da economia
a uma atividade vinculada ao Estado, brasileira. Nos anos seguintes a
qualquer que seja o nível territorial em que industrialização conferiu uma nova
ocorra. O planejamento regional ou, em fisionomia às cidades, acelerando o
um sentido mais amplo, o planejamento processo de urbanização, criando uma
territorial, é uma atividade vinculada ao população excluída que moldou as
Estado ou Federação, ou eventualmente, periferias urbanas e, principalmente,
a um consórcio de municípios. Essas expandiu e concentrou a rede urbana,
afirmações trazem consigo o conceito com a formação, inclusive das metrópoles
de que todo planejamento, por ser uma brasileiras.
atividade do Estado, tem necessariamente
um caráter político (JORGE, 2014). 3. Resposta: A
192/222
Gabarito
193/222
Gabarito
194/222
Unidade 8
Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade
Objetivos
195/222
Introdução
Os impasses que atualmente vêm caracterizando uma grande crise ecoambiental originam-se
de, e propagam-se por um padrão de conduta humana que marcou a modernidade no campo
da ciência, da moral, da tecnologia e da política. São, ao mesmo tempo, causa e efeito de um
jogo de domínio antropocêntrico sobre o homem e a natureza, em que o darwinismo social,
o materialismo e uma ética menor, como diria Freire (1997 apud MANTOVANELI JR.; 2012),
a ética do lucro, delimitam os parâmetros de desenvolvimento dos países ricos e pobres, ou
subdesenvolvidos.
Com o crescimento econômico ostensivo que as sociedades modernas têm vivido, concretizado
pela crescente industrialização, urbanização e estilo de vida baseado na produção e consumo
cada vez mais diversificados, cresce também a demanda pelo uso de recursos naturais, gerando
intenso impacto ambiental.
Nas cidades, esse processo ficou mais visível nas últimas décadas, quando a concentração
198/222 Unidade 8 • Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade
urbana cresceu sobremaneira. No século meio rural. Entre os inúmeros impactos,
XXI, a maioria da população urbana destacam-se os resultantes de uma cultura
continuará a viver em cidades com menos de consumo, não necessariamente baseada
de 500 mil habitantes e em cidades ditas em necessidades reais. Atualmente,
intermediárias, com populações entre metade da população mundial urbana
um e cinco milhões (ONU-Habitat, 2010 consome em média três quartos da energia
apud GIARETTA; FERNANDES; PHILIPPI produzida no planeta e geram três quartos
JR., 2012). A migração para as cidades é dos resíduos.
justificada pelas oportunidades oferecidas No bojo das discussões sobre
nos centros urbanos, como empregos, desenvolvimento sustentável e gestão
educação e saúde, opções de lazer e fluxos ambiental, de acordo com Fernandes
sociais, culturais, econômicos e de poder. e Sampaio (2008 apud GIARETTA;
Por dedução, segundo Rogers (2001 apud FERNANDES; PHILIPPI JR., 2012), as cidades
GIARETTA; FERNANDES; PHILIPPI JR., 2012), constituem espaço fundamental para
é nas cidades que ocorre grande parte uma mudança de paradigma, não só em
dos impactos ambientais das atividades relação ao uso dos recursos naturais,
produtivas, sendo elas também a origem mas na construção da territorialidade e
de muitos impactos que ocorrem no consequentemente nos seus processos de
199/222 Unidade 8 • Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade
gestão. acerca da realidade e consequente
Em continuidade, os mesmos autores citam engajamento e participação social.
as cidades como o locus desse processo, O município é formado pelos seguintes
porque é onde vive a maior parte da ambientes que permanecem relacionados
população brasileira e, portanto, segundo entre si: urbano, que contempla circulação
boa parcela das correntes teóricas que de pessoas, trabalho, lazer, habitações,
vêm pensando a gestão ambiental, é o saneamento, dentre outros; rural, que
locus também onde se pode construir uma abriga atividades agrícolas e minerais,
ação democrática de gestão apoiada na basicamente o setor primário de produção;
participação social, como sustentação de e primevo, com característica específicas
um processo durável que não se esvai a de cada região, reservas e identidades
cada troca de governo. do ecossistema (PHILIPPI JR., et al, 2004).
