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2023 - 1
UC ESTRUTURAS DE FUNDAÇÕES E
CONTENÇÕES

Estêvão Xavier Volpini


Msc. Engenharia de Estruturas
INTRODUÇÃO AO DIMENSIONAMENTO GEOMETRICO DE FUNDAÇÃO DIRETA
FUNDAÇÕES:
• quanto à profundidade de
assentamento
• quanto ao aspecto geotécnico

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Fundações
Classificação quanto à profundidade*:

- Fundações rasas (OU “SUPERFICIAIS”) – ficam posicionadas em


camadas superficiais do solo, normalmente a até 2,0 m de profundidade.

- Fundações profundas – Ficam posicionadas a mais de 2,0 m de


profundidade.

* Definição prática.
FUNDAÇÕES: RASAS/PROFUNDAS

Engº Rogério C. Ribeiro Nogueira 7


FUNDAÇÕES RASAS
CASO MAIS COMUM: Sapatas
Fundação Rasa (em SAPATAS)

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Fundação Rasa (em SAPATAS)
Fundação Rasa (em SAPATAS)
Fundação Rasa
(em SAPATAS)
Fundação Rasa (em SAPATAS)
Fundação Rasa (em SAPATAS)

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Classificação quanto à transmissão das
cargas*:

• Fundações diretas - A transmissão de carga para o solo é


feita pela base da fundação.

*quanto ao aspecto geotécnico


Exemplos de fundação direta:
FUNDAÇÃO RASA TIPO SAPATA

(rasa)
Exemplos de fundação direta:
FUNDAÇÃO RASA TIPO SAPATA

(rasa)
Exemplos de fundação direta:
FUNDAÇÃO RASA TIPO SAPATA

(rasa)
Sapatas

Tensão admissível:

tensão na qual a estrutura


trabalha com segurança.

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Sapatas
Como as tensões admissíveis à compressão do concreto
são muito superiores às tensões admissíveis dos solos
em geral, as seções dos pilares, próximas à superfície do
terreno, são ALARGADAS de forma que a pressão
aplicada ao terreno seja compatível com sua tensão
admissível, formando então a SAPATA.

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Fundação Rasa (em SAPATAS)
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Fundação Rasa (em SAPATAS)

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LIVRO: JOSÉ SÉRGIO DOS SANTOS
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1- Considerações iniciais

Fundação direta: se caracterizam pela transmissão da carga ao solo através de pressões


distribuídas em sua base.
Classificação das sapatas:

• Isolada: Carga concentrada de um único pilar. Distribui a carga nas duas direções.

• Corrida: Carga linear (parede). Distribui a carga em apenas uma direção.

• Associada: Cargas concentradas de mais de um pilar transferidas através de uma viga que
as associa. Utilizada quando há interferência entre duas sapatas isoladas.

• Alavancada: Carga concentrada transferida através de viga-alavanca. É utilizada em pilar


de divisa com o objetivo de centrar a carga do pilar com a área da sapata.
Lastro: todas as partes da fundação em contato com o solo devem ser concretadas sobre
um lastro de concreto não estrutural com no mínimo 5 cm de espessura;
2- Comportamento estrutural da sapata
(𝑎−𝑎𝑝 ) (𝑏−𝑏𝑝 )
Se: ℎ ≥ ou ℎ ≥
3 3
• pode-se considerar que a sapata é rígida;
• caso contrário a sapata será flexível.

ℎ/3
ℎ1 15 𝑐𝑚
𝑖𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎çã𝑜 1/3

Onde:
ℎ é a altura da sapata;
𝑎 é dimensão da sapata em determinada direção;
𝑎𝑝 é a dimensão do pilar em determinada dimensão;

Para as sapatas rígidas pode-se admitir plana a distribuição de tensões normais no contato
sapata-terreno, caso não disponha de informações mais detalhadas a respeito.
Sapatas Rígidas:
O comportamento estrutural pode ser caracterizado por:

a) Trabalho à flexão nas duas direções, admitindo-se que, para cada uma delas, a tração na
flexão seja uniformemente distribuída na largura correspondente a sapata.

