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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO E DESPORTO ESCOLAR

WILSON MIRANDA LIMA


Governador do Estado do Amazonas

ARLETE FERREIRA MENDONÇA


Secretária de Estado de Educação e Desporto Escolar

ROSANA APARECIDA FREIRE NUNES


Secretária Executiva de Educação e Desporto Escolar

LUIZ HENRIQUE PACHECO DA SILVA


Secretária Executiva Adjunta de Gestão

EDILENE FERREIRA PINHEIRO


Secretária Executiva Adjunta da Capital

ANA MARIA ARAÚJO DE FREITAS


Secretária Executiva Adjunta do Interior

GEORGETE BORGES MONTEIRO


Secretária Executiva Adjunta Pedagógica

HADAQUEL DA SILVA ALCÂNTARA


Coordenadora do Comitê da Reforma de Ensino Médio e Currículo

ERIBERTO BARROSO FAÇANHA FILHO


Diretor do Departamento de Políticas e Programas Educacionais

MANOEL FEITOSA JEFFREYS


Gerente do Núcleo de Gestão Curricular

YAMILES PINTO SOUZA


Gerente de Ensino Regular

LÚCIA REGINA DOS SANTOS ANDRADE


Coordenadora do Ensino Médio
FICHA TÉCNICA

Comitê da Reforma do Ensino Médio e Currículo


Hadaquel da Silva Alcântara
Hellen Grace Melo Gomes
Ivânia Miranda Rodrigues Cardoso
Karol Regina Soares Benfica
Márcia Kazumi Okura Kikuchi
Rauciele da Silva Cazuza

Coordenação Responsável do Núcleo de Gestão Curricular- NGC


Manoel Feitosa Jeffreys

Equipe Executora do NGC


Caroline Correa Viana
Francisco Karyvaldo Magalhães Secundino
Jaqueline de Oliveira Gonçalves
Josildo Severino de Oliveira
Manoel Feitosa Jeffreys

Redatores Especialistas - SEDUC


Audres Marta Carvalho Gomes
Camila Thaís Maués Souza
Caroline Viana
Thelma de Oliveira Prado

Leitores Críticos e Analíticos


Caroline Viana
Jaqueline de Oliveira Gonçalves
Manoel Feitosa Jeffreys

Diagramação e Capa adaptada


Adriel Medeiros de Araújo
Caroline Correa Viana
APRESENTAÇÃO

O ano de 2024 encerra o primeiro ciclo de implementação do Novo Ensino Médio da


rede de ensino estadual. Momento de consolidação e ratificação dos saberes
trabalhados e que irão contribuir de forma significativa aos estudantes em suas vidas
profissionais e/ou trajetórias acadêmicas: um período marcado por expectativas, desafios
e escolhas que encerra a jornada da Educação Básica e prospecta o início a uma nova
fase da vida pós Ensino Médio.
O desfecho desse primeiro ciclo reflete o empenho, zelo e responsabilidade com que
o Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação e
Desporto Escolar (SEDUC/AM), vem conduzindo a reforma do Ensino Médio e Currículo
em nossas unidades educacionais. Desde o início, nosso compromisso é de garantir as
orientações pedagógicas necessárias à maestria das inovações curriculares presentes
na Proposta Curricular e Pedagógica do Ensino Médio.
Nessa perspectiva que apresentamos neste documento o Portfólio das Trilhas de
Aprofundamento, compreendidas como um conjunto de aprendizagens para aprofundar
e/ou expandir os conhecimentos advindos da Formação Geral Básica (FGB),
considerando os interesses e as potencialidades dos estudantes, visando ampliar o
entendimento acerca da realidade social e do mundo do trabalho de forma articulada
com temas atuais e transversais.
Em síntese, os conhecimentos abordados ao longo deste portfólio, por oportunizarem
aprendizagens providas de utilidade e justiça social, contribuirão de forma significativa na
formação integral de nossos estudantes do Ensino Médio, favorecendo a formação de
cidadãos críticos e autônomos, preparados para a vida profissional e/ou acadêmica.

Boas aprendizagens!

ARLETE FERREIRA MENDONÇA


Secretária de Estado de Educação e Desporto Escolar
LISTA DE SIGLAS

AAE – Agenda Ambiental Escolar


ABP – Aprendizagem Baseada em Problemas
BNCC – Base Nacional Comum Curricular
CEEA – Comitê Escolar de Educação Ambiental
CMEA – Comitê Municipal Ambiental
CNIJMA – Conferência Infanto Juvenil pelo Maio Ambiente
CNIJMA – Conferência Infanto Juvenil pelo Meio Ambiente
COM – VIDA – Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida
EA – Educação Ambiental
IPAAM – Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas
ODM – Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
ONU – Organização das Nações Unidas
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
ProNEA – Programa Nacional de Educação Ambiental
PROPACC – Proposta de Participação – Ação para a Construção do Conhecimento
SEDUC – Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar
SEMA – Secretaria de Meio Ambiente
UC – Unidade de Conservação
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
ONG – Organização Não – Governamental
CNE – Conselho Nacional de Educação
MEC – Ministério de Educação e Cultura
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
MMA – Ministério do Meio Ambiente
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 7

UNIDADE 1: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE ............................... 9


1.1. Conceito de Educação Ambiental e de Sustentabilidade .................................... 10
1.2. Princípios e Objetivos da Educação Ambiental ................................................... 15
1.3. Marco Histórico da Educação Ambiental ............................................................. 19
1.4. Legislação da Educação Ambiental ..................................................................... 24
1.5. Pré-Projeto: Jovens protagonistas e boas práticas para uma sociedade
sustentável ........................................................................................................... 25

UNIDADE 2: OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGENDA


AMBIENTAL ESCOLAR ................................................................................................ 30
2.1. Abordagem dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ................... 33
2.2. Abordagem da Agenda Ambiental Escolar .......................................................... 38
2.3. Relação entre Agenda Ambiental Escolar e os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável .......................................................................................................... 41
2.4. Pré Projeto: Jovens protagonistas e boas práticas para uma sociedade
sustentável ........................................................................................................... 47

UNIDADE 3: EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL ............................................... 48


3.1. Conceitos e finalidades do Empreendedorismo Sustentável ............................... 49
3.2. O Uso Racional dos Recursos Ambientais .......................................................... 54
* Agricultura familiar: produtos orgânicos ............................................................ 57
* Turismo e artesanatos sustentáveis .................................................................. 59
* Couros ecológicos ............................................................................................. 61
* Madeira Certificada ............................................................................................ 64
3.3. Pré Projeto: Jovens protagonistas e boas práticas para uma sociedade
sustentável............................................................................................................ 65
3.3.1. Elaboração de um Plano de Ação de empreendedorismo sustentável na
escola ............................................................................................................. 65

UNIDADE 4: SUSTENTABILIDADE NO MODO DE VIDA NO AMAZONAS ................ 66


4.1. Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável ............................................... 66
4.2. Sustentabilidade na Amazônia ............................................................................. 73
4.3. Educar para o consumo ....................................................................................... 74
4.4. Projeto: Jovens protagonistas e boas práticas para uma sociedade sustentável 77
APRESENTAÇÃO

Olá, amigos!

É com grande satisfação que apresentamos a Unidade Comum Curricular Educação


Ambiental e Sustentabilidade no Amazonas, como parte dos itinerários formativos para
os educandos do 3º ano do Ensino Médio. Este itinerário foi elaborado tendo em vista o
art. 6º, das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, Inciso III e IV que
define os itinerários como “cada conjunto de unidades curriculares que possibilitam ao
estudante aprofundar conhecimentos e se preparar para o prosseguimento de estudos
ou para o mundo do trabalho de forma a contribuir para construção de soluções de
problemas específicos da sociedade”, assim como cumpre o “objetivo de desenvolver
competências específicas, com elementos, com carga horária pré-definida, formadas
pelo conjunto de estratégias como unidade comum curricular”.
Portanto, a construção desta unidade curricular foi levada em consideração as
competências gerais ligadas aos quatro eixos estruturantes, a área de Ciências da
Natureza e aos temas contemporâneos transversais, especificamente a Macroárea
“Meio Ambiente” que abriga dois temas importantes: Educação Ambiental e Educação
para o Consumo. “Temas que visam à formação cidadã e integral, a partir de conteúdos
tratados na escola”, de acordo com BRASIL, 2022, p. 23.
Este caderno tem como objetivo fornecer uma valiosa ferramenta para enriquecer
suas práticas pedagógicas e engajar os alunos em questões relevantes sobre a
preservação e ou conservação do meio ambiente para a sustentabilidade, com foco em
especial na região Amazônica. Ao capacitar os educandos com conhecimentos sólidos
e conscientes, esperamos formar cidadãos comprometidos com um futuro mais
sustentável e harmonioso do estado do Amazonas.
O caderno está organizado em quatro unidades, promovendo um suporte para seu
planejamento até a execução das atividades em sala de aula. Isso inclui a definição de
objetivos claros para cada unidade, a seleção de conteúdos relevantes, a escolha de
metodologias adaptadas, recursos didáticos e estratégias de avaliação ao longo das
quatro unidades temáticas.
Na primeira unidade, Educação Ambiental e Sustentabilidade, abordaremos
conceitos fundamentais de educação ambiental e sustentabilidade. Nesta unidade os
educadores e educandos exploram temas como a preservação do meio ambiente, os
principais desafios ambientais enfrentados na região amazônica e o papel da educação
ambiental na conscientização e mudança de comportamento.
Na segunda unidade, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e Agenda Ambiental
Escolar, vamos aprofundar o conhecimento sobre os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS/2030) almejados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e sua
importância para a Amazônia.

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Os educandos serão incentivados a analisar como esses objetivos podem ser
alcançados por meio de ações práticas e medidas de controle. Além disso,
apresentaremos a Agenda Ambiental Escolar, destacando o papel das escolas como
agentes de transformação para um futuro sustentável.
Na terceira unidade, Empreendedorismo Sustentável, o foco será no
empreendedorismo sustentável como uma solução para a promoção do
desenvolvimento econômico na Amazônia sem comprometer a integridade ambiental.
Os educandos aprenderão sobre práticas empreendedoras inovadoras, responsáveis e
amigáveis ao meio ambiente, além de entenderem como essas iniciativas podem
contribuir para o bem-estar social e a preservação dos recursos naturais.
A última unidade, Sustentabilidade, irá aprofundar o estudo da sustentabilidade
na região amazônica, considerando suas particularidades e desafios específicos. Os
alunos terão a oportunidade de explorar a biodiversidade única da Amazônia e a
importância de sua conservação para o equilíbrio global do ecossistema. Também
serão aplicadas práticas à realidades local, incentivando o protagonismo dos
educandos na busca por soluções para os problemas ambientais enfrentados na
região.
O presente caderno também atua como um guia de apoio à formação continuada
dos educadores, promovendo uma atualização dos conhecimentos sobre a temática
ambiental e sustentável, onde é possível aprofundar nos conteúdos apresentados e
enriquecer suas próprias capacidades como agentes transformadores na educação
ambiental. Além disso, ao seguir a proposta do caderno, os educadores podem
garantir uma abordagem mais integrada e abrangente do tema, realizar seu
planejamento de forma interdisciplinar, articulando os diferentes aspectos da
Educação Ambiental e Sustentabilidade na Amazônia e relacionando-os com o
contexto dos educandos e da comunidade escolar.
Vamos juntos trilhar o caminho da Educação Ambiental e Sustentabilidade na
Amazônia!

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UNIDADE 1: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

Para introduzir o conhecimento da educação ambiental e sustentabilidade no Amazonas


é necessário levar os estudantes a compreenderem os conceitos, objetivos, princípios e a
construção do processo histórico da luta pela preservação dos recursos naturais, além de
saber onde nossas ações em prol de um ambiente mais saudável estão amparadas na
legislação. Nesta trilha, sugerimos um trabalho pela abordagem da educação Estético-
Ambiental, metodologia que surge de uma educação baseada em valores, e que demanda o
estabelecimento de relações estéticas, seja pelo contato com o belo, seja pelo ambiente
natural.
Segundo Dolci e Simões (2022, p. 4), a abordagem estético ambiental é relevante por
estar relacionada a uma educação sensível, onde o foco está em compreender os sujeitos e
suas inter-relações com o mundo e seu entorno por meio do autoconhecimento, da empatia e
da reflexão crítica e consciente sobre suas condições de mundo, para “educar enquanto se
educa, em um processo compartilhado entre os sujeitos envolvidos”. As autoras
complementam dizendo que:

Esse processo ocorre mediante linguagens artísticas e sensíveis,


ludicidade e corporeidade, atraindo o foco da atenção do educando e
suscitando a significação das experiências por meio dos sentimentos.
(DOLCI e SIMÕES, 2022, p. 4)

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Para a construção de conceitos e reflexões é necessário questionar e socializar ideias a
fim de fazer a relação com seus costumes, maneiras de lidar com o outro, proporcionar boa
convivência em sociedade e com a preocupação das questões socioambientais, no usufruto
dos recursos naturais de uso coletivo no planeta. Neste sentido a educação ambiental
caminha com essa premissa, incutindo no indivíduo saberes necessários que se faça a partir
da fase infantil e que se prolongue por toda sua vida. Então a proposta pedagógica pode
conter uma trilha com apresentação (conceitos, vídeos e discursos), trilhas (visita em
parques, área verde, ou por meio do uso de recursos digitais (YouTube, parques nacionais), e
por fim formulários (trabalho avaliativo do seu itinerário com quiz, podcast, perguntas e
respostas ou auto avaliativo).

1.1. Conceito de Educação Ambiental e de


Sustentabilidade

Podemos dizer que a Educação Ambiental é um campo


de estudo e prática que surgiu como resposta aos desafios
ambientais globais, tendo como principal objetivo
sensibilizar e envolver as pessoas na busca de soluções
para os problemas ambientais, promovendo a
sustentabilidade e a conservação do meio ambiente.
Vamos encontrar diferentes definições para Educação
Ambiental, desde as conferências internacionais,
congressos, agendas e previstos na legislação ambiental.

Para levar os estudantes a conhecerem estes conceitos, considere os fundamentos da


educação estético-ambiental que busca, por meio de uma abordagem holística e de práticas
de sensibilização, a transformação do nosso modo de pensar e de agir, através do
pensamento de Pablo René Estévez Rodriguez (2022), que nos traz esta modalidade de
educação em valores com orientação transversal, transcultural, transartística e
transdisciplinar. Portanto, convide seus colegas de outras disciplinas para trabalhar de forma
interdisciplinar.

Conheça alguns conceitos da Educação Ambiental por meio das leis


ambientais. Reflita com seus alunos!

A Educação Ambiental está prevista na Constituição Federal de 1988, “Artigo 225


– Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações”.

Na Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, que instituiu a Política Nacional do


Meio Ambiente: “Educação Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na
defesa do meio ambiente” (inciso X, do artigo 2º). 10
Na Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), Lei nº 9.9795/99, Art. 1º
“Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade”.

Faz parte do público da educação ambiental integrantes da educação formal e


não-formal, seção II e II da Lei n 9.9795/99. Art. 10. A educação ambiental será
desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente
em todos os níveis e modalidades do ensino formal; Art. 13. Entendem-se por
educação ambiental não formal as ações e práticas educativas voltadas à
sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua
organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.

PARA SABER MAIS...

SORRENTINO, Marcos. TRAJBER, Rachel. MENDONÇA, Patrícia. FERRARO


JUNIOR, Luiz Antonio. Educação Ambiental como Política Pública. Educ.
Pesquise/online - 2005, Vol. 31, n.2, pp. 285-299. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-
97022005000200010&script=sci_abstract&tlng=p. Acesso: em 23/06/2023.

GUEDES. Valdir Lamim. CRISE AMBIENTAL, SUSTENTABILIDADE E QUESTÕES


SOCIOAMBIENTAIS. Ensaio – Ciências em Tela – Vol. 6, nº 2, 2013. Disponível em:
http://www.cienciaemtela.nutes.ufrj.br/artigos/0602es01.pdf. Acesso:25/06/2023

Mediante os conceitos sobre Educação Ambiental apresentados nas leis, também


encontraremos didaticamente as demandas de Educação Ambiental em duas categorias
básicas:

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MÃO NA MASSA!

Esta atividade é uma chamada para conversar sobre o estilo de vida, com o objetivo
de levar os alunos a refletirem e perceberem sua relação com o meio ambiente e suas
ações relacionadas aos conceitos da Educação Ambiental.
A pegada ecológica é uma das ferramentas e recursos do site da Global Footprint
Network/wwf, (https://www.footprintcalculator.org/sponsor/wb/wb_pt), nele você encontra
plataforma de pegadas alimentar, de dados abertos, calculadora de pegadas, ferramenta de
cenário de pegada, downloads e licença de dados, publicações, artigos e jornais, estudos
de casos e recursos educacionais que podem auxiliar seu trabalho.

Professor, você deverá disponibilizar para os estudantes o sítio da plataforma pegada


ecológica (www.pegadaecologica.org.br), a qual pode ser acessada com o uso do
celular ou do computador do laboratório de informática de sua escola. Vamos
quantificar o impacto das nossas atitudes e estilo de vida sobre o planeta respondendo
a um questionário sobre sua alimentação, moradia e mobilidade, com o objetivo de
saber todo o processo envolvido, desde a produção até a disposição final dos resíduos
produzidos.
Após cada estudante realizar os cálculos de suas pegadas, poderá comparar com
outras respostas de pessoas do Brasil e do mundo. Em uma roda de conversa, com as
questões disponíveis nesta plataforma, leve-os a refletirem e a discutirem sobre suas
pegadas em relação a si, ao outro e a coletividade. Forneça um contexto geral sobre a
importância da educação ambiental, sua relação com as questões ambientais e
sustentabilidade, introduzindo os conceitos previstos na legislação para que possam
interpretar, analisar e refletir mediante sua pegada ecológica.

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Essa Sustentabilidade refere-se ao equilíbrio entre a disponibilidade dos recursos
naturais e a exploração deles por parte da sociedade, como o equilíbrio entre o
suprimento das necessidades humanas e a preservação dos recursos naturais não
podem comprometer as futuras gerações.
O conceito de sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto
de variáveis interdependentes, capaz de integrar as questões sociais, energéticas,
econômicas e ambientais, no intuito de formar e informar as pessoas para proteger o
meio ambiente, preservar os recursos naturais e promover a sustentabilidade para
adquirir a tão sonhada qualidade de vida. Portanto, um trabalho de sensibilização e
conscientização, que pode ser realizado de forma interdisciplinar, estimulando uma
reflexão sobre a relação entre as ações humanas e o meio ambiente.

CALCULE O IMPACTO DE SEU ESTILO DE VIDA NO PLANETA

Caso sua escola não possua laboratório de informática a atividade pegada ecológica
e estilo de vida pode ser realizada por meio de questionamentos, respondida pelos
estudantes e socializado em sala de aula.

