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FUNDAÇÕES

ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE CONCRETO ARMADO NAS
EDIFICAÇÕES

Professor Alan Scipião


PROGRAMA DA DISCIPLINA
E S P E C I A L I Z A C Ã O E M E S T R U T U R A S D E C O N C R E TO A R M A D O N A S E D I F I C A Ç Õ E S - F U N D A Ç Õ E S

AULA-01 - 06/09/2022 AULA-02 - 07/09/2022


01. A origem dos solos
Caracterização e propriedades dos solos
02. Sondagens geotécnicas
Ensaios especiais
Classificação dos solos Fundações Diretas

AULA-03 - 08/09/2022 AULA-04 - 20/09/2022


03. Fundações diretas 04. Fundações profundas

AULA-05 - 21/09/2022 AULA-06 - 22/09/2022


05. Rotinas de dimensionamento 06. Contenções
Prova de Carga
Trabalho de Conclusão
SOLO ESTRATIFICADO
BULBO DE TENSÕES

PROPAGAÇÃO DE
TENSÕES
Em um cálculo aproximado podemos admitir que as
tensões se propagam no solo mediante uma
inclinação de 1:2. Desta forma as camadas
inferiores estão submetida a tensões menores.

𝜎𝐵𝐿
∆ 𝜎=
( 𝐵+ 𝑧 )( 𝐿+ 𝑧 )
Em sapatas quadradas, na profundidade z = 2B, esta tensão
é de aproximadamente 10% da tensão na base da sapata.
Adotamos essa profundidade para o “limite do bulbo de
tensões”.
SOLO ESTRATIFICADO
DUAS CAMADAS DE SOLO DISTINTO

SAPATA FICTÍCIA
Neste caso, onde há solos com características
diferentes dentro do bulbo de tensões, além do
dimensionamento da tensão resistente para o Solo
1 (𝜎r1), devemos achar a tensão resistente para o
solo 2 (𝜎r2), utilizando uma sapata fictícia assente
na interface das camadas.
A tensão resistente para a sapata fictícia (𝜎r2),
deve ser maior que a tensão aplicada pela sapata
real (𝛥𝜎),
𝜎𝐵𝐿
∆ 𝜎=
( 𝐵+ 𝑧 )( 𝐿+ 𝑧 )
Caso a tensão (𝜎r2) seja menor que (𝛥𝜎), a tensão resistente
para o Solo 1 (𝜎r1) deve ser ajustada proporcionalmente.
EXERCÍCIO - 04
EXERCÍCIO - 05
EXERCÍCIO - 06
Estimativa de
Recalques (𝜌)
O recalque está presente em todos os
edifício, sendo na sua maioria de ordem
milimétrica. Quando se tornam de maior
grandeza, ou ocorrem em escaldas
diferentes na estrutura, trazem problemas.
RECALQUE DA FUNDAÇÃO DIRETA
DEFINIÇÕES

RECALQUE EM UMA SAPATA


01 Deslocamento vertical para baixo, da base da sapata em relação a uma
referência fixa, indeslocável, como o topo rochoso.

RECALQUE DIFERENCIAL
02 Diferença numérica entre o recalque absoluto de duas sapata da mesma
estrutura. É originado pela heterogeneidade do solo, das cargas e do tamanho
das sapatas.

RECALQUE IMEDIATO
03 Recalque que se processa em tempo muito curto, praticamente simultâneo à
aplicação do carregamento.

RECALQUE SECUNDÁRIO
04 Recalque que ocorre ao longo do tempo (anos) e está normalmente ligado ao
adensamento de solos argilosos.
RECALQUES IMEDIATOS - MEH
M E I O E L Á S T I C O H O M O G Ê N E O ( M E H ) – C A M A D A S E M I - I N F I N I TA

A solução para o cálculo desse tipo de recalque foi apresentada por Boussinesq (1885) e
revisada por Timoshenko e Goodier (1951), aplicando a Teoria da Elasticidade e
considerando a sapata apoiada em uma camada semi-infinita de argila com parâmetros
invariáveis com a profundidade.

