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Universidade Presidente Antônio Carlos

Faculdade de Tecnologia e Ciências de Conselheiro Lafaiete


Curso: Engenharia de Minas

AULA 5 - PLANO DE FOGO

Profa. Flávia Emery.

Março/2014
O QUE É UM PLANO DE FOGO

É a especificação detalhada de todos os fatores que


concorrem para o resultado final que se deseja de
forma a propiciar uma análise e posterior
otimização do mesmo.
INTRODUÇÃO
• A partir da década de 50 foram desenvolvidas um grande
número de fórmulas e métodos de determinação das variáveis
geométricas de um plano de fogo;

• Devido a grande heterogeneidade das rochas, o método de


cálculo do plano de fogo deve basear-se em um processo
contínuo de ensaios e análises que constituem o ajuste por
tentativa;

• As regras simples permitem uma primeira aproximação do


desenho geométrico dos desmontes e o cálculo das cargas. É
óbvio que em cada caso, depois das provas e análises dos
resultados iniciais, será necessário ajustar os esquemas e
cargas de explosivos, os tempos de retardos até obter um
grau de fragmentação, um controle estrutural e ambiental
satisfatórios.
PLANO DE FOGO
Desenho básico
Monitoramento da performance
Quais as mudanças que melhoram a performance
Saber quando mudar
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS DE UM
PLANO DE FOGO
Maciço rochoso (Propriedades Físicas);
Tipo de perfuratrizes (Diâmetro do furo,
comprimento do furo);
Meio ambiente (Tamanho da detonação,
vizinhança);
Tipo de explosivo, quantidade, propriedade;
Geometria da malha de perfuração;
Custos.
BANCADAS
O desmonte de rocha à céu aberto para
escavações de obras públicas e mineração à céu
aberto – bancadas;

Bancada – constituída de 3 elementos principais:

- Praça (Operam os equipamentos de carga e


transporte);
- Face (Superfície vertical ou levemente inclinada);
- Topo da bancada (Operam os equipamentos de
perfuração e realização do desmonte).
PLANO DE FOGO
• Fornece os seguintes dados:
- Diâmetros das perfurações;
- Afastamento;
- Espaçamento;
- Inclinação da face;
- Altura da bancada;
- Profundidade das perfurações;
- Carga de fundo;
- Carga de Coluna;
- Tampão.
• Com esses dados procede-se às perfurações do maciço
, ao carregamento do “fogo” e à sua detonação.
DIÂMETRO DAS PERFURAÇÕES
Determinado em função do equipamento previsto
para executar as perfurações;

Depende da produção horária, do ritmo de


escavação, da altura da bancada e da resistência
da rocha;

Como regra prática pode-se dizer que a altura, em


metros, econômico de uma bancada deverá ser
entre 2 a 5 vezes o diâmetro do furo em polegadas.
Utilizando essa regra, também um diâmetro
razoável de um furo em relação à altura da
bancada pode ser estimado;
ALTURA DA BANCADA
• De um modo geral, bancada muito altas (> 20 m) devem
ser evitadas, dando preferência a várias bancadas de
menor altura;

• A escolha da altura de bancada é uma decisão que deve


ser tomada levando-se em consideração:

- As condições de estabilidade da rocha que compõe o


maciço e a segurança nas operações de escavação;
- O volume de produção desejado, o qual determinará o
tipo e o porte dos equipamentos de perfuração,
carregamento e transporte;
- A maximização da eficiência no custo total de
perfuração e desmonte.
ALTURA DA BANCADA
Quando é considerado a redução dos custos de
perfuração e desmonte há uma tendência mundial
por se trabalhar com bancadas altas.