●Qual o seu dia de sobrecarga na


Terra?
●Se todos vivessem como o seu
estilo de vida seriam necessários
quantos planetas Terra?
● Por quais motivos o resultado da
minha “Pegada Ecológica” pessoal
não está dentro dos limites de um
planeta?

Apresente exemplos de problemas ambientais atuais, como o desmatamento, a


poluição, a escassez de recursos naturais e a mudanças climáticas, destacando seus
impactos na Amazônia e no mundo.
Você pode concluir esta atividade solicitando que seus alunos criem posts no Instagram,
tik-tok, franzine e outros recursos da educomunicação, onde possam conceituar e
exemplificar a educação ambiental e sua relação com a sustentabilidade.

Esta atividade desenvolve no educando a habilidade do cuidando consigo e com o outro


e a compreender a Educação Ambiental relacionada ao conhecimento científico, cultural,
ambiental e econômico.

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Nessa abordagem, os educandos serão desafiados a resolver problemas ambientais
reais, investigando, propondo soluções e refletindo sobre as consequências de suas
ações. A ABP envolve trabalho em equipe, pesquisa, análise crítica e tomada de decisões.
Se você ainda não faz uso da ABP, siga o passo a passo no blog tutor mundi:
https://tutormundi.com/blog/aprendizagem-baseada-em-problemas/, ou ainda em
https://blog.khanacademy.org/pt-br/aprendizagem-baseada-em-problemas/.
Planeje com seus colegas professores, de outras disciplinas para um trabalho
interdisciplinar.
Solicitar aos alunos que observem na escola e no seu entorno os problemas
ambientais e façam uma relação. Definir em conjunto um tema em que os estudantes
tenham o entendimento dos impactos das ações antrópicas desordenadas sobre o
Meio Ambiente. Faça uso dos conceitos sobre meio ambiente, educação ambiental,
sustentabilidade e qualidade de vida.
Crie um espaço de diálogo e análise com os estudantes sobre temas pertinentes que
podem causar danos ao Meio Ambiente.
Sugestão de temas: inexistência de compromisso social e ambiental para a
sustentabilidade da vida no planeta, volume elevado de resíduos (lixo) em rios,
igarapés e ruas, desperdício de alimentos, de energia e de água; fome, mudanças de
hábitos e costumes para melhorar a qualidade de vida com ênfase na região
Amazônica e realidade dos estudantes.

Professor, para trabalhar com a ABP, faz-se necessário orientar os educandos a


pesquisarem recortes de jornais, artigos de revistas ou de livros que tratem sobre os
problemas ambientais, suas causas e consequências para o meio ambiente, solicitando
que façam leitura e comentários sobre a temática com foco na região.
Nas duas sugestões você pode fazer uso dos seguintes vídeos:

Problemas Ambientais - https://www.youtube.com/watch?


v=hIjg9L2NdFo.
O lixo nosso de cada dia - https://www.youtube.com/watch?
v=KWIEnztOXJU
A importância de mudar os hábitos de consumo -
https://www.youtube.com/watch?v=0S4zf0ck2ZU
A História das coisas - https://www.youtube.com/watch?
v=7qFiGMSnNjw

FAZER UMA CHAMADA


Você pode finalizar a atividade com a produção dos conceitos, tendo por base a Lei
Nº 9795 de 27.04.1999, criados pelos alunos usando os recursos da educomunicação
(fanzine, jornal, telejornal, Instagram e outros).
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1.2. Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
Assim como os conceitos sobre Educação Ambiental, seus princípios e objetivos
estão na legislação. Mas, foi na Conferência de Tbilisi, na antiga União Soviética (atual
Geórgia), em 1977, que foram estabelecidas as diretrizes, princípios e objetivos
fundamentais para a implementação da Educação Ambiental. Foram discutidos vários
temas nesta conferência e como resultado desse encontro, foi adotada a “Declaração de
Tbilisi sobre Educação Ambiental”. Essa declaração enfatizou a importância da
integração dos conhecimentos científicos, sociais, psicológicos e culturais na abordagem
dos problemas ambientais, bem como a necessidade de promover atitudes e valores pró-
ambientais.
A Lei nº 6.938, de 1981, que refere-se a Política Nacional do Meio Ambiente, no
Brasil recebe a influência de Tbilisi, e um dos seus princípios, refere-se à educação
ambiental estar presente em todos os níveis de ensino, com a participação ativa da
comunidade e a necessidade de uma abordagem holística, visando desenvolver uma
consciência crítica e responsável em relação ao meio ambiente.
Para os estudos com os alunos façam uso também do texto “Política Nacional de
Educação Ambiental” da Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999, disponível em
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pnea.pdf, como suporte para os debates e
discussões. Proporcione um espaço de diálogo, onde seja possível pôr em pauta como
os princípios e objetivos da educação ambiental podem ser colocados em prática na vida
dos cidadãos, destacando seus direitos e deveres diante do meio ambiente.

●Os princípios da Educação Ambiental estão


fundamentados numa abordagem holística,
interdisciplinar e participativa, buscando integrar
conhecimentos científicos, sociais, psicológicos e
culturais para compreender a complexidade dos
problemas ambientais.

Os objetivos da Educação Ambiental são diversos,
mas visam promover a sustentabilidade ambiental e a
melhoria da qualidade de vida. Alguns dos principais
objetivos incluem: aumentar a conscientização sobre
as questões ambientais e seus impactos; fornecer
conhecimento científico e habilidades práticas para
lidar com os desafios ambientais; promover atitudes e valores pró-ambientais, como a
responsabilidade, o respeito e a empatia; fomentar a participação cidadã e o
engajamento em ações de conservação e preservação ambiental; e incentivar a adoção
de práticas de consumo em todos os aspectos da vida cotidiana, desde a educação
formal até as atividades de consumo.
Faça uso dos princípios e objetivos da
Educação Ambiental contidos na Declaração de
Tblisi, na legislação ambiental brasileira e na
legislação ambiental do Estado do Amazonas
para realizar sua proposta pedagógica para os
estudantes!

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Organizar visitas a espaços não formais, como parques naturais, áreas de
preservação ambiental, jardins botânicos ou áreas verdes na sua cidade, onde os
alunos possam entrar em contato direto com a natureza. Durante essas saídas, os
alunos podem aprender sobre a biodiversidade local, os ecossistemas, os problemas
ambientais e as medidas de conservação.

Solicitar que os estudantes façam uma relação dos problemas ambientais que
observarem no percurso da pesquisa. Orientar que relacionem cada problema com
suas causas e consequências. Realizar uma discussão sobre as possíveis soluções
a serem tomadas tendo por base os objetivos e princípios destacados da
legislação ambiental brasileira e estadual.

Não se esqueça de planejar de forma interdisciplinar com seus colegas de


geografia, história, letras, química e outros, podendo abordar temas como os seres
vivos, queimadas, resíduos sólidos, uso da água e outros que são evidenciados na
região amazônica.

Saiba um pouco
como planejar as
saídas de campo:

Incentivar os estudantes a realizarem projetos de pesquisa sobre questões


ambientais local, nacional e global, sugerindo temas como: a poluição da água; a perda
de habitats; as energias renováveis; o desperdício de alimentos; as mudanças
climáticas; aumento de temperaturas; fenômenos drásticos (enchentes, secas,
ciclones e furacões), fazendo a relação de suas causas e consequências para a
Amazônia, o Brasil e o mundo.
Esta proposta pode ser realizada em grupo e de forma interdisciplinar com a
geografia, biologia, química e língua portuguesa. Oriente a produção da pesquisa, sua
socialização e um momento de discussão para uma reflexão na busca por solução por
meio dos princípios e objetivos da Educação Ambiental.
Esses projetos ajudam os alunos a desenvolver habilidades de pesquisa, análise
de dados e comunicação. E não esqueça! O resultado da pesquisa pode ser produzido e
apresentado com uso dos recursos da educomunicação.

16
Criar uma horta na escola é uma ótima maneira de envolver os alunos na
produção de alimentos e no cuidado com a natureza. Você pode trabalhar temas
sobre os ciclos de plantio, a importância da água, a compostagem e a alimentação
saudável, além de ser um espaço para dialogar a respeito da agricultura sustentável,
a fome e segurança alimentar.
A atividade poder desenvolvida de forma interdisciplinar com a geografia, biologia,
química, língua portuguesa, utilizando os princípios e objetivos da Educação
Ambiental na busca de soluções aos problemas discutidos.

Conhecendo os princípios e objetivos da Educação Ambiental, promova um diálogo e


debate com os alunos sobre as queimadas na Amazônia. Faça um momento de pesquisas
sobre o tema nos jornais, revistas e mídia, divida a turma em equipes para selecionarem as
informações pesquisadas, analisarem e apontarem soluções possíveis para os problemas.
Orientar os educandos a promoverem uma campanha de sensibilização na escola e na
comunidade com uso dos recursos da educomunicação, podendo criar cartazes, panfletos
ou vídeos para informar e sensibilizar as pessoas sobre as causas, consequências e
prevenção às queimadas na região.
Como suporte para esta atividade indicamos a plataforma Iniciar uma Campanha Local,
no site www.greenpeace.org.br, ou no site https://www.obugio.org.br//, ou mesmo seguir a
sugestão abaixo que faz parte desta plataforma:

Promova uma campanha!


Comece com um título!
Quem pode tornar isso uma realidade?
O que precisa ser feito? Por que isso é importante?
Onde isso está acontecendo? Esse problema
impacta diretamente uma região ou localidade
específicas?
Crie uma conta para publicar sua campanha nas
redes sociais!

17
Esta é uma proposta de dramatização com o tema “Desmatamento e queimadas”,
com foco na região Amazônica. Diante das causas e consequências do desmatamento e
queimadas, e com base nos princípios e objetivos da EA e na busca por soluções viáveis,
os estudantes irão defender posicionamentos de acordo com os interesses de diferentes
personagens.
Momento pesquisa: Dividir a turma em cinco equipes e orientar os alunos a
realizarem uma pesquisa sobre o tema desmatamento e queimada no mundo e na
Amazônia, fazendo o levantamento de dados, análise e produção de argumentos de
acordo com os personagens distribuídos a cada equipe (Fazendeiro I, Fazendeiro II,
Prefeito, Cientista/Técnico, Sociedade Civil). Os argumentos deverão estar
relacionados aos objetivos e princípios da EA de forma negativa ou positiva gerando o
debate na encenação. Veja o posicionamento de cada personagem para que os
estudantes criem seus argumentos:

PERSONAGENS

Grande Fazendeiro 1: (sem atividades sustentáveis): Defende o desmatamento


de grande área de terras fazendo uso da técnica de queimadas para criar pastos.
Acredita que ações assim geram desenvolvimento econômico para a região local.
Grande Fazendeiro II: (ações sustentáveis): Segue a lei que permite o desmate
de até 20% de sua área para criação de gado e ou para o desenvolvimento de
práticas agroecológicas, respeitando os limites impostos por lei. Defende ideias
alternativas, como conciliar a criação dos bois com a produção de outras
culturas, como soja, milho, cana de açúcar, incluindo também espécies florestais,
a fim de minimizar os impactos causados pelo gado.
Prefeito: Procura criar novos incentivos fiscais ou econômicos para diminuir o
desmatamento e as queimadas no seu município.
Cientista/Técnico: Apresenta técnicas alternativas às atividades tradicionais de
derrubada e queimadas de áreas florestais, defendendo ideias como: a trituração
de capoeira e incorporação desse material na serapilheira.
Sociedade Civil: Demonstra sofrer com as queimadas e o desmatamento,
apresentando problemas respiratórios e as consequências da sujeira causada
pelas queimadas. A sociedade pressiona as autoridades para aumentarem a
fiscalização e aplicação de multas.

18
Momento dramatização:

● Organize a sala de aula em um cenário de plenário, com mesas e cadeiras para cada
personagem, posicionadas a frente da plateia. A plateia corresponde às equipes que
estarão dispostas em cinco grupos diferentes. Professor, você será o mediador do
debate no plenário.

● Cada equipe irá destacar um educando para representar o personagem de sua


equipe. Todos os educando estarão na plateia de acordo com seu grupo, o professor irá
iniciar a plenária fazendo uma introdução referente ao tema e o motivo que gerou a
reunião em um plenário, fará a chamada dos personagens para composição da mesa e
repassará suas regras para o debate. Cada equipe pode dar um nome a cada
personagem.

● Trabalhe com o imaginário, professor! Exemplo: Uma cidade ou comunidade que


possui grandes áreas verdes. Neste local há proprietários que investem na
agropecuária, e para o desenvolvimento de suas atividades utilizam práticas
diferenciadas, algumas trazendo consequências ao meio ambiente e a sociedade.
Colocando os princípios e objetivos da EA, muitos problemas poderiam ser evitados.
Cada personagem irá defender seu posicionamento diante de suas convicções, com
apoio de seu grupo deverá defender suas estratégias de convencimento, com
pensamentos a serem usadas no debate sobre as diferentes implicações do
desmatamento e queimada.

● Momento reflexão: Destaque com seus educandos os pontos positivos e negativos


deste debate e aponte a conclusão a que chegaram referente aos problemas
ambientais que foram destacados. Finalize a atividade orientando seus educandos a
produzirem posts em suas mídias sociais sobre a importância do pensar e agir com
pequenas atitudes para o bem estar social de todos.

1.3. Marco Histórico da Educação Ambiental


Com as atividades desenvolvidas acerca dos conceitos, princípios e objetivos da
Educação Ambiental por meio de pesquisas, debates, reflexões e rodas de conversas
podemos dizer que levamos os educandos a entender que a EA é um processo, ou
campo de estudo e prática que visa promover a conscientização e a participação ativa
das pessoas em relação às questões ambientais, com o objetivo de criar uma sociedade
mais sustentável, na busca por soluções sustentáveis e na proteção ao meio ambiente.
Vamos levar os alunos a conhecerem o desenvolvimento da EA ao longo do tempo no
mundo e no Brasil, lembrando que seu surgimento está ligado a uma série de eventos
e movimentos que ocorreram ao longo da história. Remonta ao final do século XIX e
início do século XX, quando começaram a surgir as primeiras preocupações sobre o
impacto das atividades humanas no meio ambiente, e o primeiros movimentos estavam
fortemente ligados a conservação da natureza e ao estudo da ecologia. Para seu
conhecimento, veja resumidamente, os eventos que podem ser explorados com seus
alunos nesta trilha:
19
Marco Histórico Internacional da Educação Ambiental

Década de 1960: O despertar da consciência ambiental


Década marcada pelo crescimento da consciência ambiental em todo o mundo. A
publicação do livro “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson em 1962, que alertou sobre
os efeitos nocivos dos pesticidas, e a descoberta de grandes problemas ambientais, como
a poluição da água e dor ar. Esse evento impulsionou o crescimento do movimento
ambientalista e trouxeram a necessidade de envolver a sociedade na resolução dessas
questões.
A criação de leis de proteção ambiental nos Estados Unidos. Como o Clean Air Act
(Lei do Ar limpo em 1963).
Década de 1970: Surgimento da Educação Ambiental nas instituições de ensino
A Conferência de Estocolmo (1972) foi um marco importante por ter colocado a
questão ambiental na agenda internacional e ser reconhecida como uma ferramenta
essencial para promover a conscientização e a mudança de comportamento.
A Conferência de Belgrado (1975) definiu a EA como um processo de aprendizagem
que visa desenvolver a consciência crítica sobre as questões ambientais e nos anos
seguintes, a EA passou a ser incorporada em diversos contextos, como escolas, ONGs,
universidades e governo, com o objetivo de capacitar as pessoas a compreenderem as
interações complexas entre sociedade e meio ambiente, e a agirem de forma responsável
em relação a sustentabilidade.
Década de 1980: Expansão e consolidação da Educação Ambiental
Década marcada pela expansão e consolidação da Educação Ambiental em todo o
mundo, sendo incluída nas políticas educacionais e curriculares de vários países.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
desempenhou um papel importante na promoção da Educação Ambiental como um
instrumento para o desenvolvimento sustentável. Conceito popularizado pelo Relatório de
Brundtland em 1987 tornou-se uma preocupação central.
Década de 1990 até os dias atuais: Enfoque na sustentabilidade e participação
social
Década marcada por avanços na definição de princípios e diretrizes para a Educação
ambiental, com enfoque na sustentabilidade e na participação social e a participação ativa
das comunidades na tomada de decisões relacionadas ao meio ambiente e na busca por
soluções sustentáveis.
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
a chamada Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro, foi adotada a Agenda 21, um
documento que estabelecia diretrizes para o desenvolvimento sustentável em todo o
mundo e reconhecia a importância da EA para alcançar esses objetivos.
Em 2015, líderes mundiais adotaram oficialmente os ODS durante a Cúpula das Nações
Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que consistem em 17 objetivos interligados
e 169 metas, e tem servido de guia para ações políticas governamentais, bem como para
ações da sociedade civil, setor privado e indivíduos, em busca de um mundo justo,
inclusivo e sustentável até 2030 (Agenda 2030).

20
Marco Histórico Nacional da Educação Ambiental

Primeiras iniciativas (décadas de 1960 a 1970):


Os primeiros movimentos ambientalistas e iniciativas de EA no Brasil estavam
relacionados à conservação da natureza, à promoção da ecologia e à detecção dos
impactos ambientais, com foco na preservação de áreas naturais e na criação de
parques nacionais.
Durante a ditadura militar o país enfrentou graves problemas ambientais, como a
poluição das águas e do ar, desmatamento e degradação de ecossistemas.
Consolidação, Legislação e políticas públicas (década de 1980 e 1990):
Período em que a EA no Brasil começou a ganhar mais reconhecimentos e ser
construída em diferentes contextos, incluindo escolas, universidades, ONGs e
instituições governamentais. A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (1981)
estabeleceu a EA como um dos instrumentos da política ambiental brasileira. E com a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio-92,
realizada no Rio de Janeiro, houve um aumento no investimento e na criação de projetos
e programas de EA em todo o país, com o objetivo de disseminar a consciência
ambiental e promover a participação social.
A CF de 1988 trouxe avanços importantes aso reconhecer o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado como um direito fundamental. E em 1999 foi promulgada a
Política Nacional de Educação Ambiental no país, foram criados programas e projetos
como o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) e o Programa de
Educação Ambiental na Agricultura (PRONEA).
Inclusão e diversidade (décadas de 2000 e atualmente):
Em 2002, foi promulgada a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) que
estabeleceu princípios, objetivos e diretrizes para Educação Ambiental em todo país.
Nos últimos anos, a EA no Brasil tem buscado ser inclusiva e abrangente, envolvendo
diferentes grupos sociais, como comunidades tradicionais, povos indígenas, quilombolas
e as populações urbanas marginalizadas na construção de práticas sustentáveis, sendo
valorizados os conhecimentos e saberes dessas comunidades, promovendo a troca de
experiências e o diálogo intercultural.
São muitos desafios a ser enfrentado para ampliar o acesso a EA em todas as regiões
do país, a formação adequada a multiplicadores ambientais e a busca de práticas mais
efetivas de engajamento e participação da sociedade nas questões ambientais.

