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1. Determinar os parâmetros do solo na cota de assentamento da sapata de acordo com os dados fornecidos ou
fazendo uso de tabelas de correlação empírica com ensaios de campo (coesão, ângulo de atrito e peso específico);
2. Determinar os fatores de capacidade de carga em função do ângulo de atrito do solo, fazendo uso do ábaco,
interpolação de valores tabelados ou equações (Vésic – 1975);
3. Determinar os fatores de forma de acordo com a geometria da fundação, com base nos valores tabelados;
4. Determinar a tensão vertical efetiva do terreno ao nível da base da fundação (lembre-se de considerar o nível d’água,
quando houver);
5. Calcular a tensão de ruptura do solo a partir dos parâmetros supracitados;
6. A capacidade de carga geotécnica (tensão admissível) será igual à tensão de ruptura calculada minorada pelo
coeficiente de segurança indicado em norma (FS=3);
Capacidade de carga geotécnica
Revisão do Método de Terzaghi (1943)
Fatores de capacidade de carga introduzidos por Terzaghi e Peck (1967) Fatores de forma
Revisão - Capacidade de carga geotécnica
Revisão do Método Recomendado por Alonso (1983)
𝑆𝑃𝑇(𝑚é𝑑𝑖𝑜) ▪ A equação é válida para valores de SPT ≤ 20;
𝜎𝑎𝑑𝑚 = ; 𝑀𝑃𝑎 ▪ Neste caso, trata-se da tensão admissível, ou seja, o fator de segurança já está
50
embutido na equação.
Paralelamente, pode-se:
1. Estimar as dimensões da fundação e a cota de assentamento (Uma estimativa inicial pode ser igualar a cota de
assentamento da sapata ao bulbo de tensões gerado pela mesma, de acordo com a largura de base adotada);
2. Determinar a tensão admissível com base no Nspt médio do bulbo de tensões;
𝑃
3. Verificar se a tensão atuante é inferior à tensão admissível, utilizando 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝐴
Revisão - Capacidade de carga geotécnica
Exemplo
Os fatores de capacidade de carga para φ = 0, serão: Os fatores de forma para sapata retangular, serão:
2 1,0
𝑆𝑐 = 1 + = 1,12
3 5,7
2
𝑆𝑞 = 1 + 𝑡𝑔0 = 1,0
3
Revisão - Capacidade de carga geotécnica
Método de Terzaghi (1943) Método Recomendado por Alonso (1983)
1 𝑆𝑃𝑇(𝑚é𝑑𝑖𝑜)
𝜎𝑟 = 𝑐 ∙ 𝑁𝑐 ∙ 𝑆𝑐 + 𝑞 ∙ 𝑁𝑞. 𝑆𝑞 + 𝐵 ∙ 𝑁𝛾 ∙ 𝑆𝛾 𝜎𝑎𝑑𝑚 = ; 𝑀𝑃𝑎
2 50
1314,8 20,25
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 438,3 𝑘𝑃𝑎 𝜎𝑎𝑑𝑚 =
3 50
Assim, você verá que os tipos de sapatas são classificados de acordo com o tipo de carga que transferem ao
solo, como descrito na tabela abaixo
Projeto Geométrico
Algumas recomendações nos guiam para encontrarmos o formato e as dimensões ideais, tais como:
▪ Usa-se para os lados da base dimensões construtivas múltiplas de 5 cm, com arredondamentos
sempre para maior;
▪ Na parte superior da sapata, deve-se acrescentar 2,5 cm de cada lado para acomodar as formas
dos pilares;
▪ Segundo a NBR 6122, a dimensão mínima das sapatas e blocos é 60 cm (ABNT, 2019);
▪ Para que o emprego de sapatas seja viável, a soma das áreas em planta não deve exceder 60 a
70% da área da construção (CINTRA; AOKI; ALBIEIRO, 2011).
Projeto Geométrico
A NBR 6122 (item 7.7.3) estabelece que “Todas as partes da fundação superficial (rasa ou direta) em contato
com o solo (sapatas, vigas de equilíbrio, etc.) devem ser concretadas sobre um lastro de concreto não
estrutural com no mínimo 5 cm de espessura, a ser lançado sobre toda a superfície de contato solo-fundação.
No caso de rocha, esse lastro deve servir para regularização da superfície e, portanto, pode ter espessura
variável, no entanto observado um mínimo de 5 cm.”
Segundo a NBR 6122 (item 7.7.2), “Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente
sobre rocha, tal profundidade não deve ser inferior a 1,5 m. Em casos de obras cujas sapatas ou blocos estejam
majoritariamente previstas com dimensões inferiores a 1,0 m, essa profundidade mínima pode ser reduzida.”
A superfície de topo da sapata deve ter um plano horizontal (mesa) maior que a seção transversal do pilar, com
pelo menos 2,5 ou 3 cm, que facilita a montagem e apoio da fôrma do pilar.