[ ]
2
1−𝜐
𝜌 𝑖 =𝜎 𝐵 𝐼𝑝
𝐸𝑠

I = Recalque imediato = Coeficiente de Poison do solo

= Tensão média na superfície Es = Módulo de deformabilidade do solo

B = Largura da sapata Ip = Fator de influência da sapata


DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE DEFORMABILIDADE
TEIXEIRA E GODOY (1996)

O Módulo de Deformabilidade do solo pode ser obtido através de ensaios


especiais. Na ausência destes ensaios, pode-se utilizar a relação com o
ensaio de cone e tipo de solo, proposta por Teixeira e Godoy (1996).

𝐸 𝑠= 𝛼 𝑞𝑐

𝛼 = Fator de Correlação (Es/qc)

qc = Resistencia de ponta do cone


DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE DEFORMABILIDADE
TEIXEIRA E GODOY (1996)

Na ausência do ensaio de cone, Godoy e Teixeira (1996) propõem ainda


um fator de correlação (K) entre qc e o Nspt, de acordo com o tipo de
solo.

𝑞𝑐 = 𝐾 𝑁 𝑠𝑝𝑡

𝐸 𝑠=𝛼 𝐾 𝑁 𝑠𝑝𝑡
RECALQUES IMEDIATOS - MEH
M E I O E L Á S T I C O H O M O G Ê N E O ( M E H ) – C A M A D A S E M I - I N F I N I TA

[ ]
2
1−𝜐
𝜌 𝑖 =𝜎 𝐵 𝐼𝑝
𝐸𝑠
EXERCÍCIO - 07
7)
RECALQUES IMEDIATOS - MEH
M E I O E L Á S T I C O H O M O G Ê N E O ( M E H ) – C A M A D A F I N I TA

Em muitos casos, a camada de solo


de MEH é de espessura finita,
sobrejacente a um material muito
rígido ou praticamente Para sapatas quadradas é possível
indeformável, cujo topo pode ser demonstrar, que em um meio
considerado indeslocável, como homogêneo os recalques são
costuma ser o topo rochoso. significativos (ocorre até 90% dos
recalques) até uma profundidade de
H = 6 . B.
Este deve ser o horizonte analisado
para determinar se os recalques
estão em uma camada homogênea
semi-infinita, ou se há ocorrência de
material indeformável.
RECALQUES IMEDIATOS - MEH
M E I O E L Á S T I C O H O M O G Ê N E O ( M E H ) – C A M A D A F I N I TA

O recalque em camadas finitas foi estudado


por Janbu (1956) e revisado por Simons e
Menzies (1981), considerando deformações
de volume constante (𝝊=0,5) e resultando
no recalque médio de sapatas flexíveis.

𝜎𝐵
𝜌 𝑖 =𝜇1 . 𝜇2
𝐸𝑠

I = Fator de embutimento

2 = Fator de espessura
EXERCÍCIO - 08
8)
RECALQUES IMEDIATOS - MEH
O C O R R Ê N C I A D E M U LT I C A M A D A S

O maciço de solo no qual ocorre os recalques pode ser constituído de


duas ou mais camadas, cada uma com seu módulo de deformabilidade,
como a situação exibida na imagem abaixo.
RECALQUES IMEDIATOS - MEH
O C O R R Ê N C I A D E M U LT I C A M A D A S

01 02 03

USO DE CAMADA HIPOTÉTICA SAPATA FICTÍCIA MÉDIA DOS MÓDULOS


Determina-se o recalque para o solo Determina-se o recalque para o Uma solução mais direta é
superior como camada finita. solo superior como camada finita. tratar toda a faixa de solo
Na sequencia, utilizando o módulo de Na sequencia determina-se o como uma única camada, cujo
elasticidade do solo inferior, calcula-se recalque de uma sapata fictícia módulo de deformabilidade
o recalque de uma camada hipotética, apoiada no topo da segunda hipotético é a média
de espessura total, subtraindo na camada, com a tensão já ponderada do módulos
sequencia o que foi considerado a dissipada. individuais.
mais.
EXERCÍCIO - 09
9)
RECALQUES IMEDIATOS - AREIAS
M ÉTODO DE S C HM ERTM A NN (1 9 7 0)

Nas areias, mesmo homogêneas em termos de granulometria,

01 mineralogia e compacidade, o módulo de deformabilidade não é


constante com a profundidade, o que caracteriza o chamado meio
elástico não homogêneo.
Para continuar tratando o solo como meio elástico homogêneo, a
02 solução apresentada por Schmertmann (1970) divide o solo em várias
subcamadas de espessura aproximada B/2.