Saiba mais!
Confira no site mais
informações sobre as
cinco CNIJMA:

21
Educação Ambiental no Amazonas

Legislação e fiscalização (2003 a 2010):


O Estado do Amazonas tem inserido a EA na pauta de suas agendas para
abordar as questões ambientais, com programas de criação e implementação de
Unidades de Conservação – Ucs federal; elaboração de plano de ação para
prevenção e controle do desmatamento na Amazônia Legal; Criação da
Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado do Amazonas em
2005; criada a Lei Estadual 3.135 de 5 de junho de 2007 que institui a política
Estadual sobre mudanças climáticas; Lei Estadual 3.222 de 2008 que institui a
Política de Educação Ambiental do Estado do Amazonas; e em 2009 é criada a
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade, em 2013 a Criação
da Coordenação de Educação Ambiental na secretaria Estadual de Educação e
ao avanço de programas educacionais na escola.

Implementação da Educação Ambiental (2011 aos dias atuais):


Muito se tem avançado com as políticas ambientais por meio do Sistema de
Meio Ambiente do Amazonas que compõe a Secretaria do Meio Ambiente
(SEMA) e Instituto de Proteção do Amazonas (IPAAM) em parceria com a
Secretaria de Educação e Desporto Escolar (SEDUC/AM), na implementação de
politicas públicas, norteando as leis e o Programa de Educação Ambiental no
que se refere à educação formal e não formal. Como elaboração do Projeto
Político Pedagógico de Educação Ambiental para a agricultura familiar no
estado; criação do Projeto Sala Verde; Parque Estadual Sumaúma; inclusão
como disciplina dos cursos da Universidade do Estado do Amazonas.

Você sabia?
Foram realizadas cinco Conferências Nacionais Infanto Juvenil
pelo Meio Ambiente – CNIJMA nos anos de 2003, 2005/2006,
2008/2009, 2012/2013 e 2017/2018, as quais mobilizaram cerca
de 22 milhões de pessoas e 65 mil escolas. Podemos afirmar,
sem dúvida, que os “temas Educação Ambiental e
sustentabilidade estavam acontecendo nas escolas brasileiras”,
assegurando “a participação democrática de adolescentes e
jovens, reconhecendo a importância de seu protagonismo e da
conquista de uma cidadania ativa no campo socioambiental”.

22
MÃO NA MASSA!

SUGESTÃO 1 – DEBATE TEMÁTICO

Organizar um debate em sala com base em temas – chave da história da Educação


Ambiental. Exemplos: “O papel dos movimentos ambientalistas na consolidação da
Educação Ambiental”; “A influência da Rio – 92 na agenda ambiental brasileira”;
ou “A evolução da Educação no contexto da sustentabilidade”.
Divida a turma em dois grupos e atribua a cada grupo uma posição diferente sobre o
tema. Enfatize nos temas a discussão em nível nacional, regional e local.
Nesta atividade, os educandos terão que pesquisar, argumentar e defender sua
posição durante o debate, promovendo o pensamento crítico, o diálogo e a reflexão
sobre o desenvolvimento da Educação ao longo do tempo.

SUGESTÃO 2 - LINHA DO TEMPO INTERATIVA DA EA NO BRASIL


E NO MUNDO

FONTE: https://stock.adobe.com/

A linha do tempo é um recurso utilizado para pontuar eventos importantes com uso
de vários recursos. O modelo de linha de tempo interativa é construído com uso dos
recursos digitais, onde é possível incluir informações em vários formatos, como links,
textos, imagens, áudios, vídeos, sites e outros.
Dividir a turma em três grupos e distribuir a responsabilidade de pesquisarem a
história da EA divididos em nível Mundial, Brasil e Amazonas.
Orientar os estudantes a criarem uma linha do tempo interativa que represente os
principais marcos e eventos na história da EA de acordo com sua escala de pesquisa.
Podem pesquisar e selecionar eventos significativos, como conferências internacionais,
legislação ambiental importante, publicações influentes, movimentos ambientalistas,
entre outros. A linha do tempo pode ser produzida em cartazes, apresentações digitais
ou até mesmo usar plataformas online para construir uma linha do tempo interativa.
Solicitar que cada equipe identifique uma ou mais iniciativa que considerem relevante
para a consolidação da EA em ordem cronológica, em cada contexto na sua linha do
tempo, e construa uma breve descrição, para em conjunto com os demais grupos
construir um infográfico seguindo o gráfico disponível a baixo.

23
“Bora fazer!”

Fonte: Ilustração Rafael Moreno/SEAD

Cada grupo compartilha sua linha do tempo, apontando os eventos relevantes no


infográfico e põem em discussão sua importância na história da Educação Ambiental.

1.4. Legislação da Educação Ambiental


A legislação da educação ambiental no Brasil desempenha um papel crucial na
compreensão e conscientização da preservação e conservação dos recursos naturais. O
estudo da proteção ambiental no Brasil foi dividido em períodos distintos que
caracterizam a sua história: período do Brasil Colônia, Império e Republicano. Este
último é subdividido em mais três, incluindo: Período de Evolução, Consolidação e
Aperfeiçoamento do Direito Ambiental, que abordam normas posteriores a Constituição
de 1988.
O advento da indústria foi o grande causador das maiores mudanças no meio
ambiente em todo planeta. A indústria acelerou a garantia dos recursos naturais
impulsionada pela ganância humana em busca do lucro a qualquer custo e em curto
prazo. Porém, essa busca desenfreada por riquezas, sem levar em conta que os
recursos são limitados, está levando a escassez. É importante ressaltar, como nos alerta
Mascarenhas (2004), que o processo produtivo não precisa necessariamente prejudicar
o meio ambiente, pois, uma vez destruído, o processo produtivo será em vão, assim
como a nossa estará ameaçada.
Neste sentido, por meio de leis e diretrizes específicas busca-se estimular a adoção
de práticas em diferentes setores da sociedade, pois a legislação ambiental brasileira
estabelece a obrigatoriedade da inclusão dessa temática nos currículos escolares, desde
a educação básica até o ensino superior, visando formar cidadãos conscientes e
responsáveis, capazes de tomar decisões controladas e agir de forma sustentável no
cotidiano. Além de estabelecer diretrizes para a implementação de programas e projetos
que visam sensibilizar e envolver a comunidade escolar e sociedade em geral,
fomentando parceria com instituições de ensino, órgãos governamentais, não
governamentais e setor privado, fortalecendo ações conjuntas em prol da educação
ambiental.

24
SUGESTÃO 1 – ENTREVISTA COM ESPECIALISTA

Organizar uma atividade em que os alunos tenham a oportunidade de


entrevistar especialistas que trabalham na área ambiental (profissionais,
pesquisadores, professores universitários ou mesmo membros de
organizações ambientais).
Orientá-los a preparar perguntas relacionadas a história da educação
ambiental, a legislação ambiental do Amazonas e do Brasil, com os principais
desafios enfrentados, os avanços ao longo do tempo e as perspectivas
futuras. Eles podem conduzir as entrevistas presencialmente, por
videoconferência ou mesmo por meio de um diálogo online.
Após as entrevistas, os estudantes podem compartilhar suas descobertas
com a turma e discutir informações e insights obtidos, criar posts em suas
redes sociais de acordo com a orientação dos professores.

1.5 Pré-Projeto: Jovens protagonistas e boas práticas para uma sociedade


sustentável

Vamos finalizar esta primeira jornada do conhecimento da EA realizando a diagnose


ambiental com foco na questão ambiental de nosso estado. Para essa diagnose faremos
uso do método da Proposta de Participação – Ação para a Construção do Conhecimento
– PROPACC, que pretende possibilitar uma compreensão abrangente dos problemas e
potencialidades socioambientais e educativos, de sua complexidade estrutural e da
dinâmica de suas inter-relações, com a finalidade de motivar a incorporação
interdisciplinar/transversal da Educação Ambiental nos currículos escolares.
A proposta é realizada por meio de matrizes investigativa fazendo sua aplicação,
construção, discussão e reelaborando as matrizes PROPACC, com o desenvolvimento de
atividades teórico-práticas que permitam a elaboração dos conceitos teóricos e
metodológicos em EA, de acordo com Medina e Santos (1999). Metodologia desenvolvida
com base no construtivismo dividido em três momentos distintos:

● Momento Construtivo: 1. Construção das matrizes através da discussão e consenso


dos integrantes dos grupos 2. Apresentação e discussão dos grupos 3. Reflexão
crítica.

25
● Momento Reconstrutivo: 4. Discussão dos participantes 5. Estabelecimento de
consensos

● Novo momento construtivo: em outro patamar de compreensão das questões


trabalhadas.

MOMENTO CONSTRUTIVO

1. Construção das matrizes através da discussão e consenso dos integrantes dos


grupos
Dividir a turma em grupos de cinco ou seis componentes e distribuir uma cópia da
matriz de problemas ambientais e de potencialidades. Orientar os educandos a
discutirem em sobre os problemas ambientais (ambiental, social e governança), e
identificarem os problemas socioambientais em nível global, nacional, estadual e
local. Determinar um tempo para cada grupo construir suas matrizes, identificando
dois problema e dois de potencialidade em cada nível solicitado.

MATRIZ DE PROBLEMAS AMBIENTAIS

OBS.: Formular os problemas ambientais como uma condição negativa que se deseja
superar.
MATRIZ DAS POTENCIALIDADES

26
OBS.: Formular as potencialidades ambientais como uma situação virtual positiva que
existe e que se deseja implementar, ou que se pretende implantar.

Neste primeiro momento é importante questionar aos alunos para que se realize
o levantamento com a concepção que eles têm sobre problemas e potencialidades.

2. Apresentação e discussão dos grupos


Após a construção das matrizes de problemas ambientais e potencialidades, os
grupos deverão apresentar suas matrizes em papel madeira ou com uso de recursos
digitais.

3. Reflexão crítica
Após a apresentação dos grupos, os estudantes deverão fazer uma reflexão sobre
os problemas ambientais levantados, com foco para sua localidade.

Exemplo de problemas e potencialidades

PROBLEMAS POTENCIALIDADES
Miséria Cumprimento dos Acordos
Explosão Demográfica Internacionais
Esgotamento dos Recursos Homens Consciente e Valorizados
Humanos Reformulação do Modelo
Uso indevido dos recursos Econômico
hídricos Política Ambiental Eficiente
Poluição Radioativa, da água, do Nova Postura Ética
ar e do solo Biodiversidade
Destruição da camada de Tecnologia usada com
ozônio racionalidade
Lixo Recursos Pesqueiros
Desmatamento/Queimadas Biodiversidade
Analfabetismo Turismo
Falta de saneamento Diversidade Cultural
Minérios

MOMENTO RECONSTRUTIVO

4. Discussão dos participantes


Os estudantes se reunirão, em grupo, novamente, para construir a matriz de inter-
relações. Irão estabelecer um conjunto de determinações e inter-relações entre os
problemas ambientais que identificaram no primeiro momento. Deverão construir um
fluxograma que seja possível perceber as situações complexas, políticas
econômicas, ecológicas, sociais, etc, presentes no levantamento realizado.
Com uso de papel cartão ou cartelas de papel oficio, oriente os alunos a escreverem
os problemas e potencialidades nas cartelas. Em discussão no grupo, eles irão
definir um problema ou potencialidade para iniciar o fluxograma.
27
5. Estabelecimento de consensos
Para este momento, serão necessárias folhas de papel madeira, pincéis coloridos e
cola ou fita dupla face fina. A construção da matriz de inter – relações partem de uma
potencialidade ou um problema ambiental selecionado no grupo, e reelaboração de
pensamentos, sendo um instrumento facilitador das revisões conceituais dos alunos
para construção e incorporação de novos conhecimentos e perspectivas nas
questões ambientais e educativas.
Professores, orientem os estudantes a construírem a matriz de inter-relação com
problemas e potencialidade do estado ou da sua localidade. A partir dos problemas
ou potencialidade eles devem entrar em consenso para relacionarem por meio de
setas. As setas podem ser posicionadas na vertical e ou horizontal de forma que
possamos visualizar a relação entre eles e a busca por soluções. A partir dos
problemas e potencialidades, os alunos podem apontar as soluções com suas inter-
relações. Veja um exemplo abaixo:

28
Neste exemplo é possível fazer outras conexões, de forma que possamos observar
que todos os problemas e potencialidades se inter-relacionam, e assim o grupo pode
pensar em soluções para cada problema com as potencialidades que temos.

APRIMORE SEUS CONHECIMENTOS

SILVEIRA, Eduardo. A Arte do Encontro: A Educação


Estética Ambiental atuando com o Teatro do Oprimido.
Educação em Revista. Belo Horizonte: v.25, n.03, p.369-
394. Dez. 2009. Disponível em:
file:///D:/BIBLIOTECA/EDUCA%C3%87%C3%83O%20AMBI
ENTAL/ EDUCA%C3%87%C3%83O%20 ESTÉTICO%20
AMBIENTA.pdf. Acesso: 19/06/2023.
SILVA, Ângela dos Santos Maia Nogueira da. Um Olhar
sobre a Educação Ambiental no Ensino Médio: Praticar
a Teoria, Refletir a Prática.- Florianópolis: UFSC, 2003.
Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/85470. Acesso
em: 19/06/2023.
CONTE, Ivo Batista. Educação ambiental na escola. -
Fortaleza: EdUECE, 2016.

FILMES RECOMENDADOS:
O Dia de Amanhã (Roland Emmerich)
Na última Hora (Leila Conners)

SITES DE APOIO PEDAGÓGICOS:


https://www.ecodebate.com.br/educacao-ambiental/
https://pt.triangleinnovationhub.com/environmental-
education

29
UNIDADE 2: OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
E AGENDA AMBIENTAL ESCOLAR

Para a Região Amazônica, os ODS são de extrema importância devida sua


rica biodiversidade ambiental, cultural e social, pois fornecem um guia para
orientar a região em direção a um futuro mais justo, inclusivo e sustentável. A
região enfrenta desafios como a pobreza, a desigualdade social, a preservação
dos recursos naturais, a proteção aos direitos dos povos indígenas, a
promoção da educação de qualidade, a saúde e bem-estar, entre outros.
Ao adotar os ODS, o Amazonas pode fortalecer sua governança ambiental,
fomentar a pesquisa científica, promover a sustentabilidade nos setores
produtivos, como a agricultura e o turismo, e investir na educação ambiental
para conscientizar, engajar a população e diferentes atores da sociedade,
como governo, organizações da sociedade civil, setor privado e comunidades
locais.
Além disso, a implementação dos ODS contribui para a mitigação das
mudanças climáticas, a preservação dos ecossistemas amazônicos e a
construção de um futuro mais resiliente para as futuras gerações.

Conheça como surgiram os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS!

30
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL - ODS

31
Professor, vamos trabalhar os ODS numa abordagem interdisciplinar, convide seus
colegas de outros componentes curriculares para explorar a complexidade e a
importância deste tema, permitindo que os alunos compreendam suas conexões com
diferentes áreas do conhecimento, estimulando-os a reflexão crítica sobre os desafios
globais e a importância de cada indivíduo no processo de construção de um mundo mais
sustentável.
Além disso, pretende-se promover habilidades como pensamento crítico, resolução
de problemas, trabalhos em equipe e consciência cidadã. Neste sentido, podemos trilhar
as práticas pedagógicas da ecopedagogia, uma abordagem educacional que busca
integrar cuidados com o meio ambiente e a sustentabilidade nas práticas pedagógicas.
Ela surge como resposta aos desafios ambientais e à necessidade de promover uma
consciência ambiental nas futuras gerações, e integra o conhecimento científico com os
valores éticos e culturais, promovendo a compreensão da interdependência entre os
elementos do ecossistema.
Enfatiza a importância da conexão emocional e espiritual com a natureza, buscando
despertar o senso de pertencimento e responsabilidade em relação ao meio ambiente.
Autores como Paulo Freire (1987; 1992), David Orr (2004; 2005), Fritjof Capra (1982;
1996) e outros que têm contribuído significativamente para o desenvolvimento e a
compreensão da ecopedagogia.

[...] para a ecopedagogia a educação ambiental é um


pressuposto básico. A ecopedagogia incorpora­-a e oferece-­lhe
estratégias, propostas e meios para a sua realização concreta.
Foi justamente durante a realização do Fórum Global 92, no qual
se discutiu muito a educação ambiental, que se percebeu a
importância de uma pedagogia do desenvolvimento sustentável
e de uma ecopedagogia. Hoje, porém, a ecopedagogia tornou-
se um movimento e uma perspectiva da educação, maior do que
uma pedagogia do desenvolvimento sustentável. Ela está mais
para a educação sustentável, para uma ecoeducação, que é
mais ampla do que a educação ambiental. A educação
sustentável não se preocupa apenas com uma relação saudável
com o meio ambiente, mas com o sentido mais profundo do que
fazemos com a nossa existência, a partir da vida cotidiana.
(GADOTTI, 2009, p. 3)

A ecopedagogia ressalta a necessidade de incorporar a conscientização ambiental


em nossa jornada educacional, fornecendo estratégias concretas para alcançar esse
objetivo. E não se limita apenas a uma relação equilibrada com o meio ambiente, mas
transcende para uma compreensão mais profunda e abrangente do nosso papel como
seres humanos no mundo, nos convidando a refletir sobre o sentido da nossa existência,
a partir das escolhas que fazemos em nossa vida cotidiana, não apenas no âmbito
ambiental, mas em termos sociais, biológicos e éticos.
Vamos lá! Embarcar nessa jornada de ensino e aprendizagem, explorando os
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável com seus alunos, e levá-los a construir um
futuro mais justo, sustentável e promissor para todos.
32
2.1. Abordagem dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Professores, os ODS são uma agenda global estabelecida pelas Nações Unidas para
abordar os desafios ambientais, sociais e econômicos enfrentados pelo mundo,
compreendidos num conjunto de 17 objetivos interligados, que abrangem uma ampla
gama de questões, desde a erradicação da pobreza até a proteção do meio ambiente.
São importantes por várias razões:

1. Abordagem holística: Reconhecem que os desafios globais estão


interconectados, abordando questões sociais, econômicas e ambientais
simultaneamente, reconhecendo a necessidade de uma abordagem
holística para alcançar o desenvolvimento sustentável.