Por que?
1º CASO 2º CASO

60 m

15 m
10 m

Comparativo entre a utilização de bancadas de diferentes alturas para se vencer


o mesmo desnível.
ALTURA DA BANCADA
• Economia de 33 % em número de bancadas;
• Outros itens que devem ser levados em consideração:

- A metragem de tampão
- Consumo de acessórios utilizados na ligação dos furos
na superfície superior da bancada;
- Mão-de-obra utilizada no carregamento dos fogos;
- Período de tempo necessário para evacuação, espera
e retorno às áreas detonadas, durante o qual as
operações de lavra devem ser suspensas.
ALTURA DA BANCADA
• Desvantagens das bancadas altas:

- A precisão da perfuração torna-se cada vez menor a medida


que cresce a coluna de perfuração, gerando desvios indesejáveis
que comprometem seriamente os resultados de fragmentação;

- Risco de acidentes com ultra-lançamento;

- Velocidade de perfuração cai com o aumento da profundidade


perfurada;

- Altura da pilha de material detonado aumenta, demandando


equipamentos de carga de maior porte, ou causando aumento no
ciclo de carregamento (Maior desgaste dos equipamentos);
ALTURA DA BANCADA
A altura do banco, também, é função do
equipamento de carregamento podendo ser
determinada a partir da capacidade da caçamba do
equipamento de carregamento.

PÁ CARREGADEIRA: H = 5 a 15 (m)
ESCAVADEIRA HIDRÁULICA: H = 4 +
0,45cc (m)
ESCAVADEIRA A CABO: H = 10 + 0,57(cc -
6) (m)
sendo: cc = capacidade da caçamba em m3.
GRANULOMETRIA EXIGIDA
• Função do tratamento e utilização posterior do material, e em alguns
casos indiretamente da capacidade dos equipamentos de carga.

• Tamanho dos blocos (Tb):


1- Tb < 0,8AD sendo: AD = tamanho de admissão do britador;
2- Material estéril que vai para a pilha de deposição controlada,
dependerá da capacidade da caçamba do equipamento de
carregamento:

Tb 〈 0,7 3
cc
sendo: cc = capacidade da caçamba, em m3

Observação: O tamanho ótimo do bloco é, normalmente, aquele cuja


relação com a dimensão da caçamba do equipamento de
carregamento se encontra entre 1/6 e 1/8.
AFASTAMENTO
Para o desmonte de bancadas executam-se furos
sucessivos. A distância entre duas linhas
sucessivas de furos é chamada afastamento (A);

No caso de se ter uma única linha de furos,


afastamento também será a distância entre a face
da bancada e a linha de perfurações.

O valor do afastamento é estabelecido por 45 x o


diâmetro da perfuração em mm.
AFASTAMENTO
• Afastamento muito pequeno: A rocha é lançada a uma
considerável distância da face. A fragmentação poderá
ser excessivamente fina;

• Afastamento muito grande: Sobreescavação da parede é


muito brusco;

• Afastamento excessivo: Grande emissão de gases dos


furos contribuindo para um ultralançamento dos
fragmentos rochosos à distâncias consideráveis, alto
nível de onda aérea e vibração do terreno. A
fragmentação da rocha pode ser extremamente
grosseira e problemas no pé da bancada podem ocorrer.
AFASTAMENTO
O valor do afastamento (A) é função do diâmetro dos
furos, das características das rochas e dos tipos de
explosivos utilizados.
Uma formula empírica e bastante útil para o cálculo do
afastamento (A) é expressa por:

  ρe  
A = 0,01232  + 1,5 x De
  ρr  

Onde: ρe= densidade do explosivo (g/cm3);


ρr= densidade da rocha (g/cm3);
De = diâmetro do explosivo (mm).
ALTURA DA BANCADA X
AFASTAMENTO
Um dos fatores que interferem na qualidade do
desmonte de rocha é a razão entre a altura da
bancada (Hb) e o afastamento (A);

Se Hb/A > 4 ⇒ A bancada é considerada alta.


