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EEC559-TÚNEIS

ESCOLA POLITÉCNICA-UFRJ
2o PERÍODO – 2017
ROGÉRIO CYRILLO GOMES

AULA 4 – CARACTERIZAÇÃO
GEOTÉCNICA E CLASSIFICAÇÃO
GEOMECÂNICA DE MACIÇOS

1
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇOS

FINALIDADE / FOCO:
• Estudos
• Mapeamento
• Elaboração de projeto, conforme etapa
• Apoio à obra

• Solo x rocha x transições

• Gênese - origem geológica


• Estratigrafia
• Estruturas, tensões in situ
• Hidrogeologia
• Comportamento geomecânico do maciço

2
Geologia-Geotecnia:
Abrir túnel?
Onde?
Como?
Em que material?

3
Geologia-Geotecnia:
Solos:
 coesivos - argilosos, residuais
 não coesivos - arenosos

Rochas:
 sãs
 alteradas
 fraturadas

4
Geologia-Geotecnia:
Solos: coesivo não
coesivo

5
Geologia-Geotecnia:
Rochas: Sã

6
Geologia-Geotecnia:
Rochas:
Fraturada

7
Geologia-Geotecnia:
Rocha: alterada, muito fraturada

8
Geologia-Geotecnia:
Rocha: veios, zonas de falhas

9
Geologia-Geotecnia:
Investigações: tentar melhorar
• sondagens inclinadas / geofísica

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MACIÇOS DE SOLO

DEPÓSITOS SEDIMENTARES:
• Bem conhecidos, por meio de sondagens e
ensaios de laboratório e campo - informações
“acessíveis”

MASSAS DE TÁLUS OU SOLOS RESIDUAIS:


• propriedades da matriz igualmente “acessíveis”;
• considerar efeitos de descontinuidades
• presença de blocos imersos tem que ser bem
avaliada (TBM); geofísica / sondagens “à vante”

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MACIÇOS DE SOLO

CONDICIONANTES:
• Solos puramente arenosos: ausência de
“coesão” – para túneis convencionais e cut-and-
cover, necessidade de tratamentos do solo /
rebaixamento;
• Solos contendo matacões (residuais ou tálus):
dificuldades para qualquer método (TBM, cut-
and-cover) – atrapalham avanço do TBM e
execução das paredes laterais (C&C)
• Profundidade do topo rochoso: seção mista
requer tratamentos ou solução alternativa para
qualquer opção
• Comportamento governado pela “matriz”

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MACIÇOS ROCHOSOS:

• Resistência da “rocha intacta”, naturalmente,


impacta na escavabilidade = facilidade de se
escavar o maciço (tanto para túnel mineiro (“drill
and blast”) quanto para TBM
• Entretanto, o comportamento é governado pelas
descontinuidades
• Rochas alteradas podem ser escavadas,
ajustando-se o passo de avanço e o tratamento
• Descontinuidades representam caminhos da
água no maciço rochoso = poropressão, além da
possibilidade de rupturas bruscas – quedas de
blocos, etc.

• Maior risco: tensões “in situ” – risco de estouros


– “rock bursts”
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PARÂMETROS A DETERMINAR

• Resistência do maciço
• Padrão das descontinuidades: direção, mergulho,
persistência, repetição / espaçamento
• Resistência de descontinuidades
• Deformabilidade (módulos, coef. Poisson)
• Permeabilidade / condutividade hidráulica
• Posição do(s) lençol freático / empoleirado /
artesiano; ocorrência de fluxo
• Mineralogia x abrasividade x expansividade
• Agressividade da água
• Testes para aplicabilidade de espumas e lamas
(“slurry”) (TBM)
• Detalhar emboques: metodologia e tratamentos
diferenciados
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Geofísica:
• Identificar ocorrência de blocos, cavidades,
juntas, falhas, água
• Usar mais de um método, combinado com
sondagens mecânicas (eletrorresistividade,
sondagens elétricas, georradar, etc.)