2.Erradicação da pobreza: O primeiro objetivo é a erradicação da pobreza em todas as


suas formas e dimensões, incluindo a redução da pobreza extrema, a garantia de acesso a
serviços básicos, como saúde e educação e a promoção da igualdade de oportunidades.

3.Proteção ambiental: Incluem metas específicas para a proteção do meio ambiente,


como a conservação da biodiversidade, a mitigação das mudanças climáticas, o uso
sustentável dos recursos naturais e a promoção de práticas de produção e consumo
sustentáveis.

4.Igualdade e inclusão: Visam promover a igualdade de gênero, a redução das


desigualdades sociais e econômicas, e a garantia de que ninguém seja deixado para trás.
Buscam garantir o acesso igualitário a oportunidades, recursos e serviços para todos.

5.Parceiras globais: Incentivam a cooperação internacional e a formação de parcerias


entre governos, setor privado, sociedade civil e comunidade internacional, assim como
reconhecem que os desafios globais exigem ação coletiva e colaborativa.

6.Agenda de longo prazo: Estabelecem metas e indicadores para serem alcançados até
2030. Eles representam uma agenda de longo prazo que busca direcionar os esforços
globais na direção de um futuro mais sustentável e equitativo.

Os ODS oferecem uma estrutura global para orientar ações e políticas em direção a
um futuro melhor para todos. Conhecendo esses pressupostos, sugerimos realizar seu
planejamento pedagógico contextualizado com a realidade da sua região ou se preferir
explicação individual, estudos de casos, simulações, atividades práticas e outros. Veja
algumas sugestões:

33
Preparar um diálogo participativo, que consiste em expor os ODS num diálogo com os
alunos, onde você pode fazer uma contextualização, apresentando uma visão geral dos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, explicando que são uma agenda global adotada
pela ONU para combater os desafios socioambientais e alcançar um futuro mais sustentável
até 2030.
Faça uso de recursos como slides, vídeos e materiais escritos para sua apresentação.
Discuta a importância desses objetivos para a promoção da justiça social, preservação do
meio ambiente e erradicação da pobreza, contextualizando com a realidade vivenciada pelos
estudantes.
Você pode utilizar o material do site da PNUD para organizar o seu diálogo com seus alunos.
Segue o link: PNUD. As perguntas mais frequentes sobre os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS). Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1mexNifh0Akwg6U7nTlYWZyXx67k7M_Mf/view.

Proponha uma pesquisa e apresentação dos ODS, dividindo a turma em grupos e


atribuindo a cada grupo um ou dois ODS específicos para pesquisar. Eles devem
investigar e compreender o objetivo designado, identificando sua importância, impacto e
maneiras de promover a mudança em relação a ele. Os alunos podem criar
apresentações multimídias, pôsteres ou debates para socializar suas descobertas com a
turma. Essa atividade ajuda a promover a pesquisa, a conscientização e o trabalho em
equipe.
No site das Nações Unidas você encontrará 17 cadernos, cada um referente a cada
ODS, e ainda encontra informações onde são investidos os recursos e como as ONU
financiam os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável no país. Segue o Link para
pesquisa: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs.
Finalize essa atividade com uma reflexão sobre os resultados da pesquisa.

Apresente aos alunos estudos de casos inspiradores que demonstram como os


ODS estão sendo abordados em diferentes partes do mundo e na Amazônia. Inclua
exemplos de projetos sustentáveis, iniciativas de empoderamento comunitário,
programas de erradicação da pobreza, ações de proteção ao meio ambiente e
outras práticas que estejam alinhadas aos ODS. Você pode utilizar os vídeos da
Rede Amazônica do programa Echos da Amazônia disponível no YouTube, que
destacam os ODS, e apresentam várias ações realizadas em Manaus e alguns
municípios do Amazonas. Destacamos o link de alguns episódios:
34
Ep. 02: ODS 11 - https://www.youtube.com/watch?v=MG3DfiI10rk
Ep 03: ODS 13 - https://www.youtube.com/watch?v=m7-Md1cnfFY
Ep. 04: ODS 8, 9 e 12 - https://www.youtube.com/watch?v=cp6YUpzWfvI
Ep. 05: ODS 05 e 10 - https://www.youtube.com/watch?v=37pgqYQCZQs
Ep 06: ODS 03 e 04 - https://www.youtube.com/watch?v=OQg_v44rTiQ
Ep 07: ODS 02 - https://www.youtube.com/watch?v=h73K2M5XcG
Ep 08: ODS 01- https://www.youtube.com/watch?v=YeTgtWpUZ3w
Ep 09: ODS 14 e 15 - https://www.youtube.com/watch?v=UlXaFGek_Y0

Estimule a reflexão dos alunos sobre a relevância dos ODS para a região
amazônica e as especificidades dos desafios enfrentados. Discuta como a
preservação da floresta, a valorização das comunidades tradicionais e o
desenvolvimento sustentável estão interligados aos ODS e como esses objetivos
podem ser alcançados na região.

Proponha atividades práticas para os alunos relacionadas em todos os Objetivos do


Desenvolvimento Sustentável (ODS), permitindo que eles compreendam como podem
contribuir para alcançar esses objetivos em sua vida diária. Pode dar um título a essa
ação, como Ação pelos ODS, por exemplo, e envolver os alunos em ações concretas.
Eles podem realizar um levantamento sobre consumo consciente na escola, criar
campanhas de conscientização sobre igualdade de gênero ou desenvolver projetos de
reciclagem e conservação de energia ou ainda criar uma agenda para observar seus
hábitos em casa e na sociedade por um determinado período definido pela turma, onde
os estudantes deverão criar uma tabela, para:
Destacar um ou mais ODS.
Apontar pontos positivos e negativos relacionados aos hábitos com a água, energia,
lixo, convívio e outros.
Anotar seus hábitos na agenda e socializar com os colegas suas observações.
Realizar um momento de reflexão, onde podem surgir soluções para os pontos
negativos.

Nesta atividade é importante fazer um trabalho de integração dos ODS em diferentes


disciplinas, incentive os professores de outras disciplinas a abordarem os ODS em suas
aulas, promovendo uma visão interdisciplinar. Sugira atividades colaborativas entre
diferentes disciplinas, como projeto de pesquisa sobre a relação entre ciência e
inovação

35
Organize uma simulação de conferência das Nações Unidas, na qual cada
aluno representa um país e deve discutir e propor ações relacionadas a um
ODS específico. Nessa atividade os alunos compreenderão a importância da
cooperação global na busca por um desenvolvimento sustentável.
Veja um roteiro de como organizar uma conferência:
1. Local (Configuração física): Preparar a sala de aula para simular uma
conferência das Nações Unidas. Arrume as cadeiras em formato de
semicírculo ou em dispensadas, com espaços suficientes para os
representantes dos países. Coloque uma mesa na frente da sala para
servir como mesa principal, onde o moderador e outros líderes da
conferência possam sentar.
2. Papéis dos participantes:
Moderador: Pessoa responsável por facilitar a simulação, garantir que as
regras sejam seguidas, manter a ordem durante os debates e dar tempo
igual para cada representante falar.
Representantes dos países: Cada aluno assume o papel de representante
de um país específico. Estes devem se preparar de acordo, pesquisando
sobre o país e formulando suas posições oficiais em relação aos ODS.
3. Ordem do dia: Definir uma agenda para a conferência, estabelecendo
quais ODS serão discutidos e em que ordem. Isso permite que todos os ODS
relevantes sejam observados durante a simulação. A agenda pode ser
compartilhada com os participantes antes da simulação, para que eles
possam se preparar.
4. Regras e procedimentos: Estabelecer regras claras para garantir um
ambiente de debate respeitoso e produtivo. Isso pode incluir orientações
sobre a ordem de fala, tempo limite para discursos, como fazer perguntas,
entre outros aspectos. Explique as regras aos participantes antes do inicio da
simulação, garantindo que todos tenham uma compreensão clara de como o
processo funcionará.
5. Introdução e abertura: O moderador inicia a simulação sobre a
importância dos ODS e os objetivos da conferência. Eles podem destacar a
necessidade de cooperação internacional para alcançar um desenvolvimento
sustentável. Cada representante dos países tem a oportunidade de fazer
uma breve introdução, apresentando informações sobre o país que está
representando.

36
6. Debate e negociação em plenário: O moderador inicia a discussão de
acordo com a agenda estabelecida a cada ODS. Os representantes dos
países têm a chance de compartilhar a posição oficial do seu país em relação
a esse ODS, apresentando propostas de ações e políticas. Após a fala de
cada representante, inicia-se um período de debate e negociação. Os
representantes podem fazer perguntas, apresentar argumentos, expressar
preocupações e tentar chegar a acordos com outros países.
7. Elaboração de acordos: Com base nas discussões e negócios, os
representantes dos países devem trabalhar juntos para redigir o que
expressam os acordos e as ações a serem tomadas em relação aos ODS
discutidos. Como devemos abordar os desafios específicos, propor medidas
concretas e identificar os países responsáveis por implementá-las.
8. Votação e adoção de ações: As duas são votadas pelos representantes
dos países. O moderador registra os resultados das votações e práticas
adotadas. Os representantes dos países expressam seus votos a favor,
contra ou se abstêm. As práticas aprovadas refletem os acordos alcançados
durante a simulação e servem como um documento final que resume as
ações a serem tomadas para promover os ODS.
9. Encerramento: O moderador faz um resumo das ações e acordos
adotados, destacando os principais pontos acordados durante a simulação.
Eles também podem destacar a importância da cooperação internacional e do
trabalho conjunto para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável.
Após a simulação, faça um momento de reflexão e discussão, permitindo que
os alunos reflitam sobre a experiência. Incentive-os a discutir o que
aprenderam sobre o tema, os desafios enfrentados durante a negociação e as
perspectivas ganhas sobre a importância da colaboração global para a
sustentabilidade.
Avaliação – Peça aos alunos que avaliem a simulação, compartilhando suas
opiniões sobre a atividade, o que acharam eficazes e sugestões de melhoria.
Essa avaliação pode ajudar a aprimorar futuras simulações.
Ao seguir essas etapas, os alunos têm a oportunidade de vivenciar um
ambiente simulado de negócios internacionais, desenvolvendo habilidades de
pesquisa, argumentação, negociação e trabalho em equipe. Essa abordagem
prática e envolvente permite que eles compreendam melhor a complexidade e
os desafios sobre a importância dos ODS.

37
2.2. Abordagem da Agenda Ambiental Escolar
Diante da urgência pelo cuidado com a vida no planeta e a implementação de ações
em nível mundial podemos dizer que as escolas desempenham um papel fundamental
na formação dos estudantes, e muitas instituições de ensino passaram a reconhecer a
importância de incluir a educação ambiental em seu currículo.
Professor, como você já trabalhou o processo histórico da educação ambiental com
seus alunos, vamos lembrar sobre a Agenda 21? Ela fica na história da construção de
um mundo mais sustentável por estabelecer diretrizes e recomendações para diversos
setores da sociedade, incluindo o setor educacional. Reconhece a importância da
educação e da conscientização ambiental como elementos-chave para a construção de
sociedades sustentáveis, e suas metas foram traçadas até 2015, após esta data foram
estabelecidos os ODS na Agenda 2030.
Na Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente de 2003, surge o Programa Cuidar
do Brasil com as Escolas, com a ação de implementar e fortalecer a Comissão de Meio
Ambiente e Qualidade de Vida - COM-VIDA.
A primeira proposta de se criar Com-Vida vem das deliberações da
I Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente,
realizada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o
Ministério da Educação, em 2003, quando os estudantes envolvidos
propuseram a criação de “conselhos jovens de meio ambiente” nas
escolas do país. Desde então, foi idealizado o Programa “Vamos
Cuidar do Brasil com as Escolas”, que envolveu as 16 mil escolas
que participaram do processo da I Conferência, em centenas de
seminários de formação de professores em Educação Ambiental.
Nesses seminários participaram também 21 mil estudantes,
delegados e delegadas eleitos em todas as escolas, que foram
mobilizados pelos Coletivos Jovens de Meio Ambiente em todos os
Estados do país para liderarem a estruturação da Com-Vida, um
espaço permanente e dinâmico para “Cuidar do Brasil”. (BRASIL,
2007, p. 7)
A abordagem do programa “Cuidar do Brasil com as
Escolas” é notável por envolver uma grande quantidade de
escolas em todo o país, mobilizando milhares de estudantes
e professores em seminários de formação de educação
ambiental, criando um ambiente propício para que os jovens
se tornem líderes na promoção da sustentabilidade,
conscientização ambiental e cuidados com o meio ambiente.
Ao criar espaços como a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida, o
programa fornece uma plataforma para que as vozes dos estudantes sejam ouvidas.

Vamos levar ao
conhecimento de nossos
alunos a importância de
termos uma Agenda
Ambiental Escolar -
AAE?
38
Ao implementar uma Agenda Ambiental na Escola busca-se estimular a reflexão
sobre questões relacionadas ao meio ambiente, promovendo mudanças de atitudes e
comportamento em relação à sustentabilidade. Dentre as ações realizadas numa AAE,
podem estar incluídas atividades como a coleta seletiva de resíduos, a economia de
água e energia, a criação de hortas escolares, a realização de projetos de reciclagem, a
promoção de palestras e debates sobre temas ambientais, entre outras práticas
educativas.
A Agenda Ambiental Escolar – AAE é uma forma de envolver a comunidade escolar
na construção de um ambiente mais sustentável, contribuindo para a formação de
cidadãos conscientes e comprometidos com a preservação do meio ambiente.
Integrar uma agenda ambiental escolar nas atividades educacionais é necessário
envolver a comunidade escolar com o compromisso nas causas ambientais, incentivar a
participação ativa e a reflexão dos estudantes sobre sua responsabilidade na construção
de um futuro mais sustentável e equilibrado para o planeta. Portanto, é essencial
desenvolver um currículo interdisciplinar, incentivar projetos de pesquisa e ação,
organizar palestras, estimular a participação em comissões e projetos ambientais,
debates e discussões, estabelecer parcerias na comunidade para o desenvolvimento de
algumas ações. Veja algumas sugestões para você trabalhar este tema com os
estudantes:

Para falar das agendas ambientais na escola


promova uma roda de conversa, faça um levantamento,
juntamente com seus alunos, sobre as escolas que
participaram da ação do COM-VIDA em sua cidade, e
convide um professor ou aluno que estiveram presente
em uma das conferências para participar deste
momento para troca de informações e experiências.
Você pode utilizar os vídeos para levá-los a reflexão
e análise do meio ambiente no espaço escolar!
Como começar a incluir a sustentabilidade na
escola - https://www.youtube.com/watch?
v=al5RtYgoD_I
Com-Vida Murilo Braga - Ar refrigerado e água uma
combinação que dá vida -
https://www.youtube.com/watch?v=vSfK12Tc__Q
Autazes

Uma prática pedagógica eficaz para a construção de uma agenda ambiental na


escola é a implementação de um projeto interdisciplinar envolvendo diferentes disciplinas
e áreas do conhecimento.

39
Esse projeto pode ter como foco principal um tema ambiental específico, como a
preservação da água, a reciclagem de resíduos sólidos ou a conscientização sobre as
mudanças climáticas. Nesse projeto, os professores de diferentes disciplinas podem
trabalhar juntos para desenvolver atividades que abordem o tema ambiental de forma
integrada. Por exemplo, os alunos podem estudar a química da poluição da água nas
aulas de ciências, calcular a pegada de carbono em matemática, escrever redações
sobre o impacto das mudanças climáticas nas aulas de língua portuguesa e criar projetos
artísticos inspirados na natureza nas aulas de artes.
Reúna seus colegas de trabalho e planejem um trabalho interdisciplinar, escolham
um eixo temático e tracem seus objetivos e ações a serem desenvolvidas.
Sucesso no seu projeto interdisciplinar, professores!
Essa abordagem interdisciplinar permite que os alunos compreendam a
complexidade das questões ambientais e percebam a importância de uma visão
holística para resolvê-la. Além disso, promove a colaboração entre os alunos e
estimula o pensamento crítico e a criatividade.

Esta prática pedagógica visa construir uma agenda ambiental na escola


e a criação de um comitê ambiental. Esta prática envolve alunos,
professores e funcionários. Esse comitê pode ser responsável por
identificar problemas ambientais na escola, planejar ações e
implementar projetos que promovam a sustentabilidade. Os alunos
podem ser encorajados a se candidatarem para serem membros do
comitê e participar ativamente das decisões e atividades relacionadas à
agenda ambiental da escola. O comitê pode realizar reuniões regulares
para discutir questões ambientais, propor soluções, realizar campanhas
de conscientização, monitorar o consumo de recursos na escola e
incentivar práticas sustentáveis.
Para ajudar a planejar esta sugestão indicamos que veja o Tutorial
Formação do Comitê Municipal de Educação Ambiental (CMEA) e do
Comitê Escolar de Educação Ambiental (CEEA), do Instituto de
Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte
(IDEMA-RN), acessando o seguinte link do site:
http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/idema/DOC/DOC000000000264282.P
DF
Sucesso na sua prática pedagógica educador!
É importante ressaltar que essas práticas devem ser adaptadas às
características e necessidades específicas de cada escola, levando em
consideração a faixa etária dos alunos, os recursos disponíveis e a
realidade local. O objetivo é engajar os estudantes e capacitá-los a se
tornarem cidadãos conscientes e comprometidos com a preservação
do meio ambiente.

40
2.3. Relação entre Agenda Ambiental Escolar e os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável
Professores, vocês também já sabem: os ODS e a agenda escolar ambiental estão
intrinsecamente relacionados, pois, os ODS fornecem um quadro global para as ações
ambientais e orientam os esforços em direção ao desenvolvimento sustentável em
diferentes setores da sociedade, incluindo a educação. A agenda escolar ambiental pode
ser vista como uma aplicação prática dos ODS no contexto educacional, adaptando-os e
integrando-os nas atividades curriculares, projetos escolares e práticas pedagógicas.
Ao incluir os ODS na agenda escolar ambiental, as escolas têm a oportunidade de
abordar questões ambientais globais de forma local e contextualizada. Por exemplo, ao
trabalhar com o ODS 13 (ação contra a mudança global do clima), as escolas podem
desenvolver projetos que promovam a redução das emissões de gases de efeito estufa
na comunidade escolar, incentivando práticas de economia de energia, transporte
sustentável e gerenciamento adequado de resíduos.
Além disso, a agenda escolar ambiental também pode contribuir para o alcance de
outros ODS, como a erradicação da pobreza (ODS 1), a promoção da igualdade de
gênero (ODS 5) e a promoção da educação de qualidade (ODS 4), por meio da
sensibilização e do desenvolvimento de habilidades dos alunos para enfrentar os
desafios socioambientais.
Em suma, caro professor, os OSD fornecem um referencial global para o
desenvolvimento sustentável, enquanto a agenda escolar ambiental busca incorporar
esses objetivos na prática educacional. Ao trabalhar juntos, ODS e agenda escolar
ambiental podem impulsionar a transformação da sociedade em direção a um futuro
mais sustentável, envolvendo e capacitando os estudantes a se tornarem agentes de
mudança!

