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NOTAS:
Muros de Berlim
Campo de aplicação – está muito ligado às vantagens e desvantagens relativas da técnica aliadas ao fator custo
que beneficia claramente este tipo de solução
o Solução utilizada em terrenos com alguma coerência, sem presença significativa de água e sem edifícios
suscetíveis a assentamentos na periferia da contenção;
o Utiliza-se para contenção provisória, se (i) não houver necessidade de contenção definitiva (paredes de
caves) ou se (ii) houver espaço para executar as paredes de caves no interior da contenção, através de
um processo mais económico (com cofragem tradicional).
Vantagens
o Economia;
o Proporcionam espaço de manobra e permitem grandes avanços diários em termos de área construída;
o Aquando da realização das paredes definitivas, permitem dispensar as cofragens no tardoz;
o Permitem a realização da escavação em simultâneo com a execução da contenção;
o Não exigem pessoal nem tecnologia muito especializada recorrendo a técnicas, equipamento e “know-
how” correntes;
o Permitem uma escavação rápida e execução da superestrutura no seu interior;
o Não exigem uma grande área de estaleiro ou acessos largos à obra.
Desvantagens
o Apresentam um mau desempenho para nível freático elevado;
o Não oferecem qualquer obstáculo à passagem da água contida no terreno a tardoz;
o Exigem terrenos com alguma consistência;
o Causam uma descompressão do solo, podendo originar o assentamento das fundações das construções
vizinhas;
o A eventual cravação dos perfis metálicos pode introduzir vibrações nas construções vizinhas;
o Em termos de aproveitamento da área de implantação do edifício como área útil, a espessura destas
paredes precisa de ser somada à das paredes interiores definitivas;
o Requerem cuidados na colocação dos elementos de entivação e estão limitadas em termos de
profundidade.
Equipamento utilizado
o Máquina retroescavadora para a realização da escavação
o Camiões para transporte de terras
o Trado de furação (introdução dos perfis; execução de ancoragens)
o Bate estacas para a cravação dos perfis por percussão (normalmente não utilizado)
o Grua para elevação e posicionamento dos perfis
o Macacos hidráulicos para a colocação em carga das ancoragens e na sua desativação
o Equipamento de serralharia e soldadura
o Serra elétrica para acertos dos elementos de entivação
o Equipamento de injeção
o Ferramentas de utilização manual
o Poderá ainda ser utilizado equipamento de controlo do processo construtivo, nomeadamente
inclinómetro, teodolito e alvos topográficos, células de carga, extensómetros
Processo de execução
Trabalhos preparatórios
o Determinação das características do solo
Terrenos suportados pela cortina e onde ela se apoia (resistência, peso volúmico, teor de água,
nível freático).
o Projeto de contenção
Planta do terreno, definição da contenção, fases da escavação, definição das acções de cálculo;
Relatório de reconhecimento geotécnico do local;
o Levantamento de obstáculos e do estado de degradação de construções vizinhas.
o Aspetos a verificar durante a construção
Condições meteorológicas;
Modificações do regime da água no solo;
Risco de esforços anormais;
Condições de segurança das construções vizinhas;
Interferência de trabalhos uns com os outros.
1ª Fase – Escavação geral
o Fase de preparação do terreno para todo o processo construtivo;
o Feita em toda a área do estaleiro até uma cota tão baixa quanto as condições de fronteira o permitam,
para assim definir a cota da viga de coroamento (se viável, talude no centro);
o Tem como objetivo a regularização e limpeza do terreno.
2ª Fase – Introdução dos perfis metálicos
o Marcação (teodolito) e alinhamento do centro dos furos;
o Introdução dos perfis nos furos pré-escavados com o trado ou através de percussão com um bate-
estacas (afastados de 0,6-1,0 m);
o Várias funções: impulsos do solo, peso próprio da parede, componente vertical da força da ancoragem.
o Limpeza do fundo do furo;
o Selagem da ficha do perfil (últimos 2 m) com calda de cimento e preenchimento da restante altura com
areia.
3ª Fase – Execução da viga de coroamento
o Pelo menos um perfil horizontal a unir os perfis verticais;
o Objetivo: Assegurar a transmissão de esforços e garantir a ligação entre perfis, evitando deslocamentos
diferenciais.
o Procedimento muitas vezes ignorado (substituída pela 1a viga de distribuição).