Mapeamento:
• Bússola + trena;
• Indicar forma e dimensões dos blocos
• Espaçamento / densidade de juntas

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DENSIDADE DE JUNTAS (λ λ):
• = número de juntas por metro
• Espaçamento médio a = 1/ λ

• Método indireto para determinar λ:


• Velocidade de propagação de ondas elásticas
é reduzido pelas fraturas

• Cl = veloc. propagação na rocha intacta (medido


no laboratório)
• Cf = veloc. propagação no campo
• k = Cf/Cl
• λ = (5/k2) - 4

• Velocity Index VI = 100 k2


• VI = 80 a 100 para rocha sã, 0 a 20 para rocha
16
muito alterada
CLASSIFICAÇÃO DOS MACIÇOS ROCHOSOS

Caracterização Geológico-Geotécnica:

• Primeira análise do geólogo


• Forma usual de classificação, presente nos
boletins de sondagens rotativas / mistas
• Dá os parâmetros básicos, usados nos demais
sistemas

PRINCIPAIS PARÂMETROS:

Litologia: descrição “genética” da rocha, minerais


constituintes, estruturas principais, textura,
granulação.
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RECUPERAÇÃO:
• Comprimento recuperado ÷ comprimento da
manobra (em %)

RQD (Rock Quality Designation) (Deere, 1963)


• L(fragmentos > 10cm) ÷ L(manobra) (em %)

• RQD ≈ 115 – 3,3λ


λ
• Há outras correlações, para cochas calcáreas,
por exemplo

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ALTERAÇÃO
• Modificações físico-químicas a que a rocha foi
submetida, e que se refletem na degradação das
suas características mecânicas
• Parâmetro difícil de ser avaliado no campo
• Feita táctil-visualmente, com base na friabilidade
e variações de brilho e cor – subjetiva, difícil
estabelecer limites entre categorias

19
ALTERAÇÃO:
• Critérios de avaliação qualitativos (determinação
visual) se aplicam bem a rochas duras
• Para rochas sedimentares ou brandas, podem ser
necessários métodos quantitativos, como:
− Ensaios geomgecânicos de deformabilidade e
ruptura
− Velocidade de propagação de ondas elásticas
− Porosidade e permeabilidade
− Expansibilidade
− Desgaste em meio úmido

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COERÊNCIA:
• baseada em tenacidade, dureza e friabilidade das
rochas
• Tenacidade: medida de quantidade de energia que
um material pode absorver antes de fraturar
• Dureza: resistência ao risco
• Friável: frágil, quebradiço; que pode ser quebrado
ou reduzido a pó com facilidade

21
RESISTÊNCIA:
• Relativo à resistência à compressão simples
• O ensaio de compressão é usual, porém mais
caro e trabalhoso
• Testes indiretos:
− Ensaio de carga pontual (point load test)
Valor obtido no ensaio é correlacionado com valor obtido
em ensaio de compressão simples

22
− Martelo de Schmidt (esclerômetro)

23
• Atenção: resistência afetada por xistosidade,
foliação, estratificação;
• Realizar ensaios em direções diferentes (paralela
e perpendicular à xistosidade)

• Em geral (ISRM), resistência à compressão


simples é cerca de 20 a 25 vezes o valor da
compressão pontual

24
RESISTÊNCIA: CLASSIFICAÇÃO ISRM:

25
DESCONTINUIDADES:
• Qualquer feição que interrompa a continuidade
física do meio rochoso:
− Fraturas (sem deslocamento relativo)
− Falhas (com deslocamento entre blocos)
− Acamamentos
− Contatos
− Foliações
− Xistosidades

• ORIENTAÇÃO:
• Direção:
− ângulo da “tangente” no plano, α varia de 0 a
180°
− Direção do maior mergulho (perpendicular à
tangente), αf varia de 0 a 360°
• Mergulho: ângulo da linha de maior declividade
26 com a horizontal
Classificação das descontinuidades com relação à
orientação:

Direção αF Mergulho Situação


Paralela ao eixo, mergulho na 45 – 90° ótimo
direção do avanço 20 – 45° bom
Paralelo ao eixo, mergulho 45 – 90° ok
contrário ao avanço 20 – 45° ruim
45 – 90° ótimo
Perpendicular ao eixo
20 – 45° ok
Qualquer αF 0 – 20° ok

27
• Classificação das descontinuidades:
− Persistência: continuidade das fraturas
Observável em longos afloramentos