Schmertmann também observou que a deformação máxima não


03 ocorre imediatamente abaixo da sapata, mas a uma profundidade z =
B/2 e, a partir daí, volta a diminuir.

Também foi observado que as deformações podem ser desprezadas a


04 partir de uma profundidade z = 2B
RECALQUES IMEDIATOS - AREIAS
M ÉTODO DE S C HM ERTM A NN (1 9 7 0)

Dado um carregamento uniforme σ, com módulo de elasticidade Es, a deformação


vertical εz à profundidade z, sob o centro do carregamento, pode ser expressa por:

𝜎
𝜀 𝑧= . 𝐼𝑧
𝐸𝑠

𝝐z = Deformação vertical

= Tensão na superfície
Es = Módulo de deformabilidade

Iz – Fator de influência da forma


RECALQUES IMEDIATOS - AREIAS
M ÉTODO DE S C HM ERTM A NN (1 9 7 0)

Na formulação são acrescentados ainda dois coeficientes C1 e C2,


relativos ao embutimento da sapata e o efeito do tempo respectivamente.

( ) ( )
𝑞 𝑡
𝐶 1=1 − 0,5 ∗
≥ 0,5 𝐶 2=1+ 0,2𝑙𝑜𝑔
𝜎 0,1

C1 = Correção do recalque C2 = Correção do tempo

= Tensão na cota de apoio t = Tempo em anos

𝜎* = Tensão Líquida (𝜎* = 𝜎 – q)


RECALQUES IMEDIATOS - AREIAS
M ÉTODO DE S C HM ERTM A NN (1 9 7 0)

O recalque de sapatas rígidas em areia (ρd) é dado pelo somatório dos recalques de
n subcamadas consideradas homogêneas, na profundidade de 0 a 2B, incluindo os
efeitos do embutimento e do tempo.

( )
𝑛
𝐼𝑧
𝜌 𝑑 =𝐶 1 . 𝐶 2 . 𝜎

∑ 𝐸𝑠
∆𝑧
𝑖=1

𝜌d = Recalque de sapatas rígidas em areia 𝜎* = Tensão Líquida (𝜎* = 𝜎 – q)

C1 = Correção do recalque Es = Módulo de deformabilidade

C2 = Correção do tempo 𝜟z = Espessura da i-ésima camada


EXERCÍCIO - 10
10)
Coeficiente de
Reação Vertical
(kv)
O Coeficiente de Reação Vertical (kv) estima a
reação elástica do solo quando carregado,
permitindo a análise da interação solo-
estrutura no dimensionamento da fundação.
COEFICIENTE DE REAÇÃO VERTICAL
SOUZA E REIS (2008)

A estimativa do Módulo de Reação Vertical é feita de acordo com o artigo


“Interação solo-estrutura para edifícios sobre fundações rasas”, de Souza e
Reis (2008)

1 1𝐸𝑠
𝑘𝑣 = . .
1 −𝜐 𝐼 𝑃 𝐵
2

kv = Coeficiente de reação vertical

Es = Módulo de deformabilidade

𝜈 = Coeficiente de Poison do solo

IP – Fator de influência

B = Largura da sapata
COEFICIENTE DE REAÇÃO VERTICAL
VA L O R E S D E R E F E R Ê N C I A – B É T O N - K A L E N D E R ( 1 9 6 2 )
FUNDAÇÕES
ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE CONCRETO ARMADO NAS
EDIFICAÇÕES

Alan Scipião

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