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Fundações

 Conjunto de elementos estruturais das construções, cuja finalidade é a de transmitir as cargas de superstrutura
ao terreno
 Dependendo das cargas da construção e do tipo de solo em que se apoiam, as fundações podem ser superficiais
ou diretas, semi-profundas ou profundas
 Asseguram a ligação entre qualquer estrutura e o terreno
 Transferem as cargas das estruturas para o terreno
 São elementos fundamentais na estabilidade das estruturas
 Podem ser definidas como elementos estruturais de transição entre a estrutura de uma construção e o terreno
sobre o qual ela se apoia, a fim de transmitir com segurança as solicitações oriundas da construção

Fundações Diretas

 Situação mais simples de fundação direta ou superficial, é o caso de uma sapata isolada, com um pilar:
o B – Menor dimensão em planta
o D – Profundidade do plano de fundação
o L – Comprimento da sapata
 As cargas são transmitidas ao terreno exclusivamente pela face inferior do elemento de fundação e a pequenas
profundidades
 Sapatas isoladas
o Terreno com características constantes
o Níveis de carregamento, pequenos a médios
o Superstrutura sem exigências especiais, relativas a assentamentos diferenciais
o Cargas concentradas e afastadas

 Sapatas continuas
o Proximidade de várias sapatas isoladas num determinado alinhamento
o Sapata em L >> B (na prática L > 10B)
o Cargas distribuídas por elementos de painel
o Fundação de uma parede/núcleo
o Fundação de um muro de suporte
o Terrenos não uniformes
o Níveis elevados de carregamento
o Pouca capacidade resistente do terreno

 Sapatas agrupadas por vigas de fundação


o Terrenos não uniformes
o Níveis de carregamento médios/elevados
o Superstrutura com exigências especiais, relativas a assentamentos
diferenciais
o Junto a sapatas excêntricas ou a muros de suporte, cujas sapatas não estão
autoequilibradas
o Em regiões sísmicas
 Grelhas de fundação
o Correspondem a vigas de fundação a ligar a base dos pilares, prescindindo-se de sapatas sob os mesmos
o Podem constituir uma boa opção quando as cargas transmitidas pelos
pilares são pequenas, o nível freático é baixo e se verifica uma (ou
mais) das seguintes situações:
 Variabilidade das características do terreno de fundação
 Sensibilidade da superstrutura a assentamentos diferenciais
 Sismicidade da região
 Existência de sapatas excêntricas ou de muros de suporte
cujas sapatas não estejam autoequilibradas
 Ensoleiramentos gerais
o Correspondem a lajes de planta extensa (em geral, ocupam a área de implantação do edifício) e
espessura relativamente pequena
o Carregamentos muito elevados na totalidade ou em parte significativa da fundação
o Terreno com características mecânicas elevadas apenas a grande profundidade
o Terreno superficial fraco, mas suscetível a receber cargas
o Rigidez da laje – uniformização de tensões transmitidas ao terreno
o Superestrutura sensível a assentamentos diferencias
o Solução por sapatas isoladas ocupa mais de 50% da implantação
o Nível freático próximo ou acima do piso térreo
Informação Geotécnica

 Que tipo de fundação utilizar?


o Reconhecimento do local e da região
o Prospeção geotécnica – espessura e propriedades das diferentes formações do terreno até uma que se
saiba ter uma boa capacidade de carga
o Estudo dos níveis de águas subterrâneas
o Ensaios “in situ” e laboratoriais sobre amostras

NOTAS:

 Fundações horizontais a 0.5 m de profundidade sob cargas estáticas verticais


 Coeficiente de segurança de 2 em relação à capacidade de carga por corte do terreno de fundação
 Para solos incoerentes, valores referer.se a larguras da sapata de 1 m

 Reconhecimento o local e da região – Recolha de toda a informação disponível sobre as condições do terreno
(características e resistências das diversas camadas do solo) e o comportamento das estruturas na vizinhança:
o características topográficas e geológicas do local e da região;
o registo de sondagens e outras operações de prospeção anteriormente realizadas no local;
o perturbações devidas a deslocamento de terras;
o tipo de estruturas existentes e seu comportamento;
o marcas de cheias em edifícios antigos;
o níveis de água no subsolo (poços, escavações);
o cotas de afloramento de rochas;
o perfis geológicos de cortes ou escavações existentes (estradas, caminhos de ferro, pedreiras, etc.);
o colheita de amostras características, fotografias;
o informação sobre o clima, acessos, materiais de construção/equipas.;
o contactos com autoridades locais, técnicos, etc.
 Recolha de documentação – cartas, artigos, etc.
 Escolha da solução de fundação
o Quando as características superficiais dos terrenos satisfazem as exigências da natureza da obra, opta-se
por fundações diretas superficiais
o Normalmente não se usam fundações diferentes numa mesma obra
o No entanto, dependendo das condições do terreno e do tipo da estrutura, pode-se recorrer a soluções
mistas recorrendo a juntas

NOTA: terrenos apresentam propriedades indefinidas e não controláveis ao contrário de, por exemplo, o aço ou o
betão; não são possíveis a caracterização e definição exatas – adoção e programas suficientemente progressivos e
flexíveis para se adaptarem a eventuais circunstâncias adversas, dentro de aceitáveis limites de custos, riscos e tempo
de execução

