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Ministério do Meio Ambiente

e Mudança do Clima

Manual de apoio
Utilização das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade
da Zona Costeira e Marinha e Mata Atlântica

MMA
NOVEMBRO 2023
República Federativa do Brasil
Presidente
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Vice-Presidente
GERALDO JOSÉ RODRIGUES ALCKMIN FILHO

Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima


Ministra
MARINA OSMARINA SILVA VAZ DE LIMA

Secretário-Executivo
JOÃO PAULO RIBEIRO CAPOBIANCO

Secretária de Biodiversidade, Florestas e Direitos dos Animais


RITA DE CÁSSIA GUIMARÃES MESQUITA

Diretor do Departamento de Conservação e


Uso Sustentável da Biodiversidade
BRAULIO FERREIRA DE SOUZA DIAS

Secretária Nacional de Mudança do Clima


ANA TONI

Diretora do Departamento de Oceano e Gestão Costeira


ANA PAULA LEITE PRATES
Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
Secretaria da Biodiversidade, Florestas e Direitos dos Animais
Secretaria Nacional de Mudança do Clima

Manual de Apoio Utilização das Áreas Prioritárias para


a Biodiversidade da Zona Costeira e Marinha e Mata Atlântica

Brasília – DF
MMA
2023
EXPEDIENTE EQUIPE TÉCNICA

© 2023 - Ministério do Meio Ambiente e IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas


Mudança do Clima – MMA Alexandre Uezu
Angela Pellin
Permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou Clinton N. Jenkins
total, por qualquer meio, se citados a fonte do MMA Dailey Fischer
ou sítio da Internet no qual pode ser encontrado o Fernando Lima
original.
Giovana Dominicci Silva
A publicação Manual de Apoio Utilização das Henrique Shirai
Áreas Prioritárias para a Biodiversidade da Humberto Malheiros
Zona Costeira e Marinha e Mata Atlântica foi Jussara Christina Reis
elaborada no contexto do projeto “Projeto Neluce Soares
Proteção e Gestão Integrada da Biodiversidade
Marinha e Costeira (TerraMar)”. O projeto é MMA - Ministério do Meio Ambiente e
fruto de uma parceria entre o Ministério do Mudança do Clima
Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) do Adriana Panhol Bayma
Brasil, o Instituto Chico Mendes de Luciane Rodrigues Lourenço Paixão
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Maurício dos Santos Pompeu
Ministério do Meio Ambiente, Conservação da
Projeto TerraMar (GIZ)
Natureza, Segurança Nuclear e Defesa do
Carola Kuklinski
Consumidor (BMUV) da Alemanha, como parte
Hugo Garcês
da Iniciativa Internacional para o Clima (IKI,
sigla em alemão), e é implementado pela
Revisão ortográfica
Deutsche Gesellschaft für Internationale
Davi Miranda
Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.
Diagramação
Foto da capa Louise Campos/GIZ
Foz do Rio Formoso, Tamandaré-PE
Studio Lumix/GIZ
SUMÁRIO
1. Apresentação ......................................................................................................................................................... 01
2. Antecedentes ........................................................................................................................................................ 04
3. Desafios e oportunidades para a sua implementação ................................................................. 07
4. Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias .................................................... 10
4.1 Definição da Área de Abrangência e Unidades de Planejamento ............................... 10
4.2 Revisão e ampliação da base de dados .......................................................................................... 19
4.3 Definição de Alvos e Metas para Conservação e elaboração do Mapa
de Importância Biológica ................................................................................................................................. 20
4.4 Identificação dos elementos que dificultam ou facilitam a conservação
da biodiversidade e definição da Superfície de Custo ................................................................. 23
4.5 Identificação das Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade.......... 26
4.6 Classificação das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade:
Importância Biológica e Prioridade de Ação ....................................................................................... 27
4.6.1 Importância Biológica ....................................................................................................................... 28
4.6.2 Prioridade das Ações ......................................................................................................................... 29
4.6.3 Classificação como Insuficientemente Conhecidas .................................................... 30
4.7 Identificação das Ações Prioritárias ................................................................................................... 31
4.8 O Processo Participativo ............................................................................................................................ 31
5. Resultados da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias ........................................................................ 34
5.1 Mata Atlântica ..................................................................................................................................................... 34
5.2 Zona Costeira e Marinha ............................................................................................................................. 39
5.3 Áreas Híbridas .................................................................................................................................................... 43
6. Estudos de caso: territórios do Projeto TerraMar .............................................................................. 45
6.1 Áreas Prioritárias na Região de Abrangência do Projeto ..................................................... 45
6.2 Planos, Programas e Projetos com incidência no território .............................................. 58
7. Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e
estratégias de conservação locais .................................................................................................................. 63
7.1 Capacitação para utilização das áreas prioritárias como apoio
para a definição de políticas públicas e estratégias de conservação locais ................... 78
7.2 Resultados dos exercícios realizados na capacitação ............................................................ 82
Grupo Pernambuco ....................................................................................................................................... 82
Grupo Alagoas .................................................................................................................................................... 86
Grupo Bahia ......................................................................................................................................................... 89
Grupo Espírito Santo ..................................................................................................................................... 90
7.3 Seminários para utilização das áreas prioritárias como apoio para a
definição de políticas públicas e estratégias de conservação locais ................................... 94
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................. 98
APÊNDICES .................................................................................................................................................................. 99
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mapa da área de estudo do processo de atualização das Áreas Prioritárias


da Zona Costeira e Marinha e exemplo da diferenciação das UPs .................................................. 11

Figura 2. Área de abrangência do Território TerraMar contemplando as áreas


prioritárias e áreas já protegidas .............................................................................................................................. 46

Figura 3. Área de abrangência do Território TerraMar na Região do Banco de Abrolhos,


contemplando as áreas prioritárias e áreas já protegidas ...................................................................... 54

Figura 4. Área de abrangência do Território TerraMar na Região da Costa dos Corais,


contemplando as áreas prioritárias e áreas já protegidas ...................................................................... 55

Figura 5. Temas Prioritários .......................................................................................................................................... 62

Figura 6. Etapas e reflexões: definição e decisão de estratégias de conservação


locais ............................................................................................................................................................................................. 63

Figura 7. Exemplos de camadas de informações utilizadas para escolha das UPs


prioritárias para intervenção ....................................................................................................................................... 84

Figura 8. Resultado da priorização das unidades de planejamento da área prioritária


MA 264, visando a definição de área para a criação de unidade de conservação de
proteção integral ................................................................................................................................................................. 85

Figura 9. Resultado da priorização das unidades de planejamento da área prioritária


MA 264, visando a definição de área para recuperação e manejo de espécies
ameaçadas ............................................................................................................................................................................... 85

Figura 10. Exemplos de camadas de informações utilizadas para escolha das UPs
prioritárias para intervenção ....................................................................................................................................... 87

Figura 11. Resultado da priorização das unidades de planejamento da área prioritária


MA 260, visando a realização de ações relacionadas a fiscalização ambiental ........................ 88

Figura 12. Resultado da priorização das unidades de planejamento da área


prioritária MA 237, visando a elaboração de Planos Municipais da Mata Atlântica .............. 90

Figura 13. Exemplos de camadas de informações utilizadas para escolha das UPs
prioritárias para intervenção ....................................................................................................................................... 91

Figura 14. Resultado da priorização das unidades de planejamento da área


prioritária MAZC 018, visando ações relacionadas à recuperação e restauração de
ecossistemas .......................................................................................................................................................................... 93
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Definição da prioridade de ação a partir da combinação das categorias de


Importância Biológica e de custos das Áreas Prioritárias ....................................................................... 31

Tabela 2. Extensão e porcentagem do bioma Mata Atlântica classificada como


prioritária em cada região ............................................................................................................................................. 34

Tabela 3. Lista de ações definidas para as áreas prioritárias da Mata Atlântica ....................... 35

Tabela 4. Extensão e porcentagem da Zona Costeira e Marinha classificada como


prioritária em cada região ............................................................................................................................................. 39

Tabela 5. Lista de ações definidas para as áreas prioritárias da Zona Costeira


e Marinha .................................................................................................................................................................................. 39

Tabela 6. Áreas Prioritárias da Mata Atlântica, Zona Costeira e Marinha e Áreas


Híbridas ...................................................................................................................................................................................... 44

Tabela 7. Áreas Prioritárias inseridas no território do Projeto TerraMar e suas


características ........................................................................................................................................................................ 47

Tabela 8. Áreas Protegidas inseridas no território do Projeto TerraMar e suas


características ........................................................................................................................................................................ 48

Tabela 9. Áreas Prioritárias e Protegidas por Município ........................................................................... 56

Tabela 10. Matriz de apoio a definição de áreas estratégicas no território .................................. 65

Tabela 11. Sugestão de critérios de apoio à definição de temas estratégicos para


intervenção nas UPs localizadas nas Áreas Prioritárias ............................................................................ 73

Tabela 12. Data, carga horária e conteúdo de cada encontro online realizado durante a
capacitação ............................................................................................................................................................................. 81

Tabela 13. Estrutura de plano de ação utilizada pelos grupos para o exercício de
definição de áreas, temas estratégicos e ações prioritárias de intervenção .............................. 95
1 Apresentação

As Áreas Prioritárias para Conservação, Utilização Sustentável e Repartição


de Benefícios da Biodiversidade são um instrumento de política pública que
apoia a tomada de decisão, o planejamento e a implementação de ações de
conservação e uso sustentável no território brasileiro. Após a sua segunda
atualização, reconhecida pela Portaria nº 463/2018, tem início uma nova fase,
com o objetivo de divulgar seus resultados e estimular sua implementação.
Espera-se que as áreas e as ações indicadas como prioritárias passem a
apoiar gestores públicos, entidades da sociedade civil organizada e agentes
privados, em prol da manutenção da biodiversidade e de alvos de
conservação que se destacaram, considerando-se também as ameaças e as
oportunidades identificadas durante o processo.

O Projeto Coordenação de Curso de capacitação e seminários para


utilização das informações das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade da
Mata Atlântica e Zona Costeira e Marinha como subsídio para a
implementação de ações e políticas públicas relacionadas a meio
ambiente é uma iniciativa do Projeto TerraMar, em conjunto com o MMA, e
conta com a parceria do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas para a sua
implementação. O Projeto Proteção e Gestão Integrada da Biodiversidade
Marinha e Costeira (TerraMar) é fruto de uma parceria entre o Ministério do
Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) do Brasil, o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Ministério do Meio
Ambiente, Conservação da Natureza, Segurança Nuclear e Defesa do
Consumidor (BMUV) da Alemanha, como parte da Iniciativa Internacional
para o Clima (IKI, sigla em alemão), e é implementado pela Deutsche
Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

O objetivo deste projeto é oferecer material de apoio e realizar um curso de


capacitação e seminários regionais para fomentar a utilização das
informações das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade da Mata Atlântica e
da Zona Costeira e Marinha nos territórios de atuação do Projeto TerraMar
nas regiões Costa dos Corais e dos Abrolhos, assim como a sensibilização de
stakeholders e possíveis parceiros para a implementação de ações e
políticas públicas relacionadas ao meio ambiente.

01
Este manual é resultado desse esforço e se destina a servir
de material de base para o entendimento do que se constituem
as Áreas e Ações Prioritárias para Conservação, Utilização Sustentável e
Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira. Além disso, pretende
proporcionar aos usuários maior familiaridade com o banco de dados
gerado e facilidade na utilização desse instrumento, o que potencializará os
benefícios resultantes do processo.

Os primeiros capítulos apresentam um breve histórico do surgimento das


Áreas e Ações Prioritárias para Conservação, Utilização Sustentável e
Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira e de suas atualizações,
além de trazer alguns dos desafios e oportunidades para a sua
implementação de acordo com as avaliações realizadas com diversos
públicos durante a segunda atualização das áreas prioritárias da Mata
Atlântica e da Zona Costeira e Marinha.

Os capítulos 4 e 5 trazem informações de caráter mais geral, que englobam


os pressupostos e as etapas dos trabalhos de atualização das áreas
prioritárias e seus resultados, com ênfase nos exercícios da Mata Atlântica e
da Zona Costeira e Marinha. Todas as informações são apresentadas para
que o usuário tenha uma noção geral da metodologia empregada
(Planejamento Sistemático da Conservação - PSC), bem como sobre todo o
processo de seleção de áreas prioritárias, inclusive do seu componente
participativo.

02
O capítulo 6 é focado especificamente no território de atuação do Projeto
TerraMar, nas regiões Costa dos Corais e dos Abrolhos, trazendo uma série
de informações sobre as Áreas Prioritárias para a Conservação, considerando
seus alvos, ameaças, oportunidades, áreas e ações definidas como
prioritárias. Espera-se que essas informações contribuam para a reflexão das
pessoas envolvidas na capacitação, apoiando a realização de um exercício
coletivo que possa estimular e dar base à implementação de ações e
políticas públicas relacionadas ao meio ambiente em nível local.

Por fim, o último capítulo descreve o processo de capacitação, realização de


seminários e construção coletiva de uma estratégia de utilização das
informações das áreas prioritárias, sistematizando a experiência e os
aprendizados adquiridos a partir dela. Assim, espera-se que o resultado
contribua para a conservação e os usos sustentáveis em nível local nas
regiões de atuação do Projeto TerraMar, e que sirva de inspiração para
outros territórios, estimulando a divulgação e a utilização desse instrumento
como propulsor de ações e políticas públicas locais.

APA e ARIE Barra Rio Mamanguape


Foto: Wigold Schäffer 03
2 Antecedentes

A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), assinada em 1992,


representa um esforço mundial para a manutenção da biodiversidade e tem
como desafio gerar diretrizes para conciliar o desenvolvimento com a
conservação e a utilização sustentável dos recursos biológicos.

O Brasil, como país signatário da CDB, deve apoiar ações que venham dotar
o governo e a sociedade das informações necessárias para o
estabelecimento de prioridades que conduzam à conservação, à utilização
sustentável e à repartição de benefícios da diversidade biológica brasileira. A
CDB prevê, em seus arts. 7º e 8º, que cada parte da Convenção

...deverá, na medida do possível, e conforme o caso, [...]


identificar componentes da diversidade biológica
importantes para sua conservação e sua utilização
sustentável, [...], desenvolver [...] diretrizes para a seleção,
estabelecimento e administração de áreas protegidas ou
áreas onde medidas especiais precisam ser tomadas para
conservar a diversidade biológica; [...] proporcionar as
condições necessárias para compatibilizar as utilizações
atuais com a conservação da diversidade biológica e a
utilização sustentável de seus componentes.

Assim, um dos maiores desafios para tomadores de decisão sobre a


conservação da biodiversidade é o estabelecimento de prioridades
nacionais, regionais e locais, essenciais para que as decisões políticas
possam ser traduzidas em ações concretas, com a aplicação eficiente dos
recursos financeiros e técnicos disponíveis.

04
Antecedentes

Dentro desse escopo, foi criado o Decreto nº 5.092, de 24 de maio de 2004,


que definiu as regras para a identificação de tais Áreas e Ações Prioritárias
para Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da
Biodiversidade Brasileira. Trata-se de um instrumento de política pública
que visa apoiar a tomada de decisão, de forma objetiva e participativa, sobre
planejamento e implementação de medidas adequadas à conservação, à
recuperação e ao uso sustentável de ecossistemas. Inclui iniciativas como a
criação de unidades de conservação (UCs), o licenciamento de atividades
potencialmente poluidoras, a fiscalização, o fomento ao uso sustentável e a
regularização ambiental. O instrumento abrange ainda o apoio à
consolidação de áreas protegidas, como UCs, terras indígenas (TI) e
territórios quilombolas, bem como apoiar a identificação de novas áreas
prioritárias e de medidas a serem implementadas nesses locais. Além disso,
disponibiliza um banco de dados com informações sobre as prioridades de
ação em cada área, levando em conta a importância biológica e o uso
econômico e sustentável.

O primeiro processo permitiu identificar as áreas prioritárias para


conservação e elencar as principais ações para gestão da biodiversidade por
meio da Portaria nº 126/2004, posteriormente atualizada pela Portaria MMA
nº 9/2007. Mais recentemente foi realizada a segunda atualização das áreas
prioritárias para conservação, por meio de várias reuniões técnicas
temáticas, com a participação de pesquisadores, gestores de órgãos
governamentais estaduais e federais, organização da sociedade civil, setores
econômicos e representantes de diversas instituições. Essa atualização foi
reconhecida pela Portaria nº 463/2018, do Ministério do Meio Ambiente, e
incorpora os resultados da atualização do Cerrado, do Pantanal e da
Caatinga, já reconhecidos pela Portaria nº 223/2016.

O processo da segunda Atualização das Áreas Prioritárias da Biodiversidade


foi dividido em subprojetos por bioma e contou com parceiros técnicos
selecionados por meio de editais públicos apoiados por distintas fontes de
financiamento, conforme apresentado a seguir:

05
Antecedentes

2ª Atualização das Áreas Prioritárias


da Biodiversidade

CERRADO E PANTANAL CAATINGA

O processo de atualização ocorreu entre Ocorreu nos anos de 2014 e 2015, sob
2011 e 2012, conduzido pelo MMA, com a coordenação do MMA com o apoio de
participação técnica do WWF-Brasil no pesquisadores da Universidade Federal
âmbito das negociações da RTRS (sigla do Rio Grande do Norte (UFRN) e da
em inglês para Mesa Redonda da Soja empresa Greentec Tecnologia Ambiental,
Sustentável). contratada por meio de edital público do
PNUD (BRA011).

ZONA COSTEIRA
E MARINHA AMAZÔNIA

O processo iniciou em 2014 e terminou


Realizado entre 2017 e 2018, coordenado
em 2018, coordenado pelo MMA, com o
pelo MMA, com a participação técnica do
apoio técnico do consórcio formado
consórcio formado entre WWF-Brasil,
entre a Conservação Internacional e o
TNC e Museu Paraense Emílio Goeldi,
WWF-Brasil, contratado por meio de
contratados por edital público do Projeto
edital público com recursos do Projeto
ARPA.
GEF Mar.

PAMPA
MATA ATLÂNTICA
Ocorrido entre 2017 e 2018, sob
coordenação do MMA, com o apoio
Ocorreu durante os anos de 2017 e 2018, técnico do Instituto Curicaca, contratado
também coordenado pelo MMA, com o por meio de edital público no âmbito do
apoio técnico do IPÊ - Instituto de Acordo de Cooperação Técnica entre
Pesquisas Ecológicas, contratado por MMA e FUNBIO para operacionalizar o
meio de edital público do Projeto saldo remanescente do PROBIO 2.
Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Contou ainda com o apoio técnico da
Mata Atlântica, no contexto da UFRGS, da Fundação Zoobotânica do RS
Cooperação para o Desenvolvimento e da Fundação Luterana de Diaconia
Sustentável Brasil-Alemanha no âmbito (FLD).
da Iniciativa Internacional de Proteção do
Clima (IKI) do Ministério Federal do Meio
Ambiente, Proteção da Natureza e
Segurança Nuclear e Defesa do
Consumidor (BMUV) da Alemanha.
Para conhecer o histórico e as primeiras
versões das Áreas e Ações Prioritárias, acesse o
link bit.ly/areas-prioritarias-2

06
Desafios e oportunidades
3 para a sua implementação

A criação de um instrumento de apoio à conservação que contemple áreas e


ações prioritárias em um país com a dimensão e diversidade do Brasil não é
uma tarefa fácil. Alguns dos principais desafios envolvem o levantamento e a
sistematização de informações ambientais e socioeconômicas de qualidade
e que atendam às exigências dos métodos aplicados, bem como a garantia
de que o processo seja o mais participativo possível, contemplando
representantes de diversas regiões e setores da sociedade.

Tão desafiador quanto a sua criação é a missão de divulgar e estimular a


implementação do instrumento, considerando todo o seu potencial, a partir
de ações protagonizadas pelas diferentes esferas governamentais e de
vários setores da sociedade.

Com o objetivo de compreender alguns desses desafios e de avaliar a


efetividade das Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e
Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira da Mata Atlântica e da
Zona Costeira e Marinha, foi realizada uma pesquisa junto a profissionais que
participaram do processo de revisão das áreas prioritárias em 2006 e a
profissionais de órgãos governamentais, instituições de pesquisa, empresas
e sociedade civil. Para a Zona Costeira e Marinha (ZCM), isso ocorreu no ano
de 2014; para a Mata Atlântica, em 2018.

Para a ZCM, um questionário foi enviado para 550 contatos e divulgado no


site e redes sociais do MMA, resultando em 74 respostas. Já para a Mata
Atlântica, foi enviado para 732 contatos e divulgado nas redes sociais do IPÊ -
Instituto de Pesquisas Ecológicas, resultando em 229 respostas. Assim, essa
análise considera a contribuição de mais de 300 participantes.

Quanto ao perfil das pessoas participantes, na ZCM 55% eram provenientes


de Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro; 38%
pertenciam ao governo, 15% à sociedade civil e 12% a instituições de
pesquisa; 35% com atuação federal, 17% estadual e apenas 5% municipal.

