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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL


ESTRUTURAS DE CONCRETO II
RESUMO

Resumo: NBR-6122:2019 - Projeto e execução de fundações

GRUPO: Hugo Costa de Medeiros – 10706283


João Pedro Nascimento Marinho de Souza – 10710531
Luana Maria Barros de Moura - 10293019
Paulo Victor Lacerda de Assis – 10237852
Tiago Lima Silva – 10705899
Wagner Souza Oliveira – 10710264

PROFESSOR: Valkisfran Lira de Brito

JOÃO PESSOA – PB
2021.2

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O conhecimento prévio do solo em que se pretende realizar a obra, saber como o
mesmo reagirá quando solicitado externamente, é de fundamental importância para o
trabalho do engenheiro e para manter qualquer estrutura fora do perigo de cair.

As fundações, que são elementos estruturais, foi algo que o homem criou que
tornou possível ter prédios com grandes alturas fazendo com que essas edificações
suportem grandes cargas. Elas são capazes de receber cargas verticais e horizontais das
superestruturas (lajes, vigas e pilares) e transmiti-las aos solos. Além disso, podem ser
executadas de diversas maneiras, sendo classificadas de modo geral em fundações rasas
e profundas.

Dentre as fundações rasas, as sapatas isoladas são as mais comuns e dominam


praticamente todas as obras do globo, dado as suas características de baixo custo,
praticidade e serem tecnicamente viáveis.

Por conceito, sabemos que fundação consiste no elemento estrutural que recebe
as cargas da superestrutura e as transfere para o solo ou a rocha de apoio.

Quanto à classificação, as fundações podem ser do tipo rasas ou profundas. Por


norma, a fundação rasa é aquela cuja base está assentada sobre profundidade menor ou
igual a duas vezes o menor lado da base. Já a fundação profunda, é aquela em que a
carga é transmitida ao solo por meio do atrito lateral (fuste) ou por meio da sua base
(ponta) da estaca, sendo a ponta da estaca devendo estar em profundidade mínima de
oito vezes a sua menor dimensão ou nunca inferior a 3 metros. Abaixo tem-se exemplos
de fundações rasas e profundas.

Exemplos de fundações rasas:


 Sapata corrida;
 Sapata isolada ou associada;
 Radiers.

Exemplos de fundações profundas:


 Estaca do tipo Franki;
 Estaca Hélice Contínua;
 Estaca escavadas com trado mecânico.

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Ainda sobre as sapatas isoladas, estas dominam entre as pequenas obras em
quase todos os lugares do mundo por ser de fácil execução, econômicas e s capazes de
transferir cargas de 50 kn a 3.000 kn aos solos sobre as quais estão assentadas.

A sapata é constituída por uma estrutura de concreto armado, em formato de


pirâmide onde há um maciço, geralmente, quadrado ou retangular de concreto com uma
determinada altura e em seguida segue em formato de pirâmide até a cota do solo
acabado.

Geralmente, no centro da sapata, nasce o pilar da estrutura. Na base da sapata, há


a presença de uma grelha em aço de modo a resistir os esforções de tração proveniente
das cargas verticais do pilar.

De modo prático, as fundações das sapatas podem ser dimensionadas pela


relação entre a carga recebida do pilar (força f) divida pela área da base que fica em
contato com o solo. Essa relação é a tensão que o solo receberá dessa sapata.
σ = f/A

A fim de garantir a integridade da estrutura, é importante verificar se o solo é


capaz de receber a tensão exercida pela sapata ou se o mesmo poderá romper. Faz-se
necessário ainda verificar se os recalques (deslocamento vertical para baixo) estão
dentro dos limites toleráveis a fim de não danificar a estrutura.

Diante disso, a tensão solicitada pela sapata, deve ser menor que a tensão
admissível do solo sob pena de, se essa verdade não for respeitada, ocorrerá a perda do
equilíbrio estático do sistema ou deslocamentos que comprometam a segurança da
estrutura.

Assim, quando a sapata atua sobre o solo, ela transfere de imediato toda a carga
vertical recebida pela estrutura ao topo do solo imediatamente abaixo da sapata. Dessa
firma, quando a tensão solicitante da sapata é maior que a tensão admissível do solo,
este poderá a vir a sofrer um processo chamado de ruptura.

A ruptura pode ser do tipo frágil ou geral e consiste na tendência de a sapata vir
girar, levantando parte do solo para cima da superfície. Já a ruptura dúctil ou por
puncionamento ocorre quando há um deslocamento grande da sapata para baixo,
entretanto, sem sofrer desaprumo.

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Costumeiramente, a ruptura geral ocorre em solos mais resistentes, menos
deformáveis, com sapatas relativamente rasas e costumam ser rupturas mais
catastróficas. Já a ruptura por puncionamento ocorre em solos mais deformáveis, menos
resistentes, nas camadas mais profundas com o recalque do solo acompanhando o
recalque da sapata em patamares acima do planejado.

Como já dito anteriormente, outro fator importantíssimo que deve ser observado
pelo profissional responsável pela elaboração dos projetos de fundação diz respeito ao
recalque das sapatas e seus limites e tolerâncias.

