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Mecânica dos Solos e Fundações

PEF 522

Recalques
(elásticos, colapsividade e adensamento )

Teoria do Adensamento

Recalques por adensamento e seu


desenvolvimento no tempo
Recalques Elásticos Is

Forma da Centro Canto Média


➢ Pressão uniformemente distribuída área
➢ Material homogêneo Quadrado 1.12 0.56 0.95
➢ Massa Isotrópica
➢ Relação tensão deformação linear
➢ A área carregada é flexível. Retângulo 1.52 0.76 1.3
L/B=2
Retângulo 2.1 1.05 1.83
L/B=5
Círculo 1 0.64 0.85

r=
qB
E
(
1− 2 Is ) Tipo de Solo E (kPa)
Argila muito mole 2500
Argila mole 2500 a 5000
o r = recalque Argila média 5000 a 10000
o Is = Fator de influência que depende da
forma da área carregada Argila rija 10000 a 20000
o B = para área retangular B é a menor Argila muito rija 20000 a 40000
dimensão e para área circular B é o
diâmetro. Argila dura 40000
Areia fofa 10000 a 50000
Areia compacta 40000 a 100000
Área Carregada Flexível

r r

Argila Areia

Área Carregada Rígida

r r

Argila Areia
Sapata em Argila
Estimativa de recalques

b0 b
Placa Sapata

Mola equivalente
(K0; P0)

b
r = r0
Mola equivalente
(K = K0; l = bl0/b0)
b0
o r0 = recalque na placa de ensaio
o b = diâmetro ou menor dimensão da
fundação.
o b0 = diâmetro da placa de ensaio
Sapata em Areia
Estimativa de recalques
b0 b
Placa Sapata

Molas com K
crescente com a
profundidade

1
r = r0 *1.90 * 2
 0.3 
1 + 
 b 
o r0 = recalque na placa, em metros, com
diâmetro de 0.80m
o b = diâmetro ou menor dimensão da
fundação.
Causas de falhas na fundação
Evaporação

Drenagem imprópria

Vazamento de tubulações

Expansão de raizes

Deformação do solo Aterro mal executado


Trincas na parede
Sintomas falhas na fundação
Separação na
Janela ou porta

Portas e/ou janelas


travam

Aberturas irregulares
apontam para o ponto
da deformação

Inclinação do piso

Trincas no piso
Recalque diferencial e distorção angular
Limites de Bjerrum (1963)
𝐿𝑎𝑏

𝜌𝑎
A
𝜌𝑏
Recalque diferencial:
𝛿𝑎𝑏 = 𝜌𝑎 − 𝜌𝑏 B

Distorção angular:
𝛿𝑎𝑏
𝛽𝑎𝑏 =
𝐿𝑎𝑏
Recalque diferencial e distorção angular
Limites de Bjerrum (1963)
Distorção Angular β=δab/L, δab = ρa -ρb

1/100 1/200 1/300 1/400 1/500 1/600 1/700 1/800 1/900 1/1000

←Limite para o qual deve-se


temer problemas com
máquinas sensiveis à
recalques

←Limite de perigo para estruturas


aporticadas com diagonais

←Limite seguro para edifício para o qual não é


permitido o aprarecimento de fissuras

←Limite onde deve-se esperar a primeira trinca em paredes de alvenaria


←Limite onde são esperados problemas com pontes rolantes

←Limite onde o desaprumo de edifícios altos pode se tornar visível

←Trincas consideraveis em paredes de alvenaria de tijolos


←Limite seguro para paredes flexiveis de alvenaria com H/L<1/4
←Limite onde deve-se temer danos na estrutura de edifícios comuns
Edifício com 5 andares, que apresenta 2o de inclinação

Núncio Malzoni
Camada Compressível
Compressão Uni-Dimesional - Ensaio de Adensamento

➢ Condição Ko - Deformação lateral nula.


