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Projeto integrador Estaca raiz

Resumo

Abstract

1 - Introdução

O que é estaca raiz?


À estaca raíz é versátil e pode ser utilizado em qualquer tipo de solo, seu
diâmetro varia de 80mm a 500mm e a inclinação pode ser de zero graus a
noventa graus. Ela consegue alcançar profundidades maiores que 50 metros.
Uma estaca argamassada “in loco”, caracterizada por perfuração rotativa ou
rotopercussiva, com alta capacidade de carga, a armação da estrutura é
totalmente robusta devido a flambagem. Uma estaca muito utilizada no
mercado moderno, causa pouca vibração no terreno, consegue penetrar
terrenos rochosos, serve para criar reforços estruturais e por utilizar água em
seu processo, há grande sujeiras no canteiro de obra, ainda sua versatilidade e
eficiência faz jus ao seu uso. De acordo com a NBR 6122:2010, a estaca raíz
pode ser definida como “Estaca armada e preenchida com argamassa de
cimento e areia, moldada in loco executada através de perfuração rotativa ou
rotopercussiva, revestida integralmente, no trecho em solo, por um conjunto de
tubos metálicos recuperáveis”

Características da estaca raíz


Qualidades que atraem os olhos para a utilização deste método na execução
de fundações profundas são:
- elevada capacidade de carga
- Redução de recalques
- Execução em diversas áreas
- Pouca trepidação do terreno
- Executada em diversas inclinações
- Executado a compressão ou a tração
- Contruídas no local (In Loco)
- Totolmente estruturada armação da estaca
- Alta tensão de trabalho na disposição da coluna (fuste)
Vantagens x Desvantagens
A utilização da estaca raíz possui suas peculiaridades quanto a sua execução
para escavação de solos profundos, dentre elas se destacam:
- Armação de pequeno e médio porte, pode ser executado em áreas de
espaço limitado;
- Executada com grandes inclinações;
- Reduzida descompressão do terreno, ou seja, pode ser utilizado em solos
que possuem construções vizinhas;
- Alcança elevada profundidade e terrenos resistentes, com presença de
matacões, rochas e concreto;
- Possível ser executada abaixo do nível da água;
- Expressa considerável carga de trabalho;
- Não provoca vibrações na execução, sua operação é quase imperceível aos
terrenos próximos que possuem áreas contruídas (prédios
comerciais/habitacionais, casas, comércios, etc);
Desvantagens
Algumas desvantagens na utilização deste método, se destacam:
- Alto custo;
- Elevado consumo de cimento;
- Elevado consumo de ferragens para as armaduras;
- Impacto ambiental;
- Canteiro de obra alagada por causa do grande consumo de água.
- Exige a execução de provas de carga

Determinação de capacidade de carga


Conceito
Capacidade de carga é uma tensão que é transmitido ao solo por essa
fundação que é capaz de causar ruptura ou deformação excessiva no solo. De
acordo com NBR 6122:2010, que é a norma que rege as fundações no Brasil,
possuem quatro métodos principais para determinação de carga seja para
estacas ou fundações.
Prova de carga
Realizado principalmente por ensaio de placa onde in loco é feito o ensaio para
se obter um gráfico de tensão da formação e a partir dele determinar a
capacidade de carga do solo.
Métodos teóricos
São formações clássicas de pesagem através da teoria de mecânicas dos
solos para determinar a capacidade de carga.
Métodos empíricos
São tabelas que correlacionam as propriedades dos solos ou classificação do
solo com a capacidade de carga.
Método semi-empírico
Relacionam a teoria de mecânica dos solos com algumas características do
próprio solo local. Dentro desses métodos semi-empíricos se encontram os
dois métodos mais utilizados para a determinação da capacidade de carga de
estacas que são Aoki-Velloso e Décourt-Quaresma.

