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SECRETARIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – SEDE

SECRETARIA EXECUTIVA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS - SEAF

CADERNO TEMÁTICO: EDUCAÇÃO ALIMENTAR E


NUTRICIONAL

Alimentação Escolar de Qualidade

2022
Caderno Temático: Educação Alimentar e
Nutricional

Alimentação Escolar de Qualidade

Ensino Fundamental Anos Finais

2022
P452c Pernambuco. Secretaria de Educação e Esportes.
Caderno temático : educação alimentar e nutricional : alimentação escolar de
qualidade : ensino fundamental anos finais / Secretaria de Educação e Esportes de
Pernambuco ; organizadora Rosalia Soares de Sousa ; redatores (as) Júlio Ricardo
de Barros Rodrigues ; apresentação Ana Coelho Vieira Selva. – Recife : A Secre-
taria, 2022.
99p. : il.

Inclui referências.

1. EDUCAÇÃO – PERNAMBUCO – ENSINO FUNDAMENTAL. 2. EDU-


CAÇÃO – PRÁTICA PEDAGÓGICA. 3. MERENDA ESCOLAR – PERNAM-
BUCO – CONTROLE DE QUALIDADE. 4. ESCOLARES – NUTRIÇÃO. I.
Sousa, Rosalia Soares de. II. Rodrigues, Júlio Ricardo de Barros. III. Selva, Ana.
IV. Título.

CDU 37
CDD 370

PeR – BPE 22-166


GOVERNADOR DE PERNAMBUCO
Paulo Henrique Saraiva Câmara

VICE-GOVERNADORA
Luciana Barbosa de Oliveira Santos

SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO E ESPORTES


Marcelo Andrade Bezerra Barros

SECRETÁRIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO


Ana Coelho Vieira Selva

SECRETÁRIO EXECUTIVO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO


Leonardo Ângelo de Souza Santos

SECRETÁRIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL


Maria de Araújo Medeiros Souza

SECRETÁRIO EXECUTIVO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS


Alamartine Ferreira de Carvalho

SECRETÁRIO EXECUTIVO DE GESTÃO DE REDE


João Carlos de Cintra Charamba

SECRETÁRIO EXECUTIVO DE ESPORTES


Diego Porto Pérez

GERENTE GERAL DO ENSINO MÉDIO E ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL


Regina Celi de Melo André

GERÊNCIA DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL
Shirley Cristina Lacerda Malta

UNIDADE DE ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS


Rosinete Salviano Feitosa

SUPERINTENDENTE DO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR


Marieta Pinho Barros

GERENTE TÉCNICA DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO


Alessandra da Silva Jucene dos Santos Valença

COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR


Rafaela Ravana Lourenço Pereira
“O ato de comer na
escola se realiza em
meio a outras práticas
que compõem o espaço
escolar, configurando-se
em experiências e
processos que
influenciam na
construção de hábitos
alimentares e de
identidades de crianças
e adolescentes.”
(SILVA et al, 2018, p. 2)
APRESENTAÇÃO

Prezado (a) Professor (a),


A partir da construção e publicação do Currículo de Pernambuco para o Ensino
Fundamental, a Secretaria de Educação e Esportes do Estado apresenta o
Caderno Temático - Educação Alimentar e Nutricional como material de apoio
para a comunidade escolar. Este caderno foi elaborado com o objetivo de
proporcionar sugestões didático-metodológicas, que contribuam com a prática
docente na etapa dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Ele se constitui em mais
um documento complementar que aborda temas transversais e integradores do
Currículo de Pernambuco, envolvendo saberes e várias dimensões, como política,
social, histórica, cultural, ética e econômica. Tais dimensões são necessárias à
formação integral dos estudantes e afetam a vida humana em escala local, regional
e global, trazendo temáticas que devem integrar o cotidiano da escola,
contemplando a interdisciplinaridade com os componentes curriculares, com
ênfase na conexão entre a teoria e a prática, promovendo a articulação ora entre
as competências gerais e específicas, ora entre estas e as habilidades a serem
desenvolvidas.

As atividades desse caderno de orientação poderão servir de inspiração para


a elaboração e o desenvolvimento de outras atividades que sejam transversais e
que busquem promover o engajamento dos estudantes no constante processo de
ação e reflexão, favorecendo a construção e sistematização dos conhecimentos.

Esperamos que este material contribua para enriquecer a prática docente


em sala de aula, auxiliando o professor no planejamento das atividades e
fortalecendo assim o processo de ensino-aprendizagem.

Ana Coelho Vieira Selva

Secretária Executiva de Desenvolvimento da Educação


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...............................................................................................................5

SUMÁRIO............................................................................................................................6

INTRODUÇÃO.....................................................................................................................7

EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL.....................................................................9

OS COMPONENTES CURRICULARES E AS ÁREAS DE CONHECIMENTOS ............11

CURRÍCULO DE PERNAMBUCO: ÁREA DE LINGUAGENS ........................................12

EDUCAÇÃO FÍSICA ...............................................................................................13

LÍNGUA PORTUGUESA .........................................................................................24

LÍNGUA INGLESA ..................................................................................................35

ARTE .......................................................................................................................49

CURRÍCULO DE PERNAMBUCO: ÁREA DE ENSINO RELIGIOSO .............................57

CURRÍCULO DE PERNAMBUCO: ÁREA DE MATEMÁTICA .......................................63

CURRÍCULO DE PERNAMBUCO: ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS ...........................68

CURRÍCULO DE PERNAMBUCO: ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA ...................90

FICHA TÉCNICA DA SEDE-SEAF/SEE ........................................................................102

7
INTRODUÇÃO

Este Caderno de Educação Alimentar e Nutricional Ensino Fundamental


Anos Finais (teoria e prática) é pioneiro para as escolas da rede estadual de
ensino de Pernambuco. O documento apresenta uma fundamentação teórica e
sugestões de atividades que estão em consonância com Currículo de
Pernambuco dos Anos Finais do Ensino Fundamental e que poderão ser
trabalhadas pelo professor com os estudantes e pela escola com a comunidade
escolar. Essas atividades de sala de aula foram planejadas e estruturadas a partir
das cinco áreas de conhecimento e de cada componente curricular a saber:

1. Área de Linguagens;
2. Área de Ensino Religioso;
3. Área de Ciências Humanas;
4. Área de Matemática;
5. Área de Ciências da Natureza.

A organização deste caderno contém textos com referencial teórico e


atividades, que o professor poderá trabalhar com os estudantes, seja na íntegra
ou adaptando as suas necessidades. As atividades foram selecionadas a partir
dos diversos componentes curriculares do Ensino Fundamental Anos Finais, os
quais podem ser encontrados no site da Secretaria de Educação e Esportes de
Pernambuco1 e, a partir desses temas, foram elaboradas as atividades de ensino.
Salientamos que essas atividades estão referendadas pelo Currículo de
Pernambuco.

1
Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco – SEE.
http://www.educacao.pe.gov.br/portal/?pag=1&cat=18&art=4419

8
Nessa perspectiva, este Caderno de Educação Alimentar e Nutricional
Ensino Fundamental Anos Finais foi pensado e elaborado de maneira a oferecer
aos professores algumas sugestões de atividades para a sala de aula,
considerando a disciplinaridade, a interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade e
a interculturalidade. No entanto, é importante ressaltar que as possibilidades
metodológicas não se encerram nele, sendo as intervenções do professor e as
atividades escolhidas ou elaboradas por ele indispensáveis ao processo de
ensino-aprendizagem.

9
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E
NUTRICIONAL

A Educação Alimentar e Nutricional foi estabelecida pela Lei nº 11.947/2009,


de forma que se espera que sua abordagem seja vivenciada pela comunidade
escolar, não de maneira pontual e esporádica, mas contínua. Isso porque o que
está em evidência é a necessidade da segurança alimentar e nutricional dos
estudantes na perspectiva da diversidade cultural. Afinal, somos um país de
dimensões continentais e a diversidade é uma característica inquestionável.

Nessa direção, há de se considerar os hábitos (alimentares) da população


pernambucana e suas tradições, respeitando sempre o equilíbrio entre qualidade e
quantidade de alimentos consumidos, conforme determina a referida lei. “É
necessário que o currículo desenvolva a percepção de que uma alimentação
adequada e saudável é um direito humano, e que seja adquirida e consumida
garantindo a segurança alimentar e nutricional”. (PERNAMBUCO, Currículo de
Pernambuco, - Portaria SEE Nº 5570, de 28 de dezembro de 2018, 2019, p. 39).

Portanto, alimentação adequada e saudável é um direito humano inerente a todos


os brasileiros, conforme previsto na Constituição Federal. Para além do acesso ao
alimento, essa garantia abarca também aos aspectos culturais, as tradições e as
diversas fases da vida perante suas particularidades. Para o caso de adolescentes
e jovens, como é a maior expressão do público alunado estadual, esses critérios
interferem diretamente sobre seu crescimento e desenvolvimento.

Fato a salientar é que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH),


em seu art. 25, inclui o acesso à alimentação como sendo um direito que toda
pessoa tem, objetivando a sua saúde e o seu bem-estar. Isso significa que os
governos não podem impedir que esse acesso ao alimento chegue ao cidadão por
criminalizar a pobreza ou ignorar a diversidade cultural existente.

Outros documentos normativos asseguram esse direito, tais como a lei


8.069, de 13/07/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao afirmar

10
que todas as crianças e adolescentes têm o direito à segurança alimentar e
nutricional. O ECA tem sido apontado como um importante ordenamento
democrático que trata dos direitos fundamentais no que se refere à alimentação.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Disponível no site:< Lei n° 11.947/2009 – PNAE – Programa Nacional de


Alimentação Escolar. Disponível no site:<
https://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/952.pdf> Acesso
em 11 out. de 2022.

____. Portal do FNDE – PNAE. Disponível no site:<


https://www.fnde.gov.br/programas/pnae> Acesso em 11 out. de 2022.

PERNAMBUCO. Currículo de Pernambuco. Disponível no site: <


http://www.educacao.pe.gov.br/portal/?pag=1&cat=18&art=4419 > Acesso em 10
out. de 2022.

UNICEF. Declaração Universal dos Direitos Humanos (unicef.org). Disponível no


site:< https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.
Acesso em 20 out. de 2022.

11
OS COMPONENTES CURRICULARES
E AS ÁREAS DE CONHECIMENTOS

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Ao considerar os documentos normativos brasileiros, evidenciamos que as


áreas do conhecimento são 5 (cinco) e que dentro delas temos os componentes
curriculares obrigatórios. A área de Linguagens é constituída pelos componentes
curriculares de Educação Física, Língua Portuguesa, Arte, Língua Inglesa e Língua
Materna para populações indígenas. Há ainda a área de Matemática, a área de
Ciências da Natureza, a área de Ciências Humanas – esta última constituída pelos
componentes curriculares de Geografia e História - e a área de Ensino Religioso.

Sendo assim, trazemos para este caderno a contribuição das áreas e seus
respectivos componentes curriculares por reconhecer tal contribuição que cada um
poderá dar ao levarmos em conta a diversidade cultural do Brasil. E por falar em
diversidade, é bom destacar que:

de acordo com Oliveira (2020), é definida como os diversos e


diferentes aspectos da cultura, como a linguagem, a religião, a
culinária, as tradições, os costumes e as maneiras de organização
política, familiar e institucional e outros elementos que possam
explicar as características próprias de um determinado grupo
social. A diversidade cultural ajuda a entender as diversas
manifestações culturais existentes ao redor do mundo. A
diversidade cultural marca, portanto, a pluralidade, a diferença e a
especificidade das diferentes manifestações culturais ao redor do
mundo. No Brasil, segundo a autora (2020), graças à grande
extensão territorial, podem ser observados diferentes conjuntos
culturais. Inclusive, nas diferentes regiões do país, elementos
estrangeiros são observados nas práticas culturais regionais, de
regiões da Europa, Ásia e Oriente Médio, África, etc.
(PERNAMBUCO, 2022, pág. 17).

Para início de conversa, destacaremos a área de Linguagens.

12
13
EDUCAÇÃO FÍSICA

Caminhos para o desenvolvimento das ações de Educação Alimentar e


Nutricional no contexto escolar

Educar para o autocuidado, de maneira permanente, gerando autonomia, participação


crítica e consciente (Linguagens): (Considerações a respeito da compreensão das
culturas e rotinas alimentares sob uma perspectiva pedagógica [a partir de uma
abordagem midiática (?)])[1]:

As necessidades alimentares e seu respeito como requisito inerente à


sobrevivência humana antecedem a própria noção de cultura, e, assim, também de
sociedade. Seu respeito e consideração, ao longo da história da humanidade, têm
assumido diferentes funções sociais, culturais, políticas, ideológicas, ético-morais,
etc., mas sempre atreladas à necessidade premente de sobrevivência (de ordem
igualmente biológica, social, política...). A discussão, abordagem e
operacionalização de medidas atinentes à materialização dessa necessidade
reconhecida como um direito efetivamente reconhecido requerem, também, sua
compreensão e aporte no/pelo âmbito escolar, que, sob tais termos, contempla um
viés propriamente educacional de sua valorização, radicado na relação direito-
dever em adequada contextualização de sua construção como demanda humana/
humanitária mediante compreensão de seus benefícios e finalidades à luz da
sociedade hodierna, e, sobretudo, no contexto econômico e político-social pós-
pandêmico no qual todos nos encontramos inseridos hoje.

____________
[1] Sugestões para a Área de Linguagens/ Componente Curricular Educação Física.

14
Tendo como meta fundamental o oferecimento, a garantia e a promoção de
hábitos alimentares saudáveis, mediante, obviamente, consideração das
contribuições de caráter multi e interdisciplinar, multiprofissional e multissetorial no
que se refere às especificidades de planejamento e intervenção efetiva, uma
abordagem pedagógica das questões que conjuntamente constituem a Educação
Alimentar e Nutricional como um objeto de ensino têm em conta, também, tais
aspectos. A consideração desses aspectos sob um viés propriamente pedagógico,
por seu turno, requer a compreensão de sua dimensão eminentemente transversal
quanto ao currículo escolar que, desse modo, potencializa sua abordagem em
termos de atribuição de significados, desde a ampliação quantitativa do tempo
pedagógico destinado ao seu enfoque até a abrangência qualitativa da diversidade
de pontos de vista oriundos das respectivas fundamentações teóricas norteadoras
dos componentes curriculares que contribuirão para a efetivação das
aprendizagens almejadas.