b) O trabalho ao cisalhamento também em duas direções, não apresentando ruptura por


tração diagonal, e sim por compressão diagonal. Isso ocorre porque a sapata rígida fica
inteiramente dentro do cone hipotético de punção, não havendo, portanto, possibilidade
física de punção.
Trajetória das tensões principais e tensão de tração uniforme na sapata rígida não alongada:
Sapatas Flexíveis:
Embora de uso mais raro, essas sapatas são utilizadas para fundação de cargas pequenas e
solos relativamente fracos. Seu comportamento se caracteriza por:

a) Trabalho a flexão nas duas direções, não sendo possível admitir tração na flexão
uniformemente distribuída na largura correspondente da sapata. A concentração de flexão
junto ao pilar deve ser em principio avaliada;

b) Trabalho de cisalhamento que pode ser descrito pelo fenômeno de punção.


Momento fletor na Sapata Flexível:
A distribuição plana de tensões no contato sapata-solo deve ser verificada.
Distribuições das pressões no solo em sapata sob carga centrada:
3- Estimativa de dimensões de sapata com carga centrada
Para a determinação das abas das sapatas possuam balanços de dimensões iguais, ou
semelhantes, procura-se adotar as dimensões 𝐴 e 𝐵 de modo onde os momentos fletores não
sejam muito diferentes nas duas direções (𝐶𝑎 ≅ 𝐶𝑏 ).

Adotando-se 𝐶𝑎 = 𝐶𝑏 , obtemos:
𝑎 − 𝑎𝑝 = 𝑏 − 𝑏𝑝
𝑎 − 𝑏 = 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝

A área de apoio ou da base da sapata pode ser determinada como:


𝑁𝑔𝑘 +𝑁𝑞𝑘
𝐴=
𝜎𝑎𝑑𝑚
Onde:
𝑁𝑔𝑘 carga vertical devida às ações permanentes, valor característico*;
𝑁𝑞𝑘 carga vertical devida às ações variáveis, valor característico;
𝜎𝑎𝑑𝑚 tensão admissível do solo.
*As cargas permanentes a serem consideradas são: peso próprio da sapata, peso próprio advindo da estrutura, e solo
acima da sapata.
A NBR-6122/10, item 5.6, recomenda-se que para que seja considerado o peso próprio da
sapata, pode-se adotar 5% da carga vertical permanente, desta forma adotando:

1,05∙𝑁𝑔𝑘 +𝑁𝑞𝑘
𝐴=
𝜎𝑎𝑑𝑚

Após a determinação das dimensões da sapata, deve-se adicionar ao 𝑁𝑔𝑘 , o peso próprio
da sapata para a determinação exata da tensão atuante (𝜎𝑚á𝑥 ) em primeira estimativa.
Balanços (abas) iguais nas duas direções:

Os procedimentos abaixo descritos por BASTOS (2016), pode-se estimar as dimensões das
sapatas, adotando-se como premissa as abas iguais.

𝐴
A área da base da sapata pode ser determinada por 𝐴 = 𝑎 ∙ 𝑏, sendo: 𝑎 =
𝑏

Considerando os balanços iguais, (𝐶𝑎 = 𝐶𝑏 ), obtemos:


𝐴
𝑎 − 𝑏 = 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝 ⇒ − 𝑏 = 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝
𝑏

Multiplicando-se por 𝑏 e resolvendo a equação de segundo grau tem-se:


𝐴
𝑏 − 𝑏² = 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝 𝑏
𝑏
𝐴 − 𝑏 2 = 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝 ∙ 𝑏 → 𝑏 2 + 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝 ∙ 𝑏 − 𝐴 = 0
1 1 2
𝑏= 𝑏𝑝 − 𝑎𝑝 + 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝 +𝐴
2 4
Balanços não iguais nas duas direções

Para estes casos, (𝐶𝑎 ≠ 𝐶𝑏 ), recomenda-se a seguinte relação de proporção entre os lados:
𝑎/𝑏 ≤ 3,0

Considerando 𝑅 como a relação entre os lados, tem-se:


𝑎
= 𝑅 ≤ 3,0 → 𝑎 = 𝑏𝑅
𝑏
𝐴=𝑎∙𝑏 →𝐴=𝑏∙𝑅∙𝑏
𝐴
𝑏=
𝑅
Pressões de contato – hipóteses sapatas rígidas