28
− Rugosidade

(rough)

(lisa - smooth) (lisa - smooth) (lisa - smooth)

(polida - slickensided) (polida - slickensided) (polida - slickensided)

− Abertura

29
− Preenchimento e características do material
− Espessura
− Caracterização do material: granulação,
mineralogia, textura, cor)
− Resistência ao cisalhamento
− Permeabilidade

− Espaçamento

30
GRAU DE FRATURAMENTO:
• Expressa a quantidade de fraturas por metro
linear de maciço
• Diferente do espaçamento, que é a distãncia
perpendicular entre fraturas da mesma família

31
ATÉ AQUI:
• Vários parâmetros descritivos / subjetivos

FALTA:

• Ferramenta / modelo matemático capaz de


descrever o comportamento da rocha fraturada e
alterada – do maciço como um todo

• Solução pragmática: sistemas de classificação


desenvolvidos com objetivo específico (p.ex.,
taludes de escavação ou suporte de túneis)

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SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO:

OBJETIVOS:

• Criar base para descrever o maciço


• Definir regiões mais ou menos homogêneas, com
propriedades constantes
• Prover NÚMEROS úteis ao projeto de túneis
• Formular recomendações para escavação e
suporte
• Permitir a transferência de experiência de uma
obra a outra

33
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

EVITAR:

• Usar esses sistemas como “receita de bolo”,


ignorando métodos analíticos e observacionais
• Usar um único sistema!
• Dados de entrada insuficientes
• Desprezar as limitações e caráter conservador
das afirmações baseadas na classificação da
rocha

• CUIDADO na aplicação: observar com que


finalidade cada sistema foi desenvolvido

34
TERZAGHI (1946):
• Criado para projetar suportes de túneis
• Considerado ultrapassado;
• Entretanto, suas definições e descrições
chamavam atenção para os aspectos mais
importantes

• Classificações do maciço - Rocha:


- Intacta: sem juntas ou fissuras; rompe através
da rocha sã; efeito da detonação pode
provocar lascas (spalling); “explosões” (rock
bursts)
- Estratificada: camadas com pequena ou
nenhuma resistência à separação, podendo
haver juntas transversais agravando a
qualidade do maciço
35
TERZAGHI (1946):
- Medianamente fraturada: contém fissuras e
fraturas, mas os blocos formados estão
rzoavelmente bem embricados, de forma que
cortes verticais não requerem contenção
lateral
- “blocky and seamy” – matriz sã, porém muito
fraturada, paredes precisam de contenção
lateral
- “rocha esmagada” (crushed), não alterada,
porém com fragmentos tão pequenos, se
comporta como uma pilha de areia ou cascalho
- “Squeezing” – avança para dentro da
escavação lentamente; apresenta teor elevado
de minerais micáceos ou argilas com
expansibilidade pequenas
- “Swelling” - Com minerais expansivos
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LAUFFER (1958): STAND-UP TIME
• Tempo de auto-sustentação sem suporte
• Distância de avanço – distância entre a frente de
avanço e último suporte instalado
• Vão (“span”): largura da escavação
• “Unsupported Span”: o maior dos dois

• Aumento da largura do túnel implica em redução


do tempo disponível para instalação do suporte:
• Túnel piloto avança bastante sem suporte
• Túnel largo necessita que se coloque suporte
rapidamente

• Trabalho de Lauffer atualizado posteriormente


por vários autores e forma parte do “approach”
conhecido como NATM
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Lauffer (cont.): Técnicas do NATM

− Avanços menores
− Galeria piloto
− Side drift
− Bancadas

• Cuidado com rochas duras, que tem mecanismos


diferentes de ruptura
− Independe do tempo
− Cunhas expostas caem imediatamente
− Conter antes de expor a cunha inteira

• Tensões in situ: fundamentais no


dimensionamento dos suportes, causam
“spalling” (desplacamentos) e “rock bursts”
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Deere et al., 1967 - RQD:

• RQD = (L > 10cm)/Ltotal

• Amostra de barrilete duplo, d >= 54,7mm


• Observar e descartar fraturas por quebra
mecânica do testemunho durante a manobra
• Influenciado pela direção da sondagem em
relação às fraturas