O recalque consiste no deslocamento vertical para baixo do um maciço de solo,


geralmente ocasionado pela diminuição do seu volume e/ou mudança de forma. O
recalque pode ser total, quando todo o maciço sofre recalque de forma igual, fato pouco
comum, ou pode ser o recalque diferencial, que é mais comum e também mais
preocupante. Esse tipo de recalque ocorre quando cada sapata recalca em uma
proporção diferente da outra, levando assim a problemas estruturais.

O recalque total ou absoluto tende a dar vazão ao recalque diferencial tendo em


vista que o primeiro propicia o segundo na medida em que as sapatas possuem cargas
diferentes, recalcando de formas diferentes.

Segundo Terzaghi e Peck (1967) os recalques admissíveis devem ter recalque de


20 mm para o recalque diferencial e de 25 mm para sapatas em solo arenoso.

Agora iremos demonstra o dimensionamento de uma sapata isolada quadrada, onde


os objetivos são:

 Calcular a capacidade de carga (ELU) e estado limite último de serviço (ELS)


para definir a tensão admissível da obra.
 Obter as capacidades de cargas para as diferentes sapatas de acordo com o
método de Terzaghi;
 Verificar as cargas que as sapatas podem suportar, a partir da tensão admissível
da obra e correlacionar com os seus respectivos pilares.

O primeiro passo para poder verificar as cargas que as sapatas podem suportar e é
atribuir valores para os seus lados. Ao estipular valores para o lado 𝐵 das sapatas usa-se

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a NBR 6118, a norma dos projetos de estrutura com concreto, para calcular as
respectivas alturas da sapata quadrado, usando a seguinte fórmula:

𝑩 − 𝒃𝟎
𝒉 ≥
𝟑

Depois de encontrar a altura e os lados da sapata, agora deve aplicá-los, por


meio do método de Terzaghi, para calcular as respectivas tensões rupturas. A fórmula
da tensão ruptura pelo método de Terzaghi no formato geral é representada da seguinte
forma:

𝟏
𝝈𝒓 = 𝒄. 𝑵𝒄 . 𝑺𝒄 + 𝒒. 𝑵𝒒 . 𝑺𝒒 + . 𝜸. 𝑩. 𝑵𝜸 . 𝑺𝜸
𝟐

O valor q, que é a sobrecarga, é encontrado pela seguinte fórmula:

𝒒 =𝜸∗𝒉

Os fatores de cargas 𝑁𝑐 , 𝑁𝑞 e 𝑁𝛾 são encontrados a partir do gráfico do fator da


capacidade de carga, tendo como referência, para determinar seus respectivos valores, o
ângulo de atrito (𝜃).

E por fim, os valores dos fatores de forma de Terzaghi 𝑆𝐶, 𝑆𝑞 𝑆𝛾 e que são
obtidos pela tabela de Terzaghi-Peck, tendo como referência a forma da sapata.

Tendo como base o fator de segurança global para o método analítico, calcula-se
tensão admissível para o estado de limite ultimo (ELU) com a seguinte fórmula:

𝝈𝒓
𝝈𝒂𝒅𝒎 =
𝑭𝑺

Para o cálculo do estado limite de serviço (ELS) deve-se analisar se possui


impenetrável e em qual cota ele se localiza, para em seguida calcular o recalque
imediato, que vai depende diretamente do tipo de solo onde a sapata será construída.
Para solos meio elástico homogêneo, usa-se:

𝝈. 𝑩
𝝆𝒊 = 𝝁𝟎 . 𝝁𝟏 .
𝑬𝒔

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Assim, deve-se achar primeiramente os valores dos fatores 𝜇0 e 𝜇1 são
encontrados individualmente da seguinte forma:

 Em 𝜇0 é usado as seguintes relações:

𝒉
𝑩

𝑳
𝑩

 Em 𝜇1 é usado as seguintes relações:

𝑯
𝑩

𝑳
𝑩

Tendo o resultado desses valores para cada sapata, usa-se outro gráfico
produzido por Terzaghi, e acha-se os valores de 𝜇0 e 𝜇1 .

Por fim, joga todos os valores na formula do recalque imediato e acha-se o valor
do estado limite de serviço (ELS).

Ao calcular as tensões admissíveis para solo meio elástico homogêneo através


do recalque admissível, obtêm-se as tensões usuais para a obra que são as tensões
usadas para calcular o estado limite de serviço (ELS) da edificação. Já as tensões
admissíveis calculadas pelo método da teoria de Terzaghi referem-se as tensões na
iminência da ruptura do solo, ou seja, o estado limite último (ELU) do projeto.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122:2019: Projeto e


execução de fundações. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:2014: Projeto


de estruturas de concreto - procedimento. Rio de Janeiro, 2013.

CINTRA, José Carlos A. Fundações diretas: projeto geotécnico / José Carlos A.


Cintra, Nelson Aoki, José Henrique Albiero. – São Paulo: Oficina de Texros, 2011.

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