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Sabesp

PROTEÇÃO E REFORÇO DE TALUDES


Construção Pesada

Profº Douglas Couri Jr.


Fonte/Material de Apoio:

Aulas e material disponibilizado pelo professor Ricardo Bonfim;

Apostila de “Obras de Terra” – Profº Paulo Moura;

Material disponibilizado pela “BIDIM”;

Material disponibilizado pela “MACCAFERRI”


Taludes

• Ou “encostas” são superfícies inclinadas de maciços terrosos, rochosos, ou


mistos que podem apresentar modificações antrópicas (corte,
desmatamento, carregamento..)
• Podem ser criados para vencer desníveis sem a necessidade de implantar
muros de arrimo;
• Quando há um consultor geotécnico envolvido no projeto, ele é quem deve
informar qual será a inclinação máxima dos taludes da obra.
Talude Natural
Talude Artificial - no Projeto
Talude Artificial - no Projeto
Fatores que Condicionam a Erosão e
Instabilização do Solo

• Condições climáticas – principalmente pluviométricas;

• Arranjo do material distribuído nas encostas;

• Geomorfologia (formato) das encostas (retilíneo, côncavos e convexos);

• Hidrografia;

• Interferências antrópicas (do homem), tais como sobre carregamento,


cortes e aterros, percolação de água...
Classificação dos Movimentos Erosivos
Quedas e Rolamentos:

• Ocorre principalmente com rochas, quando as lamelas se rompem devido às


tensões tangenciais, ou blocos inteiros se soltam do maciço;
• Pode acontecer com pedaços de solo que se soltam do maciço.
Erosão - Laminar:

• Muito comum, prejudica a superfície do solo de regiões planas;


Erosão – em sulcos:

• Assim, como a laminar, porém em solos inclinados;

• A água da chuva escorre pelo talude, formando “caminhos” ao longo dele.


Erosão – Voçoroca:

• Fenômeno onde a água da chuva percola sob o maciço, transladando-o


unicamente, ou em faixas;
Erosão – Interna (Piping):

• Semelhante à erosão por sulcos, porém, sendo canalizado internamente ao


solo;
Rastejo:

• Fenômeno muito lento de acomodação da superfícíe do solo;


• Os limites são indefinidos, e os efeitos aparecem ao longo do tempo na
paisagem;
• Estabilização envolve drenagem profunda e impermeabilização da
superfície;
Corridas:

• São rápidas e possuem conformação em “língua”;


• Podem ser de terra, areia, lama...
Subsidências:

• Acomodação vertical do solo, que pode ser lenta (recalques em geral),


rápida...
• ou muito rápida!!! (caso de desabamento em túneis, galerias, cavernas...)
Tipos de Ruptura de Taludes

Circular - ruptura rotacional, característica de solos naturais estratificados


(mistos), tendo a região central mais aprofundada que as bordas;

Planar - ruptura translacional que ocorre em determinado plano dentro do


talude, geralmente acontece em solos homogêneos e em taludes artificiais;

Em cunha – equivalente à planar, apenas que ocorre no encontro de dois planos


de talude;

Tombamento – quando a encosta se projeta sobre a própria base – mais


comum em taludes extremamente inclinados, ou com inclinação negativa;
Técnicas de Proteção e Reforço de Taludes

Até a década de 80, a maior parcela dos gastos relacionados às


estruturas estavam nas fundações.

Com o crescimento populacional e também pela mudança da visão de


mercado, começou-se a aproveitar mais o subsolo das edificações; além da
expansão de estradas, ferrovias; da necessidade de um melhor aproveitamento
de terrenos... enfim, estes fatores contribuíram para que na grande maioria das
obras que envolvem contenções de maciços, esta etapa vem a ser a mais
dispendiosa do empreendimento.

Por isso, foram inseridas no mercado diversas técnicas envolvendo o


tratamento de taludes para melhorar a relação custo X benefício -
principalmente para o caso de grandes maciços de terra a serem
protegidos/estabilizados.
Reforço de Taludes por Geossintéticos

• Geossintéticos são produtos poliméricos com alta resistência à tração e altamente


permeáveis;

• São utilizados para: reforço de taludes, reforço de pavimentos, filtro, drenagem,


impermeabilização, controle de erosão e separação de materiais;

• Possuem um custo acessível e não exigem M-D-O especializada para aplicação;

• Como são materiais sintéticos, garantem performance a longo prazo;

• Não requer equipamentos específicos para a aplicação (geralmente se resolve com


escavadeiras, caminhões e compactadores);

• Método executivo rápido;

• Deve prever drenagem e proteção no acabamento do talude.