➢ Fluxo de água - vertical (uni-dimensional)

s a , ea

Dut = 0
Areia
er = 0
Argila

Areia

Dub = 0
r
H1 vazios
H2 vazios

Ho sólidos Ho sólidos
e Após o recalque

1
e1

e2 2

s’1 s’2 Log s’


Cálculos do ensaio

Hf - Altura final da amostra - (ensaio)


DH H Hwi - Altura inicial de água = wiHsG
wi

Ho Hwf - Altura final de água = wfHsG


Hwf w - teor de umidade

Hs Ws

Mw M
rw =  Vw = w
Vw rw
Ms Ms
rs =  Vs = M M
HwA = w  Hw = w
Vs rs rw Ar w
M w Ms M
Ms Hw =  Hw = w s
Hs A = Ar w M s Ar w
rs Hw = w
Ms G
 H w = wH s G
A rs
Ms
Hs =
Ars Vv HA − H s A H − H s
e= = =
Vs Hs A Hs
Cálculos do recalque

Vv r = H1 − H 2
e= H1 = H o + H v r = H o (1 + e1 − 1 − e2 )
Vs
r = H o (e1 − e2 )
H v = Vv H v = eVs
H1
H1 = H o + e1 H o Ho =
1 + e1

H1 = H o (1 + e1 ) H1
r= ( De )
H 2 = H o (1 + e2 ) 1 + e1
A Reta Virgem e o Índice de Compressão
e
e1 − e2
Cc =
logs 2 − logs 1
' '

Cc
Reta Virgem

Log s’

H1 s2 '
r = Cc log( ' )
1 + e1 s1
Trajetória de Tensões
Deposição e Erosão

erosão
sucessivas posições (sobre-adensado)
da superfície do solo

s v deposição
(normalmente adensado)
s h
Trajetória de tensões

Ko < 1.0
sv
45o (Ko = 1.0)

Ko > 1.0

erosão (p.a.)

s h
Pressão de pré-adensamento –
s ’a
e
Cr

Cc Reta Virgem

Log s’
Determinação da Pressão de Pré-Adensamento

Método de Casagrande

e Ponto de inflexão

Prolongamento da reta virgem

Horizontal pelo ponto de inflexão

Bissetriz

Tangente ao ponto de inflexão

Interceção com a bissetriz

s’a Log s’
Determinação da Pressão de Pré-Adensamento

Método de Pacheco Silva

e Prolongamento da reta virgem

eo Horizontal pelo índice de vazios inicial

s’a Log s’
Solos Normalmente Adensados

A pressão de pré-adensamento é igual à


pressão efetiva existente no solo por
ocasião da amostragem

Solos Normalmente Sobre-Adensados

A pressão de pré-adensamento é muito


superior à pressão efetiva existente no solo
por ocasião da amostragem

s 'a
( Razão de Sobre Adensamento) RSA = '
sv
e s’a

Cr
Índice de Compressão - Cc
Índice de Recompressão - Cr
Índice de Expansão - Ce
Cc
Ce

Log s’

H1  s 'a s 'f 
r= Cr log( ' ) + Cc log( ' )
1 + e1  si sa 
Hipóteses da Teoria do Adensamento
➢ O solo é homogeneo.
➢ O solo é saturado.
➢ As partículas sólidas e a água são praticamente
incompressíveis, em relação a compressibilidade do solo.
➢ O solo pode ser estudado como elementos infinitesimais.
➢ A compressão é unidimensional.
➢ O fluxo é unidimensional.
➢ O fluxo é regido pela lei de Darcy.
➢ As propriedades do solo não variam no processo de
adensamento.
➢ O índice de vazios varia lineramente com o aumento da pressão
efetiva durante o processo de adensamento.
Log (s’, s)

e
tempo

tempo

e
O Processo de Adensamento

20kN 20kN

válvula válvula válvula válvula válvula válvula válvula


fechada fechada aberta aberta aberta aberta aberta

Força suportada
pela água 0 20 20 15 10 5 0
Força suportada
pela mola 0 0 0 5 10 15 20
Porcentagem de
adensamento 0 0 25 50 75 100
Tempo
Du = Ds
t = 0+ e =0
e = f (s )
'

P (kN)

e
Porcentagem de Adensamento
e
ui = Ds
e1
A
e De =e1 - e2
B C

e2 E
D
e1 − e2
s’1 s’2 s’, s
rT = H
1+ e1

e1 − e
Num instante t qualquer o recalque vale: r= H
1+ e1
Porcentagem de Adensamento
r e1 − e
U= =
rT e1 − e2