MÃO NA MASSA!

A matriz de materialidade é uma ferramenta muito utilizada por empresas e


instituições para identificar, hierarquizar e priorizar os temas ou questões mais relevantes
nos pilares ambiental, social e de governança, ou seja, ajuda a organização entender
quais os pontos que devem ser considerados importantes para serem monitorados,
controlados e desenvolvidos ações para amenizar seus impactos.
Conheça alguns termos técnicos utilizados nesta ferramenta:
Riscos - são as ameaças de perda existentes em determinada ação ou ausência desta.
Pode ser avaliado em alto risco, elevado risco e alta tolerância ao risco, dependendo da
vulnerabilidade da organização.
Gestão de Risco - consiste na identificação das ameaças em potencial, administrar
estas ameaças de maneira a garantir o cumprimento dos seus objetivos estratégicos.
Stakeholder - significa “Partes Interessadas”, toda pessoa, grupo, organização ou
sistema que afeta ou pode ser afetado pelas ações de uma organização.

41
Esta lista representa uma visão geral, dependendo do contexto e da indústria ou
organização específica, seja pública ou privada, pode haver outras partes interessadas
relevantes. É necessário observar e fazer esse levantamento.
Então, professores! Esta visão geral sobre a matriz de materialidade tem a intenção
de deixá-los familiarizados com os termos do mundo dos negócios. Porém, nossa
proposta é utilizá-la como uma prática pedagógica para envolver nossos alunos em
questões relevantes e preocupações relacionadas à sustentabilidade, responsabilidade
social e outros temas importantes.
Os alunos terão a oportunidade de desenvolver habilidades de pesquisa, análise
crítica, tomada de decisões, colaboração e engajamento cívico, além de aplicar conceitos
teóricos em situações de vida real, promovendo uma aprendizagem mais significativa e
contextualizada.

VAMOS AO De acordo com o número de alunos, dividir a turma


PASSO A PASSO? em cinco grupos. Eles irão trabalhar com os pilares do
desenvolvimento sustentável ou por temas que são mais
urgentes ou relevantes para sua escola, em consonância
com seu planejamento.

42
Orientar os estudantes a fazerem uma pesquisa para
Passo 1: Identificar identificarem os temas – chaves que afetam a escola e sua
os temas- chaves comunidade. Explique a importância de identificar questões
relevantes para comunidade, e conduza as atividades de
pesquisa e discussão em grupo, envolvendo todos na escola.
Alguns exemplos podem ser:

Obs.: Crie sua lista de temas sempre observando a realidade de sua escola!

Neste primeiro passo, você pode trabalhar com questionários, grupos focais e análise
de notícias.

Grupos Focais
Questionários Realizar grupos focais
Análise de notícias
com diferentes grupos
Elaborar de interesse (alunos, Fazer uma análise
questionários é uma sobre a escola e o
pais, professores, etc.)
estratégia para
envolver alunos, pais
pode ajudar a identificar sistema educacional
e professores na pontos de vistas pode ajudar a
identificação dos divergentes e identificar temas
temas – chaves. aprofundar o relevantes para a
entendimento sobre os
sociedade em geral.
temas identificados.

43
O segundo passo é identificar os stakeholders, ou seja, os
Passo 2: Identificar as grupos de interesse, que são afetados pelos temas-chave
partes interessadas identificados no passo anterior e escolhidos por cada equipe,
relevantes
relacionados à escola. Isso pode incluir alunos, pais,
professores, funcionários, comunidade local, autoridades
educacionais, parceiros, entre outros.

Para ajudar a fazer o mapa de stakeholders você pode orientar os educandos a


elaborar uma tabela para anotar as expectativas das partes interessadas. Exemplo:
PESQUISA DE STAKEHOLDERS: Eles podem coletar informações sobre as
expectativas e preocupações dessas partes interessadas em relação aos temas
identificados e realizar discussões para identificar questões sociais, ambientais e de
governança que se enquadrem nos ODS.

No terceiro passo, é importante avaliar a importância


de cada tema para os stakeholders identificados no
Passo 3: Avaliar a
passo anterior. Algumas perguntas a serem
importância de cada tema
consideradas são: Quanto os stakeholders se
para as partes interessadas
importam com cada tema? Quais são os impactos
positivos e negativos de cada tema para os
stakeholders?

44
parceiros
rs são nossos
Os stakeholde ção de
ntes na constru
ANÁLISE DE IMPACTOS: Os educandos devem mais importa st en táveis!
justas e su
escolas mais
analisar os temas identificados e classificar com base dos principais
Alunos são um
da escola.
em seu potencial de impacto na escola e na stakeholders
também são
comunidade. Isso envolverá a reflexão crítica e a Professores podem
importantes e
stakeholders ntes em
tomada de decisões cautelosas. as difere
ter expectativ icados.
mas identif
relação aos te

Passo 4: Identificar os
riscos e oportunidades
associados a cada tema

No quarto passo, é importante identificar quais são os riscos e oportunidades


associados a cada tema identificado. Por exemplo, um tema como “segurança escolar”
pode ter riscos de violência ou oportunidades de melhoria de espaços físicos da escola.
Realizar uma análise de contexto considerando os fatores sociais, ambientais,
biológicos e psicológicos que podem impactar a escola e seus stakeholders.
Veja um exemplo na tabela abaixo:

O último passo é importante priorizar os temas


Passo 5: Priorizar os
temas de acordo com a
identificados de acordo com sua relevância e impacto. É
sua relevância preciso levar em consideração os interesses dos
stakeholders e as oportunidades de melhoria identificadas
nos passos anteriores.

45
ELABORAÇÃO DA MATRIZ: Com base nas informações coletadas, oriente os
educandos a criarem o gráfico da matriz de materialidade, com categorias de impacto no
eixo vertical e os temas relevantes no eixo horizontal. Eles devem preencher uma matriz
com a classificação dos temas de acordo com sua importância e prioridade, justificando
suas escolhas.
CLASSIFICAR OS TEMAS: Classifique os temas identificados com base em sua
importância e encorajamento para a escola usando critérios como o potencial impacto
positivo/negativo, urgência, interesse dos stakeholders, entre outros. Não esqueça
depois de classificar os temas, relacioná-los aos ODS com base em sua importância e
impacto. Eles podem considerar como cada tema contribui para o alcance dos ODS, o
grau de urgência e colaboração para a escola e a comunidade.
impacto de competitividade
Gerenciar por causa de

na escola.

DISCUSSÕES E DEBATES: Realize discussões em sala de aula para que os alunos


compartilhem suas análises e justificativas para as classificações feitas na matriz.
Incentivo ao debate e a troca de ideias entre os alunos, estimulam a consideração de
diferentes perspectivas e o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico.

46
PROJETOS E AÇÕES: Com base na matriz de materialidade, os alunos podem
desenvolver projetos ou ações concretas relacionadas aos temas identificados. Eles
podem criar campanhas de conscientização, implementar práticas de consumo na
escola, propor soluções para problemas específicos ou buscar parcerias com a
comunidade.
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Incentivar os alunos a revisar e atualizar a matriz de
materialidade regularmente, à medida que novas informações surgem ou conforme
prioridades mudam. Isso ajuda a compreender que a gestão de questões materiais é um
processo contínuo e dinâmico.

SAIBA MAIS!
https://hubspot.atlasgov.com/blog/matriz-de-materialidade
https://blog.softexpert.com/como-construir-matriz-
materialidade/
https://www.silcon.com.br/wp-content/uploads/2021/06/Matriz-
de-Materialidade.pdf
https://www.fdc.org.br/conhecimento-site/nucleos-de-pesquisa-
site/Materiais/guia_howto_matriz_materialidade.pdf

2.4. Pré Projeto: Jovens protagonistas e boas práticas para uma sociedade
sustentável
Chegamos ao final do capítulo sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e
vocês, professores, com certeza levaram seus alunos a construírem conceitos e
entender a importância dos ODS na vida pessoal e coletiva do cidadão. Agora vamos
avaliar a aprendizagem dos nossos alunos?
Destaque um tema na matriz de materialidade que seja mais relevante para a escola e
construa uma ação como parte da agenda ambiental escolar que atenda uma das ODS.

47
UNIDADE 3: EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL

Ao destacar a importância da Região Amazônica é necessário promover um ambiente


de reflexão e discussões entre os educandos sobre economia circular, responsabilidade
social corporativa, inovação verde, entre outros.

48
Discuta com eles as vantagens competitivas que as empresas podem obter, bem
como os desafios e as oportunidades que elas enfrentam. E não se esqueçam de levar
ao conhecimento dos jovens os três pilares do mundo do investimento que enfatiza o
desenvolvimento sustentável: o pilar ambiental, o pilar social e o pilar da
governança. Pilares estes utilizados como critérios e considerações que investidores
devem fazer para investir ou comparar pequenas e grandes empresas, ou até mesmo
iniciar seu pequeno negócio.
Vamos explorar ideias, estudo de casos e práticas inovadoras que podem transformar
não apenas sua visão de negócios, mas também como vemos e interagimos com o
mundo ao nosso redor. Portanto, optamos por conduzi-los pelos caminhos da
metodologia da problematização, uma abordagem que busca estimular a reflexão e a
transformação social, colocando os estudantes como sujeitos ativos na construção do
conhecimento. Valoriza a problematização das vivências e experiências dos alunos, o
diálogo, a colaboração e a ação social consciente.
A metodologia da problematização na educação ambiental visa despertar a
consciência crítica dos estudantes e incentivá-los a agir de maneira sustentável em
relação ao meio ambiente. Ao promover a reflexão, a pesquisa, o debate e as ações
práticas, vocês professores, estarão capacitando os estudantes a se tornarem cidadãos
comprometidos com a preservação ambiental e buscar soluções para os desafios
enfrentados em sociedade.

3.1. Conceitos e finalidades do Empreendedorismo


Sustentável

Para iniciar nossa trilha vamos entender que podemos


definir o empreendedorismo sustentável como a prática
de iniciar, desenvolver e gerenciar um negócio para atingir
objetivos planejados, ao mesmo tempo em que minimiza
impactos negativos sobre o meio ambiente e promove o
bem-estar social.
É um conceito que combina os princípios do empreendedorismo com a preocupação
ambiental e social. Está baseado na ideia de que é possível desenvolver negócios
lucrativos ao mesmo tempo em que se promove a conservação dos recursos naturais e o
bem-estar das comunidades.
Então, vamos fazer com que nossos alunos desvendem esses conceitos e destaquem
a finalidade do empreendedorismo sustentável? A seguir apresentaremos sugestões de
como você, professor, pode trabalhar com seus alunos os conceitos do
empreendedorismo sustentável.

49
O empreendedorismo sustentável envolve uma visão holística que considera os
aspectos biológicos, ambientais e sociais. Os observadores buscam criar valor não
apenas para si mesmos, mas também para a sociedade e o meio ambiente.
Para introduzir o conceito de empreendedorismo sustentável com uma abordagem no
protagonismo juvenil e na teoria da problematização, faça de três a quatro perguntas aos
educandos para investigar o que eles já sabem previamente sobre empreendedorismo (o
que é empreender? Quais tipos de empreendedorismo você conhece? O que é
empreendedorismo sustentável? Como empreender de forma sustentável?).
Oriente que cada um exponha sua opinião para uma breve discussão sobre o tema.
Escolha um dos vídeos sugeridos abaixo, eles explicam e exemplificam o que é
empreendedorismo sustentável. Mostre exemplos de empreendedores jovens que estão
fazendo a diferença em suas comunidades e no mundo, destacando a importância de
combinar negócios e impacto socioambiental positivo.
Estimule uma reflexão por meio de uma roda de conversa.

https:// www.youtube.com/watch?v=MR7fNyedMWQ - Empreendedorismo


Sustentável | Negócio Sustentável | Biosfera
https://www.youtube.com/watch?v=kNvPM5-KSSE - Empreendedorismo nas
escolas
https://www.youtube.com/watch?v=GLz2yHlU-Mg - Empreendedorismo na
Amazônia: Laboratório de Negócios (Fundação Amazônia Sustentável)
https://www.youtube.com/watch?v=cNBrkRtZdGY - Centro de
Empreendedorismo da Amazônia l Conexão (Canal Futura)

Promova uma sessão de brainstorming (temporal de ideias) em sala de aula,


incentivando os estudantes a pensarem em problemas locais ou globais que poderiam
ser abordados por meio de empreendimentos sustentáveis. Ajude-os a desenvolver
ideias viáveis que possam contribuir para a sustentabilidade social, ambiental e
econômica.
Como neste primeiro momento o foco é trabalhar os conceitos e princípios do
empreendedorismo sustentável, sugerimos como produto do brainstorming:
Campanha de conscientização ambiental para educar funcionários, alunos e outros
na escola sobre práticas de consumo. Isso pode incluir a distribuição de materiais
informativos, a realização de palestras ou workshops e a criação de iniciativas de
reciclagem e redução de resíduos.

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Campanha de reciclagem comunitária na escola. Forneça recipientes de coleta
seletiva para diferentes tipos de materiais recicláveis e incentive os moradores locais
a participarem. Isso inclui papel, plástico, vidro e metal. Ou ainda, para as escolas de
Manaus, podem entrar em contato com a equipe do Drivethru Ambiental pelo
instagram @drivethruambiental, e convidar a equipe para uma roda de conversa
com os alunos, em seguida sugira dicas de como fazer a coleta comunitária.

Se você não conhece a técnica brainstorming (temporal de


ideia) siga o passo a passo em:
https://eadbox.com/brainstorming/ ou ainda no blog ead
plataforma, em:
https://blog.eadplataforma.com/marketing-vendas/como-
fazer-brainstorming/.

Inicie essa atividade questionando os estudantes sobre o empreendedorismo


sustentável, para um levantamento prévio a respeito do conhecimento que eles têm
sobre o tema.
Organize visitas a empreendedores sustentáveis locais ou convide empreendedores
jovens para compartilhar suas experiências em sala de aula por meio de uma
palestra. Essas experiências práticas ajudarão os alunos a entenderem melhor como
o empreendedorismo sustentável funciona na prática e quais são os desafios e
oportunidades envolvidos na sua cidade, no seu estado e região.
Não esqueça, professor, utilize dos recursos da educomunicação para os alunos
produzirem podcasts, vídeos informativos, post no Instagram, notícias em telejornais,
franzine e outros.

Existem fatores importantes no mercado de investimento e acionista que envolve os


conceitos de meio ambiente, sustentabilidade e responsabilidade social. São três pilares
que enfatizam o desenvolvimento sustentável: o pilar ambiental, o pilar social e o pilar
da governança corporativa.

51
A exigência ESG (Ambiental, Social e Governança) no mundo empresarial da
sociedade atual é impulsionada por várias razões importantes, como questões
relacionadas à gestão dos recursos naturais, eficiência energética, emissões de carbono,
gestão de resíduos, biodiversidade e conservação ambiental. Já o componente social
abrange aspectos como a relação com os funcionários, à diversidade e inclusão, a
segurança no trabalho, a responsabilidade social e o envolvimento com as comunidades
locais. Por fim, o componente de governança trata das estruturas e práticas de gestão da
empresa, como a transparência, a ética, a responsabilidade dos executivos, a gestão de
riscos e os controles internos.

Incentive os alunos ao debate e reflexão crítica sobre os


desafios socioambientais enfrentados pela sociedade
amazônica e a importância do papel das empresas na
construção de um futuro mais sustentável, assim como a
responsabilidade individual e coletiva na busca por
soluções é essencial. Estimule o desenvolvimento de
habilidades para a tomada de decisões éticas e
sustentáveis em diferentes contextos, que é fundamental
na formação dos estudantes, capacitando-os a
compreender e lidar com os desafios socioambientais e a
contribuir para a construção de uma sociedade mais
justa, sustentável e responsável.

52
Esta prática pedagógica tem como objetivo principal fornecer aos alunos uma
compreensão aprofundada dos princípios ESG e sua aplicação prática na sociedade
atual. Faça a divisão da turma em três equipes, conduza uma pesquisa bibliográfica e
um estudo de caso, nas problemáticas ambientais na região amazônica, iniciando do
local onde a escola está situada.

1. Pilar ambiental
● Este grupo fará o levantamento de questões globais, atuais, como mudanças
climáticas, gases, desmatamento e escassez de recursos naturais, e especificando as
consequências destes temas na Amazônia (Procure realizar um trabalho interdisciplinar
com professores de outros componentes curriculares).
● Em seguida, pedir que explorem soluções sustentáveis, como energia renovável,
reciclagem, conservação da água e redução do consumo, entre outros, pensando nos
recursos disponíveis na sua região.
● Com os recursos da educomunicação, os estudantes poderão apresentar suas
produções gerando um debate entre os colegas.

2.Pilar Social
● Este grupo será orientado a realizar uma discussão sobre os desafios sociais
enfrentados na nossa sociedade (local/regional/global), como a pobreza, desigualdade,
acesso à educação, acesso à saúde, dentre outros (sempre olhando sua realidade).
● Em seguida, a equipe fará uma pesquisa e análise de iniciativas e organizações que
oferecem ações para promover a inclusão social, a igualdade de gênero, os direitos
humanos e a justiça social!
● Com os recursos da educomunicação, os estudantes poderão apresentar suas
produções gerando um debate entre os colegas.

3.Pilar de Governança
● Esta equipe fará um estudo por meio de pesquisa das estruturas de governança em
diferentes níveis (local, nacional e global) e como elas tiveram a tomada de decisões.
● Em seguida realizarão a análise das boas práticas de governança corporativa.
● Com os recursos da educomunicação, os estudantes poderão apresentar suas
produções gerando um debate entre os colegas.

Não se esqueça de fazer uso dos ODS para incentivar os alunos a pensar nas
soluções possíveis para as questões levantadas em estudo. Promova um trabalho
interdisciplinar onde seja possível fazer uma avaliação.

53
3.2. O Uso Racional dos Recursos
Ambientais

Professores, ao pensar no uso racional dos


recursos ambientais, faz-se necessário permear
pelo conhecimento da economia solidária, que é um
modelo econômico baseado em princípios de
cooperação, solidariedade, autogestão e valorização
do trabalho humano, buscando promover a
equidade, a justiça social e a sustentabilidade.