Exemplos de Geossintéticos:

Geotêxtil Georede

Geogrelha Geomembrana
Cuidados no Armazenamento:

Apesar de não exigir M-D-O especializada, sua aplicação requer certos


cuidados tais como:

• Não resvalar em elementos pontiagudos;


• Não apresentar dobras indesejáveis;
• Estar protegido de elementos químicos nocivos;
• O produto deve estar mantido em sua embalagem até o momento de sua
utilização - caso não seja possível, deve estar protegido contra a ação de
raios UV (dependendo do material, pode enrijecer e ficar quebradiço);
• O material deve estar protegido contra absorção de água, óleo, solventes...
sempre estocado em paletes para evitar contato com o solo.
Aplicação:

1. Posicionar forma;

2. Desenrolar o geossintético deixando sobra sobre a forma. A sobre deve permitir uma
sobreposição de cerca de 1m sobre a camada compactada;

3. Aterrar a camada compactando-a , porém, deixando uma lombada na extremidade


para que a ponta do geossintético seja aterrada;

Espessura de compactação ≠ Espessura da camada


4. Completar a camada de aterro, reposicionar/colocar outra forma e repetir a
sequência.
Estudo de Caso – Recomposição de Talude (disponibilizado no site da BIDIM):

Corte esquemático da solução


Estudo de Caso – Recomposição de Talude (disponibilizado no site da BIDIM):

1. Talude rompido;

2. Primeira camada de BIDIM;


3. Lançamento e compactação de solo sobre a segunda camada de geotêxtil;

4. Visão geral da obra;


5. Aplicação da penúltima camada do geotêxtil;

6. Reforço do talude concluído – aguardando proteção frontal;


7. Talude totalmente recuperado e gramado;

8. Obra concluída;
Reforço de Taludes por Solo Grampeado

• Trabalha na contenção dos maciços de terra através de chumbadores – com


posterior acabamento em concreto projetado e drenagem;

• Os furos possuem entre ∅75 e 125mm de diâmetro e devem ser instaladas barras de
aço CA50 com uma inclinação que varia de 5 a 30º com a horizontal, para que o furo
não desabe e haja total preenchimento da calda de cimento;

• Os chumbadores podem ser também tubos e cantoneiras metálicas cravados;

• Neste caso, a função dos chumbadores é fazer o maciço trabalhar em conjunto,


transferindo as tensões geradas pelo deslizamento/escorregamento na forma de
cisalhamento para os grampos – diferente do reforço por atirantamento;

• Como todo o maciço se sustenta, trabalhando em conjunto para não romper, a


proteção no faceamento não é robusta;

• Pode ser feito com o faceamento inclinado ou totalmente vertical.


Procedimento geral:
Execução do chumbador:

1. Posicionar perfuratriz que pode ser manual ou com equipamentos especializados


como a “crawler” (pneumática) ou a “wagon drill” (mecânica) – no caso de
perfuação mecanizada, deve ser utilizado fluido de perfuração, que pode ser água, ar
ou lama;

2. Perfurar com fluidos de perfuração (ar, lama ou água) e instalar a barra do chumbador
com espaçadores;

3. Injetar calda de cimento através do tubo de injeção;

4. Executar o teste de carga;

5. Executar a proteção do talude e dar acabamento no chumbador.


Teste de carga:

Antes de dar o acabamento no chumbador, deve-se fazer um ensaio de


carga, para confirmação da eficiência do chumbador.

Carga máxima do ensaio:


Tmáx = 0,9 . fy . As

Onde: fy = resistência característica do aço chumbado;


As = Área de aço chumbada
Detalhamento da ancoragem:
VÍDEO – SOLOTRAT

Solotrat - Solo Grampeado.mp4


Reforço de Taludes por Atirantamento

• Trabalham através de ancoragens re-injetáveis e protendidas;

• Transferem cargas para o maciço através da reação provocada pela cordoalha


protendida - logo, é calculado através de empuxo passivo;

• Diferente dos chumbadores, o preenchimento de calda de cimento é parcial, apenas


na região do final do tubo, denominada bulbo, possibilitando a posterior pretensão
da cordoalha;

• Toda a carga deve ser transferida diretamente para o bulbo, por isso, ao longo da
cordoalha, deve ser colocado algum material que não crie atrito com a calda de
cimento, tais como mangueira, fita, ou utilizar cordoalha engraxada;

• A proteção superficial possui função estrutural e sempre que possível deve ser
executada com formas

• O ensaio de carga dos tirantes deve ser feito com valores entre 1,2 e 1,75 vezes a
carga de projeto, de acordo com o parecer geotécnico;

• O bulbo não pode sofrer fluência (por relaxação) e nem arrancamento imediato;
Proteção Superficial com Concreto Projetado

• Camada protetora executada com concreto com agregados muito finos sobre
armadura de aço; ou misturado com fibras;

• No caso dos atirantamentos, a proteção possui função estrutural;

• Podem ser executados por:

• Mistura seca - quando os materiais aditivos em pó, aditivos e agregados são


misturados à agua no bico da projetora;

• Mistura úmida - quando os materiais são misturados antes da aspersão;

• Dosagem:

• Aditivo acelerador de pega entre 0 e 5% do peso de cimento

• Fator água/cimento entre 0,35 e 0,45;

• Cura úmida do concreto durante 24h após o lançamento, e posteriormente


após 7 dias, até que seja alçada resistência mínima.
Proteção Superficial com Revestimento Vegetal

• Deve ser feita proteção do solo com elemento geossintético antes da colocação da
cobertura vegetal;

• O plantio deve ser feito com espécies que se adaptem bem às condições climáticas
da região;

• Para taludes menores, com uma inclinação inferior a 60°, recomendasse plantio
com grama, em placas a partir de 30cm de largura sobre solo vegetal com pelo
menos 10cm de espessura;

• Ou, no caso de áreas mais íngremes e maiores, plantio por hidrosemeadura - mistura
aquosa de sementes, fertilizantes e fibras - na proporção de 50 kg/ha
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