Método Aoki-Velloso (1975)


Este método consiste em determinar duas parcelas da carga transmitida pela
fundação ao solo e soma-las ao final que é a resistência lateral e resistência de
ponta. Resistência lateral é a carga transmitida ao solo por toda a extensão do
comprimento da estaca através de sua área lateral. Resistência de ponta é
carga transmitida ao solo somente pela base, ou ponta, da estaca, isto é, não é
acumulada ao longo da profundidade, como é a resistência lateral.
Figura: Parcelas de resistência que constituem a capacidade de carga
Fonte: livro
De acordo com Aoki, pode calcular a capacidade de carga pela formulação:

Pr=Pp+PL

Onde:
K . Nspt
Pp= Ap . e
F1
α . K . Nspt
PL=∑ . AL .
F2
Onde:
AP: área da base da estaca;
AL: área lateral ao longo de todo o comprimento da estaca;
K: valores tabelados que variam de acordo com a natureza do solo;
F1 e F2: valores tabelados que variam de acordo com o tipo de estaca;
Coeficiente K e razão de atrito α

Tipo de solo K (MPa) α (%)


Areia 1 1,4
Areia siltosa 0,8 2,0
Areia silto-argilosa 0,7 2,4
Areia argilosa 0,6 3,0
Areia argilo-siltosa 0,5 2,8
Silte 0,4 3,0
Silte arenoso 0,55 2,2
Silte areno-
0,45 2,8
argiloso
Silte argiloso 0,23 3,4
Silte argilo-
0,25 3,0
arenoso
Argila 0,2 6,0
Argila arenosa 0,35 2,4
Argila areno-siltosa 0,3 2,8
Argila siltosa 0,22 4,0
Argila silto-arenosa 0,33 3,0

Fatores de correção F1 e F2.

Tipo de estaca F1 F2
Tipo de estaca F1 F2
Franki 2,5 2 F1
Metálica 1,75 2 F1
Pré-moldada 1 + D/0,8 2 F1
Escavada 3 2 F1
Raiz, Hélice contínua e Ômega 2 2 F1

Método Décourt-Quaresma
Utilizando a figura como base para exemplificar a formulação de Quaresma
determinar a capacidade de carga de estacas a partir dos valores de Nspt. A
simplicidade da utilização do método, seu foco não era a obtenção de valores
exatos, porém estimativas que fossem confiáveis, aproximadas e de fácil
determinação.
Olhando de forma análoga ao método de Aoki-Velloso, o método de Décourt-
Quaresma também consiste em determinar uma capacidade de carga lateral e
uma capacidade de carga de ponta, calculados pela fórmula:
Qr=Qp+QL
Onde:
P
Q L=∝ .C . N spt . A p .

[( )
L
N spt
Qp=∝ . β . +1 . A L ]
3
Onde:
α e β: valores tabelados que variam com o tipo de solo e o tipo de estaca e que
minoram as resistências laterais e de ponta das mesmas;
C: valor tabelado de resistência do solo, apresentado na tabela abaixo;
P
N spt : valor do Nspt na ponta da estaca. Podendo ser considerada uma média
entre o Nspt da cota de assentamento e os Nspt imediatamente superior e
inferior;
L
N spt : valor médio do Nspt ao longo do fuste, sem considerar os valores de Nspt
utilizados para o cálculo da resistência de ponta. Para valores de Nspt maiores
que 50, deve ser considerado que Nspt=50;
AP: área da base da estaca;
AL: área lateral da estaca, expressa em m²;
Tabela de dados com os valores de α e β bem como dos valores de C:
Valores do fator α em função do tipo de estaca e do tipo de solo
Tipos de estaca
Tipo de solo Injetada
Escavada Escavada Hélice
Raiz sob altas
em geral (bentonita) contínua
pressões
Argilas 0,85 0,85 0,3* 0,85* 1*
Solos
0,6 0,6 0,3* 0,6* 1*
intermediários
Areias 0,5 0,5 0,3* 0,5* 1*
* valores apenas orientativos dinate do reduzido número de dados disponíveis
fonte Décourt (1996)
Valores do fator β em função do tipo de estaca e do tipo de solo
Tipos de estaca
Tipo de solo Injetada
Escavada Escavada Hélice
Raiz sob altas
em geral (bentonita) contínua
pressões
Argilas 0,8* 0,9* 1* 1,5* 3*
Solos
0,65* 0,75* 1* 1,5* 3*
intermediários
Areias 0,5* 0,6* 1* 1,5* 3*
* valores apenas orientativos dinate do reduzido número de dados disponíveis
fonte Décourt (1996)