Assim, a gestão urbana, que implica Destes, ganha destaque o ambiente
atualmente muito fortemente o desafio urbano, no qual se constitui o espaço de
de equacionar também as questões maior ocupação, abrigando as relações
socioambientais, deve levar em conta o de trabalho e residenciais, permeado,
contexto e a população envolvida nesse portanto, de ações antrópicas.
contexto, considerando seu conhecimento No Brasil, os municípios só ganharam
200/222 Unidade 8 • Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade
reconhecimento para a adoção de ações bem-estar de seus cidadãos; entretanto,
relevantes à proteção dos recursos para chegar a isto, ele necessita capacitar-
naturais a partir da promulgação da se, preparar-se e enfrentar os conflitos, o
Constituição Federal 1988. A partir da que gera a tomada de posição em relação
Resolução CONAMA 237/97, os municípios a um tema abrangente e pouco conhecido,
passam a ter diretrizes para exercício como é a questão ambiental”. (FRANCO,
de licenciamentos ambientais, tendo 1999, p. 21 apud GIARETTA; FERNANDES;
como obrigatoriedade para esta ação, a PHILIPPI JR., 2012).
implementação de conselhos municipais Para que isso ocorra, esses mesmos
de meio ambiente com caráter deliberativo autores sugerem alguns princípios, a saber:
e participação social, além de possuírem ou
terem à disposição profissional habilitado • Ter um número de servidores
para exercer esta ação (FERNANDES; adequados às necessidades dos
SAMPAIO, 2008 apud GIARETTA; municípios.
FERNANDES; PHILIPPI JR., 2012). • Poder contar com apoio externo
Cada município tem dever e como de universidades, ONG
responsabilidades de promover: “a defesa (Organização Não Governamental),
de seu patrimônio, natural ou cultural e do e instituições que possam trazer
201/222 Unidade 8 • Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade
saberes privilegiados da cidade para cidades, as sedes dos municípios, é mais
melhor capacitação dos funcionários. reduzido, principalmente naquelas mais
• Evitar superposições e conflitos urbanizadas e que, muitas vezes, possuem
entre equipes, buscando sinergias e áreas urbanas fragmentadas e dispersas.
cooperação institucionais. No ambiente construído das cidades
• Evitar procedimentos longos e ocorrem as relações entre o sistema
burocratizados, substituindo-os natural, formado pelos meios físico e
por caminhos mais curtos, ágeis e biológico, e o sistema antrópico, composto
eficazes. pelo elemento humano e suas atividades,
constituindo o que se chama ecossistema
• Divulgar para todos os níveis de urbano. As necessidades e dinâmicas desse
parceiros e corresponsáveis as ações ecossistema que abriga o ser humano vão
desenvolvidas, suas dinâmicas, além das biológicas, abrangendo também
prazos e justificativa, facilitando o aspectos culturais, sociais e econômicos
conhecimento de todos sobre as (MOTA, 1999 apud JORGE; BRUNA, 2014).
ações realizadas pelo município.
Assim, diz Reissman (1970 apud JORGE;
BRUNA, 2014), a cidade pode ser
Muitas vezes o ambiente natural nas
considerada como um grande invento
202/222 Unidade 8 • Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade
humano e para tanto precisa organizar futuras. Como cooperar com as condições
esse sistema e viver em área urbana e do meio ambiente produzindo um
ocupar o meio ambiente, ou seja, organizar equilíbrio entre o uso de recursos naturais
sua gestão. Muitos dos problemas dessa sem desgastar o planeta, de modo que as
gestão da cidade hoje são os mesmos de novas gerações ainda possam viver com
antigamente, talvez em escala diferente qualidade ambiental?