Se Hb /A < 4 ⇒ A bancada é considerada baixa.
Hb/A Fragmentação Onda Ultralança- Vibração Comentários
aérea Mento
1 Ruim Severa Severo severa Quebra para trás. Não detonar.
Recalcular o plano de fog o.
2 Regular Regular Regular Regular Recalcular, se possível.
3 Boa Boa Bom Boa Bom controle e fragmentação
4 Excelente Excelente Excelente excelente Não há aumento em benefícios
para Hb/A > 4.
OTIMIZAÇÃO DA FRAGMENTAÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE VIBRAÇÕES POR
MUDANÇAS NO GRAU DE LIBERDADE E SEQUENCIAMENTO DO
DESMONTE DE CARVÃO NO RS

Vitor L. Rosenhaima, Enrique Munarettib, Jõao F.L. Feijóc, Jair Carlos Kopped

a) Engenheiro de Minas, M.Sc., Copelmi Mineração Ltda, Porto Alegre


b) Professor, Departamento de Engenharia de Minas, UFRGS, Porto Alegre
c) Gerente Departamento Mineração, Copelmi Mineração Ltda, Porto Alegre
d) Professor, Departamento de Engenharia de Minas, UFRGS, Porto Alegre

A Copelmi Mineração Ltda vem modificando o desmonte a fim de otimizar a


escavação de estratos sedimentares na lavra de carvão por strip mining no RS.
Com esse objetivo, várias técnicas de monitoramento e controle de vibrações
foram utilizadas, além da análise de fragmentação in situ.
O desmonte de rochas na Copelmi

As camadas de carvão e o material estéril encaixante, principalmente siltitos, que


formam os estratos encontrados na mina B3 são materiais brandos e não necessitam
de grandes quantidades de energia para serem desagregados. Portanto a principal
característica do desmonte de rochas empregado pela Copelmi é a utilização de baixas
razões de carga, entre 110 g/m3 e 280 g/m3, resultando em um desmonte “preso” ou
confinado, cujo Grau de Liberdade é mínimo. A utilização de baixas razões de carga
também evita a diluição do carvão com material estéril durante a detonação, pois não
ocorre lançamento na bancada nesse desmonte similar á Crateramento (OLOFSSON,
1990).

Para a lavra seletiva de carvão é necessário que as camadas sejam detonadas e


escavadas separadamente para que não haja mistura e diluição do carvão com o
estéril, optando-se por realizar o desmonte de rochas individualizado por camada. Para
evitar a geração de “matacos” no carvão (oversize) parte do estéril acima da camada de
carvão é perfurada e desmontada junto com a mesma, desta forma uma maior coluna
de explosivo é posicionada na camada de carvão sendo o tampão localizado no
material estéril imediatamente acima, resultando maior energia localizada na
fragmentação do carvão.
Quanto ao estéril, somente uma fração deste necessita ser desmontado com auxilio de
explosivos facilitando sua escavação, carregamento e transporte. As camadas de
carvão, com espessuras variando entre 30 cm e 2,5 metros, são detonadas mesmo com
a possibilidade de serem mecanicamente escavadas, pois com o uso de explosivos é
possível obter uma fragmentação mais adequada e de baixo custo. A Figura 1
apresenta um perfil vertical com a disposição das camadas de carvão e o material
estéril encaixante.

Os explosivos utilizados nas minas operadas são emulsões encartuchadas e ANFO


(nitrato de amônia e óleo mineral), sendo os cartuchos de emulsão utilizados como
carga de fundo para a iniciação do ANFO (MUNARETTI, 2002). Tubos de choque com
ou sem retardos são utilizados para iniciação das cargas de fundo , além das conexões
de superfície furo á furo.
Método Serpentina

O método de amarração tradicionalmente utilizado pela Copelmi e denominado


“serpentina” consistindo em conectar os furos sequencialmente onde cada furo (ou
grupo de furos) é detonado individualmente, conforme mostra a Figura 2. Com este
procedimento, o número de furos por espera é limitado a um (1), ou ao número máximo
de furos de um grupo, quando mais de um furo é amarrado por retardo de ligação,
limitando desta forma a carga máxima por espera à carga total de um furo ou soma das
cargas em grupo de furos.

