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2. DIAGNÓSTICO
Barbieri (2019) afirma que a análise da estabilidade do talude busca determinar as condições
estruturais das bermas e taludes, visando o entendimento de seu comportamento físico e dinâmico
estrutural, sendo que para análise do fator de segurança do talude da área, foi avaliada uma seção
geotécnica representativa do local, onde se averiguou a pior situação ao longo de toda a porção do
terreno em que apresenta topografia ondulada.
A figura abaixo ilustra em detalhe o talude principal da área, onde os trabalhos de introdução de
vegetação herbácea devem ser prioridade.
Para a realização desse laudo foram realizadas algumas etapas de análise e projeto, consistindo
em levantamento bibliográfico sobre estabilidade de taludes, definição da metodologia aplicada e
planejamento da etapa de campo e tratamento de resultados onde se avaliou o cálculo da
estabilidade local.
Para a análise bibliográfica relacionada a estabilidade de taludes, avaliou-se a NBR 11682,
norma Brasileira da ABNT que prescreve as condições mínimas exigíveis para um estudo de
controle de estabilidade de encostas naturais e taludes de cortes e aterro, muito comuns em
obras civis.
A análise topográfica permitiu a verificação da seção transversal do talude, seus valores de cota e
talvegue, onde chegou-se à conclusão de que as encostas tendem a possuir maior elevação nas
porções mais a montante e menos elevação a jusante da área, sendo composta basicamente por areia
grossa (41,45%) e em percentuais baixos de argila + silte (11,26%), conforme análises
granulométricas realizadas pelo Laboratório de Mecânica dos Solos (LMS) da ESUCRI/IPG,
conforme anexo 01. Já a coleta de solo para análise granulométrica foi efetuada em 18/09/2019 sem
chuvas nas últimas 48 horas e no talude da porção sudeste do terreno.
Como recomendado pela NBR 11682, foi realizado o check list de dados de vistoria em alguns
pontos mais críticos da área em recuperação ambiental. A verificação in loco, objetivou a análise
das encostas de acordo com suas características morfológicas, presença de vegetação
remanescente, probabilidade de risco, tipo de material e ocorrência ou no de movimento de massa.
Barbieri (2019) afirma que o método de análise do limite de equilíbrio do material adota o
critério de ruptura estudado por Mohr-Coulomb. Neste estudo, os autores indicam como critério de
determinação, dois parâmetros de resistência do solo: o ângulo de atrito do material e o intercepto
da coesão.
O ângulo de atrito foi obtido por meio da equação sugerida por Teixeira e Godoy (1996)
(Equação 1). O módulo de elasticidade foi obtido através do produto dos coeficientes empíricos K
e a e do N SPT.
Equação 1
O modulo de elasticidade pode ser calculado em função da Equação 2:
Equação 2
Solo α
Areia 3
Silte 5
Argila 7
Fonte: Teixeira e Godoy (1996)
Solo K (M Pa)
Areia com pedregulhos 1,10
Areia 0,90
Areia siltosa 0,70
Areia argilosa 0,55
Silte arenoso 0,45
Silte 0,35
Argila arenosa 0,30
Silte argiloso 0,25
Areia siltosa 0,20
Fonte: Teixeira e Godoy (1996)
Teixeira & Godoy (1996) também apresentam valores típicos para o coeficiente de Poisson do
solo (ѵ), reproduzidos na Tabela 3.
Solo ѵ
Areia pouco compacta 0,2
Areia compacta 0,4
Silte 0,3-0,5
Argila saturada 0,4-0,5
Argila nao saturada 0,1-0,3
Fonte: Teixeira e Godoy (1996)
2.1.1.2 - Resultados
Os parâmetros geotécnicos deste solo, como o peso especifico e a coesão, foram obtidos
por meio dos valores propostos por Joppert Jr. (2007). O ângulo de atrito foi obtido por meio
da equação sugerida por Teixeira (1996) (Equação 1). O módulo de elasticidade foi obtido através do
produto dos coeficientes empíricos K e α e do NSPT. Os valores para esses coeficientes estão na Tabela
1 e Tabela 2, respectivamente. O coeficiente de Poisson foi determinado através da Tabela 3.
O modelo testado, que se refere ao perfil encontrado na área mais crítica do talude da porção
sudeste é demonstrado na Figura 4 abaixo.
Figura 4 - Perfil simulado no programa GEO5 para avaliação da estabilidade do talude local.
Fonte: Barcelos, 2019.
Figura 5 - Resultados da simulação da análise de estabilidade.
Fonte: Barcelos, 2019.
Com base nos riscos analisados e confrontando com o mínimo exigido pela NBR 11682
(2009), é possível afirmar que existe um bom fator de segurança para os taludes da porção
sudeste da área do PRAD, se avaliados em situação normal.
Destaca-se ainda que que na NBR 11682: 2009 está claro que faz referência apenas à
estabilidade de taludes avaliando-se apenas as características geotécnicas do material. Embora
considere o nível freático existente no interior das camadas superficiais do solo, esta apenas
interfere no aumento da tensão de poro-pressão do solo, o que interfere diretamente na tensão
total do maciço do solo.
Ainda, como medida mitigadora para mitigar a possível formação de focos erosivos
inerentes a percolação superficial rápida da água pluvial sobre a superfície de solo,
recomenda-se a introdução de cobertura vegetal de forrageiras gramíneas ou leguminosas
nativas ao longo de toda a extensão do talude em estudo. Esta medida propende a solução mais
rápida da recomposição da cobertura total da área desnuda, fazendo-se com que se diminua a
velocidade de percolação superficial das águas pluviais, perpetrando com que a mesma infiltre
no solo em sua grande maioria, evitando-se assim, o escorregamento do material para as partes
mais baixas da área em recuperação ambiental.
3. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
3. 4 RESPONSABILIDADE TÉCNICA
O laudo de estabilidade de talude foi elaborado pelo Engenheiro de Minas Laerte Barcelos, na
qual declara que as informações prestadas são verdadeiras.