Sendo assim, um primeiro passo que nos parece evidente frente à


sistematização dessa proposta é configurar a Educação Alimentar e Nutricional
como um saber apropriadamente pedagógico. Saber que, em uma perspectiva
transversal/transdisciplinar, emerge como um potencial educativo considerável
quanto aos objetivos pretendidos em relação à busca por garantia de respeito ao
Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequada (DHANA).

Essa configuração, por sua vez, requer uma análise pormenorizada dos
saberes atinentes a cada componente curricular participante da proposta, da prática
pedagógica dos professores responsáveis pelo seu ensino e de suas respectivas
leituras acerca da comunidade e da cultura escolares nas quais atuam, pois, assim
como a regionalidade culinária de uma dada cultura, as particularidades da
consolidação de uma dimensão caracteristicamente pedagógica constituída

15
emergem como questões fundamentais a serem consideradas quando da
elaboração de um plano de ação referente à abordagem ora proposta de um tema
emergente, inclusive em relação ao momento delicado hoje vivenciado pela
humanidade (pandemias, epidemias, guerras, corrupção e morte delas derivada,
incluindo aqui mazelas oriundas da fome como materialização da carência e da
ausência de acesso ao DHANA).

Desse modo, a abordagem pedagógica da Educação Alimentar e Nutricional


- concebida a partir do respeito às especificidades de cada componente curricular
e, assim, da possibilidade que cada um pode oferecer à sua contribuição - perpassa
pela compreensão de seu reconhecimento como um direito humano e como uma
construção histórica que acompanha a própria humanidade nas diversas nuances
que integram a seu transcurso e evolução biológica, social, cultural e política.
Refere-se a dirigir um olhar educacional aos conhecimentos produzidos no decorrer
dessa trajetória longitudinal que é infinda por uma série de fatores e que,
exatamente por isso, exige de todos atenção e reflexão constantes.

O viés pedagógico de abordagem do DHANA nos remete, quase que


imediatamente, ao estabelecimento de critérios, processos, procedimentos e
produtos de natureza educacional que - radicados nas especificidades das Áreas
do conhecimento escolar e, assim, dos respectivos componentes curriculares que
as constituem - permitam potencializar suas contribuições educacionais no amplo
aspecto da sistematização de dinâmicas e de processos sociais dos quais o aporte
da Educação Alimentar e Nutricional emerge. Relacionada ou não ao combate à
fome, que até hoje se mantém presente no nosso cotidiano como uma das mais
severas, constantes e persistentes mazelas que acompanham a humanidade, sua
compreensão como um direito a ser garantido e a abordagem pedagógica dessa
compreensão apresentam-nos um leque valioso de possibilidades de leitura, de
interpretação e de discussão de perspectivas de superação que assevera a
consolidação da escola como espaço privilegiado de produção, de discussão e de
(res)significação de conhecimentos.

Do reconhecimento do direito à alimentação, materializado nas escolas, por


exemplo, na alimentação escolar, passando pela identificação e valorização dos
nutrientes absolutamente necessários à manutenção da saúde em termos de

16
qualidade de vida; bem como do exercício social deste direito à sua garantia efetiva
mediante articulação de uma gama de serviços multidisciplinares,
multiprofissionais, chega-se a um enfoque pedagógico pautado na sistematização
de conhecimentos básicos necessários ao cuidado individual, como materialidade
mesma daquilo que se constitui como função precípua da educação formal.

Nesse sentido e considerando também as particularidades de nosso contexto


sociocultural e escolar, percebemos que o Currículo de Pernambuco (CPE, 2019)
nos sugere elementos a partir dos quais se podem estabelecer adequadamente
os critérios capazes de tornar possível a viabilização da apropriação pedagógica
dos demais documentos a serem considerados - o Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE, 2021) e a Política Nacional de Alimentação e
Nutrição (PNAN, 2013) - em virtude das especificidades epistemológicas dos
componentes curriculares e áreas do conhecimento escolar que dele fazem
parte, sob os termos discutidos quando da apresentação dos conceitos
fundamentais no Capítulo 1 deste documento.

Caro(a) professor(a), a presente proposta foi elaborada a partir do


Currículo de Pernambuco (CPE) e tem como ponto central oferecer
possibilidades de vislumbre e de viabilização de atividades interdisciplinares
capazes de suscitar em toda a comunidade escolar reflexões acerca da
importância e da valorização da alimentação saudável como um direito que,
aliado à prática regular de exercícios físicos, configura uma possibilidade de
materialização da qualidade de vida que, também como um direito, é

17
constantemente tematizado pelos meios de comunicação de diferentes formas e
nos diferentes formatos que o compõem.

- PROPOSTAS DE ATIVIDADE DO/PARA O COMPONENTE


CURRICULAR EDUCAÇÃO FÍSICA:

Problematização...

O binômio exercício físico-alimentação saudável é constantemente


enaltecido pelos meios de comunicação em virtude de seus respectivos aportes
referentes à saúde e à qualidade de vida como hoje compreendemos. Nesse
sentido e tendo em conta, além dos aspectos biológicos referentes à redução dos
níveis de gordura corporal em relação ao aumento da massa muscular resultante
da articulação dos dois fatores, é possível pensarmos em algumas atividades
pedagógicas passíveis de realização e de experimentação por parte dos
estudantes, tanto na escola quanto em suas próprias casas:

Sugestões de atividades:

18
Atividade proposta 1:

A partir do ensino dos conteúdos curriculares referentes à relação existente


entre a prática regular de exercícios físicos e a noção de qualidade de vida, é
possível solicitar aos estudantes, com base, por exemplo, na leitura de um texto
norteador e de imagens como os trazidos abaixo, que realizem atividades de
pesquisa escolar que tenham por objetivo articular os benefícios da articulação
entre a prática de exercícios aos da Educação Alimentar e Nutricional como hábitos
saudáveis necessários à busca constante por uma melhoria na qualidade de vida
individual e coletiva:

Quando nos referimos à questão alimentar aliada à prática de atividade física,


trazemos à tona a preocupação quanto à saúde e aos fatores que as cercam como
os números crescentes de inatividade física somada a má alimentação. Por isso,
faz-se necessárias intervenções e ações com o intuito de promover a educação
alimentar de grande importância no contexto escolar.

Sabemos que a educação física é vivenciada pela primeira vez pela maioria
das criança e adolescentes no ambiente escolar e representa o início de uma vida
ativa e saudável, contribuindo para a promoção da saúde e para o desenvolvimento
dos estudantes quanto ao aspecto físico, motor, psicológico e social. No entanto,
essa prática não deve ocorrer de forma isolada, devendo estar associada à
alimentação saudável, para maior eficácia e um bom funcionamento do organismo.

Para atender as necessidades nutricionais de cada indivíduo e repor o gasto


energético proveniente do esforço físico, uma alimentação equilibrada e saudável é
necessária para fornecer os nutrientes essenciais ao exercício, tais como:
carboidratos, lipídios, proteína, vitaminas e minerais. Por outro lado, não atingir as
demandas nutricionais adequadas pode prejudicar a recuperação pós-treino e
comprometer a saúde dos indivíduos. Por isso, é indispensável o acompanhamento
de um nutricionista para avaliar quais nutrientes deverão ser inseridos na
alimentação do praticante, de forma que ele alcance seus objetivos sem desenvolver
uma carência nutricional.

19
A importância de implementar esta prática saudável (alimentação e atividade
física) no cotidiano dos estudantes, está no contexto atual de obesidade e
sobrepeso que acomete esta faixa etária. Além desse problema de saúde, outros
podem surgir como comorbidades a exemplo do diabetes, hipertensão e outras
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs).

Portanto, a alimentação saudável é indispensável para a atividade física,


assim como a atividade física é indispensável para uma vida saudável. A
substituição da má alimentação pelo consumo regular de frutas, verduras e legumes,
garante uma vida mais saudável e a prevenção de doenças crônicas, sobretudo,
quando combinado à prática de atividade física. Uma alimentação saudável ocorre
quando é adequada e variada. A atividade física regular pode ajudá-lo a atingir e
manter um peso saudável. Fontes:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/esportecoletivo/article/download/246529/35558
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atividade_fisica_populacao_brasileira.pdf
(Acesso em: 10/11/2022).

20
O resultado das pesquisas realizadas pode ser apresentado pelos estudantes
sob a forma de produções textuais, seminários, portfólios, encenações teatrais, etc.,
que, como culminância de uma ação conduzida em uma ou mais etapas, contemple
tanto a dimensão interdisciplinar do aporte do tema quanto os conhecimentos
construídos com a realização das investigações.

Atividade proposta 2:

Com um desdobramento da Atividade 1, após a realização das atividades de


pesquisa e da exposição de seus resultados, é possível, também e em respeito aos
aspectos considerados na proposta anterior, convidar profissionais de Educação
Física e de Nutrição para que, sob seus respetivos pontos de vista científicos e
profissionais, e, por exemplo, em correlação com o conteúdo do texto “Praticar
exercício não diminui consequências de má alimentação, diz estudo”, de autoria de
Dani Blum, disponibilizado em:
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2022/07/praticar-exercicios-nao-diminui-
consequencias-de-ma-alimentacao-diz-estudo.shtml (acesso em 30 de agosto de
2022), como texto norteador, abordem a temática, à medida do possível,
contemplando e contextualizando os resultados obtidos pelos estudantes com a
realização da Atividade proposta 1.

21
Atividade proposta 3:

“Atualmente, a obesidade, a inatividade corporal e o fumo são os grandes inimigos


do movimento que aposta na saúde, mediante a formação de hábitos de
alimentação, atividade corporal e controle dos estimulantes, principalmente o fumo,
o álcool e as drogas. O valor da saúde, eixo central do movimento (entendido como
elevação da esperança de vida ou longevidade, manter a forma, fitness e o aumento
da qualidade de vida), expande-se pelo mundo, associado numa esportivização da
cultura, particularmente através dos estilos de vida apresentados como novos e
mediados por novos hábitos, formas de pensar e sentir as relações com o corpo.
Trata-se, no seu sentido mais amplo, da construção dos ‘eus’, de identidades
individuais ou subjetividades nas quais os novos complexos de relações com os
corpos passaram a ser centrais e integrantes, portanto, do nosso cotidiano.”
(LOVISOLO, 1997, p.11-12).

A partir dos resultados obtidos com a realização das atividades 1 e 2, ou


mesmo de uma breve abordagem do tema e dos conhecimentos prévios dos
estudantes a seu respeito:

3.1. Contextualize o conteúdo da citação acima em função do conteúdo do texto


sugerido na Atividade proposta 1 (é possível correlacionar com qualquer outro texto
de sua preferência referente ao tema, ou ainda, acrescentar outros textos às
sugestões ora trazidas), e solicite aos estudantes que elaborem uma redação
acerca do que sabiam/pensavam e do que aprenderam sobre a relação
alimentação saudável-prática regular de exercícios físicos.

3.2. A partir do conjunto das atividades propostas e dos resultados obtidos em


termos de aprendizagens construídas, realize um debate temático sobre tópicos
elencados pelos próprios estudantes, no qual a sistematização dessas
aprendizagens seja o foco de sua intervenção docente como mediador do
processo.

22
REFERÊNCIAS

_____ Educação física escolar: olhares a partir da cultura. Campinas: Autores


Associados, 2010.

BETTI, Mauro. Educação física e sociedade: a educação física na escola


brasileira de 1º e 2º graus. São Paulo: Editora Movimento, 1991.

BLUM, Dani. Praticar exercício não diminui consequências de má alimentação,


diz estudo. Folha de São Paulo:
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2022/07/praticar-exercicios-nao-diminui-
consequencias-de-ma-alimentacao-diz-estudo.shtml .(acesso em 30 de agosto de
2022.)

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde.


Departamento de Promoção da Saúde. Guia de Atividade Física para a População
Brasileira [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária
à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde,
2021.

CARVALHO, Yara Maria de; RUBIO, Katia. (Orgs.). Educação física e ciências
humanas. São Paulo: Editora HUCITEC, 2001.

DAOLIO, Jocimar. Educação física e o conceito de cultura. Campinas: Autores


Associados, 2004.

DARIDO, Suraya Cristina. Educação física na escola: questões e reflexões. 2 ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? Trad. Bento Prado Junior
e Alberto Alonzo Muñoz. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.

ELIAS, Norbert. Teoria simbólica. Oeiras: Celta Editora, 1994.

FAZENDA, Ivani C. Arantes. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 16


ed. Campinas: Papirus, 1994.

FOUCAULT, Michel. A hermenêutica do sujeito: curso dado no collège de france


(1981-1982). 3 ed.Trad. Márcio da Fonseca e Salma Muchail. São Paulo: Martins
Fontes, 2011.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 1989.

LOVISOLO, Hugo. Estética, esporte e educação física. Rio de Janeiro: Sprint,


1997.

23
PAGNI, Pedro Angelo; SILVA, Divino José da. (Orgs.). Introdução à filosofia da
educação: temas contemporâneos. São Paulo: AVERCAMP, 2007.

PERNAMBUCO. Secretaria Estadual de Educação e Esportes. Currículo de


Pernambuco – ensino fundamental. Recife, 2019.

PORTOCARRERO, Vera. (Org.). Filosofia, história e sociologia das ciências:


abordagens contemporâneas. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1994.

REVEL, Jacques. A invenção da sociedade. Trad. Vanda Anastácio. Lisboa:


Memória e Sociedade, 1989.

SANTOS, Bruno Freitas. Prática esportiva + boa alimentação = benefícios para a


saúde. Revista Brasileira de Esporte Coletivo. v. 4. n. 1. 2020.

SOUZA, Edilson Fernandes de; KOHL, Henrique Gerson; RODRIGUES, Júlio R. de


B. Práticas corporais como linguagem: ponderações preliminares acerca da
organização do componente curricular educação física no ensino
fundamental. Revista Eletrônica Científica Ensino Interdisciplinar Mossoró, v. 8, n.
25, janeiro/2022, p.164-171
(http://natal.uern.br/periodicos/index.php/RECEI/issue/view/215 acesso em: 12 de
julho de 2022.).

