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Sistemas Construtivos 1
FUNDAÇÕES (alicerce)
1. ASPECTOS A CONSIDERAR NA ESCOLHA DO TIPO ADEQUADO DE FUNDAÇÃO
- Solo (tipo de solo; capacidade de suporte; nível do lençol freático);
- Carregamentos; e
2.1 Blocos
Elemento de fundação superficial dimensionado de modo que as tensões de tração nele
resultantes sejam resistidas pelo material, sem a necessidade de armadura. Este tipo de
fundação normalmente é utilizado quando há atuação de pequenas cargas.
2.2 Baldrames
Os baldrames, também denominados em algumas
regiões do Brasil como alicerces, normalmente
são utilizados na construção de pequenas
construções e/ou para suportar cargas não muito
elevadas, podendo ser de concreto, alvenaria de
tijolos cerâmicos, de blocos de terra crua ou
mesmo de pedra, sem a necessidade de armação
(podem ter). Trabalham principalmente resistindo
a esforços de compressão.
Em boa parte dos casos devem receber algum sistema de impermeabilização para evitar a
ascensão capilar da umidade.
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2.3 Radier
Elemento de fundação superficial (superfície, placa ou laje) que suporta ao mesmo tempo os
carregamentos de uma edificação provenientes de pilares e/ou paredes, distribuindo-os ao solo.
Por consumir um volume de concreto relativamente alto, é mais viável em obras com grande
concentração de cargas.
Usualmente é executado em concreto armado, uma vez que, além de esforços de compressão,
devem resistir a momentos provenientes dos pilares e/ou paredes diferencialmente carregados,
e ocasionalmente a pressões do lençol freático (necessidade de armadura negativa). Entretanto
existem radiers projetados para trabalhar com esforços apenas de compressão, como é o caso
dos radiers abobadados, podendo assim serem executados com pequenos componentes (tijolos
ou blocos).
O fato do radier ser uma peça inteiriça permite alcançar grandes áreas de distribuição e
transmissão dos carredamentos das edificações, o que possibilita o seu uso tanto em
construções de pequeno porte e carregamento quanto as de grande porte e com cargas
elevadas.
Outra vantagem é que a sua execução cria uma plataforma de trabalho para os serviços
posteriores; porém, em contrapartida, impõe a execução precoce de todos os serviços
enterrados na área do radier (instalações sanitárias, drenagens, etc.).
Os radiers podem ser enrigessidos por vigas ou paredes estruturais, como é o caso do radier
celular ou nervurado. Isto ocorre quando os carregamentos são muito elevados e as tensões
para serem absorvidas por uma placa o superfície lisa acarretariam em estruturas maciças de
custo elevado e alto consumo de material.
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2.4 Sapata
Ao contrário dos blocos, as sapatas não trabalham apenas à compressão simples, mas também à
flexão, devendo neste caso serem executadas incluindo material resistente à tração.
Sapata Associada: Sapata comum a dois ou mais pilares. No caso em que a proximidade entre
dois ou mais pilares seja tal que as sapatas isoladas
se superponham, deve-se executar uma sapata
associada. A viga que une os dois pilares denomina-
se viga de rigidez e tem a função de permitir que a
sapata trabalhe com tensão constante.
Sapata Corrida: Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao
longo de um mesmo alinhamento.
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Para a execução das fundações rasas ou diretas usualmente são realizadas as seguintes etapas:
1. Escavação;
5. Concretagem;
3. FUNDAÇÃO PROFUNDA
Elemento de fundação que transmite a carga ao solo pela base (de suporte), ou por sua
superfície lateral (de atrito) ou pela combinação das duas situações, devendo sua ponta ou base
estar assentada em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no
mínimo a 3,0 m do nível mais baixo da construção. São fundações profundas as Estacas e os
Tubulões.
3.1 TUBULÃO
Elemento de fundação profunda, escavado no terreno em que, pelo menos na sua etapa final, há
descida de pessoas, que se faz necessária para executar o alargamento de base e/ou a limpeza
do fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação as cargas são transmitidas
essencialmente pela ponta. Os tubulões podem ser do tipo “tubulão a céu aberto” ou “tubulão a
ar comprimido”.
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Tubulões a ar comprimido: Este tipo de fundação é utilizado quando existe água no solo a ser
escavado, exigem-se grandes
profundidades e/ou existe o perigo de
desmoronamento das paredes. Neste
caso, a injeção de ar comprimido nos
tubulões impede a entrada de água, pois
a pressão interna é maior que a pressão
da água, sendo a pressão empregada no
máximo de 3 atm, limitando a
profundidade em 30m abaixo do nível
d’água. Isso permite que sejam
executados normalmente os trabalhos de
escavação, alargamento do fuste e
concretagem.