Coeficiente característico do solo C

Tipo de solo C (kPa)


Argila 120
Silte argiloso 200
Silte arenoso 250
Areia 400

Recalque em fundações profundas


Recalque de uma fundação basicamente é o deslocamento vertical de sua
base em relação a um ponto fixo. Isto acontece pela variação do volume, ou da
forma, do maciço de solo que se encontra abaixo da fundação. O recalque de
fundações, como também o desaprumo de edifícios, pode ocorrer em qualquer
edificação, mas estas deformações podem ter pequenas dimensões e ser
praticamente imperceptíveis a olho nu.
As causas que contribuem para recalques podem estar relacionado com
rebaixamento do lençol freático, solos colapsáveis quando entram em contato
com a água, escavações próximas às áreas de fundação com paredes
ancoradas podem ocorrer movimentos nas edificações vizinhas, as vibrações
durante a escavação com estacas, por exemplo bate-estacas, e nas
escavações de túneis.
Os recalques mais conhecidos são o recalque diferencial e o absoluto. No
recalque absoluto ou total é considerado quando acontece em um elemento de
fundação apenas. Já o diferencial é propriamente a diferença entre os
recalques de dois elementos de uma fundação, normalmente mais comuns de
ocorrerem, dependendo de sua magnitude, pode gerar fissuras ou trincas na
estrutura.
Os danos causados pelos recalques podem ser estruturais atingindo pilares,
vigas e lajes, danos arquitetônicos que afetam a estética da obra gerando
trincas, rupturas, etc. e dano funcionais causados à utilização da estrutura com
refluxo ou ruptura de esgotos e galerias, emperramento das portas e janelas,
desgaste excessivo de elevadores, ou seja, desaprumo da estrutura.
É possível fazer prevenções para que não ocorram recalques exorbitantes
como a utilização de compactação e adensamento das camadas de solos
menos resistentes, isso leva a diminuir a porosidade, elevação da resistência,
minimização de recalques primários em solos colapsíveis e diminui efeitos
prejudiciais nos recalques secundários nas estruturas em caso de solos
argilosos moles.
Segundo Bowles (2001), os recalques em estacas podem ser calculados em
três etapas, onde na primeira etapa se calcula a força axial média em cada
segmento de comprimento ΔL, área da seção da estaca (A med), e o módulo de
elasticidade (Ep) da estaca, assim:
Pmed ∆ L
∆ H s ,s =
A med E p

Somando-se os diversos valores obtidos para obter a compressão axial total


da estaca:

∆𝐻𝑎 = ∑ ∆𝐻𝑠,𝑠

Na segunda etapa calcula-se o recalque na ponta de acordo com a equação:


1−μ ²
∆ H pt =∆ qD mI s I F F 1
Es

Onde:
mI s = 1 (fator de forma);

I F = Fator de embutimento com os seguintes valores ( I F = 0,55 se L/D ≤ 5; I F =


0,5 se L/D > 5);
D = Diâmetro da estaca ou menor dimensão da estaca
μ = Coeficiente de Poisson (sugere-se usar um valor de 0,35)
Δq = Carga sobre a fundação
E s = Modulo de elasticidade do solo abaixo da ponta da estaca, podendo ser
obtido pelas seguintes relações:
SPT: E s = 500 (N+15) em kPa

CPT: E s = 3 a 6 qc (usar valores de 5,6 se o OCR for maior que 1) em kPa


F 1 = Fator de redução variando entre valores de 0,25 se a resistência lateral
reduz a carga de ponta P p ≤ 0; 0,5 se a carga na ponta P p > 0; 0,75 se houver
apenas carga de ponta.
O fator F 1 é usado pela razão da região da ponta da estaca se mover para
baixa devido à carga na ponta e o recalque na ponta devido à resistência
lateral ao longo do fuste puxar o sistema solo-fundação para baixo. Esse
método usa a carga axial total, que é conhecida, e o fator F 1, que é um valor
estimado. Na terceira etapa soma-se o recalque axial e o recalque da ponta
para se obter o recalque total, como visto na equação:
∆ H p =∆ H a + ∆ H pt