TUBINO, Manoel José Gomes. Dimensões sociais do esporte. São Paulo: Cortez
Editora, 1992.

VEIGA, Ilma Passos; D´ÁVILA, Cristina. (Orgs.). Profissão docente: novos


sentidos, novas perspectivas. Campinas: Papirus, 2008.

24
LÍNGUA PORTUGUESA

Curadoria de informações

Olá, o nosso ponto de partida será a


curadoria de informações. Daí, será
possível mapear e selecionar
conteúdos relevantes para, em
seguida, apresentá-los ao público.

1º passo: Definir o tema (ou pergunta norteadora) e subtemas.

Se liga nas sugestões de temas!


1. Qual o conceito de alimentação saudável?
2. A importância em escolher alimentos mais naturais;
3. Alimentos que compõem uma dieta adequada;

4. O que diz a rotulagem dos alimentos?

5. O que está contido nos produtos alimentícios? Composição alimentar e as


repercussões para a saúde;

6. Consumo consciente dos alimentos e o meio ambiente;

7. Como consumir os alimentos saudáveis?

25
8. Os grupos de alimentos e seus nutrientes;

2º passo: Mapear e selecionar conteúdos e fontes confiáveis

A melhor forma de encontrar conteúdo de qualidade é se cercando de boas


fontes. Dessa forma, o processo fica muito mais fácil porque elas te alimentam de
coisas interessantes sem você ter de ficar correndo atrás o tempo todo.

Já para filtrar, é importante formular perguntas como:


•Esse conteúdo é relevante para o tema que estou investigando? (se sim, por
quê?);
•Ele é relevante para quem vai consumi-lo? (se sim, por quê?);
•Ele vem de uma fonte qualificada?;
•Ele traz algo de novo? (se sim, o quê?).

Dicas de sites confiáveis:


https://www.periodicos.capes.gov.br/
http://scielo.br/
https://scholar.google.com/
https://www.qedu.org.br/
https://ibge.gov.br/
3º passo: Organizar os arquivos

A organização dos conteúdos é de


extrema relevância para facilitar a
leitura; por isso, depois da seleção,
organize por ordem de relevância e
em alguma plataforma física ou digital.

26
Sugestões de plataformas para organizar os conteúdos:

1. Padlet;
2. Podcast;
3. Canva;
4. Word;
5. Google Drive;
6. Documentos Google;
7. Mural da escola.

4° passo: Divulgação

A divulgação é parte essencial do


processo de curadoria e pode ser
disponibilizado em várias plataformas:
jornal da escola, rádio da escola, mural no
Padlet…

Dialogando

Quer saber um pouquinho mais sobre alimentação saudável?

Realize ciclos de rodas de conversa sobre os temas sugeridos abaixo

27
Sugestões de temas:

Processo histórico alimentar: mudanças que a


alimentação sofreu ao longo do tempo;
Reflexão sobre o Direito Humano à Alimentação e
à Nutrição Adequadas - DHANA;
Segurança Alimentar e Nutricional no contexto da
Alimentação Escolar;
Se alimentar para quê? Relação dos aspectos
socioculturais, nutricionais, biológicos e
psicológicos;
A importância do guia alimentar (uma alimentação
equilibrada) – O alimento e a saúde;
Oficina de receitas saudáveis;
Reutilização dos alimentos - receitas com restos
de alimentos e cascas de frutas e verduras –
Contratar um especialista em restos de alimentos
para dar um curso às merendeiras da escola e a
mães de estudantes ou a responsáveis por estes;
A importância da compostagem e da horta
orgânica;

A alimentação saudável é composta por uma alimentação


equilibrada e diversificada!

Dialogue com o nutricionista


responsável pela escola para
viabilizar o acompanhamento
técnico ou até a implantação de
uma horta escolar, conforme os
critérios do Programa de
Alimentação Escolar.
Evento gastronômico para divulgar a horta escolar e a importante presença de
toda a comunidade escolar.

28
1. Escolha uma data para o evento em conjunto com todas as áreas da escola
e a nutricionista responsável pelo acompanhamento alimentar e nutricional
da escola;
2. Chame produtores de alimentos locais para expor e falar sobre seus
produtos;
3. Prepare receitas equilibradas e saborosas para degustação com
ingredientes da horta;
4. Convide profissionais de saúde para dar pequenas palestras e/ou promover
dinâmicas aos presentes;
5. Exponha algumas informações importantes sobre alimentação equilibrada
nos corredores da escola;
6. Convide chefs de cozinha do município para dar uma aula demonstrativa de
gastronomia para convidados e estudantes;
7. Prepare espaços para os estudantes brincarem, movimentarem o corpo e
exporem informações sobre a importância do exercício físico para a
manutenção da saúde.

FOME DE SABER
SUGESTÕES DE LEITURA

Você é o que você come? Um guia sobre tudo o que está no seu prato.
São Paulo: Moderna, 2016.

O livro, em formato de almanaque, explora a maravilhosa máquina que é o


corpo humano e revela fatos interessantes e divertidos sobre os alimentos e
sobre a alimentação. Será que uma tigela de insetos faz bem? Os ácidos do
estômago são fortes o suficiente para dissolver um prego? É verdade que 80%

29
do sabor vem do cheiro? As crianças vão descobrir as respostas para essas e
muitas outras perguntas e perceberão que aquilo que comemos pode
influenciar (e muito!) nossas vidas.

Turma da Mônica: alimentos saudáveis, de Mauricio de Sousa. Brasília:


BVSMS, 2019.

Quadrinho sobre Alimentos Saudáveis, elaborado por Mauricio de Souza em


parceria com o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa.

Propaganda de alimentos: Fique esperto. Anvisa, 2017.

A cartilha traz para a linguagem infantil conceitos complexos da alimentação,


como a definição sobre o que é nutriente e gordura trans. O jovem leitor
também entende o porquê de a propaganda de alimentos ser uma
preocupação da Saúde Pública.

Alimentação: um direito de todos! de Turminha do Ministério Público Federal (MPF).


Disponível em: https://turminha.mpf.mp.br/explore/direitos-das-

30
criancas/alimentacao/direito-a-alimentacao. Acesso em 19 de setembro de 2022. Nessa
página, a Turminha traz informações sobre o direito à alimentação.

Merenda escolar com qualidade, um direito de toda criança. de Turminha


do Ministério Público Federal (MPF). Disponível em:
https://turminha.mpf.mp.br/explore/turminha-indica/merenda-escolar-com-
qualidade.pdf. Acesso em 19 de setembro de 2022.
Nessa cartilha, encontram-se informações sobre o direito de toda criança à
merenda escolar com qualidade e orientações sobre como e onde denunciar
possíveis desvios.

Interagindo e divulgando ideias

INTERAGINDO
Você sabia que alguns cartazes publicitários dialogam de
forma intertextual utilizando frutas e verduras de uma forma
criativa, com títulos de filmes e séries de sucesso?! Observe
os cartazes publicitários abaixo:

31
Agora é sua vez! Escolha um filme ou uma
série, a fruta ou legume que irá utilizar na
produção e crie o seu cartaz publicitário de
uma maneira bem original. Mãos à obra!

Divulgação e culminância
Produção de 5 episódios de podcast sobre segurança alimentar e nutricional:
Fomes de saber.

32
Nessa etapa, as turmas irão aplicar o que aprenderam ao longo das
sequências de atividades até aqui para produzirem um episódio de podcast sobre
segurança alimentar e divulgar os direitos das pessoas em relação à alimentação
nesse suporte digital.

Para isso, vão entrevistar uma autoridade do munícipio (nutricionista, agente


de saúde, professor de Educação Física, médico, um profissional da Vigilância
Sanitária, da Secretaria de Educação ligado à merenda escolar, etc.) para conhecer
os cuidados que são tomados com a alimentação saudável dos estudantes e de
toda a comunidade escolar.

Sugestões de alguns softwares e aplicativos gratuitos para edição de áudio


disponíveis na internet

1. Audacity;
2. Spotify;
3. Audio Cutter;
4. DVDVideoSoft Free Audio Editor;
5. Free Audio Editor;
6. Ocenaudio;
7. WavePad;
8. Apple Garageband;
9. TwistedWave.

Passos da produção

1 - Entrar em contato com o entrevistado;

2 - Produzir um roteiro de perguntas que serão feitas ao entrevistado no dia;

3 - Decidir quem fará as perguntas, a locução, quem gravará, quem editará os


áudios, etc.;

4 - No dia combinado, disponibilizar os episódios dos podcasts nas redes sociais


da escola;

33
5- Com os informativos da curadoria, elaborar folder/cartaz publicitário/ panfleto e
divulgar na escola e adjacências.

Outras sugestões de atividades com os temas de alimentação:

- Elaboração de cordel/ poesia/ letra de música;

- Criação de histórias em diferentes formatos (Gibis, revistas, livretos, etc.);

- Redação sobre os temas.

34
REFERÊNCIAS

Turma da Mônica: alimentos saudáveis, de Mauricio de Sousa. Brasília:


BVSMS, 2019.
Propaganda de alimentos: Fique esperto. Anvisa, 2017.
Alimentação: um direito de todos! de Turminha do Ministério Público Federal
(MPF). Disponível em: https://turminha.mpf.mp.br/explore/direitos-das-
criancas/alimentacao/direito-a-alimentacao. Acesso em 19 de setembro de 2022.
Merenda escolar com qualidade, um direito de toda criança. de Turminha do
Ministério Público Federal (MPF). Disponível em:
https://turminha.mpf.mp.br/explore/turminha-indica/merenda-escolar-com-
qualidade.pdf. Acesso em 19 de setembro de 2022.
GERALDI, J. W. Portos de Passagem. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
KOCH, I. G.V., BENTES, A. C., CAVALCANTE, M.M. Intertextualidade: diálogos
possíveis. São Paulo: Cortez, 2007.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A inter-ação pela linguagem. 11. ed. São
Paulo: Contexto, 2012.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de
produção textual. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2011.
LOULA. Laura Dourado. Intertextualidade e, principalmente, CRIATIVIDADE!
Disponível em: http://produtexto.blogspot.com/2010/05/blog-post_309.html.
Acesso em 19 de setembro de 2022.
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Escrever e argumentar. 1. ed. São Paulo: Contexto,
2017.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.
São Paulo: Cortez, 2008.
PERNAMBUCO. Secretaria de Educação e Esportes. Currículo de Pernambuco:
ensino fundamental: área de linguagens/Secretaria de Educação e Esportes, União
dos Dirigentes Municipais de Educação; coordenação Ana Coelho Vieira Selva,
Sônia Regina Diógenes Tenório; apresentação Frederico da Costa Amâncio, Maria
Elza da Silva. – Recife, 2019.

35
LÍNGUA INGLESA

7º ANO

1º BIMESTRE

PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Oralidade

UNIDADES TEMÁTICAS: Interação discursiva

OBJETOS DE CONHECIMENTO: Funções e usos da língua inglesa: convivência


e colaboração em sala de aula

CONTEÚDOS:

Apresentação de pessoas e de si mesmo;

Regras de jogo, regras de convivência...;

Instruções/direções: (compreender instruções e comandos);

Esportes;

Receita culinária.

HABILIDADES PE: (EF07LI01PE) Interagir em situações de intercâmbio oral para


realizar as atividades, de forma respeitosa e colaborativa, trocando ideias,
engajando-se em brincadeiras e jogos; orientando-se a partir de comandos e
instruções.

36
1ª Parte - Warm-up

Look at the pictures! (Observe as fotos!)

NECESSARY VOCABULARY:
French fries;
Hamburguer;
Lettuce;
Ketchup

NECESSARY VOCABULARY
Strawberry;
Grape;
Orange;
Papaya;
Pear;
Apple.

NECESSARY VOCABULARY:
Strawberry;
Grape;
Blueberry;
Mushroom;
Chestnut;
Lettuce;
Raspberry;
Peach;
Lemon.

37
NECESSARY VOCABULARY:
Rice;
Black beans;
Chicken beef;

Considering what is shown in the pictures, what’s our class topic?


(Considerando o que é mostrado nas fotos, qual é o assunto da nossa aula?)

Now you know our class topic, let’s talk about it! (Agora que você sabe qual é
o tópico de nossa aula, vamos conversar sobre ele!)

2ª Parte - Conversation about food based on that questions: (Conversação


sobre alimentos baseada nestas questões:)

1) Do you like to eat? (Você gosta de comer?);

2) Do you have a favorite food? (Você tem alguma comida favorita?);

3) If you have, what is it? (Se você tiver, qual é ela?);

4) What do you consider most when you choose the food you are going to eat?;
(The price? The taste? Is it healthy or not? (O que você considera como mais
importante ao escolher o que vai comer? O preço? O sabor? Ou se é saudável ou
não?);

5) Do you know about the food importance for healthy? (Você conhece a
importância da comida para a saúde?);

6) What are the characteristics of the food considered healthy? (Quais são as
características de uma comida considerada saudável?);

7) What are the most common types of food in your region? (Quais são os tipos
mais comuns de comida em sua região?);

38
8) Are these types of food more of kind tasteful or more of kind healthy? Why do
you say it? (Essas comidas são do tipo mais gostosas ou mais do tipo saudáveis?
Por que você diz isso?).

3ª Parte - Knowing a textual gender related to the class topic (Conhecendo um


gênero textual relacionado ao assunto da aula)

Do you know how to prepare a dish? Maybe the best way of doing it is following
a recipe. Do you know this textual gender called recipe? (Você sabe como preparar
um prato? Talvez a melhor maneira de fazer isso seja por meio de uma receita.
Você conhece esse gênero textual chamado receita?)

Learning what a recipe is! (Aprendendo o que é uma receita!)

The gender called recipe has two important sections. They are the ingredients
and the way of preparing the dish or preparation. (O gênero chamado receita tem
duas importantes seções. São elas a dos ingredientes e a do modo de preparar o
prato ou preparação.).

You can see below an example of the gender recipe. (Abaixo você pode ver
um exemplo do gênero receita.)

39
The verbs more commonly used to write a recipe: (Os verbos mais comumente
usados para escrever uma receita:)

ADD: To put ingredients together; to put one ingredient with the others.

1. Add more salt to the dish if necessary.

BAKE: To cook in an oven using heat and without extra fat, oil or liquid.

1. It smells good in the kitchen because I’m baking a cake.

BARBECUE: To cook food (usually meat) by using fire or hot coals on a grill
outside.