Singer (2002, p. 114), nos diz que “a economia solidária foi concebida
para ser uma alternativa superior por proporcionar às pessoas que a
adotam, enquanto produtoras, poupadoras, consumidoras etc., uma
vida melhor”.
Os empreendimentos solidários podem assumir diferentes formas, como
cooperativas, associações, grupos de produção, entre outros, e são geralmente
voltados para a produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
Por meio desta abordagem, professores, vamos engajar os estudantes em
reflexões críticas sobre o uso racional dos recursos ambientais, sem perder o foco na
região Amazônica. Explorando as principais características desse ecossistema, bem
como os efeitos negativos causados pelo desmatamento, pela exploração ilegal da
madeira, pela mineração desenfreada e pela expansão agrícola desordenada.
Para exploração deste tema sugerimos que seu planejamento seja de forma
interdisciplinar e integrada com outros componentes curriculares, por meio de
atividades interativas, estudos de caso e debates em sala de aula. Assim, os alunos
serão estimulados a refletir soluções e ações concretas para o uso racional dos
recursos ambientais na Amazônia.
Abordar práticas sustentáveis, como manejo florestal sustentável, a valorização da
biodiversidade, o incentivo ao turismo ecológico, agricultura familiar e a importância da
participação ativa da sociedade civil e do poder público na preservação desse
patrimônio natural. A Amazônia é um dos ecossistemas mais ricos e diversificados do
mundo e por sua biodiversidade que desempenha um papel primordial na regulação
do clima global, na manutenção da biodiversidade, além de abrigar comunidades
tradicionais e indígenas que dependem dos recursos naturais para sua subsistência.
Porém, estão presentes nesta região sérios desafios relacionados ao uso irracional
dos recursos ambientais.

Vamos a uma
prática?

54
Divida a turma em grupos e atribua a cada grupo um recurso ambiental específico da
Amazônia como: água, florestas, minerais, madeira, espécies de plantas medicinais,
entre outros.
Os grupos devem coletar informações sobre a importância desses recursos, as
ameaças que eles enfrentam (impactos ambientais e socioeconômicos) e as possíveis
soluções para uso racional.
Em seguida, promova um debate em sala de aula, no qual cada grupo apresentará
suas descobertas e argumentará sobre a importância do uso racional desses recursos.
Isso incentivará a pesquisa, o pensamento crítico e a colaboração entre os alunos.

Professor, verifique em sua cidade a existência de associações, sindicatos e órgãos que


promovam uma economia sustentável, como a economia circular, por exemplo:
Estabeleça parcerias com comunidades locais para envolver os estudantes em projetos
concretos de empreendedorismo sustentável. Isso pode incluir a participação de
programas de reflorestamento, o desenvolvimento de estratégias de conservação, a
promoção de práticas agrícolas sustentáveis ou a criação de produtos artesanais
ecologicamente corretos.

Proponha uma atividade prática em que os estudantes assumam o papel de gestores


ambientais responsáveis por tomar decisões sobre o uso dos recursos no seu local
(escola/bairro/cidade/estado/Amazônia).
Dividir a turma em equipes e fornecer a elas um cenário fictício, como a construção de
uma estrada, a extração de recursos minerais, a criação de uma reserva natural, o
consumo de energia, a geração de resíduos, a emissões de poluentes, etc. (também pode
ser um problema ambiental real na sua cidade). Cada equipe deve discutir e apresentar
um plano de gestão que leve em consideração a conservação dos recursos e o
desenvolvimento sustentável, seguindo os seguintes passos:
Avaliação e diagnóstico ambiental – realizar uma avaliação detalhada do ambiente
em questão. Identificar os principais impactos ambientais gerados pelas atividades
desenvolvidas no local (de acordo com tema distribuído pelo professor).

55
Estabelecer metas e objetivos – com base no diagnóstico realizado, estabeleça
metas e objetivos claros e realistas para a gestão ambiental. Essas metas devem ser
mensuráveis e definidas com a legislação ambiental vigente e com os princípios de
sustentabilidade.
Elaboração de um plano de ação – crie um plano de ação detalhado com as
medidas necessárias para alcançar as metas inválidas. O plano deve ser
abrangente, abordando aspectos como economia de energia, gestão de resíduos,
conservação da biodiversidade, educação ambiental, entre outros. Defina
responsabilidades e prazos para a execução das ações.
Envolvimento e conscientização – descreva como irá realizar a conscientização
sobre a importância da sustentabilidade e o papel de cada um na busca por práticas
mais responsáveis e ecológicas. Proponha treinamentos e campanhas de
sensibilização.
Implementação e monitoramento das ações – relatar as atividades pensadas para
a redução de impactos ambientais, promoção da eficiência, gestão de resíduos,
preservação de áreas verdes, entre outras ações que estejam relacionadas ao tema
do grupo. Descrever como será realizado o monitoramento de suas ações e
avaliação dos resultados obtidos em relação às metas protegidas.

Os grupos deverão apresentar o plano de gestão para os demais. Promova um


momento de reflexão e debate sobre os temas destacados.
Essa atividade estimula a criatividade, o trabalho em equipe e a conscientização sobre
a importância das escolhas responsáveis.

Suporte para seu planejamento e o desenvolvimento desta atividade você


encontra em:

http://www.11gaaae.eb.mil.br/images/pdf/plano.pdf
http://www.bioaroeira.com.br/wp-
content/uploads/2020/12/PGA-Plano-de-Gestao-
Ambiental-v.02-2021.pdf

56
Professor, destaque temas relacionados às questões sociais, como a fome,
desemprego, saúde pública, educação de qualidade, lixo (resíduos sólidos) etc., sempre
visualizando a realidade da comunidade escolar, seu bairro, cidade e o estado. Verifique
organizações, instituições e ou sindicatos que se envolvam com esses temas e organize
visitas de campo com intuito de aproximar os estudantes aos problemas sociais
ambientais ou em áreas próximas que apresentem exemplos de uso racional dos
recursos ambientais. Ou ainda busque locais que com seus empreendimentos possam
afetar a vida social das pessoas, como reservas extrativas, projetos de manejo florestal
sustentável ou organizações não governamentais que trabalham com conservação da
natureza.
Além disso, convide especialistas, como biólogos, engenheiros ambientais ou líderes
comunitários, e ou especialistas relacionados ao tema escolhido para dar uma palestra.
Essas atividades proporcionam uma experiência prática e contato com profissionais,
ampliando o conhecimento e a conscientização dos alunos.

Agricultura familiar: produtos orgânicos


O tema agricultura familiar e produção orgânica é um tema importante para o
conhecimento dos alunos, pois proporciona valiosos saberes sobre o meio ambiente,
alimentação saudável, valorização da agricultura familiar e o desenvolvimento
sustentável. Tem o objetivo de capacitá-los a tomar decisões conscientes e responsáveis
em relação à alimentação, meio ambiente e às escolhas de consumo, além de despertar
o interesse por carreiras relacionadas à agricultura, sustentabilidade e preservação
ambiental.
Neste contexto, ao visualizar a agricultura familiar no Amazonas com a realidade dos
agricultores e as políticas públicas voltadas para este público, observamos uma
complexidade deste espaço e diversos fatores que podem influenciar sua existência e
continuidade como categoria social.

57
O espaço da agricultura familiar no Amazonas só pode ser entendido
considerando alguns elementos que podem determinar sua existência,
ou não, no futuro enquanto categoria social: a estrutura agrária, o
ambiente físico e institucional em que ela está envolvida, o limite de
uso da terra para o desenvolvimento de agrícolas, a tecnologia que
usa e a que poderia ser utilizada, o processo de inovação possível, o
papel institucional da categoria enquanto produtora de alimentos para
o Estado e, como último elemento, não menos importante que os
anteriores, estão as expectativas das famílias em relação ao seu
futuro, seu modo de vida e seu bem-estar. As políticas públicas, neste
sentido, precisam ser debatidas e não apenas outorgadas.
(MENEGHETTI e SOUZA, 2015, p. 46).
A sustentabilidade e proteção desse tipo de agricultura dependem não apenas de
questões motivacionais e políticas, mas também do impacto na vida das pessoas
envolvidas, portanto, a necessidade de um debate mais amplo e participativo sobre o
tema, diante das realidades, desafios e necessidades específicas. É importante se ter
uma visão abrangente e ponderada sobre a agricultura familiar no Amazonas, com uma
abordagem holística e inclusiva para garantir a sustentabilidade e o desenvolvimento
desse setor essencial da economia local.

Vamos a uma
prática?

Com um projeto de horta escolar, os estudantes podem aprender sobre o


cultivo de alimentos orgânicos. Participar de todas as etapas, desde o
planejamento até o cultivo e colheita dos alimentos, aprender sobre técnicas de
compostagem, cuidados com as plantas, identificação de pragas e até mesmo
sobre o ciclo de vida das plantas, os princípios da agricultura orgânica, como a
importância do solo saudável, do uso de adubos naturais e do controle de
pragas de forma sustentável.
É importante o trabalho interdisciplinar entre os componentes curriculares,
para o trabalho teórico e prático, abrangendo conteúdos sobre agricultura
familiar no Amazonas.
Essa prática proporcionará aos estudantes uma experiência prática e
enriquecedora, permitindo que eles vejam o resultado do seu trabalho e
desenvolvam habilidades como trabalho em equipe, responsabilidade
ambiental, além de estimular a consciência ambiental e alimentar de cada um.

58
Organizar visitas a propriedades rurais que praticam a agricultura familiar e o cultivo
de produtos orgânicos é uma excelente forma de aproximar os alunos dessa realidade.
Durante as visitas, os alunos terão a oportunidade de conversar com os agricultores,
conhecer suas técnicas de cultivo, entender os desafios e benefícios da agricultura
familiar e vivenciar o processo de produção de alimentos saudáveis e sustentáveis.
Levar os estudantes à feiras orgânicas, onde eles possam interagir com os produtores
locais, conhecer diferentes alimentos orgânicos e entender a importância de consumir
produtos saudáveis e sustentáveis.
Essas experiências proporcionam aos alunos um contato direto com a realidade rural
e ajudam a despertar uma consciência crítica sobre a importância da agricultura familiar
e dos produtos orgânicos.

Promover debates e pesquisas em sala de aula sobre temas como segurança


alimentar, sustentabilidade e os impactos da agricultura convencional versus a
agricultura familiar e orgânica é uma das formas de estimular o pensamento crítico
e reflexivo dos educandos. Eles podem explorar questões como a dependência de
agrotóxicos na agricultura convencional, os impactos ambientais e sociais da
produção em escala e as alternativas oferecidas pela agricultura familiar e
orgânica.
A turma pode ser dividida em equipes e atribuir um tema, como os benefícios
dos produtos orgânicos para a saúde, a importância da agricultura familiar na
preservação do meio ambiente ou os desafios enfrentados pelos agricultores
familiares. Ou ainda a relação dos povos tradicionais na produção de produtos
orgânicos. Orientar pesquisas aos educandos a reunirem dados e argumentos
para embasar suas posições.
Em seguida, promover o debate entre as equipes, permitindo que eles
expressem seus pontos de vista e aprendam com as perspectivas dos colegas.
Essas atividades incentivam os educandos a buscarem informações, analisar
diferentes perspectivas e desenvolver um senso de responsabilidade em relação
às escolhas alimentares e ao consumo consciente. Estimulam o desenvolvimento
de habilidades de pesquisa, trabalho em equipe, consciência ambiental e
pensamento crítico.

Turismo e artesanatos sustentáveis


Para o mundo, a Amazônia desempenha um importante papel, abrigando uma rica
biodiversidade, como já comentamos neste capítulo.

59
O turismo e os artesanatos sustentáveis podem contribuir para conservação da
Amazônia, pois incentivam a valorização da cultura local, a proteção do meio ambiente e
a geração de renda para as comunidades que estão distantes das áreas urbanas. Ao
enfatizar a sustentabilidade nessas práticas, os estudantes aprenderão sobre a
preservação da biodiversidade, valorizando as tradições culturais e a promoção do
desenvolvimento socioeconômico local.
Faça seu planejamento de forma integrada com outros componentes curriculares por
meio de uma prática interdisciplinar.

Propor aos estudantes a criação de roteiros turísticos sustentáveis na sua cidade e ou


comunidade próxima. Não esquecendo de fazer uma relação dessa atividade com os
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Divida a turma em grupos e peça para pesquisarem sobre destinos turísticos na região,
levando em consideração critérios de sustentabilidade, como a preservação ambiental, a
valorização da cultura local e o envolvimento das comunidades, outros.
Os alunos deverão apresentar seus roteiros, destacando as atividades turísticas que
promovam a conscientização ambiental, o respeito às tradições e a geração de renda
para as comunidades locais.
Essa prática ajudará os alunos a compreenderem como o turismo pode ser uma força
positiva para a Amazônia, desde que seja realizado de forma responsável.

Verifique a existência de associações, Ongs, grupos de mulheres e outros que


desenvolvam algum trabalho com artesanatos e convide-os para realizar oficinas de
artesanato com materiais sustentáveis, como fibras naturais, sementes, madeira de
manejo florestal ou reciclado.
Os estudantes poderão aprender técnicas de produção de artesanato tradicional
amazônico, como a confecção de cerâmica, cestaria, biojóias, pintura de tecidos,
reciclados com papel, garrafa pet ou plástico.
Realize um planejamento interdisciplinar elegendo um tema que possa estar
relacionado ao turismo na Amazônia.
Essa prática permitirá que os alunos conheçam as habilidades artísticas e culturais da
região, valorizem os produtos artesanais e entendam como o turismo pode impulsionar a
economia local de forma sustentável.

60
Selecionar um estudo relacionado ao turismo sustentável na sua região. Orientar os
estudantes a realizar uma pesquisa e analisar iniciativas turísticas que buscam conciliar
o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e cultural da região.
Oriente-os a examinar como essas práticas estão contribuindo para a conservação da
biodiversidade, o empoderamento das comunidades locais e a valorização dos
artesanatos tradicionais.
Faça um momento de socialização da pesquisa e motive uma discussão sobre os
resultados da pesquisa.

Propor aos estudantes que desenvolvam uma campanha de conscientização sobre o


turismo sustentável na Amazônia e a valorização dos artesanatos locais. Eles podem
criar materiais informativos, com uso dos recursos da educomunicação (cartazes,
panfletos, vídeos, podcast, e outros) destacando os impactos positivos do turismo e
incentivando a compra de produtos artesanais sustentáveis e conscientizando sobre a
importância da preservação ambiental e cultural da sua região.
Essa prática permitirá que os alunos se tornem agentes de mudança, disseminando
informações e promovendo ações concretas para um turismo mais sustentável.

Couros ecológicos
Há uma grande discussão em torno do tema sobre couros ecológicos. Referem-se a
materiais produzidos com intuito de imitar características dos couros tradicionais,
teoricamente sem a utilização de pele animal. Os couros sintéticos ou veganos
diferenciam-se na forma de produção, oferecendo uma opção mais sustentável e livre de
crueldade animal.
Os couros ecológicos ganharam popularidade devido a preocupação com o bem –
estar animal, sustentabilidade ambiental e busca por alternativa mais ética e
ecologicamente corretas na indústria da moda e do design. A tecnologia e as técnicas de
produção têm avançado significativamente, permitindo a criação de materiais sintéticos
de alta qualidade que podem se assemelhar visualmente e em textura ao couro animal.
O tema oferece a oportunidade de discutir questões ambientais relevantes, como a
conservação da floresta, a preservação da biodiversidade e a sustentabilidade na
indústria da moda. É importante desenvolver as práticas pedagógicas de forma
interdisciplinar, envolvendo disciplinas como biologia, geografia, e temas como a ética e
o empreendedorismo.
No Amazonas é possível pensar na produção deste produto levando em consideração
os seguintes pontos:

61
●Matérias – primas disponíveis: O Amazonas é conhecido por sua rica biodiversidade e
abundância de recursos naturais, podendo ser fonte de matérias – primas para a
fabricação de couros ecológicos ou sintéticos.
● Mão de obra e infraestrutura: É importante avaliar a disponibilidade de mão de obra e
infraestrutura necessária para a produção de couros ecológicos, o que inclui aspectos
como fábricas, equipamentos e logística.
● Mercado e demanda: É essencial realizar uma análise de mercado para entender a
demanda por couros ecológicos, tanto a nível nacional quanto internacional. A
conscientização sobre questões ambientais e éticas tem aumentado o que abre um
espaço para a produção de produtos sustentáveis.
● Aspectos legais e regulatórios: Necessidade de pesquisa para saber se há
regulamentações e políticas locais e internacionais relacionadas ao uso e logística de
couros e ecológicos.
● Concorrência: É importante fazer um levantamento neste setor de produção para
entender como uma empresa neste ramo poderia se destacar e oferecer valor único no
mercado.

São pontos fundamentais para seus alunos pesquisarem, realizarem um estudo sobre
este tema e aprofundar seus conhecimentos, uma vez que o investimento em couros
ecológicos pode ser uma oportunidade promissora se houver demanda crescente por
este produto e se a região apresentar vantagens competitivas para sua produção. Além
disso, pode-se trabalhar o protagonismo juvenil dos estudantes ao explorar e incentivar a
pesquisa.
Vamos lá ver como se dá a produção do couro ecológico e sua importância para a
região Amazônica?

SUGESTÃO 1 – PESQUISA, DEBATE E ANÁLISE DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Iniciar o tema com uma proposta de pesquisa para os estudantes sobre couros
ecológicos e suas características. Divida a turma em grupos e oriente a pesquisa
sobre diferentes aspectos, como os materiais utilizados na produção, os processos
de fabricação, os benefícios e as questões éticas relacionadas.
Promova um debate em sala de aula, onde os grupos possam compartilhar suas
descobertas e discutir vantagens e desvantagens dos couros ecológicos.
Após o debate, oriente cada equipe produzir um cartaz ou outra forma de exposição
sobre os impactos ambientais da indústria de couro convencional na Amazônia,
explorando temas como o desmatamento, poluição dos rios e emissões de gases de
efeito estufa, ou mesmo temas socioambientais, como o lixo, o desemprego, outros.
Eles devem analisar os efeitos dessa prática no ecossistema e discutir alternativas
sustentáveis, como os couros ecológicos.

62
SUGESTÃO 2 – PROJETO PRÁTICO
Desenvolva um projeto prático com os estudantes pensando em aplicar
os conhecimentos adquiridos, utilizando a matriz de materialidade e os
ODS. Eles podem criar uma proposta de negócio sustentável relacionada à
produção de couros ecológicos na sua região, considerando aspectos
como preservação ambiental, inclusão social e a viabilidade econômica.
Os estudantes podem apresentar suas propostas em formato de
apresentações, relatórios ou até mesmo simulações empresariais.

SUGESTÃO 3 – PROJETO DE MODA SUSTENTÁVEL


Propor um projeto prático no qual os estudantes sejam desafiados a
criar uma coleção de moda sustentável utilizando couros ecológicos. Eles
devem considerar aspectos como design, funcionalidade, sustentabilidade
e apelo comercial.
É necessário orientar uma pesquisa sobre o tema, dividindo em
momentos de levantamento de dados, informações, exposição da
pesquisa, debate e discussões. Boa prática!