devido ao tamanho da comunidade. A No final do século XX, segundo Silva et
água para beber e o tratamento do esgoto al. (2007 apud JORGE; BRUNA, 2014),
sempre foram necessários, mas atualmente buscavam-se modelos de gestão que se
a escala desses serviços é extremamente distanciavam-se dos modelos tradicionais
grande, demandando maior atenção e e autoritários e que pudessem absorver a
melhor tecnologia para o desenvolvimento participação da sociedade e permitir maior
desses serviços. transparência. Assim, em face deste novo
Também, nesse processo ecológico, são paradigma governamental que surgiu, o
utilizados insumos do meio natural e ficam desenvolvimento com bases sustentáveis
os rejeitos e mais insumos são usados e torna os aspectos econômico, social,
mais rejeitos são produzidos, formando ambiental e institucional mais complexo,
um desafio para as gerações atuais e as o que exigiu uma nova forma de gestão,
203/222 Unidade 8 • Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade
que, por ser compartilhada e democrática, de diferentes origens, como ONGs,
denominou-se de governança. empresários, sociedade civil organizada
A governança é um conceito ou não, e órgãos públicos. Nesse sentido, a
suficientemente amplo para incluir o governança qualifica o uso da autoridade
governo, indivíduos, instituições públicas do Estado. Envolve, portanto, a forma
e privadas para administrar os problemas como o poder é exercido, ou seja, como
e objetivos comuns. Isto pode acontecer é a relação entre o Estado e os grupos
de maneira formal e institucional, mas organizados da sociedade nos processos
pode também ser informal. Em função do de tomada de decisão, de monitoramento
estabelecimento de objetivos comuns, e implementação das políticas públicas
no entanto, raramente é necessária a (ANASTÁCIA; AZEVEDO, 2002 apud JORGE;
utilização de coerção para se implantar BRUNA, 2014).
decisões tomadas nesse tipo de processo. Como a governança necessariamente inclui
Para Gohn (2007 apud JORGE; BRUNA, participação de outros atores que não
2014), a governança local refere-se a apenas o poder público, ela é considerada
um sistema de governo formado por mais ampla que o governo (GONÇALVES,
um universo de parcerias e gestão 2006 apud JORGE; BRUNA, 2014). Essas
compartilhada entre diversos atores questões de governança se destacam
204/222 Unidade 8 • Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade
principalmente em um período em que impulsionar o desenvolvimento local
as interdependências estão crescendo tem sido o foco de discussão nos últimos
e o desafio da governança passa a gerar tempos. O objetivo, contudo, é mais amplo:
princípios normativos capazes de alterar o um desenvolvimento efetivo, alicerçado
comportamento de grupos, influenciando nas dimensões da sustentabilidade.
comportamentos individuais apropriados. Essas dimensões, elencadas por Sachs
Desse modo, destaca-se, por exemplo, (1993 apud JORGE; BRUNA, 2014), vêm
o limite de uso do solo, tanto urbano sendo revisitadas constantemente nos
quanto rural, introduzindo mecanismos eventos debatedores da temática da
de compartilhamento de custo e de sustentabilidade:
responsabilidades, entre outros. Desse Sustentabilidade ecológico-ambiental:
modo, não mais se aceita um crescimento refere-se à base física do processo de
econômico que ignore os impactos no desenvolvimento e objetiva a conservação
meio ambiente, pois se deve lutar para e uso racional do estoque de recursos
organizar sociedades que partilhem, naturais incorporados às atividades
simultaneamente, o desenvolvimento produtivas e à manutenção da capacidade
econômico, social e ambiental. de carga dos ecossistemas, ou seja, da
A busca por alternativas que possibilitem capacidade do meio ambiente para
205/222 Unidade 8 • Novas Tendências de Planejamento, Política e Sustentabilidade
absorver e recuperar-se das agressões Sustentabilidade demográfica
antrópicas. ou espacial: renovada por teorias
Sustentabilidade econômica: permite neomalthusianas, refere-se à capacidade
a manutenção de um crescimento de suporte do planeta ante o crescimento
econômico cujas variáveis não afetem desenfreado da população e suas
de forma negativa as demais dimensões. consequentes características, como
Constitui-se em um desafio e pivô de ocupação irregular do espaço, migração
grande parte das controvérsias em etc.
