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Preparação
Às pessoas pouco treinadas na técnica do resumo, propomos a seguinte
metodologia:
Compreender o texto, na sua globalidade;
Descobrir a ideia-chave ou tópico de cada parágrafo, ou seja, destacar
as palavras-chave que envolvem as ideias fundamentais;
Registar numa folha de rascunho o conjunto dos vários tópicos,
recolhidos parágrafo a parágrafo; resumir cada parágrafo;
Sublinhar as ideias/informações, distinguindo-as claramente das
secundárias;
Leitura subsequente para seleccionar as ideias principais do texto,
pontuando o que for mais relevante;
Dividir o texto em partes;
Atribuir um título a cada parte;
Verificar se está há coerência e sequência lógica entre os parágrafos
resumidos, para fazer os ajustes necessários (relação de casualidade,
oposição).
Reconstruir o texto, de um modo pessoal, respeitando sempre o plano e
o pensamento do autor. Leitura atenta inicial do texto para entender e
apreender o seu sentido global;
Um bom resumo, tal como um bom esquema, tem quatro características
fundamentais:
Brevidade - os pontos principais da matéria são registados de forma
abreviada. Um bom resumo não ultrapassa um quarto do texto inicial.
Clareza - os factos ou as ideias são apresentados sem qualquer tipo de
confusão ou ambiguidade.
Rigor - o essencial do assunto é reproduzido fielmente, sem erros nem
deformações.
Originalidade - a matéria é traduzida numa linguagem original, própria de
cada leitor, embora transmita apenas o ponto de vista do autor. Resumir
não é comentar!
Fazer resumos é um processo eficaz para compreender e assimilar a matéria.
É também um treino fundamental para a transmissão das nossas ideias, de
forma breve, clara, rigorosa e original.
Nas provas de avaliação, escritas ou orais, e pela vida fora, exigese
capacidade para comunicar, com rapidez e eficiência, o essencial das coisas
que sabemos. Aprender a resumir é aumentar as hipóteses de sucesso:
Nota: quando for convidado a fazer um resumo, não hesite em perguntar qual a
extensão desejada, para não haver defeito nem excesso.
Em síntese: A actividade de tirar apontamento constitui um dos processos
fundamentais para a captação e retenção da matéria, pois, por meio dos
apontamentos aprendemos melhor e as nossas informações ficam guardadas
para sempre. Os apontamentos podem ser de três tipos: transcrição, esquemas
e resumos.
Elaboração
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Quais você deve realmente ler? Para saber isso, procure um resumo
informativo de cada texto. Este é, provavelmente, o tipo de resumo que você
mais terá de fazer.
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Por isso, antes de começar a escrever seu resumo crítico você deve se
certificar de ter feito uma boa leitura do texto, identificando:
1. Qual o tema tratado pelo autor?
2. Qual o problema que ele coloca?
3. Qual a posição defendida pelo autor com relação a este problema?
4. Quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para
defender sua posição?
Uma vez tendo identificado todos estes pontos, que devem estar retratados no
seu esquema do texto, você já tem material para escrever metade do seu
resumo crítico. Este material já é suficiente para fazer um resumo informativo,
mas, para um resumo crítico, falta a crítica, ou seja, a sua análise sobre o
texto. E o que é esta análise?
É bom lembrar que estes passos não são uma norma rígida. Esta é a estrutura
usual de resenhas, mas como a resenha é um texto escrito para publicação em
revistas especializadas, cada revista cria suas próprias regras. Questões como
onde escrever o nome do resenhista (se abaixo do título, no final, a quantos
centímetros da margem), quantos parágrafos utilizar, o número mínimo e
máximo de linhas, a utilização de tópicos e subtítulos, etc., tudo isso é definido
pela revista que for publicar a resenha.
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Nalgumas circunstâncias pode não ocorrer a conclusão, como acontece no Curriculum Vitae ou num
Projecto de Investigação. Nalguns trabalhos científicos, a conclusão, embora seja o fecho, é também
uma porta naturalmente deixada aberta a novas questões e dúvidas. (Idem)
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Género Acto
Judiciário Acusar, Defender
Deliberativo Aconselhar, Desaconselhar
Epidíctico Louvar, Desfazer
Percurso da Argumentação
Segundo Rei (1990: 90), são caminhos do pensamento para "justificar uma
opinião, desenvolver um ponto de vista, reflectir para chegar a uma decisão".
Bellenger (1988: 16) define que “são processos de organização das ideias,
segundo a natureza dos laços que unem os elementos ou as etapas do edifício
persuasivo: onde operam os argumentos, escolhidos e dispostos, tendo em
vista uma argumentação concreta”.
No processo de argumentação, usam-se, com frequência, os seguintes termos,
de acordo com o contexto, como a seguir se apresentam:
• Adversidade: (oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo,
entretanto, senão, que.
• Alternância: ou; e as locuções ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer...
• Conclusão: logo, portanto, pois.
• Explicação: que, porque, porquanto...
• Causa: que, como, pois, porque, porquanto; e as locuções: por isso que,
pois que, já que, visto que...
• Comparação: que, do que (depois de mais, maior, melhor ou menos,
menor, pior), como; e as locuções: tão...como, tanto...como, mais...do que,
menos...do que, assim como, bem como, que nem...
• Concessão: que, embora, conquanto. Também as locuções: ainda que,
mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que, por mais que, por
menos que...
• Condição: se, caso. Também as locuções: contanto que, desde que,
dado que, a menos que, a não ser que, exceto se...
• Finalidade: As locuções para que, a fim de que, por que...
• Consequência: que (precedido de tão, tanto, tal) e também as locuções:
de modo que, de forma que, de sorte que, de maneira que...
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Vias de Argumentação
1. Via Lógica
Trata-se, neste primeiro percurso, de modelos de raciocínios herdados das
disciplinas ligadas ao pensamento: a indução, a dedução, o raciocínio causal.
Via Explicativa
para estabelecer porque, visto que, dado que, uma vez que
conexões de causa
significa isto que, explicitando melhor, não se
pretende com isto, quer isto dizer, a saber, isto
Para explicitar
é, por outras palavras
Para estabelecer ou, ou então, seja...seja, quer...quer
relações disjuntivas
Para referenciar aqui, ali, lá, acolá, além, naquele lugar, o lugar
espaço onde, ao lado de, à esquerda, à direita, ao
centro, no meio, mais adianta
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Em síntese:
Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o primeiro ligado à
razão, supõe ordenar ideias, justificá-las e relacioná-las; o segundo, referente à
paixão, busca capturar o ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo.
Bibliografia
ESTEVEZ, Clotilde, Como melhorar minha redacção, Bilbao, Fher, 1986.
GAILLARD, P. e LAUNAY, C., Résumé de Texte, Paris, Hatier, 1979.
MADRAZO, P.G. e MORAGON, C.,Hablar y Escribir, Madrid, Pirâmide, 1989.
NEVES, Dulce Raquel e OLIVEIRA, Vítor Manuel, Sobre o Texto:
Contribuições teóricas para práticas textuais, Colecção Práticas Pedagógicas,
Edições ASA, 2001.
ORTEGA, Wenceslao, Redaction y Composition: Técnicas y Práticas, México e
outras, 1986.
REI, Esteves, Curso de Redação: o Texto, Porto Editora, 2000.
SEBASTIÃO, Lica et al, português, 11ª classe, Maputo, Diname, 1999.