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OPERAÇÕES MINEIRAS

Felipe Souza
Introdução
• A etapa do desmonte e o método que a ser utilizado depende do tipo de lavra
executado.

• A lavra pode ser do tipo convencional (cíclica), com o uso de explosivos, seguindo
etapas de perfuração, carregamento e detonação, remoção dos gases, limpeza da
frente, ou contínua, com o uso de equipamentos que desagregam rocha por
escarificação. (Intermitente, Continuo)
Seleção do Método de Desmonte
• Principal critério consiste na maior ou menor dificuldade ou resistência da rocha ao
desmonte
• Para mineração subterrânea: estudo criterioso de mecânica das rochas para
segurança das aberturas
• Medidores de tensão/deformação – informações sobre o comportamento do
maciço rochoso
• Reforçamento é feito principalmente com parafusos de teto, cabos, concreto
projetado e telas
Desmonte Mecânico ou a Frio
• Aplica-se na mineração seletiva de camadas delgadas ou inclinadas produzindo
fragmentos de rocha de pequeno tamanho.
• Normalmente rochas mais brandas, fraturadas ou intemperizadas podem ser
fragmentadas sem explosivos , usando máquinas de escavação
• Normalmente é usado em situações em que há limitações do uso de explosivos devido
aos perigos gerados pelo mesmo
• Logo, aplica-se em situações específicas onde é exigido o nível máximo de controle que
não permitam ruídos, vibrações, ou expansão excessiva, com segurança e prazo (próximo
de cidades)
• Argamassa expansiva (Cal expansivo)
• Fios Diamantados
Equipamentos de Desmonte Mecânico
INTERMITENTE
• Equipamentos cíclicos: são intermitentes, de concha simples (únicas) e realizam a escavação segundo
um ciclo bem definido.
Nesta categoria se encontram: draglines, shovels, pás carregadeiras, scrapers, tratores de lâmina ou
esteira (rippers), etc.
Equipamentos de Desmonte Mecânico
CONTÍNUO
• Equipamentos contínuos: possuem conchas múltiplas que realizam escavação contínua. Nesta categoria se
encontram:
• bucket wheel, bucket chain e os “mineradores contínuos”.
• Escavadeira de rodas (Bucket wheel excavator).
• Mineradores contínuos.
Vantagens do Desmonte Mecânico
• Ruídos, vibrações e ultralançamentos não afetam o meio ambiente;
• Elimina o risco de explosão;
• Favorece a lavra seletiva;
• Elimina os problemas de vibração;
• Não causa danos por microfraturamento;
• Não produz chamas;
• Proporciona baixa perda por finos;
• Não precisa parar o equipamento para remover o material coletado.
Desvantagens do Desmonte Mecânico

• Gera altos custos, dependendo da situação;


• Produz em pequena escala em determinadas situações;
• Necessita de um longo período de trabalho.
Desmonte com Explosivo
• Uso de explosivos em rochas com diferentes graus de dureza. Destaca-se pelo melhor custo
benefício se comparado com o desmonte a frio
• O desmonte de rochas com a utilização de explosivos é uma das operações mais comuns da
lavra a céu aberto
• O seu custo é (relativamente) baixo, o que garante que ela seja empregada com eficiência na
fragmentação de quase todos os tipos de minérios: carvão, cobre, ferro, ouro
• A detonação segue as seguintes etapas:
• Perfuração
• Desmonte: carregamento de explosivos e detonação
• Remoção ou transporte do material desmontado
Escavabilidade
• Rochas Brandas (Solos):
Escavação direta.
• Rochas Medias (Trânsito):
Escavação, ripado, Pré-desmonte.
• Rochas Duras (rochas):
Desmonte com explosivos
Avaliação
- Métodos Diretos:
- Ensaios e provas de campo (difícil realização).
- Métodos Indiretos:
- Velocidade sísmica.
- Métodos gráficos
- Métodos de ponderação.
MÉTODOS INDIRETOS
MÉTODOS INDIRETOS
Baseado em velocidade sísmica.
MÉTODOS DIRETOS
Baseado em Resistencia Mecânica.
MÉTODOS DIRETOS - PONDERADOS
DEFINIÇÕES BÁSICAS
ROCHA INTACTA
Rocha intacta é a porção da massa rochosa, livre de descontinuidades, sobre a qual se verificam
propriedades de resistência mecânica do material rochoso.