4ª Fase – Escavação e introdução dos elementos de entivação
o Escavação (retroescavadoras e equipamento manual):
Vertical: entre 0,3 e 1,5 m de altura por cada fase, consoante o terreno, a água e as condições
climatéricas;
Horizontal: Banquetas a partir de uma certa profundidade (tirando partido do efeito de arco)
o Colocação dos elementos de entivação (barrotes ou tábuas): à frente ou atrás do banzo frontal, ou atrás
do banzo posterior;
o A fixação pode ser feita por cunhas, atrito, aperto e engate.
5ª Fase – Execução dos escoramento e ancoragens
o Função: controlo da deformação da parede e evitar a rotura dos perfis metálicos à flexão;
o Sempre que possíveis escoramentos (solução mais económica, mas requer fronteiras suficientemente
próximas); alternativa: ancoragens;
o Executa-se uma viga de distribuição, com 1 ou 2 perfis (afastados na vertical de 0,4-0,5 m) e
implementa-se o método escolhido;
6ª Fase – Repetição dos passos anteriores nos diversos níveis
7ª Fase – Superstrutura e eventual remoção da entivação
o Se a superstrutura for executada encostada à contenção provisória, esta serve de cofragem na face
posterior;
o Se a superestrutura for executada afastada do muro de Berlim (tipicamente 1,0 m a 1,5 m), é necessário
cofrar ambos os lados, aterrar e compactar o terreno nessa distância;
o Pode-se ou não remover os elementos de entivação, preferindo-se a segunda devido ao custo, tempo e
perigo de causar danos no solo.
Método de Berlim
o Cravação na vertical de um perfil metálico, o qual é ligado através de varões de aço aos perfis metálicos
da cortina;
o Solução rápida e económica (prescinde dos cabos de pré-esforço e de mão de obra especializada).
Variante ao método de Berlim
o Consiste em pregar espaçadores aos elementos de entivação e ir forçando a penetração das tábuas no
terreno pelo tardoz dos perfis metálicos;
o Permite que não se perca na fase definitiva, o espaço útil correspondente à contenção provisória.
Muros de Munique
Campo de aplicação – está muito ligado às vantagens e desvantagens relativas da técnica aliadas ao fator custo
que beneficia claramente este tipo de solução, quando comparado com algumas das alternativas - paredes
moldadas e cortinas de estacas moldadas.
o solução utilizada em terrenos com alguma coerência, sem presença significativa de água e sem edifícios
suscetíveis a assentamentos na periferia da contenção;
o se o terreno tiver uma área de implantação pequena e/ou fortes limitações de acesso à obra.
Vantagens
o Economia;
o Por serem cofradas no seu interior, propiciam um acabamento aceitável, para alguns tipos de ocupação
dos pisos enterrados;
o Permitem a realização da escavação em simultâneo com a execução da contenção;
o Não exigem pessoal nem tecnologia muito especializada, recorrendo a técnicas, equipamento e
conhecimentos correntes;
o Apresentam um bom rendimento, em termos de aproveitamento da área de implantação do edifício
como área útil;
o Não exigem uma grande área de estaleiro ou acessos largos à obra.
Desvantagens
o Apresentam um mau desempenho para o nível freático elevado;
o Não garantem uma estanqueidade satisfatória a longo prazo;
o Exigem terrenos com alguma consistência;
o Causam uma descompressão do solo, originando o assentamento das fundações das construções
vizinhas;
o A eventual cravação dos perfis metálicos pode introduzir vibrações nas construções vizinhas;
o Processo muito moroso e fracos rendimentos diários em termos de área da parede.
Equipamento utilizado
o Máquina retroescavadora para a realização da escavação;
o Camiões para transporte de terras;
o Trado de furação (introdução dos perfis; execução de ancoragens);
o Bate-estacas para a cravação dos perfis por percussão;
o Grua para a elevação e posicionamento dos perfis;
o Macacos hidráulicos para a colocação em carga das ancoragens e para a sua desativação;
o Bomba e outro equipamento de injeção;
o Misturadora para a preparação da calda de cimento;
o Existência de estaleiro de armaduras;
o Poderá ainda ser utilizado equipamento de controle dos processos construtivos, nomeadamente
inclinómetro, teodolito e alvos topográficos, células de carga, extensómetros.