• Atualmente, o principal uso do RQD é como um


parâmetro de entrada para outros sistemas de
classificação – Q, RMR

39
Deere et al., 1967 - RQD:

40
Deere et al., 1967 - RQD:

• Correlações RQD x número de juntas por metro,


Jv (para estimar RQD quando não houver
sondagem)
• Jv inclui todas as famílias de juntas (volumetric
joint count)
• Jv não deve incluir fratuas induzidas por
detonação

RQD = 115 – 3,3 Jv (Palmström, 1982)

41
ROCK STRUCTURE RATING - RSR:
(Wickham et al., 1972)

• Baseado em casos de túneis pequenos com


suporte por meio de cambotas metálicas
• 1ª referência ao suporte em concreto projetado
• Introduziu o conceito de avaliar cada
componente para chegar a um valor de RSR
RSR = A + B + C
• Parâmetro A representa geologia – tipo, dureza,
estrutura; varia de 1 a 30
• Parâmetro B: geometria – espaçamento e
orientação de juntas em relação ao avanço do
túnel; de 7 a 45
• Parâmetro C: água, condição das fraturas, varia
de 6 a 25
42
• RSR pode variar de 14 a 100
ROCK STRUCTURE RATING - RSR:

• Parâmetro A: geologia geral

43
ROCK STRUCTURE RATING - RSR:

• Parâmetro B: padrão das descontinuidades e


direção de avanço

44
ROCK STRUCTURE RATING - RSR:

• Parâmetro C: estado das juntas e presença de


água

45
ROCK STRUCTURE RATING - RSR:

• Exemplo para um túnel circular com diâmetro de


24’ (7,3m)

46
RSR:

• Calculado o valor de RSR, um gráfico fornece


espessura de concreto projetado e espaçamento
de chumbadores de 1” e de 3 tipos de cambotas

• Método com pouco embasamento, pelo pequeno


número de casos que serviram de base

• Entretanto, exerceu papel importante no


desenvolvimento dos sistemas mais usados

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ROCK MASS RATING - RMR:
CLASSIFICAÇÃO GEOMECÂNICA
• Bieniawski, 1973 (depois, 1976, 1989)

• Baseada em seis parâmetros:


− Resistência a compressão simples
− RQD
− Espaçamento das descontinuidades
− Condição das descontinuidades
− Água subterrânea
− Orientação das descontinuidades

• Hipóteses (1989): seleção de suportes para


túneis em rocha com largura de 10m (ferradura),
escavados com D&B, tensões verticais < 25MPa,
cobertura < 900m
48
RMR:

49
RMR:

50
RMR:

51
RMR:
• varia de 8 a 100

52
RMR – Bieniawski, 1989:
• Para túneis com 10m de largura:

53
RMR – Exemplo:

• Granito ligeiramente alterado


• Principal família de juntas mergulha a 60°contra a direção
do avanço
• Resistência no “Point load test” – 8 Mpa
• RQD = 70%
• Estado das juntas: ligeiramente alteradas, ligeiramente
rugosas, abertura < 1mm, espaçamento de 300mm
• Presença de água: condição úmida

54
RMR:

55
RMR:

56
RMR:

57
RMR – Exemplo:

• Granito ligeiramente alterado


• Principal família de juntas mergulha a 60°contra a direção
do avanço
• Resistência no “Point load test” – 8 Mpa
• RQD = 70%
• Estado das juntas: ligeiramente alteradas, ligeiramente
rugosas, abertura < 1mm, espaçamento de 300mm
• Presença de água: umidade média

58
RMR:
• varia de 8 a 100

59
RMR – Bieniawski, 1989:
• Para túneis com 10m de largura:

60
RMR - Exemplo:

• Estando no limite entre maciço razoável e bom,


adotam-se a princípio as recomendações para o
pior caso. Conforme observado durante o
andamento da obra, pode-se gradualmente
otimizar o tratamento.

• Se for uma escavação temporária, pode-se ousar


um pouco mais.