Previsão da curva carga x recalque


Aoki (1979) propõe uma metodologia para a precisão da curva carga-recalque
de um elemento de fundação por estaca, conhecido um ponto dessa curva e
considerando aplicável a expressão de Van der Veen (1953):
𝑃 = 𝑅 (1 − 𝑒−𝛼 𝜌)

em que o parâmetro define a forma da curva.


Assim, calculada a capacidade de carga (R) e feita a estimativa do recalque
(ρ), para uma carga (P), compreendida entre R L e R/2:

R L < P ≤ R /2
podendo determinar o valor de a:

α =−ln
( 1− )
P
R
ρ
resultando conhecida a expressão matemática da curva carga x recalque.

2 – Métodos semi-empíricos de determinação de carga


Segundo Amann (2010) os métodos semi-empíricos podem ser definidos como
os que partem das formulações teóricas já consagradas, mas que permitem
determinar as tensões máximas de atrito e de ponta a partir de correlações
com ensaios de campo. De acordo com a ABNT (2010), são considerados
métodos semi-empíricos aqueles em que as propriedades dos materiais,
estimados com base em correlações, são usadas em teorias adaptadas da
Mecânica dos Solos.
Capacidade de carga de ruptura é a carga limite (ou máxima) a partir da qual a
fundação provoca a ruptura do terreno e se desloca sensivelmente (ruptura
frágil ou generalizada), ou se desloca excessivamente (ruptura plástica ou
localizada), o que pode provocar a ruína da superestrutura. Ressalta-se que na
determinação da capacidade de carga devem-se considerar duas condições
fundamentais de comportamento: ruptura e deformação (Marangon, 2013).

2.1.1 - Método de Cabral (1986)


Segundo Cabral (1986), a capacidade de carga de estacas tipo raiz com um
diâmetro final B ≤ 0,45m e injetada com uma pressão p ≤ 400 kPa pode ser
estimada com:

𝑄𝑢𝑙𝑡=(𝛽0𝛽2𝑁𝑏)𝐴𝑏 + U ∑(𝛽0 𝛽1 N) ∆L
Onde: ΔL é a espessura de solo caracterizado por um dado N SPT, Nb é o NSPT
no nível da ponta, β1 e β2 fatores que dependem do tipo de solo (Quadro 2) e
βo fator que depende do diâmetro da estaca B e da pressão de injeção p
(Quadro 1), podendo ser calculado pela seguinte equação.
𝛽0 = 1 + 0,11𝑝 − 0,01 𝐵

Quadro 1- Fator o
p (kPa)
B (cm)
0 100 200 300
10 90 101 112 123
12 88 99 110 121
15 85 96 107 118
16 84 95 106 117
20 80 91 102 113
25 75 86 097 108
31 69 80 091 102
42 58 69 080 091

Quadro 2- Fatores 1 e 2
Solo β1 ( % ) β2

Areia 7 3
Areia siltosa 8 2,8
Areia argilosa 8 2,3
Silte 5 1,8
Silte arenoso 6 2
Silte argiloso 3,5 1
Argila 5 1
Argila arenosa 5 1,5
Argila siltosa 4 1
Nota: β1N e β2Nb em kPa, βoβ1N
≤ 200 kPa; βoβ2Nb ≤ 5000 kPa
2.1.2 - Método de Lizzi (1982)
A proposta de Lizzi (1982), não leva em consideração a resistência de ponta
das estacas e atribui a resposta ao carregamento aplicado ao atrito lateral. O
autor propõe que a capacidade de carga última das estacas raiz e dada por:

𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝜋𝑑𝐿𝐾𝐼

Onde: d é o diâmetro nominal da estaca, isto é, o diâmetro de perfuração; K é


o coeficiente que representa a interação média entre a estaca e o solo, ou
seja, a aderência solo-estaca, ou as tensões induzidas no solo pela estaca, ou
a coesão do solo etc. (Quadro 3); L é o comprimento da estaca; I é o
coeficiente adimensional de forma, que depende do diâmetro nominal da
estaca (Quadro 4).
Quadro 3- Valores de K em função das características do solo
Características do solo kPa
Mole 50
Solto 100
Medianamente compacto 150
Muito compacto (pedregulho e
200
areia)
Quadro 4- Valores de I em função do diâmetro nominal da estaca
Diâmetro nominal da estaca I
(mm)
100 1,00
150 0,90
200 0,85

250 0,80
310 0,74
410 0,64

2.2 – Recalque em fundações profundas

A performance de uma obra de engenharia civil, ao longo de sua vida útil,


especialmente da sua fundação, é consequência do grau de alteração do
maciço do solo durante a fase de execução desta última (Aoki, 2000).
Conforme a ABNT (2010), um projeto de fundações deve obedecer aos
seguintes requisitos básicos: segurança adequada ao colapso do solo de
fundação e dos elementos estruturais, e deformações aceitáveis sob as
condições de trabalho. Esses requisitos são atendidos através da verificação
dos estados limites de utilização ou de serviço (ELS) e dos estados limites
últimos (ELU).
Nogueira (2004) ressalta que a estimativa de recalque é importante para a
previsão do comportamento das fundações por estacas, pois os recalques,
principalmente os diferenciais, podem prejudicar o bom desempenho da
estrutura. Nogueira (2004) afirma que a carga de trabalho depende dos
recalques que a estrutura pode tolerar. Contudo, Anjos (2006) observa que a
maioria dos projetos de fundações profundas são realizados levando em
consideração apenas a capacidade de suporte das fundações por métodos
empíricos ou semi-empíricos, quer dizer, ainda persiste a total despretensão
quanto ao cálculo de recalques e consideração do mecanismo de transferência
de carga.
Segundo Bowles (2001), os recalques em estacas podem ser calculados em
três etapas, onde na primeira etapa se calcula a força axial média em cada
segmento de comprimento ΔL, área da seção da estaca (A med), e o módulo de
elasticidade (Ep) da estaca, assim:

∆𝐻𝑠,𝑠 = 𝑃 𝐴𝑚𝑒𝑑𝑚𝑒𝑑 𝐸∆𝑝𝐿

Somando-se os diversos valores obtidos para obter a compressão axial total


da estaca:

∆𝐻𝑎 = ∑ ∆𝐻𝑠,𝑠

Na segunda etapa calcula-se o recalque na ponta de acordo com a equação:


1−𝜇2
∆𝐻𝑝𝑡 = ∆𝑞 𝐷 𝐸𝑠 𝑚 𝐼𝑠𝐼𝑓𝐹1

Onde: mIs = 1 (fator de forma); If é o fator de embutimento (If = 0,55 se L/D ≤


5; If = 0,5 se L/D > 5); D é o diâmetro da estaca ou menor dimensão da estaca
; μ é o coeficiente de poisson ( sugere-se usar um valor de 0,35); Δq é a carga
sobre a fundação; Es é o modulo de elasticidade do solo abaixo da ponta da
estaca, podendo ser obtido pelas seguintes relações: SPT - Es = 500 (N+15)
em kPa e CPT - Es = 3 a 6 qc ( usar valores de 5,6 se o OCR for maior que 1)
em kPa; F1 é o fator de redução variando entre valores de 0,25 se a resistência
lateral reduz a carga de ponta Pp ≤ 0 ; 0,5 se a carga na ponta Pp > 0 ; 0,75
se houver apenas carga de ponta. O fator F 1 é usado pela razão da região da
ponta da estaca se mover para baixo devido à carga na ponta e o recalque na
ponta devido à resistência lateral ao longo do fuste puxar o sistema solo-
fundação para baixo. Esse método usa a carga axial total, que é conhecida, e
o fator F1, que é um valor estimado. Na terceira etapa soma-se o recalque
axial e o recalque da ponta para se obter o recalque total, como visto na
equação:

∆𝐻𝑝 = ∆𝐻𝑎 + ∆𝐻𝑝𝑡

2.3 – Previsão da curva carga e recalque


Aoki (1979) propõe uma metodologia para a precisão da curva carga-recalque
de um elemento de fundação por estaca, conhecido um ponto dessa curva e
considerando aplicável a expressão de Van der Veen (1953):
𝑃 = 𝑅 (1 − 𝑒−𝛼 𝜌)

em que o parâmetro define a forma da curva.