Processo de execução
Patologia
Anomalias (causa-efeito) – Os principais efeitos detetados nestes dois tipos de contenção periférica são a
humidade, o apodrecimento dos elementos de entivação (apenas no caso dos muros de Berlim) e a rotura da
estrutura que leva consequentemente a assentamentos do terreno.
o Tais efeitos devem-se sobretudo à carência de uma drenagem eficaz das águas superficiais no tardoz
deste tipo de contenções periféricas.
Anomalias (métodos de prevenção) – para evitar a ocorrência de tais anomalias:
o Muros de Berlim – Antes de se iniciar a escavação, o solo deverá ser drenado ou serem criados poços
drenantes no tardoz; deve-se criar um canalete de pelo menos 5 cm de altura acima do terreno
circundante para o escoamento de águas superficiais; trata-se os elementos em madeira com químicos
para evitar a sua deterioração.
o Muros de Munique – Na execução dos painéis, antes da colocação da armadura, deve- se colocar um
dreno de tardoz da parede, constituído por uma manta geotêxtil filtrante e uma camada drenante em
nylon; durante a execução da sapata de fundação, deve ser colocado um tubo dreno ao nível do fundo
da escavação.
Acidentes/Segurança
o Proteção individual - utilização de equipamento de segurança específico para o tipo de tarefa que o
trabalhador execute (especial atenção para as parte mais sensíveis do corpo - cabeça, olhos, tronco e
membros);
o Proteção coletiva - nomeadamente na utilização das máquinas que só devem ser utilizadas para o fim
para que foram concebidas, na limpeza e arrumação das áreas de trabalho, nas instalações elétricas, na
sinalização de segurança e no manuseamento dos cabos de aço;
o Deverá haver especial cuidado nas escavações - onde é indispensável a entivação do solo nas frentes de
escavação; conforme a natureza do terreno e a profundidade da escavação, assim será escolhido o tipo
de entivação (material, secção e afastamento entre si);
o As escoras devem manter os outros elementos de entivação na sua posição inicial e possuírem
resistência suficiente, serem apertadas por meio de macacos ou outro processo apropriado,
descansarem sobre uma base estável e fazerem a ligação com os barrotes por meio de cunhas cravadas
ou aparafusadas;
o Proteção do público - através de sinalização, passadiços e barreiras;
o Proteção e prevenção contra incêndios.
Controlo de qualidade
o É feito através da implementação de um Plano de Qualidade na obra em questão;
o O controlo da qualidade assenta fundamentalmente na estruturação de ações de inspeção e ensaio, no
seu desenvolvimento e no seu registo;
o Estas ações de inspeção devem ser estruturadas em:
Inspeções e ensaios na receção
Inspeções e ensaios em curso do processo
Inspeções e ensaios finais
o Na receção, existem fichas para controlo de receção de materiais e equipamentos incorporáveis -
asseguram que os materiais e equipamentos a empregar na construção estão conformes com os
requisitos impostos no projeto;
o Em curso e fim do processo, existem (i) fichas para procedimentos de inspeção e ensaio; (ii) fichas de
procedimento de trabalho para a execução de muros de Berlim e muros de Munique - onde são
especificadas todas as fases e procedimentos a ter durante todo o processo construtivo; (iii) fichas de
registo de inspeção e ensaio - onde é feita a verificação do plano elaborado e identificação dos
responsáveis;
o Há ainda a salientar o registo de controlo de equipamento de inspeção e ensaio e o registo de não
conformidade e ações corretivas.