1. I’m going to barbecue some sausages for lunch.

BEAT: To stir (usually eggs, cream, butter) quickly and continually to make a
smooth or frothy mixture.

1. Beat the cream until it starts to thicken.

BLEND: To mix two or more substances so they combine together. Often done in
an appliance called a blender which has quickly rotating blades.

1. You can blend fruit to make your own smoothie.

BOIL: To heat water or another liquid until little bubbles form.

1. Boil the potatoes until they are cooked.

BREAK: To separate into smaller parts by force.

1. Break the eggs into a glass bowl.

CHOP: To cut into small pieces, generally used with vegetables.

1. Chop the spring onions then add them to the dish.

COMBINE: To put two or more things together.


COOK: To prepare food by heating it so that it is not raw and can be eaten.

1. Cook the chicken until there are no pink parts.

CUT: To separate or divide a solid by using a knife.

40
1. He cut the meat into little pieces.

FRY: To cook by putting the food into extremely hot oil.

1. I fried some bacon and eggs for breakfast.

GRATE: To divide into small parts by rubbing on a serrated surface, usually used
with cheese.

1. Grate a large carrot and add it to the salad.

GRILL: To cook by putting the food on a grill; similar to barbecue. Also refers to
heating the food under a grill in a cooker which radiates heat downwards.
MEASURE: To obtain an exact quantity or amount of an ingredient.

1. Measure exactly half a teaspoon of curry.

MICROWAVE: To heat up food with a microwave oven.

1. Remove the food from the metal container before you microwave it.

MIX: To combine two or more things using a spoon, spatula, or electric mixer.

1. Mix the flour, melted butter and sugar together.

OPEN: To remove the top from a can or jar.

PEEL: To remove the skin or outer layer from fruit or vegetables.

1. Peel the potatoes before boiling them.

ROAST: To cook (usually meat and vegetables) in the oven or over a fire.

1. We are going to roast the chicken and vegetables.

SLICE: To cut into thin or wide portions that are of similar size.

1. Slice the tomatoes and add them to the salad.

SQUEEZE: to extract a liquid or soft substance from something by compressing it


firmly.

1. Squeeze the juice from three lemons.

WASH: To immerse food in water to make sure it becomes clean.

1. Wash the strawberries before cutting them into pieces.

41
WEIGH: To measure the weight (grams, ounces or pounds) of something.

1. Weigh the mix to make sure you have the right amount.

Woodward English

Fonte: https://www.vocabulary.cl/Lists/Cooking-Instructions.htm

Acesso em 07/10/2022.

4ª Parte - Comparing kinds of food based on health benefits and taste. What
is really good and what is only tasteful (Comparando os tipos de alimento com
base nos benefícios para a saúde. O que é realmente benéfico e o que é apenas
saboroso).

Read the text below in order to know criteria to identify healthy food. (Leia o
texto abaixo para conhecer critérios identificadores de comida saudável).

What Should people Eat to Stay Healthy? (O que as pessoas devem comer
para se manterem saudáveis?)

A healthy eating plan is one that encompasses all of the nutrients your body
needs on a daily basis without any non-nutritional additives.

Um plano de alimentação saudável engloba todos os nutrientes de que seu corpo


precisa para as necessidades do dia sem qualquer aditivo não nutritivo.

A healthy, balanced diet includes:

Uma dieta balanceada e saudável inclui:

1. Vegetables and any subgroup such as beans, peas, starches, and those
that are dark green, red or orange in color.

Vegetais de qualquer subgrupo como feijões, ervilhas, amidos e aqueles que são
verde-escuros, vermelhos ou laranjas.

2. Whole fruits

Todas as frutas

42
3. Whole grains such as quinoa, corn, millet, and brown rice

Todas os grãos como quinoa, milho, painço, arroz integral.

4. Limited full-fat dairy

Uma quantidade limitada de laticínios (derivados do leite) integrais

5. A variety of protein such as lean meats, eggs, nuts, seeds, and soy
products.

Uma variedade de proteínas como carnes magras, ovos, sementes e derivados de


soja.

6. Oils such as olive, flaxseed, canola, and avocado.

Azeite de oliva, linhaça, canola e abacate.

Only about one-fourth of the population is eating the recommended amounts


of fruit, vegetables, dairy, and oils. However, over half of the population are
meeting or going beyond the total grains and protein recommendations.

Apenas um quarto da população está comendo as quantidades recomendadas de


frutas, vegetais, derivados do leite e óleos. Contudo, mais da metade da população
está consumindo o necessário ou indo além disso no tocante às recomendações
de proteínas e grãos.

When consuming grains, it’s encouraged to only eat whole grains that include
the entire grain kernel, bran, and germ. If you are eating refined grains (or
processed grains), the bran and germ have been removed which takes out the
iron, dietary fiber, and other key nutrients.

Quando consumirmos grãos, é aconselhável comer apenas grãos integrais que


incluem o grão inteiro, farelo e germe. Se você está comendo grãos refinados (ou
grãos processados), o farelo e o germe foram removidos, o que tira o ferro, a fibra
dietética e outros nutrientes essenciais.

Observe the food guide below. It guides healthy eating practices at the
individual and collective levels, considering regional, age, cultural, social and
biological aspects in order to promote health through a commitment to
expanding people's autonomy in food choices.

Observe o guia alimentar abaixo. Ele orienta a prática alimentar saudável no âmbito
individual e coletivo considerando os aspectos regionais, etárias, culturais, sociais

43
e biológicas em vista de promover a saúde por meio do compromisso em ampliar a
autonomia das pessoas nas escolhas alimentares.

According to the Guide, there are four categories of food, defined


according to the type of processing: 1- in natura or minimally processed,
which group food obtained directly from plants or animals consumed without
any alteration or with a minimum of alteration in the the case of minimally
processed products, such as washed roots and tubers, chilled or frozen cuts
of meat, pasteurized milk, etc.; 2- oils, fats, sugar and salt extracted from
foods in natura or directly from nature used to season and cook foods and to
create culinary preparations; 3- processed products, which correspond to
products manufactured from the addition of salt and sugar to fresh or
minimally processed food, such as canned vegetables, fruit in syrup, cheese
and bread; 4- ultra-processed, which correspond to products whose
manufacture goes through several stages and industrial techniques involving
various ingredients, most of which are exclusively for industrial use, such as
soft drinks, biscuits, snacks, etc.

44
Furthermore, the guide provides four general recommendations as a golden
rule, which are:
- Make in natura foods the basis of your diet;
- Use of oils, fats, sugar and salt in small amounts when seasoning, cooking
food and creating culinary preparations;
- Limit the use of processed foods, consuming them, in small amounts, as
ingredients in culinary preparations or as part of meals based on natural or
minimally processed foods;
- Avoid ultra-processed foods; always prefer in natura or minimally processed
foods and culinary preparations to ultra-processed ones.

De acordo com o Guia, há quatro categorias de alimentos, definidas de acordo


com o tipo de processamento: 1- os in natura ou minimamente processados,
que agrupam alimentos obtidos diretamente das plantas ou animais consumidos
sem qualquer alteração ou com o mínimo de alteração no caso dos minimamente
processados, a exemplo de raízes e tubérculos lavados, cortes de carnes resfriado
ou congelado, leite pasteurizado, etc.; 2- óleos, gorduras, açúcar e sal extraídos
dos alimentos in natura ou diretamente da natureza usados para temperar e
cozinhar alimentos e para criar preparações culinárias; 3- processados que
correspondem aos produtos fabricados a partir da adição de sal e açúcar a um
alimento in natura ou minimamente processado a exemplo de legumes em
conserva, frutas em calda, queijos e pães; 4- ultraprocessados que correspondem
aos produtos cuja fabricação perpassa várias etapas e técnicas industrias
envolvendo vários ingredientes, maioria, de uso exclusivamente industrial, como o
exemplo de refrigerantes, biscoitos, salgadinhos, etc.

Ainda, o guia traz como regra de ouro quatro recomendações gerais, as quais:

- Fazer dos alimentos in natura a base da sua alimentação;

- Utilização dos óleos, gorduras, açúcar e sal em pequenas quantidades ao


temperar, cozinhar alimentos e cria preparações culinárias;

- Limitar o uso de alimentos processados, consumindo-os, em pequenas


quantidades, como ingredientes de preparações culinárias ou como parte de
refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados;

45
- Evitar os alimentos ultraprocessados; preferir sempre alimentos in natura ou
minimamente processados e preparações culinárias aos ultraprocessados.

Fonte: Guia Alimentar para a População Brasileira

5ª Parte - Thinking about food based on the criteria of health and taste (Pensando
sobre comida baseado nos critérios de saúde e de sabor)

See this picture with attention! (Olhe esta imagem com atenção)

46
https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fwww.netmeds.com%2Fimages%2Fcms%2Fwysiwyg%2Fblog%2F2020%2F10%2F1602489634_Junk_big_1.jpg&imgref
url=https%3A%2F%2Fwww.netmeds.com%2Fhealth-library%2Fpost%2Fjunk-food-vs-healthy-food-advantages-disadvantages-and-healthier-food-choices&tbnid=aNtphhMQnH-
PMM&vet=12ahUKEwj214Cr0tj6AhUHD7kGHS2gCHMQMygAegUIARDFAQ..i&docid=JhCSsownEporHM&w=898&h=450&q=delicious%20food%20vs%20healthy%20food&ved=2
ahUKEwj214Cr0tj6AhUHD7kGHS2gCHMQMygAegUIARDFAQ

What is the picture part shows the better food group? Do not forget to justify
your answer based on the reading.

Qual é a parte da figura que mostra o melhor grupo de alimentos? Não se esqueça
de justificar a sua resposta com base no que você leu.

6ª Parte - Taking care of own health through food - Cooking benefits.

Cuidando da própria saúde por meio da alimentação - Cozinhando benefícios.

Now you know what the healthy food characteristics are, write a recipe of
a healthy dish considering your region typical ingredients. In order to do it,
you can ask for science/biology teacher’s help. When you prepare the dish,
do not forget to indicate the food groups. The purpose of it is make clear you
are preparing a balanced dish in nutritional terms.

Agora que você sabe quais são as características de uma comida saudável,
escreva uma receita de um prato saudável considerando ingredientes típicos de
sua região. Para fazer isso, peça a ajuda de seu professor de ciências/biologia.

47
Quando você preparar o prato, não esqueça de indicar os grupos alimentares. O
objetivo é deixar claro que você está preparando um prato equilibrado em termos
nutricionais.

For this, use the food groups in the New Guide as a basis. (Group of
beans, cereals, roots and tubers, vegetables, fruits, chestnuts and nuts, milk
and cheese, meat and eggs).

Para isso, tome como base os grupos alimentares do Novo Guia. (Grupo dos
feijões, dos cereais, das raízes e tubérculos, dos legumes e das verduras, das
frutas, das castanhas e nozes, do leite e queijos, das carnes e ovos).

Being that, what is your dish?

Sendo assim, qual é o seu prato?

Prepare and serve it!


Prepare e sirva-o!

48
REFERÊNCIAS

BRASIL. ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de


atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / ministério da saúde,
secretaria de atenção à saúde, departamento de atenção Básica. – 2. ed. – Brasília:
ministério da saúde, 2014.

PERNAMBUCO, Secretaria de Educação e Esportes. Currículo de Pernambuco:


ensino fundamental. Recife, 2019 – 606p.

XPERIENCE: língua inglesa: 7 ano: fundamental: anos finais: livro do professor:


Pernambuco / organização Tatiana Martin. – 1.ed. – São Paulo: Associação Nova
Escola, 2020.

49
ARTE

https://static.todamateria.com.br/upload/li/te/literatura-de-cordel-og.jpg

Literatura de Cordel

Literatura de cordel é um gênero literário popular com textos cuja origem se


funda em relatos orais, remontando ao século XVI, período em que se tornou
popular a impressão de poemas orais. São estruturados, normalmente, com rimas
e apresentam-se com estrofes de dez, oito ou seis versos. Alguns são ilustrados
com xilogravuras e são sempre impressos em folhetos.

A temática é bastante diversificada: a religiosidade, o misticismo, a vida rural,


temas do cotidiano e até mesmo mundiais. Há cordéis que são adaptações de
romances tradicionais e também da dramaturgia clássica. A partir de 1940, uma
importante característica ligou a Literatura de cordel às artes plásticas: quando as
xilogravuras foram utilizadas como ilustração da capa e também, em alguns casos,
do interior de folhetos.

A gravação em madeira, com o uso de ferramentas improvisadas como


canivete, tornou-se um símbolo visual da Literatura de Cordel, com ilustrações que
refletiam ideias, anseios e sonhos do povo, além de imagens de seres fantásticos
e místicos.

50
Considerada uma fonte valiosa para conhecimento e difusão da história e da cultura
locais, a literatura de cordel permitiu a valorização e a multiplicidade de expressões
artísticas e literárias do Nordeste brasileiro.

Cordel da Formação de nutrição e Arte

Na linguagem de cordel Nutricionais


Vamos contar Dos estudantes
Sem demora Amados.
A nutrição de outrora.
É um dia
A nutrição é tudo É um dedo
Na vida de um cidadão É um dado
Cuidar da alimentação Quem gostou
Da população Bata palmas
Faz parte da cena E tenha o nosso
Da nutrição. Muito obrigado!!

Seja na saúde Anderson Leony


Ou na educação Recife, 13/10/2022
O nutricionista
É ação
Na solução
Da alimentação.

Na escola
Trabalho dobrado
Nos cuidados
Dos cardápios
Organizados
Diante das necessidades

51
1. Como foi estudado no texto acima, a xilogravura ilustrou muito a literatura de Cordel,
inspirado no Cordel de Anderson Leony, crie uma arte que sirva ilustração para o texto

Cordel da Formação de nutrição e Arte.

GULOSEIMAS

Sobre tempos.
Sobre desejos.
Sobremesas.
Doces e passatempos.
O açúcar dá vida.
Brigadeiros.
Bolos e sorvetes.
O que adoça.
O que faz bem ao gosto.
Doses exageradas de serotonina.
O bem de ser estar bem.
A música do paladar.
O doce que acalma a alma.
Anima o corpo.
E ajuda a sonhar.