07
Desafios e oportunidades para a sua implementação

Já na Mata Atlântica, 63% eram provenientes de São Paulo, Minas Gerais, Rio
de Janeiro e Paraná; 38% pertenciam ao governo, 25% à instituição de ensino
e pesquisa e 25% à sociedade civil; 33 % com atuação federal, 27% regional;
20% estadual e 19% municipal.

Na opinião de 68% dos mais de 300 participantes, o mapa serviu como


referência para a implementação de políticas, planos, programas e projetos
ambientais. No entanto, 52% acreditam que o instrumento pode contar com
aprimoramentos. Além desses, 22% avaliaram que não tinham informações
suficientes para opinar sobre o tema, e 8% consideraram o instrumento
insatisfatório ou pouco adequado para sua finalidade.

Já com relação à implementação das recomendações previstas para as


áreas prioritárias, participantes consideraram que a criação de UCs de
proteção integral ou uso sustentável e a de mosaicos e corredores foram as
categorias de recomendação mais implementadas. Também foram
bastante citadas as recomendações relacionadas à realização de inventários
biológicos e à elaboração de projetos de conservação da biodiversidade. Por
outro lado, a implementação de recomendações relacionadas a fiscalização,
recuperação de áreas degradadas, ordenamento pesqueiro, manejo de
recursos e fomento ao uso sustentável tiveram menor nível de
implementação.

Com relação à avaliação do mapa de áreas prioritárias como ferramenta


para a tomada de decisão, para ambos os exercícios, os principais destaques
foram o apoio à criação de UCs federais e estaduais; a elaboração de projetos
para a conservação da biodiversidade; e apoio à pesquisa. Os temas com as
menores avaliações por parte de participantes para a ZCM foram o uso da
ferramenta para apoiar a emissão de licenças ambientais; o uso para
instrumentalizar as discussões com os setores econômicos a fim de
minimizar os impactos de projetos de infraestrutura e de energia sobre a
biodiversidade; e o uso para recuperação ou restauração da biodiversidade.

Já para a Mata Atlântica, as menores avaliações foram para o subsídio ao


debate com setores econômicos visando reduzir os impactos ambientais de
empreendimentos, para orientação na definição de recursos de
compensação financeira e ambiental decorrentes de licenciamento, para a
criação de UC municipal e para a elaboração de projetos de restauração e
recuperação de áreas degradadas.

08
Desafios e oportunidades para a sua implementação

A análise das informações geradas pela pesquisa na ZCM revelou maior


afinidade das pessoas participantes com o mapa de áreas prioritárias do que
com as ações recomendadas contidas nesse instrumento. Possivelmente,
isso contribui para que o instrumento tenha a característica de ser mais
citado como instrumento de apoio à criação de UCs, projetos de
conservação e pesquisas relacionadas à biodiversidade, e menos como
instrumento de apoio ao planejamento e à implementação de atividades
mais relacionadas à fiscalização, ao fomento ao uso sustentável, à definição
de recursos e ao subsídio ao debate de setores econômicos.

Outro aspecto que chama atenção é que o instrumento parece não ter
atingido, ainda, o seu pleno potencial como instrumento de apoio à
conservação e à tomada de decisão, pois se percebe um uso para validação
e justificativa de ações já definidas por outras iniciativas que é maior que seu
uso como propulsor principal.

A pesquisa realizada junto à ZCM e à Mata Atlântica levantou ainda algumas


sugestões para aprimorar o processo de revisão das áreas prioritárias e para
aumentar seu impacto, e os resultados indicaram alguns possíveis
caminhos. Em ambos os casos, foi apontado que a maior participação dos
diversos setores da sociedade no processo de construção da ferramenta era
muito importante, bem como a ampliação da divulgação do instrumento e a
facilitação de acesso ao material.

Dessa forma, a realização de ações de comunicação, mobilização e


capacitação nas diferentes esferas e setores da sociedade é fundamental
para ampliação do uso do mapa e das recomendações ali contidas e para
que o instrumento amplie seu impacto como indutor de ações e de políticas
públicas locais relacionadas à conservação e ao ordenamento territorial. A
disponibilização – não só dos resultados finais como também das
informações que subsidiaram o processo por meio do fácil acesso aos
bancos de dados gerados – poderão ampliar ainda mais o uso e os benefícios
dessa ferramenta.

09
Etapas do processo da
4 2ª Atualização das Área Prioritárias

Assim como na primeira atualização, a 2ª Atualização das Áreas Prioritárias


para a Biodiversidade foi baseada na metodologia de Planejamento
Sistemático para a Conservação (PSC). A seguir, são descritas as etapas do
processo, com destaque para a Mata Atlântica e a Zona Costeira e Marinha.

4.1 Definição da área de abrangência e unidades de


planejamento
As Unidades de Planejamento (UP) são subdivisões da área de estudo às
quais as informações a serem analisadas ficam atreladas. Várias
configurações já foram utilizadas, como grid de quadrículas (DINIZ FILHO et
al., 2004)¹, grid de hexágonos (atualização das Áreas Prioritárias de 2006,
MMA 2007) e bacias hidrográficas (NOGUEIRA et al., 2010)². Na segunda
atualização, as bacias hidrográficas foram escolhidas para representar as
UPs no território continental, e os hexágonos para a parte marinha. Apesar
de todos os biomas terem seguido essa mesma orientação, cada um teve
autonomia para definir o nível (tamanho) das bacias hidrográficas que
melhor se adequavam às especificidades regionais e à escala dos dados
disponíveis, de forma a garantir a qualidade das análises.

Como regra geral, os exercícios de atualização seguiram o mapa de biomas


de 2004 do IBGE, com exceção da Mata Atlântica, onde foi utilizado o
mapeamento disponível pelo MapBiomas (o que refinou os limites do bioma
para escala de 1:250.000), com a inclusão das ilhas costeiras delimitadas; e da
Zona Costeira e Marinha, que, por não ter um limite ecossistêmico definido,
teve sua área de abrangência determinada com base em seus diferentes
macroambientes.

¹ DINIZ FILHO, J.A.F., BINI, L.M.; VIEIRA, C.M.; SOUZA, M.C., BASTOS, R.P., BRANDÃO, D., OLIVEIRA, L.G. Spatial patterns in
species richness and priority areas for conservation of anurans in the Cerrado region, Central Brazil. Amphibia-Reptilia,
25, p. 63-75, 2004.

² NOGUEIRA, C., BUCKUP. A.; MENEZES, N. A.; OYAKAWA, O. T.; KASECKER, T. P.; RAMOS NETO, M. B.; SILVA, J. M. C.
Restricted-Range Fishes and the Conservation of Brazilian Freshwaters, 2010. PlosOne. Cambridge, 5(6): e11390.
doi:10.1371/journal.pone.0011390.

10
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

Na Zona Costeira e Marinha, a área de estudo foi delimitada separando a


Zona Costeira, o Mar Territorial, a Zona Econômica Exclusiva e a Extensão da
Plataforma Continental do Brasil. Essa subdivisão da área de estudo tornou
possível a delimitação das UPs conforme as características de cada
compartimento. Assim as UPs passaram a ter três formatos distintos: (i) na
porção terrestre – Zona Costeira, consideraram-se as bacias hidrográficas
nível 10 (versão 1c, sem lagos) do projeto HydroSHEDS (LEHNER; GRILL, 2013);
(ii) hexágonos de 6 mil ha entre a linha de preamar máxima e o mar
territorial (12 milhas náuticas) e (iii) hexágonos 20 mil ha na ZEE (de 12 a 200
milhas náuticas) e Extensão da Plataforma Continental (Figura 1). O objetivo
da diferenciação nas UPs foi manter a consistência com a escala dos dados
de entrada, que tende a ser maior (mais refinada) na região da Zona Costeira
e do Mar Territorial e menor (mais grosseira) em áreas mais distantes da
costa.

Figura 1. Mapa da área de estudo do processo de atualização das Áreas Prioritárias da Zona
Costeira e Marinha e exemplo da diferenciação das UPs.

11
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

As bases de dados utilizadas para definição da área de abrangência e UPs na


Zona Costeira e Marinha foram:

Traçado de linha de costa do estudo “Mapeamento Ambiental para Resposta à


Emergência no Mar – MAREM” produzidos pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Brasileiro de
Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) (2014);

Mapeamento da linha de preamar máxima produzido pela Secretaria do


Patrimônio da União do Ministério do Planejamento Desenvolvimento e Gestão
(2015);

Mapeamento da cobertura vegetal dos manguezais brasileiros, produzido pelo


ICMBio e Ibama, como parte do Projeto Manguezais do Brasil, GEF Mangues
(2015);

Mapeamento de ecossistemas costeiros produzidos no âmbito do projeto


“Panorama da Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos do Brasil” do
Ministério do Meio Ambiente (2010);

Unidades de Conservação Brasileiras, obtidas por meio do Cadastro Nacional de


Unidades de Conservação do Ministério do Meio Ambiente (Data de download
10/11/2017);

Mar territorial brasileiro, conforme estabelecido pela Convenção das Nações


Unidas sobre o Direito do Mar e definido pela Lei 8.617/1993 como “uma faixa de
doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do
litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande
escala, reconhecidas oficialmente no Brasil”. Dado disponibilizado pela Marinha
do Brasil (2004) em: https://www.marinha.mil.br/secirm/leplac;

Zona Econômica Exclusiva, estabelecida pela Convenção das Nações Unidas


sobre o Direito do Mar como uma faixa de 200 milhas náuticas situada para além
das águas territoriais, sobre a qual cada país costeiro tem prioridade para a
utilização dos recursos naturais do mar. Dado disponibilizado pela Marinha do
Brasil (2004) em: https://www.marinha.mil.br/secirm/leplac;

Limites da Amazônia Azul, que inclui todo o Mar Territorial e sua Zona Contígua,
além da ZEE e a extensão da Plataforma Continental, pleiteada pelo Governo do
Brasil na ONU. A área pleiteada pelo Brasil aumentaria em 963 mil km² o
território no qual o país é dono dos recursos naturais. Dado disponibilizado pela
Marinha do Brasil (2004) em: https://www.marinha.mil.br/secirm/leplac;

Bacias hidrográficas de nível 10 (versão 1c, sem lagos) produzidas no âmbito do


projeto HydroSHEDS (2013) e disponíveis para download em
www.hydrosheds.org.

12
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

No caso da Mata Atlântica, as UPs também foram baseadas nas bacias


hidrográficas nível 10 do projeto HydroSHEDS. Foram mantidas as pequenas
ilhas identificadas pelo MapBiomas como parte do bioma Mata Atlântica,
algumas das quais, devido ao seu pequeno tamanho, não possuem uma
bacia hidrográfica correspondente no HydroBASINS.

As bases de dados utilizadas para definição da área de abrangência e UPs na


Mata Atlântica foram:

Limite do bioma Mata Atlântica disponível em:


http://mapbiomas.org/pages/database/reference_maps;

Bacias hidrográficas de nível 10 (versão 1c, sem lagos) produzidas no âmbito do


projeto HydroSHEDS e disponíveis em: http://www.hydrosheds.org/;

UCs brasileiras, obtidas por meio do Cadastro Nacional de Unidades de


Conservação (CNUC) do Ministério do Meio Ambiente disponível em:
http://mapas.mma.gov.br/i3geo/datadownload.htm, data de download
23/09/2018;

Terras Indígenas, obtidas por meio do site da Fundação Nacional do Índio


(FUNAI) disponível em: http://www.funai.gov.br/index.php/shape, data de
download 14/05/2018;

Territórios quilombolas, obtidas por meio do site do Instituto Nacional de


Colonização e Reforma Agrária (INCRA). disponível em:
http://acervofundiario.incra.gov.br/i3geo/geodownload/geodados.php, data de
download 04/06/2018.

Para ambos os exercícios, as áreas protegidas foram tratadas de forma


distinta do restante do território. Na Mata Atlântica, as UCs de proteção
integral e de uso sustentável (exceto as Áreas de Proteção Ambiental –
APAs), as terras indígenas, e os territórios quilombolas tiveram seus limites e
seu território considerado como UPs protegidas, pois os valores de
distribuição dos alvos abrangidos por estas foram considerados como metas
já cumpridas. Essas UPs não foram divididas de acordo com as bacias do
HydroBASINS quando houve sobreposições nos limites. Em alguns casos as
APAs subdividiram as bacias, resultando em UPs diferentes. Na ZCM, as
unidades de conservação de proteção integral e uso sustentável, exceto as
APAs, foram consideradas parte da solução como áreas já protegidas, ou
seja, os valores de presença dos alvos que nelas ocorrem foram considerados
metas cumpridas.

13
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

As APAs, devido à sua extensão e à possibilidade de compreenderem


atividades de diferentes naturezas, foram considerados “reserva inicial”, ou
seja, o sistema prioriza a seleção dessas áreas na composição da melhor
solução final, mas pode optar por outras áreas. As terras indígenas e
territórios quilombolas já reconhecidos e com polígonos disponíveis na fonte
consultada também foram tratados como parte da “solução”.

PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO
PARA A CONSERVAÇÃO

Considerando que são muitas as variáveis para o processo de


identificação das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade (diversos alvos
de conservação, as camadas da superfície de custos, as metas
individualizadas para cada alvo, além de variáveis que buscam
promover áreas mais agrupadas entre si), a definição de quais são as
melhores áreas não é tarefa fácil. A fim de tentar solucionar tamanha
complexidade, pesquisadores australianos desenvolveram, em 2000
(MARGULES; PRESSEY, 2000³), o Planejamento Sistemático da
Conservação (PSC). Trata-se de uma metodologia que utiliza métodos
para localizar e delimitar um conjunto de áreas de interesse, de modo a
complementar o sistema de áreas já existente para o cumprimento de
metas para conservação dos alvos selecionados. No caso brasileiro, a
metodologia passou a ser adotada nos processos de atualização das
Áreas Prioritárias após aprovação da Resolução da Conabio nº 39/2005.

O PSC procura identificar e selecionar um conjunto de áreas para


conservação e o uso sustentável, de forma a contribuir para o
atingimento das metas de conservação quantitativas e que sejam
adequadas à realidade socioeconômica de cada região.

³ MARGULES, C. R.; PRESSEY, R. L. Systematic conservation planning. Nature, London, 405, 243-253, 11 May 2000.

...

14
PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO
PARA A CONSERVAÇÃO (PSC)

Dessa forma, é possível realizar recomendações para essas áreas, que


contribuam para o alcance dessas metas. Um exemplo clássico pode
ser a identificação de áreas para complementar o Sistema de Áreas
Protegidas, composto pelas UCs, TIs já demarcadas e territórios
quilombolas reconhecidos. Assim, é possível estabelecer que parte da
biodiversidade existente nessas áreas será contabilizada para o alcance
das metas de conservação.

Essa abordagem seleciona áreas prioritárias levando em conta os


critérios ambientais e as variáveis antrópicas que influenciam na
conservação da biodiversidade, através do uso de sistemas de suporte à
decisão. Isso resulta em maior objetividade e eficiência, além de ser
capaz de criar uma memória do processo como um todo (incluindo o
de identificação de prioridades). Também promove a participação dos
diversos setores da sociedade e gera informações que possibilitam a
negociação informada e capacidade para avaliação.

O PSC apresenta princípios importantes como:

Representatividade: o conjunto de áreas selecionadas deve ser uma


amostra representativa da biodiversidade da região. Todos os objetos
de conservação considerados relevantes devem estar presentes.

REPRESENTATIVIDADE

Todos os alvos
de conservação
considerados
relevantes devem
estar presentes.

...

15
PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO
PARA A CONSERVAÇÃO (PSC)

Complementariedade: incorporar novas áreas com o intuito de


maximizar o número de alvos/metas de conservação atingidas,
buscando proteger alvos (espécies e ecossistemas) que não estão
devidamente protegidos por áreas protegidas (UCs, TIs e Territórios
Quilombolas).

COMPLEMENTARIEDADE
ÁREAS PROTEGIDAS EXISTENTES

Incorporar
novas áreas para
maximizar o
número de alvos
de conservação
atingidos.
ÁREA B INCORPORA
MELHOR AS METAS COM
AS ÁREAS JÁ EXISTENTES

Eficiência: relação custo-benefício, que busca áreas mais


representativas da biodiversidade, evitando áreas de maior conflito com
atividades antrópicas já implantadas, resultando em escolhas nas quais
o custo de conservação seja menor.

EFICIÊNCIA

Máxima proteção
da biodiversidade
com menor número
de unidades e com
a melhor relação SOLUÇÃO B TEM
MELHOR RELAÇÃO
área/proteção. CUSTO-BENEFÍCIO

...

16
PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO
PARA A CONSERVAÇÃO (PSC)

Flexibilidade: metas de conservação podem ser atingidas por diversas


combinações de áreas prioritárias, possibilitando, assim, alternativas
para o atingimento dos objetivos de conservação.

FLEXIBILIDADE

Metas de conservação
podem ser atingidas
por diversas
combinações de
áreas prioritárias.

VÁRIAS BOAS SOLUÇÕES POSSÍVEIS, SENDO B = C

Vulnerabilidade: probabilidade ou iminência da destruição ou alteração


dos objetos de conservação. É uma análise qualitativa, baseada no
conhecimento de especialistas.

ÁREAS MENOS VULNERÁVEIS ÁREAS MAIS VULNERÁVEIS

VULNERABILIDADE

Probabilidade ou
iminência da
destruição ou
alteração dos alvos
de conservação.

...

17
PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO
PARA A CONSERVAÇÃO (PSC)

Insubstituibilidade: identificação de áreas indispensáveis para atingir as


metas de conservação, considerando suas contribuições potenciais
para a representatividade pretendida e o efeito de sua indisponibilidade
sobre as outras opções para atingir as metas de conservação. Quanto
maior a insubstituibilidade de uma área, maior a necessidade de sua
conservação para o atingimento das metas de conservação.

INSUBSTITUIBILIDADE

Probabilidade ou
JÁ EXISTENTES INSUBSTITUÍVEIS REDUNDANTES
determinada área
ter de ser protegida
para atingir metas
específicas.

DEVEM ESTAR PRESENTES EM TODAS AS SOLUÇÕES

18
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

4.2 Revisão e ampliação da base de dados

Cada atualização das áreas prioritárias deve ser precedida de uma revisão
das bases de dados, seja para sua atualização, seja para eliminação de dados
ultrapassados, de forma que as informações utilizadas reflitam o atual
estado dos alvos ou custos para a conservação. É importante que as bases
de dados sejam oficiais e confiáveis (bases de dados governamentais, de
pesquisadores que trabalham com diversidade e distribuição dos grupos de
interesse ou de setores econômicos ou sociais legítimos e representativos).
Todas as informações devem ser validadas por especialistas e
representantes dos setores correspondentes, sistematizadas e organizadas
em bancos de dados georreferenciados.

Alguns critérios são fundamentais para possibilitar a utilização dos dados


levantados, tais como: I) serem espacializáveis (alvos de conservação e
atividades antrópicas, etc.); II) representarem um esforço de sistematização
para toda a área de abrangência; III) serem extraídos de fontes oficiais ou de
instituições com credibilidade; IV) serem validados por especialistas,
pesquisadores e representantes dos setores relacionados. Além disso, deve-
se certificar de que esses atendam às exigências de ferramentas específicas
de modelagem espacial, como o Marxan.

A ampliação do conhecimento técnico-científico a disponibilização da


informação em bases de dados georreferenciados permitiu um grande
avanço no segundo processo de atualização das áreas prioritárias com um
aumento substancial no número e tipos de alvos utilizados. Além disso, foi
possível gerar uma superfície de custos com a inclusão de uma série de
variáveis relacionadas aos custos e oportunidades para a conservação, que
em processos anteriores não tiveram a possibilidade de serem consideradas
ou que foram consideradas de forma menos consistente e sistemática.

A utilização de bases de dados mais robustas, selecionadas e recomendadas


por especialistas das mais diversas áreas do conhecimento e esferas de
atuação forneceram subsídios para o alcance de resultados bastante
confiáveis, com a grande maioria das metas dos alvos alcançadas.

19
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

4.3 Definição de alvos e metas para conservação


e elaboração do Mapa de Importância Biológica

Alvos de conservação são atributos de interesse que ocorrem na área de


abrangência e representam elementos da biodiversidade ou funções
ecossistêmicas relevantes para a sociedade para os quais se pretende
centrar esforços de conservação. Os alvos devem ser obrigatoriamente
mapeáveis.

Eles podem representar a biodiversidade, o uso sustentável ou a persistência


e processos ecológicos, conforme os exemplos a seguir:

Alvos de biodiversidade

Espécies endêmicas, de distribuição restrita ou ameaçadas, hábitats;


fitofisionomias; fenômenos biológicos excepcionais ou raros; e substitutos de
biodiversidade (unidades ambientais que indicam diversidade biológica, por
exemplo: fenômenos geomorfológicos e oceanográficos, bacias
hidrográficas ou interflúvios, áreas importantes para a conectividade da
paisagem e outros).

