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Estrutura
Carregamentos
a) Projeto Geotécnico
Consiste na definição de uma tensão limite, que corresponde a garantia de segurança contra
a ruptura do terreno de fundação (solo) conjuntamente com a limitação de deformações da fundação
neste.
b) Projeto Geométrico
Consiste na definição das dimensões da infraestrutura em planta, a partir dos carregamentos
da estrutura e da tensão admissível (limite) adotada para a obra, conforme definido no projeto
geotécnico.
c) Projeto Detalhado
Consiste no dimensionamento estrutural da fundação e detalhamento das armaduras, a
partir dos carregamentos da estrutura e das dimensões definidas no projeto geométrico.
Fundações superficiais – Projeto geotécnico
Tensão que
provoca a ruptura
do maciço de solo
em que a fundação
está assente.
Capacidade de carga geotécnica - tipos de ruptura
A capacidade de carga geotécnica está relacionada ao modo de ruptura do solo. Podemos designar três
tipos, de acordo com Vésic (1975):
Ruptura geral: ocorre em solos mais resistentes Ruptura por puncionamento, sendo o
puncionamento a deformação vertical
gerada pela compressão do solo adjacente:
ocorre em solos mais deformáveis
▪ A carga de ruptura é atingida para pequenos valores de Ruptura geral nas fundações de silos de
recalque. concreto armado (Tschebottarioff, 1978)
Ruptura por puncionamento
▪ Ruptura do tipo dúctil, ou seja, deslocamentos significativos, sem “desaprumo” do elemento
de fundação;
▪ O padrão de ruptura não é fácil de se visualizar, pois o solo em torno da fundação permanece
relativamente inalterado;
▪ A carga de ruptura é atingida para valores maiores de recalques. Nota: A ruptura por
puncionamento
definida por Vésic
(1975), foi chamada
de ruptura local por
Terzaghi (1943).
Ruptura local ou localizada
▪ Caso de ruptura intermediário entre os outros dois modos, não apresenta um mecanismo
típico;
2𝐵𝐿
𝐵∗ =
𝐵+𝐿
Bulbo de tensões
Os valores de α foram obtidos através da teoria da elasticidade e devem ser acrescidos em 20%
dos valores da tabela para solos arenosos.
▪ Sapata retangular ( L = 2 a 4 B) → z = 3B
▪ Sapata corrida ( L ≥ 5B ) → z = 4B
Bulbo de tensões
𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙
𝐹𝑆 =
𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒
Tensão admissível
Ensaio de campo para a
definição do parâmetro
desejado (modelo).
Relacionam os resultados
de ensaios de campo (SPT,
CPT, etc.) com o
parâmetro desejado.
É oportuno que se saliente desde já que, por sua pequena dimensão, apenas o solo situado
imediatamente abaixo da placa é solicitado durante uma prova de carga. Cabe destacar que a prova
de carga é superficial e nos dará informações sobre a camada de apoio das sapatas, nada dizendo
sobre o comportamento do edifício que aplicará tensões que alcançarão a camada compressível
profunda.
O ensaio é padronizado pela NBR 6489 (ABNT, 1968) e consiste em aplicar cargas sobre uma placa
apoiada na cota prevista para a fundação, observando os deslocamentos provocados. Esses dados
recalque gerarão o gráfico tensão versus deformação, que indicará diretamente ou por meio de
métodos de extrapolação da curva a tensão de ruptura do elemento de fundação.
Tensão admissível – Prova de carga
Com o ângulo de atrito φ substituído por φ*, os fatores de capacidade de carga tornam-se Nc’, Nq’
e Nϒ’. Assim, o valor aproximado da capacidade de carga para a ruptura por puncionamento se dará
por:
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Fatores de capacidade de carga introduzidos por Terzaghi e Peck (1967)
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Exemplo 1
Determine a capacidade de carga para uma sapata circular, com diâmetro igual a 1,5m e
esquematizada pelo croqui abaixo, assente em solo arenoso compacto com Nspt médio de 19
golpes, usando a Teoria de Terzaghi e os coeficientes de forma e os fatores de capacidade de
carga introduzidos por Terzaghi e Peck (1967).
Despreze o peso próprio da sapata e adote o fator de segurança igual a 3,0 recomendado pela
NBR 6122.
Determine também a máxima carga P que pode ser aplicada.