 Número e disposição das operações de prospeção – a disposição e espaçamento de poços e outras sondagens
devem revelar qualquer modificação importante na espessura, profundidade e estrutura ou propriedades das
formações interessadas.
o O número e tipo de operações variam com as dimensões e a natureza da estrutura a fundar, as
características do terreno e a existência ou não de adequados registos geológicos
 Ensaio SPT – ensaio dinâmico que consiste em cravar no fundo de um furo de sondagem, devidamente limpo,
um amostrador normalizado
o A cravação é feita recorrendo-se a um pilão com 63.5 kgf que cai livremente de uma altura de mais ou
menos 76 cm, sobre um batente que por sua vez está ligado a um trem de varas, cuja ponta é um
amostrador normalizado

o Domínio de aplicação – utilizado principalmente para a determinação das propriedades de solos


arenosos. Aplicável igualmente para argilas e siltes
Processo Construtivo (Sapatas e Ensoleiramentos)

 Preparação do terreno
o Registo de todos os elementos a preservar e eventual proteção de modo a evitar a sua deterioração
o Limpeza do terreno e retirar terra vegetal (decapagem), eventuais materiais depositados e remover ou
transplantar vegetação existente
o Recolha de informação sobre cadastro de infraestruturas existentes, caso a obra se localize em meio
urbanizado
o Eventual desvio de instalações tais como condutas de esgotos, água ou gás, cabos elétricos, etc.
o Eventual demolição de construções antigas e suas fundações
o Caso existe nível freático elevado, deverão ser implementados sistemas que possibilitem a execução da
futura escavação
o Caso o solo não apresente características satisfatórias para fundação ou circulação do equipamento
pesado, realizar técnicas de melhoramento de solos
 Escavação geral
o Execução de escavação geral em conformidade com: cotas de projeto, necessidade de acesso dos
equipamentos para operações de movimentos de terras e equipamentos (retroescavadoras e camiões)
o Pequenos acertos ou escavação localizada manual, com acessórios específicos (pá para solos moles e
martelo pneumático para solos duros) ou equipamento de pequeno porte de maior precisão
o Deve recorrer-se a taludes para a execução da escavação para profundidades superiores a 1.25m
o O angulo dos taludes com a horizontal deverá variar com a natureza dos solos, entre 45º e 90º
o Para profundidades superiores a 2m, é aconselhável a execução de patamares intermédios com largura
superior a 1m e berma protegida para evitar desmoronamentos
o Na impossibilidade de realizar taludes as paredes da escavação deverão ser parcial ou totalmente
entivadas e escoradas provisoriamente, deixando um espaço livre de trabalho com 50cm
o É prudente contemplar sistemas de recolha e poços para receção de águas que afluem ao fundo da
escavação para bombagem
 Implantação da fundação
o De acordo com a planimetria e altimetria definidas em projeto – recorrer em geral a apoio topográfico
o Colocar referencial a 1-2 m do perímetro exterior. Este referencial designa-se “cangalho periférico” e é
constituído por:
 Vigas ou tabuas de madeira, dispostas horizontalmente e niveladas, fixadas a estacas curtas
também de madeira previamente cravadas no terreno, distanciadas entre si de cerca de 1.5 m
 Varões metálicos e tabuas ou barrotes fixos ao terreno
 Simplesmente argamassa no terreno ou elementos já executados.
1. Fixação dos barrotes de madeira do cangalho ao terreno
2. Marcação das faces dos elementos estruturais fundados nas sapatas
a. Definição de alinhamentos com fios de nylon tensionados e amarrados a pregos, cravados no
cangalho
b. A esquadria dos alinhamentos é garantida com teodolito esquadro ou triângulo
3. A execução dos cantos no terreno +e efetuada por intermédio de um fio-de-prumo, colocado na
interseção dos fios
4. Em fases mais avançadas da construção, as referências ao cangalho periférico podem ser transferidas
para apoio local

NOTA: Alternativa ao cangalho – cavaletes

 Abertura de caboucos (escavação local)


o Confirmar características do terreno à cota de projeto (exame visual e ensaios normalizados)
o Escavação até cota de projeto mais 5 cm para betão limpeza
o Em função do tipo de solo: escavação vertical com dimensões exatas (dispensa cofragem) e escavação
em talude deixando folga de 0.5 m (exige cofragem)
 Colocação do betão de limpeza – Funções:

NOTA: remoção de terreno desagregado, regularização e compactação manual ou mecânica do fundo evita betão de
limpeza em excesso. Colocação de betão C12/15 (B15) em espessura de 5 a 10 cm

o Regularizar superfície do solo


o Evitar contanto direto do betão da sapata com o solo
o Criar base horizontal e limpa para colocação das armaduras e montagem das cofragens
o Primeira barreira à humidade de solo
 Execução da cofragem
o Cofragem perdida (alvenaria ou situações particulares em que não seja possível ou viável recuperar o
material)
o Cofragem recuperável (NOTA: raramente se utiliza cofragem racionalizada nova em sapatas correntes
devido à inexistência de exigências estéticas)
o Cofragem corrente em sapatas: Madeira (pinho, abeto, eucalipto)
o Exigências:
 Elementos limpos de geometria correta, desempenados e sem fendas ou rasgos
 Juntas suficientemente fechadas para evitar perda de material fino (a molhagem de tábuas de
madeira provoca o inchamento e a redução da dimensão das juntas)
 Resistentes/rígidas para manter a forma do elemento até ao endurecimento do betão
 Molhagem da superfície para evitar absorção de água de amassadura
 Caso se deseje a recuperação do material para reutilização (3x se desmontada e 10x caso não
seja desmontada), deve ser aplicado óleo descofrante
o Montagem
 De acordo com os projetos e detalhes de fabrico, tendo em atenção o aproveitamento das peças
de madeira
 União das peças de madeira com pregos, que deverão poder arrancar-se facilmente quando da
desmontagem
 Solidarização de painéis de cofragem opostos com esticadores (varões de 6 ou 8 mm de
diâmetro), fixados pelo exterior com castanhas (substitui e/ou complementa escoramentos) –
ponto privilegiado para a corrosão e deterioração
 Montagem dos taipais, geralmente efetuada no local de aplicação
 Escoras rigidamente ligadas entre si por travessas, de forma a trabalharem em conjunto e não
como elementos isolados
 Os trabalhos de cofragem deve contemplar todos os acessórios de apoio às operações de
betonagem e de garantia da integridade das armaduras
 Elementos de entivação ou escoramento não deve apoiar diretamente no solo, mas sim em
elementos horizontais de maior dimensão – melhora a distribuição e diminui tensões no terreno
e garante a imobilidade destes pontos de apoio.

