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DEMIN/EM/UFOP

Lavra Subterrânea

Prof. José Margarida da Silva


Antônio Carvalho Filho
Março de 2010

Métodos menos mecanizados

Lavra por Recalque


Shrinkage Stoping
Sumário

Aplicabilidade
Definição
Desenvolvimento
Lavra
Exemplos de Uso
Vantagens e Desvantagens
LAVRA SUBTERRÂNEA
Métodos para forte mergulho – lavra por recalque

Minério
Passagem
deixado
de pessoal
no realce
e ar

Travessas de carregamento

Galeria de transporte
3
Lavra por recalque
Definição e Generalidades
Definição

• lavra ascendente, por tiras horizontais, em que o


minério desmontado é mantido temporariamente
no interior do realce, servindo de suporte para as
encaixantes e de plataforma de trabalho para a
perfuração manual.

• Retirada do material fragmentado regulada em função


do avanço do desmonte, de modo que fique um espaço
livre de 1,8m a 2,2m de altura, necessário ao trabalho
de perfuração manual do corpo de minério.
LAVRA SUBTERRÂNEA
Visualização

planta

longitudinal

transversal

ESCOLA DOS SISTEMAS MINERO-METALÚRGICOS – CURSO DE FORMAÇÃO GLOBAL - NUPEC/ FUNDAÇÃO GORCEIX 6
Lavra por recalque
• Para garantir a horizontalidade do minério
desmontado, os chutes de descarga
devem ser convenientemente espaçados.
Os corpos de minério têm:
• largura de 3 a 30m,
• subníveis de 30 a 75m,
• travessas de 3 a 10m de extensão,
• espaçamento dos chutes de 5 a 15m.
Aplicabilidade
• Forte mergulho (maior que ângulo de repouso
do material fragmentado);
• Encaixante e minério resistentes (RMR maior
que 60);
• Regularidade de limites e de mergulho;
• Minério não afetado pela permanência no
alargamento;
• Dimensões: 1 a 30m de largura, extensão
grande ou razoável ;
• teor uniforme e alto;
• Forma da jazida: tabular ou lentes de grande
extensão;
• Profundidade de rasa (100m) a média (750m).
Aplicabilidade
• Condicionante específico: devido a seu
armazenamento temporário, o minério não
deverá aglomerar-se, oxidar-se (minérios
sulfetados), recimentar ou ser sujeito à
combustão espontânea.
Skrinkage : Desenvolvimento
necessário
• em cada nível horizontal, no mínimo uma
travessa de transporte conectando o poço
a uma galeria de transporte (no contato
com a lapa, na lapa ou no minério);
• travessas de acesso ao corpo;
• arranjo para receber material fragmentado
(chutes ou outro).
Skrinkage : Desenvolvimento
necessário
• Níveis de transporte distribuídos
verticalmente a intervalos de 30 m até
200m.
• Em casos de grande extensão (strike
length are great) : subníveis intermediários
e ore passes para o nível principal de
transporte;
• Raramente a altura dos painéis excede
75 a 100m.
Skrinkage : Desenvolvimento necessário

• O minério é retirado do “Stope” painel por:


chutes; níveis de rastelamento; pontos de carga;
espassados de 5 a 15 metros. Espaçamentos
menores requerem mais desenvolvimento, mas
reduz a quantidadede material preso no final do
painel e permite uma superfície (piso) uniforme
para trabalho. Espaçamentos maiores podem
ser aceitos se o pilar ou parte desse for
recuperado ou se for usado LHD com controle
remoto.
Skrinkage : Desenvolvimento
necessário
Skrinkage : Desenvolvimento
necessário
Skrinkage : Desenvolvimento
necessário
Skrinkage : Desenvolvimento
necessário
Skrinkage : Desenvolvimento
necessário
Skrinkage : Desenvolvimento
necessário
Skrinkage : Desenvolvimento
necessário
Lavra por Recalque

Ciclo:
1-Perfuração (manual, porque trabalha sobre
piso irregular, podendo ser frontal ou vertical);
2-Detonação (ANFO e outros );
3-Ventilação;
4-Carregamento-Retirada do minério
EMPOLAMENTO/transporte;
5-Segurança,(saneamento);
6-Atirantamento ( se necessário);
Lavra por Recalque

• Perfuração manual: frontal ou ascendente;