Assim, calculada a capacidade de carga (R) e feita a estimativa do recalque
(ρ), para uma carga (P), compreendida entre R L e R/2:

R L < P ≤ R /2
podendo determinar o valor de a:

α =−ln
( 1− )
P
R
ρ
resultando conhecida a expressão matemática da curva carga x recalque.

3 – Estudo de caso

Obs: Colocar o estudo realizado no nosso projeto, irei


deixar o exemplo de como fazer a baixo.

O estudo de caso foi realizado no campo experimental de fundações da


Universidade de Fortaleza (UNIFOR), localizado na cidade de Fortaleza, no
nordeste brasileiro. Na área em estudo, foram implantadas 4 estacas de
reação e 1 estaca raiz como visto na Figura 1. A estaca foi executada com uso
de argamassa com traço de 1: 1,2: 0,5 (cimento, areia, água) e com pressão
de injeção de 300 kPa. A argamassa foi feita no próprio campo com o auxílio
de um misturador. O cimento utilizado foi o CPII-E-32. A estaca raiz analisada
possui 6 m de comprimento e um diâmetro de 0,31m.

Figura 1 – Localização do campo experimental

Foram executados ensaios de caracterização do solo, em laboratório, com o


objetivo de obter os parâmetros dos solos tais como a densidade real do grão,
os limites de Atterberg, a dimensão dos grãos que compõem o solo e
classificá-los. O Quadro 5 apresenta os resultados dos ensaios de
caracterização do solo feitos no campo experimental da UNIFOR. Verifica-se
que a estatigrafia do campo experimental é composta na sua totalidade de um
solo areno siltoso não plástico.

Quadro 5 – Caracterização do campo experimental da UNIFOR


Profundidade Análise Granulométrica LP Densidade
(m) (%) Real
Areia
Silte LL
Areia Areia Fina
Pedregulho Grossa Média e Argila
1m 0 0,57 15,49 67,83 16,11 - NP 2,62
2m 0 0,27 16,71 61,87 21,15 - NP 2,63
3m 0 0,34 13,75 67,00 18,91 - NP 2,59
4m 0 0,46 15,58 63,34 20,62 - NP 2,60

3.1 – Ensaio STP


No estudo de caso, o ensaio à percussão do tipo SPT foi executado conforme
a ABNT (2001), utilizou-se lama betonítica durante a execução da sondagem
para que fosse possível atingir a cota do impenetrável. Na Figura 2, apresenta-
se o resultado do ensaio de sondagem a percussão, bem como o comprimento
da estaca, o diâmetro e a estratigrafia geral do solo. Verifica-se que a
estratigrafia do terreno é composta por dois tipos de solos, uma camada de
areia siltosa com 6 m e uma camada de silte argiloso de 14 m. Os valores de
índice de resistência a penetração (NSPT) apresentaram baixos valores até 9 m
de profundidade. Nota-se ainda a presença do lençol freático na profundidade
de 5 m.

Figura 2 – Resultado do ensaio SPT

4 – Métodos executivo e cuidados na execução


A Geofix Engenharia foi fundada em 1975 e hoje reúne quatro décadas de
participação em importantes projetos de engenharia em todo o Brasil e no
exterior - http://www.geofix.com.br/
O processo executivo demonstrado a seguir terá como base as informações
extraídas pela empresa acima citada, de acordo com a “GeoFix Engenharia”, o
método de execução da estaca raíz, compreende a seguinte sequência:

4.1 Perfuração do solo


A perfuração do furo na vertical ou inclinada é executada mediante a utilização
de equipamentos mecânicos apropriados denominados perfuratrizes
(hidráulicas, mecânicas ou pneumáticas).