Detonações com este tipo


de sequenciamento têm
um Grau de Liberdade 1,
ou seja, baixo pois a
única face livre disponível
é a superfície.
Método Paralelo

O sequenciamento de fogo em “paralelo” é determinado pela amarração furo a furo nas


linhas na mesma direção e pela iniciação de linha a linha por uma linha determinada de
controle ou base, como mostra a Figura 3.
O grau de liberdade em detonações com este método de sequenciamento é maior, pois
é evidenciada uma maior movimentação lateral do material em direção a face livre
delimitada pela bancada, além da movimentação vertical em direção a superfície. Como
a razão de carga é baixa, não ocorre lançamento de material, porém o deslocamento do
material é perceptível devido ao espaço aberto entre a última linha de furos e face livre
da nova bancada formada.

Este método permite o uso de tempos de retardo diferenciados na iniciação de furo a


furo e linha a linha. A utilização de tempos mais curtos ou mais longos entre as linhas
influencia diretamente na fragmentação do material, de certa forma quanto maior o
tempo de retardo, maior é a face livre criada entre a primeira e a segunda linha de furos
e assim por diante, o que resulta em um maior grau de liberdade ou alívio.

A carga máxima por espera é determinada pelo cálculo dos valores de tempo de retardo
para cada furo. As cargas dos furos que forem detonados ao mesmo tempo ou em um
intervalo inferior a 8 ms são somadas e este valor é considerado como a carga máxima
por espera do desmonte. Com o uso de diferentes combinações de tempos de retardo é
possível variar a carga máxima por espera. Este método resultou em cargas máximas
por espera maiores que o sequenciamento em “serpentina”.
Método Diagonal

Neste método a linha de controle é posicionada sempre ao longo da face livre


(bancada) e as linhas paralelas partem em sentido diagonal às linhas da malha de
perfuração e linha de controle, conforme mostra a Figura 4.

O grau de liberdade é aparentemente o mesmo estabelecido para o método paralelo. A


carga máxima por espera para este sequenciamento também é determinada pelo
cálculo dos tempos de detonação para cada furo e do número máximo de furos por
espera.
Alguns Resultados

Tabela 3. Resumo de profundidade de furos, afastamento e espaçamento


(mínima, máxima e média).

Tabela 4. Razão de carga.


Conclusão

Com a introdução de novas técnicas e o desenvolvimento de novos métodos de


sequenciamento de fogo obteve-se melhor aproveitamento da energia dos explosivos
na fragmentação. Isso ficou claro com as melhorias na produtividade das escavadeiras,
reduzindo a fragmentação do material estéril e do carvão e eliminando os problemas
com repé. Foi possível reduzir os níveis de vibração e ruído inerentes às detonações
como mostram as equações de atenuação de onda sísmica com a utilização de
combinações distintas de tempos de retardo na iniciação dos furos e sequenciamento
do fogo.

O processo de otimização e padronização para Método Diagonal também mostra


significativa economia no custo da operação de desmonte de rochas com explosivos,
onde foi possível aumentar a malha de perfuração e profundidade de furos sem
influenciar a vibração e ruído, mesmo com aumento das cargas máximas por espera. O
aumento na profundidade dos furos levou a uma redução em custos com perfuração,
explosivos e acessórios, pois onde antes se faziam duas bancadas de perfuração
passou-se a fazer somente uma com furos mais profundos obtendo os mesmos
volumes.
1) Diga como se processou os diagramas abaixo em relação ao trabalho
realizado:
1º CASO 2º CASO

60 m

15 m
10 m

Comparativo entre a utilização de bancadas de diferentes alturas para se vencer


o mesmo desnível.

2) Fale a respeito das características geológicas do minério e a otimização do


melhor método em relação ao trabalho realizado.
AFASTAMENTO MUITO PEQUENO - A rocha é lançada a uma considerável
distância da face.

Os níveis de pulsos de ar são altos e a fragmentação poderá ser excessivamente


fina.

AFASTAMENTO MUITO GRANDE - A sobreescavação (backbreak) na parede é


muito severo.