SUGESTÃO 4 – VISITA AS INSTITUIÇÕES ECOLÓGICAS

Pesquise se na sua cidade ou região se há instituições que trabalhem


com produção de couros ecológicos, como cooperativas de comunidades
locais, e proporcione aos alunos uma experiência prática e enriquecedora.
Eles podem conhecer de perto as práticas sustentáveis utilizadas,
conversar com os produtores e entender os benefícios desse tipo de
produção para o meio ambiente e para as comunidades envolvidas.

Essas práticas pedagógicas permitem que os alunos entendam os desafios


enfrentados pela indústria de couros na sua região, desenvolvendo habilidades críticas,
trabalho em equipe e pensamento crítico, promovendo a conscientização ambiental e
incentivando a buscar soluções sustentáveis em diferentes contextos.

63
Madeira Certificada
Falar sobre a madeira e contextualizar esse tema na região Amazônica é colocar em
debate questões ambientais, sociais e econômicas relevantes para a sustentabilidade e
o desenvolvimento sustentável, como discussões sobre o desmatamento, o uso/retirada
ilegal da madeira, e a importância de compreender o valor da madeira certificada para
esta região, que enfrenta constantes desafios relacionados à exploração madeireira
ilegal e não sustentável.
Neste contexto, a madeira certificada surge como uma solução essencial para conciliar
o desenvolvimento econômico da região com a preservação ambiental. Por meio de
pesquisa, debates, visitas e outras práticas pedagógicas, vamos conhecer a importância
da madeira certificada, e como é realizado esse processo na região amazônica.

SUGESTÃO 1 – RODA DE CONVERSA

Iniciar o tema com uma pesquisa sobre a origem da madeira, suas características, as
principais espécies exploradas no Amazonas, e os problemas associados à exploração
irresponsável. Inclua também a madeira certificada, explicando suas características e
benefícios ambientais e econômicos.
Em seguida, promova uma roda de conversa para discutir os diferentes pontos de vista
e as soluções possíveis para o manejo sustentável das florestas. Permita que os alunos
compartilhem suas descobertas e opiniões sobre o assunto.
Essa prática incentiva à troca de ideias e o pensamento crítico em relação à
sustentabilidade e ao consumo responsável.

SUGESTÃO 2 – ANÁLISE DE RÓTULOS E CERTIFICAÇÕES

Propor aos alunos uma pesquisa em suas residências: eles deverão verificar em seus
móveis de madeira (se houver) rótulos de certificação e fazer uma lista da procedência
da madeira/móvel, fazendo análise de origem, produção e certificação. Ou ainda, podem
fazer esse levantamento por meio de pesquisa em outros locais e produtos, como rótulos
de objetos de madeira, móveis e papel, para identificar se são provenientes de fontes
certificadas.
Podem pesquisar sobre as principais certificações, como o FSC (Forest Stewardship
Council) e o PEFC (Programa for the Endorsement of Forest Certification),
compreendendo seus critérios e princípios.
Após a análise e estudo compartilhem em sala por meio das técnicas da
educomunicação.

SUGESTÃO 3 – PARCERIA COM INSTITUIÇÕES E ORGANIZAÇÕES AMBIENTAIS


Procurar estabelecer parceria com instituições e organizações ambientais locais que
trabalham com a temática da madeira certificada.
Convide especialistas ou representantes dessas organizações para palestras e
workshops em sala de aula.
Essa abordagem traz perspectivas externas e atualizadas sobre o assunto, além de
fornecer aos alunos a oportunidade de interagir com profissionais que trabalham no
campo da sustentabilidade florestal.
64
Autazes

CARNEIRO, Marcelo Sampaio. A CONSTRUÇÃO SOCIAL DO MERCADO


DE MADEIRAS CERTIFICADAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: a atuação
das ONGs ambientalistas e das empresas pioneiras.

https://www.scielo.br/j/se/a/5MY7r3sTt4nhhvX5djNqY9p/?
format=pdf

FERREIRA, Oswaldo Poffo. Coord. Madeira: Uso Sustentável na


Construção Civil. –

https://www.fca.unesp.br/Home/Extensao/GrupoTimbo/manualUsodaMadeira.pdf

3.3. Pré Projeto: Jovens protagonistas e boas práticas para uma sociedade
sustentável:
Chegamos ao final de mais um capítulo do nosso caderno pedagógico! Nele
aprendemos sobre a importância de desenvolver negócios que sejam socialmente
responsáveis e ambientalmente conscientes, buscando o equilíbrio entre o sucesso
econômico e a preservação dos recursos naturais.
É importante educar e conscientizar as pessoas quanto a sustentabilidade e o
empreendedorismo sustentável. A mudança de mentalidade e a disseminação de
conhecimento são fundamentais para promover uma cultura empreendedora que seja
ambientalmente consciente.

3.3.1. Elaboração de um Plano de Ação de empreendedorismo sustentável na


escola.
Vamos ver o que nossos alunos aprenderam?
Proponha uma pesquisa sobre economia circular e economia verde. Com o
conhecimento em mãos e a lista dos problemas ambientais observados nas atividades
sobre os ODS, eles irão destacar aqueles que são mais urgentes a serem solucionados,
e oriente-os a criar um plano de ação para fazer parte da agenda ambiental da escola.
Mãos na massa!

65
UNIDADE 4: SUSTENTABILIDADE NO MODO DE VIDA
NO AMAZONAS

Nesta jornada, os estudantes devem refletir sobre os conceitos essenciais da


sustentabilidade, consolidar a compreensão sobre os pilares da sustentabilidade: pilar
ambiental, pilar social e pilar econômico. Explorar soluções inovadoras e boas práticas já
existentes, reforçando a discussão sobre a importância da conservação dos recursos
naturais, a promoção da eficiência energética, a redução do desperdício, a adoção de
energias renováveis e a preservação da biodiversidade. Assim como levá-los a refletirem
sobre a responsabilidade individual e coletiva na construção de um futuro sustentável.
Promover uma discussão sobre a sustentabilidade no Amazonas é de extrema
importância devido sua vasta exuberância natural, sua riqueza biodiversidade e seu
papel para o equilíbrio ecológico local e global. Seu processo de ocupação e exploração
dos recursos naturais tem comprometido a existência de espécies vegetais e animais,
assim como afeta a vida do homem amazônico e sua diversidade cultural. Portanto, a
busca por práticas sustentáveis na agricultura, turismo, energia e conservação dos
recursos naturais vem desempenhando um papel fundamental na proteção deste
ecossistema.
Discutir práticas de conservação, uso responsável dos recursos naturais e equilíbrio
entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental são essenciais para garantir
um futuro sustentável para as próximas gerações.

4.1. Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável


Professores, os conceitos de desenvolvimento sustentável e
sustentabilidade vieram sendo construídos ao longo do
processo histórico dos movimentos ambientalistas, devido os
inúmeros problemas ambientais (questão climática, poluição,
efeito estufa e outros) que afetavam a vida no planeta.
O termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir de uma
preocupação crescente com os impactos negativos das
atividades humanas no meio ambiente e na sociedade.

66
O conceito de desenvolvimento sustentável foi popularizado por volta de 1987 com o
relatório “Nosso Futuro comum”, também conhecido como Relatório Brundtland. Este
relatório foi produzido pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
como “o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”.
Em outras palavras, desenvolvimento sustentável é aquele
que promove uma justiça intrageracional (com a geração
presente) e intergeracional (com as gerações futuras).
Fazer justiça com a geração presente significa promover
um desenvolvimento econômico com inclusão social, ou
seja, melhorar a qualidade de vida de quem vive hoje, aqui
e agora, melhorar o IDH e outros índices sociais dos países
e suas regiões e fazer com que todas as pessoas do
planeta tenham, no mínimo, uma vida com padrões básicos
de dignidade. (MONTEIRO, 2015, p. 10 e11)
Entende-se que o desenvolvimento sustentável busca garantir que as atividades
humanas, como a produção industrial, a exploração de recursos naturais e o crescimento
populacional não causem danos irreparáveis ao meio ambiente, nem prejudiquem a
qualidade de vida das pessoas ou comprometam a capacidade de futuras gerações a
usufruírem de recursos e oportunidades semelhantes.
A sustentabilidade, por sua vez, é um conceito mais amplo que engloba não apenas o
desenvolvimento sustentável, mas também a manutenção dos sistemas ecológicos e
socioemocionais em equilíbrio em longo prazo. Baseia-se na premissa de que a
sustentabilidade requer uma abordagem holística considerando os aspectos econômico,
social e psicológico de maneira inclusiva e justa, ao mesmo tempo em que respeita os
limites e recursos do meio ambiente, evitando a exaustão de recursos naturais e a
degradação ambiental. Abrange ações tanto a nível global quanto local, envolvendo
governo, setor privado, sociedade civil e indivíduos, para tanto, é essencial que se
adotem práticas de consumo consciente, redução da pegada ecológica, proteção da
biodiversidade, utilização de energias limpas e renováveis, políticas de inclusão social,
acesso à educação e saúde para todos, entre outras iniciativas.
O momento atual exige que a sociedade esteja mais
motivada e mobilizada para assumir um caráter mais
propositivo, assim como para poder questionar de forma
concreta a falta de iniciativa dos governos para
implementar políticas pautadas pelo binômio
sustentabilidade e desenvolvimento num contexto de
crescentes dificuldades para promover a inclusão social.
Para tanto é importante o fortalecimento das organizações
sociais e comunitárias, a redistribuição de recursos
mediante parcerias, de informação e capacitação para
participar crescentemente dos espaços públicos de
decisão e para a construção de instituições pautadas por
uma lógica de sustentabilidade. (JACOBI, 2003, p. 203)

67
Como podemos observar, professores, temos muito que explorar
com nossos alunos quando falamos em sustentabilidade.
Principalmente quando a compreendemos como um estilo de vida e
uma abordagem que considera a interdependência entre o ser
humano e o meio ambiente. Então, podemos explorar com os
estudantes os pilares que sustentam seu conceito, que são
interligados e igualmente importantes.

Sustentabilidade Ambiental: Envolve a proteção da biodiversidade, a redução das


emissões de gases de efeito estufa, o uso consciente da água, a gestão de resíduos
sólidos e proteção dos ecossistemas.
Sustentabilidade social: O foco está no bem-estar das comunidades, garantindo que
todos tenham acesso a condições dignas de vida, como saúde, educação, moradia e
trabalho. Além disso, busca-se promover a equidade de gênero, a diversidade cultural
e o respeito aos direitos humanos.
Sustentabilidade Econômica: refere-se à criação de uma economia que seja capaz
de suprir as necessidades produtivas das pessoas sem comprometer a estabilidade
financeira e a viabilidade das atividades produtivas em longo prazo. O objetivo é
fomentar o crescimento econômico sustentável, estimulando práticas empresariais
responsáveis e conscientes.

Saiba mais!
NOBRE, Marcos. AMAZONAS, Maurício de Carvalho. Orgs. Desenvolvimento
Sustentável: a institucionalização de um conceito. - Brasília: Ed. IBAMA, 2002.

Vamos a
uma
prática?

Esta atividade objetiva trabalhar o conceito e as palavras chaves da


sustentabilidade.
Você vai precisar elaborar pequenos cartões com palavras chaves e
cartões com os significados. Para produzir estes cartões serão
necessários os seguintes materiais:
Papel cartão, canetas coloridas, tesoura para escrever as palavras e os
significados; ou pode imprimir as palavras e os significados em papel
ofício e colar no papel cartão. Se preferir pode plastificar.
Sugestão de palavras para sua atividade:
68
Envolve a utilização responsável dos recursos naturais, a
proteção do meio ambiente, a promoção da justiça social
SUSTENTABILIDADE
e o atendimento das necessidades presentes sem
comprometer as gerações futuras.

Visa atender às necessidades presentes sem


comprometer a capacidade das futuras gerações de
DESENVOLVIMENTO
atender às suas próprias necessidades. Reconhece que o
SUSTENTÁVEL crescimento econômico deve ocorrer de maneira
equilibrada, considerando os impactos ambientais e
sociais.

Conjunto de seres vivos e seu ambiente físico


ECOSSISTEMA
interagindo e influenciando-se mutuamente.

Variedade de vida existente no planeta, incluindo


BIODIVERSIDADE
diversidade de espécies, genes e ecossistemas.

Tomada de decisões conscientes e responsáveis sobre o


CONSUMO CONSCIENTE consumo, considerando os impactos sociais e ambientais
dos produtos adquiridos.

Fontes de energia que se renovam naturalmente, como


ENERGIAS RENOVÁVEIS
solar, eólica, hidrelétrica, biomassa e geotérmica

Processo de transformação de resíduos em novos


materiais ou produtos, atendendo a necessidade de
RECICLAGEM
recursos naturais

Minimização da geração de resíduos por meio de práticas


REDUÇÃO DE RESÍDUOS como reutilização, recusa de produtos descartáveis e
adoção de embalagens.

Uso consciente e responsável da água, considerando sua


ÁGUA
economia e a importância desse recurso vital para a vida

Mudanças no clima do planeta causadas por atividades


MUDANÇAS CLIMÁTICAS humanas, como aumento das emissões de gases de efeito
estufa
Práticas agrícolas que promovam a produção de alimentos
AGRICULTURA
de forma sustentável, minimizando o uso de agrotóxicos,
SUSTENTÁVEL
preservando a saúde do solo e incentivando a
biodiversidade.
Modelo econômico que busca reduzir o desperdício,
ECONOMIA CIRCULAR promover a reutilização de materiais e produtos, e
recuperar recursos por meio da reciclagem.

69
Processo de aprendizagem que visa sensibilizar, informar e
EDUCAÇÃO AMBIENTAL capacitar as pessoas para agirem de maneira sustentável,
considerando os aspectos ambientais, sociais e psicológicos
Preservação e uso sustentável dos recursos naturais, como
CONSERVAÇÃO DE florestas, oceanos, solos e minerais, para garantir sua
RECURSOS NATURAIS disponibilidade para gerações futuras.

Liberação de substâncias nocivas no meio ambiente,


POLUIÇÃO prejudicando a qualidade do ar, da água, e afetando a saúde
humana e a biodiversidade
Busca por uma sociedade mais equitativa, na qual todos
JUSTIÇA SOCIAL tenham acesso a condições de vida digna e oportunidades,
considerando aspectos sociais, psicológicos e ambientais.

Modelo econômico baseado nos princípios da solidariedade,


ECONOMIA SOLIDÁRIA cooperação, autogestão e sustentabilidade. Busca promover relações
mais justas e igualitárias, priorizando o bem-estar das pessoas e a
sustentabilidade ambiental em vez do lucro individual.

Crie a quantidade de cartões de acordo com a quantidade de estudantes em sua turma.


Utilize palavras e conceitos dos capítulos anteriores. Esses conceitos-chave oferecem
uma base sólida para a compreensão e discussão sobre sustentabilidade, permitindo que
os alunos se aprofundem nos temas e desenvolvam uma visão holística sobre a
importância da sustentabilidade em diferentes aspectos da vida cotidiana e global. Com
seu material pronto siga o passo a passo a seguir:

Você irá distribuir as fichas aleatoriamente a cada aluno. Após, oriente-os a saírem de
seus lugares ao encontro do conceito da palavra-chave que recebeu ou vice-versa.
Quando todos se encontrarem, a dupla irá ler a palavra-chave e o conceito em voz alta
e juntamente com o restante da turma verificarão se o encontro está correto.
Reúna as duplas com temas que se completam ou que podem estar no mesmo debate.
Por exemplo: sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, formaremos uma equipe
com quatro componentes.
Estipule um tempo para que cada grupo possa pesquisar e coletar argumentos
relevantes, sobre os temas que receberam, para sustentar sua posição em um debate.
Inicie o debate com o grupo que recebeu os temas sustentabilidade/ desenvolvimento
sustentável, questionando se existe diferença entre as duas palavras-chave. Não se
esqueça de elaborar questionamentos que envolvam a sua região (local/estadual).
Estipule um tempo para cada grupo apresentar sua pesquisa e elaborar seus
argumentos. Você pode indicar materiais de apoio ou sites, como
https://meiosustentavel.com.br/, onde contém diversos artigos e apresentações sobre o
meio ambiente e a sustentabilidade.

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Você pode finalizar esta atividade com o vídeo de uma entrevista da EBC na rede com
o autor Leonardo Boff, sobre sua publicação “Sustentabilidade”. (Entrevista com o
teólogo, escritor e professor Leonardo Boff - https://www.youtube.com/watch?
v=zdrMyp08TNQ. Podem utilizar somente o vídeo para a discussão e consolidar o
conceito de sustentabilidade.
Ao discutir esses temas, os estudantes desenvolvem habilidades de argumentação,
aprendem a ouvir diferentes perspectivas e passam a tomar decisões fundamentais.

Esta atividade é um jogo de competição entre equipes.


Você vai utilizar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS para orientar os
estudantes a desenvolverem a tarefa solicitada, podendo desenvolver temas acerca de
sustentabilidade social e ambiental.

❖ A turma será dividida em equipes de acordo com a quantidade de alunos e temas


que deseja trabalhar. Cada equipe representa uma empresa (os estudantes devem
definir que tipo de empresa sua equipe representará). De acordo com a empresa
escolhida (reciclagem, produtos de beleza, roupas, automóveis, alimentos, material
escolar, etc.), a equipe deseja investir na Amazônia (de preferência no local onde sua
escola está localizada).
❖ Cada equipe (empresa) deve apresentar um plano sustentável para a utilização dos
recursos da região, levando em consideração a conservação ambiental, a inclusão das
comunidades locais e a preservação das tradições culturais.
❖ Os estudantes podem fazer pesquisas, debates e apresentações. Podem, ainda,
utilizar a matriz de materialidade como apoio, para definir seu plano sustentável.
❖ O jogo vai estimular os alunos a pensarem criticamente sobre os desafios
enfrentados na Amazônia e a desenvolverem soluções sustentáveis.