Alvos de uso sustentável

Espécies de importância econômica, medicinal ou fitoterápica; áreas de


beleza cênica; áreas/espécies importantes para populações tradicionais e
para a manutenção do seu conhecimento; espécies-bandeira que motivem
ações de conservação e uso sustentável; espécies-chave das quais depende
o uso sustentado de componentes da biodiversidade; áreas importantes
para o desenvolvimento com base na conservação; áreas que fornecem
serviços ambientais a áreas agrícolas (como plantios dependentes de
polinização e de controle biológico); áreas importantes para a diversidade
cultural e social associada à biodiversidade.

20
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

Alvos de persistência e processos

Áreas importantes para a manutenção de serviços ambientais (manutenção


climática, ciclos biogeoquímicos, processos hidrológicos, áreas de recarga de
aquíferos); centros de endemismo, processos evolutivos; áreas importantes
para espécies congregatórias e migratórias; espécies polinizadoras; refúgios
climáticos; conectividade e fluxo gênico; áreas protetoras de mananciais
hídricos; áreas importantes para manutenção do pulso de inundação de
áreas alagadas; áreas extensas para espécies de amplo requerimento de
hábitat.

Os alvos são escolhidos por meio de um processo consultivo realizado com


especialistas que atuam na área de abrangência ou com o tema. É
importante que tais espécies/atributos sejam bons indicadores da
biodiversidade local uma vez que muitas espécies respondem de forma
4
semelhante às variações no ambiente (RODRIGUES; BROOKS, 2007 ).
Também é importante uma seleção criteriosa que evite a inclusão de alvos
desnecessários, que poderão que poderão causar enviesamento de
resultados, atrapalhando, assim, as análises.

Considerando a restrição de grupos de espécies a tipos específicos de


vegetação e feições geomorfológicas, o uso de mapas que representem a
heterogeneidade ambiental de uma determinada região também pode ser
um indicador de biodiversidade eficiente (PRESSEY et al. 2004 5 ). O uso
desse tipo de alvo apresenta a vantagem de fornecer informações
homogeneamente distribuídas e cobrindo toda a área de interesse, ao
contrário dos alvos de espécie, que muitas vezes têm sua amostragem
concentrada em poucas regiões mais bem estudadas. A utilização dos dois
tipos de alvo consiste na melhor estratégia para o PSC, permitindo a
inclusão de dados obtidos por sensoriamento remoto que cubram toda a
área de abrangência e dados mais específicos de espécies com interesse
para conservação, ainda que não tenham sido realizados inventários
exaustivos.

4
RODRIGUES, Ana S. L.; BROOKS, Thomas M. Shortcuts for biodiversity conservation planning: The effectiveness of
surrogates. Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, San Mateo, 38: 713–737, 2007.

5
PRESSEY, R. L. Conservation Planning and Biodiversity: Assembling the Best Data for the Job. Conservation Biology,
New Jersey, 18:1677-1681, 2004.

21
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

Para cada alvo, é estabelecida uma meta de conservação, que consiste na


proporção da área de sua distribuição, que deve ser mantida para garantir
sua integridade. Por exemplo, se uma espécie hipotética tiver uma área de
distribuição de 1.000 km², pode-se definir que é necessário que 30% desta
área seja incluída no modelo para que se garanta sua integridade. Isso é
feito para cada alvo, e as áreas são selecionadas de forma a atender esse
critério para cada um deles. A definição das metas também é realizada a
partir de consultas a especialistas, quando se deve considerar uma
combinação de fatores, tais como: tamanho da distribuição geográfica do
alvo, número de unidades de planejamento em que o alvo ocorre, perda de
hábitat dentro da área de distribuição, tolerância/resiliência a alterações no
hábitat, grau de ameaça da espécie, entre outros.

Para o processo de atualização da Mata Atlântica, foram definidos mais de 2


mil alvos de conservação distribuídos entre os seguintes grupos: 129 de
mamíferos, 324 de aves, 579 de répteis e anfíbios, 337 de peixes, 5 de
ambientes úmidos, 5 de cavernas, 1.058 de espécies da flora, 20 alvos
associados a serviços ecossistêmicos (mananciais) e 70 associados a
fitofisionomias. Para todos eles, foram atribuídas metas de conservação a
partir de variados critérios, de modo a estabelecer o quanto se deve
conservar de cada um dos alvos, conforme suas características de
vulnerabilidade ou importância biológica, além de sua distribuição espacial
(ampla ou restrita).

Já para o processo de atualização da Zona Costeira e Marinha, foram


definidos mais de 230 alvos de conservação, incluindo-se: 9 ecossistemas
costeiros, 5 ambientes especiais, 6 ecossistemas marinhos, áreas-foco do
PAN Ambientes Coralíneos e do PAN Tubarões e Raias, 22 espécies de aves,
28 espécies de invertebrados, 14 espécies de mamíferos, 97 espécies de
peixes, 5 espécies de quelônios, 4 habitats marinhos especiais e ilhas
oceânicas e costeiras. As metas foram categorizadas de modo a estabelecer
o quanto se deve conservar de cada um dos alvos, conforme suas
características de vulnerabilidade, importância biológica e critérios como a
extensão da distribuição geográfica. Para as espécies, muitas vezes foram
selecionadas áreas importantes para determinado momento do ciclo de
vida delas, e não apenas a área total de ocorrência.

As informações sobre os alvos e metas de conservação são utilizadas para


produzir o Mapa de Importância Biológica, que apresenta a importância de
cada UP para a conservação da biodiversidade.

22
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

4.4 Identificação dos elementos que dificultam


ou facilitam a conservação da biodiversidade
e a definição da superfície de custos

Os elementos que dificultam a conservação da biodiversidade são os usos


antrópicos que causam efeitos negativos sobre os alvos selecionados,
apresentando algum grau de conflito com ações de conservação. Já os
elementos que facilitam a conservação são os usos que podem ter efeitos
positivos sobre os alvos selecionados, favorecendo ações de conservação ou
que são de uso sustentável dos recursos naturais. A combinação desses
elementos gera a chamada “superfície de custos”.

Uma superfície de custo referente à área de estudo é incluída para que as


oportunidades (custos negativos) e as restrições (custos positivos) de
conservação de uma área sejam consideradas. Essa informação, juntamente
com os alvos de conservação e suas metas, são a base para que o software
Marxan (mas pode-se usar outro software equivalente) faça as análises de
custo/benefício para atingir o cumprimento das metas de conservação com
o menor custo possível. Assim, áreas com alguma característica desejável
que tenham menor custo são priorizadas pelo sistema em detrimento
6
daquelas com maior custo de conservação .

A principal vantagem de se considerar a superfície de custo de conservação


na escolha de áreas prioritárias é diminuir o conflito no momento da
implementação das ações. Quanto menor o custo do conjunto de áreas
escolhidas, maior é a probabilidade de sucesso na consolidação da
conservação nessas áreas.

Os principais conflitos ocorrem, por exemplo, nos casos em que existe uma
elevada importância biológica ou insubstituibilidade em áreas com
atividades de alta produção agrícola, implementação de infraestrutura, ou
regiões de alta densidade populacional. Nesses casos, embora o custo seja
alto, possivelmente a área ainda será selecionada por apresentar alvos
exclusivos.

6
Caso seja utilizado outro software para a seleção das áreas, como o Zonation, os inputs podem ser diferentes, bem
como a maneira de interpretar os resultados.

23
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

A estratégia para produção de uma superfície de custos deve ser definida


em oficina com especialistas e representantes de diferentes instituições e
setores, devendo refletir a realidade de cada região de estudo.

Os valores de custo atribuídos às UPs, além de gerarem um mapa onde se


pode verificar o custo relativo de uma região em relação à outra, são usados
para gerar a camada de “Urgência de Ação”, uma das bases para o cálculo
da “Prioridade de Ação” das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade. A outra
base para cálculo da “Prioridade de Ação” é a “Importância Biológica”,
explicada em tópico adiante.

Para a Mata Atlântica, as variáveis que contribuíram para a definição da


superfície de custos por serem consideradas menos compatíveis com a
conservação foram: urbanização, portos organizados, refinarias, atividades
industriais potencialmente poluidoras, estradas pavimentadas, balanço
hídrico, agricultura, aeroportos, terminal de distribuição de petróleo,
mineração, carcinicultura, aquicultura, reservatório (UHE e demais), estradas
não pavimentadas, pastagem, geração de energia termoelétrica, geração de
energia eólica, barragens vinculadas a mineração, poços de exploração de
hidrocarbonetos, ferrovias, silvicultura, portos (demais), hidroelétrica,
produção de biodiesel combustível, produção de etanol combustível,
hidrovias, linhas de transmissão de energia, gasoduto, captação de energia
solar e produção de biogás combustível.

Já as variáveis que contribuíram para a definição da superfície de custos,


como oportunidades, foram: UCs estaduais e municipais que não estão no
CNUC (menos APAs), proporção de remanescentes de vegetação natural,
Programa Produtor de Água, áreas de uso restrito e APP de declividade e
altitude, índice de conectividade da paisagem, propostas estaduais de
criação de novas UCs, comunidades de remanescentes de quilombo
certificadas, gestão ambiental municipal, terras indígenas em estudo, APAs
do CNUC, APAs não incluídas no CNUC, assentamento ambientalmente
diferenciado, corredores ecológicos, turismo de observação de aves, trilhas
de longo percurso, áreas no entorno de UCs (menos APA), geossítios e sítios
paleontológicos, mananciais que abastecem regiões metropolitanas na
Mata Atlântica, pontos de captação de água de abastecimento, projetos de

24
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

restauração + plantio de nativas com fins econômicos, assentamentos da


reforma agrária, patrimônio arqueológico, zona núcleo e zona de
amortecimento da RBMA, capital social (entidades ambientalistas).

No caso da Zona Costeira e Marinha, as variáveis que contribuíram para a


definição da superfície de custos por serem consideradas menos
compatíveis com a conservação foram: aeroportos, área descoberta,
aquicultura, portos principais, portos secundários, turismo náutico, usina
nuclear, exploração de óleo e gás, navegação e produção de óleo e gás,
balanço quantitativo de uso da água, carcinicultura, densidade populacional
urbana, desconformidade dos corpos hídricos com a classe de
enquadramento, gasodutos, emissão de efluentes não tratados, linhas de
transmissão de energia, mineração, parques eólicos, pastagem, indústrias,
refinarias, remoção da carga de esgoto, subestações de energia, ferrovias,
rodovias. As variáveis que contribuíram para a definição da superfície de
custos, como oportunidades foram: Programa Bolsa Verde, comunidades
pesqueiras organizadas, pesca artesanal, comitês e planos de bacias
hidrográficas, recifes artificiais, mergulho livre, passeio 4x4, manifestações
culturais, trilhas de longo percurso, esportes náuticos, turismo de sol e praia
de pequeno porte, atrativos turísticos, históricos e naturais, movimento
socioterritorial organizado, mergulho autônomo, turismo de base
comunitária, territórios quilombolas, terras indígenas, sítios Ramsar,
avistamento/observação de fauna e APAs.

APA e ARIE Barra Rio Mamanguape


Foto: Wigold Schäffer 05
25
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

4.5 Identificação das Áreas Prioritárias para a


Conservação da Biodiversidade

A partir da abordagem do PSC e com o uso do software Marxan, são


definidas as Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade, que
indicam o melhor conjunto de áreas para atender às metas de conservação
de forma mais efetiva e com menos conflitos com outros setores.

Para isso são realizadas três etapas principais: I. Inserção dos dados
georreferenciados já organizados no software Marxan; II. Análise técnica do
resultado visando ajustes e complementações, quando necessário. Neste
momento, é possível que seja necessário realizar ajustes, por exemplo, em
relação às metas estabelecidas para os alvos de forma a alcançar maior
equilíbrio e factibilidade nos resultados; III. Validação das áreas prioritárias
em oficina participativa e complementações e ajustes nas áreas propostas
quando houver justificativas técnicas e os resultados gerarem
aprimoramento do mapa.

O processamento dos dados para geração das Áreas Prioritárias para a


Biodiversidade considera alguns elementos básicos, tais como:

a ocorrência de alvos, tais como espécies e ecossistemas, nas UPs;

as metas de conservação para cada alvo;

o custo gerado para cada UP;

a classificação de entrada de cada UP, como reserva inicial (considerada


inicialmente como parte da solução inicial, mas não necessariamente incluída na
solução final) ou parte da solução (garantida como parte da solução final),
variando os critérios específicos para essa classificação conforme as
características da região.

Vale ressaltar que, durante o processamento das informações, é possível


fazer uma relação do custo gerado com o perímetro da borda de
agrupamentos de UPs. Isso ocorre para que o sistema priorize a seleção de
UPs adjacentes, em detrimento de UPs dispersas.

26
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

As análises indicam as áreas de alta insubstituibilidade que devem estar


contidas no conjunto de Áreas Prioritárias capazes de assegurar a
representatividade e a persistência dos alvos de conservação. É importante
destacar que as áreas protegidas já são áreas prioritárias e que o modelo
computacional considera, primeiramente, o atingimento das metas de
conservação dentro dessas áreas (fixado na solução). Posteriormente, o
modelo complementa o atingimento das metas com a escolha de novas
áreas, que não são protegidas, mas que podem ter ações de conservação
implementadas para a integridade dos alvos.

O processo de consulta e validação das áreas prioritárias aproveita o


conhecimento e a experiência de especialistas, representantes do governo e
da sociedade civil, bem como lideranças comunitárias para que esse
planejamento seja participativo e eficaz na orientação de políticas públicas a
serem implementadas nessas áreas.

4.6 Classificação das Áreas Prioritárias para


a Biodiversidade: importância biológica e
prioridade de ação

De forma geral, a importância biológica é calculada pela frequência com


que cada uma das UPs se apresenta como solução para cumprimento das
metas de conservação no software Marxan. Essa medida parte do princípio
de que algumas áreas são mais insubstituíveis para o cumprimento das
metas de conservação do que outras, por isso também é usada para inferir o
grau de “insubstituibilidade” das UPs. Com essa informação, todas as Áreas
Prioritárias podem ser classificadas em “alta”, “muito alta” ou “extremamente
alta" importância biológica.

Já a Prioridade de Ação indica em quais áreas as medidas de conservação


devem ser implementadas prioritariamente em função da Importância
Biológica e da Urgência de Ações. A seguir, detalhamos como foram
definidas a importância biológica, a urgência de ação e a prioridade de ação
na Mata Atlântica e na Zona Costeira e Marinha no processo da Segunda
Atualização das Áreas Prioritárias.

27
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

4.6.1 Importância Biológica

Para definir a Importância Biológica das Áreas Prioritárias da Mata Atlântica,


foi usado o número de vezes que as UPs foram selecionadas nos diversos
cenários rodados no Marxan. Como, em geral, as áreas prioritárias são
compostas por diversas UPs, com distintos números de seleções,
inicialmente foi realizada uma ponderação com base nesse número de
seleções das UPs e na extensão que ela ocupa dentro da área prioritária.
Dessa forma, UPs maiores e com maior número de seleções influenciaram
mais, para que o valor de importância biológica da área prioritária fosse
maior. Após calcular esses valores ponderados para cada Área Prioritária,
categorizaram-se esses números em três classes, usando quebras naturais
(natural breaks). A classe mais elevada foi classificada como de importância
biológica “extremamente alta”; a classe do meio, como “muito alta”; e a
classe com valor inferior, como “alta”.

Na Zona Costeira e Marinha, foi escolhido o método do endemismo


ponderado (WILLIAMS; HUMPHRIES, 1994; CRISP et al., 2001) para calcular a
importância biológica. Esse método é dado pela aplicação de uma função
contínua de ponderação, definindo maior peso para espécies com menor
extensão de distribuição e pesos progressivamente menores para espécies
com extensões de distribuição maiores. O endemismo ponderado foi
calculado contando-se o número de espécies em cada UP, ponderado pelo
inverso da extensão de sua distribuição. Dessa forma, áreas onde ocorrem
mais espécies de distribuição restrita terão valores mais altos de endemismo
ponderado. O resultado dessa análise foi a base para o Mapa de Importância
Biológica. As UPs foram divididas em três classes de importância biológica
pelo método quantile (mesmo número de objetos por classe) e a classe
predominante das UPs em cada Área Prioritária determinou a sua
classificação.

28
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

4.6.2 Prioridade das ações

Para definir a prioridade das ações de conservação, foram usadas duas


camadas: a de importância biológica, descrita anteriormente, e a de custo
das UPs. Para esta última, de maneira semelhante ao da importância
biológica, os valores das UPs foram utilizados para calcular o valor do custo
das Áreas Prioritárias. No entanto, como a camada de custo já levou em
consideração a extensão da UP para o cálculo, não houve a necessidade de
fazer a ponderação pela área.

Para a Mata Atlântica, o custo da área prioritária recebeu o valor da


somatória dos custos de todas as UPs que estavam dentro dos seus limites.
Em seguida, os valores de custo das áreas prioritárias foram categorizados
segundo o método natural breaks em três classes de custo: “extremamente
alto”, que apresentam maior custo; “muito alto”, que apresentam os custos
intermediários; e “alto”, que apresentam os menores custos.

Já para a Zona Costeira e Marinha, participantes da oficina indicaram


quando a área prioritária deveria ter urgência de ação por uma ameaça
conhecida (essas áreas receberam urgência “extremamente alta”), e, para o
restante das áreas não apontadas pelos participantes, o valor de custo da
área prioritária foi a média dos valores das UPs que a compuseram. As áreas
foram então divididas em dois blocos: urgência muito alta e urgência alta.
Finalmente, para definir as classes de prioridades da Zona Costeira e
Marinha e da Mata Atlântica, as variáveis de importância biológica e de
custos foram combinadas, conforme representado na Tabela 1.

29
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

Tabela 1. Definição da prioridade de ação a partir da combinação das categorias de


importância biológica e de custos das Áreas Prioritárias.

CATEGORIAS DE CUSTO

Extremamente alta Muito alta Alta

Extremamente alta

CATEGORIAS DE
IMPORTÂNCIA Muito alta
BIOLÓGICA
Alta

Essas análises foram complementadas com as contribuições recebidas em


oficina de especialistas e atores de interesse, que quando pertinente,
traziam elementos descritivos sobre cada área, pontos de atenção e
necessidade de urgência de intervenção.

4.6.3 Classificação como insuficientemente conhecidas

Para identificar as áreas insuficientemente conhecidas na Zona Costeira e


Marinha, foi calculado o número de alvos registrados em cada UP, como um
proxy do conhecimento disponível sobre a área. As UPs com até nove alvos
registrados foram definidas como áreas “insuficientemente conhecidas”.
Foram excluídas também as UPs na porção costeira terrestre. Os dados
resultantes desta análise compuseram a classe “insuficientemente
conhecidas” do mapa final.

30
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

4.7 Identificação das Ações Prioritárias

A identificação de ações prioritárias é realizada em oficina com especialistas


e atores de interesse, após a validação das Áreas Prioritárias para a
Biodiversidade. A partir de uma lista prévia de possíveis recomendações, as
pessoas participantes indicam, segundo o seu conhecimento, as que se
aplicam melhor a cada uma das áreas. As recomendações podem incluir:
ações de conservação, de uso sustentável, de fiscalização, educação
ambiental, de manejo e restauração, de pesquisa ou outras ações
institucionais e de gestão.

Durante o exercício, o foco é a discussão de recomendações que envolvam


as novas áreas prioritárias propostas, pois parte-se da premissa que as áreas
já estabelecidas – tais como as UCs, TIs e territórios quilombolas – já contam
com instrumentos de proteção e gestão específicos.

4.8 O processo participativo

A realização de oficinas de trabalho e consultas aos especialistas visa


qualificar os resultados das Áreas Prioritárias da Biodiversidade, além de dar
credibilidade à ferramenta junto aos seus potenciais usuários, sejam do setor
ambiental ou outros representantes setoriais. Por isso, desde a primeira
versão, o MMA respeita os processos participativos, ao refletir as decisões
tomadas coletivamente nos resultados dessa ferramenta.

A metodologia das oficinas deve ser fundamentada na abordagem


participativa, apropriando-se de técnicas e instrumentos que facilitam a
construção do diálogo, valorizando a troca de experiências entre a
diversidade de atores sociais envolvidos, o que caracteriza um processo
contínuo de aprendizagem e consolidação da participação cidadã, sem
perder a objetividade e busca dos resultados esperados. Para as oficinas, é
importante a presença de um moderador que tem a responsabilidade de
facilitar o processo de diálogo, visando buscar o equilíbrio e catalisar para as
diversas ideias que aparecerão decorrentes do processo em grupo.

31
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

Durante as oficinas de trabalho, foram definidas as variáveis a serem


utilizadas nas análises técnicas e se qualificou os dados coletados e as
informações geradas. Além disso, esses eram momentos de divulgação e
realização de esclarecimentos sobre a ferramenta, quando puderam ser
desmistificados alguns entendimentos quanto aos seus propósitos, como a
falsa impressão de que as Áreas Prioritárias para a Biodiversidade servem
apenas para indicação de novas áreas protegidas. Tudo isso aliado às
articulações técnicas e aos intercâmbios proporcionados durante as oficinas
de trabalho, que ajudam a ampliar o alcance e dar maior credibilidade à
ferramenta.

