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MINERAÇÃO

ESPECIFICA
Operações em pedreiras
PRINCIPAIS TIPOS DE DESMONTE DE ROCHA
• Desmonte mecânico - directamente com equipamentos de
escavação;
• Desmonte hidráulico - utilizando jatos de agua;
• Desmonte a frio – utilizando massas expansivas;
• Desmonte com explosivos – detonação por explosivo.
SEQUENCIA DE OPERAÇÕES EM
PEDREIRAS
Decapeamento: a preparação do terreno para início das
operações de lavra, em uma pedreira, constitui uma fase
bastante delicada para o bom andamento dos futuros
trabalhos de desmonte da rocha. Durante o planejamento das
operações de lavra, deve ser reservada uma área adequada à
estocagem de solo, que tem sido em pequena escala,
realizadas por escavadeiras e caregadeiras frontais e
caminhões.
Perfuração e Detonação: o planejamento do desmonte, com
utilização de explosivos, é influenciado por diversos fatores,
os quais necessitam de controle para que os objetivos
pretendidos do desmonte sejam efetivamente alcançados. A
escolha do método e dos equipamentos de perfuração, a
distribuição, o diâmetro e profundidade dos furos, o tipo de
explosivo a ser utilizado e a qualificação da equipe de
desmonte são, por exemplo, fatores relevantes para o
sucesso do desmonte, mas, as condições geológicas têm
papel fundamental e sempre devem ser consideradas no
projeto.
PORQUE USAR EXPLOSIVO NO DESMONTE?

• Tem rocha que não sai na escavação mecânica directa;


• O desmonte a frio é limitado;
• Forma mais económica de realizar a fragmentação de
rocha muito compacta;
• Uma maior fragmentação do material facilita a lavra do
material e etapas seguintes do processo de
beneficiamento do minério.
TÉCNICAS DE PERFURAÇÃO EM PEDREIRAS
Diversas técnicas de perfuração são empregadas nas pedreiras,
variando muito no porte dos equipamentos. Na indústria de
produção de brita é utilizado principalmente o método de
perfuração de rochas à percussão. As mais importantes
variações dessa técnica compreendem os sistemas:
• Percussão down-the-hole (DTH) ou perfuração de fundo de
furo;
• Percussão top hammer ou perfuração com martelo de
superfície;
• Perfuração pelo sistema COPROD (método desenvolvido pela
Atlas Copco).
A perfuração down-the-hole é
caracterizada pelo martelo
percussor posicionado
imediatamente atrás da coroa
de perfuração. A aplicação da
energia de impacto é
transferida diretamente do
martelo a coroa (bit) de
perfuração ou seja, o pistão
da perfuratriz trabalha
diretamente sobre o bit (metal
duro utilizado para corte ou
quebra da rocha).
A técnica do tophammer ou martelo de
superfície é caracterizada pela percussão
do martelo fora do furo no topo do
▀▀▀▀
conjunto de hastes de perfuração, cuja
energia é transferida para a coroa de
perfuração pelo conjunto de hastes,
Perdas de 6 a 8% de energia ocorrem
durante a transferência de energia
causada por atrito nas conexões das
hastes. Perdas adicionais podem ocorrer
por atrito entre as hastes e as paredes do
furo. com o aumento da profundidade do
furo, na comparação com o método
down-the-hole.
O sistema COPROD consiste
de uma combinação de ▀▀▀▀
hastes de impacto com tubos
de perfuração. As hastes de
impacto transferem energia
unicamente à coroa de
perfuração, enquanto que os
tubos de perfuração
conduzem a força de
impulsão e o torque
rotacional.
MALHAS DE PERFURAÇÃO
Quadrada Estagiada (Triangular)

Tipos de malhas

Retangular Estagiada (Alongada)

Nota: A malha estagiada devido à sua geometria de furos


alternados, o ciclo de perfuração leva mais tempo, por conta do
deslocamento furo a furo, porém possui melhor distribuição do
explosivo no maciço rochoso.
IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DA PERFURAÇÃO
Muitas vezes, durante a perfuração ocorrem desvios da
furação, em virtude de diversos fatores, entre eles, o uso
inadequado dos equipamentos e as condicionantes
geológicas do terreno, refletidas especialmente por
materiais de diferentes durezas ou outras circunstâncias
como existência de fraturas. Esses desvios podem gerar
problemas, posteriormente, durante a detonação dos
explosivos no desmonte, podendo provocar excesso de
vibrações no terreno e ultra-lançamentos que podem ser
perigosos para: Operadores, equipamentos e vizinhança
da pedreira.
ERROS E DESVIOS DE PERFURAÇÃO
Os principais erros e desvios que podem ocorrer durante a perfuração
compreendem: desvios do furo para frente ou para trás da face da
bancada, desvios laterais, desvio na inclinação ou azimute do furo,
comprimento errado do furo e perdas de furo.
CARACTERISTICAS DOD FUROS