Dados:
Ângulo de atrito interno do solo = 33°
Não há presença de nível d’água
Peso específico do solo = 17,5 kN/m³
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Exemplo 1 - Solução φ (ângulo de atrito) 33 °
coesao ( c ) 0 kN/m2
Diâmetro (D) 1.5 m
profundidade (z) 1.2 m
peso espec. (γ) 17.5 kN/m3
Nc 49
Nq 36
Nγ 37
Sc 1.2
Sq 1.0
Sγ 0.6
FS 3
σr 1047.375 kPa
σr 0,97 MPa
σadm 349.1 kPa
Primeiramente que seja utilizado o fator de capacidade de carga Nγ de Caquot e Kérisel (1953), sendo
os demais (Nc e Nq), conforme proposto inicialmente por Terzaghi
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Vésic (1975) – ruptura geral
Como segunda substituição, o autor propôs que os fatores de forma sejam calculados não só pela geometria da
infraestrutura, mas também relacionados ao ângulo de atrito interno do solo, conforme apresentado na tabela
abaixo:
Circular ou
1.0+(Nq/Nc) 1.0+tgφ 0.6
Quadrada
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Vésic (1975)
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Vésic (1975) – fatores de capacidade de carga
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Vésic (1975) – fatores de capacidade de carga
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Alonso (1983)
É possível estimar a capacidade de carga com base no valor médio do SPT (na profundidade de
ordem de grandeza igual a duas vezes a largura estimada para a fundação, contando a partir da
cota de apoio) através de:
𝑆𝑃𝑇(𝑚é𝑑𝑖𝑜)
𝜎𝑎𝑑𝑚 = ; 𝑀𝑃𝑎
50
Notas:
▪ A equação é válida para valores de SPT ≤ 20;
▪ Neste caso, trata-se da tensão admissível, ou seja, o fator de segurança já está embutido
na equação.
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Alonso (1983)
Exemplo 2
Para a construção de um edifício de dez andares, foram
realizadas sondagens a percussão SPT, cujo boletim está
apresentado ao lado.
15
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 0,3 𝑀𝑃𝑎
50
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Alonso (1983)
Exemplo 2 - Solução
1920
A área da sapata seria então A = = 6,4 𝑚², ou seja, 𝐵 ≅
300
2,5 𝑚 e, portanto, 2𝐵 ≅ 5 𝑚.
120
𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = = 333,33 𝑘𝑃𝑎 > 𝜎𝑎𝑑𝑚
0,6 × 0,6
Tensão admissível – Métodos semiempíricos
Alonso (1983)
Exemplo 3
Adotando agora B = 0,80 m, conseguimos estimar
um bulbo com 1,60 m. A profundidade das
fundações rasas não pode ultrapassar duas vezes
a menor dimensão, portanto a profundidade
máxima será também 1,60 m.
8+12
A média Nspt ao longo do bulbo é = 10.
2
10
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 0,2 𝑀𝑃𝑎 = 200 𝑘𝑃𝑎
50
120
𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = = 187,5 𝑘𝑃𝑎 < 𝜎𝑎𝑑𝑚
0,8 × 0,8
Trabalho 1
Você se formou e percebeu que a geotecnia é uma área da
engenharia civil que permite atuar em obras de todos os portes.
Muito empolgado, você começou a pegar pequenos projetos,
vislumbrando crescer como engenheiro geotécnico, e seu primeiro
desafio é uma obra residencial, localizada em um novo condomínio da
cidade, com muito potencial de crescimento, com cargas de
aproximadamente 30 tf por pilar e com solo descrito na sondagem da
Figura ao lado.
0,2 MPa
0,4 MPa
Trabalho 1
Tipos de
Vantagens Desvantagens
Fundação
Médio custo de mobilização do bate-estacas e da equipe;
Estacas pré- As estacas alcançariam aproximadamente 17 m de profundidade e, como são
Alto controle de qualidade do material;
moldadas de vendidas em seções de 8 m, necessitaria de emendas;
Como a obra é de pequeno porte, os elementos maciços atendem ao projeto e são
concreto Haveria sobras de material. Geram vibrações, poderia no local?
fáceis de adquirir.
Estaca de
Baixo custo. Durabilidade reduzida devido à variações do nível freático ou componentes do solo.
madeira
Escavada com Necessita de área relativamente grande para a execução. Solução seria mais cara
Suporta cargas elevadas e é uma boa opção na existência de areia fofa (evita o
fluido que as demais, visto que demanda maior tecnologia. Mais indicada quando o nível
desmoronamento das paredes na perfuração)
estabilizante d’água é elevado.
Rápida execução;
Possibilidade de monitoramento da perfuração e da concretagem;
Hélice contínua Alto custo de mobilização e dos serviços, pelo porte da perfuratriz.
As estacas alcançariam 21 m de profundidade, alcançando solo resistente e reduzindo a
possibilidade de recalques.