 Montagem das armaduras


o Pré-montagem em estaleiro ou pré-fabricação é preferível à montagem no local definitivo
 Diminui tempo de vala aberta e otimiza rendimentos
 Diminui detritos e inoperância do óleo descofrante
 A dobragem no local de aplicação não é permitida
 Local de aplicação: apenas execução de ligações entre armaduras ou montagem de estribos até
ao diâmetro de 12 mm
o Execução de acordo com projeto (mapa de armaduras) respeitando:
 Espaçamentos e sobreposição de varões
 Comprimentos de amarração
 Recobrimento
 Diâmetros interiores de dobragem mínimos
o O transporte e armazenamento deverão ser realizados de modo que não afetem a geometria e
posicionamento dos varões
o As armaduras deverão estar isentas de depósitos superficiais que prejudiquem a aderência (óleo, gelo,
pinturas, ferrugem solta, etc.)
o Para garantir o recobrimento, deverão ser previstos espaçadores solidarizados às armaduras
o Antes da colocação das armaduras, dever-se-á limpar o betão de limpeza de eventuais detritos
o Colocação de todas as armaduras de elementos contíguos ou respetivas armaduras de espera (vigas de
fundação, pilares)
o A ligação dos varões pode ser executadas com arame de atar ou pontos de solda
o Os varões dos pilares poderão ser montados no local de aplicação ou na oficina do estaleiro
(transportados por grua)
o É mais simples e rápido “empalmar” o troço do pilar nas armaduras de espera colocadas antes da
betonagem da sapata; a verticalidade do pilar deve ser garantida através de cangalho de fixação (4
elementos de confinam as 4 faces do pilar)
 Betonagem
o Produção de betão: betão pronto ou betão fabricado em obra
o Transporte do betão em obra:
 Carros de mão – pequenas obras, distâncias pequenas
 Carros motorizados (dumpers) – distâncias maiores, solo compacto
 Balde – (geralmente até 1 m3) transportado por grua ou outro equipamento de elevação
 Camiões de betoneira – 5 a 8 m3
 Bombas de betão – 300 m na horizontal e 35 m na vertical
o Colocação do betão
 Precauções para não afetar posicionamento das armaduras
 Precauções por forma a evitar desprendimento de terras (caso de betonagens contra terreno) e
contaminação do betão com solo
 Temperatura preferencial entre 5ºC e 30ºC
 Evitar aplicação em queda livre para alturas elevadas (segregação)
 Colocação uniformemente distribuída (não amontoar material) em camadas sucessivas (h < 30
cm)
 Betonagem simultânea de sapatas e vigas de fundação e, de forma geral, do maior número de
elementos possível para evitar juntas de betonagem (as juntas, quando existem, devem ser em
locais com esforços reduzidos)
 Tratar juntas de betonagem por aplicação de acessórios, raspagem de betão não endurecido ou
picagem caso o material tenha ganho presa
o Compactação por vibração
 Tem como objetivos retirar ar contido na matriz, tornando o betão mais compacto
 Os vibradores devem ser introduzidos na vertical e a velocidade constante
 A “área de influência considerada deve rondar 0.5 m 2 a 1 m2
 Evitar vibrar espessuras superiores à do comprimento da agulha
 Respeitar a aproximação máxima da agulha à cofragem de cerca de 15 cm
 Tempos de vibração entre 5 e 30 s (pouco tempo introduz uma fraca compactação e tempo
excessivo provoca segregação)
 Descofragem – tempo de endurecimento do betão até à descofragem é definido em função das dimensões do
elemento betonado
o Mínimo 2 a 3 dias em fundações diretas.
 Evitam se danos na superfície de betão durante a descofragem
 Os elementos suportem as ações a que estão sujeitos
 Não ocorram deformações excessivas
o Regras:
 Elementos de apoio e de aperto deverão ser aliviados ou retirados sem ações bruscas
 Para destacar painéis utilizar cunhas de madeira (e não um pé-de-cabra)
 As restas das peças betonadas deverão ser protegidas para não serem danificadas
 Depois da descofragem, os elementos de cofragem o os elementos de fixação deverão ser
limpos de resíduos de betão
 Cura do betão – consiste na prevenção contra a secagem prematura, sobretudo devido à radiação solar e ao
vento, e visa a obtenção das propriedades potencias esperadas para o betão, principalmente na zona superficial.
Quanto maior for o período de cura, maiores tendem a ser a tensão de rotura, a resistência mecânica e os
ataques químicos e menores a porosidade e a permeabilidade
o Métodos de cura – com proteção superficial do betão (membranas impermeáveis), com adição de água
para manter o betão húmido (o mais corrente em fundações diretas correntes) ou através de compostos
de cura
 Aterro os caboucos – deve ser executado:
o Até à cota prevista em projeto tendo em conta a espessura do pavimento do piso térreo.
o Deve ser precedida da montagem da armadura e da cofragem do primeiro troço de pilar, da sua
betonagem e descofragem.
o Solo compactado por forma a obter uma superfície nivelada e compactada