AFASTAMENTO EXCESSIVO - Grande emissão de gases dos furos contribuindo


para um ultralançamento dos fragmentos rochosos à distâncias consideráveis,
crateras verticais, alto nível de onda aérea e vibração do terreno. A fragmentação da
rocha pode ser extremamente grosseira e problemas no pé da bancada podem
ocorrer.

Uma expressão empírica e bastante útil para o cálculo do afastamento (A) é


expressa por:
  ρe  
A = 0, 0123  2   + 1,5 × De
  ρr  
sendo: ρe= densidade do explosivo (g/cm3); ρr = densidade da rocha (g/cm3);
De = diâmetro do explosivo (mm).
b) ESPAÇAMENTO (E) - É a distância entre dois furos de uma mesma fila.

No caso de bancada baixa (Hb/A<4) dois casos devem ser observados:

- os furos de uma linha são iniciados instantaneamente, a seguinte expressão


pode ser usada:
E = 0,33 (Hb + 2A )

sendo: Hb = altura do banco, em metros.

os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:

( H b + 7 A)
E =
8
No caso de bancada alta (Hb/A>4) dois casos devem ser observados:

- os furos são iniciados instantaneamente, a seguinte expressão pode ser usada:

E = 2xA
os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:

E = 1,4 x A

O espaçamento nunca deve ser menor que o afastamento, caso contrário, o


número de matacões será excessivo.

Observação: as Malhas Alongadas possuem elevada relação E/A, geralmente


acima de 1,75.

São indicadas para rochas friáveis/macias.


SUBPERFURAÇÃO
• É o comprimento perfurado abaixo da praça da
bancada.
• A necessidade da subperfuração, decorre do
engastamento da rocha no pé da bancada. Caso
não seja observada esta subperfuração, a base
não será arrancada segundo um angulo de 90° e o
pé da bancada não permanecerá horizontal, mas
formará o que é conhecido como “repé”.
• O repé exigirá perfurações secundárias de
acabamento, grandemente onerosa e de alto riscos
para operários e equipamentos.
S = 0,3 A
PROFUNDIDADE DO FURO (HF)
É o comprimento total perfurado que, devido a inclinação
e a subperfuração (S), será maior que a altura da
bancada.
O comprimento do furo aumenta com a inclinação,
entretanto, a subperfuração (S) diminui com esta.
Para calcular (Hf) utiliza-se a seguinte expressão:

Hb  α 
Hf = + 1 − xS
cos α  100 
TAMPÃO (T)
É a parte superior do furo que não é carregada
com explosivos, mas sim com terra, areia ou outro
material inerte bem socado a fim de confinar os
gases do explosivo.

O material do tampão deve ser angular para


funcionar apropriadamente. Detritos de perfuração
devem ser evitados.
TAMPÃO (T)
• O adequado confinamento é necessário para que a
carga do explosivo funcione adequadamente e emita a
máxima energia, bem como para o controle da
sobrepressão atmosférica e o ultralançamento dos
fragmentos rochosos.
• A altura do tampão pode ser calculada pela seguinte
expressão:
T = 0,7 A

• T < A ⇒ risco de ultralançamento da superfície


mais alta aumenta.
• T > A ⇒ produzirá mais matacões, entretanto o
lançamento será menor ou eliminado.
TAMPONAMENTO DO FURO
VOLUME DE ROCHA POR FURO (V)

VOLUME DE ROCHA POR FURO (V) - O volume de rocha por furo é obtido
multiplicando-se a altura da bancada (Hb) pelo afastamento (A) e pelo
espaçamento (E):

V = (Hb /cosα) x A x E

Onde:
Hb = Altura da bancada
A = Afastamento
E = Espaçamento
PERFURAÇÃO ESPECÍFICA (PE)
• É a relação entre a quantidade de metros perfurados
por furo e o volume de rocha por furo (m/m3).

Hf
PE =
V

(HF) = PROFUNDIDADE DO FURO


CÁLCULO DAS CARGAS
Razão Linear de Carregamento (m/Kg).