Variação linear entre e e s’ (hipotese 9)

r e1 − e AB BC s − s ' '
U= = = = = '
1

rT e1 − e2 AD DE s 2 − s '1
A porcentagem de recalque é a relação entre o acréscimo de pressão efetiva
ocorrido até o instante t e o acréscimo total da pressão aplicada.

r e1 − e s − s u1 − u ' '
U= = = ' =
1

rT e1 − e2 s 2 − s 1
'
u1
Coeficiente de compressibildade, av

e1 − e2 e2 − e1 De De
av = ' =− ' =− =
s 2 −s 1 '
s 2 −s 1 '
Ds '
Du
Coeficiente de adensamento, Cv

k (1 + e)
Cv =
av *  w
 u u
2
Cv 2 = Equação diferencial do adensamento
z t Variação do excesso de poro pressão com a profundidade e com o tempo
u = 0 u1 = Ds u
z1

z2 t = t =0
tc
z3
z

z2 z3
z1

tempo
tc
Condições de contorno para solução da equação:

• Existe completa drenagem nas duas extremidades,


logo, para t = 0, a poro pressão nestas extremidades
é nula. (numa extremidade z = 0 e na outra z =
2Hd).
• A poro pressão inicial, constante com a
profundidade, é igual ao acréscimo de pressão
aplicada.

Solução

Cv t 2  Mz  − M 2T
T= 2 U z = 1−   sen e
Hd m =0 M  H 

M= (2m + 1)
2
Recalque na Superfície

Somatória dos recalques dos diversos elementos ao longo da


profundidade. A integração de todos estes recalques, dá origem
ao recalque total.

2 − M 2T
U = 1−  2 e
m =0 M

Para U < 60%

2
U= T

Permeavel Permeavel

Hd

Hd
Hd

Permeavel Impermeavel
Determinação do Coeficiente de Adensamento, Cv
Método de Casagrande

36
U = 0%
t/4 y
35 t
U = 50%
0.197H 2
Altura do C.P (mm)

34 Cv =
U = 100% t50
33
0.197 é o fator tempo
32 para U = 50%
t 50
31

30
0.01 0.1 1 10 100 1000 10000
Tempo (min)
Determinação do Coeficiente de Adensamento, Cv
Método de Taylor

36

35.5

35
Altura do C.P. (mm)

0.848H 2
34.5 t
Cv =
34
t90
1.15 t

33.5 U = 90%
0.848 é o fator tempo
33 para U = 90%

32.5
t90
32

0 5 10 15 20 25 30 35 40
Raiz Quadrada de t
Fluxo Lateral no adensamento
Hipotese da teoria - Fluxo unidimencional

Fatores que contribuem para o fluxo não uni-dimencional

✓ Maior espessura da camada compressível.


✓ Menor largura da área carregada na superfície.
✓ Coeficiente de permeabilidade maior na direção horizontal
Influência de Lentes de Areia

2H’
2H 2H’

2H’

✓ Reduz o tempo de recalque - reduzindo a distancia de petrcolação

✓ A presença de duas lentes de areia reduz Hd para 1/3. Isto faz com
que os recalques ocorramnum tempo 9 vezes menor.
Constância do Cv

Cv = f(k, e, av)

Variam com a redução do índice de vazios

k (1 + e)
Cv =
av *  w

Quando k e av variam o Cv não é muito afetado.


A redução do índice de vazios segue a teoria de Terzaghi e a dissipação das pressões
neutras é retardada devido a não constância do Cv.
Pré-Carregamento

Tempo, anos
1 2 3 4

10
Recalques, cm

20
30 A
40
50
60 B

✓ Reduz os efeitos dos recalques futuros para um determinado carregamento.


✓ Reduz o adensamento secundário.
Drenos Verticais de Areia

PLANTA

▪ Acelera os recalques pela redução do Hd.

SECÇÃO
Adensamento Secundário

e1
e2

t1 t2 Log t

e Dh e1 − e2
C = , sendo e = =
 t2  h 1 + e1

log  
 t1 
Adensamento Secundário

Log (s’, s)
A’

B’
B

e
D

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