De forma geral, quatro oficinas de trabalho foram organizadas para os


exercícios desenvolvidos nas regiões:

Oficina de Alvos e Metas de Conservação


a)

b) Oficina de Custos
OFIC
INA
S
D
c) Oficina de Oportunidades
E
TR
AB

Oficina Final de Seleção das Áreas


ALH

d) e Recomendação das Ações


O

As oficinas foram precedidas do envio de dados consolidados e análises


prévias, que foram validados ou complementados com informações
oriundas de conhecimento técnico e observacional de participantes. Elas
contaram com representantes do governo, academia, setores como
transporte, energia, indústria, pesca e sociedade organizada.

As consultas aos especialistas ocorreram de diversas formas, seja pela


participação nas oficinas de trabalho de forma presencial, seja remotamente
por meio de formulários e plataformas de geoprocessamento online. Essas
ferramentas disponibilizaram informações e recolheram sugestões de
complementação, atualização ou refinamento das bases de dados.

32
Etapas do processo da 2ª Atualização das Áreas Prioritárias

Para a Mata Atlântica, a Oficina de Alvos e Metas de Conservação foi


realizada em Atibaia – SP em abril de 2018 e contou com a presença de 40
participantes; a Oficina para Análise de Custos para a Conservação ocorreu
em Florianópolis – SC, em junho de 2018, com 45 participantes; a Oficina de
Oportunidades para a Conservação foi em Porto Seguro/BA, e recebeu 59
participantes; e a Oficina Final de Definição de Áreas e Ações Prioritárias
para a Conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica ocorreu em Brasília-
DF em novembro de 2018, com 79 participantes. Além disso, foram
recebidas contribuições de especialistas de forma remota.

O processo da 2ª atualização para a Zona Costeira e Marinha foi realizado em


duas etapas: a primeira oficina para a definição de Alvos e Metas de
Conservação, organizada pela equipe do MMA, ocorreu em novembro de
2014, onde estiveram presentes 30 pessoas; e a segunda etapa, que ocorreu
nos anos de 2017 e 2018, coordenada pelo consórcio formado pela
Conservação Internacional e a WWF-Brasil e MMA. Nesta segunda fase, o
conjunto de alvos e metas propostas anteriormente foi revisado e atualizado
com apoio de 80 especialistas que fizeram contribuições de forma remota, a
fim de se complementarem as bases definidas em 2014, mas mantendo as
orientações gerais provenientes daquela oficina. Em seguida, ocorreram as
demais oficinas: a Oficina para Análise de Custos, realizada entre novembro
e dezembro de 2017, que contou com 62 participantes; a Oficina de
Oportunidades e de Uso Sustentável, ocorrida em abril de 2018, com 37
especialistas; e a Oficina de Seleção Final, ocorrida em setembro de 2018,
que contou com a participação de 88 especialistas.

33
Resultados da 2ª atualização
5 das Áreas Prioritárias

5.1 Mata Atlântica

Para a Mata Atlântica, foram definidas 271 Áreas Prioritárias para a Conservação. Se
somadas as áreas prioritárias e as áreas protegidas já estabelecidas, as metas são
atingidas em 100% para 2.514 (99,5%) dos 2.527 alvos estabelecidos. Isso foi possível
com o estabelecimento de 246.620 km² de áreas prioritárias, cobrindo 22,3% do
bioma.

A região com maior quantidade de áreas prioritárias é a Sudeste, totalizando 106.981


km², seguido pelas regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste. Já em relação à
porcentagem do bioma Mata Atlântica classificada como prioritária em cada região,
destaca-se a região Nordeste com 33,8% do bioma considerado prioritário, seguida
pela região Centro-Oeste e Sudeste, com 21,5% e 21,4% respectivamente, e pela
região Sul, com 18,8% (Tabela 2).

Tabela 2. Extensão e porcentagem do bioma Mata Atlântica classificada como prioritária em


cada região.

% DO BIOMA CLASSIFICADO COMO


REGIÃO ÁREA PRIORITÁRIA (KM²)
ÁREA PRIORITÁRIA EM CADA REGIÃO

Centro-Oeste 12.325 21,5

Nordeste 52.365 33,8

Sudeste 106.981 21,4

Sul 74.338 18,8

Os estados com as maiores extensões de áreas classificadas como prioritárias para a


conservação da Mata Atlântica foram Minas Gerais (47.838 km²), Bahia (32.974 km²),
Paraná (29.211 km²) e São Paulo (29.151 km²). Já se for considerada a porcentagem do
bioma Mata Atlântica em cada estado classificada como área prioritária, destacam-
se os estados da Paraíba, com 72,1% e de Pernambuco, com 53,4% do bioma
considerados prioritários.

34
Resultados da 2ª atualização das Áreas Prioritárias

A Tabela 3 a seguir mostra as ações que foram definidas durante o processo


de atualização.

Tabela 3. Lista de ações definidas para as áreas prioritárias da Mata Atlântica.

AÇÕES PRIORITÁRIAS DETALHAMENTO

Criação de UC de Proteção Integral

Criação de Unidade de Conservação Criação de UC de Uso Sustentável

Criação de UC com grupo a ser definido

Ampliação de Unidade de Conservação -

Reconhecimento de Terras Indígenas -

Reconhecimento de Território Quilombola -

Reconhecimento de áreas conservadas


-
por comunidades tradicionais

Corredor ecológico (de acordo com o SNUC)

Gestão integrada e participativa de Mosaico


áreas protegidas, corredores ecológicos e
territórios de povos e comunidades tradicionais
Integração com Territórios de Povos e
Comunidades Tradicionais

Criação de Comitê de Bacia Hidrográfica

Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica

Acordo de pesca
Criação e Fortalecimento
de instrumentos de gestão territorial
Plano Municipal de Conservação e
Recuperação da Mata Atlântica

Definição de Zona de Amortecimento de UC

Área de Restrição de Uso de Recursos Hídricos

Sítios do Patrimônio Mundial

Reconhecimento Internacional Reserva da biosfera

Sítio Ramsar

...

35
Resultados da 2ª atualização das Áreas Prioritárias

...
AÇÕES PRIORITÁRIAS DETALHAMENTO

Geoparques
Reconhecimento / Proteção
de formação geológicas relevantes
Geossítios e Sítios da Geodiversidade

Reconhecimento de sítios arqueológicos -

Fiscalização e controle de atividades ilegais


-
(ex.: desmatamento, caça, pesca predatória)

Regularização da extração de recursos minerais,


supressão da vegetação nativa, queimadas e pesca

Controle da poluição
Limitação/Regularização
de atividades degradantes
Regularização ambiental de
imóveis rurais (CAR e PRA) - Adequação

Implementação de medidas de saneamento

Recuperação de ecossistemas

Recuperação de serviços ecossistêmicos

Recuperação de áreas degradadas

Melhoria do manejo do solo, água,


pastagem (Ex.: agricultura orgânica, manejo
florestal sustentável, sistemas agroflorestais,
integração lavoura-pecuária-floresta - ILPF)

Recuperação e manejo de espécies ameaçadas

Proteção de espécies
Recuperação de população explorada
economicamente (e.g.: Estoque Pesqueiro,
Meliponídeos, Peixes Ornamentais)

Estudos de avaliação de
impacto sinérgico no licenciamento -

Controle, erradicação e
prevenção de espécies invasoras -

...

36
Resultados da 2ª atualização das Áreas Prioritárias

...
AÇÕES PRIORITÁRIAS DETALHAMENTO

Levantamento e caracterização
de biodiversidade e hábitats críticos

Levantamento e caracterização da geodiversidade

Levantamento e caracterização
das cadeias de valor da sociobiodiversidade
(recurso pesqueiro, madeireiros e não madeireiros)

Reconhecimento e valorização
do conhecimento tradicional associado

Pesquisa

Levantamento de uso e
ocupação por comunidades residentes

Serviços ecossistêmicos

Mitigação, remediação e restauração de impactos

Potencial turístico de baixo impacto ou comunitário

Mudanças Climáticas

Adequação de tecnologias sociais


envolvidas nas cadeias de valor dos
produtos da sociobiodiversidade

Adequação de políticas públicas


Fortalecimento das cadeias de ligadas às cadeias de valor dos
valor dos produtos da sociobiodiversidade produtos da sociobiodiversidade

Controle social da política de


repartição de benefícios da sociobiodiversidade

Comercialização de produtos
da sociobiodiversidade

...

37
Resultados da 2ª atualização das Áreas Prioritárias

...
AÇÕES PRIORITÁRIAS DETALHAMENTO

Biodiversidade e hábitats críticos

Geodiversidade

Monitoramento Monitoramento de serviços ecossistêmicos

Uso e ocupação por comunidades residentes

Pecuária sustentável

Adoção de estratégias metodológicas


que envolvam comunidades tradicionais para
desenvolvimento de turismo de base comunitária
Desenvolvimento de turismo sustentável

Turismo de baixo impacto (Exemplos)

Pecuária sustentável

Manejo florestal sustentável


Manejo sustentável - Recursos não madeireiros

Sistemas agroflorestais e Integração


lavoura-pecuária-floresta - ILPF

Pagamento por Serviços Ambientais (PSA)

Desenvolvimento de mecanismos
de apoio financeiro Conversão de multas

Compensação ambiental

Educação ambiental -

As recomendações citadas com maior frequência como ação principal para


as áreas da Mata Atlântica foram: I. Limitação/Regularização de atividades
degradantes; II. Recuperação de áreas degradadas; III. Gestão integrada e
participativa de áreas protegidas, corredores ecológicos e territórios de
povos e comunidades tradicionais; IV. Criação de Unidade de Conservação; V.
Criação e Fortalecimento de instrumentos de gestão territorial; VI. Proteção
de espécies; VII. Fiscalização e controle de atividades ilegais (ex.:
desmatamento. caça. pesca predatória); VIII. Desenvolvimento de turismo
sustentável; IX. Ampliação de unidade de conservação; X. Manejo
sustentável.

38
Resultados da 2ª atualização das Áreas Prioritárias

5.2 Zona Costeira e Marinha

Para a Zona Costeira e Marinha, foram definidas 137 Áreas Prioritárias para a
Conservação. Se somadas as áreas prioritárias e as áreas protegidas já estabelecidas,
as metas são atingidas em quase todos os alvos, ficando apenas 7 alvos com
atingimento da meta entre 80 e 99%. Isso foi possível com o estabelecimento de
126.694.193 ha de áreas prioritárias, cobrindo 25% da área de abrangência.

A região com maior quantidade de áreas prioritárias é apresentada na Tabela 4.

Tabela 4. Extensão e porcentagem da Zona Costeira e Marinha classificada como prioritária


em cada região.

% DA ZONA COSTEIRA E MARINHA


REGIÃO ÁREA PRIORITÁRIA (ha) CLASSIFICADA COMO ÁREA PRIORITÁRIA
EM CADA REGIÃO

Norte 27.609.712 6%

Nordeste 21.313.834 4%

Central 17.942.368 4%

Sul/Sudeste 59.828.543 12%

A Tabela 5 a seguir mostra as ações que foram definidas durante o processo de


atualização.

Tabela 5. Lista de ações definidas para as áreas prioritárias da Zona Costeira e Marinha.

AÇÕES PRIORITÁRIAS DETALHAMENTO

Criação de UC de Proteção Integral


Criação de Unidade de Conservação

Criação de UC de Uso Sustentável

Ampliação de Unidade de Conservação -

Estabelecimento de Acordo de Pesca -

...

39
Resultados da 2ª atualização das Áreas Prioritárias

...
AÇÕES PRIORITÁRIAS DETALHAMENTO

Estabelecimento de Área de Conservação


e Reprodução de Espécies (ACRE)/Áreas -
de Exclusão a Pesca

Corredor ecológico (de acordo com o SNUC)

Gestão integrada de áreas protegidas


Mosaico

Outros arranjos de gestão integrada (especificar)

Criação de Comitê de Bacia Hidrográfica

Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica


Criação e Fortalecimento de
Instrumentos de gestão territorial
Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro

Outros (especificar) - planos de gestão costeira


- GERCO, licenciamento

Sítios do Patrimônio Mundial

Reserva da biosfera
Reconhecimento Internacional
Sítio Ramsar

Outros (especificar)

Geoparques
Reconhecimento/ Proteção de
formação geológicas relevantes
Cavernas

Reconhecimento de Sítios Arqueológicos -

Reconhecimento de Território
-
Quilombola (Regularização fundiária)

Estudo para criação de TI

Terras Indígenas Demarcação de TI

Titulação de TI

...

40
Resultados da 2ª atualização das Áreas Prioritárias

...
AÇÕES PRIORITÁRIAS DETALHAMENTO

Territórios de povos e comunidades


Reconhecimento de áreas conservadas tradicionais (ex. Caiçaras)
por comunidades tradicionais

Território pesqueiro tradicional

Fiscalização e controle de atividades ilegais -

Redução de impacto de atividade degradante Controle de poluição

Recuperação de Ecossistemas

Recuperação de áreas degradadas


Recuperação de Serviços Ecossistêmicos
(especificar os serviços)

Controle, erradicação e prevenção


-
de espécies invasoras

Recuperação de espécie ameaçada

Recuperação de espécies
Recuperação de população explorada
economicamente (estoque pesqueiro)

Estudos de impacto sinérgico no licenciamento -

Mitigação da acidificação

Adaptação a mudanças do clima Adaptação à erosão costeira

Outros

Declarar como área não apta para atividades


impactantes (mineração, exploração de O&G, -
carcinicultura, conforme normativa (checar)

Biodiversidade

Pesquisa Hábitat crítico

Geodiversidade

...

41
Resultados da 2ª atualização das Áreas Prioritárias

...
AÇÕES PRIORITÁRIAS DETALHAMENTO

Diagnóstico participativo

Conhecimento tradicional associado

Diagnóstico das cadeias


de valor da sociobiodiversidade

Estimativa de Estoque Pesqueiro

Serviços ecossistêmicos

Uso e ocupação por comunidades residentes

Pesquisa
Mapeamento de habitats

Impactos da Mudança do Clima

Potencial para o turismo sustentável

Definição de capacidade de suporte

Mitigação, remediação e
restauração de impactos

Outras (especificar)

Monitoramento de espécies

Monitoramento de ecossistema

Monitoramento de serviços ecossistêmicos


Monitoramento
Monitoramento Pesqueiro

Monitoramento da Aquicultura

Monitoramento da Biodiversidade

...

42
Resultados da 2ª atualização das Áreas Prioritárias

...
AÇÕES PRIORITÁRIAS DETALHAMENTO

Ordenamento pesqueiro

Manejo de recursos
Manejo de hábitats críticos

Estímulo a pescarias sustentáveis


Pesca sustentável

Fortalecimento de cadeias de pesca sustentável

Turismo de base comunitária

Turismo sustentável Turismo de mergulho recreativo

Outros (especificar)

Produtos da sociobiodiversidade -

Produção sustentável (atividades em terra) -

As recomendações citadas com maior frequência como ação principal para as áreas
da Zona Costeira e Marinha foram: I. Pesquisa; II. Criação de unidade de conservação;
III. Manejo de recursos; IV. Redução de impacto de atividade degradante; V. Estudo
de impacto sinérgico no licenciamento; e VI. Turismo sustentável.

5.3 Mata Atlântica, Zona Costeira e Marinha e


Áreas Híbridas

Considerando que a definição das Áreas Prioritárias foi realizada por biomas, no
processo de consolidação realizado pelo MMA, houve a necessidade de ajustes na
classificação das áreas, sem prejuízo dos alvos e metas previamente estabelecidos.
No caso da Mata Atlântica e Zona Costeira e Marinha, isso resultou na nova
classificação apresentada na Tabela 6.

43
Resultados da 2ª atualização das Áreas Prioritárias

Tabela 6. Áreas Prioritárias da Mata Atlântica, Zona Costeira e Marinha e Áreas Híbridas.

ÁREAS PRIORITÁRIAS NÚMERO ÁREA (KM²)

Mata Atlântica 265 231.863,04

Zona Costeira e Marinha 114 3.209.987,67

Áreas Híbridas (MA + ZCM) 47 13.006,50

APA de Guadalupe, Tamandaré-PE


Foto: Studio Lumix/GIZ 44
Estudo de caso:
6 território do Projeto TerraMar

6.1 Áreas Prioritárias na região de abrangência


do projeto

O território de atuação do Projeto contempla a região do Banco de Abrolhos (parte


dos estados da Bahia e Espírito Santo) e a região da Costa dos Corais (parte dos
estados de Pernambuco e Alagoas) (Figura 2), onde estão inseridas 23 Áreas
Prioritárias da Mata Atlântica, Zona Costeira e Marinha e Áreas Híbridas distribuídas
em 25 municípios 7, 8. A extensão dessas áreas varia entre 5.721.748,19 ha, como a área
ZCM-78, que abrange 5 municípios dos estados da BA e ES, até 2.869,82 ha, na ZCM-
79 inserida em dois municípios do ES. Em termos de importância biológica, as áreas
se destacam por serem, em sua maioria, “extremamente alta” (15), “muito alta” (6) e
“alta” (2), o que implica o estabelecimento de prioridades de ações nos territórios de
modo correspondente à sua relevância: “extremamente alta” (14), “alta” (5) “muito
alta” (4), fato que ressalta o valor dessas áreas para a biodiversidade (Tabela 7).

7
Os municípios Japaratinga (AL), Maragogi (AL), Porto Calvo (AL) e São José da Coroa Grande (PE) não apresentam áreas
prioritárias

8
As áreas prioritárias poderão sofrer pequenos ajustes ao longo do processo de revisão em curso pelo MMA.

APA de Guadalupe, Tamandaré-PE


Foto: Studio Lumix/GIZ 04
45
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

Área de abrangência
do Projeto TerraMar

LEGENDA

Manguezais
Limites territorial do projeto
Limites estaduais
Áreas protegidas

Áreas prioritárias

Figura 2. Área de abrangência do Território TerraMar contemplando as áreas prioritárias e


áreas já protegidas. Fonte: MMA; CNUC; FUNAI; INCRA; SOS Mata Atlântica; GEF Mangue;
9
IBGE; e GIZ/TerraMar .

9
Informações disponíveis em:
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/servicosambientais/ecossistemas-1/conservacao-1/areas-prioritarias/2a-
atualizacao-das-areas-prioritarias-para-conservacao-da-biodiversidade-2018;
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/areasprotegidasecoturismo/plataforma-cnuc-1;
http://www.funai.gov.br/index.php/shape;
http://certificacao.incra.gov.br/csv_shp/export_shp.py;
http://mapas.sosma.org.br/;
https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/mapas-municipais.html;
e shape do território do Projeto TerraMar.

46
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

Tabela 7. Áreas Prioritárias inseridas no território do Projeto TerraMar e suas características.

ÁREA PRIORITÁRIA IMPORTÂNCIA PRIORIDADE ÁREA TOTAL DA MUNICÍPIOS


REGIÃO ÁREA PRIORITÁRIA (ha)
(ID) BIOLÓGICA DE AÇÃO

MA204 alta alta 5.949,61 Linhares (ES)

Jaguaré (ES), Linhares (ES),


MA210 muito alta alta 128.363,61 São Mateus (ES),
Sooretama (ES)

MA212 muito alta alta 3.465,73 São Mateus (ES)

Mucuri (BA), Conceição da


MA221 muito alta alta 136.028,55
Barra (ES), São Mateus (ES)

Alcobaça (BA),
MA231 muito alta muito alta 311.189,35 Caravelas (BA), Mucuri (BA),
Nova Viçosa (BA)

Alcobaça (BA),
Belmonte (BA), Canavieiras
MA237 extremamente alta extremamente alta 873.975,07 (BA), Porto Seguro (BA),
Prado (BA), Santa Cruz
Cabrália (BA)

MA239 extremamente alta muito alta 90.544,67 Canavieiras (BA)

MAZC018 extremamente alta extremamente alta 73.600,97 Linhares (ES)


ABROLHOS

MAZC019 extremamente alta extremamente alta 10.768,31 Linhares (ES)

Conceição da Barra (ES),


MAZC020 extremamente alta extremamente alta 8.953,15 Linhares (ES),
São Mateus (ES)

MAZC021 extremamente alta extremamente alta 29.058,40 Alcobaça (BA), Prado (BA)

MAZC022 extremamente alta extremamente alta 7.593,03 Canavieiras (BA)

Jaguaré (ES), Linhares (ES),


MAZC042 extremamente alta extremamente alta 36.147,86 São Mateus (ES)

Belmonte (BA), Porto


ZCM-77 extremamente alta extremamente alta 1.099.980,46 Seguro (BA), Santa Cruz
Cabrália (BA)

Mucuri (BA), Nova


Viçosa (BA), Conceição da
ZCM-78 extremamente alta extremamente alta 5.721.748,19
Barra (ES), Linhares (ES),
São Mateus (ES)

Linhares (ES),
ZCM-79 extremamente alta extremamente alta 2.869,82
São Mateus (ES)

Jaguaré (ES), Linhares (ES),


ZCM-80 extremamente alta extremamente alta 80.128,97 São Mateus (ES)

...