MACIÇO ROCHOSO
A concepção de maciço rochoso confunde-se com a própria definição de rocha enunciada por
Mello Moraes: rocha é o material sólido da crosta. Nessa acepção, o maciço rochoso ou massa
rochosa inclui, além do tipo litológico, todas as suas descontinuidades, tais como: sistemas de
diaclases, planos de acamamento, xistosidades e falhas.
DEFINIÇÕES BÁSICAS

ROCHA FRÁGIL
É aquela que apresenta ruptura frágil. Esta é definida a partir do ponto em que a capacidade de resistir
às cargas diminui simultaneamente com aumentos de deformação.

DESCONTINUIDADES
É o termo geral para qualquer descontinuidade mecânica, em um maciço rochoso, que apresenta baixa
ou nenhuma resistência à tração.
EFEITO DE ESCALA NA DESCRIÇÃO DO MACIÇO
ORIENTAÇÃO DA DESCONTINUIDADE NA FACE
DA BANCADA
ORIENTAÇÃO DA DESCONTINUIDADE NA FACE
DA BANCADA
ORIENTAÇÃO DA DESCONTINUIDADE NA FACE
DA BANCADA
ORIENTAÇÃO DA DESCONTINUIDADE NA FACE
DA BANCADA
PRESENÇA DE FAMÍLIA DE FALHAS NATURAIS BLOCOS PRÉ FORMADOS
PROBLEMAS COM A PERFURAÇÃO

Desvios de Furo Perfuração Ideal


FATORES QUE ALTERAM A PERFURABILIDADE
PERFURABILIDADE POR TIPO DE ROCHA
Granito: Elevado desgaste das Calcário e Xisto: São muito
brocas, de baixa a média taxa fáceis de perfurar, apresentam
de perfurabilidade. resistência quase nula ao
cisalhamento do corte.

Basalto e Diorito: Rochas


ígneas de baixo desgaste e
produtividade fácil.
PERFURABILIDADE POR TIPO DE ROCHA
Calários:
São normalmente fáceis de perfurar,
causam pequeno desgaste. Entretanto sua
ocorrência for igual a foto pode haver
engastamento, tornando difícil de perfurar.
Em rochas brandas e quebradiças existe
sempre o risco de desvio do furo e o
travamento da ferramenta.
Rochas Metamórficas:
Considerando que as rochas metamórficas
são formadas em diferentes escalas, sua
perfurabilidade e desgaste variam
bastante.
O Gneiss causa grande desgaste devido ao
quartzo enquanto o anfibólio é menos
abrasivo. Entretanto por ser de
granulometria mais fina o anfibólio será
mais difícil de perfurar.
PERFURABILIDADE POR TIPO DE ROCHA
Muito raro um ambiente geológico sem
mudança litológica.
PERFURABILIDADE POR TIPO DE ROCHA
Muito raro um ambiente geológico sem
mudança litológica.
CAUSAS DO ULTRALANÇAMENTO
CAUSAS DO ULTRALANÇAMENTO
CAUSAS DO ULTRALANÇAMENTO

Descontinuidade muito macia


DINÂMICA DAS ROCHAS NO DESMONTE
DINÂMICA DAS ROCHAS NO DESMONTE
DINÂMICA DAS ROCHAS NO DESMONTE
DETONAÇÃO DE UMA COLUNA CILINDRICA
DETONAÇÃO DE UMA COLUNA CILINDRICA
TENSÃO DINÂMICA NA ROCHA CIRCUNDANTE
TENSÃO DINÂMICA E QUASE ESTÁTICA
TENSÃO DINÂMICA E QUASE ESTÁTICA
TENSÃO DINÂMICA E QUASE ESTÁTICA
ZONA EM TORNO DA EXPLOSÃO
FORMAÇÃO DE FRATURAS RADIAIS
FORMAÇÃO DE FRATURAS RADIAIS
RUPTURA POR REFLEXÃO
Rotura por reflexão de ondas em superfícies
Com rocha circundante
Uma onda de detonação longitudinal, com uma tensão de compressão de 91MPa, percorre uma rocha
granítica (Vp=5.600 m/s , ρ = 2.650 Kg/m3 ), que contata através de um plano perpendicular à direção da propagação
da onda com arenitos (Vp=2.500 m/s , ρ = 2.200 Kg/m3 ) e este último tem contato com uma camada de arenito
metamorfizado (Vp=650 m/s , ρ = 1.900 Kg/m3 ).