Estacas Cravadas

 Vantagens
o Rapidez de execução
o Limpeza da obra
o Podem ser cravadas até à nega prevista
o O terreno na ponta fica compactado e em contacto com esta
o Estáveis em terrenos sem suto-sustentação (argilas moles, lodos)
o Possibilidade de serem recravadas quando sujeitas a levantamento do solo
o Possibilidade de inspecionar a estaca antes da cravação
o Controlo da qualidade na execução da estaca
o Resistência a ataques químicos
o O nível freático não afeta processo construtivo
o Possibilidade de cravar grandes comprimentos
o Possibilidade de execução através da água em estruturas marítimas
o Podem ser instaladas a uma cota superior à do terreno
o Podem aumentar a compacidade relativa da camada granular da fundação
o Técnica de cravação e equipamento pouco dependentes das condições “in situ”
 Desvantagens
o Mais onerosas
o Dificuldade na variação e ajuste do comprimento
o Poderem ser danificadas por excessiva energia de cravação
o Inadequadas em solos contendo elementos ou blocos duros
o Espaço em estaleiro antes da cravação
o Não poderem ser cravadas com grande diâmetro ou em condições de limitação do pé-direito
o Provocam ruido, vibrações e deformação do terreno
o Perturbação do terreno que pode levar a reconsolidação e desenvolvimento de atrito negativo nas
estacas
o Subida (expulsão) de estacas anteriormente cravadas, quando a penetração da ponteira destas estacas,
na camada de apoio, não foi suficiente para mobilizar a necessária resistência às forças de levantamento
o Levantamento e perturbação do terreno envolvente pode causar dificuldades e ter repercussões nas
estruturas vizinhas

Estacas de madeira
 Processo mais antigo e simples de fundações indiretas
 Baixa pombalina assente sobre estacas cravadas de madeira
 Utilização atual reduzida (má qualidade do material, incremento das cargas nas estruturas)
 Comprimentos dos troços – troncos de árvores (> 12 m)
 Posicionamento do tronco influenciada a capacidade de carga da estaca
o Resistência lateral – estaca cravada com a parte mais grossa para cima
o Resistência de ponta – estaca cravada com a parte mais grossa para baixo
 Boa durabilidade e resistência ao choque
 Durabilidade influenciada pelo nível freático e humidade (fungos, insetos xilófagos, térmitas, etc.)
 Tratamento: atualmente produtos oleosos, no passado sais à base de zinco, etc.

Figura 1 - Capacidade de carga

Estacas metálicas

 Peças esbeltas
 Muito resistentes
 Aço laminado ou soldado
 Troços normalmente com comprimentos de 12 m
 Emendas de troços por soldadura, com utilização de talas soldadas e talas aparafusadas
 Utilizados essencialmente como elementos de estruturas de contenção
 Vantagens
o Pouca perturbação do terreno (exceto seções tubulares com ponta obturada)
o Fail cravação em quase todos os tipos de terrenos
o Prazos de entrega reduzidos (perfis de secção comercial)
o Facilidade em executar emendas e cortes
o Possibilidade de comprimentos diferenciados
o Possibilidade de acoplagem de várias estacas
o Elevada resistência à compressão, flexão e corte
o Elevado controlo de qualidade
o Profundidade de cravação elevadas
 Desvantagens
o Encurvada
o Ruido na cravação por percussão
o Vibração
o Reduzida resistência de ponta

NOTA: possibilidade em aumentar a área da ponta da estaca aumentando a resistência

o Custo
o Corrosão

NOTA: é controlável por decapagem e proteção com pinturas ou sobre espessura.

Estacas pré-fabricadas de betão

 Estacas em betão armado ou pré-esforçado


 Executadas em fábrica, sendo depois transportadas para o estaleiro
 Elevado consumo de cimento e baixas relações a/c
 Betões de alta resistência
 Em fábrica processo de compactação (de todo o tipo de comprimento) do betão por vibração (em geral) ou por
centrifugação (estacas circulares vazadas)
 Dimensões das estacas de seção quadrada – tipicamente de 200 a 400 mm
 Vantagens
o permitem comprimentos totais na ordem de 50 m;
o armazenamento feito em fábrica, sendo expedidas de acordo com as necessidades da obra;
o possibilidade de controlo da qualidade na fase de fabrico, incluindo a colocação de armaduras e
respetivos recobrimentos;
o elevada resistência a ataques químicos - durabilidade em geral;
o capacidades de carga de 200 a 1500 kN;
o boa resistência tanto à compressão como à flexão (devido à armadura longitudinal);
o boa resistência ao corte (devido à armadura transversal, geralmente helicoidal);
o solução apropriada quando importantes camadas de solos de fraca consistência se sobrepõem aos
estratos escolhidos para fundação.
 Desvantagens
o troços limitados a 12 m de comprimento (transporte);
o tempo de cura do betão elevado (exceção: cura acelerada por vapor);
o dificuldades em terrenos com seixo grosso / blocos rochosos;
o dificuldade em terrenos com camadas alternadas de maior e menor resistência;
o condicionadas pelas secções correntes;
o seções não correntes – tempo de entrega mais elevado, comprimentos condicionados
o cuidados especiais para o transporte e manuseamento (armadura condicionada pelo transporte e não
apenas pelas solicitações de cravação e de serviço da estrutura).