47
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

...
ÁREA PRIORITÁRIA IMPORTÂNCIA PRIORIDADE ÁREA TOTAL DA MUNICÍPIOS
REGIÃO ÁREA PRIORITÁRIA (ha)
(ID) BIOLÓGICA DE AÇÃO

Barra de Santo
Antônio (AL), Maceió (AL),
Paripueira (AL), Passo de
Camaragibe (AL), Porto
COSTA DOS CORAIS

MA260 muito alta muito alta 219.628,63


de Pedras (AL), São Luís
do Quitunde (AL), São
Miguel dos Milagres (AL)

Barreiros (PE),
MA264 alta alta 26.707,87 Rio Formoso (PE),
Tamandaré (PE)

Rio Formoso (PE),


MA266 muito alta muito alta 288.533,83
Sirinhaém (PE)

ZCM-60 extremamente alta extremamente alta 441.349,76 Maceió (AL)

ZCM-58 extremamente alta extremamente alta 106.634,50 -

ZCM-59 extremamente alta extremamente alta 771.648,76 -

10 11 12
Fonte: MMA ; IBGE , GIZ/TerraMar .

Fazem parte do território do Projeto TerraMar 87 áreas protegidas, sendo 74 UCs, 9


terras indígenas e 4 territórios quilombolas, demonstrando a importância desse
território e a existência de uma série de iniciativas para a sua conservação. Destas,
8 UCs são contempladas pelo Projeto, sendo 6 de uso sustentável e 2 de proteção
integral (Tabela 8).

Tabela 8. Áreas Protegidas inseridas no território do Projeto TerraMar e suas características.

REGIÃO ÁREA PROTEGIDA ÁREA (ha) ESTADO MUNICÍPIOS

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO CONTEMPLADAS PELO PROJETO TERRAMAR

Barra de Santo Antônio; Japaratinga;


DOS CORAIS

Maceió; Maragogi; Paripueira; Passo


AL de Camaragibe; Porto Calvo; Porto de
COSTA

404.271,13 Pedras; São Luís do Quitunde; São


Miguel dos Milagres
APA da Costa dos Corais

PE Barreiros; Rio Formoso; São José


da Coroa Grande; Tamandaré

...

10 https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/servicosambientais/ecossistemas-1/conservacao-1/areas-prioritarias/2a-
atualizacao-das-areas-prioritarias-para-conservacao-da-biodiversidade-2018
11
https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/mapas-municipais.html.
12
Shape do território do Projeto TerraMar.

48
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

...
REGIÃO ÁREA PROTEGIDA ÁREA (ha) ESTADO MUNICÍPIOS

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO CONTEMPLADAS PELO PROJETO TERRAMAR


DOS CORAIS
COSTA

APA de Guadalupe 439.20,53 PE Barreiros; Rio Formoso;


Tamandaré; Sirinhaém

Alcobaça; Caravelas;
APA da Ponta da Baleia 345.543,08 BA Nova Viçosa; Prado
BANCO DE ABROLHOS

RESEX de Canavieiras 100.682,94 BA Belmonte; Canavieiras; Una

RESEX Marinha
89.996,76 BA Porto Seguro; Prado
do Corumbau

RESEX do Cassurubá 100574,13 BA Alcobaça; Caravelas; Nova Viçosa

PARNA Marinho
87.943,14 BA Alcobaça; Caravelas
dos Abrolhos

REBIO de Comboios 784,67 ES Linhares

OUTRAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EXISTENTES NO TERRITÓRIO DO PROJETO TERRAMAR

Barra de Santo Antônio; Japaratinga;


Maceió; Maragogi; Paripueira; Passo
AL de Camaragibe; Porto Calvo; Porto de
Pedras; São Luís do Quitunde; São
APA Catolé e 3.712,25 Miguel dos Milagres
de Fernão Velho

PE Barreiros; São José da Coroa Grande


COSTA DOS CORAIS

APA de Santa Rita 9.896,96 AL Maceió

APA de Sirinhaém 7.563,82 PE Rio Formoso; Sirinhaém

APA Marinha Ipojuca; Sirinhaém;


Recifes Serrambi 84.012,88 PE Rio Formoso; Tamandaré

PNM do Forte
do Tamandaré 347,01 PE Tamandaré

Rebio de Saltinho 562,57 PE Rio Formoso; Tamandaré

RPPN Aldeia Verde 19,22 AL Maceió

...

49
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

...
REGIÃO ÁREA PROTEGIDA ÁREA (ha) ESTADO MUNICÍPIOS

OUTRAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EXISTENTES NO TERRITÓRIO DO PROJETO TERRAMAR

RPPN Apolinário 119,05 AL Barra de Santo Antônio


COSTA DOS CORAIS

RPPN Oriente 65,12 AL Porto Calvo

AL Porto Calvo

RPPN Sereno 165,89

AL Porto de Pedras

RPPN Tobogã 1,00 AL Maceió

APA Caraíva/Trancoso 31.926,87 BA Porto Seguro

APA Conceição da Barra 7.907,02 ES Conceição da Barra

APA Santo Antônio 25.922,83 BA Belmonte; Santa Cruz Cabrália

ARIE do Degredo 2.357,04 ES Linhares

Flona de Goytacazes 1.425,64 ES Linhares

Flona de Rio Preto 2.817,37 ES Conceição da Barra

Parna do Descobrimento 22.694,04 BA Prado


BANCO DE ABROLHOS

Parque Nacional
e Histórico do Monte 22.239,56 BA Porto Seguro
Pascoal

Parna Pau Brasil 18.934,36 BA Porto Seguro

PES de Itaúnas 3.535,78 ES Conceição da Barra

PNM de
6,04 ES Conceição da Barra
Conceição da Barra

Rebio de Sooretama 27.858,69 ES Jaguaré; Linhares; Sooretama

Rebio do Córrego Grande 1.503,75 ES Conceição da Barra

RPPN Bom Sossego II 53,88 BA Santa Cruz Cabrália

RPPN Bom Sossego III 25,80 BA Santa Cruz Cabrália

RPPN Bozi 35,63 BA Prado

RPPN Bronzon 150,66 BA Prado

...

50
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

...
REGIÃO ÁREA PROTEGIDA ÁREA (ha) ESTADO MUNICÍPIOS

OUTRAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EXISTENTES NO TERRITÓRIO DO PROJETO TERRAMAR

RPPN Cahy 495,51 BA Prado

RPPN Carroula 14,66 BA Prado

RPPN Corumbau 29,42 BA Prado

RPPN Corumbau I 164,27 BA Prado

RPPN Demuner 80,46 BA Prado

RPPN Engelhardt 392,92 BA Prado

RPPN Fazenda do Cahy 83,35 BA Prado

RPPN Fernandes I, II e III 589,03 BA Prado

RPPN Flor do Norte I 304,37 BA Prado


BANCO DE ABROLHOS

RPPN Flor do Norte II 170,74 BA Prado

RPPN Jacuba Velha 83,52 BA Porto Seguro

RPPN Lembrança 19,47 BA Porto Seguro

RPPN Lembrança II 36,24 BA Porto Seguro

RPPN Mutum Preto 378,37 ES Linhares

RPPN Paraíso I 59,16 BA Porto Seguro

RPPN Pianissoli 210,18 BA Prado

RPPN Primavera 497,91 BA Prado

RPPN Primavera I 500,20 BA Prado

RPPN Rancho Letty 18,92 BA Prado

RPPN Recanto das Antas 2.245,49 ES Linhares; Sooretama

RPPN Renascer 264,77 BA Porto Seguro

RPPN Reserva
391,87 BA Belmonte
Maria Vicentini Lopes

...

51
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

...
REGIÃO ÁREA PROTEGIDA ÁREA (ha) ESTADO MUNICÍPIOS

OUTRAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EXISTENTES NO TERRITÓRIO DO PROJETO TERRAMAR

RPPN Riacho das Pedras 396,99 BA Prado

RPPN Rio da Barra 146,32 BA Porto Seguro

RPPN Rio do Brasil I 88,80 BA Porto Seguro

RPPN Rio do Brasil II 400,57 BA Porto Seguro

RPPN Rio do Brasil III 357,12 BA Porto Seguro

RPPN Rio do Brasil IV 74,68 BA Porto Seguro


BANCO DE ABROLHOS

RPPN Rio do Brasil V 54,47 BA Porto Seguro

RPPN Rio Jardim 6,95 BA Porto Seguro; Santa Cruz Cabrália

RPPN Santa Maria I 96,57 BA Prado

RPPN Santa Maria II 158,65 BA Prado

RPPN Santa Maria III 159,78 BA Prado

RPPN Terravista I 227,62 BA Porto Seguro

RPPN Terravista II 144,29 BA Porto Seguro

RPPN Três Morenas 35,47 BA Porto Seguro

RPPN Triângulo 56,83 BA Prado

RVS do Rio dos Frades 898,67 BA Porto Seguro

TERRAS INDÍGENAS

Águas Belas 1.203,08 BA Prado


BANCO DE ABROLHOS

Aldeia Velha 1.999,13 BA Porto Seguro

Barra Velha 9.070,95 BA Porto Seguro

Barra Velha
52.783,96 BA Porto Seguro; Prado
do Monte Pascoal

Comexatibá 28.099,15 BA Prado

...

52
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

...
REGIÃO ÁREA PROTEGIDA ÁREA (ha) ESTADO MUNICÍPIOS

TERRAS INDÍGENAS

Coroa Vermelha 1.495,11 BA Porto Seguro; Santa Cruz Cabrália


DE ABROLHOS
BANCO

Imbiriba 408,78 BA Porto Seguro

Mata Medonha 599,67 BA Santa Cruz Cabrália

Tupinambá de Belmonte 9.529,22 BA Belmonte

TERRAS QUILOMBOLAS

Linharinho 3.509,57 ES Conceição da Barra


DE ABROLHOS
BANCO

São Jorge 13.081,39 ES Conceição da Barra; São Mateus

São Domingos 11.763,20 ES Conceição da Barra; São Mateus

Serraria e São Cristovam 1.220,08 ES São Mateus

13 14 15 16 17
Fonte: MMA/CNUC ; FUNAI ; INCRA , IBGE , GIZ/TerraMar .

Na região do Banco de Abrolhos, estão inseridas 17 áreas prioritárias e 74 áreas


protegidas, das quais 61 são UCs (51 UCs de uso sustentável, nas categorias APA,
Reserva Extrativista (RESEX), Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), Floresta
18
Nacional (FLONA) e a grande maioria de RPPNs , e 10 UCs de proteção integral, nas
categorias Parque, Reserva Biológica (REBIO) e Refúgios de Vida Silvestre (RVS), 9
terras indígenas e 4 territórios quilombolas (Tabela 8).

13
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/areasprotegidasecoturismo/plataforma-cnuc-1
14
http://www.funai.gov.br/index.php/shape.
15
http://certificacao.incra.gov.br/csv_shp/export_shp.py.
16
https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/mapas-municipais.html.
17
Shape do território do Projeto TerraMar.
18
Apesar de legalmente as RPPNs serem consideradas UCs de uso sustentável, suas características conferem a elas status
de conservação similar às UCs de proteção integral.

53
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

Região do
Banco dos Abrolhos

LEGENDA

Limite territorial do projeto


Limites municipais
Limites estaduais
Áreas protegidas

Áreas prioritárias

Figura 3. Área de abrangência do Território TerraMar na Região do Banco de Abrolhos,


contemplando as áreas prioritárias e áreas já protegidas. Fonte: MMA; CNUC; FUNAI; INCRA;
19
SOS Mata Atlântica; GEF - MAR; IBGE; GIZ/TerraMar .

19 Informações disponíveis em:

https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/servicosambientais/ecossistemas-1/conservacao-1/areas-prioritarias/2a-
atualizacao-das-areas-prioritarias-para-conservacao-da-biodiversidade-2018
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/areasprotegidasecoturismo/plataforma-cnuc-1;
http://www.funai.gov.br/index.php/shape;
http://certificacao.incra.gov.br/csv_shp/export_shp.py;
http://mapas.sosma.org.br/;
https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/mapas-municipais.html;
e shape do território do Projeto TerraMar.

54
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

Região da
Costa dos Corais

LEGENDA

Limite territorial do projeto


Limites municipais
Limites estaduais
Áreas protegidas

Áreas prioritárias

Figura 4. Área de abrangência do Território TerraMar na Região da Costa dos Corais,


contemplando as áreas prioritárias e áreas já protegidas. Fonte: MMA; CNUC; FUNAI; INCRA;
20
SOS Mata Atlântica; GEF - MAR; IBGE; GIZ/TerraMar .

20
Informações disponíveis em:
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/servicosambientais/ecossistemas-1/conservacao-1/areas-prioritarias/2a-
atualizacao-das-areas-prioritarias-para-conservacao-da-biodiversidade-2018;
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/areasprotegidasecoturismo/plataforma-cnuc-1;
http://www.funai.gov.br/index.php/shape;
http://certificacao.incra.gov.br/csv_shp/export_shp.py;
http://mapas.sosma.org.br/;
https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/mapas-municipais.html;
e shape do território do Projeto TerraMar.

55
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar
Áreas Prioritárias na região de abrangência do projeto
Tabela 9. Áreas Prioritárias e Protegidas por Município.

Áreas Protegidas

Área Prioritária
Total
Unidade de Conservação Terras indígenas Terras quilombolas
Total geral % total
Região e Áreas % total sobreposto geral do
estaddo Município das Áreas com o município
Protegidas
Área Área Área sobrepostas Protegidas município sobreposto*
Área do (ha)
% do sobreposta % do sobreposta % do sobreposta % do com o
sobreposta município
município com o município com o município com o município município
com o sobreposta
sobreposta município sobreposta município sobreposta município sobreposta (ha)
município
(ha) (ha) (ha)
(ha)

Barreiros 0,85 0,00 2.832,54 12,2 - - - - 2.832,54 12,2 2.833,39 12,17

Rio 1.591,10 6,85 15.453,32 66,5 - - - - 15.453,32 66,5 17.044,42 73,37


Formoso

São José da
- - 332,74 5,0 - - - - 332,74 5,0 332,74 -
Coroa Grande

Pernambuco
Sirinhaém 17.978,12 47,81 10.321,14 27,4 - - - - 10.321,14 27,4 28.299,26 75,25

Tamandaré 3.028,02 14,97 11.832,62 58,5 - - - - 11.832,62 58,5 14.860,65 3.028,02

Barra de
9.181,00 69,99 676,89 5,2 - - - - 676,89 5,2 9.857,89 9.181,00
Santo Antônio

Japaratinga - - 457,36 5,3 - - - - 457,36 5,3 457,36 -

Maceió 33.852,45 67,39 3.176,19 6,3 - - - - 3.176,19 6,3 37.028,63 73,71

Costa dos Corais


Maragogi - - 562,46 1,7 - - - - 562,46 1,7 562,46 -

Paripueira 9.245,87 99,94 7,45 0,1 - - - - 7,45 0,1 9.253,33 100,00

Passo de

Alagoas
17.487,84 69,50 1.452,94 5,8 - - - - 1.452,94 5,8 18.940,79 75,28
Camaragibe

Porto Calvo - - 224,20 0,7 - - - - 224,20 0,7 224,20 -

Porto 90,22 0,35 292,09 1,1 - - - - 292,09 1,1 382,31 1,49


de Pedras

São Luís 37.686,26 94,64 24,07 0,1 - - - - 24,07 0,1 37.710,33 94,70
do Quitunde

São Miguel
325,34 4,24 0,27 0,0 - - - - 0,27 0,0 325,61 4,25
dos Milagres

56
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar
Áreas Prioritárias na região de abrangência do projeto // Tabela 9. Áreas Prioritárias e Protegidas por Município.

Áreas Protegidas

Área Prioritária
Total
Unidade de Conservação Terras indígenas Terras quilombolas
Total geral % total
Região e Áreas % total sobreposto geral do
estaddo Município das Áreas com o município
Protegidas
Área Área Área sobrepostas Protegidas município sobreposto*
Área do (ha)
% do sobreposta % do sobreposta % do sobreposta % do com o
sobreposta município
município com o município com o município com o município município
com o sobreposta
sobreposta município sobreposta município sobreposta município sobreposta (ha)
município
(ha) (ha) (ha)
(ha)

Alcobaça 58.367,63 38,65 7.627,86 5,1 - - - - 7.627,86 5,1 65.995,48 43,70

Belmonte 162.683,20 83,26 16.941,59 8,7 9.529,22 4,9 - - 26.470,81 13,6 189.154,01 96,81

110.051,13 84,08 13.255,79 10,1 - - - - 13.255,79 10,1 123.306,92 94,20


Canavieiras

Caravelas 66.581,23 28,43 51.708,01 22,1 - - - - 51.708,01 22,1 118.289,24 50,51

Mucuri 116.432,09 65,01 41,94 0,0 - - - - 41,94 0,0 116.474,03 65,04

Bahia
Nova
107.814,92 81,55 10.174,86 7,7 - - - - 10.174,86 7,7 117.989,79 89,25
Viçosa

Porto 140.918,19 61,79 66.854,20 29,3 55.001,88 24,1 - - 121.856,08 53,4 262.774,27 100,00
Seguro

Prado 95.604,81 56,54 27.691,97 16,4 37.704,86 22,3 - - 65.396,82 38,7 161.001,63 95,22

Banco de Abrolhos
Santa Cruz 108.312,50 73,34 12.980,27 8,8 1.277,63 0,9 - - 14.257,90 9,7 122.570,40 108.312,50
Cabrália

Conceição 73.974,79 62,09 15.657,54 13,1 - - 12.014,51 10,1 27.672,05 23,2 101.646,84 85,32
da Barra

47.741,33 72,75 602,52 0,9 - - - - 602,52 0,9 48.343,85 73,67


Jaguaré

Linhares 192.018,07 54,85 10.579,32 3,0 - - - - 10.579,32 3,0 202.597,39 192.018,07

Espírito Santo
São 113.520,15 48,36 70,49 0,0 - - 17.559,72 7,5 17.630,21 7,5 131.150,36 55,87
Mateus

Sooretama 24.297,57 40,98 23.335,56 39,4 - - - - 23.335,56 39,4 47.633,13 80,34

21 22 23 24 25
* Porcentagem da área total do município sobreposta com as áreas prioritárias e protegidas, podendo ter sobreposição entre elas. Fonte: MMA ; CNUC ; FUNAI ; INCRA , IBGE ,
26
GIZ/TerraMar .

21 24
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/servicosambientais/ecossistemas-1/conservacao-1/areas-prioritarias/2a-atualizacao-das-areas-prioritarias-para-conservacao-da-biodiversidade-2018 http://certificacao.incra.gov.br/csv_shp/export_shp.py.
22 25
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/areasprotegidasecoturismo/plataforma-cnuc-1 https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/mapas-municipais.html.
23 26 57
http://www.funai.gov.br/index.php/shape. Shape do território do Projeto TerraMar.
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

Os municípios de Paripueira (AL), São Luís do Quitunde (AL) e Canavieiras


(BA) se destacam com uma sobreposição que abrange grande parte do seu
território por áreas prioritárias, com 99,9%, 94,6% e 84,1% respectivamente.
Em relação às áreas protegidas, os municípios que se destacam são Rio
Formoso (PE), com 66,5% do seu território sobreposto por alguma categoria
de área protegida; Tamandaré (PE), com 58,5% de sobreposição; e Porto
Seguro (BA), com 53,4%. Considerando ambas, os três municípios inseridos
na área de abrangência do Projeto TerraMar que mais se destacam são:
Paripueira (AL), com 100% do seu território sobreposto; Porto Seguro (BA),
com 100%; e Belmonte (BA) com 96,8%.

Já os menores índices de sobreposição referem-se a municípios da Região


da Costa dos Corais – localizados nos estados de Pernambuco e Alagoas –,
sendo: Porto Calvo (AL), com 0,7%; Porto de Pedras (AL), com 1,5%; Maragogi
(AL), 1,7%; São Miguel dos Milagres (AL), 4,2%; São José da Coroa Grande (PE),
4,9%; e Japaratinga (AL), 5,3%.

6.2 Planos, programas e projetos com incidência


no território

Com o intuito de complementar e apoiar a tomada de decisão para o


desenvolvimento de ações locais para implementação das áreas prioritárias,
foi realizado um levantamento inicial de planos, programas e projetos (PPPs)
estaduais e federais governamentais em sinergia com a temática Áreas e
Ações Prioritárias e com o território do projeto TerraMar.

Esse levantamento tem como finalidade apoiar principalmente dois


momentos da análise das áreas prioritárias como apoio para a definição de
políticas e estratégias de conservação locais, sendo: I) na definição da área
de abrangência a ser utilizada como estudo de caso na capacitação, em que
a análise dos PPPs, quando sobreposta às áreas prioritárias / unidades de
planejamento, pode indicar qual estado / região tem uma maior incidência
de PPPs ou até mesmo a inexistência destas com relação à temática
escolhida; II) como apoio na construção do Plano de Ação Local por meio da
identificação de oportunidades e lacunas relacionadas a planos, programas
e projetos, de maneira a potencializar a conservação de alvos e valores de
conservação e minimizar as ameaças para as áreas prioritárias / unidades de
planejamento.

