Você está na página 1de 43

EEC559 - TÚNEIS

ESCOLA POLITÉCNICA - UFRJ


2º PERÍODO - 2017
ROGÉRIO CYRILLO GOMES

AULA 2 – MÉTODOS DE ESCAVAÇÃO


DE TÚNEIS
MÉTODO CONVENCIONAL: O NATM

1
MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO DE TÚNEIS:
• “CUT AND COVER” – VALA ABERTA
• PIPE JACKING
• TÚNEIS IMERSOS
• ESCAVAÇÃO INCREMENTAL (convencional)
• ESCAVAÇÃO MECANIZADA - TBM

2
“CUT AND COVER”

renegado pelos tuneleiros...

3
“CUT AND COVER”

4
“CUT AND COVER”

5
“CUT AND COVER INVERTIDO”

• Executa as paredes (diafragma)


• Executa laje superior
• Escava por baixo da laje superior até o
nível da laje seguinte
• Concreta laje seguinte

• Pode devolver a superfície em menor


prazo
• Minimiza ou elimina o uso de
escoramento provisório

6
“CUT AND COVER INVERTIDO”

7
“CUT AND COVER INVERTIDO”
• Retirada do material

8
PIPE JACKING

• Pequenos diâmetros (1,5 ~ 2,5m)


• Ideal para obras de saneamento, por
exemplo – despoluição Tietê (SP),
emissários Alegria / Ipanema (RJ)

• Poços de serviço – entrada e saída


• Equipamento de cravação empurra
escavador (shield) e tubos de concreto
de alta resistência como revestimento
definitivo

• Rápido, seguro, pequenos diâmetros


sem necessidade de operação humana
9 no seu interior
PIPE JACKING

10
TÚNEIS IMERSOS:

• Elementos pré-fabricados (concreto / aço)


• Rebocados em flutuantes até o local de
instalação
• Submergidos e conectados ao elemento anterior
• Local previamente dragado
• Em geral, “emboques” são feitos em “cut-and
cover”
• Alternativa prática para atravessar cursos d’água
sem atrapalhar navegação ou tráfego aéreo
(p.ex., pontes de grande altura perto de
aeroportos)
11
TÚNEIS IMERSOS:

• Construção segura
• Sem problemas quanto a solos moles
• Mais curtos que pontes ou túneis escavados
• Mais rasos que túneis escavados com TBM –
menores pressões hidrostáticas atuantes,
menores problemas com estanqueidade
• Em geral, cobertura para resistir a flutuação
• Dragagem x problemas ambientais

12
TÚNEIS IMERSOS:

• Fabricação

• Imersão / inundação

• Transporte – posicionamento

• Submersão

• Conectar com anterior

• Esgotar / finalizar

13
ESCAVAÇÃO INCREMENTAL
(Método Convencional)

• Admite escavar em (quase) qualquer material


ou seção transversal
• Admite variações da seção transversal ao
longo do traçado
• Método mais econômico para curtas distâncias,
dependendo das condições geológico-
geotécnicas
• Pode requerer tratamentos dispendiosos para
reduzir risco geotécnico
• Avanço mais lento

14
ESCAVAÇÃO INCREMENTAL

MÉTODOS “CLÁSSICOS” x N.A.T.M.

Método clássico: Basicamente, seqüências


executivas levando em conta escavações parciais
da seção do túnel em função das condições
geológico-geotécnicas.

Com o surgimento do Novo Método Austríaco –


N.A.T.M. (Rabcewicz, 1957), caíram em desuso

Hoje, é comum chamar de NATM a qualquer túnel


escavado de forma incremental – escavação por
avanços seguidos de instalação de sistema de
suporte. Nâo é exato!
15
MÉTODOS CLÁSSICOS

N.A.T.M.: “FILOSOFIA” de escavação de túneis


Não fixa uma seqüência ou tipo de suporte
Os princípios do NATM são considerados os
princípios básicos para escavação de túneis, na
atualidade.
16
PARCIALIZAÇÃO DA SEÇÃO E TRATAMENTOS:

DIVERSAS ALTERNATIVAS.

17
TIPOS DE SUPORTE / REFORÇOS:

• CONCRETO PROJETADO!
• Tirantes / chumbadores
• Telas metálicas
• Cambotas metálicas
• Placas pré-moldadas de concreto / aço

• Enfilagens
• Injeções de cimento: JG / CCPH
• Drenos suborizontais
• Rebaixamento do lençol
18
NATM

19
NATM

20
ESCAVAÇÃO MECANIZADA:

TBM: Tunnel Boring Machine,

Tuneladora.

O que é “SHIELD”?

Escudo, couraça protetora


21
CUIDADO...

ESCUDO NÃO É GARANTIA DE SEGURANÇA!