Adriana Freitas

1. Sobre o texto acima liste os alimentos que o deixam feliz;

2. Os alimentos citados no texto são saudáveis? Por quê?;

3. Que alimentos poderiam ser substituídos de maneira mais saudável?;

4.Crie um desenho ilustrando o texto.

52
Culinária Nordestina

https://hfne.com.br/wp-content/uploads/2019/06/comidajunina2-1080x675.jpg

A culinária nordestina sofreu influência dos portugueses, africanos e indígenas.


Ela se caracteriza pelo uso de temperos fortes e apimentados, mas também é comum
ter em seus preparos a presença de vegetais, carnes bovina e caprina, além de frutos
do mar, azeite de dendê, pimentas. A variedade de frutas é bem diversificada, como
goiaba, caju, banana, coco, manga, cajá, umbu, mangada, jaca, araçá, graviola,
sapoti.

Os pratos típicos são: moqueca, vatapá, buchada de bode, acarajé, sarapatel, sururu,
tapioca, cuscuz.

1. Sobre a culinária nordestina, você é capaz de citar alguns ingredientes citados no


texto?

O Bolo de Rolo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bolo_de_rolo

53
O bolo de rolo é um doce originário do estado de Pernambuco composto por
camadas finas de pão de ló recheado com goiabada. Em 2007, o bolo de rolo passou
a ser reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial. Sua origem está na adaptação
do bolo português “Colchão de Noiva”, uma espécie de pão de ló recheado com
damasco. Chegando ao Brasil, os portugueses resolveram substituir o damasco por
goiabada, fruta bastante presente na Zona da Mata. Diante da popularidade do bolo
de rolo, novos sabores de recheio foram criados, como chocolate, doce de leite, queijo
do reino, entre outros.

1. Pensando no texto acima, que adaptação de sobremesa ou algum prato você criaria
substituindo por ingredientes da nossa região, pensando numa refeição mais saudável
e balanceada?

Comer com os Olhos

http://www.cataniastudio.com/wp-content/uploads/comer-com-os-olhos.jpg

O que seria comer como os olhos? Você sabe o que significa comer com os
olhos? Você já se deparou com um prato de tão bonito que a sua boca se encheu
d’água e mesmo sem fome você teve vontade de comer?

54
Comer com os olhos é uma expressão bastante popular. E significa comer mais do
que o necessário para saciar a sua fome, comer além do seu limite, é quando você
fala: - Comi demais!

Acredita-se que a origem dessa expressão tenha surgido na Roma Antiga em


um ritual antigo que celebrava e homenageava, em um grande banquete, os mortos.
Os participantes do evento não poderiam comer os pratos, apenas observá-los,
surgindo, desta forma, a expressão “comendo com os olhos”.

Sabemos que a apresentação de um prato é importante para despertar o


apetite, valendo-se disso, muitos chefes capricham não apenas no sabor, mas
também no visual, valorizando assim a sua criação e conquistando clientes. Muitos
nutricionistas afirmam a importância das cores de uma refeição, “quanto mais colorido,
mais saudável pode ser o prato”. Quanto mais cores o seu prato tiver, maior é o sinal
de que a sua alimentação é rica em nutrientes, vitaminas e minerais.

http://1.bp.blogspot.com https://static1.conquistesuavida.com.br https://cristalalimentos.com.br/

1. Vermelho: tomate, morango, melancia ...

2. Verde: brócolis, abacate, alface...

3. Roxo: berinjela, uva, beterraba...

4. Amarelo: maracujá, abacaxi, milho...

5. Branco: mandioca, leite, couve-flor...

6. Marrom: carne, feijão, grão-de-bico...

55
7. Laranja: cenoura, abóbora, laranja...

1. Que comida lhe enche os olhos? Liste os seus pratos favoritos;

2. Seguindo as orientações do texto, monte uma refeição bastante colorida, fotografe


o seu prato e poste nas redes sócias com a #alimentaçãosaudável;

3. Crie uma pintura usando bastante cores e alimentos saudáveis da sua


preferência;

Aldemir Martins

https://www.escritoriodearte.com/ https://br.pinterest.com https://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net

Aldemir Martins foi um artista inovador que trabalhou, nas diversas linguagens
artísticas, usando os mais diferentes materiais, entre madeira (para caixas de
charuto), papel de carta, cartões, telas de linho, juta e até fôrmas de pizza.

Representou a natureza e o povo brasileiro. Nas pinturas de paisagens, frutas,


cangaceiros, peixes, galos, cavalos e, na sua série de gatos, transparece uma
brasilidade em cores fortes, luzes e traços marcantes.

1. Artistas como Aldemir Martins pintaram muitas frutas e animais. Inspirado nas obras
desse grande artista, que tal agora você fazer uma pintura com a sua fruta favorita?

56
REFERÊNCIAS

Motta, Ângela; Gomes Silvana; Melendi, Maria Angélica (colab.). Arte:3º série;
Sistema Ari de Sá de Ensino; Fortaleza, CE, 2016.

https://foodmagazine.com.br/food-service-noticia/culinaria-nordestina

https://www.suapesquisa.com/musicacultura/culinaria_nordeste.htm

https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/comer-com-os-olhos.htm

https://revistasaboresdosul.com.br/comer-com-os-olhos-o-poder-da-boa-
apresentacao-dos-pratos/

57
58
Ensino Religioso

De acordo com a Lei nº 11.947/2009, que cria o Programa Nacional de


Alimentação Escolar (PNAE), esse assunto (Educação Alimentar e Nutricional) “deve
ser vivenciado por toda comunidade escolar de forma contínua e permanente, visando
desenvolver práticas educativas, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional,
que respeitem a cultura, as tradições, os hábitos alimentares saudáveis e as
singularidades dos estudantes”.

Na articulação da área de Ensino Religioso com a produção do campo de


conhecimento (2018) “Educação Alimentar e Nutricional” (EAN), o Ensino Religioso
Escolar (ERE) poderá dar sua contribuição para a melhoria dessa EAN através do
diálogo, cuja essência (do diálogo) está no encontro entre os sujeitos.

Esse diálogo representa uma forma de troca que permite levantar perguntas e
construir respostas em conjunto, tanto com indivíduos quanto com grupos
populacionais. Para tanto, pressupõe-se uma abertura para o outro, aprimorar a
escuta sensível e o acolhimento de diferentes formas de ver e estar no mundo. Isso
implica colocar em xeque as nossas certezas quanto à Educação Alimentar. Requer
estar à disposição para colocar os diferentes saberes – científicos, populares,
técnicos, dentre outros – em um patamar em que predomine o respeito às
diversidades e perspectivas diversas de lidar com o mundo.

Para SILVA (2011), diversidade é multiplicidade, ou seja, a não imposição de um


padrão único. Ela abre um leque de possibilidades em considerar diferentes culturas,
inclusive no ambiente escolar. Nesse caminho, é indispensável que a comunidade
escolar reconheça e valorize a pluralidade cultural existente seja em relação aos
diversos povos, como os povos indígenas, os povos ciganos, quilombolas, migrantes
e outros, inclusive quanto à necessidade em considerar hábitos alimentares deles.

Nessa direção e tomando como referência os “Princípios de EAN constantes no


Marco de Referência no tocante à valorização da cultura alimentar” (2018) no “respeito
à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de

59
diferentes naturezas” (2018), o Ensino Religioso destaca que as tradições religiosas
estão interligadas com a alimentação desde tempos antigos, reafirmando suas
identidades culturais através dessa prática alimentar.

A título de exemplo, podemos citar algumas situações referentes à religião e à


alimentação, a saber: os muçulmanos que não comem carne de porco; na religião
judaico-cristã, o pecado atribuído a Eva teria ocorrido a partir da alimentação, afinal,
Eva teria comido a maçã proibida, além de haver a abstenção de carnes às sextas por
parte dos cristãos católicos em memória à Paixão de Cristo e a oferta do pão em vista
da obtenção da Eucaristia. Na religião Hare Krishna, os adeptos evitam comer carne,
peixe e ovos porque é um princípio da não violência.

Para além do Ensino Religioso, mas permanecendo no aspecto da alimentação,


a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) divide os alimentos em cinco sabores a saber:
doce, salgado, amargo, picante e ácido. Os alimentos carregam emoções
características a partir desses sabores supracitados (doce, salgado...) e estão
relacionados a determinados órgãos do corpo humano. Exemplificando, temos o sabor
ácido que está ligado ao fígado, o sabor amargo que está associado ao coração, o
doce, ligado ao baço, o sabor picante, associado ao pulmão e o salgado, ligado aos
rins.

Outro aspecto a ser considerado é o da fitoterapia, palavra que significa Phito,


ou seja, planta, e terapia que significa tratamento. Logo, fitoterapia é o tratamento ou
a prevenção de doenças utilizando as plantas. Sabemos que a escola não é lugar para
terapias ou tratamentos de doenças, mas queremos trazer para esse Caderno de
Educação Alimentar e Nutricional a reflexão e discussão sobre a possibilidade de
montar uma horta na escola para a utilização de chás.

Nessa perspectiva, as escolas podem promover essa reflexão junto às


comunidades nas quais se inserem, de acordo com seus respectivos contextos. E,
como resultado de pesquisas científicas sobre a utilização de chás, sugerir a criação
de horta fitoterápica e utilização de chás no ambiente escolar. Fica a dica!

Dessa forma, após as abordagens supracitadas, é possível desenvolver outras


atividades sobre alimentação com os estudantes (envolvendo os demais sujeitos da
comunidade escolar), respeitando a diversidade cultural religiosa do Brasil.

60
SUGESTÕES
DE
ATIVIDADES

SUGESTÃO 1

Professor, que tal fazer uma enquete com seus estudantes e familiares destes
para verificar quais alimentos eles gostariam que fossem ofertados na escola. Em
seguida, apresente a sistematização dos dados para todos.

SUGESTÃO 2

Professor, que tal levar para a sala de aula as reflexões abaixo extraídas do livro
“Cozinha Vegetariana: receitas saudáveis e naturais” (Editora Bhaktivedanta Book
Trust, 2016)? Em seguida, solicite que os estudantes debatam em pequenos grupos,
apresentando suas considerações para toda a sala de aula. Peça que eles anotem
suas reflexões. Para aprofundamento, os estudantes podem pesquisar sobre os
aspectos favoráveis e desfavoráveis ao consumo de carne animal.

REFLEXÕES

“Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que


paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação de
nossos desejos corpóreos.” Mahatma Gandhi

“A carne é um alimento das feras, e o homem, quando a come, piora todos


os seus vícios.” Santo Agostinho

61
“Como podeis assassinar e devorar sem piedade essas adoráveis criaturas
que nos oferecem a sua ajuda, amizade e companhia de forma tão mansa e
amorosa? ”São Francisco de Assis

“De matar animais a matar pessoas, vai apenas um passo!” Alexander von
Humboldt

“Amai todos os seres viventes e pacificai os vossos espíritos deixando de


matar e comer animais; esta é a verdadeira prova da religiosidade.” Buda

SUGESTÃO 3

Professor, solicite aos alunos que pesquisem sobre a relação da alimentação


e a religião para apresentação em sala de aula.

62
REFERÊNCIAS

Alimentação do Muçulmano (lícito, ilícito ou duvidoso) (Evidências na descrição).


Disponível no site:<https://www.youtube.com/watch?v=TPl1TkekPM0> Acesso em 12
de set. de 2022.

BRASIL. Princípios e Práticas para Educação Alimentar e Nutricional. Brasília, DF,


2018. Disponível no site:< https://www.cfn.org.br/wp-
content/uploads/2018/08/CADERNO_EAN_semmarca.pdf. Acesso em de 16 set. de
2022.

CALEM, Ilse. Eu faço a minha saúde: descubra como aumentar sua energia, aplicar
regras básicas de autocura, viver sem restrições. Ed. Objetiva, Rio de Janeiro, 1994.

SANTOS, Maris. Cozinha vegetariana: receitas saudáveis e naturais. São Paulo: The
Bhaktivedanta Book Trust, 2016.

Entre Sabores. Comida e religião: um estreito relacionamento. Disponível no site:<


https://entresabores.com.br/comida-e-religiao-um-estreito-relacionamento/. Acesso
em 19 de set. de 2022.

Os Cinco Sabores da MTC. Disponível no site:< https://dralilian.com.br/os-cinco-


sabores-da-mtc/ Acesso em 21 de set. de 2022.

Imagem. https://www.istockphoto.com/br/vetor/garota-com-telesc%C3%B3pio-
gm1250686880-
364855753?utm_source=pixabay&utm_medium=affiliate&utm_campaign=SRP_illustr
ation_sponsored&utm_content=http%3A%2F%2Fpixabay.com%2Fpt%2Fillustrations
%2Fsearch%2Fdesenho%2520de%2520menina%2520palito%2F%3Fmanual_searc
h%3D1&utm_term=desenho+de+menina+palito. Acesso em 23 de set. de 2022.

SILVA, Célia C. Diversidade: Coleção Rumo à Cidadania. Brasília, Lumine Editora,


2011.

63
64
MATEMÁTICA

6º ANO

UNIDADES TEMÁTICAS: Grandezas e Medidas

OBJETOS DE CONHECIMENTO: Proporcionalidade entre pesos e valores


nutricionais.

CONTEÚDOS: Volume, peso, valores nutricionais

HABILIDADES PE: (EF06MA24PE). Resolver e elaborar problemas que envolvam as


grandezas comprimento, massa, tempo, temperatura, área (triângulos e retângulos),
capacidade e volume (sólidos formados por blocos retangulares), sem uso de
fórmulas, inseridos, sempre que possível, em contextos oriundos de situações reais
e/ou relacionadas às outras áreas do conhecimento.

Para garantirmos a segurança alimentar, se faz necessário termos como


referência alguns cuidados já trazidos por outras áreas de conhecimento, como já
vimos anteriormente. Entre elas, precisamos destacar os limites diários de cada valor
energético. Lembramos a importância de cada um deles para a função vital de nosso
corpo, mas precisamos respeitar os limites para evitarmos doenças provocadas pelo
excesso.

Apesar de sabermos da importância de pluralizarmos o nosso prato, destacando


as frutas, verduras e hortaliças (como já vimos no guia alimentar), precisamos ter
consciência sobre os produtos ultraprocessados, evitando-os, sobretudo, em razão do
sedentarismo.