58
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

Cabe pontuar que essa busca também teve o objetivo de identificar


informações, dados e bancos de dados georreferenciados disponíveis, com o
intuito de serem utilizados como fonte de informação para apoiar o processo
de capacitação e elaboração de planos de ação específicos para os territórios
do Projeto TerraMar.

Inicialmente, essa análise contou com o envio de um questionário online


elaborado na plataforma Formulários Google e respondido pelos pontos
focais do Projeto TerraMar nos estados. As respostas à questão “Indique a
existência de legislações, políticas, planos, programas e projetos de seu
conhecimento que tenham incidência nos municípios da área de
abrangência do Projeto TerraMar (e/ou do seu entorno) e que estão
relacionadas às temáticas de conservação, desenvolvimento, infraestrutura
e etc.”, presente nesse formulário, trouxeram informações iniciais com
relação aos PPPs. A partir dessas informações adquiridas via questionário,
foram realizadas buscas nos canais de internet oficiais dos estados por meio
da utilização de palavras-chaves relacionadas com os temas áreas
prioritárias, região costeira, planejamento e gestão do território, UCs e
Projeto TerraMar, sempre levando em consideração os portais estaduais,
relatórios de gestão, legislações, notícias etc.

As informações disponíveis dos quatro estados foram classificadas nas


mesmas áreas temáticas utilizadas na análise dos critérios de apoio à
definição de temas estratégicos para intervenção nas UPs: (1) Recuperação e
Restauração de Ecossistemas; (2) Áreas Protegidas; (3) Fortalecimento de
Cadeias de Valor e do Manejo Sustentável da Sociobiodiversidade; (4)
Pesquisa e Monitoramento; (5) Conservação de Espécies, Hábitats ou
Ecossistemas; (6) Recursos Hídricos; (7) Educação Ambiental; (8) Fiscalização
Ambiental e Implementação de instrumentos de comando e controle; (9)
Criação e Fortalecimento de Instrumentos econômicos e de Gestão
Territorial.

Os PPPs foram organizados por estados em uma planilha (Anexo 1) que


poderá ser complementada no decorrer da capacitação. Na Região da Costa
dos Corais, foram identificadas 79 PPPs, estando a grande maioria
relacionada à zona costeira e às UCs inseridas nesse território. O estado de
Pernambuco apresenta uma boa quantidade de instrumentos de gestão e
PPPs estaduais, dentre os quais podemos destacar o Atlas Ambiental do
Estado de Pernambuco, a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro, o

59
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro (ZEEC) do litoral sul, o


Zoneamento Ambiental e Territorial das Atividades Náuticas (ZATAN), o Atlas
da Vulnerabilidade da Zona Costeira e Mudanças Climáticas, o Guia
Sedimentológico das Praias de Pernambuco, os Planos de Gestão Integrada
da Orla Marítima de Sirinhaém, Tamandaré, Rio Formoso, Barreiros e São
José da Coroa Grande, o Plano e a Política Estadual de Enfrentamento às
Mudanças Climáticas, entre outras. Já no estado de Alagoas, entre todas as
informações disponíveis, podemos destacar o Programa Estrutura Alagoas, o
Projeto da Corporação Andina de Fomento (CAF), o Programa Estadual de
Gerenciamento Costeiro, o Projeto Alagoas Mais Verde e o IMAGEO (banco
de dados geográficos georreferenciados do estado).

Seguindo o mesmo padrão da Região da Costa dos Corais, também foram


identificados 67 PPPs e instrumentos de gestão na Região do Banco de
Abrolhos, dentre os quais podemos destacar, no estado da Bahia, as Áreas
Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Estado, os
Zoneamentos Ecológico Econômico e Costeiro (ZEE e ZEEC), a Lista Oficial
das Espécies Endêmicas da Flora Ameaçadas de Extinção do estado, os
Planos de Ação e Recuperação para Espécies Ameaçadas de Extinção e de
Interesse Social, o Módulo de Avaliação Preliminar do Geobahia (MAP), o
Painel Estadual de Indicadores Ambientais e o Programa Estadual de
Gerenciamento Costeiro. No estado do Espírito Santo, as informações
disponíveis que se sobressaem são: o Plano Estadual de Gerenciamento
Costeiro, a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), o Sistema
Estadual de Unidades de Conservação (SISEUC), a Lista de espécies da
Fauna e Flora silvestres ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo,
o Plano Municipal da Mata Atlântica do município de Conceição da Barra, o
Programa de Pagamento por Serviços Ambientais, entre outros planos,
programas e projetos.

É importante ressaltar que, além de todos os PPPs supracitados, essas duas


regiões também contam com UCs e seus instrumentos legais e atos de
criação, nas esferas de gestão federal, estadual e municipal em seus
territórios. Quanto aos planos de manejo, foi possível identificar que uma
parcela considerável das unidades de conservação do território conta com
esse instrumento de gestão.

60
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

Os estados também contam com o apoio de PPPs federais, dentre os quais


podemos destacar:

Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro (GERCO), que tem por


objetivo operacionalizar o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro
(PNGC) e fortalecer a capacidade gerencial dos estados e dos municípios
para a Gestão Costeira;

Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima (Projeto Orla), que visa


compatibilizar as políticas ambiental e patrimonial federais nos espaços
litorâneos, buscando uma nova abordagem ao uso e gestão, como forma de
consolidar uma orientação cooperativa e harmônica entre as ações e
políticas praticadas na orla marítima;

Programa Nacional de Conservação da Linha de Costa (Procosta), que tem


por objetivo promover o monitoramento e a gestão integrada da zona
costeira brasileira, com ênfase em cenários temporais e espaciais da linha de
costa em função das mudanças climáticas e eventos extremos, trazendo
impactos socioeconômicos à localidade;

Guia de Diretrizes de Prevenção e Proteção à Erosão Costeira, que tem


como premissas a utilização de intervenções mais sustentáveis para
mitigação e prevenção da erosão costeira;

Inventário Florestal Nacional (IFN), que é um levantamento dos recursos


florestais brasileiros realizado periodicamente, com medições sendo
repetidas nos mesmos locais, a fim de acompanhar as mudanças florestais
ao longo do tempo.

Rio Formoso-PE
Foto: Studio Lumix/GIZ 04
61
Estudo de caso: território do Projeto TerraMar

Em conversa virtual com os pontos focais dos estados no início de fevereiro


de 2021, foi realizada uma enquete para identificar quais seriam os temas
prioritários para cada estado, a partir dos aspectos trabalhados no processo
de Áreas Prioritárias da Mata Atlântica Nacional. O resultado é mostrado na
Figura 5, com a indicação dos temas Recuperação/ Restauração de
Ecossistemas e Fiscalização Ambiental como sendo os mais prioritários, com
quatro votos cada um.

Figura 5. Temas Prioritários. Fonte: Os autores

Temas Prioritários
Nível de prioridade

Educação Ambiental

Recursos Hídricos

Cadeias de Valor da Sociobiodiversidade

Conservação de Espécies, Habitats ou Ecossistemas

Instrumentos Econômicos e de Gestão Territorial

Áreas Protegidas - Criação e Ampliação

Pesquisa e Monitoramento

Fiscalização Ambiental

Recuperação e Restauração de Ecossistemas

0 1 2 3 4

Os estados também tiveram a oportunidade de ressaltar outros temas e


subtemas a serem incluídos: (1) território de populações tradicionais; (2)
espécies invasoras – Coral Sol; (3) ordenamento da pesca; (4) zoneamento e
estabelecimento de regras para implantação de monocultivos e atividades
pastoris; (5) uso e ocupação do solo. Estes temas ainda serão aperfeiçoados
no planejamento da capacitação, de forma a proporcionar maior efetividade
dos PPPs no processo de construção dos Planos de Ação com áreas
prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de
conservação locais.

62
Áreas Prioritárias como apoio para
7 a definição de políticas e estratégias
de conservação locais

Este capítulo está estruturado para apoiar em reflexões sobre como é


possível potencializar a utilização das Áreas Prioritárias para a Conservação
no apoio à definição de políticas e estratégias de conservação locais, bem
como para apoiar o processo decisório com base em ferramentas de suporte
à discussão e à decisão. Abaixo, a Figura 6 resume as principais etapas desse
processo.

Figura 6. Etapas e reflexões: definição e decisão de estratégias de conservação locais.


Fonte: Os autores

I III
Sistematização dos alvos de
Definição da área
conservação e bases relacionadas
de abrangência e
às oportunidades e ameaças para
escopo e possíveis
conservação por unidade de
áreas estratégicas
planejamento

...
Início

II IV
Identificação das Levantamento de Políticas,
áreas e ações Planos e Projetos e outras
prioritárias já bases de informações locais
definidas do território

APA de Guadalupe
Foto: Studio Lumix/GIZ 63
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

V VII
Identificação de
oportunidades que potencializem Revisão das ações
a conservação dos alvos e valores definidas para a(s) área(s)
de conservação identificados para prioritária(s) selecionada(s)
as unidades de planejamento

...
...

VI VIII
Identificação de ameaças que As ações sugeridas
coloquem em risco a manutenção são adequadas e/ou
dos alvos e valores de conservação suficientes para garantir a
identificados para as unidades de conservação dos alvos e
planejamento valores de conservação,
aproveitamento das
oportunidades e minimização
das ameaças identificadas
para as unidades de
planejamento?

IX
Elaboração de
Sim Não
Plano de Ação
Local
...

... IX
Fim

Identificação de ações que


garantam a conservação dos
alvos e valores de conservação,
aproveitamento das
X oportunidades e minimização
Elaboração de das ameaças para as áreas
Plano de Ação prioritárias/unidades de
Local planejamento, considerando
os objetivos estratégicos
definidos localmente

64
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Detalhamento das etapas

Definição da área de abrangência e escopo e possíveis áreas


estratégicas
I

Um território (estado, região, município) pretende avançar no


planejamento e no desenvolvimento de ações para ampliação da
conservação da biodiversidade e uso sustentável, a partir da ferramenta
já estabelecida em âmbito federal – as Áreas Prioritárias para a
Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da
Biodiversidade.

Isso pode ocorrer, por exemplo, pela presença de um projeto na região


(como é o caso do Projeto TerraMar), pela existência de recursos
financeiros para serem investidos, pelo potencial de desenvolvimento de
novos projetos ou programas de conservação, pela mobilização de
instituições para atuar em parceria, pelos exercícios de zoneamento ou
pelo planejamento do território, entre outras situações.

Neste momento é possível também que se decida definir áreas


estratégicas dentro do território maior, o que poderia ser realizado, por
exemplo, com o apoio de uma matriz como a apresentada na Tabela 10.

Tabela 10. Matriz de apoio à definição de áreas estratégicas no território.

DEFINIÇÃO DE ÁREAS ESTRATÉGICAS PARA INTERVENÇÃO NO TERRITÓRIO

Extremamente alta 6

Classificação da
importância biológica Muito alta 4

Alta 2
A região faz
Sim
parte de uma área
Extremamente alta 0
prioritária para
a conservação Classificação da
prioridade de ação Muito alta 4

Alta 2

Não - 2

SUBTOTAL 0 - 12

...

65
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

...
DEFINIÇÃO DE ÁREAS ESTRATÉGICAS PARA INTERVENÇÃO NO TERRITÓRIO SUBTOTAL 0 - 12

Existem recursos
disponíveis em
3
quantidade adequada

Existem recursos parciais 2


Existência de
recursos governamentais
ou não governamentais para
a implementação de ações
Existem oportunidades
de conservação e 1
de captação de recursos
uso sustentável
a curto ou médio prazo

Não existem
oportunidades de recursos 0
a médio ou curto prazo

Existe um
grupo de instituições
e atores interessados,
comprometidos e
articulados para apoiar 3
ações de conservação
da biodiversidade e
uso sustentável dos
recursos naturais

A área conta com


oportunidades no
contexto local que
Existe um
potencializem a grupo de instituições
conservação das Sim e atores interessados e
áreas prioritárias e comprometidos para
seus alvos, suas apoiar ações de
conservação
funções ou valores da biodiversidade e 2
Existência de
principais um grupo de instituições uso sustentável dos
e atores interessados e recursos naturais,
comprometidos com a porém é necessário
conservação da biodiversidade maior integração
e uso sustentável entre eles
dos recursos naturais

Existe um
grupo de instituições
e atores com potencial
para apoiar ações de
conservação da
biodiversidade e uso
sustentável dos recursos 1
naturais, porém é
necessário sensibilizá-los
para que ampliem seu
interesse e
comprometimento

Não foram identificadas


instituições ou atores com 0
atuação no território

A área conta com


Instrumentos de Existem processos
oportunidades no planejamento ambiental em andamento para
contexto local que e zoneamento em âmbito elaboração ou revisão
potencializem a local / regional no território de instrumentos de
Sim que possam incorporar 3
conservação das planejamento ambiental
informações e/ou e zoneamento a nível
áreas prioritárias e orientações relacionadas
seus alvos, suas local/regional no
às áreas prioritárias território
funções ou valores para a conservação
principais

...

66
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

...
DEFINIÇÃO DE ÁREAS ESTRATÉGICAS PARA INTERVENÇÃO NO TERRITÓRIO

Há a previsão
de início de processos
de elaboração ou revisão
de algum instrumento 2
planejamento ambiental
e zoneamento em
âmbito local / regional
no território

Não existem
processos de
Instrumentos de elaboração ou revisão
planejamento ambiental de algum instrumento
e zoneamento em âmbito planejamento
local / regional no território ambiental e 1
que possam incorporar zoneamento em
informações e/ou âmbito local / regional
orientações relacionadas no território previsto,
às áreas prioritárias mas instituições e
para a conservação atores locais
reconhecem essa
necessidade

Não existe perspectiva


nem reconhecimento
da necessidade de
A área conta com elaboração ou revisão
oportunidades no de instrumentos de 0
contexto local que planejamento
ambiental e
potencializem a zoneamento em âmbito
conservação das local / regional no
áreas prioritárias e Sim território
seus alvos, suas
funções ou valores
principais

Existem políticas
públicas de estímulo
à conservação da
biodiversidade e uso
sustentável dos
recursos naturais no 3
território e ambiente
político institucional
favorável à sua
incorporação em
processos decisórios

Existe legislação
ou um conjunto de
Políticas públicas que programas voltados
abrangem o território, para a conservação
apoiam decisões e da biodiversidade e
contam com uso sustentável dos
instrumentos capazes recursos naturais no
de apoiar a promoção 2
território, e há
da conservação da ambiente político
biodiversidade e uso institucional para seu
sustentável dos avanço e sua
recursos naturais incorporação nos
processos decisórios

A legislação, os
programas e as ações
voltados para
conservação da
biodiversidade e uso
sustentável dos
recursos naturais no 3
território são
insuficientes e pouco
articulados, mas há
ambiente político
institucional para seu
avanço

...

67
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

...
DEFINIÇÃO DE ÁREAS ESTRATÉGICAS PARA INTERVENÇÃO NO TERRITÓRIO

A área conta com


Políticas públicas que Não existe respaldo
oportunidades no legal, nem programas,
abrangem o território,
contexto local que apoiam decisões e nem ações voltados
potencializem a contam com para conservação da
conservação das instrumentos capazes biodiversidade e uso
Sim sustentável dos
áreas prioritárias e de apoiar a promoção 2
da conservação da recursos naturais no
seus alvos, suas território nem
biodiversidade e uso
funções ou valores sustentável dos ambiente político
principais recursos naturais institucional para
avançar no tema

Não - 0

SUBTOTAL 0 - 12

Alta 3

Potencialidade de
concretização da ameaça Média 2

Baixa 1

Alta 3

Intensidade da pressão
A área sofre ou da ameaça se concretizar Média 2
com pressões ou
é ameaçada no
contexto, o que Baixa 1
resulta em risco à Sim
conservação das
Alta 3
áreas prioritárias
e seus alvos, suas Abrangência da
funções ou valores pressão ou ameaça Média 2
principais

Baixa 1

Alta 3

Reversibilidade da
pressão ou ameaça Média 2

Baixa 1

Não - 2

SUBTOTAL 0 - 12

TOTAL 0 - 36

Identificação das áreas e ações prioritárias já definidas


II
A sobreposição do mapa de áreas prioritárias e o de áreas protegidas ao
território vai permitir a identificação de todas as áreas já definidas como
prioritárias na região, bem como sua importância biológica e prioridade
de ação. A partir disso, também será possível verificar as ações já
estabelecidas como prioritárias para cada uma dessas áreas.

68
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Sistematização dos alvos de conservação e bases


relacionadas às oportunidades e às ameaças para conservação
III por unidades de planejamento

A partir da identificação das áreas prioritárias, é possível consultar a base


de dados do MMA para sistematização dos alvos de conservação, das
ameaças e das oportunidades para conservação que, por meio da
metodologia de planejamento sistemático para a conservação, foram
determinantes para a escolha dessas áreas e a definição das ações.

Essas informações são públicas, disponíveis para uso e podem apoiar


ações em âmbito local como justificativas para a conservação, decisões
para aporte de recursos, elaboração de projetos, apoio na análise de
avaliações de impacto ambiental e licenciamento, entre outras.

Levantamento de PPPs e outras bases de informações locais


IV

O território pode contar com informações importantes para apoiar


decisões de conservação que não foram consideradas pelo exercício de
definição das áreas prioritárias em esfera nacional por não estarem
disponíveis na mesma qualidade e escala para todo o país. Agora será a
oportunidade de aproveitar essas informações e cruzá-las com as
informações presentes nas bases de dados das áreas prioritárias.

A adequada compreensão dos PPPs que incidem no território também


auxiliará na identificação de oportunidades ou ameaças à conservação
dessas áreas, ou seja, variáveis que possam facilitar ou dificultar a
implementação de ações prioritárias para a conservação.

Essas informações deverão ser sistematizadas de forma a facilitar sua


análise conjunta.

69
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Identificação de oportunidades que potencializem a conservação


das áreas prioritárias, suas funções ou valores principais
V

Nessa etapa as informações levantadas e sistematizadas nas etapas


anteriores são analisadas e classificadas de acordo com o seu potencial
de influência no território. Vale destacar que informações espacializadas
são importantes por ampliarem a objetividade das análises, o que não
impede a incorporação de outras informações adicionais para apoiar o
entendimento do contexto e o potencial de intervenção no território.

Exemplos:

a) Políticas públicas que abrangem o território e contam com


instrumentos capazes de apoiar a promoção da conservação da
biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais;

b) Programas ou projetos que abrangem o território e apoiam a


conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos
naturais;

c) Oportunidades de recursos governamentais ou não governamentais


para a implementação de ações de conservação e uso sustentável;

d) Existência de um grupo de instituições e atores interessados e


comprometidos com a conservação da biodiversidade e o uso
sustentável dos recursos naturais;

e) Previsão ou elaboração de instrumentos de planejamento ambiental


e zoneamento no território que possam incorporar as informações
sistematizadas;

f) Ambiente político favorável para a implementação de ações de


conservação e uso sustentável dos recursos naturais.

70
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Identificação de ameaças que coloquem em risco


as áreas prioritárias, suas funções ou valores principais
VI

Nessa etapa, as informações levantadas e sistematizadas nas etapas


anteriores são analisadas e classificadas de acordo com o seu potencial
de influência no território.

Exemplos:

a) Programas ou projetos que abrangem o território e podem constituir


ameaças à conservação da biodiversidade e uso sustentável dos
recursos naturais;

b) Áreas de influência direta e indireta de empreendimentos e


atividades capazes de colocar em risco a conservação das áreas
prioritárias, suas funções e valores;

c) Ausência de grupo de instituições e atores interessados e


comprometidos com a conservação da biodiversidade e uso sustentável
dos recursos naturais;

d) Ausência de instrumentos de planejamento ambiental e zoneamento


no território;

e) Falta de recursos para a implementação de ações de conservação e o


uso sustentável dos recursos naturais;

f) Ambiente político desfavorável para a implementação de ações de


conservação e o uso sustentável dos recursos naturais.

Análise das ações definidas para a(s) área(s) prioritária(s) selecionada(s)


VII
Considerando que um dos objetivos do processo é potencializar o uso
das Áreas Prioritárias para a Conservação e suas bases de dados,
recomenda-se que as oportunidades e as ameaças no contexto das
unidades de planejamento sejam avaliadas à luz das ações prioritárias
recomendadas pelo exercício realizado em âmbito federal.

...

71
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

...
VII
Neste momento pode-se concluir que as recomendações realizadas já
são suficientes e, assim, seguir para a elaboração de um plano de ação
mais específico. Outra possibilidade é concluir que as ações já
recomendadas podem ser aprimoradas e que o grupo deve pensar em
ações complementares, considerando a nova escala de análise e as
oportunidades e ameaças locais.