Calcular as tensões incidentes, refletida e refratada, do granito para os arenitos e dos arenitos para o arenito
metamorfizado.

ARENITO
GRANITO ARENITO
METAMORFIZADO
Rotura por reflexão de ondas em superfícies
Com rocha circundante
Formulação Teórica:

A onda de compressão emitida após a explosão, ao encontrar uma


face livre da rocha, sofre a reflexões e refrações sobre a superfície de
separação rocha-ar.
Considerando uma incidência normal, as amplitudes das ondas
refletidas para o interior da rocha e transmitida para o ar, (Kolsky,
1963):

σr tensão refletida para o interior da rocha Menor impedância


σt tensão transmitida Maior densidade
σi tensão incidente de compressão
N impedância da superfície rocha-ar
pr, pa densidade da rocha e do ar
cr, ca velocidade da onda de choque na rocha e no ar
Rotura por reflexão de ondas em superfícies
Com rocha circundante
Calcular as tensões incidentes, refletida e refratada, do granito para os arenitos e dos arenitos para o arenito
metamorfizado.
Rotura por reflexão de ondas em superfícies
Com rocha circundante
Calcular as tensões incidentes, refletida e refratada, do granito para os arenitos e dos arenitos para o arenito
metamorfizado.

Para Arenito - Arenito Metamorfizado Para a interface granito - arenitos, para uma tensão
incidente de valor 91MPa (tensão incidente).
Para o interface arenitos – arenito metamorfizado, a tensão
incidente tem um valor de 49,19MPa (pois é o valor da onda
refratada na interface anterior).
Descompressão Gasosa
A energia potencial de natureza química armazenada no explosivo quando se
produz a detonação expresso em fragmentação e lançamento da rocha.
Descompressão Gasosa
• Na fase de expansão gasosa no arranque com explosivos contribuem para:

a) Processo de fragmentação primária de rochas;


b) Processo de fragmentação secundária de rochas;
c) Lançamento dos fragmentos de rocha.

• Perda da pressão gasosa é devido a:

a) Aumento de distância, que se traduz pelo crescente aumento do volume gasosa e o


consequente diminuição da pressão;
b) A pequenas faturações radiais e pela penetração dos gases nas fissuras naturais;
c) Dissipação calorífica.
Descompressão Gasosa

Idealmente, neste estágio o


volume de gás liberado penetra na
rede de fratura sob elevada
pressão levando ao alargamento.
Caso a distância entre face livre e
o furo estiver corretamente
dimensionada a porção do maciço
compreendida entre os dois
sofrerá expansão radial e será
lançada para frente.
Descompressão Gasosa

Vista de Topo
Descompressão Gasosa
Descompressão Gasosa
Critério de Franklin
Critério de Franklin
Critério de Franklin
Exemplo de aplicação Mina do
Touro Louco.
Interação Explosivo - Rocha
Interação Explosivo - Rocha
Interação Explosivo - Rocha

Para desmonte de uma rocha (p = 2600kg/m3, Vp=4700 m/s e Gt = 4 Mpa) é necessário realizar
desmonte com uso de explosivos. Para o equipamento disponível o diâmetro de furos selecionado é de 152mm
e o explosivo escolhido é ANFO com pa= 950 Kg/m3, VOD= 3800 m/s.
Para tais condições calcular:
a. O afastamento ótimo do diagrama de fogo a utilizar;
b. A atenuação da tensão inicial na rocha até a face livre, para um coeficiente de atenuação de 0,3;
c. Espessura e número de fragmentos de rocha destacados na face livre.
Interação Explosivo - Rocha
Interação Explosivo - Rocha

1,38𝑋4
𝑇= = 1,04 𝑋 10−3 𝑚
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