• Se for um túnel de mina que será submetido a


grandes variações de tensão, pode ser
necessário suporte mais robusto

• Ou seja, a “receita de bolo” necessita de grande


dose de experiência e julgamento!
61
RMR - Observações:

• É necessário, antes, identificar zonas –


compartimentar o maciço, nunca fazer uma
“média geral”

• Caso o valor obtido se situe no limite entre duas


categorias, utilizar a pior; se a obra andar bem,
adapta-se

• Sistema RMR adaptado para mineração; como foi


elaborado por engenheiros civis, os mineradores
achavam conservativo

62
RMR:

• Adaptações posteriores: MRMR (Modified RMR),


adaptou para levar em consideração tensões in
situ, variação de tensões, efeito de detonações,
alteração e intemperismo

• MBR – Modified Basic RMR – Cummings et al


(1982)

• O RMR original, atualizado por Bieniawski,


continua sendo usado

• A última tabela (“receita”) não foi revisada desde


1973 e não contempla, por exemplo, concreto
projetado com fibras
63
SISTEMA Q

Rock tunneling Quality index, Q – Barton, 1974

• Em escala logarítmica, varia de 0,001 a 1000

• Jn = número de famílias de fraturas


• RQD/Jn representa a estrutura do maciço
rochoso e dá uma idéia genérica da dimensão
dos blocos
• Jr = rugosidade, Ja = alteração
• Jr/Ja representa o estado das descontinuidades:
quanto maior a rugosidade e menor o estado de
alteração, maior a resistência ao cisalhamento da
64 junta
Sistema Q:

• Jw representa a medida de pressão da água

• SRF é um fator de redução devido ao estado de


tensões no maciço rochoso

• Aparentemente, o sistema Q considera os


coeficientes Jr, Ja e Jw mais importantes que a
orientação das fraturas em relação ao avanço da
escvação; entretanto, este fator está implícito na
escolha das juntas e dos valores dos três
coeficientes acima

• A seguir, como são definidos os valores dos


coeficientes
65
Sistema Q

66
Sistema Q

67
Sistema Q

68
Sistema Q

69
Sistema Q

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Sistema Q

71
Sistema Q
• Diâmetro equivalente, D = vão (D ou H, em m)/ESR

72
Sistema Q
• Com os valores de Q e De, ver categorias de suporte no
gráfico

73
Sistema Q – Exemplo

• Caverna com largura de 15m


• Britador de uma mina subterrânea
• Profundidade de 2.100m
• Duas famílias de juntas
• Juntas onduladas, rugosas e sãs, com leve descoloração
• RQD 85 a 95%
• Resistência à compressão simples de 170 MPa
• Direções principais vertical e horizontal
• K0 = 1,5
• Rocha com umidade, sem fluxo de água

74
Sistema Q

85% a 95% - usar 90%

75
Sistema Q

76
Sistema Q

77
Sistema Q

78
Sistema Q

79
Sistema Q

SRF:

Profundidade = 2.100m
Tensão vertical = 2100 x 27kN/m = ~57MPa
Tensão horizontal = principal maior σ1
σ1 = 57 x 1,5 = 85 MPa
Resistência à compressão = 170 MPa
σc / σ1 = 2,0

A tabela sugere que para rochas competentes com


problemas de tensões in situ, este valor deve
produzir explosões (rock bursts)
SRF entre 10 e 20, adotado 15

80
Sistema Q

81
Sistema Q
• Diâmetro equivalente, D = vão (D ou H, em m)/ESR

82
Sistema Q – gráfico atualizado
• Grimstad e Barton, 1993

83
Sistema Q

Q = (90/4) . (3/1) . (1/15) = 4,5

Classe 4 – chumbadores a cada 2,30 x 2,30m e 40 a


50mm de concreto sem reforço
Rock bursts: usar detonações fortes para
“destensionar” a rocha  danos ao maciço ao
redor das paredes
Reduzir o RQD para levar em conta novas fraturas
induzidas pelas detonações
Se usarmos RQD = 50%,  Q = 2,9
Classe 5, chumbadores a cada 2 x 2m e 50mm de
concreto projetado com fibras
84
Sistema Q

• Estimativa do módulo de deformabilidade:


(Barton, 1992) em Gpa

• Estimativa do comprimento dos chumbadores:


L = (2 + 0,15B)/ESR (B = largura do túnel)