Paredes Moldadas
Campo de Aplicação
Contenção periférica
o Em terrenos de fraca coesão e com nível freático elevado
o Junto de construções existentes, muito suscetíveis a deformações, principalmente se essas estruturas
introduzirem tensões importantes nas fundações e estas se encontrarem elevadas em relação ao piso
térreo da nova construção
Barreira à penetração de água
o As paredes moldadas constituem uma barreira à penetração da água, devido à sua constituição – painéis
contínuos em profundidade com uma espessura considerável (> 40 cm)
o Formato das juntas entre painéis dificulta a passagem de água para o interior da construção
Fundação
o As barretas são fundações profundas, constituídas por troços de paredes moldadas. Normalmente
utilizadas em conjunto com as paredes moldadas, podendo recorrer-se a estacas moldadas em sua
substituição
Vantagens
o Permite várias frentes de trabalho
o Bom comportamento sísmico
o Ruido e vibrações reduzidos
o Adapta-se a diversos tipos de terreno, mesmo com nível freático elevado
o Minimização da descompressão e deformação das construções vizinhas
o Pode atingir profundidades elevadas
o Estanqueidade à passagem de água para o interior da estrutura
Desvantagens
o Solução cara, principalmente devido ao uso das lamas bentiniticas e ancoragens
o Dimensionamento condicionado pela fase provisória
o Espessura mínima das paredes (40 cm), condicionada pelo equipamento e garantia da verticalidade,
pode provocar sobredimensionamento em construções pouco profundas;
o Se o firme rochoso estiver a grande profundidade e se se pretender a garantia de impermeabilidade,
esta solução pode ser antieconómica.
o Exige equipamento e mão de obra especializados;
o Exige grande espaço em estaleiro;
o O processo pode ter de ser abandonado se existirem rochas no terreno;
Equipamentos
Escavação: o tipo de equipamento mais utilizado na escavação são os baldes de maxilas, podendo também ser
utilizado outro tipo de equipamento, a hidrofesa (escavação por circulação). Quando se utilizam baldes de
maxilas e se encontra rocha, recorre-se ao trépano
Estabilização das paredes do furo: as paredes da vala são estabilizadas através do uso de lamas bentónicas, pelo
que é necessário montar em estaleiro o equipamento para seu fabrico e reciclagem
Outros equipamentos
o Trémie e camiões betoneira para a betonagem dos paneis
o Gruas ara colocação das armaduras e tubos junta
o Martelos pneumáticos para proceder ao saneamento final dos painéis
o Retroescavadoras para escavação do interior da contenção
o Trado continuo (ou outro) e macacos hidráulicos para execução das ancoragens
Processo Construtivo
Trabalhos preparatórios
o Campanha geotécnica
o Montagem do estaleiro
o corte ou desvio de serviços;
o Deteção de vestígios arqueológicos;
o Planeamento de recursos;
o Vistoria aos edifícios vizinhos (testemunhos e alvos topográficos);
o Montagem de tapumes;
o Garantia de acessos à obra;
o Abastecimento de água e eletricidade.
o Implantação prévia da obra e desvio de instalações enterradas;
Poços de inspeção;
Demolição de fundações de construções antigas;
Atenção a cabos elétricos no perímetro do estaleiro.
Escavação prévia (até à cota da plataforma de trabalho)
o Profundidade em função de:
Profundidade e estado de conservação das construções vizinhas;
Tipo de solo à superfície;
Nível freático (mínimo: 1 m abaixo da cota superior dos muros guia);
Acesso de equipamento por rampas (inclinação e largura aceitáveis).
Montagem da central de lamas bentoniticas
o Constituído por
Central de preparação (tanques de mistura)
Central de desareamento e reciclagem
Bombas e tubagens para circulação
o Funções das lamas bentoniticas durante a escavação
Estabilização da escavação
Manter suspensos os detritos da escavação
As lamas devem: permitir a sua fácil substituição pela massa de betão
Permitir reutilização (peneiração ou sedimentação dos detritos)
Permitir bombagem
o Características a controlar nas lamas
Densidade e viscosidade
pH
Percentagem de areia
Resistência do gel
Percentagem de bentonite
Execução dos muros-guia
o Características
Estruturas de betão fracamente armadas;
Betonadas contra o terreno;
Cofrados numa das faces;
Espessura de 0,15 a 0,20 m e altura de 0,80 a 1,50 m;
Afastamento entre muros = largura do painel mais uma folga de 5 cm.
o Funções
Guiar o equipamento de escavação;
Suportar as cargas e resistir aos impactos causados pelos equipamentos;
Permitem criar uma zona de oscilação do fluido estabilizador;
Permitem apoiar as armaduras (emendas);
Apoio para mobilizar a reação necessária ao arranque dos tubos de junta.
o Pormenor construtivo: a largura da vala entre os muros é igual à espessura da parede (0,4 a 1,0 m),
acrescida de 5 cm por forma a facilitar a introdução do equipamento.
