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TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES I

Aula 7 – Serviços preliminares


Escavações, escoramentos e
Contenções – Parte 1

Professor: TIAGO FERREIRA CAMPOS NETO

Rio Verde – GO
2017
1. Introdução

• Com o terreno limpo é necessária a conferência dos


levantamentos planialtimétricos fornecidos pela topografia.
Assim demarcam-se os marcos principais da obra (RN)
para que se inicie o processo de movimento de terra;

• Os elementos de um movimento de terra são: área de


corte, área de aterro e proteção de escavação.
2. Recomendações iniciais

• Terreno arenoso ou terra solta: escavar em talude,


cortando o terreno em plano inclinado. Se a profundidade
for grande, escava-se em degraus;

• Escavação vertical: proteger os barrancos conforme as


normas de segurança e projeto específico;

• Terrenos com nascente d’água: desviar o curso d’água


ou executar drenos;

• Terrenos muito úmidos: fazer drenagem superficial ou


rebaixamento do lençol freático antes da escavação;
• Empolamento: prever o empolamento do material antes
dos movimentos de terra. Empolamento é a relação
percentual de volume do material escavado com o volume
do mesmo material solto.

Fonte: Mattos, 2014.


Empolamento Contração

E = 24,93% C = 27,95%
3. Normatização

• ABNT NBR 9061:1985 – Segurança de escavação à céu


aberto – Cancelada em 2013;

• NR 18 – Item 18.6 – Escavações, fundações e desmonte


de rochas;

• Lei 3.636/98 - Código de Obras do Município de Rio Verde


– Seção II (Art. 30 e 31)
4. Escavações – Recomendações da NR 18

• Os serviços de escavação, fundação e desmonte de


rochas devem ter responsável técnico legalmente
habilitado;

• Quando existir cabo subterrâneo de energia elétrica nas


proximidades das escavações, as mesmas só poderão ser
iniciadas quando o cabo estiver desligado;

• Muros, edificações vizinhas e todas as estruturas que


possam ser afetadas pela escavação devem ser
escorados;
4. Escavações – Recomendações da NR 18

• Os materiais retirados da escavação devem ser


depositados a uma distância superior à metade da
profundidade, medida a partir da borda do talude.

• As escavações com mais de 1,25 metros de profundidade


devem dispor de escadas ou rampas, colocadas próximas
aos postos de trabalho, a fim de permitir, em caso de
emergência, a saída rápida dos trabalhadores;

• Os veículos devem transitar a uma distância igual ao


dobro da profundidade de escavação;
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4. Escavações – Recomendações da NR 18

• Quando houver possibilidade de infiltração ou vazamento


de gás, o local deve ser devidamente ventilado e
monitorado;

• O monitoramento deve ser efetivado enquanto o trabalho


estiver sendo realizado para, em caso de vazamento, ser
acionado o sistema de alarme sonoro e visual.
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5. Escavações – Recomendações da NBR 9061:1985

• Passarelas provisórias que se fizerem necessárias para a


circulação de pessoas nos locais de escavação devem ser
resistentes e ter guarda-corpo de ambos os lados. Largura
mínima de 0,80 metros e guarda-corpo com altura mínima
de 1,20 metros;
5. Escavações – Recomendações da NBR 9061:1985

• Escavações de até 1,50 metros de profundidade podem,


em geral, ser executadas sem especial segurança com
paredes verticais. Isto se as condições de vizinhança e
tipo de solo permitirem;

• Escavações com mais de 1,50 metros devem ser


protegidas com taludes, escoramento ou com ambos.

• Para menores alturas pode ser necessária a utilização de


proteção como nos casos de: a. Cargas de tráfego; b. O
solo foi afofado por trabalhos anteriores; c. São esperadas
vibrações junto a escavações.
Escavação
taludada

Escavação
protegida
ou
escorada
Escavação
taludada

Escavação
protegida
ou
escorada
6. Escavações em canteiros de obras

• As escavações realizadas em vias públicas ou canteiros


de obras devem ter sinalização de advertência, inclusive
noturna, e barreira de isolamento em todo o seu perímetro
(NR 18);

• Os acessos de trabalhadores, veículos e equipamentos às


áreas de escavação devem ter sinalização de advertência
permanente, sendo proibido o acesso de pessoas não
autorizadas a essas áreas (NR 18);
Placas de
advertência

Pedestal

Cone

Sinalização
luminosa
Cavalete
7. Desmonte de rochas – Recomendações da NR 18

• Na operação de desmonte de rocha a fogo deve haver um


blaster, responsável pelo armazenamento, preparação das
cargas, carregamento das minas, ordem de fogo, detonação
e retirada das que não explodiram, destinação adequada das
sobras de explosivos e pelos dispositivos elétricos
necessários às detonações;

• A área de fogo deve ser protegida contra projeção de


partículas, quando expuser a risco trabalhadores e terceiros;

• Nas detonações é obrigatória a existência de alarme sonoro.


8. Contenções – Taludes

• São superfícies inclinadas do terreno natural, de uma


escavação ou de um aterro (NBR 9061);

• Os taludes instáveis com profundidade superior a 1,25


metros devem ter sua estabilidade garantida por meio de
estruturas dimensionadas para esse fim (NR 18);

• Os taludes com altura superior a 1,75 metros devem ter


estabilidade garantida (NR 18);
8. Contenções – Taludes

• Escavações com profundidade maior ou igual a 5,0 metros


deve utilizar patamares com largura superior a 1,5 metros,
objetivando não só melhorar as condições de estabilidade
como também reduzir a velocidade de escoamento da
água (NBR 9061);

• Nas bordas da escavação deve ser mantida uma faixa de


proteção de no mínimo 1,0 metro, livre de cargas, bem
como a execução de uma pequena mureta de 0,30
metros, para evitar a entrada de águas superficiais na
cava da escavação (NBR 9061);
9. Bibliografia

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9061:


Segurança de escavações à céu aberto. Rio de Janeiro, 2985.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR 18: Condições e meio


ambiente de trabalho na indústria da construção. Brasília, 2013.

RIO VERDE. Lei nº 3.636, de 04 de março de 1998. Dispõe sobre o


Código de Obras do Município e dá outras providências. Diário Gabinete
da Prefeitura Municipal. Rio Verde, GO, 04 mar. 1998. Disponível em:
http://www.rioverdegoias.com.br/i.php?si=arq. Acesso em: 07 set. 2016.

Salgado, J. Técnicas e Práticas Construtivas para Edificação. 3. ed.


São Paulo: Saraiva, 2016.

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