Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Abstract. NBR 6122:2010 briefly mentions the mat foundation design, just enough to direct the
designer to the NBR 6118:2014, or to other international codes, like the ACI 360R-06. Currently, in
Brasil, the mat foundation is associated with projects of social interests. The purpose of this paper is
to analyze the primordial parameters to run a complete analysis of the raft foundation, including the
soil stress, the modulus of subgrade reaction, the magnitude of both loads and settlements, and the
superstructure complexity. Based on the Winkler model this paper analyses the following basic
parameters for analysis and design of raft foundation settlements: the modulus of vertical subgrade
reaction through empiric expressions, tables, and correlation. The correct choice of the modulus of
subgrade reaction results in less conservative and less expensive designs. NBR 6118:2014 and the
ACI 318:2011 prescriptions to the prestressed mat foundation are also shown in this paper.
1. INTRODUÇÃO
O uso do sistema radier é bastante antigo. Esse sistema é encontrado em fundações de aquedutos da
Roma Antiga, por exemplo. No século XVII, durante período do rei Luís XIV, L’aqueduc de Retz,
que trouxe água ao castelo St-Germain-en-Laye, foi executado com fundação em radier. Entretanto,
as teorias de análise desse tipo de fundação datam do século XIX (ALBINO, 2017). A grande
contribuição para a análise do radier foi proposta por Emil Winkler (1867), por meio do seu modelo
conhecido como Solo de Winkler, que admite que a reação do solo é proporcional aos deslocamentos,
por meio de uma constante de proporcionalidade 𝜅𝜅.
Define-se radier como uma fundação superficial de grandes dimensões que recebe os carregamentos
e os transmite ao solo ou à rocha (NBR6122:2010). É possível analisar a fundação em radier como
um elemento rígido. Nesse tipo de análise, os recalques são mínimos e as pressões do solo são
uniformes em toda a área do radier. Porém, há recalques diferenciais que causam variações nas
pressões do solo e nas tensões de flexão na placa.
Es B4 Es 1
12
VÉSIC (1961) κ = 0,65 � (𝑘𝑘𝑘𝑘⁄𝑚𝑚³) (4)
EI 1 − ν2 B
onde
Es = módulo de deformabilidade do solo;
E = módulo de Young do material da fundação;
𝜈𝜈 = coeficiente de Poisson;
Is = fator de forma do radier e de sua rigidez (Tabela 1);
I = momento de inércia da fundação;
q𝑎𝑎 = tensão admissível em kips/𝑓𝑓𝑓𝑓 2 ;
B = menor dimensão da fundação.
Tabela 1 – Valores do coeficiente de forma Is. VELLOSO e LOPES (2014).
Flexível
Rígido
Forma Centro Borda Média
Círculo 1,00 0,64 0,85 0,79
Quadrado 1,12 0,56 0,95 0,99
Retângulo L/B=1,5 1,36 0,67 1,15
2,0 1,52 0,76 1,30
3,0 1,78 0,88 1,52
5,0 2,10 1,05 1,83
10 2,53 1,26 2,25
100 4,00 2,00 3,7
1000 5,47 2,75 5,15
10000 6,90 3,50 6,60
Na ausência de valores experimentais, usar tabelas para determinar o valor do módulo de reação do
solo.
Coesão Resistência não confinada à coesão (kgf/cm2) Módulo de reação do solo (kgf/cm3)
Rija 1–2 2,7
onde
𝜅𝜅SPT(0,3) = módulo de reação do solo corrigido para placa de 300mm em MN/mm3;
𝑁𝑁60 = NSPT corrigido para levar em conta a energia dissipada do martelo.
0,72NSPT (6)
Brasil: N60 =
0,60
onde
G = pedregulho
S = areia
M = silte
C = argila
W = bem graduado
P = mal graduado
U = uniformemente graduado
L = baixa a média compressibilidade
H = alta compressibilidade
O = orgânico
Figura 1 – Curva de ajuste dos valores de 𝜿𝜿 em função do CBR. Fonte: ALMEIDA (2001).
A curva gera as expressões (10) e (11) para os valores do módulo de reação do solo em função do
CBR.
ALMEIDA (2001) κ = 2,495(ln 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶)3 + 89,78(ln 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶) − 35,06 (𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝⁄𝑖𝑖𝑖𝑖3 ) (10)
ALMEIDA e κ = 0,06906(ln 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶)3 + 2,485(ln 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶)
(11)
ARCARO (2003) − 0,9705 (𝑘𝑘𝑘𝑘𝑘𝑘 ⁄𝑐𝑐𝑐𝑐3 )
BOWLES (1997) propõe uma correlação entre o módulo de reação do solo e a tensão admissível:
𝜅𝜅 = 36𝑞𝑞𝑎𝑎 (12)
onde
𝑞𝑞𝑎𝑎 = tensão admissível em kips/ft2.
Na análise das expressões, tabelas e correlações, para determinar o módulo de reação do solo,
observa-se que este não é um fator intrínseco ao solo. Esse parâmetro depende, além de tipo de solo
e sua rigidez, do formato da fundação, das relações entre as rigidezes da fundação e a superestrutura.
Esses fatores influenciam os valores do módulo de reação vertical do solo em diferentes regiões do
radier. Na preparação deste estudo, observou-se que a variação nos valores do módulo de reação do
solo em uma mesma fundação só será significativa em estruturas de grandes dimensões e sensíveis a
recalques (VILELA, 2016).