Processo de Execução

 Cravação por percussão – bate estacas com pilão de queda livre, martelo automático
 Cravação por vibração – estruturas metálicas (estacas prancha cravação de tubo moldador em estacas
moldadas)
o Utilização restrita
o Areias – auxilio de injeção de água (simples ou com bentonite) a alta pressão junto à ponta da estaca
o Argilas – pré escavação com trados para minimizar vibrações e evitar levantamento do terreno
 Cravação por prensagem – introdução de uma pressão na cabeça da estaca por macacos hidráulicos que regem
contra uma plataforma com sobrecargas ou contra a própria estrutura
o Sem vibração
o Sem ruido
o Pequeno porte – maior flexibilidade de utilização
o Necessita de se fixar a um maciço ou a uma estrutura existente
 NOTA: solução inicialmente idealizada para reforço de fundações onde não havia pé-direito disponível para
instalar o bate estacas
o Estacas prancha – com este equipamento, o processo de cravação de uma estaca baseia-se na reação
contra 3 estacas já cravadas. O processo de remoção é o inverso

Figura 2 - Processo de execução de estacas de madeira

 Estacas metálicas
o Seções:
 Perfis em I ou H;
 Tubos ocos;
 Perfis compósitos;
 Estacas-pranchas;
 Carris reaproveitados das linhas férreas.
o Sequencia de cravação
 Eleva-se o primeiro troço da estaca e é colocado dentro de um tubo de proteção;
 Coloca-se o conjunto, atrás referido, em posição de cravação da estaca;
 Crava-se a estaca;
 No fim da cravação do primeiro troço, o segundo troço, já preparado para a soldadura, é
elevado e alinhado com o troço já cravado;
 Executa-se a soldadura de topo;
 Crava-se outra estaca enquanto a soldadura se processa;
 Repete-se o processo até se atingir a profundidade desejada;
 Verifica-se o local de cravação 24 horas depois, para verificar se houve ou não relaxação
(levantamento da estaca);
 Finalmente, apara-se o topo da estaca até ao nível pretendido.
 Estacas pré-fabricadas de betão
o Seções
 Quadrada
 Cilíndrica
 Hexagonal
 Octogonal
o Processo de cravação
 Transporte
 Armazenamento em obra
 Piquetagem (negativo – local de cravação da estaca)
 Verificação da verticalidade (aprumo)
 Encaixe da estaca no capacete
 Elevação da estava
 Cravação – bate estacas com pilão de queda livre (verticalidade da estaca garantida através de
guias laterias e verificada com fios de prumo)

NOTAS:

 Em areias, a cravação pode ser auxiliada pela injeção de água (simples ou com bentonite) a alta pressão junto à
ponta da estaca (jetting), aplicada através de um tubo no seu interior ou dois tubos exteriores, de modo a
desagregar o terreno e reduzir temporariamente o atrito ao longo do fuste.
 Em argilas, pode ser necessário pré-escavar o furo das estacas (com trados) para reduzir as vibrações e evitar o
levantamento do terreno.
 Ligação dos troços
 Descabeçamento da estaca
 Escavação para execução do maciço de encabeçamento
 Demolição de um troço de cerca de 50 cm da cabeça da estaca (com martelos pneumáticos)

NOTA: a altura do maciço de fundação deve garantir que a rigidez deste é muito superior à das estacas, devendo ter-se
H > Φ e H > B/2. Deve garantir-se o comprimento de amarração das armaduras da estaca na vertical.

Figura 3- controlo de qualidade no fabrico

Controlo de qualidade na execução

 Controlo in-situ de:


o Verticalidade;
o Profundidades atingidas;
o Integridade e da continuidade estrutural dos seus elementos;
o Interação estaca - solo;
o Ocorrência de fenómenos de relaxação, etc.
 Controlo por intermédio de:
o Nível;
o Determinação da nega;
o Medição do ricochete elástico (repique);
o Ensaio de carga estático;
 Carregar gradualmente a estaca com um peso transmitido à cabeça através de um
 macaco hidráulico (sem levar geralmente a estaca à rotura), medindo-se as deformações
correspondentes;
 A estaca é descarregada também de uma forma gradual;
 A partir dos resultados e nomeadamente da relação carga / deformação, é possível estabelecer
correlações com a capacidade de carga da estaca.
o Ensaio de carga dinâmico;
 São ensaios demorados e de elevado custo, sendo utilizados apenas nas obras importantes e
num nº reduzido de estacas.
 Medem força e velocidade de propagação da onda de tensão gerada pelo impacto de uma carga
gravítica no topo da estaca.
 Detetam localização e extensão de danos;
 Permitem obter comportamento do solo e diagrama força - deslocamento do conjunto
 solo - estaca;
 Parâmetros obtidos estão relacionados com a deformabilidade e a resistência do terreno
(patente EUA).
o Ensaio sónico (stress-wave)
 Baseado na teoria de propagação de ondas sónicas de tensão, permitindo avaliar a integridade
estrutural das estacas;
 Análise das características de propagação de ondas sónicas de tensão originadas na cabeça da
própria estaca;
 Deteção de descontinuidades ou anomalias na estaca tais como fraturas, alargamentos e
estreitamentos localizados, variação da qualidade do betão da estaca, irregularidades no
diâmetro no corpo da estaca.
 O ensaio menos oneroso;
 Um martelo é percutido contra a cabeça da estaca, produzindo uma onda de tensão que se
propaga, sendo detetada por um acelerómetro colocado também na cabeça da estaca;
 Defeitos (descontinuidades / fraturas) provocam reflexões das ondas, que serão detetadas antes
da que corresponde à base da estaca.