Sequencia de execução
o Continua ou alternada
o Tipo de painéis: arranque, continuidade (simples ou duplos), fecho
o Dimensões dos troços de escavação
Espessura: 0,4 a 1,0 m;
Largura dos troços: 2,0 a 2,8 m;
Comprimento: altura total dos pisos
Enterrados + 2,0 m a 2,5 m (“ficha”).
o Equipamentos de escavação: por balde de maxilas ou por circulação
o À medida que se vai retirando terreno, vão sendo introduzidas lamas bentoníticas na vala. Estas lamas
possuem características tixotrópicas que lhes permitem estabilizar as paredes da escavação.
Escavação (baldes maxila)
o A lama é bombeada para dentro da vala ao mesmo tempo que se escava. A escavação por baldes de
maxilas é efetuada introduzindo o equipamento com o balde aberto no furo, sendo este depois fechado
e retirado, trazendo consigo uma mistura de solo, água e lamas.
o Os baldes podem ser suspensos através de cabos ou de uma haste rígida “Kelly”. Em qualquer das
situações, há que ter em atenção a manutenção da verticalidade durante a escavação.
o Na presença de blocos rochosos, é utilizado um trépano para os afastar ou provocar a sua desagregação.
Escavação (circulação)
o Este tipo de escavação pode ser efetuado por circulação direta, em que a lama é injetada sob pressão no
interior da escavação, sendo recolhida junto ao fundo do furo juntamente com o solo cortado pelas
rodas.
o Hidrofesa:
Para desagregar o terreno (mesmo rocha), são utilizadas rodas de corte
Bomba de sução
Colocação de tubos junta
o Os tubos junta funcionam como cofragem e possibilitam, através da sua forma, a obtenção de uma
parede relativamente estanque.
o Na execução em contínuo, é sempre utilizado 1 tubo junta.
o Na execução em alternado, são utilizados 2 tubos junta nos painéis primários e nos painéis secundários
não é necessário qualquer tubo junta.
Preparação e colocação das armaduras
o Previamente montadas no estaleiro (“gaiola”);
o Montagem a toda a altura do painel (emendas);
o Varões diagonais para rigidificar o conjunto.
o As fases de levantamento, transporte e colocação das armaduras, assim como a fase provisória das
paredes (antes de serem contraventadas pela estrutura no interior da contenção) são condicionantes ao
seu dimensionamento.
o Os espaçadores (forma cilíndrica) são colocados aquando da introdução da armadura na vala;
o As armaduras contêm negativos (metálicos), para posterior execução das ancoragens, e armaduras de
reforço ao punço amento;
o As armaduras podem conter negativos (em geral, em poliestireno expandido moldado) ou armaduras de
espera, para posterior ligação às lajes dos pisos;
o Armaduras suspensas nos muros guia com varões;
o O nível das lamas bentoníticas deve ser controlado durante a fase de introdução das armaduras na vala.
Betonagem
o Com auxílio de coluna de betonagem (trémie), de baixo para cima;
o Trémie - troços metálicos com 1 a 3 m de comprimento e 15 a 25 cm de diâmetro;
o Mergulhada 1 a 2 m no interior do betão - betão submerso;
o Usar mais que uma trémie para larguras superiores a 5 m ou cantos;
o Controlo do nível de betonagem com sonda;
o Betão de elevada fluidez (facilita substituição da lama, preenche vazios nas paredes da vala e intervalos
entre varões e minimiza segregação) e com tempo de presa longo.
o A betonagem é efectuada através de uma ou duas trémies (se a largura do painel for superior a 5,0 m ou
nas zonas dos cantos);
o O betão é compactado pelo seu peso próprio.
