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Introdução
Conforme tratamos no capítulo anterior, a sapata é considerada uma dos principais tipos de
fundação superficial. Em função das suas características, esse tipo de fundação tem um custo
relativamente baixo, rapidez em sua execução, além de não ser necessário a utilização de
equipamentos especiais.
Esse tipo de fundação é indicada para regiões de solos estáveis, que apresentam uma boa
resistência nas camadas superficiais. Quando comparada aos demais tipos de fundação
superficial, as sapatas se sobrepõe pela fato de suportar grandes capacidades de cargas da
estrutura.
Objetivos
Após a leitura dos conteúdos apresentados nesse capítulo, espero que você seja capaz de:
Esquema
3.1 Sapatas
3.1.1 Classificação das sapatas quanto a rididez
3.1.2 Dimensionamento da sapata sob carga centrada
3.1.3 Dimensionamento da sapata sob carga excêntrica
3.1.4 Dimensionamento em planta da sapata
3.1.5 Altura da sapata
3.2 Conclusão
3.1 Sapatas
Observando todos os tipo de fundações existentes, podemos dizer que a sapata é as mais
comum de todas. Devido à grande possibilidade de variação da sua configuração e a forma
como a estrutura nela se apoia, existem alguns tipos de sapatas, já citadas no capítulo
anterior: sapata isolada, de divisa e associada.
De acordo com a NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto (2014), através da fórmula
abaixo, é possível classificar as sapatas tendo como base a sua rigidez. Quando se atende a
expressão a seguir, a sapata é classificada como rígida, e caso contrário, é classificada como
flexível:
(a-ap)
h≥ → Sapata Rígida
3
(a-ap)
h< → Sapata Flexível
3
h = altura da sapata;
ap = dimensão do pilar na mesma direção;
a = dimensão da sapata em uma determinada direção.
As sapatas flexíveis possuem altura relativamente baixa, e de acordo com a NBR 6118 (2014),
esse tipo de sapata são recomendadas para a fundação de estruturas de pequenas cargas
e em solos considerados de baixa resistência.
As sapatas sob cargas centradas ocorrem quando a carga vertical proveniente do pilar se
estende pelo centro da gravidade da sapata. Nesse tipo de situação, as tensões do solo na
base da sapata é distribuída uniformemente e constante, e pode ser obtida através da razão
entre a carga centrada e a área da sapata.
Fk
σ=
A
Onde:
A carga vertical do pilar nem sempre será aplicada de forma centrada. Em alguns casos,
essas cargas poderão ser aplicada excentricamente em relação ao centro de gravidade da
sapata, ocasionando momentos nos elementos de fundações.
Figura 15: Sapata sob carga excêntrica
Fonte: Autor (2017)
F M F M
σMÁX = + σMÍN = -
A W A W
Onde:
Para definirmos o módulo de resistência elástico da base da sapata (W), devemos utilizar a
seguinte expressão:
b x a²
W =
6
Onde:
Tendo a figura acima como exemplo, a tensão máxima estará localizada no ponto 4 e a tensão
mínima no ponto 1. Para calcular a tensão em cada um dos pontos, utilizamos as seguintes
expressões:
F Mx My
σ1= - -
A W x Wy
F Mx My
σ2= - +
A Wx W y
F Mx My
σ3= + -
A Wx Wy
F Mx My
σ4= + +
A Wx Wy
3.1.4 Dimensionamento em planta da sapata
Para a determinação das dimensões em planta de uma sapata, é necessário levar em
consideração alguns fatores importantes, como a tensão admissível do solo, bem como a
presença outras fundações.
Em sua grande maioria, as sapatas estão sujeitas a cargas excêntricas, em função da ação
do vento. Assim, ela deve ser dimensionada de modo que as tensões de compressão no solo
não seja superior que a tensão admissível.
Nos casa das sapatas isoladas, o seu centro de gravidade (CG) deve ser o mesmo do centro
de gravidade do pilar. Para o cálculo de sua área, deve ser considerado que a sapata esteja
sujeita à uma carga centrada, ou seja, sem momentos.
Nk x α
A =
σ ADM.SOLO
Onde:
Para as sapatas flexíveis, o coeficiente (α) deverá ser no valor de 1,05 e para
as sapatas rígidas, deve-se adotar o valor de 1,10 para esse mesmo
coeficiente.
Após a determinação da área da sapata, devemos definir as dimensões para cada um dos
lados do elementos. Para a definição desses valores, devemos observar os seguintes
critérios:
Para que seja possível atender ao ítem d, as dimensões da sapata estarão condicionadas
diretamente à forma do pilar.
Para pilares de seção retangular, o mais recomendado é a utilização de uma sapata também
retangular. A definição das dimensões deve-se observar as expressões a seguir,
considerando os balanços da satapa:
a - b= ap – bp
Exemplificando
Dimensione uma sapata rígida para um pilar de dimensão 40 x 100 cm, e carga de 4200 kN.
Considere a tensão admissível do solo igual a 0,3 Mpa. Considere Mk = 330 kN⋅m
Nk x α 4200 ⋅ 1,10
A = → A = → A = 15,4 m²
σ ADM.SOLO 300
a – b = ap – bp → a – b = 100 - 40 → a – b = 60 cm
a = b + 60 cm
b ⋅ a² 3,65 ⋅ 4,25²
W = → W= → W = 10,99 m³
6 6
OBS: Como a tensão máxima na sapata (327,90 kn/m²) é maior que a tensão admissível do
solo (300 kn/m²), deve-se redimensionar a sapata
Adota-se: a = 445 cm
b = 385 cm
b ⋅ a² 3,85 ⋅ 4,45²
W = → W= → W = 12,71 m³
6 6
OBS: Para a execução da sapata, recomenda-se que as duas dimensões sejam projetadas
em múltiplos de 5. Dessa forma, nesse caso, adota-se balanço igual a 1,75, passando as
dimensões da sapata para a = 4,50 e b = 3,90 m.
a) Rigidez da sapata: normalmente, as sapata são dimensionadas de modo que ela seja
classificada com rígida. As sapatas flexívies são indicadas para situações em que a
resistência do solo é baixa.
a - ap
Sapatas Flexíveis: h <
3
a - ap
Sapatas Rígidas: h ≥
3
Onde:
h = lb + c
Onde:
lb = comprimento de ancoragem;
c = cobrimento.
Exemplificando
- Rigidez da Sapata
a - ap 450 - 100
h > → h > → h > 116,67 cm
3 3
b - bp 390-40
h > → h > → h > 116,67 cm
3 3
- Comprimento de ancoragem
Tendo em vista a classe do concreto (C25), Aço CA-50, zona de boa aderência e barra sem
gancho, temos: 38Ø
Deve-se considerar o maior valor encontrado para as alturas, arredondando-o para cima em
múltiplos de 5 cm. portanto:
h = 120 cm
1.4 Conclusão
Como você pôde observar durante a leitura deste capítulo, foram apresentados os critérios
que devem ser considerados no momento do dimensionamento das sapatas. Observando
todos os tipos de fundações existentes, podemos verificar que a sapata pode ser considerada
a mais comum de todas, devido à grande possibilidade de variação da sua configuração e à
forma como a estrutura nela se apoia.
Resumo
Neste terceiro capítulo, iniciamos o nosso estudo referente às Sapatas dando destaque:
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122 – Projeto e Execução de
Fundações. Rio de Janeiro, 1996.
HACHICH, Waldemar et al. Fundações: Teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Pini, 1998. 751 p.