Estacas Moldadas

 São elementos de fundação profunda ou indireta


o Transmissão de cargas a grande profundidade
o Têm elevada esbelteza
o Apresentam seção circular, sendo executadas in situ em betão armado
o As fundações indiretas mais utilizadas em Portugal
 Recorre-se a este tipo de fundações quando:
o Os terrenos não apresentam à superfície as características de resistência adequadas para suportar as
cargas impostas pela superestrutura
o Os assentamentos previsíveis com outras soluções de fundação a menor profundidade são excessivos
 Vantagens
o O dimensionamento da armadura não depende das condições de manuseamento e cravação;
o Podem ser recolhidas amostras dos solos atravessados;
o Grande variedade de diâmetros disponíveis;
o Atingem grandes profundidades;
o Não causam vibrações importantes;
o Não causam ruído;
o O alargamento da base pode ir até dois a três diâmetros;
o Não existe risco de levantamento do terreno.
 Desvantagens
o Dificuldades na garantia das dimensões da secção transversal;
o O betão não pode ser inspeccionado após a colocação;
o Dificuldades na garantia do recobrimento das armaduras;
o Dificuldade em garantir a verticalidade;
o Pode existir descompressão nos solos arenosos;
o Não se pode efectuar alargamento da base em terrenos sem coesão;
o Pode dar-se arrastamento de finos do betão;
o Existe possibilidade de estrangulamento da secção;
o Há dificuldades de betonagem debaixo de água.
 Materiais
o Betão (fluido, normalmente C20/25)
o Armaduras
o Ferro (tubo moldador)
o Lamas bentoniticas
 Equipamentos
o Furação: giratória (Kelly) com lança, trado continuo, tardo curto, trépano, limpadeira, tubo moldador,
tubo guia, acessório para alargamento da cabeça
o Betonagem: camião betoneira, bomba de betão, “trémie”
o Moldagem e colocação da armadura: máquina para moldar armaduras, prato rígido, vibrador
o Garantia de verticalidade: tubo guia
o Contenção das paredes do furo: tubo guia, central de reciclagem para lamas bentoniticas, tubos
moldadores
o Saneamento da cabeça das estacas: martelo pneumático

Processo de execução

 Sem tubo moldador com trado continuo


o Seleção do equipamento de furação;
o Furação com o trado (Lmáx = 20 m);
o Betonagem a partir do fundo do furo (50 cm acima), utilizando betão fluido bombeado através do tubo
central do trado;
o À medida que o betão vai subindo, o terreno ainda contido na hélice é transportado para cima;
o Compactação do betão nos 3 m superiores;
o Introdução da armadura (difícil a partir de 8 m de profundidade) - prato e tubo rígido e motor vibrador;
o Saneamento da cabeça da estaca e execução do maciço de fundação.
 Sem tubo moldador com trado curto
o Seleção do equipamento de furação (diâmetro do trado, trépano, limpadeira);
o Furação (terreno com coesão);
o Limpeza do fundo do furo (limpadeira ou ar comprimido);
o Colocação da armadura;
o Betonagem com trémie (tecnologia do betão submerso - mangueira 2 m abaixo do betão já colocado) e
vibração dos 3 m superiores;
o Saneamento da cabeça da estaca e execução do maciço de fundação.
 Sem tubo moldador com lamas bentoniticas (terrenos com coesão muito baixa)
o Propriedades das lamas: tixotropia (altera nível de viscosidade), “cake”
o Parâmetros a controlar: densidade, viscosidade, teor de areia, espessura de “cake”
o É um material caro, mas existe a possibilidade de reutilização através da sua reciclagem
o A furação é executada por percussão e rotação em duas fases:
 Furação prévia com trado curto, para melhor posicionar e verticalizar o furo e permitir o
posicionamento do tubo guia, que permite guiar o equipamento de escavação e conter as
lamas;
 Continuação da furação, com recurso a uma limpadeira, numa primeira fase sem lamas e,
quando o solo o exige, com recurso às mesmas (pelo menos 1 m acima de NF);
o Previamente à introdução da armadura, procede-se à limpeza do fundo do furo
o Introdução da armadura no furo preenchido com lamas bentoniticas
 Para realizar empalmes: suspensão de armaduras com trave metálica
 Espaçadores cúbicos no fundo
o A betonagem é efetuada diretamente do camião betoneira para o funil da trémie
o À medida que se vai introduzindo o betão no furo, as lamas bentoníticas, por serem menos densas que o
betão, vão subindo, sendo recolhidas para reciclagem e a trémie vai sendo desmontada por troços
o Escavação e saneamento da cabeça das estacas

NOTA: alternativa às lamas bentoniticas – polímeros estabilizadores

 É uma substância com aspeto gelificado e translúcido e apresenta as seguintes vantagens:


o É biodegradável;
o Não necessita de central de reciclagem; fica apto para posterior utilização, após deposição das
impurezas da escavação (recurso a um tanque);
o Tem menos problemas de contaminação dos solos;
o Maior economia.
 Tem a desvantagem de não garantir a total limpeza do fundo do furo, pelo que não substitui ainda
integralmente as lamas bentoníticas.
 Tubo moldador recuperável com extração do terreno
o Seleção do equipamento de introdução do tubo moldador e furação;
o Furação prévia (3 a 4 m de profundidade), para melhor posicionar e verticalizar o tubo;
o Introdução do tubo moldador (por rotação e pressão ou vibração) e furação simultânea (trado ou balde
de acordo com o solo);
o Limpeza do fundo do furo com limpadeira;
o Introdução da armadura;
o Betonagem com trémie e subida simultânea do tubo moldador com compactação do betão nos 3 m
superiores;
o Saneamento da cabeça das estacas e execução do maciço de encabeçamento.
 Tubo moldador perdido com extração do terreno
o Seleção do equipamento de furação (limpadeira, trépano, trado) e movimentação do material (barcaça);
o Cravação de um tubo de diâmetro superior ao da estaca (em obras dentro de água facilita cravação do
tubo moldador) - 1,0 a 1,5 m;
o Cravação do tubo moldador (por pressão e/ou vibração);
o Extração do terreno com recurso a limpadeira (trado ou trépano em solo firme - estacas de ponta);
o Limpeza do fundo do furo (com limpadeira);
o Colocação da armadura;
o Betonagem com trémie (a água vai sendo empurrada para o exterior por ser menos densa que o betão);
o Recuperação do tubo exterior, saneamento da cabeça das estacas e execução do maciço de fundação