3. PARÂMETROS DE PROJETO
Para um bom desempenho de qualquer elemento de concreto, o que inclui a fundação radier, é
necessária a atenção a todos os aspectos relacionados com a tecnologia do concreto. O objetivo é
obter um concreto que atenda às especificações de projeto. Essas especificações normativas adotadas
nos projetos vão além da resistência do concreto à compressão.
Tabela 8 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto. Fonte: NBR 6118/2014
4. CONCLUSÕES
A fundação em radier exige atenção a muitos aspectos, desde análise e dimensionamento, montagem,
concretagem e pós-concretagem. Além disso, não se pode desprezar a importância do conhecimento
do solo. Uma campanha mínima de sondagem, nos moldes das prescrições da NBR 6484/2001 e NBR
8036/1983, para identificar a presença de solo expansível ou colapsível é de extrema necessidade,
visto que toda a análise poderá ser alterada na presença desses solos. A escolha adequada dos
parâmetros e o atendimento às prescrições normativas são imprescindíveis. Quando escolhida uma
normativa internacional para a análise do radier, é preciso verificar se tal normativa se adequa às
condições nacionais de solo e projeto, deixando claro qual foi a normativa escolhida.
Nesse trabalho, ficou demonstrado que muitos dos tópicos relacionados com o radier ainda não estão
claramente normatizados. Concluiu-se que as normativas do Brasil precisam sanar as lacunas
relacionadas ao tema radier. Além disso, é necessária a publicação de uma normativa nacional para a
fundação em radier.
REFERÊNCIAS
[1] AMERICAN CONCRETE INSTITUTE – ACI. Design of Slabs on Grade (ACI 360R-06), 2006.
[2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6122: projeto e execução de fundações.
Rio de Janeiro, 2010.
[3] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6118: projeto de estrutura de concreto –
procedimento. Rio de Janeiro, 2014.
[4] AMERICAN CONCRETE INSTITUTE – ACI. Building code requirements of structural concrete (ACI 318-11),
2011.
[5] ALBINO, F.S. Radier simples, armado e protendido – teoria e prática. Campinas, 2017.
[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6489: prova de carga direta sobre
terreno de fundação. Rio de Janeiro, 1984.
[7] VELLOSO, D.A; LOPES, F.R. Fundações Volume 1: Critérios de projeto – Investigação de subsolo –
fundações superficiais. 2 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2014.
[8] MORAES, M.C. Estruturas de fundações. 3 ed. São Paulo: Editora McGraw Hill, 1976
[9] GUPTA, S.C. Raft foundations design and analysis with a practical approach. New Delhi, New Age
International (P) Limited, Publishers, 1997.
[10] SCOTT, R; Foundation analysis. Prentice-Hall civil engineering an engineering mechanics series. Spectrum
Book, S-642, New Jersey, 1981.
[11] BAROUNIS, N; SAUL, G; LALLY, D.; Estimation of vertical subgrade reaction from CPT investigations:
Application in Christchurch. Proceedings. 19th NZGS. Geotechnical Symposium, Queenstown, 2013.
[12] BOWLES, J. E.; Foundation analysis and design. 5th ed. Singapore: McGraw-Hill, 1997.
[13] ALMEIDA, L.C. Laje sobre solo para fundação de residência. Dissertação de mestrado apresentada à comissão
de pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas como parte dos
requisitos para obtenção do título de mestre em Engenharia Civil na área de engenharia de estruturas. Campinas,
2001.
[14] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS – ASTM. Standard practice for classifications of
soils of engineering purposes (ASTM D2487-00), 2000.
[15] BAROUNIS, N; ARMAOS, P.; Sensitive analysis of the vertical modulus of subgrade reaction, as estimated from
CPT for the design of foundations and comparison with values from SPT for a site in Christchurch. NZEE, Annual
Technical Conference, Christchurch, 2016.
[16] ALMEIDA, L.C., ARCARO, V.F. Laje sobre solos para fundação ou Pisos. V Simpósio EPUSP sobre
Estruturas de Concreto. São Paulo, 2003.
[17] VILELA, I.P.S., Análise de Radiers de Concreto Estrutural. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense, Escola de Engenharia, como requisito parcial
para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil. Niterói, 2016.
[18] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 8522: determinação dos módulos
estáticos de elasticidade e deformação à compressão. Rio de Janeiro, 2017.
[19] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 7482: fios de aço para estruturas de
concreto protendido – especificação. Rio de Janeiro, 2008.
[20] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 7483: cordoalhas de aço para estruturas
de concreto protendido – especificação. Rio de Janeiro, 2008.
[21] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 7480: aço destinado para armadura de
estruturas de concreto armado – especificação. Rio de Janeiro, 2008.
[22] POST TENSION INSTITUTE. PTI DC10.1-08: Design of post-tensioned slabs-on-ground. 3rd. edition, 2008.
[23] FOUNDATION PERFORMANCE ASSOCIATION - Structural Committee. FPA-SC-14-0: Comments on the
post-tensioning institute's "Design of post-tensioned slabs-on-ground" 3rd edition. Houston, 2006.
[24] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E 145-11: standard specification for plastic
water vapor retarders used in contact with soil or granular fill under concrete slabs. West Conshohocken, 2011.
[25] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6484: solo – sondagens de simples
reconhecimento com SPT – método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001.
[26] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 8036: programação de sondagens de
simples reconhecimento dos solos para construção de edifícios. Rio de Janeiro, 1983.