Definição de ações específicas para intervenção no território


VIII

A partir da definição de que, para garantir a conservação de alvos e


valores de conservação locais, é necessário estabelecer ações
complementares e mais específicas no território, recomenda-se uma
análise integrada das bases de dados do exercício de Áreas Prioritárias.
O cruzamento dessas informações, considerando os alvos para a
conservação e os elementos que dificultam ou facilitam a conservação
em um nível mais detalhado do que das Áreas Prioritárias, como para
cada UP, podem apoiar na definição da intervenção local que se
pretende realizar e quais informações locais complementares são
importantes de serem agregadas ao processo.

Informações ambientais e socioeconômicas locais, da legislação e de


planos, programas e projetos de desenvolvimento econômico ou de
conservação, sempre que possível contemplando o conhecimento de
instituições e atores-chave que atuam na região, são importantes para o
refinamento do exercício e o apoio a tomada de decisão, para a
elaboração de planos de ação e para a implementação de políticas
públicas locais.

No caso de um exercício que pretenda resultar em um plano de ação


local, essas informações auxiliarão na definição de ações, metas,
indicadores, prazos e responsáveis, o que poderá ser realizado de forma
participativa.

...

72
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

...
VIII

Um plano de ação específico para um tema ou território deverá sempre


representar complementariedade ou avanço em relação ao que já foi
previamente proposto pelas Áreas Prioritárias, não devendo contar
ações que possam prejudicar a conservação dos alvos ou que conflitem
com as macroações identificadas para os territórios.

Sugerimos que esse processo de análise das bases de dados e


priorização seja realizado com apoio de ferramentas que facilitem a
discussão e a tomada de decisão como a matriz de suporte à decisão
apresentada na Tabela 11. Vale destacar que os critérios sugeridos como
suporte para a definição de temas prioritários de ações podem e devem
ser revisados e ajustados conforme o contexto e as necessidades locais.

Tabela 11. Sugestão de critérios de apoio à definição de temas estratégicos para intervenção
nas UPs localizadas nas Áreas Prioritárias.

DEFINIÇÃO DE TEMA ESTRATÉGICO PARA INTERVENÇÃO NAS UPS

TEMA SUGESTÃO DE CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE UPS

Cobertura vegetal natural abaixo de 30% na UP;


50% ou mais de APPs de uso restrito (declividade e
Ações altitude) degradadas na UP;
Recuperação e 27
relacionadas à 50% ou mais de APPs de curso d’água degradadas na UP ;
Restauração de recuperação e à
Ecossistemas restauração de Menos de 50% de cobertura florestal e presença de área
ecossistemas de manancial na UP;
28
Baixo índice de conectividade na UP ;
Menos de 50% de cobertura florestal e área definida
como entorno de UCs na UP;

...

27
Exigência de processamento de dados adicionais (base FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável).
28
Exigência de processamento de dados adicionais (base FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável).

73
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

...
DEFINIÇÃO DE TEMA ESTRATÉGICO PARA INTERVENÇÃO NAS UPS

TEMA SUGESTÃO DE CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE UPS

Alto índice de presença de espécies criticamente


29
ameaçadas nas UPs ;
Mínimo de 60% de cobertura de vegetação natural e
que abranja parte de um remanescente acima de 1.000
30
Ações relacionadas ha na UP ;
à criação ou à
ampliação de UCs Presença de Key Biodiversity Areas (KBA), Important
de Proteção Integral Bird Areas (IBA) ou Sítios da Brazilian Alliance for Zero
Extinction (BAZE) na UP;
Presença de área de manancial de abastecimento de
água na UP;

Áreas Protegidas
Presença de comunidade tradicional/extrativista na
UP;
Mínimo de 60% de cobertura de vegetação natural e
que abranja parte de um remanescente acima de 1.000
31
Ações relacionadas ha na UP ;
à criação ou à Presença de área de manancial de abastecimento de
ampliação de UCs
de Uso Sustentável água na UP;
UP parte de área de entorno de UC de proteção
integral;
Presença de pesca artesanal de baixa densidade ou
comunidades pesqueiras organizadas na UP;
Presença de sítios históricos e naturais;

Ações relacionadas
à criação ou à Presença de estudo relacionado à criação de TI ou
ampliação de Território quilombola;
TIs ou TQ

...

29
Recomenda-se o estabelecimento de classes para seleção das que apresentarem os maiores índices de ocorrência.
30
Exigência de processamento de dados adicionais. Utilização de informações do MapBiomas para definição dos
polígonos dos remanescentes.

31 Exigência de processamento de dados adicionais. Utilização de informações do MapBiomas para definição dos
polígonos dos remanescentes.

74
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

...
DEFINIÇÃO DE TEMA ESTRATÉGICO PARA INTERVENÇÃO NAS UPS

TEMA SUGESTÃO DE CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE UPS

Alto número de registros de áreas de observação de


32
aves na UP ;
Presença de assentamentos na UP;
Ações relacionadas Presença de comunidade tradicional/extrativista na
Fortalecimento
ao fortalecimento UP;
de Cadeias de de cadeias de valor
Valor e do Manejo e do manejo Presença de Terras Indígenas e Territórios Quilombolas
Sustentável da sustentável da já reconhecidas;
Sociobiodiversidade sociobiodiversidade
Presença de pesca artesanal de baixa densidade ou
comunidades pesqueiras organizadas na UP;
Presença de atividades relacionadas ao turismo de
natureza como mergulho livre e autônomo, trilhas de
longo percurso e avistamento de fauna;
Presença de turismo de base comunitária;

Lacuna de informações sobre espécies em UP de alto


endemismo ou com altos índices de ocorrência de
33
Ações relacionadas espécies criticamente ameaçadas ;
Pesquisa e à pesquisa e ao Presença de sítios arqueológicos validados pela Área
Monitoramento monitoramento
de Registro e Cadastro do Centro Nacional de
Arqueologia;
Presença de geossítios e sítios paleontológicos.

34
Alto endemismo na UP ;
Altos índices de ocorrência de espécies criticamente
35
ameaçadas na UP ;
Presença de Key Biodiversity Areas (KBA), Important

Conservação de Bird Areas (IBA) ou Sítios da Brazilian Alliance for Zero


Ações relacionadas
Espécies, Hábitats à conservação de Extinction (BAZE) na UP;
ou Ecossistemas espécies, hábitats Presença de manguezais e seus apicuns, estuários,
ou ecossistemas
dunas, marismas, praias ou áreas de restinga na UP;
Presença de recifes rasos, mesofóticos e profundos,
bancos de rodolitos, costões rochosos, buracas,
bancos, talude, cadeias e montes submarinos na UP;
Presença de ilhas oceânicas e ilhas costeiras na UP;

...

32
Recomenda-se o uso de classes com base na característica do território para seleção das que apresentarem os maiores
números de ocorrência
33
Recomenda-se o uso de classes com base na característica do território para seleção das que apresentarem os maiores
números de ocorrência.

34 Recomenda-se o uso de classes com base na característica do território para seleção das que apresentarem os maiores
números de ocorrência.

35 Recomenda-se o uso de classes com base na característica do território para seleção das que apresentarem os maiores
números de ocorrência.

75
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

...
DEFINIÇÃO DE TEMA ESTRATÉGICO PARA INTERVENÇÃO NAS UPS

TEMA SUGESTÃO DE CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE UPS

UP à montante dos pontos de captação para

Ações relacionadas abastecimento público;


à provisão e à 50% ou mais de APPs de curso d’água degradadas
manutenção de 36
na UP ;
manancial de
abastecimento Menos de 50% de cobertura florestal e presença de
público área de manancial na UP;
Recursos Balanço hídrico classificado como crítico na UP;
Hídricos

Presença de alvos de conservação relacionados a


Ações relacionadas
ambiente aquático;
à proteção da
biodiversidade 50% ou mais de APPs de curso d’água degradadas
aquática 37
na UP ;
70% ou mais da UP desmatada 38 ;

39
Ocorrência de desmatamento entre 2019 e 2020 ;
UP de alto endemismo ou com altos índices de
ocorrência de espécies criticamente ameaçadas40;
Presença de área de manancial de abastecimento de
Educação Ações relacionadas água na UP;
à educação Alta ocorrência de incêndios na UP ;
41
Ambiental ambiental
Presença de Assentamentos na UP;
Ser APA;
Presença de trilhas de longo percurso na UP;Presença
de geossítios, sítios paleontológicos ou sítios
arqueológicos na UP;

Fiscalização 42
Ações relacionadas Ocorrência de desmatamento entre 2019 e 2020 ;
Ambiental e 43
à fiscalização Alta ocorrência de incêndios na UP ;
Implementação ambiental 44
de instrumentos Baixo índice de registro no cadastro do CAR na UP ;

...

36
Exigência de processamento de dados adicionais (base FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável).
37
Exigência de processamento de dados adicionais (base FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável).
38
Exigência de processamento de dados adicionais (base MapBiomas).

39
Exigência de processamento de dados adicionais. Utilização de informações do MapBiomas.
40
Recomenda-se o uso de classes com base na característica do território para seleção das que apresentarem os maiores
números de ocorrência.
41
Exigência de processamento de dados adicionais.
42
Exigência de processamento de dados adicionais. Utilização de informações do MapBiomas.
43
Exigência de processamento de dados adicionais.
44
Exigência de processamento de dados adicionais. Utilização de base de dados do CAR e uso de classes com base na
característica do território para seleção das que apresentarem os menores índices de registro.

76
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

...
DEFINIÇÃO DE TEMA ESTRATÉGICO PARA INTERVENÇÃO NAS UPS

TEMA SUGESTÃO DE CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE UPS

50% ou mais de APPs de uso restrito (declividade e


altitude) degradadas na UP;
50% ou mais de APPs de curso d’água degradadas na
UP 45 ;
Presença de portos organizados, refinarias, atividades
potencialmente poluidoras, terminal de distribuição de
Fiscalização
Ambiental e Ações relacionadas petróleo e mineração;
Implementação à fiscalização Presença de portos principais e secundários, áreas de
ambiental
de instrumentos exploração de produção de óleo e gás, bases de apoio
para óleo e gás, mineração, indústrias e parque eólico;
Presença de Área de Navegação;
Presença de emissão de efluentes, áreas de remoção
de esgoto ou desconformidade de acordo com o Atlas
de Esgoto;

Alto potencial para acúmulo de carbono na UP;


46
UPs com > 80% de APPs naturais (FBDS) ;
Ações relacionadas Altos índices de gestão ambiental municipal na UP 47;
ao estabelecimento
de programas de UP parte de área de entorno de UC ou de corredor
pagamento por ecológico;
serviços ambientais
ou outros Mais de 50% de cobertura florestal e presença de área
instrumentos de manancial na UP;
econômicos para a
Presença de propriedade parte do Programa
conservação
Criação e Produtores de Água da ANA;
Fortalecimento Área de atuação do Programa Bolsa Verde;
de Instrumentos
econômicos e de
Gestão Territorial

UP localizada em área urbana ou periurbana e se


sobrepondo a áreas de manancial ou contendo APPs
de uso restrito de curso d’água 48 ;
Ações relacionadas
Presença da variável capital social na UP;
ao fortalecimento da
gestão territorial Ausência de conselho e/ou fundo municipal de meio
ambiente;
Ausência de Planos e Comitês de Bacia.

45
Exigência de processamento de dados adicionais (base FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável).
46
Exigência de processamento de dados adicionais (base FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável)
47
Recomenda-se o uso de classes com base na característica do território para seleção das que apresentarem os maiores
índices.
48
Exigência de processamento de dados adicionais (base FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável).

77
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

7.1 Capacitação para utilização das áreas prioritárias


como apoio para a definição de políticas públicas e
estratégias de conservação locais

A capacitação aconteceu entre 4 e 28 de agosto de 2021, com a participação


de servidores estaduais da área de abrangência do Território TerraMar e
servidores federais do Ibama e ICMBio, e teve como objetivo geral
desenvolver capacidades para a utilização das informações das Áreas
Prioritárias para a Biodiversidade da Mata Atlântica e da Zona Costeira e
Marinha como subsídio para a implementação de ações e políticas públicas
locais relacionadas ao meio ambiente.

Seus objetivos específicos foram:

capacitar técnicos dos órgãos estaduais e federais que atuam no


território do Projeto TerraMar para utilização da ferramenta e base de
dados das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade, visando subsidiar a
implementação de políticas públicas locais relacionadas ao meio
ambiente;

elaborar um plano de ação a partir de áreas e temas prioritários no


território do TerraMar, visando estimular um exercício de reflexão do
grupo para o potencial do uso das áreas prioritárias e suas informações
para planejamentos em âmbito local;

avaliar o processo e identificar aprendizados e sugestões de


aprimoramento que permitam a replicação da capacitação em outros
territórios estratégicos.

O perfil das/os participantes contemplou servidores públicos dos estados de


Pernambuco, Alagoas, Bahia e Espírito Santo e analistas do Ibama e ICMBio.
Houve uma diversidade de competências, mesclando profissionais com
experiências em definição e implementação de políticas públicas e
planejamento e gestão ambiental e profissionais associados à construção e à
operacionalização de bases de dados georreferenciadas e SIG.

78
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Transmissão online 35 atividades 7 Palestrantes e


ao vivo 9 Colaboradores

10 Instituições/órgãos 9 Mulheres / 16 Homens 8 encontros de 4h cada


Total de 25 pessoas Total de 32h

A capacitação, inicialmente planejada para ser presencial, foi adaptada


para o ambiente online por conta das limitações impostas pela
pandemia da COVID-19. A metodologia da capacitação foi
fundamentada na abordagem participativa, a partir de técnicas e
instrumentos que facilitaram a construção do diálogo, valorizando a
troca de experiências, caracterizando um processo contínuo de
aprendizagem. Cada encontro teve duração de quatro horas, sendo
dividido, no geral, em quatro momentos:

Início

Check-in e quebra-gelo: momento da chegada, que contou com


dinâmicas para o entrosamento inicial do grupo, apresentação do
objetivo e da programação do dia e esclarecimentos de dúvidas do
encontro anterior. Para tanto, foram utilizadas como ferramentas o
mentimeter, jamboard, chat e enquete do Zoom e formulários
Google.

Plenária: momentos em que todas as pessoas participantes se


juntam para apresentação e discussão de conceitos, das
orientações básicas e dos resultados dos trabalhos feitos nos
grupos.
...

79
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

...
Trabalho em grupos: foram formados quatro grupos que
trabalharam juntos durante toda a capacitação. Os grupos foram
divididos por estados, pois assim poderiam realizar os exercícios de
cada aula a partir da especificidade territorial, de base de dados e
de políticas públicas. Os analistas dos órgãos federais foram
inseridos nos grupos dos estados de acordo com as suas
coordenações. Cada grupo contou com um instrutor responsável
por compartilhar a teoria e orientar a prática. Para o trabalho
conjunto e a sistematização dos resultados, foram utilizadas
planilhas e apresentações do Google.

Check-out: para finalizar cada encontro, em plenária, participantes


tiravam dúvidas, comentavam as impressões sobre os trabalhos e
faziam uma avaliação do dia. As ferramentas utilizadas foram o
mentimeter, o jamboard, o chat do Zoom e os formulários Google.

Fim

Os principais materiais de apoio utilizados foram:

Manual das Áreas Prioritárias: documento elaborado por IPÊ / MMA /


GIZ e enviado às pessoas participantes no início da capacitação;

Levantamento de Políticas Públicas: planilha com Programas, Planos e


Políticas de cada estado, envolvendo a área de abrangência do território
TerraMar, e complementada pelos técnicos dos estados;

Banco de dados: bases de dados das Áreas Prioritárias da Mata Atlântica


e Zona Costeira e bases de dados específicas disponibilizadas pelos
estados.

A Tabela 12 apresenta detalhes relacionados ao conteúdo de cada


encontro realizado.

80
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Tabela 12. Data, carga horária e conteúdo de cada encontro online realizado durante a
capacitação.

CARGA
ENCONTRO DATAS TEMA GERAL OBJETIVOS DA AULA
HORÁRIA

Contextualizar o processo de definição das


Áreas Prioritárias para a Biodiversidade;
Introdução Apresentar o programa da capacitação,
01 04/08/2021 14h às 18h ao curso e
contextualização cronograma e material de apoio;
Apresentar o conceito de Planejamento
Sistemático para a Conservação.

Conhecer e testar as ferramentas de Suporte à


8h30
Ferramentas Decisão para a definição de áreas e temas para a
02 06/08/2021 às de suporte à
decisão implementação de políticas públicas
12h30
relacionadas ao meio ambiente.

Conhecer e explorar os tipos de dados


Base de dados necessários à utilização das áreas prioritárias
03 11/08/2021 14h às 18h
e políticas como subsídio à implementação de ações e
políticas públicas relacionadas ao meio ambiente.

Definir métricas de alvos, ameaças e


8h30 oportunidades para o refinamento das Áreas
Métricas de
04 13/08/2021 às alvos, ameaças e Prioritárias, utilizando como referência os critérios
12h30 oportunidades estabelecidos no manual e aprimorados com a
realidade de cada estado.

Continuar a definição das métricas de alvos,


ameaças e oportunidades para o refinamento das
Métricas de
05 18/08/2021 14h às 18h alvos, ameaças e Áreas Prioritárias, utilizando como referência os
oportunidades critérios estabelecidos no manual e aprimorados
com a realidade de cada estado.

8h30 Aplicar os critérios e realizar o cálculo das


Aplicação
06 20/08/2021 às métricas definidas nos encontros anteriores;
dos critérios
12h30 gera mapas de priorização

Plano de Elaborar um plano de ação local, com base nos


07 25/08/2021 14h às 18h
ação local critérios e métricas preestabelecidas.

8h30 Apresentar e discutir os resultados dos planos


Plano de
08 27/08/2021 às de ação locais;
ação local
12h30 Avaliação do curso.

81
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

7.2 Resultados dos exercícios realizados na capacitação

A abordagem teórico-prática da capacitação foi planejada de forma a prever


a incorporação dos conhecimentos adquiridos em cada encontro a um
exercício de elaboração de planos de ação locais para apoiar a
implementação de políticas públicas relacionadas ao meio ambiente. As
pessoas participantes, divididas em grupos por estado, utilizaram as
ferramentas de apoio à decisão, juntamente com as bases de dados
disponíveis, e definiram áreas, temas estratégicos e ações prioritárias para
intervenção.

Os resultados dos exercícios foram planos de ações e mapas de priorização


das ações propostas em diversos temas estratégicos. A seguir, são
apresentados alguns exemplos dos resultados dos grupos de trabalho dos
estados

Grupo
Pernambuco

Área: MA 264 Métricas e critérios para seleção de


unidades de planejamento:
Justificativa: A área foi considerada
Área proposta para criação de
prioritária em virtude de abrigar o
unidade de conservação;
único registro do guariba-de-mãos- Presença de espécie endêmica da
ruivas do estado de Pernambuco. Mata Atlântica (bugio);
Presença de espécie vulnerável
Temas: Áreas Protegidas; (avifauna; bugio);
Gradiente de cobertura de vegetação
Recuperação e Restauração de
natural (20; 20-40; 40-60; >60);
Ecossistemas.
Presença de área de preservação
permanente com débito de
Ações: Criação de unidades de vegetação nativa;
Unidade de planejamento dentro do
conservação de proteção integral.
buffer da zona de amortecimento da
Recuperação e manejo de espécies
proposta de unidade de conservação;
ameaçadas. Proximidade de rodovias.

82
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

A escolha dos critérios foi realizada considerando os dados relevantes e


disponíveis em escala adequada ao território da área MA 264. Alguns dados,
embora relevantes, a exemplo de IBAs (Important Bird Areas) e BAZEs
(Sítios da Brazilian Alliance for Zero Extinction), foram descartados devido ao
tamanho dos seus polígonos de abrangência. Nesse caso, o grupo optou por
estabelecer unidade de planejamento na forma de hexágonos de 1.000 ha. A
priorização das UPs foi realizada considerando a presença de espécies
ameaçadas de aves e do bugio-de-mãos-ruivas; a maior proporção de
floresta; a presença de APPs a serem restauradas; a presença de UP dentro
do buffer da área de amortecimento da UC proposta; e a maior proximidade
com rodovias.

A Figura 7 traz a representação do exercício de sobreposição de critérios e


métricas realizada para chegar ao resultado final. A Figura 8 e a Figura 9
apresentam os resultados do exercício de priorização das UPs realizado para
a área prioritária MA 264, considerando as métricas e critérios definidos pelo
grupo para a criação de unidade de conservação de proteção integral e
recuperação e restauração de ecossistemas.

Ponte Rosalvo Ramos Rocha, Rio Formoso-PE


83
Foto: Studio Lumix/GIZ
84
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Figura 7. Exemplos de camadas de informações utilizadas para escolha das UPs prioritárias
para intervenção. A. Espécies ameaçadas; B. Área proposta para criação da UC Guariba; C.
Área de Floresta; D. Representação da proporção de cobertura florestal nas UPs; E. Distancia
de estradas; F. UPs com maior cobertura de buffer de distância de estradas; G. Presença de
APPs; H. UPs com maior intensidade de APPs a serem restauradas.