NOTA: em geral, o betão do troço superior da estaca está fortemente contaminado com água (salgada)

Controlo de Qualidade

 Principais questões a controlar:


o Consumo real de betão relativamente ao teórico (ligeiramente superior);
o Trabalhabilidade do betão;
o Qualidade das lamas bentoníticas;
o Desvios de verticalidade;
o Estrangulamento da secção por aderência do betão ao tubo moldador (integridade);
o Destruição local da secção da estaca devida a água corrente (integridade);
o Capacidade de carga: conjunto solo - estaca.
 Os métodos devem ser adequados:
o Ao tipo de estaca;
o Ao tipo de solo;
o À deteção do defeito mais provável de ocorrer.
 Método sónico do eco (stress-wave) – expedito, pouca fiabilidade
o O ensaio menos oneroso
o Um martelo é percutido contra a cabeça da estaca, produzindo uma onda de tensão que se propaga,
sendo detetada por um acelerómetro colocado também na cabeça da estaca.
o Defeitos (descontinuidades / fraturas) provocam reflexões das ondas, que serão detetadas antes da que
corresponde à base da estaca.
 Método das diagrafias sónicas (cross-hole) – maior fiabilidade
o Tubo previamente colocado no interior da estaca;
o Sonda (ultra-sons) contém transmissor de energia acústica numa extremidade e recetor na extremidade
oposta;
o Sonda colocada na base da estaca sendo depois elevada a velocidade constante;
o Tempo de transmissão correlacionado com qualidade do betão (vazios, descontinuidades ou intrusões
de solo).
 Ensaios de carga estáticos
o Resistência do elemento;
o Assentamento provocado no terreno.
o Este tipo de ensaios, por ser dispendioso, só se justifica em obras muito importantes e realiza-se apenas
num nº limitado de estacas.
 Ensaios dinâmicos
o São ensaios demorados e de elevado custo, sendo utilizados apenas nas obras importantes e num nº
reduzido de estacas.
o Mede força e velocidade de propagação da onda de tensão gerada pelo impacto de uma carga gravítica
no topo da estaca.
o Deteta localização e extensão de danos;
o Permite obter comportamento do solo e diagrama força - deslocamento do conjunto solo - estaca;
o Parâmetros obtidos estão relacionados com a deformabilidade e a resistência do terreno (patente EUA).
 Ensaio statnamic – estacas de grande capacidade
o Fuel queimado dentro de uma câmara de pressão, exercendo uma força ascendente (até 3400
toneladas) que reage contra a estaca a ensaiar.
o Permite obter gráfico força – deslocamento quase-estático - a ação é lenta, se comparada com a queda
livre e impacto de uma massa.
 Carotagem (resistência da estaca) – Não é muito utilizado, devido a ser um método destrutivo, de elevado custo
e dificuldade de execução, podendo não fornecer resultados representativos.

Micro Estacas

 Elemento de elevada esbelteza que faz parte da


estrutura e que transmite ao solo, fundamentalmente
por atrito lateral, mas também por ponta, as solicitações
que lhe são impostas
 Estaca de pequeno diâmetro (8 a 40 cm, sendo mais
utilizadas entre 10 e 20 cm), executada in situ, com
elevada capacidade resistente relativa (300 a 1300 kN)
 Menor aplicabilidade – micro estaca tipo 1 (injetadas a baixa pressão)
o Injeção da calda feita por gravidade ou baixa pressão
o Furação entubada provisoriamente
o Onde se introduz uma armadura clássica (estacas agulha) ou um varão único (estacas raiz com injeção
de ar comprimido)
o A extração do tubo simultaneamente com a injeção da argamassa
 Maior aplicabilidade – micro estaca tipo 2 (injetadas a alta pressão)
o Injeção da calda feita sob pressão, cerca de 20 a 40 bar
o Técnicas de injeção: IRS (injeção repetitiva e seletiva) ou IGU (injeção global unitária)
o Maior eficiência, devido à melhor qualidade de injeção
 Campo de aplicação
o Reforço de fundações
 Capacidade resistente do terreno insuficiente – erro de projeto/construção ou aumento de
solicitações
 Assentamentos diferenciais em edifícios contíguos
 Modificação das condições de fundação
 Em obras de arte, com limitações de vibração, condicionamentos rodo e ferroviários
 Elementos muito esbeltos
o Recalce de fundações
 Reforço e recalce de sapatas isoladas
 Fundação precária
 Reforço a ações horizontais (sismos)
o Fundações de novas estruturas
o Fundações em locais de difícil acesso ou permanência
 Espaço confinados – áreas de trabalho reduzidas que em superfície que em pé direito
 Torres de telecomunicações
 Torres de linhas de alta tensão
 Chaminés
 Encostas ingremes
 Estruturas de apoio a teleféricos
o Fundações em terrenos particularmente difíceis
o Fundações de equipamentos industriais
o Melhoria de solos e maciços rochosos
o Consolidação de terrenos
 Escarpas e falésias
 Taludes
 Tuneis (injeções)
 Muros de suporte
o Contenções
 Vantagens
o Diâmetro reduzido (10 a 20 cm);
o Grande comprimento;
o Qualquer direção espacial (entre 0 e 90o);
o Aplicação válida em qualquer tipo de terreno;
o Capacidade de carga relativamente elevada mesmo em solos de características fracas ou impermeáveis;
o Funcionamento à tração ou compressão;
o Excelente controlo de assentamentos;
o Versáteis – campos de aplicação distintos;
o Equipamento de furação de baixa potência, rotativo, ligeiro, pouco volumoso e barato;
o Execução viável em espaços exíguos;
o Reduzidas vibrações e ruído;
o Perturbação mínima no terreno;
o Dispensa a realização de escavação;
o Rapidez e facilidade de execução – economia de tempo e mão-de-obra;
o Possibilidade de adequada verificação / controlo de execução.
 Desvantagens
o Necessidade de recorrer a firmas especializadas com equipamento e mão-de-obra adequados;
o Limitação da capacidade de carga (até 1000 a 1300 kN) em virtude dos pequenos diâmetros;
o Apenas mobilizam atrito lateral em terrenos com NSPT > 40 pancadas;
o Reduzida capacidade para transmitir cargas por ponta;
o Limitação à encurvadura (elevada esbelteza), em solos com zonas ocas ou vazios.
 Materiais: cimento Portland e água
 Equipamentos
o Trado com ou sem tubo de revestimento
o Varas e bit com ou sem tubo de revestimento