π de2
RL = x ρe
4000
Onde: de = diâmetro do explosivo (mm);
ρe = densidade do explosivo (g/cm3).
ALTURA DA CARGA DE FUNDO
(HCF )

A carga de fundo é uma carga reforçada,


necessária no fundo do furo onda a rocha é mais
presa.
Alguns autores sugerem que Hcf deve ser um
valor entre 30 a 40% da altura da carga de
explosivos (Hc). A tendência, a depender dos
resultados dos desmonte, é de reduzi-la cada vez
mais para diminuir os custos com explosivos.
Hcf = Hf - T - Hc

(HF) = PROFUNDIDADE DO FURO


ALTURA DA CARGA DE COLUNA
(HCC )

Carga de coluna é a carga acima da de fundo; não


precisa ser tão concentrada quando a de fundo, já
que a rocha desta região não é tão presa.

A altura da carga de coluna é igual a altura total da


carga (Hc) menos a altura da carga de fundo (Hcf):

Hcc = Hc - Hcf
CARGA TOTAL (CT)

CT = CF + CC

Onde:

CF = Carga de Fundo
CC = Carga de Coluna
RAZÃO DE CARREGAMENTO (RC)

CT 3
RC = ( Kg / m )
V

Onde:

CT = Carga Total
V = Volume de rocha por furo
Exercício 1

Dados:
Rocha: cálcario
Altura da bancada: 15,0 m
Diâmetro da perfuração: 101 mm (4”)
Angulo de inclinação dos furos: 20°
Explosivo utilizado: ANFO (94,5/5,5); r = 0,85 g/cm3
Densidade da rocha: 2,7 g/cm3 = 2,7 t/m3
Condição de carregamento: furos secos.
Exemplo 2
Considere os dados do problema anterior, assuma que um total de 4481 m3 de
rocha deve ser produzida no desmonte.

Dados:
Custo com explosivos e acessórios:
ANFO: R$0,90/kg
32 Boosters (um por furo): R$3,0 / unidade R$ 6,0 x 30 = R$ 192,0
2 Retardos de superfície de 30 ms: R$ 6 / unidade 6 x 2 = R$ 12,0
Cordel detonante (581 m): R$ 0,45/m R$ 0,45 x 581 = R$ 261,45
2 estopins espoletados: R$ 0,80 R$ 0,80 x 2 = R $1,60
Custo da perfuração da rocha / m:
Acessórios da perfuratriz: R$ 0,81
Mão de obra: R$ 1,50
Custo do equipamento e compressor: R$ 2,01
Combustível, graxas, lubrificantes etc : R$ 1,20
Total: R$ 5,52 / m
Cálculo do número de furos necessários (NF)

NF = (m3 necessários) : (volume de rocha por furo)

Cálculo do total de metros perfurados (MP)

MP = NF x Hf

Cálculo do total de explosivos (TE)

TE = NF x CE

Cálculo do custo dos explosivos e acessórios (CEA)

Custo com explosivo (CCE):


CCE = ANFO = R$ 0,90 x 3220,48 Kg

Custo com acessório (CA):

CA = R$ 192 + R$ 12 + R$ 261,45 + R$ 1,6


Cálculo do custo dos explosivos e acessórios (CEA)

CEA = CCE + CA

Cálculo do custo da perfuração (CP)

CP = MP x custo / m

Cálculo do Custo Total do Desmonte (Perfuração + Explosivos e acessórios) -


CTD
CTD = CP + CEA
Exemplo 3
Cálculo do Plano de Fogo usando Cartuchos

Dados:
Rocha: granito
Altura da bancada: 7,5 m
Diâmetro da perfuração: 76 mm (3”)
Angulo de inclinação dos furos: 15°
Explosivo utilizado: Emulsão encartuchada; ρ = 1,15 g/cm3; Furos com
água.
Dimensões dos cartuchos: 2½” x 24” (64 mm x 610 mm)
Densidade da rocha: 2,5 g/cm3 = 2,5 t/m3 .

Neste caso:
De= 64 mm

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