3.2 ESTACA
As estacas são elemento de fundação profunda executadas inteiramente por equipamentos ou
ferramentas, sem que em qualquer fase de sua execução, haja descida de pessoas. Os materiais
empregados podem ser: madeira, ferro, aço, concreto pré-fabricado, concreto moldado in loco,
ou pela combinação destes. As estacas podem ser classificas em duas categorias:
b) Estacas escavadas
Estacas Escavadas: São aquelas executadas in situ através de perfuração do terreno por um
processo qualquer, com ou sem remoção de material, com ou sem revestimento, com ou sem a
utilização de fluido estabilizante. Por exemplo: Estaca Strauss; Estaca Trado Rotativo; Estaca
Hélice Contínua; Estaca-Raiz.
Cota de arrasamento: Nível em que deve ser deixado o topo da estacade modo a possibilitar
que o elemento de fundação e a sua armadura penetrem no bloco de coroamento.
Nega: Medida da penetração permanente de uma estaca, causada pela aplicação de um golpe
de martelo ou pilão, sempre relacionada com a energia de cravação. Dada a sua pequena
grandeza, em geral é medida para uma série de dez golpes.
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Estaca introduzida no terreno por meio de macaco hidráulico reagindo contra uma estrutura já
existente ou criada especificamente para esta finalidade. É constituída de elementos justapostos
(de concreto armado, protendido ou de aço) ligados uns aos outros por emenda especial e
cravados sucessivamente por meio de macacos hidráulicos. Estes buscarão reação ou sobre a
estrutura existente ou na estrutura que esteja sendo construída ou em “cargueiras”
especialmente construídas
para tanto (cravação
estática). A solidarização da
estaca com a estrutura é feita
sob tensão: executa-se um
bloco sobre a extremidade da
estaca; com o macaco
hidráulico comprime-se a
estaca calçando a estaca sob
a estrutura; retira-se o
macaco e concreta-se o
conjunto. Costumam ser
utilizadas para reforço de
fundações.
Podem ser cravadas em quase todos os tipos de terreno; possuem facilidade de corte e emenda;
podem atingir grande capacidade de carga; trabalham bem à flexão; e, se utilizadas em serviços
provisórios, podem ser reaproveitadas várias vezes. Seu emprego necessita cuidados sobre a
corrosão do material metálico. Sua maior desvantagem é o custo superior em relação às Estacas
Pré-fabricadas de Concreto, Estaca Strauss ou Estaca Franki.
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Estacas de madeira
São troncos de árvore cravados com bate-estacas de pequenas dimensões e martelos leves.
Antes da difusão da utilização do concreto, elas eram empregadas quando a camada de apoio às
fundações se encontrava em profundidades grandes. Para sua utilização, é necessário que elas
fiquem totalmente abaixo d’água; o nível d’água não pode variar ao longo de sua vida útil.
Atualmente utilizam-se estacas de madeira para execução de obras provisórias, principalmente
em pontes e obras marítimas. Os tipos de madeira mais usados são eucalipto, aroeira, ipê e
guarantã.
Brocas
São estacas executadas “in loco” sem molde, por perfuração no terreno com o auxílio de um
Trado, sendo o furo posteriormente preenchido com o concreto apiloado. A perfuração é feita por
rotação/compressão do tubo do trado, seguindo-se da retirada da terra que se armazena nas
hastes.
Várias restrições podem ser feitas a este tipo de estaca: baixa capacidade de carga, geralmente
entre 4 e 5 tf; há perigo de introdução de solo no concreto, quando do enchimento; há perigo de
estrangulamento do fuste; não existe garantia da verticalidade; só pode ser executada acima do
lençol freático; comprimento máximo de aproximadamente 6,0 m (normalmente entre 3,0 e 4,0
m); trabalha apenas à compressão, sendo que às vezes é utilizada uma armadura apenas para
fazer a ligação com os outros elementos da construção.
Assim, a broca, à vista de suas características, é usada somente para casos limitados e sua
execução é feita normalmente pelo pessoal da própria obra.
Estaca Strauss
Estaca executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira e revestimento total com
camisa metálica, realizando-se o lançamento do concreto e retirado gradativa do revestimento
com simultâneo apiloamento do concreto.
A estaca Strauss pode ser empregada em locais confinados ou terrenos acidentados devido à
simplicidade do equipamento utilizado. Sua execução causa pequenas vibrações, evitando
problemas com edificações vizinhas. Porém, em geral possui capacidade de carga menor que
estacas Franki e pré-fabricadas de concreto e possui limitação devido ao nível do lençol freático.
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A estaca Strauss é uma fundação em concreto (simples ou armado), moldada in loco, executada
com revestimento metálico recuperável.
A concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da estaca. Após esta etapa,
coloca-se barras de aço de espera para ligação com blocos e vigas baldrame na extremidade
superior da estaca.