NOTA: solos coerentes – sem tubo de revestimento, solos incoerentes – com tubo de revestimento

Processo Construtivo

 Marcação ou implantação
o Nivelamento do terreno circundante;
o Marcação no terreno do centro de cada micro estaca a executar com base nos elementos de projeto,
com auxílio de meios topográficos.
o Formas de marcação:
 Cravação duma ponta de varão de aço ou madeira;
 Aplicação duma tinta resistente.
 Perfuração
o Colocação da ferramenta de furação (varas e bit ou trado) na cabeça de rotação da máquina;
o Faz-se coincidir o eixo da ferramenta de furação com o eixo do furo;
o Verifica-se o ângulo de ataque através de dois níveis perpendiculares, colocados na torre da máquina;
o Perfuração até à cota de projeto (vários troços da ferramenta de furação vão sendo ligados;
profundidade de furação avaliada pela quantidade de troços colocados);
o A remoção do solo é executada com jato de água se se utilizar varas e bit (que também efetua a
limpeza) ou extraída pela rosca do trado;
o Com a furação terminada, retiram-se as varas e bit ou o trado, numa operação inversa à da furação, e
limpa-se o furo.
 Colocação da armadura
o Coloca-se a armadura principal (varas de 6 metros) com o auxílio
da torre da máquina e de duas chaves de grifos;
o Colocação do troço inferior (tubo TM) e, de seguida, os troços
complementares que enroscam no anterior.
 Injeção
o Execução da calda
 Retirar alguns sacos de cimento do estaleiro da obra e posicioná-los perto da misturadora
 Colocação de água na misturadora de acordo com a relação água/cimento pretendida
 Colocação de um rasga sacos na cabeça da misturadora e introdução do cimento na amassadura
 Mexer manual ou mecanicamente até obter uma mistura homogénea
o Processo de selagem
 Com a calda d cimento homogénea, esta é colocada no balde da bomba de injeção
 Esta calda fica situada entre: Solos coerentes: o terreno e a armadura principal / tubo TM; Solos
incoerentes: o tubo de revestimento e a armadura principal / tubo TM;
 A bomba de injeção começa a introduzir calda de cimento (baixa pressão), de baixo para cima,
com o auxílio de um obturador simples ou de uma mangueira;
o Processo de injeção primária
 Com a calda de cimento homogénea, esta é colocada no balde da bomba de injeção;
 O processo de injeção dá-se de baixo para cima ao nível das manchetes;
 O obturador (simples ou duplo) é posicionado centrado com as manchetes;
 A bomba de injeção começa a introduzir calda de cimento no interior do tubo TM ao nível da 1a
manchete (IRS);
 Começa-se a injetar calda até a manchete abrir: a pressão no manómetro vai subindo
progressivamente até a manchete abrir; quando este fenómeno ocorre, a pressão baixa
repentinamente;
 Observa-se este fenómeno no manómetro de pressão instalado à saída da bomba injetora ou na
boca da micro estaca;
 Continua-se com a injeção por patamares até atingir a pressão de projeto;
 Se se verificar que a pressão não sobe e que se está a gastar muito calda, suspende-se a injeção,
lava-se o furo e executa-se nova injeção no dia seguinte;
 Com a injeção na 1ª manchete executada, registam-se os valores de pressão da abertura da
manchete e de injeção da calda, assim como a quantidade de calda;
 Para executar a injeção da 2ª manchete, move-se o obturador duplo para a zona a injetar e
repete-se o processo;
 Colocação de calda cimentícia no interior da armadura principal, sendo preenchidos os troços
acima do tubo TM;
 Quando a calda afluir à boca do furo limpa e sem resíduos do terreno, dá-se por concluída a
injeção;
 Eventualmente, nesta fase, poder-se-á colocar uma armadura secundária no interior do tubo
TM.
 Ligação à estrutura
o Após a execução da micro estaca, escava-se o terreno até cota de fundação do maciço de
encabeçamento;
o Coloca-se um betão de limpeza na base da fundação e saneia-se a micro estaca;
o Colocação da armadura do maciço de fundação, utilizando espaçadores para garantir o recobrimento
o Colocação da armadura de arranque da superstrutura
o Betonagem do maciço

Resumo
Figura 5 - solos incoerentes

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