• Carregamento:
– LHD a partir dos pontos de carga, quando são
usados caminhões em sistemas sem chutes ou
a partir de chutes ou carregadeiras tipo
overshoot loader (descarga traseira), quando se
utilizam trens.
• Transporte
– caminhões rebaixados e articulados, com
capacidade de 15 t a 25 t.
– trens, vagões do tipo gramby com 4 t a 8 t de
capacidade, em trens com 8 a 12 vagões por
composição.
Skrinkage : Lavra
Skrinkage : Lavra
Skrinkage : Lavra
Recalque ou câmaras
com armazenamento
Exemplos de uso:
– Anglogold, em Morro Velho, Nova Lima/MG - em
fechamento - Au;
– Mina São Bento, Eldorado, Santa Bárbara/MG – em
fechamento - Au;
– Caraíba (BA) – combinado com arranque em
subníveis;
– Panelas (PR) – Pb;
– Camaquã (RS) – cobre;
– Mina Morro da Fumaça – fluorita;
– Brejuí (RN) – tungstênio - em processo de
fechamento;
– EUA, Alaska, México, Bolívia, Irlanda, Peru.
Lavra por Recalque
Lavra por Recalque
Operação com rastelo
Produtividade e custo operacional

PRODUTIVIDADE E CUSTOS UNITÁRIOS (HARTMAN, 1987 OU 2002)

MÉTODO DE LAVRA PRODUTIVIDADE CUSTO


(t/homem x turno) UNITÁRIO
(US$/t)
PEDREIRA (CÉU ABERTO) 28 - 165
CÂMARAS E PILARES 27-73 11-33
LAVRA FRONTAL (AL. ABERTOS) 27-45 9-33
LAVRA POR RECALQUE 4-9 17-44
LAVRA POR SUBNÍVEIS 14-27 13-39
LAVRA CORTE E ENCHIMENTO 9-18 17-55
ALARGAMENTOS ESTEIADOS 22-72
LAVRA ESTRUTURAS RETANGULARES 1-3 33-138
LAVRA FRENTE LONGA (LONGWALL) 68-163 6-28
ABATIMENTO EM SUBNÍVEIS 18-36 13-44
ABATIMENTO EM BLOCOS 14-36 6-22
Lavra por Recalque
Vantagens e Desvantagens
• boa recuperação (75 a 80%),
• baixa diluição (menos de 10%),
• pequena necessidade de suporte,
• desenvolvimento moderado,
• perigosas condições de trabalho (piso
desigual),
• mais de 60% do minério só é retirado no final
(permanecendo meses no alargamento).
• Pode ser aplicado a pequenas minas.
Comentário
Atualmente este método tem pequena importância e
vem sendo substituído por outros métodos. Sob as
mesmas condições, a lavra com alargamentos por
subníveis, o abatimento em subníveis e a lavra por
corte e enchimento podem ser praticados com
considerável vantagem econômica.
Lavra por Recalque
Lavra por Recalque
Lavra por Recalque
Variantes do método
- Quando a resistência do minério não é suficiente, tendendo a se abater,
nas subidas executadas, monta-se equipamento para fazer furos
longos horizontais em toda a extensão do bloco e detona-se uma tira
de minério. As subidas são escavadas de 5 em 5m. Aumenta-se o custo,
mas também a segurança de perfuração (Shevyakov, sd, fig 341).
- Lavra em tiras horizontais: são construídos pisos temporários,
por exemplo, com madeira roliça, com aberturas (“janelas”) espaçadas;
o minério é perfurado parcialmente, a partir do piso temporário e
parcialmente da superfície de minério já desmontado (Shevyakov, sd,
fig 343).
- Arranjo transversal
•VCR (vide figura 3)
Referências Bibliográficas
• Hall, B. E. Mining of narrow steeply dipping veins. 1987, 31pp;
disponível em www.amcconsultants.com.au, acessada em 2008.
• Cummins e Given. SME Mining Engineering Handbook, pp. 12-135
a 12-139. 1973. (1992)
• Hartman, H. L. Introductory Mining Engineering, Jon Wiley, pp. 360-
365. 1987. (2002)
• Hustrulid, W. A. Underground Mining Methods Handbook, pp. 485-
508. 1982.
• Gerstch e Bullock, 1998. Techniques in Underground Mining.
• Hustrulid e Bullock, 2001. Underground Mining Methods.
• Maia, J. Notas de Aula Mineração IV. UFOP, pp. 47-50. 1979.
• Shevyakov. Mining of mineral deposits, pp. 494-502. 1970.
• Silva, J. M. Estudo do fluxo de material fragmentado em mineração
subterrânea, com o uso de modelos físicos. Tese apresentada à
UFMG, cap. 3.4. 2005.

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