Fonte: prof. Ana Paula - http://site.ufvjm.edu.br/icet/files/2016/07/AULA03-


ASPECTOS-RELEVANTES-SOBRE-A-EXECUCAO-DAS-FUNDACOES.pdf

A perfuração é executada por rotação ou roto – percussão com circulação de


um fluído de circulação constituído de água ou lama bentonítica (em casos
especiais) com a introdução no solo de elementos tubulares de aço
rosqueáveis em cuja extremidade existe uma coroa especial com elevado
poder de corte.
Fonte: https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/estaca-raiz

Fonte: https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/estaca-raiz

O fluxo do fluído de circulação carregando os resíduos de perfuração, se


processa pelo lado externo do revestimento conferindo ao furo um diâmetro
maior do que o diâmetro dos tubos de perfuração utilizados na perfuração.

À medida que se prossegue a perfuração, o tubo de perfuração penetra no


terreno e os vários segmentos são ligados entre si por juntas rosqueadas.

A perfuração prossegue até ser atingida a cota prevista no projeto.

4.2 – Colocação da armadura


Terminada a perfuração, se foi utilizado lama bentonítica deverá ser efetuado
uma lavagem com água para ser retirada totalmente a lama bentonítica
empregada; é colocada a armadura metálica no interior do tubo de perfuração.
A armadura pode ser constituída de uma ou mais barras montadas em feixe ou
gaiolas conforme especificado pelo projeto estrutural da estaca.

Fonte: https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/estaca-raiz
Fonte: https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/estaca-raiz
Fonte: prof Ana Paula - http://site.ufvjm.edu.br/icet/files/2016/07/AULA03-
ASPECTOS-RELEVANTES-SOBRE-A-EXECUCAO-DAS-FUNDACOES.pdf

4.3 – Execução da moldagem do fuste

Desce-se no tubo de perfuração um tubo até o fundo, através deste tubo é


injetada a argamassa (cimento e areia) preparada em um misturador de alta
turbulência. A injeção da argamassa é processada de baixo para cima, o que
provoca o deslocamento da água existente no furo para fora.

Esta operação é executada com o furo totalmente revestido com o tubo de


perfuração, portanto, realizado com o máximo de segurança para a
continuidade do fuste da estaca.

Quando o tubo de perfuração estiver totalmente cheio com a argamassa, a sua


extremidade superior é tamponada e aplicada uma pressão com ar
comprimido.

A pressão aplicada na argamassa é função da absorção pelo terreno da


mesma e deve ser, no mínimo de 4,0kgf/cm².

Esta pressão provoca a penetração da argamassa no solo aumentando


substancialmente o atrito lateral e garantindo a continuidade do fuste.

Inicia-se o saque dos tubos de perfuração por intermédio de macacos


hidráulicos, procedendo-se a cada trecho de elementos de tubo sacado, a
complementação do nível de argamassa no interior do tubo e a aplicação de
uma nova pressão. Continuando com este procedimento até o fuste da estaca
ficar totalmente concluído com a retirada de todos os tubos de perfuração.

Segue exemplo das etapas de execução descritas acima.

Obs: imagem da geofix.

 
Fonte: https://sites.google.com/site/lanjconsultoria/?tmpl=%2Fsystem
%2Fapp%2Ftemplates%2Fprint%2F&showPrintDialog=1
Fonte: https://www.totalconstrucao.com.br/estaca-raiz/

https://www.youtube.com/watch?
v=ugTyls8YyQQ&ab_channel=NelsoSchneider – Acessado em 19.10 às
08:34
http://www.geofix.com.br/servico-estaca-raiz.php?fbclid=IwAR2-
TSkmQEQPgZfT9YX5fknZMJsVOgScu1MGSj3quoxtehSrcx9SQc04hRk
https://portalvirtuhab.paginas.ufsc.br/en/estaca-raiz/?
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