65
Logo, uma perguntinha: Você já se deparou com algum rótulo ao fazer compra
de um determinado produto? Quando você vai ao supermercado você olha para o
rótulo? Quantas calorias você pode estar absorvendo ao ingerir o produto? São essas
questões que precisam ser observadas na hora de comprar o produto. Certo? A
rotulagem é o canal de comunicação entre o fabricante e o consumidor; é um dos
instrumentos de educação alimentar e nutricional. Portanto, sempre preste atenção
ao produto e a seu rótulo.

Atividade 1: Aprofunde-se no conhecimento sobre rótulos, sobre seus limites e


possibilidades a partir dos links a seguir:

1- https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2020/aprovada-norma-sobre-
rotulagem-nutricional
2- https://www.cfn.org.br/index.php/noticias/novas-regras-para-rotulagem-nutricional-ja-
estao-em-vigor/

Atividade 2: Uma outra questão que podemos observar em relação ao conhecimento


matemático é sobre o processo de proporcionalidade que pode ser desenvolvido a
partir de uma determinada receita. Por exemplo: veja, a seguir, a receita de bolo de
rolo, uma iguaria típica de Pernambuco:

BOLO DE ROLO MONTAGEM

MASSA Formas retangulares de 30x40cm com


margarina e enfarinhadas
200g de margarina
Açúcar para polvilhar;
200g de açúcar
COMO FAZER A RECEITA DE BOLO
6 gemas
DE ROLO
200g de farinha de trigo
MASSA
6 claras em neve
Bata na batedeira a margarina com o
RECHEIO açúcar até formar um creme. Coloque
500g de goiabada as gemas e continue batendo até ficar
cremoso.
1/2 xícara de água

66
Junte a farinha de trigo e, por último, as aproximadamente. Espalhe bem fina a
claras em neve. massa na forma.

RECHEIO Vire o bolo sobre um pano úmido


polvilhado com açúcar, passe uma
Leve ao fogo a goiabada com a água e
camada bem fina da goiabada e enrole.
deixe amolecer, ficando como uma
geleia mole. Asse o segundo bolo, passe o recheio
e enrole com o primeiro bolo. Faça o
MONTAGEM
mesmo procedimento com toda a
Coloque de 5 a 6 colheres de sopa de massa, rende mais ou menos 5 bolos.
massa para assar cada bolo, levando
Por último, polvilhe com açúcar
ao forno pré-aquecido por 5 minutos,

Observou a receita? O que podemos contemplar de conhecimento matemático a partir


da receita? Você já ouviu falar em proporcionalidade? Que tal pegarmos a receita e
dobrar a quantidade de ingredientes e depois triplicar para sabermos o rendimento e
a quantidade? Observe a tabela a seguir e preencha os dados conforme o que se
pede:

Produtos e Quantidade para dois Quantidade para três


quantidade bolos bolos
200 gramas de
farinha de trigo
6 gemas
6 claras
500 gramas de
goiabada
½ xícara de água

Você preencheu a tabela anterior? Ainda não? Então volte e preencha. Se já


preencheu, o que você observou? O que aconteceu com os produtos que são
dobrados e triplicados? Dobrou apenas um produto? Justifique sua resposta. Veja
com seu professor ou professora a possibilidade de socializar com seus colegas o que
você observou.
67
Atividade 3: Elabore problemas matemáticos envolvendo cálculos de calorias dos
alimentos envolvendo a rotulagem de alimentos. Caso ajude, cabe esclarecer que 1 g
de carboidrato e proteína equivale à 4 kcal e 1g de gordura à 9 kcal.

68
69
GEOGRAFIA E HISTÓRIA

Origem dos alimentos: falando dos aspectos históricos, geográficos e


biológicos.

INTRODUÇÃO

A Educação em Ciências Humanas tem muito a ver com o entendimento do


mundo a partir da compreensão das formas de produção econômica e, a partir desta,
de seu processo de distribuição e consequentemente de consumo. Para que tal
compreensão seja construída, é necessário fazer referência ao excedente da
produção, ponto inicial do processo de distribuição e consumo em massa. Com os
alimentos, não seria diferente. Temos, portanto, uma produção alimentar que tem sua
base histórica na produção agrícola e pecuária (agropecuária), trazendo também um
pouco do extrativismo vegetal e, mais recentemente, trabalhando a questão da
agricultura orgânica e da agroecologia.

A questão alimentar é fator predominante para a manutenção da vida e do


desenvolvimento dos seres vivos. Desde o seu surgimento que a espécie humana
vem descobrindo diferentes tipos de alimentos e de formas de preparação e de
consumo deles, aprimorando e construindo um vasto cardápio alimentar. Entre os
primeiros registros sobre a alimentação, estão as pinturas rupestres, que contêm
figuras que representam rituais de caça de povos pré-históricos.

As sociedades primitivas eram coletoras e caçadoras e alimentavam-se de frutas


e caças existentes na natureza. Quando essas fontes de alimentação tornavam-se
escassas, esses grupos migravam para outros territórios. A busca por alimento é fator
primordial para caracterizar como nômades esses primeiros povos.

70
Com o passar do tempo, percebeu-se que, do caroço da fruta que era
descartado, nascia uma planta semelhante a que produzira o primeiro fruto e que essa
mesma árvore crescia e dava fruto igual ao que havia sido colhido anteriormente, o
que fez com que os povos nômades fixassem residência em locais que
possibilitassem o cultivo da lavoura e também a criação de animais que aprenderam
a domesticar para consumo.

A descoberta do fogo causou grande transformação nas práticas alimentícias,


pois, com o cozimento, os alimentos tornaram-se mais saborosos e seguros. Com o
passar do tempo, esse cardápio vem sendo modificado de acordo com as condições
climáticas, regionais e sociais.

Depois de passar por processos de desenvolvimentos agrícolas, facilitados


desde a invenção do arado e pela Revolução Industrial, que possibilitou diferentes
tipos de produção e armazenamento dos alimentos, chegamos ao século XXI com
uma vasta quantidade de tipos de alimentos, sabores e texturas que agradam a todos
os paladares, desde os mais simples aos mais sofisticados.

Essa diversificação dos alimentos é importante para atender a uma crescente


demanda da população, mas a sua escassez ou o seu consumo inadequado é
apontado como um dos fatores responsáveis por inúmeros problemas resultantes de
questões referentes à alimentação vivenciados por pessoas de todas as partes do
mundo.

Entre as muitas causas apontadas como responsáveis por esse tipo de


problemas, estão o sedentarismo e a mudança dos hábitos alimentares desenvolvidos
no decorrer dos tempos. Esses fatores contribuem para o aumento da obesidade e de
doenças crônicas não transmissíveis.

A tabela a seguir destaca as diferenças ocorridas nos hábitos alimentares das


pessoas no decorrer dos tempos.

Características da alimentação na idade pré-histórica e nos dias atuais

Pré-História Dias Atuais

71
Não ingeriam alimentos Grande consumo de alimentos
industrializados. industrializados.

Não comiam cereais e seus


A dieta atual é rica em cereais e açúcares.
derivados.

Não salgavam os alimentos. Consumo excessivo de sal.

A proteína era obtida das carnes


Alto consumo de carne vermelha com
magras e selvagens, a carne dos
grande quantidade de gorduras prejudiciais
animais de caça tinha pouca
à saúde, como as gorduras saturadas e o
gordura, inclusive as mais
colesterol.
prejudiciais à saúde.

Grande consumo de fibras


provenientes das frutas, bagaços e Baixo consumo de fibras.
dos vegetais.

Alto consumo de vitaminas, minerais


Baixo consumo de vitaminas, minerais e
e antioxidantes que são
antioxidantes.
componentes protetores.

Não apresentavam doenças como: Alta incidência de doenças como: diabetes,


diabetes, pressão alta, colesterol pressão alta, colesterol elevado e doenças
elevado no sangue e doenças cardiovasculares, resultando em morte
cardiovasculares. precoce.

Carboidratos complexos: são mais lentamente digeridos, evitando, assim, as


grandes elevações e queda dos níveis glicêmicos.

Fonte: ALIMENTAÇÃO HUMANA, PASSADO, PRESENTE E FUTURO.

Num contexto diferenciado, essas novas formas de conciliar produção alimentar


com sustentabilidade vêm tomando espaço cada vez maior, e a escola exerce um
papel primordial nesse processo formativo. Ensinar nossos/as estudantes a “pensar”
depende diretamente de uma relação com o “comer bem”, e, consequentemente, em
"cuidar bem”. Nessas interseções, a educação e seu currículo chamam para si a

72
função essencial de educar também para o bem alimentar. Trazemos para a
comunidade escolar reflexões acompanhadas de dados e informações acerca da
produção alimentar, sua distribuição e consumo, bem como a construção de
processos formativos na e para a escola, envolvendo ideias e ações voltadas para
uma alimentação saudável.

CULTURAS E SABERES: REFERÊNCIA E VALORIZAÇÃO

Quando se fala em saberes e cultura, ressalta-se o papel fundamental que a


escola possui dentro de um contexto social de vivências diversificadas. É na escola
que não apenas se aprende, mas também se apreendem e se fortalecem laços de
identidade e afetividade que irão servir de base para que elementos da cultura (cultura,
do latim “colere” = cuidado) se tornem essenciais em um complexo conjunto de
saberes que são apropriados ao longo da vida. O primeiro e mais antigo significado
de cultura encontra-se na literatura do século XV, em que a palavra se refere ao cultivo
da terra, de plantações e de animais. É nesse sentido que entendemos palavras como
agricultura, floricultura, suinocultura (BOCOCK, 1995; CANEN e MOREIRA, 2001).
Num processo de diversificação de modos de vida e formas de produção pluralizadas,
cabendo às elites sociais o direcionamento das ações da sociedade sobre a questão
cultural, chega-se a um conceito moderno de cultura, elaborado já no século XX em
que a noção de cultura apreende os aspectos populares já influenciados pelos meios
de comunicação de massa (destaque para o rádio e TV). Porém, ainda há aquela
visão europeizada de predominância da cultura estrangeira, principalmente no que
tange ao material didático e formas de orientação do ensino em sala de aula.

Segundo Williams (2019), chegamos, então, aos componentes da cultura:


conhecimentos, crenças, valores, normas, símbolos e seus respectivos significados
fundamentais [...]. São elementos que todas as culturas possuem. Ainda segundo
esse autor, entende-se cultura como um conjunto de características humanas que não
são inatas e abarcam muito mais que aspectos visíveis, concretos [...] tudo isso,
inserido na cultura de um povo, possui significados e história.

A função social da cultura, e com ela seus saberes, acontece no momento em


que os grupos sociais, a partir das vivências em coletividade, passaram, portanto, a
cuidar uns dos outros. Daí, um acúmulo de saberes que constituem um arcabouço de

73
conhecimentos definidos como culturais. É a partir desse enfoque que passaremos
posteriormente a abordar os cuidados com a alimentação e nutrição do corpo.

Antes, porém, cabe, de forma breve, discorrer acerca da construção de saberes


e fazeres na educação, com vistas a fundamentar melhor os aspectos culturais
desenvolvidos pelas sociedades. E, dentro desta perspectiva de abordagens culturais
plurais buscar como a escola desenvolve teorias, práticas e ações com vistas ao
cuidado com as pessoas, consigo mesmo (a) e com o meio ambiente produzido por
aqueles (as) que o habitam.

As condições econômicas e climáticas regionais são responsáveis pela


construção de hábitos alimentares que constituem elementos culturais impressos na
sociedade através de sua culinária. Podemos citar como exemplo o mel de abelhas,
cujos relatos indicam ter sido a primeira sobremesa de que se tem notícia e que até
hoje vem sendo consumido. Isso porque é um alimento milenar, que era encontrado
livremente na natureza, dependente de fatores climáticos regionais, mas é importante
lembrar que atualmente as técnicas de apicultura permitem a criação de abelhas para
extração do mel. Temos as comidas brasileiras com origem na culinária africana,
surgidas a partir da escravidão negra no Brasil, tais como o vatapá, a feijoada e o
munguzá, entre outras tantas. A culinária indígena também faz parte desses exemplos
e está representada por comidas como a farinha de mandioca, a moqueca, a
macaxeira etc. Na região Nordeste, há o cuscuz, declarado patrimônio da humanidade
pela UNESCO, o sarapatel, a buchada, o baião de dois, queijo coalho, pamonha, etc.
Em Pernambuco, além da culinária nordestina, destacam-se o Bolo Souza Leão e o
bolo de rolo, declarados patrimônios imateriais e culturais do Estado.

O hábito de comer não se restringe às necessidades de ingerir nutrientes para


suprir as necessidades do corpo, mas também representa simbolismos, memórias
sensoriais olfativas, tradições e gestos que são transmitidas através das gerações.
Por ser um país miscigenado, o Brasil concentra em si diferentes tradições
alimentares, com receitas de pratos típicos de diversas partes do mundo. É importante
observar essas diferenças para uma melhor compreensão da realidade dos hábitos
alimentares que existem no país e também para que se possam traçar políticas
públicas voltadas para a segurança alimentar e nutricional da população.

74
A escola é um meio cultural importante não só para a vida, mas também para a
formação identitária, o acolhimento psicossocial (sentimento de pertencimento) e as
relações interpessoais de seus/suas estudantes. O principal objeto de existência e,
fundamentalmente, resistência das escolas, é o conhecimento. Segundo Santos
(1995):

“Consideramos, ainda, que o conhecimento escolar como um tipo de


conhecimento produzido pelo sistema escolar e pelo contexto social e
econômico mais amplo, produção esta que se dá em meio a relações de poder
estabelecidas no aparelho escolar e entre esse aparelho e a sociedade”.

Nesse sentido, cabe destacar o papel do currículo, uma vez inserindo tais
abordagens em um conjunto ou visão de sistema institucionalizado. Valorizar esse
conhecimento é essencial para o desenvolvimento da formação cidadã do(a)
estudante. Nesse sentido, Antoni, Barone e Koller (2007) relacionam a valorização do
meio (e do que se produz nele) com a relação de afetividade positiva desenvolvida no
processo formativo individual e coletivo. Afirmam os autores:

“[...] entendemos por autoestima a avaliação que o sujeito faz de si


mesmo, que deriva de sua relação com o meio, configurando um juízo de valor
atribuído a si, pautado nos valores pessoais, e está atravessado pelas
condições socioeconômicas e da rede de apoio social e afetiva a que o sujeito
tem acesso.”