Esta atividade tem como objetivo fazer com que os alunos coloquem em prática o
conceito de sustentabilidade no seu dia a dia.
Faça uma lista com frases que possa inspirar os estudantes a pensar pequenas
iniciativas em ações sobre sustentabilidade para o nosso dia a dia.
Explique que o primeiro passo, e talvez o mais difícil, é começar!
Solicite que os estudantes registrem em uma folha de papel cartão ações que seja
possível serem realizadas no dia a dia, sem gerar obrigação e que aos poucos ganhem
sentido. Abaixo seguem algumas sugestões, mas não fique preso a elas, experimente e
crie outras ações que sejam possíveis na realidade de sua escola e comunidade!
71
Fechar a torneira enquanto escova os dentes, esfrega a roupa ou lava a louça;
Tampar as panelas para consumir menos energia (gás) e cozinhar mais depressa;
Consertar todos os vazamentos de água;
Puxar a descarga do vaso sanitário após usar;
Usar as folhas de papel dos dois lados
Não jogar produtos tóxicos, medicamentos, nem pilhas no lixo comum – descarte-os
corretamente;
Plantar sempre que possível, principalmente nas cidades;
Reutilizar os objetos (pensar bem antes de descartar!);
Aproveitar a luz do dia e não acender lâmpadas sem necessidade;
Consumir mais frutas e legumes da estação e da região;
Resistir à tentação da propaganda (que leva a consumir exageradamente e sem
consciência);
Usar sacolas reutilizáveis em lugar de sacolas plásticas;
Fazer campanhas de limpeza na escola, no bairro, na comunidade.

“Sustentabilidade não é só meio ambiente.


Tem a ver também com legado e relações humanas”. (Renata Bravo)

Você sabia que qualquer coisa que


você fizer, mesmo que pequena, vale
a pena? Para saber mais, acesse o
Guia do Preguiçoso da ONU - https://
nacoesunidas.org/guiadopreguicoso.

Professor, você e seus alunos também podem aprofundar seus conhecimentos e


discussões sobre a sustentabilidade e fazer um “diagnóstico” de sua escola e/ou
comunidade.
Nesta atividade você irá formar grupos de 5 a 8 participantes, de acordo com o número
de alunos na turma e orientar:
a) Elaborar um questionário investigativo (sustentabilidade ambiental, sustentabilidade
social e sustentabilidade econômica) e um roteiro de observação sobre a
sustentabilidade no dia a dia na escola. Crie o questionário com os alunos e uma tabela
para análise dos resultados.
b) Preparar material gráfico (cartazes, teatro ou outras formas), para apresentação em
sala de aula.
Tenha uma boa prática e socialização!

72
4.2. Sustentabilidade na Amazônia
O bioma com a maior biodiversidade do planeta, rico em flora, fauna e recursos
naturais enfrenta grandes desafios como o desmatamento, as queimadas,
O bioma com a maior biodiversidade do planeta, rico em flora, fauna e recursos
naturais enfrenta grandes desafios como o desmatamento, as queimadas, a ocupação
desordenada, “caracterizada pela exploração intensa e desordenada do capital natural
da região - floresta a, rios, solos, fauna e flora”, como aponta Moutinho (2005, p. 49).
Acreditamos que o maior desafio é encontrar soluções práticas e economicamente
viáveis aos problemas ambientais, sociais e econômicos que afetam a população local.
Moutinho (2005) aponta que não é necessário abrir mão do desejo de crescimento
econômico para que o desenvolvimento a sustentabilidade na Amazônia ocorra. Neste
sentido, o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil deve se engajar para
mergulhar no universo amazônico e extrair os benefícios que a floresta amazônica pode
nos proporcionar e ao mesmo tempo mantê-la preservada.
A chave para um desenvolvimento mais sustentável está na
adoção de novos padrões de ordenamento da ocupação do
espaço com base em critérios fortes de sustentabilidade, e não
apenas por estabelecimento de planos de zoneamentos
ecológicos, que, muitas vezes, são de aplicação complicada.
Para isso, é preciso que se dê garantia de participação ativa da
sociedade civil na discussão de políticas para a região.
(MOUTINHO, 2005, p. 49)

Neste contexto, professor, é crucial abordar a questão da sustentabilidade na


Amazônia, buscando equilibrar as necessidades emocionais e sociais com a
conservação ambiental.
Diante disto, que caminhos podem ser traçados para garantir o desenvolvimento
sustentável da Amazônia? Como criar alternativas de crescimento socioambiental e
econômico que mantenham a floresta em pé?

rar
Vamos explo
es
as possibilidad
SUGESTÃO 1 – GUARDIÕES DA FLORESTA nos?
com os alu
(Sustentabilidade Ambiental)

Esta sugestão diz respeito a um jogo, onde os alunos


assumem o papel de guardiões da floresta Amazônica. Como
guardiões eles têm que tomar decisões estratégicas para
proteger a biodiversidade e os recursos naturais da região.

❖ Orientar seus alunos a realizar o levantamento de


desafios que encontramos na região amazônica como, combate
ao desmatamento ilegal, implementação de práticas de
conservação e conscientização nas comunidades locais sobre
a importância da sustentabilidade.

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❖ Criar uma lista de desafios, juntamente com os estudantes, como incêndios,
períodos de cheias e secas (intensificadas decorrente das mudanças climáticas), a
extração da madeira (ilegal ou legal, ou mesmo a extração seletiva de madeira),
expansão das atividades da pecuária, grilagem, desmatamento ilegais, outros.
❖ Com a lista de desafios, os jogadores deverão pensar em estratégias visando
proteger a biodiversidade e os recursos naturais. Portanto, eles terão que analisar cada
desafio mediante a legislação ambiental, aos ODS e apontar uma solução.
❖ O jogo pode ser desenvolvido em duplas, equipes e ou individual. Os jogadores
podem ganhar pontos ao tomar decisões sustentáveis e enfrentar situações negativas
(prendas) quando fizerem escolhas prejudiciais ao meio ambiente.
❖ Você pode criar regras de competição para essa atividade ou as melhores
soluções podem ser premiadas!

SUGESTÃO 2 – RECICLANDO NA AMAZÔNIA


(Sustentabilidade social)

Para explorar temas como resíduos sólidos, poluição de rios, igarapés e sobre a
importância da reciclagem e o descarte adequado de resíduos na Amazônia sugerimos
este jogo.
Os estudantes podem criar uma simulação em que gerenciam em sua comunidade,
lidando com a coleta seletiva de resíduos, a reciclagem e a conscientização da
população local.
Os jogadores precisam encontrar soluções sustentáveis para lidar com o lixo, evitando
sua contaminação nos rios, igarapés e na floresta. O jogo pode incluir desafios para
otimizar a coleta e reciclagem, além de fornecer informações sobre impactos negativos
do descarte inadequado.
Com esta atividade você pode trabalhar com diversos temas e de forma interdisciplinar.

4.3. Educar para o consumo


Neste mundo cada vez mais conectado e globalizado, em que a sociedade se vê
imersa em constante bombardeio de informações e influências, é fundamental que os
estudantes compreendam o conceito de consumo consciente, sustentável e responsável
para que desenvolvam a capacidade de compreender, analisar e fazer escolhas
conscientes em suas opções de compra e confiantes para um futuro mais sustentável. É
importante explorar:
1. Compreensão do Consumo Consciente: A educação para o consumo inicia-se
com a compreensão do conceito de consumo consciente. Isso implica reconhecer
que nossas escolhas de compra têm impacto direto com o meio ambiente, na
economia e na sociedade. Os indivíduos devem aprender a avaliar a necessidade
real de um produto ou serviço antes de adquiri-lo, evitando compras impulsivas e
desnecessárias.

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2.Responsabilidade Socioambiental: Ao
educar para o consumo, é essencial
enfatizar a responsabilidade socioambiental
dos consumidores. Os estudantes devem
ser conscientizados sobre os impactos das
suas decisões de compra no meio ambiente,
estimulando a busca por produtos atentos,
que respeitem os recursos naturais e a
biodiversidade.
3.Conscientização sobre a Publicidade:
A mídia exerce grande influência na
formação dos padrões de consumo. Nesse
sentido, a educação para o consumo deve
incluir uma análise crítica da publicidade e
suas estratégias de persuasão. Os
educandos devem aprender a identificar
propagandas enganosas e entender como a
mídia pode influenciar suas escolhas de
consumo.
Autazes
4.Valorização do Consumo Local e Ético: Ao educar para o consumo, é importante
destacar a valorização do consumo local e ético. Os educandos devem ser incentivados
a apoiar pequenos negócios e produtores locais, além de buscar informações sobre as
práticas éticas das empresas e marcas antes de realizar suas compras.
5.Planejamento Financeiro: A educação para o consumo também envolve o
desenvolvimento de habilidades de planejamento financeiro. Os educandos devem
aprender a administrar suas finanças de forma responsável, evitando o endividamento
excessivo e a adoção de padrões de consumo insustentáveis.
Para auxiliar esse trabalho podemos explorar o ODS 12 – consumo e produções
responsáveis (file:///C:/Users/34501940204/Downloads/375082por.pdf), que dispõe
orientações e indicações de propostas para promover reflexões sobre o papel do
indivíduo como participantes ativos do mercado, contribuir e incentivar os educandos a
avaliarem comportamento em relação ao consumo consciente. Consumo Sustentável -
Manual da Educação
(file:///C:/Users/34501940204/Downloads/consumo_sustentavel.pdf), que dispõe temas
sobre o cidadania e consumo sustentável, água, alimentos, biodiversidade, transporte,
energia, lixo e publicidade.
Com uso destes materiais, professor, você pode planejar a melhor forma de orientar o
estudante para o consumo consciente. É necessário trabalhar numa abordagem
interdisciplinar, trazendo reflexões e atividades práticas que abrangem estas áreas
destacadas, pois, ao educar para o consumo, estaremos capacitando nossos estudantes
a compreenderem o impacto de suas escolhas e a se tornarem consumidores ativos,
capazes de questionar propagandas enganosas, tomar decisões informadas e buscar
alternativas sustentáveis.

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Ao mesmo tempo, estaremos ajudando-os a desenvolver habilidades socioemocionais
valiosas, como o autocontrole, a empatia e a capacidade de tomar decisões éticas.

SUGESTÃO 1 – “CONSUMO CONSCIENTE: O


DESAFIO”

Inicie o tema com uma conversa informal com os alunos sobre seus hábitos e
costumes em relação ao uso dos recursos disponíveis em casa, como água, energia,
alimento e outros. Desafie-os a administrar um orçamento fictício para suas
necessidades pessoais. Sugira um valor de renda mensal, e oriente-os a criarem uma
tabela para demonstrar suas escolhas de consumo: alimentos, bebidas, lazer, vestuário,
energia, luz, água, combustível, produtos de limpeza e higiene.
Estipule um tempo para essa pesquisa, de no mínimo uma semana, e depois
proporcione um espaço de reflexão. Oriente-os a destacar de suas pesquisas o que
realmente precisam para viver de uma maneira confortável, considerando o impacto
social, econômico e ambiental de cada opção. Ao longo da atividade poderão surgir
situações que exijam decisão consciente, a exemplo da escolha de produtos orgânicos,
recicláveis ou de fabricantes que respeitem os direitos trabalhistas.
Após a tarefa, promova uma discussão sobre as lições aprendidas e como aplicá-las
no cotidiano.
Esta atividade também pode ser realizada com toda a turma ao mesmo tempo,
podendo ser a tabela criada na lousa branca ou com uso de recursos tecnológicos, ou
ainda cartazes criados em conjunto.
Esta atividade promove a reflexão sobre as consequências do consumo desenfreado
e incentiva a busca por alternativas sustentáveis.

SUGESTÃO 2 – DEBATE EM GRUPO: PROPAGANDA –


“Analisando persuasão e Mensagens Subliminares”

Selecione anúncios publicitários de produtos ou serviços. Divida a turma em grupos e


atribua a cada um, um anúncio publicitário para análise. Os alunos deverão identificar as
estratégias de persuasão utilizadas, como o apelo emocional, a criação de necessidades
artificiais e a utilização de mensagens subliminares. Após a análise, promova um debate
em grupo, em que cada equipe apresentará suas conclusões e argumentos. Estimule-os
a refletir sobre como a propaganda pode influenciar o comportamento de consumo e
como se proteger de práticas manipuladoras.
Esta atividade desenvolve habilidades críticas ao analisar e questionar técnicas de
persuasão utilizadas na publicidade.

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SUGESTÃO 3 – PROJETO DE EMPREENDEDORISMO
– “Negócios Sustentáveis”

Divida a turma em grupo e oriente que criem um projeto de negócio que promova
sustentabilidade. Os estudantes devem considerar aspectos como a utilização de
materiais recicláveis, a redução de impacto ambiental, a responsabilidade social e a
conscientização dos consumidores. Cada equipe deverá apresentar sua proposta,
incluindo o plano de negócios, a estratégia de marketing e a análise de impacto
ambiental. Além disso, podem ser organizadas feiras ou exposições para que os alunos
compartilhem suas ideias com a comunidade escolar.
Esta atividade estimula a criatividade, o empreendedorismo e a consciência ambiental.

SUGESTÃO 4 - PESQUISA E SOCIALIZAÇÃO -


“Consumo Responsável ao Redor do Mundo”

Esta atividade pode ser realizada em equipes pequenas. Atribua a cada equipe um
país ou região específica. As equipes devem pesquisar e apresentar as práticas de
consumo responsável adotadas neste local, como a redução do desperdício, o incentivo
à produção local, a valorização do comércio justo, entre outras práticas sustentáveis
adotadas por este país.
Cada equipe pode criar uma apresentação multimídia ou realizar uma exposição para
compartilhar suas descobertas. Ao final, promova uma roda de discussão em que os
alunos compartilhem suas experiências sobre diferentes abordagens ao consumo em
sua realidade.
A sugestão desta prática pedagógica amplia a compreensão sobre diferentes práticas
de consumo responsável em diferentes culturas.

4.4. Projeto: Jovens protagonistas e boas práticas para uma sociedade


sustentável:
Sua tarefa, professor, é deixar os alunos colocarem as mãos na massa!
Oriente-os a pensar em um projeto para desenvolverem na sua comunidade escolar.

SUGESTÃO – FEIRA DE PROJETOS SUSTENTÁVEIS


Os estudantes serão incentivados a criar projetos práticos e inovadores relacionados à
sustentabilidade. Eles podem trabalhar individualmente ou em grupos, desenvolvendo
projetos que busquem soluções sustentáveis para problemas específicos enfrentados
pela comunidade escolar ou local.
As etapas da atividade podem incluir:
1) Brainstorming: os alunos são convidados a discutir e identificar problemas
ambientais em sua comunidade escolar e local, como a falta de áreas verdes, problemas
com resíduos sólidos, uso excessivo de energia, etc.

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2) Planejamento do projeto: cada educando ou grupo desenvolve um projeto
sustentável para resolver um dos problemas identificados. Eles devem elaborar um plano
detalhado, incluindo objetivos, recursos necessários, cronograma e medidas de
avaliação.
3) Implementação: os projetos serão colocados em prática, envolvendo ações
concretas para promover a sustentabilidade. Os educandos podem, por exemplo, criar
hortas comunitárias, campanha de conscientização sobre o uso da água, ações de
coleta seletiva de resíduos, entre outras iniciativas.
4) Feira de projetos: ao final da atividade organize uma feira de projetos sustentáveis,
onde possam apresentar suas soluções para a comunidade escolar, professores e outros
estudantes. A feira é uma oportunidade para compartilhar conhecimentos, inspirar outras
pessoas a adotarem práticas e criar um ambiente de aprendizado colaborativo.

Procure se aprofundar mais sobre o tema e lembre-se de levar seus alunos à


reflexão!

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante todo o percurso deste caderno buscamos apresentar práticas pedagógicas


possíveis de serem desenvolvidas na comunidade, na escola e na sala de aula
possibilitando um planejamento interdisciplinar, como base no pensamento da educação
ambiental. Tema de grande relevância para todos os sujeitos que vivem e mantêm uma
relação de simbiose no planeta Terra.
O fundamental é refletir sobre a importância vital da preservação da Amazônia,
ecossistema único e indispensável para o equilíbrio do nosso planeta. Compreendemos
a riqueza e complexidade desta região, assim como conhecemos os desafios e as
possibilidades de promover um desenvolvimento sustentável em consonância com a
preservação do meio ambiente.
Nossas jornadas de aprendizados nos levaram a compreender a importância da
Educação Ambiental, seus princípios e objetivos como uma ferramenta poderosa para
sensibilizar, informar e mobilizar a sociedade em prol da conservação e uso sustentável
dos recursos naturais na Amazônia. Mesmo porque a Amazônia é muito mais do que
uma exuberante floresta tropical, com suas inúmeras espécies de flora e fauna, muitas
das quais desconhecidas pela ciência, com sua riqueza cultural e a diversidade dos
povos originários e comunidades tradicionais que habitam a região, que nos ensinam
sobre a valorização e o respeito pela natureza. Mas, conhecemos que enfrentamos
ameaças crescentes à Amazônia, como o desmatamento, a exploração ilegal de
recursos naturais, as mudanças climáticas e os incêndios florestais, que têm efeitos
devastadores sobre a biodiversidade e o equilíbrio do ecossistema.
Por meio deste caderno, buscamos apresentar soluções e ações práticas que cada
um de nós pode adotar em nossas vidas cotidianas, além disso, destacamos a
importância do engajamento dos governos, da sociedade civil, das empresas e das
organizações não governamentais para criarem políticas públicas efetivas e promover a
responsabilidade socioambiental.
A Educação Ambiental, integrada ao currículo escolar e às práticas pedagógicas, é
um pilar fundamental para formar cidadãos conscientes, críticos e engajados na
construção de um futuro sustentável. E diante dos desafios impostos pelas mudanças
globais devemos lembrar que cada ação individual importa e que juntos podemos fazer a
diferença e inspirar novas gerações a acompanhar a natureza, a enfrentar a diversidade
e a buscar soluções para os problemas que enfrentamos.
Então, professores! O caderno não vem como uma receita de bolo, mas possibilita
que você conheça a trilha da EA, com indicações de leituras e meios de ampliar seus
conhecimentos, assim como traz inúmeras sugestões de práticas pedagógicas em cada
unidade temática. Fica ao seu critério planejar de acordo com a carga horária do
itinerário e seu planejamento de forma interdisciplinar. Não esqueça: não trabalhe só!
Que este caderno pedagógico seja uma fonte inspiradora e instrutiva para todos os
que se comprometem com a causa ambiental e que cada um de nós seja um agente de
mudança para proteger a Amazônia, a Terra e compartilhar os recursos disponíveis de
forma sustentável com todos os seus habitantes.

79
REFERÊNCIAS

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Caderno Meio Ambiente [livro eletrônico]. (Série temas contemporâneos transversais.
Base Nacional Comum Curricular-BNCC); curadoria Maria Luciana da Silva Nóbrega. -
Brasília, DF: Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, 2022. Disponível
em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/cadernos_tematicos/cader
no_meio_ambiente_consolidado_v_final_27092022.pdf. Acesso: 20/06/2023

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e


Diversidade. Formando Com-vida, Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida
na Escola : construindo Agenda 21 na escola. - Ministério da Educação. Ministério do
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economia-solidaria-WEB-1.pdf?sequence=. Acesso: 27/06/2023

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