• Máximo vão livre: span = 2.ESR. Q0,4

• Pressão permanente no suporte do teto


(Grimstad e Barton, 1993)
1

3
2 Jn . Q
Pr oof =
3 . Jr
85
RMR: estimativa do módulo de deformabilidade

86
Sistema Q x RMR

87
Sistema Q x RMR:

• Separar sondagens / informações de cada trecho


da compartimentação
• Avaliar parâmetros separadamente, e fazer
histogramas dos valores
• Avaliar Q e RMR para valores mais prováveis de
cada parâmetro e para limites, propondo valor
mais provável da classificação e seus limites de
variação
• Detonação prejudica qualidade da rocha: avaliar
efeitos nos mapeamentos de frente e incorporar
aos cálculos

88
Exemplo de histograma (Hoek):

OBS: dados de uma mesma zona


homogênea!

89
Sistema Q x RMR, pelos autores (2008):

• Ambos desenvolvidos para auxiliar os projetos


de túneis
• Jamais esquecer as investigações geológico-
geotécnicas mais completas
• Classificação realizada em conjunto com
sondagens rotativas, mapeamento de superfície e
sísmica de refração
• Origem: estimativa de suporte para túneis
• Depois, estendidos para avaliar parâmetros de
projeto e auxiliar interpretação do monitoramento
• Alternativa menos onerosa para avaliar
parâmetros para análises numéricas que ensaios
de campo - caros e afetados por zonas
perturbadas pela própria escavação
90
Sistema Q x RMR, pelos autores (2008):

• É praxe o registro da classificação durante a obra


– mapeamento a cada avanço, para apoiar a
revisão do projeto durante a obra

• Variações para TBM: QTBM e RME, em


desenvolvimento; muitos parâmetros adicionais
(incluindo anisotropia da rocha, relação entre
tensões e pressões de frente, taxa de avanço,
etc.)

91
Sistema Q x RMR, pelos autores (2008):
Os “10 mandamentos”

• Quantificar da melhor forma possível os


parâmetros; medir a partir de furos de sondagem,
afloramentos, escavações, testes e outros
• Seguir os procedimentos recomendados pelos
autores
• Usar ambos os sistemas e checar pelas
correlações entre eles
• Estimar os suportes necessários (gráfico)
• Estimar tempo de auto-sustentação e módulo de
deformabilidade para análises preliminares
(figuras a seguir)

92
Sistema Q x RMR, pelos autores (2008):

93
Sistema Q x RMR, pelos autores (2008):

• Realizar análises numéricas e avaliar se dados


são suficientes
• Caso não haja informação suficiente para definir
o projeto, requerer e realizar investigaçõs e
ensaios complementares
• Considerar o método executivo; no caso de
estudo de alternativas considerando TBM,
estimar taxas de penetração e avanço por meio
de QTBM e RME
• Incluir toda a informação da classificação de
maciços no Geotechnical Baseline Report, que
deve considerar procedimentos e premissas de
projeto e especificações
• Mapear e avaliar RMR e Q durante a construção
94
Sistema Q x RMR, pelos autores (2008):

Alerta final:
• Ferramenta empírica muito utilizada, e com
sucesso.
• Há críticos, mas a utilização é mundial
• Deve-se levar em conta o espírito em que foram
desenvolvidos, e a necessidade de contínuo
avanço e aprimoramento

95
Sistema Q x RMR, pelos autores (2008):

96
FONTES

• Hoek et al., 1995 Support of Underground


Excavations in Hard Rock
• Geologia de Engenharia (pt)
• Tunneling and Tunnel Mechanics, Kolymbas (2007)
• Fundamentos de Mecânica dos Solos e das Rochas -
Aplicações na Estabilidade de Taludes - Alberto Pio
Fiori; Luigi Carmignani
• Ingeniería geológica / Luis I. González de Vallejo...
[et al.]. - Madrid [etc.] : Prentice Hall, 2002
• Practical Rock Engineering / Evert Hoek, 2000
Edition, http://www.rocscience.com
• Bieniawsli, ZT, e Barton, N. – RMR and Q – setting
records. Tunnels and Tunneling International,
Feb2008
97

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