A B

C D

E F

UPs com
estradas

H
G

84
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Figura 8. Resultado da priorização das unidades de planejamento da área prioritária MA 264,


visando a definição de área para a criação de unidade de conservação de proteção integral

Áreas Protegidas

Presença
Presença
de espécies
de estradas
ameaçadas

Cobertura
vegetal (%)

Intersecção
com UC
proposta
=

Áreas
prioritárias Espécies
para criação ameaçadas
de UCs

Figura 9. Resultado da priorização das unidades de planejamento da área prioritária MA 264,


visando a definição de área para recuperação e manejo de espécies ameaçadas.

Recuperação e Restauração
de Ecossistemas

Áreas
prioritárias
para criação
de UCs

Áreas prioritárias
para recuperação e
manejo de espécies
ameaçadas

Presença de APPs a
serem restauradas

85
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Grupo
Alagoas

Área: MA 260 Ações: Ações relacionadas à


fiscalização ambiental.
Justificativa: A escolha se deu em
virtude do conhecimento do
grupo sobre o território e pela Métricas e critérios para seleção de
unidades de planejamento:
constatação de que é uma região
com presença de espécies raras,
Presença de aves raras, endêmicas
endêmicas e ameaçadas de aves e/ou ameaçadas;
e que está sob ameaça por ter Buffer de 1 km ao redor das
alta atividade da indústria rodovias;
sucroalcooleira. Presença de unidades de
conservação
Buffer de 3 km ao redor de
Tema: Fiscalização ambiental e
Reserva Particular do Patrimônio
implementação de instrumentos Natural e 1 km ao redor de Área de
de comando e controle. Proteção Ambiental.

A escolha dos critérios de priorização foi feita de forma simplificada, apenas


como ilustração do potencial do método. Nas discussões, além dos critérios
e das métricas aplicadas, o grupo identificou outras informações que
poderiam contribuir para uma análise mais refinada, tais como: ocorrência
de desmatamento e incêndios, áreas urbanas, malha fundiária, entre outras.
Além disso, identificou exemplos de potenciais métricas que poderiam ser
utilizadas:

a) quanto maior a área ocupada por reassentamento na UP, maior é a


prioridade da ação fiscalizatória;

b) quanto mais registros de áreas de exploração minerária, maior é a


prioridade da ação fiscalizatória;

c) quanto maior a área ocupada por buffers ao redor de núcleos urbanos na


UP, maior é a prioridade da ação fiscalizatória, com peso maior para o buffer
de 5 km;

d) quanto maior a área ocupada por reserva legal e APP na UP, maior é a
prioridade da ação fiscalizatória.

86
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

A Figura 10 traz a representação do exercício de sobreposição de critérios e


métricas realizada para chegar ao resultado final. A Figura 11 apresenta o
resultado do exercício de priorização das unidades de planejamento
realizado para a área prioritária MA 260, considerando as métricas e os
critérios definidos pelo grupo para a realização de ações relacionadas à
fiscalização ambiental.

Figura 10. Exemplos de camadas de informações utilizadas para escolha das UPs prioritárias
para intervenção. A. Ocorrência de Espécies; B. Classificação de número de ocorrências por
UP; C. Buffer de estradas; D. UPs com maior cobertura de buffer de distância de estradas; E.
Buffer de UCs; F. Proporção de buffer de UCs presente nas UPs.

A B

C D

87
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

E F

Figura 11. Resultado da priorização das unidades de planejamento da área prioritária MA 260,
visando a realização de ações relacionadas a fiscalização ambiental.

Fiscalização Ambiental e Implementação


de instrumentos de comando e controle

88
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Grupo
Bahia

Área: MA 237 Ações: Elaboração e implementação


de Plano Municipal de Conservação e
Justificativa: A escolha se deu em Recuperação da Mata Atlântica.
virtude de ser considerada uma
Métricas e critérios para seleção de
região melhor conhecida pelo
unidades de planejamento:
grupo e que contempla diversas
iniciativas de restauração, turismo Presença ou ausência de Plano
sustentável e outras, além de Municipal de Mata Atlântica na
contar com fundos disponíveis unidade de planejamento;
para investimentos e instituições Percentual de cobertura vegetal: de
0 a 30% = Baixo; de 30,1% a 40% =
atuantes.
Médio; a partir de 40,1% = Alto;
Densidade da rede de drenagem:
Tema: Criação e fortalecimento de Abaixo de 0,0015 = Baixo; Acima de
instrumentos de gestão territorial. 0,0015 = Alto

Além de critérios para elaboração e implementação dos Planos Municipais


da Mata Atlântica (PMMAs), o grupo também discutiu critérios para outras
ações, tais como:

a) promover a gestão integrada e participativa de áreas protegidas,


corredores ecológicos e territórios de povos e comunidades tradicionais;

b) incentivar o turismo sustentável;

c) recuperação e restauração de ecossistemas.

No entanto, por limitações de tempo, o grupo não realizou a priorização


destas no território.

A Figura 12 apresenta o resultado do exercício de priorização das UPs


realizado para a área prioritária MA 237, considerando os critérios e métricas
definidas pelo grupo para a elaboração de Planos Municipais da Mata
Atlântica. De acordo com os critérios estabelecidos pelo grupo, foi possível
estabelecer alguns municípios prioritários para intervenção (Alcobaça,
Prado, Itamaraju, Jucuruçu), além de pensar em propostas de apoio à
implementação de ações relacionadas aos planos em microbacias
prioritárias.

89
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Figura 12. Resultado da priorização das unidades de planejamento da área prioritária MA 237,
visando a elaboração de Planos Municipais da Mata Atlântica.

Grupo
Espírito Santo

Área: MAZC018 Presença/ausência de


produção/distribuição de petróleo
Justificativa: Área considerada
e gás natural (poços);
relevante por estar localizada no Distância média de rodovias;
entorno do Rio Doce. Porcentagem de cobertura de
fragmentos florestais com
Tema: Recuperação e restauração tamanho maior/igual a 90 ha;
de ecossistemas. Proximidade do fragmento
florestal com curso d’água;
Ações: Ações relacionadas à Porcentagem de área do entorno
recuperação e restauração de do Rio Doce (500 m) sem
ecossistemas. vegetação;
Porcentagem do corredor na
Métricas e critérios para seleção unidade de planejamento;
de unidades de planejamento: Unidade de planejamento com
maior cobertura florestal.
Presença/ausência de espécies
(aves e peixes);

90
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

A Figura 13 traz a representação do exercício de sobreposição de métricas e


critérios realizada para chegar ao resultado final. A Figura 14 apresenta o
resultado do exercício de priorização das unidades de planejamento
realizado para a área prioritária MAZC 018, considerando as métricas e
critérios definidos pelo grupo para a realização de ações de recuperação e
restauração de ecossistemas.

Figura 13. Exemplos de camadas de informações utilizadas para escolha das UPs prioritárias
para intervenção. A. Ocorrência de espécies; B. Classificação de número de ocorrências por
UP; C. Mapa de vegetação; D. Porcentagem de vegetação por UP; E. Abrangência do corredor;
F. Porcentagem de corredor dentro da UP; G. Representação do Rio Doce e seu entorno; H.
Porcentagem de área de rio e entorno em cada UP; I. Poços de exploração de hidrocarboneto;
J. Presença ou ausência de poços nas UPs; K. Distância euclidiana de rodovias; L. Distância
média de rodovias dentro das UPs.

A B

C D

91
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

E F

G H

I J

92
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

K L

Figura 14. Resultado da priorização das unidades de planejamento da área prioritária MAZC
018, visando ações relacionadas à recuperação e restauração de ecossistemas.

Recuperação e Restauração
de Ecossistemas

93
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Após a definição de tema, ações e unidades de planejamento prioritárias


para a intervenção, os grupos trabalharam em planos de ação seguindo a
estrutura conhecida como 5W2H, conforme apresentado na Tabela 13.

Tabela 13. Estrutura de plano de ação utilizada pelos grupos para o exercício de definição de
áreas, temas estratégicos e ações prioritárias de intervenção.

Plano de Ação:

Responsáveis:

Objetivo:

Período de execução:

5W 2H Status

Ação
O quê? Por que? Onde? Quem Quando Como? Quanto custa?
(What?) (Why?) (Where?) (Who?) (When?) (How?) (How much?)

7.3 Seminários para utilização das áreas prioritárias


como apoio para a definição de políticas públicas e
estratégias de conservação locais

Foram realizados dois eventos visando envolver e sensibilizar técnicos e


tomadores de decisão dos estados envolvidos no Projeto TerraMar e de
coordenações do Ibama e ICMBio, para o uso da ferramenta e
implementação das ações recomendadas para as Áreas Prioritárias, além de
apresentar os resultados da capacitação.

O primeiro deles aconteceu no dia 23 de março de 2022 e contou com a


participação de representantes do IPÊ, da GIZ, do MMA, de coordenações
relacionadas à criação, aos planos de manejo e aos planos de ação de
espécies do ICMBio e da Diretoria de Licenciamento Ambiental do IBAMA
(Apêndice B).

94
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

Transmissão online 9 Mulheres / 7 Homens Encontro de 4h no


ao vivo Total de 16 pessoas dia 23 de março

5 servidores do ICMBio 3 servidores do Ibama

O segundo ocorreu no dia 6 de abril de 2022 com a participação de


representantes do IPÊ, da GIZ, do MMA, dos estados contemplados no
Projeto TerraMar, além de representantes dos municípios, universidades e
Ministério Público (Apêndice C).

Transmissão online 11 Mulheres / 7 Homens Encontro de 4h no


ao vivo Total de 18 pessoas dia 6 de abril

5 servidores de 3 servidores do 4 servidores de


Pernambuco Espírito Santo Alagoas

95
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

As discussões realizadas pelos participantes durante os encontros


reforçaram a importância e o potencial de ampliação do uso das Áreas
Prioritárias pelas instituições e as várias esferas que atuam na gestão
ambiental.

Entre representantes do ICMBio e Ibama, foram destacadas as seguintes


oportunidades:

a) apoiar a criação, a elaboração e a revisão de planos de manejo de UCs;


b) auxiliar na delimitação de zonas de amortecimento;
c) apoiar nas respostas às demandas fundiárias;
d) apoiar avaliações prévias para planejamentos setoriais;
e) realizar avaliações de estudos de impacto ambiental.

No segundo seminário, que contou principalmente com a participação de


representantes dos estados, foram identificadas várias possibilidades, tais
como:

a) ampliar a integração entre políticas públicas federais e estaduais;


b) apoiar o licenciamento ambiental;
c) apoiar o planejamento e manejo de recursos, restauração e produção
rural;
d) auxiliar em procedimentos de compensação ambiental;
e) apoiar a criação de novas UCs públicas e incentivo ao estabelecimento de
RPPNs;
f) incentivar pesquisas e monitoramento.

Segundo participantes, para que seja possível ampliar o uso das áreas
prioritárias nas instituições, algumas estratégias são fundamentais. A
disponibilidade das bases de dados utilizadas no processo de atualização
das Áreas Prioritárias em formatos compatíveis para uso por sistemas de
informações geográficas e sua divulgação é a primeira delas. As bases
podem ser obtidas no endereço: https://www.gov.br/mma/pt-
br/assuntos/ecossistemas-1/areas-prioritarias-para-biodiversidade/areas-
prioritarias.

96
Áreas Prioritárias como apoio para a definição de políticas e estratégias de conservação locais

A ampliação da divulgação sobre as bases de dados e mapas de áreas e


ações prioritárias entre instituições federais, estaduais, universidades, além
do Ministério Público, também foi citado como fundamental para estimular
o seu maior uso. Por fim, foi ressaltada a importância de um plano de
capacitação para a adequada utilização da ferramenta e da sua base de
dados, bem como de eventos de intercâmbio para troca de experiências.

Isso converge com a proposta do presente projeto, cujo objetivo foi o de


desenvolver uma experiência-piloto no território do Projeto TerraMar, com a
elaboração de material de apoio e delineamento de uma capacitação para
apoiar a utilização das áreas prioritárias como subsídios para a
implementação de ações e políticas públicas locais relacionadas ao meio
ambiente.

Os resultados desse processo foram muito positivos, mas também reforçam


a necessidade de mais investimentos na disseminação e na capacitação
para o uso da ferramenta entre as diferentes instituições e nas diferentes
esferas de gestão ambiental no país.

Barra de Santo Antônio-AL


Foto: 50milimetros Films/GIZ 97
Manual de apoio: Utilização das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade da Zona Costeira e Marinha e
Mata Atlântica

Referências

ADINIZ FILHO, J.A.F., BINI, L.M.; VIEIRA, C.M.; SOUZA, M.C., BASTOS, R.P.,
BRANDÃO, D., OLIVEIRA, L.G. Spatial patterns in species richness and
priority areas for conservation of anurans in the Cerrado region, Central
Brazil. Amphibia-Reptilia 25, p. 63-75, 2004.

MARGULES, C. R.; PRESSEY, R. L. Systematic conservation planning. Nature,


London, 405, 243-253, 11 May 2000.

NOGUEIRA, C., BUCKUP. A.; MENEZES, N. A.; OYAKAWA, O. T.; KASECKER, T.


P.; RAMOS NETO, M. B.; SILVA, J. M. C. Restricted-Range Fishes and the
Conservation of Brazilian Freshwaters, 2010. PlosOne. 5(6): e11390.
doi:10.1371/journal.pone.0011390.

PRESSEY, R. L. Conservation Planning andBiodiversity: Assembling the Best


Data for the Job. Conservation Biology, New Jersey, 18:1677-1681, 2004.

RODRIGUES, Ana S. L.; BROOKS, Thomas M. Shortcuts for biodiversity


conservation planning: The effectiveness of surrogates. Annual Review of
Ecology, Evolution, and Systematics, San Mateo, 38: 713–737, 2007.

98
Manual de apoio: Utilização das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade da Zona Costeira e Marinha e
Mata Atlântica

Apêndices

APÊNDICE A – Lista de participantes da capacitação.

Nome Estado Instituição

Instituto Chico Mendes


Aldízio Lima de Oliveira Filho Distrito Federal (DF) de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio)

IInstituto do Meio Ambiente


Alex Nazário Silva Oliveira Alagoas (AL)
de Alagoas (IMA)

Instituto Chico Mendes


Andrea Ximenes Mitozo Distrito Federal (DF) de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio)

Instituto Chico Mendes


Antonio Eduardo Araujo Barbosa Paraíba (PB) de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio)

Instituto Chico Mendes


Bernardo Ferreira Alves de Brito Distrito Federal (DF) de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio)

Secretaria de Meio Ambiente


Carlos Maurício da Fonseca Guerra Pernambuco (PE)
e Sustentabilidade (SEMAS)

Instituto Chico Mendes


Carolina Fritzen Distrito Federal (DF) de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio)

Agência Estadual de Meio


Cosme de Castro Junior Pernambuco (PE)
Ambiente CPRH

Instituto do Meio Ambiente


Daniel Nivaldo da Conceição Alagoas (AL)
de Alagoas (IMA)

Instituto Chico Mendes de


Fabricio Escarlate Tavares Distrito Federal (DF) Conservação da
Biodiversidade (ICMBio)

Instituto Estadual de Meio


Felipe Azevedo Bastos Espírito Santo (ES)
Ambiente (IEMA)

Secretaria do Meio Ambiente


Felipe Bastos Lobo Silva Bahia (BA)
do Estado (SEMA/BA)

99
Manual de apoio: Utilização das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade da Zona Costeira e Marinha e
Mata Atlântica

Nome Estado Instituição

Instituto Brasileiro do Meio


Ambiente e dos Recursos
Frederico Queiroga do Amaral Distrito Federal (DF) Naturais Renováveis (Ibama) -
Sede

Instituto Brasileiro do Meio


Hanry Alves Coelho Distrito Federal (DF) Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama)

Deutsche Gesellschaft
Hugo Garcês Distrito Federal (DF) für Internationale
Zusammenarbeit (GIZ)

Deutsche Gesellschaft
Ivana Lamas Bahia (BA) für Internationale
Zusammenarbeit (GIZ)

Agência Estadual de Meio


Joany Deodato da Silva Pernambuco (PE)
Ambiente CPRH

Secretaria do Meio Ambiente


Júlia Mansur Bahia (BA)
do Estado (SEMA/BA)

Instituto do Meio Ambiente


Kadja Monaysa Mendonça de Paula Alagoas (AL)
de Alagoas (IMA)

Instituto Brasileiro do Meio


Leticia Aparecida Gomes de Almeida Distrito Federal (DF) Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama)

Instituto Chico Mendes


Luciana Costa Mota Distrito Federal (DF) de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio)

Agência Estadual de Meio


Paulo Henrique Camaroti Pernambuco (PE)
Ambiente CPRH

Instituto Brasileiro do Meio


Rogério Paiva de Freitas Rio de Janeiro (RJ) Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama)

Instituto Estadual de Meio


Scheylla Tonon Nunes Espírito Santo (ES)
Ambiente (IEMA)

Instituto Estadual de Meio


Schirley Costalonga Espírito Santo (ES)
Ambiente (IEMA)

Secretaria de Meio Ambiente


Sidney Vieira da Silva Pernambuco (PE)
e Sustentabilidade (SEMAS)

Instituto Estadual de Meio


Ygo Silvestre de Deus Espírito Santo (ES)
Ambiente (IEMA)

100
Manual de apoio: Utilização das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade da Zona Costeira e Marinha e
Mata Atlântica

APÊNDICE B – Lista de participantes do Seminário com Ibama e ICMBio

Nome Instituição

Adriana Panhol Bayma Ministério do Meio Ambiente (MMA)

Instituto Chico Mendes de Conservação da


Aldízio Lima De Oliveira Filho Biodiversidade (ICMBio)

Alexandre Uezu IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas

Instituto Chico Mendes de Conservação da


Andrea Mitozo Biodiversidade (ICMBio)

Angela Pellin IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas

Deutsche Gesellschaft
Carola Kuklinski
für Internationale Zusammenarbeit (GIZ)

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos


Cristiano Vilardo Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
DILIC/CGMAC/COEXP

Instituto Chico Mendes de Conservação da


Daniel Castro
Biodiversidade (ICMBio)

Instituto Chico Mendes de Conservação da


Edilene Menezes Biodiversidade (ICMBio), COMAN

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos


Fabio De Souza Kirchpfennig Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
DILIC/CGMAC/COEXP

Giovana Dominicci Silva IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas

João Raphael Gomes Da Silva Oliveira Ministério do Meio Ambiente (MMA)

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos


Leticia Aparecida Gomes De Almeida Recursos Naturais Renováveis (Ibama), CODUT

Instituto Chico Mendes de Conservação da


Luciana Costa Mota
Biodiversidade (ICMBio), COMAN

Maurício dos Santos Pompeu Ministério do Meio Ambiente (MMA), DECO/SAS

Neluce Soares IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas

101
Manual de apoio: Utilização das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade da Zona Costeira e Marinha e
Mata Atlântica

APÊNDICE C – Lista de participantes do Seminário Regional

Nome Estado Instituição

Adriana Panhol Bayma Distrito Federal (DF) Ministério do Meio Ambiente (MMA)

Instituto do Meio Ambiente de


Alex Nazário Silva Oliveira Alagoas (AL)
Alagoas (IMA)

Alexandre Uezu São Paulo (SP) IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas

Secretaria de Meio Ambiente


Ana Célia Saraiva De Moura Garcia Pernambuco (PE)
e Sustentabilidade (SEMAS)

Angela Pellin Rio de Janeiro (RJ) IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas

Fabiana Rita Do Couto Santos Pereira Alagoas (AL) SEMARH-Al

Instituto do Meio Ambiente de


Gabriela Mota Gama Alagoas (AL)
Alagoas (IMA)

Giovana Dominicci Silva São Paulo (SP) IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas

Deutsche Gesellschaft
Hugo Garcês Distrito Federal (DF) für Internationale Zusammenarbeit
(GIZ)

Luciane Paixão Distrito Federal (DF) Ministério do Meio Ambiente (MMA)

Manoel Batista Ribeiro Neto Alagoas (AL) Universidade Federal de Alagoas

Maurício dos Santos Pompeu Distrito Federal (DF) Ministério do Meio Ambiente (MMA)

Instituto Estadual de Meio Ambiente


Sandra Ribeiro Espírito Santo (ES)
(IEMA)

Instituto Estadual de Meio Ambiente


Scheylla Tonon Nunes Espírito Santo (ES)
(IEMA)

Instituto Estadual de Meio Ambiente


Schirley Costalonga Espírito Santo (ES)
(IEMA)

Secretaria de Meio Ambiente


Sidney Vieira Da Silva Pernambuco (PE)
e Sustentabilidade (SEMAS)

Secretaria de Meio Ambiente


Sônia Aline Roda Pernambuco (PE)
e Sustentabilidade (SEMAS)

102
APA de Guadalupe, Tamandaré-PE
Fonte: Studio Lumix/GIZ

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