Recuperação do tubo junta
o Passadas 3,0 a 5,5 horas da betonagem, procede-se à recuperação do tubo de junta com recurso a um
macaco hidráulico, que reage contra os muros guia.
o Todas as operações atrás descritas são repetidas ao longo do desenvolvimento da parede.
Execução da viga de coroamento
o Remoção do betão contaminado com lamas, terreno e água que tende a acumular-se à superfície (40
cm);
o Para o efeito, pode ser removida, ainda com o betão fresco, a camada superficial ou recorrer à
demolição com recurso a martelos pneumáticos;
o É necessário endireitar os varões.
o Função: Solidarizar todos os painéis, para que “trabalhem” como um todo;
o Os varões das paredes são empalmados na armadura da viga de coroamento, devendo primeiro ser
endireitados;
o Cofragem escorada contra o terreno.
Escavação do terreno
o A escavação é feita com retroescavadoras por fases, sendo cada uma correspondente a um nível de
ancoragem e/ou escoramento;
o As escoras são constituídas por perfis metálicos, chumbados nos painéis de canto.
Ancoragens e escoramentos
o Para execução das ancoragens, são feitas furações através de trado contínuo, ou por roto-percussão
através de varas e bit.
o Em seguida, são colocados os cabos e é injetada (a baixa pressão) a calda de selagem.
o Quando a calda de selagem adquire a resistência necessária, é realizado o bolbo de selagem através de
um tubo plástico com manchetes - injeção com pressão -, e aplicado pré-esforço, com recurso a macaco
hidráulico.
o São também colocados escoramentos, nos cantos ou entre paredes próximas, por uma questão de
economia.
Construção da superestrutura - À medida que se vai construindo a estrutura no interior da contenção, as lajes
dos pisos vão servir de contraventamento às paredes, podendo proceder-se à desativação das ancoragens e
corte / desmontagem dos escoramentos.
Desativação de ancoragens – para desativar as ancoragens, puxa-se os cordões através de um macaco
hidráulico, de forma a libertar as cunhas, recuperando-se assim as cabeças da ancoragem que podem ser
reutilizadas.
Ligações das lajes à parede moldada
o As ligações das lajes dos pisos enterrados às paredes podem ser efetuadas através das seguintes formas:
Varões de espera deixados nas armaduras da parede;
Chapas metálicas soldadas;
o Colocação de negativos da armadura na parede (com poliestireno expandido moldado), para posterior
encastramento da armadura da laje;
o Execução de roços para empalme das armaduras;
o Selagem de varões de espera nas paredes.
Pré-fabricação - Em alternativa às paredes tradicionais, pode-se recorrer a painéis pré-fabricados. Estes são
colocados na vala e selados na base com calda de cimento.
o Escavação da vala com recurso a balde de maxilas e lamas bentoníticas;
o Introdução da calda através de espalhador;
o Colocação do 1º painel;
o Colocação dos restantes painéis;
o A utilização deste tipo de painéis permite a aplicação de pré-esforço.
o Usadas em solos:
Muito moles;
Com teores de água muito elevados;
Com elevada percolação.
o Vantagens:
Não há perdas de betão;
Garante-se a verticalidade;
O betão pode ser vibrado (melhora a compacidade).
o Desvantagens:
Custos elevados;
Difícil manuseamento devido ao peso do painel (cerca de 40 toneladas);
Exigência de maquinaria pesada.
o Painéis de betão maciços:
Calda de selagem;
Colocação de um composto na face do painel;
Tratamento das juntas (water-stop).
o Painéis de betão vazados:
Peso reduzido;
Necessita de betonagem no local.
Problemas de execução
Recuperação dos tubos junta - podem surgir problemas nesta fase dos trabalhos, devido à retirada precoce ou
tardia dos tubos junta; os tubos devem ser retirados na altura certa, de forma que o betão apresente uma certa
resistência, mantendo-se no seu lugar e não aderindo ao tubo junta.
Desaprumo entre painéis - Podem existir problemas de verticalidade aquando da escavação e colocação dos
tubos junta, podendo resultar no desaprumo entre painéis.
o Nesta situação, optou-se por manter o tubo junta no interior da parede
Sobre espessamento das paredes abaixo dos muros guia
Deficiente recobrimento das armaduras
Irregularidade da espessura da parede
Fissuração da parede