Ennecyr Pilling Pinto

Eng. Químico – CRQ 5ª. Região 05300020

Sílvio Delmar Hollembach, 910 – POA/RS
CEP 91240-120 Fone 3366.36.36 E-mail pilling@tca.com.br

PARECER

I – INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo exarar parecer técnico sobre as

condições dos tanques 32-TQ-08 e 32-TQ-09 da Copesul, sob o ponto de vista
de engenharia de processo, de modo a permitir que os mesmos possam operar
recebendo derivados petroquímicos, resíduos e água do Separador de Água e
Óleo (SAO) para separação.

II – DO EQUIPAMENTO

Os tanques 32-TQ-08 e 32-TQ-09 são tanques de teto fixo

autoportantes, construídos seguindo a norma API 650 (1978) apêndice F, pela
Badoni – ATB Indústria Metalmecânica S.A., projeto Companhia Internacional
de Engenharia – Technip e KTI, e se destinam a receber estoques
intermediários de resíduo contendo uma mistura de água e óleo.
A capacidade nominal dos tanques é de 160 m 3 com diâmetro interno de
5.790 mm e altura de costado de 6.100 mm. Possui declividade do teto de 1:3 e
do fundo de 1:100. Possui também uma sobre-espessura de corrosão de 3
mm.
Como estes tanques foram construídos para operar com produtos
aquecidos, o costado dos tanques é revestido com uma camada de isolante
térmico de silicato de cálcio com 20 mm de espessura.
Cada tanque possui ainda um 1 aquecedor tipo TF-18-C (tubos aletados)
fabricado pela Jaraguá Indústrias Mecânicas S/A.

II – DAS CONDIÇÕES OPERACIONAIS

A pressão de projeto e operação dos tanques é de +5 gf/cm 2 quando do

recebimento do produto e –2,5 gf/cm2 quando da expedição de produto.
Os tanques não possuíam válvulas de pressão e vácuo. Conforme o
projeto, o tanque teria um suspiro (vent) aberto para a atmosfera. Segundo o
relatório de inspeção, já foram instaladas válvulas de pressão e vácuo nos
tanques.
Os bocais de entrada e saída de produto dos tanques são de 4
polegadas para uma vazão máxima de 50 m 3/h o que dá uma velocidade de
escoamento de 1,7 m/s, adequada.

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O tanque foi projetado para operar com um produto de densidade 0,92

g/cm3 (@ 60°C) e viscosidade de 1,15 cSt (1,058 cP), ponto de fulgor acima de
37°C, o que caracteriza um produto de peso molecular mais elevado e com
substancial presença de água.
Para a coleta interna do óleo separado, foi instalado um braço articulado
dotado no ponto de coleta de dois flutuadores que o mantém no nível de
sucção com uma lâmina de 330 mm de óleo livre.
O tanque foi projetado mecanicamente para operar até 120°C, embora
sua especificação seja de temperatura máxima de 105°C.
O tanque possui escotilha de medição e seria de tubo tipo “stand-pipe”.
Os aquecedores com tubos de 1 ½” e 150 psi foram projetados para
receber vapor com 6,5 kgf/cm2.g a 240°C. Estes aquecedores se destinam a
aquecer o tanque até a temperatura final de 60°C.

III – BOCAIS DOS TANQUES

Serviço Bocal Quantidade

Entrada do produto 4” 1
Circulação de produto 2” 1
Saída da água oleosa 4” 1
Saída do óleo (tubo articulado) 4” 1
Boca de Visita (costado) 24” 1
Boca de Visita (teto) 20” 1
Dreno de fundo (com cachimbo) 2” 1
Tomada de TI 1 ½” 1
Tomada de amostra e tubo de medição 8” 1
Entrada de vapor 1 ½” 1
Saída de condensado 1 ½” 1
Chave de nível alto 4” 1
Chave de nível baixo 4” 1
Respiro 6” 1
Tomada do TIC 1 ½” 1
Tomada do TSH 1 ½” 1
Tomada de amostra 2” 3
Indicador de nível luva 3

IV – PARECER

Estes tanques foram dimensionados para operarem com uma mistura de

água e óleo, proveniente do Separador de Água e Óleo da Copesul. Como a
mistura frequentemente vem emulsionada, os tanques foram dotados de
aquecedores para a elevação da temperatura da mistura até 60°C que se
resume o suficiente para a quebra da emulsão, dando facilidade na separação
entre a água e o óleo e melhor definindo a interface entre produtos.

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Os aquecedores a vapor estão locados abaixo do nível mínimo do

tanque, posição esta estabelecida pela chave de nível baixo, trazendo
segurança à operação de aquecimento pelo fato da quantidade de líquido ainda
disponível no tanque. No desenho TC-5202/G-A1-001 da Badoni - ATB a
posição do bocal 27 correspondente ao bocal do TSH está mal locado, pois
deveria estar a 500 mm do fundo. Se estiver mais abaixo, como mostrado é
necessário relocar a posição do TSH subindo para 500 mm.
Inicialmente foi projetado um “stand–pipe” para o tanque, o que
aparentemente não foi instalado e de fato é desnecessário, bastando tão
somente o bocal de medição.
O tanque possui indicador de nível tradicional de régua, com 3 luvas no
teto para passagem de cabos. Não encontramos o detalhe que mostra a
fixação ao fundo do tanque. Como o tanque possui recirculação, a bóia do
medidor precisa desta fixação.
Os coletores de amostra estão locados no costado em posição oposta à
escada de acesso ao topo. Isto faz com que uma quantidade significativa da
mistura tenha de ser drenada para se obter a representatividade na amostra do
produto daquele nível no tanque. Se os amostradores estivessem sido
posicionados na escada a quantidade amostrada e/ou desperdiçada ao esgoto
poderia ser menor.
O centro da bacia do dreno do fundo está locado a 3.055 mm do flange
do tubo de saída, ou seja, praticamente no meio da distância do costado ao
centro do tanque. Nesta posição sempre haverá um acúmulo de borra e lama
(em suspensão, proveniente do SAO) sobre a chaparia do fundo do tanque,
próximo ao costado merecendo uma atenção especial quanto à corrosão
alveolar.
O bocal de circulação da água oleosa (retorno da bomba) está
posicionado a 850 mm do bocal de saída da água oleosa (sucção da bomba),
isto torna menos efetivo o gasto energético para homogeneizar a temperatura
do tanque e a coalescência do óleo. Este bocal de retorno deveria estar locado
a 90° do bocal de sucção.

Porto Alegre, 2 de dezembro de 2006

Eng. Químico Ennecyr Pilling Pinto

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