torno do conceito de desenvolvimento
sustentável, pois a introdução da ética no
campo da economia faz que o conceito de
Link
sustentabilidade econômica permaneça A Teoria Neomalthusiana defende o
um tanto vago e obscuro. Essa dimensão controle do crescimento populacional
pressuporia a desconstrução do modelo para conter o avanço da miséria nos países
alicerçado no utilitarismo econômico e a subdesenvolvidos. Disponível em: <http://www.
consequente reconstrução de um novo mundoeducacao.com/geografia/teoria-
modelo. neomalthusiana.htm>. Acesso em: 22 jun.
2015.
Glossário
Governança - deriva do termo governo, e pode ter várias interpretações, dependendo do
enfoque. (Fonte: Disponível em: <http://www.significados.com.br/?s=governan%C3%A7a>.
Acesso em: 22 jun. 2015.
Vanguarda - frente, dianteira. (Fonte: Disponível em: <http://www.significados.com.br/
vanguarda/>. Acesso em: 22 jun. 2015).
211/222
Considerações Finais
212/222
Referências
ALMEIDA, J.R.; et al. Política e planejamento ambiental. 3. ed. 2. Reimpressão. Rio de Janeiro:
Thex, 2008. 480p.
DALLABRIDA, I.S. Gestão consorciada intermunicipal para sustentabilidade. In: PHILIPPI JR., A.
SAMPAIO, C. A. C.; FERNANDES, V. Gestão de natureza pública e sustentabilidade. Barueri, SP:
Manole. 2012. p. 57-89.
GIARETTA, J. B. Z. O município como ente central na gestão ambiental brasileira. In: PHILIPPI JR.,
A. SAMPAIO, C. A. C.; FERNANDES, V. Gestão de natureza pública e sustentabilidade. Barueri,
SP: Manole. 2012. p. 179-208.
JORGE, P. R.; BRUNA, G. C. Governança municipal como ferramenta para o desenvolvimento
sustentável. In: PHILIPPI JR., A.; ROMERO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental.
Barueri, SP: Manole. 2014. p. 57-89.
MANTOVANELI JR, G. A sustentabilidade como projeto para a cidadania planetária. In: PHILIPPI
JR., A. SAMPAIO, C. A. C.; FERNANDES, V. Gestão de natureza pública e sustentabilidade.
Barueri, SP: Manole. 2012. p. 57-89.
PHILIPPI JR., A. et al. Uma introdução à gestão ambiental. In: PHILIPPI JR, A. et al. (orgs.). Curso
de gestão ambiental. Barueri, SP: Manole. 2004. p. 03-15.
214/222
Questão 1
1- Existe uma tendência que relaciona complexidade nos ecossistemas e
seu estágio de amadurecimento e por sequência nos ecossistemas urba-
nos. Qual é esta tendência?
a) Verticalização da complexidade.
b) Manutenção da complexidade.
c) Redução da complexidade.
d) Alteração da complexidade.
e) Aumento da complexidade.
215/222
Questão 2
2- “Não retirar da natureza mais que a sua capacidade de reciclagem e
não lançar nos ecossistemas mais que sua capacidade de absorção” re-
quer mais que conhecimento dos limites da natureza, ou seja, requer:
a) Maiores investimentos em produção limpa e em sistemas de aterros sanitários adequados.
b) Maiores investimentos financeiros em materiais recicláveis.
c) Novos valores de mediação da relação sociedade-natureza, entre espaço individual e
coletivo, entre gerações presentes e futuras.
d) Novos valores de educação ambiental direcionados as gerações atuais, afim de minimizar
os impactos futuros.
e) Maiores investimentos financeiros em educação ambiental direcionados as gerações
atuais, afim de minimizar os impactos futuros.