Atualmente, a estaca mais em voga é a hélice contínua monitorada. Trazido da Europa no final
dos anos 80, nos últimos anos esse sistema se firmou no mercado brasileiro, após a importação
de máquinas, principalmente italianas, construídas especialmente para execução desse tipo de
fundação. O principal atrativo da hélice contínua está na produtividade.
A perfuração consiste em fazer a hélice penetrar no terreno por meio de torque apropriado.
Alcançada a profundidade, o concreto é bombeado por esse tubo, preenchendo a cavidade
deixada pela hélice, que é
extraída lentamente. O
concreto normalmente utilizado
apresenta resistência
característica de 20 MPa, é
bombeável e o slump é
mantido entre 200 e 240 mm.
Exige a colocação da armação
após a concretagem. Para
controlar a pressão de
bombeamento do concreto, o
sistema possui instrumento
medidor digital que informa
todos os dados de execução
da estaca.
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São indicadas para obras que demandam rapidez, ausência de barulho e de vibrações
prejudiciais a prédios da vizinhança. Pode ser executada em terrenos coesivos e arenosos, na
presença ou não do lençol freático e atravessa camadas de solos resistentes. Oferecem
excelente produtividade. Em função do porte do equipamento, as áreas de trabalho devem ser
planas e de fácil movimentação. Exige central de concreto ou equipamento de bombeamento de
concreto nas proximidades do local de trabalho. É necessário um número mínimo de estacas
compatível com os custos de mobilização dos equipamentos envolvidos. Os equipamentos
disponíveis permitem executar estacas de no máximo 32 m de profundidade e inclinação de até
1:4 (H:V).
Estaca Raiz
Quando a falta de espaço é um fator determinante, uma opção é
a estaca-raiz, utilizada tanto em obras convencionais, como em
reforços de fundações. Tal flexibilidade é possível porque a
ferramenta de escavação é relativamente pequena, permitindo o
trabalho em locais com pé-direito baixo. Além disso, escava
qualquer tipo de material, até mesmo concreto e rocha.
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fluida (água, lama bentonítica ou ar) que introduzida através do tubo refluí pelo espaço entre o
tubo e o terreno. Completada a perfuração, coloca-se a armadura ao longo da estaca,
concretando-se à medida em que o tubo de perfuração é retirado. O processo de perfuração e o
emprego de ar comprimido na concretagem, em conjunto, concorrem para conferir à estaca uma
adequada resistência estrutural e ótima aderência ao terreno, o que garante uma elevada
capacidade de carga.
Estaca Franki
Estaca moldada in loco executada pela cravação, por meio de sucessivos golpes de um pilão, de
um tubo de ponta fechada sobre uma bucha seca de pedra e areia previamente firmada na
extremidade inferior do tubo por atrito. Esta estaca possui base alargada e é integralmente
armada.
Estacões
São estacas escavadas de maior diâmetro, usando lama bentonítica, fluido que ajuda a
estabilizar a parede da escavação. Seu uso se justifica em obras de maior carga e os
equipamentos chegam a atingir 70 m de profundidade. A limitação, no entanto, está na
necessidade de um amplo canteiro de obras, não só por causa das grandes máquinas de
perfuração, mas também pela necessidade de um tanque de armazenamento de lama e área
para deposição do solo escavado.
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INVESTIGAÇÃO GEOLÓGICA
Reconhecimento inicial
Aaspectos de grande importância na elaboração dos projetos e previsão do desempenho das
fundações:
a) Visita ao local;
Investigação geotécnica
Para qualquer edificação deverá ser feita uma campanha de investigação geotécnica preliminar
constituída, no mínimo, por sondagens a percussão (com SPT), visando a determinação da
estratigrafia (formação e disposição dos terrenos) e classificação dos solos, a posição do nível
d'água e a medida do índice de resistência à penetração SPT.
Em função dos resultados obtidos na investigação geotécnica preliminar, poderá ser necessária
uma investigação complementar, através da realização de sondagens adicionais, bem como de
outros ensaios de campo e em laboratório. Em obras de grande extensão, a utilização de ensaios
geofísicos pode se constituir num auxilio eficaz no traçado dos perfis geotécnicos do subsolo.
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Operador
Em quaisquer circunstâncias, o número mínimo de peso
sondagens será: guia
• Dois para área de projeção em planta de edificação até
200 m²;
• O tipo de solo atravessado, através da retirada de uma amostra deformada a cada metro
perfurado;
• A resistência oferecida pelo solo à cravação do amostrador padrão, sendo que esta é
correlacionada com o número de golpes necessários à cravação de 45cm;
100cm
• A camada de 45cm é perfurada em etapas de 15cm cada;
45cm - Ensaio
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT. NBR 6484 - Execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos - Método de
ensaio.
HACHICH, Waldemar, et al. Fundações: Teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Pini, 1998. 750 p.
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