A escola se insere como ator fundamental em meio a essa rede de apoio social
e afetiva de acesso universal do sujeito para o desenvolvimento de competências,
habilidades e atitudes que o façam cidadão ativo em uma sociedade complexa,
trazendo junto a tais atributos um comportamento proativo e harmônico com objetivo
de estabelecer relações de equilíbrio e altruísmo bem definidas e passíveis de
práticas. Essas relações formativas irão se refletir, fundamentalmente, num complexo
conjunto de diretrizes, que servem de base na escola, para orientar e referenciar
documentos curriculares.

Terigi (1999) traz como âmbitos de referências dos currículos escolares no que
tange à produção do conhecimento, identificando como produtores: (a) as instituições
produtoras do conhecimento científico (universidades e centros de pesquisa); (b) ao

75
mundo do trabalho; (c) aos desenvolvimentos tecnológicos; (d) às atividades
desportivas e culturais; (e) à produção artística; (f) ao campo da saúde; (g) às formas
diversas do exercício da cidadania; (h) aos movimentos sociais. Esse conjunto de
atores/produtores do conhecimento atuam diretamente sobre a estrutura de
construção de saberes que são socializados nos ambientes escolares. Serão eles que
irão compor processos e ações voltados para ações formativas a partir de vivências
individuais e coletivas na escola e fora dela.

IMPORTÂNCIA E PRODUÇÃO DO ALIMENTO NAS CIÊNCIAS HUMANAS

Nas Ciências Humanas, a produção alimentar sempre foi uma preocupação, por
se referir aos modos de produção social dos grupos humanos, desde os primórdios
da História. A busca por alimentos conduziu as civilizações a procurar espaços que
apresentavam melhores condições, inicialmente físicas e naturais (margens de rios,
áreas com solos férteis, etc.), bem como, posteriormente, aspectos humanos, sociais
e econômicos viáveis com o objetivo de atender à distribuição e escoamento do que
era produzido. Algumas áreas se destacavam por reunir tais condições e se
sobressaíam nos mapas, tais como, o Delta do Rio Nilo na África, a Mesopotâmia na
Ásia de Sudeste e bacias importantes na Europa e na América, a exemplo da Bacia
do Mississipi nesta, e as regiões do Reno e do Tâmisa naquela.

No Brasil, temos uma relação desigual entre produção de alimentos e


abastecimento alimentar, configurada há séculos por uma economia baseada em
estruturas econômicas mais voltadas para atender ao mercado do que para satisfazer
as necessidades alimentares e nutricionais da população. Também atendendo às
melhores condições naturais, o que a caracteriza como sendo de caráter extensivista,
a agricultura brasileira se desdobra a partir de números que corroboram para tal
estruturação. Por outro lado, existe o desenvolvimento em crescente expansão da
agricultura denominada de subsistência e que hoje é referenciada como agricultura
de base familiar.

De acordo com o Anuário Estatístico da Agricultura familiar de 2022, esse setor


produtivo com apenas 23% das terras, os 3,9 milhões de estabelecimentos familiares

76
geram 10,1 milhões de ocupações no campo (67% das ocupações), respondem por
23% do valor bruto da produção agropecuária brasileira e pela dinamização
econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes (68% do
total). (AEAF, 2022. p. 5).

O Brasil havia saído do mapa da fome das Nações Unidas em 2014, mas refez
o caminho de volta. De acordo com o IBGE, de 2016 para 2017, a população pobre
passou de de 25,7% para 26,5%. E os que sobrevivem com menos de R$140,00 por
mês, considerados extremamente pobres, passaram de 6,6%, em 2016, para 7,4%.
No mesmo período e em 2022, o país voltou para o mapa da fome da ONU.

No Brasil, país que lidera o ranking mundial nas exportações líquidas de


alimento, com previsão para uma produção recorde de cerca de 263 milhões de
toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas este ano, 39,3 milhões de pessoas
sobrevivem do trabalho informal, em situação precária; 10,1 milhão estão
desempregados, e outros 33,1 milhões passam fome de acordo com dados do IBGE.
Atualmente, cerca de 700 mil crianças brasileiras menores de 5 anos sofrem algum
tipo de problema causado pela desnutrição. O indicador de insegurança alimentar no
Brasil é considerado pior do que o de 30 anos atrás.

Para se considerar a falta de alimento, é necessário que uma média superior a


2,5% das pessoas vivenciem situação de falta alimentar crônica. No Brasil, 4,1% da
população estão nessa condição. De acordo com a FAO, Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura, mais de 61 milhões de brasileiros
enfrentam algum tipo de insegurança alimentar e 15, 5 milhões enfrentam situação de
insegurança alimentar grave, conforme o gráfico a seguir.

Gráfico 1 - Insegurança Alimentar no Brasil

77
Segundo a ONU, em todo o mundo, cerca de 702 e 828 milhões de pessoas
passam fome. Essa situação foi agravada pela pandemia da Covid 19, que mexeu
com a economia dos países em todas as partes do planeta. No Brasil, além das
consequências da pandemia, outro fator que contribui para o avanço da insegurança
alimentar e da fome é a falta de políticas públicas específicas para garantir à
população o acesso adequado aos alimentos.

As desigualdades sociais, resultantes da falta de políticas públicas para o


combate ao desemprego, e a fome apresentam grandes desafios na formulação de
um direcionamento de ações que tenham por objetivo garantir a segurança alimentar
e nutricional da população brasileira. Como compreender que no Brasil, 4º maior
produtor de alimentos do mundo em 2020, a fome seja a realidade de milhões de
brasileiros?

Fonte: Folha de Pernambuco.

Outra questão a ser considerada é o uso de agrotóxicos na produção de


alimentos. De acordo com a Human Rights Watch, organização internacional de
defesa dos direitos humanos, no Brasil, cada pessoa consome uma média de 7,5 kg
de defensivos agrícolas por ano. No primeiro semestre de 2022, o país contava com
um total de 4.644 agrotóxicos liberados para uso de atividades agrícolas ou não.
Desses, “1.082, ou 23,30%, são considerados extremamente tóxicos à saúde e 117,

78
ou 2,52%, ao meio ambiente”. Embora os defensivos agrícolas sejam considerados
importantes para o combate a pragas na produção agrícola, seu uso inadequado
causa grandes impactos ambientais e prejuízos à saúde humana.

Diante dessa realidade, importa debater acerca da questão da segurança


alimentar e nutricional para encontrar meios de combater a fome e todos os problemas
advindos de uma nutrição desequilibrada. Também é preciso que haja discussões
acerca do excessivo uso de agrotóxico na produção de alimentos. Para que a
alimentação seja considerada sadia, é preciso que os alimentos sejam produzidos e
preparados de forma adequada, pois o modo como se lida com o alimento é de grande
importância para garantir uma boa qualidade de vida.

No dia 16 de outubro, é comemorado o Dia Mundial da Alimentação. Ele foi


criado pela ONU com o objetivo de levantar um debate amplo sobre a forma como
lidamos com a comida. Se a falta de alimento produz a fome, uma dieta alimentar

79
inadequada produz problemas diversos. Para atender às demandas do dia a dia, as
pessoas buscam por praticidade em suas vidas; No entanto, essa necessidade de
dinamizar a vida, aliada ao desenvolvimento tecnológico, contribui para mudança nos
hábitos alimentares, como é o exemplo do aumento do consumo de fast foods, de
alimentos processados e de preparo rápido. Isso contribui para o empobrecimento da
dieta alimentar, pois, mesmo havendo o consumo de uma quantidade de alimento
considerada adequada, seus nutrientes não são suficientes para suprir as
necessidades do organismo humano, desencadeando processos de adoecimentos
diversos, como é o caso da obesidade que, no Brasil, no ano de 2019, correspondia a
26,8% da população adulta. Por sua vez, 61,7% dos brasileiros apresentavam
sobrepeso, de acordo com o IBGE. Entre os adolescentes com idade de 15 a 17 anos,
19,4% estão acima do peso, o equivalente 1,8 milhão de pessoas.

Embora o ato de comer seja prazeroso, quando feito de maneira errada produz
sofrimentos que vão desde a dificuldade de locomoção as enfermidades mais graves.
Faz-se necessária uma conscientização acerca da importância de que o alimento é
indispensável para se alcançar uma boa qualidade de vida, mas que seu consumo
inadequado pode gerar doenças diversas, passíveis de serem evitadas com o ajuste
na dieta alimentar.

As desigualdades sociais, a Insegurança Alimentar e Nutricional, a fome e


obesidade são realidades que caracterizam as contradições de um Brasil que figura
no cenário mundial como país importante para a garantia da Segurança Alimentar e
Nutricional do planeta.

Para que se possa garantir a Segurança Alimentar e Nutricional da população


brasileira, é mister uma série de medidas por parte das autoridades competentes, as
quais envolvem questões complexas como o combate ao desemprego, o
fortalecimento da agricultura familiar e de produções de hortas particulares e coletivas,
educar a população acerca do aproveitamento integral dos alimentos, entre outras.
Também, é importante a participação das representações da sociedade civil na
discussão do tema em pauta para que - a partir de uma melhor interação entre governo
e sociedade - a situação atual seja modificada e possa ser garantido à população
brasileira o direito à segurança alimentar e nutricional.

80
É importante salientar que o setor agropecuário é um dos setores mais bem
impulsionados da economia brasileira. Basta constatar que o crédito rural,
estabelecido pelo Programa Nacional de Financiamento Rural-PRONAF, vem em uma
crescente desde o ano de 2017 quando foi retomado o valor dos financiamentos rurais
na casa dos R$ 25 bilhões em valor real (AEAF, 2022. p. 145). Isso posto, podemos
refletir que, apesar do crescente investimento em produção alimentar, percebe-se um
alto grau de concentração dele em custeio, microcrédito e agroindústria, enquanto que
a parte que trata de maior produção alimentar ficou em quarto lugar no montante
direcionado, conforme gráfico produzido pelo Anuário Estatístico da Agricultura
Familiar (AEAF, 2022. p. 158).

Dados do Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar, realizados em


dezembro de 2020 no contexto de pandemia aguda, por iniciativa autônoma da Rede
Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, mostrou
que - no último trimestre de 2021 - menos da metade dos lares brasileiros (44,8%)
tinham seus moradores e suas moradoras em situação de segurança alimentar, isto
é, com acesso pleno e permanente a alimentos. Tal dado indica um aumento de 54%
em relação a 2018. Mais alarmante ainda é que 19,1 milhões de brasileiros, ou 9% da

81
população, estavam, no ano de 2020, em situação de insegurança alimentar grave,
uma condição análoga à fome. (Observatório da Alimentação Escolar, 15/06/2021).

Portanto, faz-se urgente redirecionar e dar mais ênfase aos investimentos em


produção alimentar, uma vez que há uma demanda crescente e impreterível no Brasil,
constatada por relatório recente da FAO - Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Nutrição, apontando mais de 33 milhões de famintos no país.

ATIVIDADES

Como proposta para desenvolver a alimentação saudável no ambiente escolar,


trazemos algumas atividades que objetivam a complementar o leque de possibilidades
de diversificação do cardápio escolar. Estamos propondo o desenvolvimento da Horta
na Escola, que acontece a partir do trabalho pedagógico coletivo e compartilhado com
as pessoas integrantes da comunidade. Baseado nesta perspectiva, propomos a
construção da horta no ambiente escolar e de sua composteira para produção de
Húmus, o adubo necessário para desenvolvimento das verduras e legumes. Para
alcançar este objetivo, apresentamos algumas etapas de construção envolvendo
os/as estudantes e os/as professores/as.

CONSTRUÇÃO DE HORTA ESCOLAR

82
1. Antes de escolher o local de cultivo, observe a terra da área do pátio da escola
durante alguns dias. Escolha a área que receber maior incidência solar ao
longo do dia;

2. Certifique-se do processo de drenagem, pois o terreno necessita ser drenado


regularmente. Essa drenagem precisa atender à necessidade da planta/cultivo,
pois excesso de água apodrece as raízes e a escassez seca a planta/cultivo;

3. Limpe bem o terreno antes de iniciar o plantio, removendo entulhos, mato e


vegetação invasora. Mas não jogue nada fora. Essa massa vegetal morta que
sobrou pode ser reaproveitada como húmus - cobertura que protege o terreno
e as raízes das intempéries, evitando o selamento do solo, a evaporação
excessiva e a variação brusca de temperatura. Além disso, esse artifício
dificulta o nascimento de ervas daninhas. Apenas cuide para que o húmus
permaneça em torno das plantas, deixando livre a área próxima à base das
hastes;

4. Fique atento à época do ano e plante espécies coerentes com a estação atual.
Na época seguinte, pesquise as mais indicadas para o momento e faça o
mesmo, rotacionando as culturas. O objetivo é preservar o solo do desgaste;

5. Dependendo da extensão da terra disponível, serão necessárias ferramentas


como enxada, pá, mangueira, carrinho de jardinagem etc.;

6. Caso plante com sementes em vez de mudas, preste muita atenção às


necessidades de cada espécie, pois algumas se adaptam melhor ao local em
que ficarão definitivamente, sem precisar de fazer o transplante. Em outros
casos, será necessário plantar primeiro em uma sementeira, onde elas irão
germinar e alcançar um determinado tamanho, antes de transplantá-las para
um lugar fixo;

7. Atenção à quantidade de húmus usado. Quanto mais húmus, mais bichinhos.


Se a horta estiver viçosa, é um bom indicador de que o uso de húmus está
equilibrado. Porém, se as pragas começarem a aparecer, evite usar veneno e
produtos químicos para afastá-los. Tente a retirada manual ou o uso de receitas
naturais à base de sabão e pimenta;

83
8. Se tiver animais próximos ao ambiente escolar, faça um cercado para impedir
o acesso deles às plantas. Isso evita estragos e possíveis contaminações;

PARABÉNS!!! VOCÊ
ESTÁ PRODUZINDO
ALIMENTO
ORGÂNICO!