216/222
Questão 3
3- Quais os três componentes de um município que segundo Philippi Jr.
et al, (2004), permanecem relacionados entre si?
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Questão 4
4 - O que significa nas diversas dimensões da sustentabilidade, a susten-
tabilidade demográfica ou espacial?
a) Está ligada ao próprio desenho das instituições que regulam a sociedade e a economia as
dimensões sociais e políticas da sustentabilidade em seus conteúdos macro.
b) Está ligada ao processo de construção da cidadania, à garantia do pleno acesso dos
indivíduos aos direitos e garantias fundamentais e à participação dos cidadãos nos processos
de desenvolvimento.
c) Refere-se à manutenção da diversidade em sentido mais amplo, isto é, à preservação de
valores, costumes, práticas e toda e qualquer manifestação que represente a identidade de um
povo, um grupo, uma nação, uma região.
d) Refere-se à base física do processo de desenvolvimento e objetiva a conservação e uso
racional do estoque de recursos naturais.
e) Refere-se à capacidade de suporte do planeta ante o crescimento desenfreado da
população e suas consequentes características, como ocupação irregular do espaço, migração
etc.
218/222
Questão 5
5- Qual é a iniciativa apresentada na leitura fundamental como inova-
dora e eficaz segundo diversos autores para o gerenciamento ambiental
territorial pelos municípios?
a) Convênios.
b) Consórcios.
c) Programas e Projetos.
d) Planejamentos.
e) Parcerias.
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Gabarito
1. Resposta: E. relação ao uso dos recursos naturais,
mas na construção da territorialidade e
Todos os ecossistemas tendem ao aumento consequentemente nos seus processos de
da complexidade e a estágios mais gestão.
maduros da sucessão. Isso sucede também
nos ecossistemas urbanos e assim se 3. Resposta: A.
comprova que a complexidade do conjunto
da cidade tem tendência a aumentar. O município é formado pelos seguintes
ambientes que permanecem relacionados
2. Resposta: C. entre si: urbano, que contempla circulação
de pessoas, trabalho, lazer, habitações,
No bojo das discussões sobre saneamento, dentre outros; rural, que
desenvolvimento sustentável e gestão abriga atividades agrícolas e minerais,
ambiental, de acordo com Fernandes basicamente o setor primário de produção;
e Sampaio (2008 apud GIARETTA; e primevo, com característica específicas
FERNANDES; PHILIPPI JR., 2012), as cidades de cada região, reservas e identidades do
constituem espaço fundamental para ecossistema (PHILIPPI JR., et al, 2004).
uma mudança de paradigma, não só em
220/222
Gabarito
4. Resposta: E. ocupação irregular do espaço, migração
etc.
A busca por alternativas que possibilitem
impulsionar o desenvolvimento local 5. Resposta: B.
tem sido o foco de discussão nos últimos
tempos. O objetivo, contudo, é mais amplo: Evoca-se o desenvolvimento e/ou
um desenvolvimento efetivo, alicerçado mudanças institucionais das organizações
nas dimensões da sustentabilidade. do governo da sociedade civil e dos
Essas dimensões, elencadas por Sachs agentes produtivos, buscando a criação
(1993 apud JORGE; BRUNA, 2014), vêm de novas ou reformulação de antigas
sendo revisitadas constantemente nos formas de articulação entre essas esferas
eventos debatedores da temática da (DALLABRIDA; PELLIN, 2012). Para
sustentabilidade: sustentabilidade estes autores, a criação de consórcios
demográfica ou espacial: renovada por intermunicipais revela-se uma iniciativa
teorias neomalthusianas, refere-se à muito eficaz.
capacidade de suporte do planeta ante o
crescimento desenfreado da população e
suas consequentes características, como
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