De acordo com VELLOSO (2004, apud Moro 2020), adotando-se a hipótese de Winkler,
uma sapata rígida tem variação linear das pressões de contato. Isso porque o movimento
de corpos rígidos acarretam uma variação linear dos recalques, que por sua vez são
proporcionais as pressões.
Fundação retangular submetida a uma carga vertical e a dois momentos:
Para este caso, deve-se determinar a excentricidade tanto para x (dimensão 𝒂), e quanto para
y (dimensão 𝒃), e verificar as seguintes possibilidades de excentricidade e em que zona está
alocada.
a) Resultante de excentricidade cai na Zona 1 (Nucleo central):
𝑀
𝑒𝑎,𝑏 = → 𝑒𝑎,𝑏 ∙ 𝑁 = 𝑀
𝑁

Sabendo:
𝑁 𝑀𝑎 ∙𝑦𝑠𝑢𝑝,𝑖𝑛𝑓 𝑀𝑏 ∙𝑦𝑠𝑢𝑝,𝑖𝑛𝑓
𝜎= ± ±
𝐴 𝐼 𝐼

Sendo:
𝐼 momento de inércia;
𝑦𝑠𝑢𝑝,𝑖𝑛𝑓 distancia do CG a fibra superior (𝑦𝑠𝑢𝑝 ) ou fibra inferior (𝑦𝑖𝑛𝑓 ).
Considerando a sapata de seção retangular, obtemos:
𝑎∙𝑏³ 𝑏∙𝑎³
𝐼= ou 𝐼=
12 12
𝑎 𝑏
𝑦𝑠𝑢𝑝,𝑖𝑛𝑓 = ou 𝑦𝑠𝑢𝑝,𝑖𝑛𝑓 =
2 2

𝑎 𝑏
𝑁 𝑀𝑎 ∙2 𝑀𝑏 ∙ 2
𝜎= ± 𝑎∙𝑏³ ± 𝑏∙𝑎³
𝐴
12 12

𝑁
Substituindo 𝑀𝑎 = 𝑒𝑎 ∙ 𝑁 e 𝑀𝑏 = 𝑒𝑎 ∙ 𝑁 e isolando 𝐴 :

𝑁 6 ∙ 𝑒𝑎 6 ∙ 𝑒𝑏
𝜎𝑚𝑖𝑛,𝑚𝑎𝑥 = 1± ±
𝐴 𝑎 𝑏
𝑁 6 ∙ 𝑒𝑎 6 ∙ 𝑒𝑏
𝜎𝐴 = 1− −
𝐴 𝑎 𝑏

𝑁 6 ∙ 𝑒𝑎 6 ∙ 𝑒𝑏
𝜎𝐵 = 1+ −
𝐴 𝑎 𝑏

𝑁 6 ∙ 𝑒𝑎 6 ∙ 𝑒𝑏
𝜎𝐶 = 1+ +
𝐴 𝑎 𝑏

𝑁 6 ∙ 𝑒𝑎 6 ∙ 𝑒𝑏
𝜎𝐷 = 1− +
𝐴 𝑎 𝑏
b) Se a resultante de excentricidade cair na Zona 2 (Zona Externa)
Esta situação é inadmissível, sendo assim a fundação devendo ser redimensionada.

c) Se a resultante de excentricidade cair na Zona 3:


𝑏 𝑏 𝑏2
𝑠= + − 12
12 𝑒𝑏 𝑒𝑏2
3 𝑎−2𝑒𝑎
tan 𝛼 = ∙
2 𝑠+𝑒𝑏
12𝑁 𝑏+2𝑠
𝜎𝑚𝑎𝑥 =
𝑏∙tan 𝛼 𝑏2 +12∙𝑠²

d) Se a resultante de excentricidade cair na Zona 4:


𝑎 𝑎 𝑎
𝑡= + − 12
12 𝑒𝑎 𝑒𝑎2
3 𝑏−2𝑒𝑏
tan 𝛽 = ∙
2 𝑡+𝑒𝑎
12𝑁 𝑎+2𝑡
𝜎𝑚á𝑥 =
𝑎∙tan 𝛽 𝑎2 +12∙𝑡²
e) Se a resultante de excentricidade cai na Zona 5:
𝑒 𝑒
𝛼= 𝑎+ 𝑏
𝑎 𝑏
𝑁
𝜎𝑚𝑎𝑥 = 𝛼[12 − 3,9(6𝛼 − 1)(1 − 2𝛼)(2,3 − 2𝛼)]
𝑎∙𝑏
Verificação de estabilidade da sapata:

a) Verificação ao tombamento (rotação em


torno do ponto A)
- Momento estabilizante:
𝑎 𝑏
𝑚𝑒𝑠𝑡,𝑎 = 𝑁′ ∙ e 𝑚𝑒𝑠𝑡,𝑏 = 𝑁′ ∙
2 2

- Momento desestabilizante:
𝑚𝑑𝑒𝑠𝑡,𝑎,𝑏 = 𝑀𝑎,𝑏

𝑚𝑒𝑠𝑡,𝑎,𝑏
𝐹𝑆 = ≥ 1,5
𝑚𝑑𝑒𝑠𝑡,𝑎,𝑏
b) Verificação ao deslizamento
- Força estabilizante:
2 2
𝐹𝑒𝑠𝑡 = 𝑁 ∙ tan ∅ + 𝑎 ∙ ∙𝐶
3 3

- Força desestabilizante:
𝐹𝑑𝑒𝑠𝑡,𝑎,𝑏 = 𝐻

𝐹𝑒𝑠𝑡,𝑎,𝑏
𝐹𝑆 = ≥ 1,5
𝐹𝑑𝑒𝑠𝑡,𝑎,𝑏
Exemplo:
1) Pré-dimensionar uma sapata de fundação superficial para um pilar com seção
transversal 20X80cm, que transfere à sapata uma carga vertical centrada total de 1250KN
(característico), tensão admissível do solo de 0,26MPa e momento fletores solicitantes
externos inexistentes.
𝑏𝑝 = 20 𝑐𝑚
b
𝑎𝑝 = 80 𝑐𝑚

3
1

ℎ1
2) Pré-dimensionar a sapata isolada de um pilar considerando: seção do pilar
30X80cm, 𝑁𝐾 = 1000 KN; 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 0,025𝐾𝑁/𝑐𝑚² ; momentos solicitantes
característicos 𝑀𝑎 = 150𝐾𝑁𝑚; 𝐹𝑎 = 30𝐾𝑁, 𝜃𝑠𝑜𝑙𝑜 = 30°.
Em relação as dimensões em planta a e b, torna-se mais
difícil a fixação de um critério econômico.

• Uma opção seria tentar obter três balanços iguais,


deixando o quarto balanço menor que os outros três.

• Outra opção seria calcular as larguras que se obteriam


com o critério econômico considerando uma sapata
isolada para cada pilar. Em seguida, adotar como
largura da sapata associada um valor compreendido
entre as larguras das sapatas isoladas “fictícias”.

Como em geral os pilares transferem momentos fletores


para as sapatas, as dimensões encontradas para a e b
devem ser aumentadas, a fim de levar em conta o
acréscimo de tensões produzidas pelos momentos dos
pilares.
𝑁 𝑀𝑥 ∙ 𝑦𝑠𝑢𝑝,𝑖𝑛𝑓 𝑀𝑦 ∙ 𝑦𝑠𝑢𝑝,𝑖𝑛𝑓
𝜎𝑚á𝑥 = + + ≤ 𝜎𝑠𝑜𝑙𝑜,𝑎𝑑𝑚
𝐴 𝐼𝑥 𝐼𝑦

𝑁 𝑀𝑥 ∙ 𝑦𝑠𝑢𝑝,𝑖𝑛𝑓 𝑀𝑦 ∙ 𝑦𝑠𝑢𝑝,𝑖𝑛𝑓
𝜎𝑚𝑖𝑛 = − − ≥0
𝐴 𝐼𝑥 𝐼𝑦

𝑀𝑦 𝑏
𝑒𝑥 = ≤
𝑁 6

𝑀𝑥 𝑎
𝑒𝑦 = ≤
𝑁 6

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