22
PRIMEIRAS TENTATIVAS: SHIELD em 18..

23
TUNELADORA – TBM

As tuneladoras modernas são capazes de:


• Escavar praticamente qualquer tipo de terreno;
• Na medida em que avançam, instalam o
revestimento definitivo do túnel – anéis
segmentados, em geral
• Avanço rápido
• Econômicas para grandes distâncias
• Onerosa para pequenos comprimentos de túneis
• Limitação de raio de curvatura

24
RODA DE CORTE

25
OUTROS TIPOS

26
Comparativo de custos (TBM x “NATM”):

27
RESUMINDO:

Em termos gerais,

• “cut and cover” é usado para estações e acessos

• Túnel mecanizado para maiores distâncias com


seção circular; mais seguro em alguns casos

• Túnel convencional (túnel mineiro, ou


incremental) para seções diversas, ou menores
distãncias, ou falta de condições de implantação
da infraestrutura para TBM

28
TÚNEIS CONVENCIONAIS: O NATM

• RABCEWICZ, 1957 a 1965

• O NATM não fixa nenhuma diretriz para a


escavação: seqüência de abertura, instalação de
suporte
• Os princípios básicos do NATM são considerados
os princípios modernos de escavação de túneis

• 3 pontos fundamentais:

1. O maciço é visto com elemento estrutural


2. A complementação da estrutura de sustentação
deve ser feita por sistema de suporte otimizado
3. Instrumentar o túnel!
29
PRINCÍPIOS DO NATM

Levam em consideração:

• Ao ser escavado, o maciço sofre deformações


• Estas deformações provocam redistribuições no
maciço, estabelecendo arqueamento no seu
entorno
• O arqueamento provê uma sustentação,
reduzindo a força necessária nos elementos de
suporte
• Deformações devem ser controladas, evitando
deformações excessivas, que comprometem a
qualidade do maciço

30
ANALOGIA COM UMA VIGA APOIADA NO CENTRO

Fa > Fb: para não deformar, apoio recebe 100% da carga


Ao deformar, parte da carga é resistida pela viga, em (b)
Quando a viga se rompe, aumenta a carga no apoio, já que
não conta mais com a resistência da viga
31
NATM

• Qualidade do maciço deve ser preservada

• Em certos casos, pode-se optar por intervenções


para melhorar a qualidade do maciço

• Reduz estrutura de suporte e aumenta a


segurança durante e após a abertura do túnel

• Definição da geometria deve levar em conta as


características do maciço

• Desenvolveu-se juntamente com o crescimento e


melhorias técnicas da aplicação de CONCRETO
PROJETADO
32
NATM:

• Seção do túnel deve evitar pontos de


concentração de tensões -> abóbadas circulares,
ovaladas, seções tipo ferradura
• Em função das condições do maciço estudadas
previamente, prever:
• Tipo de suporte
• Reforços necessários
• Passo de avanço
• Tempo de auto-sustentação do maciço
• Parcialização da seção de escavação
• Observar, monitorar e adaptar durante execução
33
NATM

• Usado indiscriminadamente como denominação


para túneis escavados com frente aberta e
suportados (tão rapido quanto possível) com
concreto projetado, chumbadores, tirantes e
cambotas
• “NATM x TBM”; não é definição adequada!

Lauffer:
• “NATM é um método no qual os procedimentos
de escavação e suporte de túneis, bem como
medidas de melhoria do terreno (o qual deve
deformar o mínimo possível) dependem da
observação das deformações e são
continuamente ajustados às condições
encontradas”
34
MÉTODO OBSERVACIONAL

PRESUME:
• Determinação de limites aceitáveis do
comportamento da obra (deformações)
• Verificação de que estes limites não serão
superados
• Estabelecer programa de monitoramento que
avise caso estes limites não sejam mantidos
• Prever medidas caso os limites sejam excedidos

• Itens 1 e 2: não há diretrizes claras sobre que


limites são aceitáveis; previsão de deformações
ainda sujeita a muita incerteza

35
CUIDADOS A TOMAR

• Parcializar seção de escavação: quanto menor a


escavação, menores os recalques na superfície
• Reduzir passo de avanço: idem acima
• Medidas de estabilização e melhoria do terreno:
• Enfilagens, injeções, “invert” temporário,
chumbadores, etc.

36
ESCAVAÇÃO PARCIALIZADA

Calota (coroa)

Invert ou rebaixo

Side drift

• Cada trecho escavado e suportado


consecutivamente
37
AVANÇO COM CALOTA E REBAIXO:

• 1- ESCAVAÇÃO DA CALOTA

• 2- ESCAVAÇÃO DO REBAIXO

38
Suporte da calota:

• Funciona como arco, descarregando nas sapatas


laterais;
• O “arco invertido” garante a estabilidade das
sapatas (“elephant foot”) contra tendência de
“fechar”

39
Espera embaixo do invert temporário para conectar
ao revestimento definitivo:

Pode-se inserir um tirante no “pé


de elefante” para garantir
estabilidade ao se romper o
invert temporário no momento
de escavar o rebaixo

40
CUIDADO COM OS SUPORTES TEMPORÁRIOS:

• Colapso em túnel na Alemanha provocado por


abertura no “invert” temporário

41
• Heathrow Tunnel (Celestino)

42
Referências:

• Kolymbas, Tunnel and Tunneling Mechanics


• Seminar on Conventional Tunneling, SP, 2013
• Mecânica das Rochas: Obras Subterrâneas, A.
Assis
• Seminar on Immersed Tunnels, SP, 2014

43

Você também pode gostar