O ângulo α, de inclinação da sapata, deve ser preferencialmente igual ou menor que 30°, que é
ângulo do talude natural do concreto fresco, a fim de evitar a necessidade de fôrma na construção da sapata
Projeto Geométrico
Projeto Geométrico
Dimensões mínimas e detalhes da sapata
Projeto Geométrico
Normalmente dimensionamos as fundações rasas de forma que as tensões aplicadas no solo sejam
constantes, como vemos na compressão normal, mas, no caso de sapatas submetidas a flexo-compressão,
desde que os momentos sejam provenientes de cargas acidentais, podemos verificar a tensão por
Dimensionamento de Sapata Isolada
As sapatas dos pilares centrais isolados deverão ser únicas por pilar e seguir seus formatos. Por
exemplo, para um pilar quadrado com dimensões (b x b), a sapata será quadrada (L = B)
Para o caso de pilar de seção transversal quadrada ou circular, quando não existe limitação de
espaço, a sapata mais indicada deverá ter em planta seção quadrada, cujo lado será:
1,1𝑃
𝑎=
𝜎𝑎𝑑𝑚
Dimensionar a base da sapata para um pilar com dimensões (20 x 40) cm e carga P = 20 tf apoiada
em solo, com 𝜎𝑎𝑑𝑚 =180 kPa .
Dimensionamento de Sapata Isolada
Arredondando para múltiplos de 0,05 m, ficamos com B = 1,05 m. Pela equação (II), L é dado por:
Dimensionamento de Sapata Isolada
Para pilares com formatos diversos, o importante é determinar o centro geométrico do pilar e
garantir que coincida com o centro geométrico da sapata, sendo:
Dimensionamento de Sapatas Associadas e Corridas
Quando dois pilares estão próximos, pode haver a sobreposição de bases de sapatas. A solução
neste caso é adotar uma única sapata recebendo as cargas de dois ou mais pilares, tendo a cautela
de centralizar a sapata no centro de carga dos pilares.
Para este caso, comprimento (L) e a largura (B) da sapata associada deverá envolver completamente os pilares,
ou paralelamente, a toda parede estrutural.
Dimensionamento de Sapatas Associadas e Corridas
A viga que une os dois pilares, de modo a permitir que a sapata trabalhe com tensão constante,
denomina-se viga de rigidez.
𝑃2 𝑃2
𝑥= 𝑑 𝑦= 𝑑
𝑃1 + 𝑃2 1 𝑃1 + 𝑃2 2
1,1(𝑃1 + 𝑃2 )
𝐴=𝐴×𝐵 =
𝜎𝑎𝑑𝑚
Fonte: Alonso, 2019.
Dimensionamento de Sapatas Associadas e Corridas
A escolha dos lados A e B que conduz a uma solução mais econômica, consiste na resolução de
duas lajes em balanço (vão igual a b/2) sujeitas a uma carga uniformemente distribuída igual a
𝜎𝑎𝑑𝑚 e a uma viga simplesmente apoiada nos pilares P1 e P2 sujeita, também, a uma carga
uniformemente distribuída igual a 𝑝 = 𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 ∙ 𝑏.
𝑃1 1,1𝑃1
𝐴1 = 2𝑏 × 𝑏 = ∴𝑏=
𝜎𝑎𝑑𝑚 2𝜎𝑎𝑑𝑚
Este valor de b pode ser arredondado para um múltiplo de 5 cm superior, visto que o mesmo não
irá mudar no decorrer dos cálculos.
𝑏 − 𝑏0 𝑒
𝑒= ∆𝑃 = 𝑃1
2 𝑑
Dimensionamento de Sapatas de Divisa
3. Obtido o valor de ∆𝑃, pode-se calcular o valor de 𝑅 = 𝑃 + ∆𝑃 e, portanto, a área final da sapata
𝑅
𝐴=
𝜎𝑎𝑑𝑚
𝐴
𝑎=
𝑏
4. Finalmente, divide-se o valor de 𝑎 pelo valor de 𝑏 para ver se a relação é menor do que 2,5. Se
for, o problema está resolvido; se não, deve-se voltar para o Passo 1 e aumentar o valor de 𝑏,
repetindo em seguida todo o processo.
Classificação Relativa à Rigidez
A classificação das sapatas relativa à rigidez é muito importante, porque direciona a forma como a
distribuição de tensões na interface base da sapata/solo deve ser considerada, bem como o
procedimento ou método adotado no dimensionamento estrutural.
A NBR 6118 (item 22.6.1) classifica as sapatas como rígidas ou flexíveis, sendo rígida a que atende a
equação:
As sapatas rígidas têm a preferência no projeto de fundações, por serem menos deformáveis, menos sujeitas à
ruptura por punção e mais seguras.
Classificação Relativa à Rigidez
Segundo Montoya, é difícil estabelecer um limite para a classificação das sapatas, e de qual método
deve-se empregar no projeto. Ele, por exemplo, classifica como sapata rígida aquela onde o ângulo
β é igual ou superior a 45° (β ≥ 45°, ver Figura). Em caso contrário a sapata é tratada como flexível
(β < 45°).
As tensões no solo são calculadas para uma atuação de flexão composta oblíqua numa base
resistente apenas à compressão. As verificações feitas têm a finalidade de assegurar a segurança ao
tombamento e ao deslizamento da sapata.
Estabilidade de Sapatas: verificação quanto ao tombamento
Devido ao momento aplicado na base das sapatas, há uma tendência natural ao tombamento, que
deve ser evitada pelo peso próprio da sapata, em uma verificação ao tombamento garantindo que a
sapata seja um corpo rígido.
Nota 1: Tem sido comum adotar, para o valor de µ (coeficiente de atrito alvenaria ou concreto/solo) os seguintes valores: solo seco: 0,5<µ<0,55; solo saturado: µ=0,3.
Disposições construtivas
3. Qual a importância do assunto discutido e o que você tiraria das conclusões dos autores para aplicar no dia
a dia de trabalho, como engenheiro geotécnico?