Furos verticais são desenvolvidos de forma perpendicular a


superfície.
Furos inclinados são desenvolvidos obedecendo uma inclinação
considerável ao angulo do banco, e devem ser feitos na
inclinação correta para que o afastamento na parte do fundo
permaneça regular.
COMPONENTES DA DETONAÇÃO
• Iniciador – responsável pelo sinal para iniciar o desmonte (EX:
Mantopin);
• Conector de superfície – Distribuí o sinal e o tempo de retardo em
toda superfície do desmonte (EX: cordel detonante);
• Unidade de coluna- transmissão de sinal de superfície para a
carga do furo e poder ser usado para o temporizador interno do
furo;
• Reforçador – amplificação da energia do sinal (detonador para
iniciar a carga explosiva principal de forma efectiva (EX: booster,
encartuchado);
• Explosivo - carga principal que realizara o processo de quebra
efectiva da rocha (EX: ANFO, Emulsão).
SELEÇÃO DO EXPLOSIVO
A seleção de explosivos pode ser feita com base na
densidade do explosivo, com vista as fraturas e
características de resistência da rocha e também a
existência d’água no local.
Quando há água, deve se optar por emulsões. O ANFO é o
explosivo mais utilizado em condições secas, devido a sua
baixa performance no ambiente aquoso.
No caso de rochas muito fraturadas, em condições secas, a
preferência é, também, pelo ANFO.
Quanto mais resistente for a rocha, de um modo geral, deve-
se optar por um explosivo com maior densidade.
COMPARAÇÃO ENTRE SUBSTÂNCIAS EXPLOSIVAS, MAIS
COMUNS PARA ESCAVAÇÃO DE MACIÇOS ROCHOSOS
(BERNARDO, 2014)

Substância Granulados Emulsões


explosiva
Composição amónio e Nitrato de amónio,
base Gasóleo óleos e
(ANFO) emulsionantes

Resistência à Má Boa
água
Densidade 0,85 – 1,00 0,90 – 1,45
FACTORES CONTROLAVEIS NO DESMONTE
DE ROCHA
• Geometria do plano;
• Tipo de carga explosiva;
• Tempos de retardo e a sequência de iniciação;
Parâmetros Geometricos Controláveis
na Detonação
Segundo Silva (2014), as principais variáveis geométricas, em um plano
de fogo são:
• Afastamento (A): A menor distância que vai do furo à face livre da
bancada ou a menor distância de uma linha de furos a outra;
• Espaçamento (E): Distância entre dois furos de uma mesma linha;
• Subfuração (S): Comprimento perfurado abaixo da praça da bancada;
• Profundidade do furo (Hf): Comprimento total perfurado;
• Tampão (T): Parte superior do furo que não é carregada;
• Ângulo de inclinação da bancada (α);
• Altura da bancada (Hb);
• Carga de Coluna (CC);
• Carga de Fundo (CF);
• Diâmetro do furo (DF);
SEQUENCIA DE DETONAÇÃO
De acordo com o Manual da Atlas Powder (1987) as
sequências de detonação resultam em um melhor controle
da progressão da detonação, o que por consequência,
diminui as chances de ultralançamento e reduzem o
deslocamento da pilha de rochas.
Haverá, assim, uma determinada sequência de fogo, que
nada mais é que uma ordem cronológica na sucessão de
detonações, separadas por intervalo de tempo em
milissegundos.
IMPACTOS AMBIENTAIS
Durante a escavação do maciço rochoso com explosivos geram-se
efeitos secundários que têm resultados indesejados sobre o
ambiente envolvente. Os impactes ambientais inerentes ao
desmonte são: instabilidade do maciço remanescente, projeção de
fragmentos, produção de poeiras, transmissão de onda aérea ao
ambiente envolvente e vibrações ao maciço.
INSTABILIDADE DO MACIÇO REMANESCENTE

A aplicação de cargas explosivas no desmonte de rocha


provoca degradação de um volume de rocha superior ao
pretendido, levando à fraturação e escamação de zonas
periféricas do maciço. Portanto, segundo Bernardo (2004), a
monitorização da estabilidade dos maciços remanescentes
dos desmontes reveste-se de grande importância, de forma a
permitir a verificação das condições de segurança relativas,
quer aos trabalhos levados a cabo nas imediações do talude,
quer aos trabalhos futuros previstos para o local.
PROJEÇÃO DE FRAGMENTOS
Entende-se projeção de fragmentos como, o
deslocamento de volumes do maciço rochoso a distâncias
superiores às previstas. Esse efeito ocorre devido à rede
de fraturação pré-existente e à energia libertada na
detonação (Bernardo, 2004). A projeção de fragmentos
resultante do desmonte de rocha com explosivos constitui
um dos impactes mais perigosos, podendo originar
acidentes graves, envolvendo pessoas, equipamentos ou
infraestruturas.
PRODUÇÃO DE POEIRAS
Nos desmontes de rocha com explosivo, os poluentes
atmosféricos de maior relevância são as partículas em
suspensão, principalmente as de menor dimensão (diâmetros
inferior a 10 μm), que podem ter maiores implicações na
saúde dos seres humanos.
A redução da produção de poeiras pode ser conseguida com
rega prévia da zona de desmonte. Possível apenas em
desmontes cujos explosivos utilizados apresentem resistência
à presença de água.
RUÍDOS E VIBRAÇÕES
O ruído resulta principalmente da libertação dos gases da
detonação dos explosivos, pela colisão dos fragmentos
entre si e com o piso. As vibrações aerotransportadas
resultam, essencialmente, da vibração refração na face
livre (talude).
Obrigado pela atenção dispensada!

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