84
PARA ISSO, VOCÊ PRECISARÁ CONSTRUIR SUA COMPOSTEIRA…

CONSTRUÇÃO DE COMPOSTEIRA ESCOLAR

A composteira difunde e fortalece o reaproveitamento de resíduos orgânicos para


produzir húmus. Podem ser construídas a partir de minhocários, que são verdadeiros
sistemas de reciclagem. Podem ser organizados em tamanhos diferentes e são
compostos por recipientes digestores que transformam os restos de alimentos em
húmus, recipiente que armazena o composto pronto para o uso e de uma torneira para
escoar o chorume.

Vejamos o passo a passo para a construção de uma composteira:

85
1. Separe três recipientes escuros, sendo um com tampa para compor os andares
de sua composteira;

2. Reúna cerca de cem minhocas;

3. Empilhe os três recipientes;

4. Faça pequenos furos nos dois primeiros andares para o resíduo orgânico
diluído cair e as minhocas se movimentarem;

5. No andar superior, forre o fundo com folhas secas ou serragem. Em seguida,


coloque a terra com as minhocas e deposite o lixo orgânico acima diariamente.
Depois, cubra os resíduos com outra camada de serragem para contribuir com
a oxigenação;

6. Continue depositando a matéria orgânica até que a caixa superior esteja cheia.
Quando o recipiente encher, coloque-o para baixo e deixe a mistura em
repouso por cerca de um mês;

7. Troque-o pela caixa do meio que está vazia e recomece o processo durante o
tempo de repouso, uma vez que a compostagem acontece nesses dois
andares;

8. A caixa da base serve apenas para coletar o resíduo orgânico líquido que
escorre das duas caixas superiores. Esse biofertilizante pode ser diluído em
dez partes de água e é usado para regar as plantas uma vez por semana;

9. Após o período de repouso, que deve durar em torno de um mês, o material se


transforma em adubo orgânico, também conhecido como húmus de minhoca,
que pode ser utilizado em hortas e plantas;

10. Para retirar o húmus, deixe a caixa com a tampa aberta em um lugar com
bastante luz até que as minhocas se escondam na terra. Então, tire o adubo
aos poucos para não machucá-las.

86
REFERÊNCIAS

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88
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FOLHA DE SÃO PAULO – Líder nas exportações de alimentos, Brasil passa fome.
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KOPRUSZYNSKI, Cíbele Pereira; MARIN, Flávia Andréia - Alimentação humana,


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MULLER, Silvana Graudenz ; AMARAL, Fabiana Mortimer ; REMOR, Carlos augusto


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RAQUEL, Martha. Brasil de Fato - Damurida, cariru, caxiri, gerimu e tucupi, conheça
a original culinária de Roraima:Tradições culinárias de Roraima carregam origem
indígena para nutrir o corpo e a alma. Disponível em:
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SILVEIRA , Malu - Bolo Souza Leão, sabor e patrimônio pernambucanos. Disponível


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TERIGI, F. Curriculum: itinerários para aprehender um território. Buenos Aires:


Santillana, 1999.

90
91
CIÊNCIAS

A Educação Alimentar e Nutricional é um tema que deve ser vivenciado por toda
comunidade escolar de forma contínua e permanente, visando desenvolver práticas
educativas, na perspectiva da segurança alimentar e nutricionais, que respeitem a
cultura, as tradições, os hábitos alimentares saudáveis e as singularidades dos
estudantes.

Perpassa pela valorização da alimentação escolar, o equilíbrio entre qualidade


e quantidade de alimentos consumidos, além do estudo sobre macro e micronutrientes
necessários para a formação do indivíduo. Dessa forma, o currículo traz a educação
alimentar e nutricional, inserindo conceitos de alimentação e nutrição nas diferentes
etapas de ensino, considerando o acesso à alimentação saudável como algo
fundamental para o crescimento e desenvolvimento dos indivíduos. Nessa dimensão,
é necessário que o currículo desenvolva a percepção de que uma alimentação
adequada e saudável é um direito humano, e que seja adquirida e consumida
garantindo a segurança alimentar e nutricional.

Um dos objetivos dessa proposta é subsidiar o professor no desenvolvimento de


suas aulas, com o intuito de discutir junto aos estudantes sobre um tema relevante do
ponto de vista da saúde individual e coletiva: a alimentação.

As atividades propostas a seguir pretendem desenvolver a autonomia dos


estudantes, construir competências e fortalecer as habilidades ligadas à temática. Isso
se ancora nas recomendações de documentos curriculares vigentes em âmbito
nacional e estadual, tais como a demanda por práticas pedagógicas, que estimulem a
autonomia na aprendizagem dos estudantes, as quais ganham destaque na Base
Nacional Comum Curricular e, por consequência, no Currículo de Pernambuco,
estando presente em seus temas integradores.

As propostas de atividades visam discutir sobre hábitos alimentares,


reaproveitamento de alimentos e sustentabilidade, com o objetivo de que professores

92
discutam essas temáticas em suas aulas, levando os estudantes a observarem sua
realidade com atenção e a ampliarem a consciência acerca da importância de fazer
as escolhas mais proveitosas, do ponto de vista nutricional, diante dos contextos
concretos em que se encontram – com seus limites e suas potencialidades. A
discussão dessa temática abre, ainda, inúmeras possibilidades de trabalho
interdisciplinar, uma vez que a discussão acerca dos hábitos alimentares abrange
aspectos econômicos, sociais, históricos e culturais, como podemos observar nas
propostas a seguir:

SUGESTÕES DE
ATIVIDADES

SUGESTÃO 1

Consumo consciente dos alimentos e o meio


ambiente

Professor, pensando em desenvolver ações de


promoção da alimentação adequada e saudável para
nossos estudantes em consonância com o Currículo
de Pernambuco, é possível vivenciar - no contexto de
sala de aula - saberes interdisciplinares que permitem
mudanças no padrão de vida e consumo de nossa
comunidade escolar.

Sempre é bom lembrar que promover a alimentação


saudável envolve mais que a escolha de alimentos
adequados, relacionando-se com a defesa da
biodiversidade das espécies, reconhecimento da
herança cultural e do valor históricos do alimento, além
do estímulo à cozinha regional, contribuindo, assim,
para o resgate das tradições e do prazer da
alimentação.

93
As atividades dirigidas devem proporcionar ao estudante a liberdade cognitiva,
fortalecendo seus conhecimentos prévios e pautando a sua percepção do processo
científico. Devemos pensar sempre em atividades que proporcionem aos discentes a
construção e o alicerce do conhecimento, vivenciando formas de pensar logicamente
sobre fatos do dia a dia para as resoluções de problemas de situações práticas.

Pensar em hábitos alimentares como sugestão de atividades é permitir que os


estudantes vejam que a alimentação é mais que ingestão de nutrientes, e as
recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com seu tempo. É
necessário ter em mente também que uma alimentação adequada e saudável deriva
de um sistema alimentar social e ambientalmente sustentável.

Através de uma análise procedimental e como metas sugestivas para os


estudantes como fonte base do planejamento em questão, pesquisas inseridas na
temática relacionada, cujos pontos a serem e elencados vão desde o consumo devido
dos alimentos ao processo de sustentabilidade.

As atividades dirigidas que aqui seguem procuram instigar no estudante


liberdade cognitiva, fortalecendo seus conhecimentos prévios, pautando assim a sua
propensão ao processo científico a partir do seu nivelamento educacional.

Essas atividades proporcionam aos estudantes a construção e o alicerce do


conhecimento, vivenciando formas de pensar logicamente sobre fatos do dia a dia e
resolver situações práticas consoante mediação de cada professor.

Referente aos hábitos alimentares, como sugestão de atividades, é possível que


os estudantes vejam todos os aspectos relativos à questão nutricional a partir de uma
separação mais apropriada no tocante à alimentação.

A partir da temática base, é possível analisar a potencialidade de cada alimento,


observar sua necessidade pelas idades e seu valor nutricional, conforme as imagens
que segue:

94
1. Questões de pesquisa:

1.1. A partir da imagem observada, quais alimentos são ricos em açúcares?;

1.2. No local onde você mora e a partir da figura observada, quais alimentos são
mais consumidos?

1.3. A partir dessa figura, quais alimentos consideramos fazer parte de uma
alimentação saudável?

1.4. Os alimentos ditos processados podem ser encontrados nessa imagem? Caso
sim, quais?

2. Desenvolvimento da investigação:

A partir das atividades propostas, é sugerido um debate sobre a temática


abordada para que haja um direcionamento de ideias referentes à questão dos

95
alimentos. Contudo, o professor pode através de metodologias ativas resgatar
conhecimentos prévios dos estudantes sobre hábitos alimentares, tipos de alimentos,
carboidratos, gorduras, fermentados, e com isso estimular a sua turma a melhor
entender a temática e o principal propósito que é a alimentação saudável.

Sugestões de materiais que podem ser utilizados nessa atividade:

CATEGORIA TÍTULO LINK

Alimentação http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/pub
Texto saudável no licacoes/caderno_atividades_ensino_fundam
contexto escolar ental_I.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=thUMk4co
Vídeo Guia Alimentar Jfo&list=PLaS1ddLFkyk-
ObbBv4eWkHIhc5B49a9Sw
Guia Alimentar
para a
População
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/g
Publicação Saudável-
uia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf
Ministério da
Saúde. 2ª ed.
2014

Caminhos da https://www.youtube.com/watch?v=BYw0EVd
Vídeo
comida QbV8

3. Culminância

Para o fechamento das atividades, é sugerida uma feira de ciências, a qual possa
atrair e incentivar ainda mais a comunidade a participar da vida escolar. Pretende-se
também com esse evento que os estudantes, sob orientação do professor, possam
mostrar dados coletados na comunidade dos alimentos mais consumidos, os perigos
que eles podem trazer através de seu consumo direto, bem como expor que certos

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alimentos podem esconder altas taxas de açúcar e que muitos alimentos consumidos
no cotidiano podem trazer problemas de saúde a curto e a médio prazos.

É importante destacar que proposta de atividades pode ser ampliada, de modo


a abranger competências e habilidades de diferentes áreas do conhecimento, como
mencionado. Nesse sentido, é possível inserir atividades em que os estudantes sejam
estimulados na construção de conhecimento com base em uma postura ativa, no
sentido de ampliação de sua autonomia.

SUGESTÃO 2
Leitura e discussão da tirinha;

Propor uma pesquisa sobre maneiras de


reaproveitar os alimentos;

Construir um caderno de receitas com base no


reaproveitamento de alimentos;

Exibição do vídeo “Sustentabilidade e


desperdício alimentar”;

Responder a questões relacionadas ao texto e


ao vídeo compartilhado.

Leitura da tirinha:

Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2019/12/nova-revista-da-turma-da-


monica-da-dicas-contra-desperdicio-de-alimentos.html Acesso em: 20 out 2022.

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Sugestão de vídeo:

Assistir aos vídeos indicados abaixo, que aborda a questão em evidência.


Hortas escolares da Aliança pela Alimentação Adequada e saudável, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=z7ML00Hnp-0&feature=youtu.be
Consumo Consciente da Aliança pela Alimentação Adequada e saudável, disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=NZjKP_wsOmc&feature=youtu.be
Caminhos da comida, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=BYw0EVdQbV8

Com base na leitura da tirinha e no vídeo assistido, os estudantes devem


responder às questões abaixo e socializar as respostas delas:

1. É possível acabar com a fome no país? O que podemos fazer?


2. O Brasil está entre os 10 países que mais desperdiçam comida no mundo. 41
mil toneladas de alimentos vão para o lixo por ano. Entre os produtos, frutas,
legumes, hortaliças, raízes e tubérculos são os mais descartados, segundo a
Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO). O
que pode ser feito para mudar essa realidade?
3. Que relação existe entre o desperdício de alimentos e a sustentabilidade do
planeta?

Professor(a), junto com os


estudantes, promova a
construção de um caderno de
receitas com o
reaproveitamento dos
alimentos. Em seguida, esse
material deve ser discutido e
distribuído na escola.

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REFERÊNCIAS:

BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.

BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília, DF:


MEC, 2018. Disponível em: basenacionalcomumcurricular.mec.gov.br. Acesso em: 26
de jul. de 2019.
DELIZOICOV D.; ANGOTTI, J.A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências:
Fundamentos e Métodos. 2a. Ed. São Paulo: Editora Cortez, 2007. 366p.
PERNAMBUCO, Secretaria de Educação e Esportes. Currículo de Pernambuco:
ensino fundamental. Recife, 2019 – 606p.
VEIGA, I. P. A. As dimensões do processo didático na ação docente. In:
ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, 12., 2004, Curitiba,
PR. Anais Curitiba: Champagnat, 2004. v. 1, p.13-30.

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FICHA TÉCNICA DA SEDE-SEAF/SEE

ORGANIZADORA
Rosalia Soares de Sousa CIÊNCIAS
Evaldo Dantas
REDATORES(AS) Jacineide Gabriel Arcanjo
Sandra Vasconcelos Oliveira e Silva
EDUCAÇÃO FÍSICA
Júlio Ricardo de Barros REVISORES DE LÍNGUA
Rodrigues. PORTUGUESA
Jamesson Marcelino da Silva
LÍNGUA PORTUGUESA Robson Anselmo Tavares de
Cristiane Renata da Silva Melo
Cavalcanti
Thaís Maria Cecília da Paz LEITORES(AS) CRÍTICOS(AS)
Alessandra da Silva Jucene dos
ARTE Santos Valença
Anderson Leony Torres Costa Regina Celi de Melo André
Adriana Maria de Freitas Ferreira Rosinete Salviano Feitosa
Weldjane Mary Régis de Araújo Shirley Cristina Lacerda Malta
Wellcherline Miranda Lima
LÍNGUA INGLESA
Jamesson Marcelino da Silva NUTRICIONISTAS
Raquel Vasconcelos Barbosa de Aíla Maria Cruz de Oliveira
Freitas Eline Bianchi Braga
Gelza Fernanda Diniz de Araújo
ENSINO RELIGIOSO Rafaela Ravana Lourenço Pereira
Rosalia Soares de Sousa
DIAGRAMAÇÃO
GEOGRAFIA Rosalia Soares de Sousa
Carlos Avelar Weldjane Mary Régis de Araújo
Sônia Magali Souza
COLABORADORES INTERNOS
HISTÓRIA Maria da Conceição Barros Costa
Maria Lúcia Cavalcante Lima

MATEMÁTICA
Eber Gustavo da Silva Gomes

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